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VULVOVAGINITES - CANDIDÍASE, VAGINOSE BACTERIANA E TRICOMONÍASE

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Semiologia Obstétrica e Ginecológica 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Talita Campos 
 
As vulvovaginites são as principais queixas nos consultórios de ginecologia. Sintomatologia muito desconfortável, 
com queixa de corrimento, dor, prurido, dispareunia. 
Tem favorecimento à penetração do HIV. 
Possibilidade de ascensão ao trato genital superior. 
→ Flora vaginal na mulher adulta: Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus, Proteus, Lactobacillus (95%, 
proteção), Escherichia, Peptostreptococcus, Clostridium, Ureaplasma, Enterobacteria, Ureaplasma, 
Fusobacterium, Mycoplasma, Klebsiella, Gardnerella. 
Quando essa microbiota entra em desequilibro ou adquire um microrganismo fora da microbiota natural: 
sintomas. 
Conteúdo vaginal patológico → vulvovaginites (candidíase, vaginose bacteriana, tricomoníase) / cervicites e 
endocervicites (HPV, genococo, clamídia). 
→ Avaliação 
Deve-se questionar, a partir da queixa, fazer perguntas pertinentes: há quanto tempo, odor, prurido, se 
apareceu após algo específico (atividade sexual, viagem, troca de parceiro, momento de estresse, uso de 
preservativo...). Pode não ser necessariamente vulvovaginites, mas também alergia, alteração de pH... 
Avaliação de conteúdo vaginal: 
●Anamnese 
●Exame ginecológico (exame de vulva e exame especular) → 50% de erro diagnóstico (as vezes paciente realizou 
ducha antes de ir, utilizou algum desodorante vaginal, teve relação sexual, o que altera o exame). 
→ Testes diagnósticos: 
●Medida do pH vaginal (coleta 1/3 médio da parede vaginal) → pH 3,5 a 4,5 normal 
●Teste das aminas (Whiff): 
-KOH 10% - liberação de aminas voláteis que libera odor de peixe podre. 
●Bacterioscopia do conteúdo vaginal: 
3 lâminas: 
1) a fresco (SF 0, 9%) (Trichomonas) 
2) KOH (hifas) 
3) Esfregaço corado por Gram (Gardnerella) 
-Culturas (meios específicos, chance de falso positivos, porque têm muitas bactérias) 
-Esfregaço pelo Papanicolau não deve ser feito para diagnóstico de vulvovaginites! (Rastreio de lesões 
neoplásicas/pré-neoplásicas). 
→ Conteúdo vaginal fisiológico: orientar a paciente que existe um corrimento normal. 
Ao exame especular: o corrimento fisiológico deve ter cor clara, 
aspecto homogêneo ou levemente grumoso (depende da fase do 
ciclo, se ovulação: aspecto de clara de ovo, por exemplo), odor 
inodoro, sem lesões ou hiperemia. Na criança, a colonização é 
menor de Lactobacillus, a vagina é menos úmida, mas podem ter 
infecções. 
O estrogênio aumenta a secreção vaginal, aumenta Lactobacillus. 
Anticoncepcional, pós relação sexual ocorre mudança de secreção. 
Semiologia Obstétrica e Ginecológica 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Talita Campos 
 
Testes diagnósticos: pH 3,8 a 4,5; teste das aminas negativas. 
Microscopias: Bacilos de Doderlein, células epiteliais de 
descamação, raros polimorfonucleares. 
Tratamento educacional (higienização, corrimentos normais...) 
 Lactobacilos de Doderlein 
 
Vulvovaginites: 
Não infecciosas: atrófica – irritativa, alérgica citolítica (diminuição de pH, citólise de células). 
Infecciosas: vaginose, candidíase, tricomoníase. 
▪Forma comensal, faz parte da microbiota da mulher. As mulheres podem ter e não manifestarem sintomas. 
▪10 a 20% de mulheres não grávidas saudáveis podem desenvolver a candidíase vaginal. 
▪30 a 50% das gestantes (alteração hormonal). 
▪Mulheres portadoras de HIV/imunodeprimidas. 
▪Fungo presente na natureza. 
▪Reprodução por brotamento. 
▪Dimórfico (leveduras, pseudohifas). 
▪Humanos: orofaringe, TGI, vagina. 
→ Fatores predisponentes: 
▪Gravidez, devido ao aumento da temperatura, umidade, aumento da acidez vaginal. 
▪Uso de anticoncepcionais (hoje já não é mais tão comum, devido a redução da quantidade de estrógeno). 
▪Diabetes (aumento da glicose, ↓ pH vaginal). 
▪Antibióticos (desequilíbrio da microbiota). 
▪Imunossupressores (desequilíbrio da microbiota). 
▪Roupas justas, absorventes. 
▪Duchas vaginais (não deve utilizar nenhum produto dentro da vagina, favorece desequilíbrio). 
▪Agente irritativos. 
▪Estresse (alteração da imunidade). 
 
→ Quadro clínico: 
Nem todas as pacientes manifestam todos os sintomas típicos. 
▪Prurido vulvovaginal, podendo causar escoriações, edema e eritema vulvar. 
▪Corrimento branco, espesso, inodoro, grumosso (nata de leite). 
▪Ardor urinário (diferente de disúria). 
 
 
Eritema vulvar. Exame especular demonstrando candidíase. 
Semiologia Obstétrica e Ginecológica 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Talita Campos 
 
→ Quadro laboratorial: 
▪pH ácido (abaixo de 4,5) – fator de predisposição á colonização. 
▪Teste de aminas: negativo, não libera odor. 
▪Bacterioscopia: KOH: pseudohifas. 
▪Cultura: Sabouraud e Nickerson – não pedidos habitualmente. Pede quando paciente tem candidíase de 
repetição. 
 
Pseudohifas, esporos, pseudohifas. 
→ Candidíase – classificação: 
 
→ Complicada: tratamento prolongado, sistêmico, antifúngicos, anti-inflamatórios, anti-histamínicos. 
Tratamento profilático com antifúngicos por 6 meses. 
Diagnóstico deve ser mais preciso: bacterioscopia; lançar mão da cultura. 
→ Orientações gerais: 
Higiene genital: higienização sentido vagina – ânus; sempre lavar após evacuar; sempre lavar após relações 
sexuais. 
Evitar uso de substâncias irritantes: protetores diários, sabonetes coloridos e perfumados, desodorantes 
íntimos. 
Aeração dos genitais (evitar roupas justas ou sintéticas). 
Tratamento/controle dos fatores predisponentes. 
Tratamento: não gravida – via oral, via vaginal, via oral e via vaginal. Grávida – via vaginal (miconazol, 10,14 
dias). Parceiro deve ser tratado apenas se apresentar sintomas. 
 
→ Tratamento: 
Tópico: 
Isoconazol 1% VV 7 noites; ou 600mg de óvulo dose única. 
Miconazol 2% VV 7 noites. 
Clotrimazol 1% VV 7 noites ou óvulo VV 500mg, dose única. 
Semiologia Obstétrica e Ginecológica 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Talita Campos 
 
Fenticonazol 2% VV 7 noites; ou óvulo 600mg, dose única. 
Butoconazol 2% VV, 3 noites. 
Sistêmico: 
Fluconazol 150mg, dose única. 
Itraconazol 100mg VO, 2 comprimidos, 12/12h (4 comprimidos). 
Exceto em gestantes, em complicadas sempre via oral! 
A vaginose bacteriana é a vulvovaginite mais frequente. Ocorre devido ao desequilíbrio do ecossistema vaginal, 
aumento do pH (mais alcalino). Possui vários agentes etiológicos. 
Não é IST! 
 
 
pH mais básico, devido a queda dos bacilos de Doderlein, que causa diminuição do ácido lático: perda da 
proteção, desequilíbrio, colonização de bactérias, levando a queixas e sintomas. 
 
→ Quadro clinico: 
Assintomática / oligossintomática (50%). 
Corrimento homogêneo, acinzentado, bolhoso, com odor podre (corrimento pode não ser tão 
característico). 
Ocasionalmente prurido, dispareunia e sintomas urinários (poucos sintomas inflamatórios). 
Queixa que odor piora após relação sexual ou no período menstrual. 
Semiologia Obstétrica e Ginecológica 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Talita Campos 
 
 
→ Quadro laboratorial: 
●pH > 4,5 (mais básico) 
●Teste das aminas (Whiff): KOH libera odor forte – positivo. 
●Bacterioscopia: 
●Técnica à fresco: Clue cells e diminuição dos BD 
●Coloração de Gram (padrão ouro) 
Esfregaço de Papanicolau não é exame para diagnóstico vulvovaginite, mas pode trazer 
resultado. 
●KOH 10%: não é viável; lise das células. 
Clue cells: 
Esfregaço com 
células vaginais: 
células 
descamativas da 
vagina com 
inúmeras bactérias 
aderias – clue cells. 
 
Coloração pelo Gram. 
 
→ Critérios diagnósticos (de Amsel): 
●Queixa de corrimento homogêneo, acinzentado, com odor. 
●pH maior que 4,5. 
●Teste das aminas (Whiff) positivo 
●Técnica a fresco ou gram ou Papanicolau: clue cells e diminuição dos BD. 
3 dos 4 critérios bastam estar presentes! 
→ Critérios diagnósticos deNugent: após avaliação do esfregaço vaginal corado pelo Gram: 
 
Semiologia Obstétrica e Ginecológica 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Talita Campos 
 
A e B: normal. 
C e D: intermediário, já se vê aderência de bactérias nas células 
e aderência de bacilos. 
E e F: quantidade intensa de bactérias aderidas a células 
descamativas – vaginose bacteriana. 
→ Tratamento – METRONIDAZOL: 
400mg VO 12/12h, 7 dias. 
250mg VO 8/8h, 7 dias 
2g VO, dose única. 
 
Tinidazol/secnidazol 2g VO, dose única. 
Clindamicina: VO, creme ou óvulo. 
Ampicilina (Mobilluncus) 
Metronidazol ou tinidazol: creme vaginal, por 7 noites. 
 
Efeito Antabuse: Metronidazol, derivados imidazólicos. 
Orientar abstinência alcoólica (delírios, confusão mental). 
Não se recomenda tratar parceiro. Não transmite!!! É um desequilíbrio da microbiota. 
Pode ter muita recorrência, orientar a paciente a observar hábitos de higiene. Muitas vezes o pH dessas 
pacientes é mais básico e precisa adotar medidas para regularizar o pH dessa paciente. 
 
É causada pelo Trichomonas vaginalis (protozoário). 
Grande mobilidade: canal cervical, glândulas acessórias, uretra e bexiga. 
Tratamento sistêmico – sempre via oral! 
Sintomas muito desconfortáveis. 
Frequentemente associada a Genococo, clamídia, HPV e 
Streptococcus do grupo B. 
É uma IST (tratar parceiro)!!! 
Pode complicar como DIP 
 
→ Quadro laboratorial: 
▪pH > 4,5 
▪Teste das aminas: negativo, não tem piora do odor. 
▪Bacterioscopia (técnica a freco – Trichomonas). 
▪Cultura Diamond: não é de 
rotina 
▪Papanicolau: não é principal, mas em paciente assintomática pode diagnosticar. 
Na microscopia vê-se o Trichomonas movimentando. 
→ Sintomas: corrimento esverdeado/acinzentado, não queixa de odor, dispareunia, 
não cursa com sintomas clínicos como febre, a menos que evolua para DIP. 
Colo do útero com aspecto de framboesa. Mas paciente pode não ter nada. 
→ Tratamento METRONIDAZOL: 
400mg VO 12/12h, 7 dias 
250g VO 8/8h, 7 dias 
2g VO, dose única 
Semiologia Obstétrica e Ginecológica 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Talita Campos 
 
 
Tinidazol/Secnidazol 2g VO, dose única. 
METRONIDAZOL NÃO PODE SER UTILIZADO NO PRIMEIRO TRIMESTRE.

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