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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
1.1 CONCEITO É o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada. Como ramo da contabilidade, deve demonstrar a situação do patrimônio e o resultado do exercício, de forma clara e precisa, rigorosamente de acordo com conceitos, princípios, pressupostos e normas básicas de contabilidade. O resultado apurado deve ser economicamente exato. Entretanto, a legislação tributária frequentemente atropela os resultados econômicos para, por imposição legal, adaptá-los a suas exigências e dar-lhes outro valor (resultado fiscal), que nada tem a ver com o resultado contábil. Com o objetivo de convergir à contabilidade efetivada no Brasil as Normas Internacionais de Contabilidade, o CFC, por meio de seu comitê de pronunciamentos contábeis, emanou durante os anos de 2009 e 2010 novos pronunciamentos, de forma a estabelecer critérios e procedimentos contábeis alinhados aos procedimentos e normas internacionais, na busca de se ter uma contabilidade não mais elaborada para atender às exigências tributárias, mas sim para atender a todas as necessidades dos diversos usuários da contabilidade.
A contabilidade deve demonstrar com exatidão o patrimônio e o resultado do exercício. Entretanto, as exigências fiscais impostas por lei devem ser cumpridas, o que é feito mediante controles extracontábeis e puramente fiscais. 
1.1.1 Conceito de contabilidade
O conceito de contabilidade tem evoluído, acompanhando as mudanças decorrentes do desenvolvimento dos negócios, das empresas e da globalização da economia. 
1.2 OBJETO
O objeto da contabilidade tributária é apurar com exatidão o resultado econômico do exercício social, demonstrando-o de forma clara e sintética, para, em seguida, atender de forma extracontábil às exigências das legislações do IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro, determinando a base de cálculo fiscal para formação das provisões destinadas ao pagamento desses tributos, as quais serão abatidas do resultado econômico (contábil), para determinação do lucro líquido à disposição dos acionistas, sócios ou titular de firma individual. Para atingir plenamente esse objetivo, é preciso estudar, registrar e controlar os atos e fatos administrativos que produzem mutações patrimoniais, e consequentemente o resultado econômico positivo ou negativo (lucro ou prejuízo). Isso se faz pela escrituração contábil. Já as exigências fiscais para a determinação das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL são demonstradas de forma extracontábil no livro fiscal denominado Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), hoje elaborado de forma eletrônica. Determinados os valores das provisões para pagamento do IRPJ e da CSLL, estes são lançados na contabilidade, abatendo-os do resultado econômico (contábil). 
1.3 MÉTODO
O método da Contabilidade Tributária consiste basicamente em: 
a) adequado planejamento tributário (que exige conhecimento da legislação tributária); 
b) relatórios contábeis eficazes que demonstrem a exata situação das contas do patrimônio e do resultado (que exige conhecimento de contabilidade); 
c) controle apurado das despesas indedutíveis e das receitas não tributáveis, temporárias ou definitivas para apuração da base de cálculo dos tributos.
1.3.1 Planejamento tributário O estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosas, denomina-se Planejamento Tributário. O planejamento tributário exige, antes de tudo, bom senso do planejador. Há alternativas legais válidas para grandes empresas, mas que são inviáveis para as médias e pequenas, dado o custo que as operações necessárias para execução desse planejamento podem exigir. A relação custo/benefício deve ser muito bem avaliada. Não há mágica em planejamento tributário, apenas alternativas, cujas relações custo/benefício variam muito em função dos valores envolvidos, da época, do local etc. Analisando as alternativas e as lacunas (brechas) existentes na legislação, verifica-se que, através dos anos, o Fisco vem eliminando-as por sucessivas alterações das leis. Entretanto, a globalização e abertura da economia, a criação de mercados regionais, como, por exemplo, o Mercosul, trazem mudanças muito rápidas que criam novas alternativas e novas lacunas na lei, sempre mais lentas do que a dinâmica nos fatos econômicos. O planejamento tributário preventivo (antes da ocorrência do fato gerador do tributo) produz a elisão fiscal, ou seja, a redução da carga tributária dentro da legalidade. O perigo do mau planejamento é redundar em evasão fiscal, que é a redução da carga tributária descumprindo determinações legais, classificadas como crime da sonegação fiscal (Lei no 8.137/90).
1.3.2 Planejamento contábil A eficiência e exatidão dos registros contábeis são fundamentais para que a administração planeje suas ações. A contabilidade, entre outras funções, é instrumento gerencial para a tomada de decisões. Por isso, deve estar atualizada e emitir relatórios simples e claros para o administrador. Sem relatórios objetivos e atualizados, não é possível fazer qualquer tipo de planejamento sério e consequente. A contabilidade tem ainda outras funções, como:
a) registrar os fatos administrativos (memória); 
b) demonstrar e controlar as mutações patrimoniais (controle); 
c) servir como elemento de prova em juízo ou tribunal (documento);
d) fornecer elementos para que os acionistas ou sócios possam examinar as contas da diretoria e aprová-las ou não (direção);
e) demonstrar ao Fisco o cumprimento da legislação tributária (fiscal); 
f) fornecer dados para a tomada de decisões etc. (gestão); 
g) a legislação tributária tem, constantemente, criado novas obrigações acessórias (escrituração, preenchimento de formulários, prestação de informações ao Fisco etc.), com multas elevadas, cujo correto cumprimento tem um alto custo administrativo; h) apresentar o valor justo dos ativos e passivos da entidade, bem como sua capacidade de geração de benefícios econômicos futuros, no momento da apresentação das demonstrações contábeis da empresa, respeitando as limitações para determinação desse valor. Por essa razão, o planejamento contábil necessita utilizar tecnologias modernas, adequadas às necessidades da empresa e acessíveis a sua capacidade financeira. Fundamental é, sem dúvida, a função de fornecer elementos para a correta gestão do negócio, permitindo a tomada de decisões eficazes. (Lembrar a diferença: eficiência é fazer bem feito; eficácia é fazer o que tem que ser feito, da forma possível e no momento certo.)
1.3.3 Controle
A apuração da base de cálculo do Imposto de Renda, pelo Lucro Real, depende de controles eficientes das despesas e receitas, não somente para se ter o registro adequado desses fatos contábeis e relatar o resultado real da empresa, mas também para permitir a identificação e controle das despesas indedutíveis e receitas não tributáveis, essenciais para a apuração do Lucro Real. Outro ponto muito presente é a questão da tributação dos resultados apurados no exterior e dos critérios adotados para determinação dos preços de transferência, dividendos/juros sobre o capital próprio e pagamentos de royalties.
Referência: CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA – 16ª Edição – Láudio Camargo Fabretti

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