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PLANO DE AULA QUESTÃO INDIGINA

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FACULDADE SUMARÉ
PEDAGOGIA 
Ana Paula de Sena Marques - RA 1712935
Kátia Godói Dias - RA 1712125
Susana Pinheiro Alves - RA 1716272
Vera Lúcia Pinheiro - RA 1716273
QUESTÃO INDÍGENA
SÃO PAULO 
2019
SITUAÇÃO PROBLEMA
Ubiratan tem 8 anos, veio da tribo Zumbi dos Palmares, para estudar na Escola Orlando Silva. Onde sofreu preconceito por conta de sua cultura. A professora Karen observando as crianças, percebeu que elas não souberam lidar com essa diferença de cultura, resolveu trabalhar em sala de aula sobre a questão indígena, para acolher o Ubiratan. 
QUESTÃO INDÍGENA 
 Antes da implantação colonial dos portugueses no Brasil existiam cerca de 100 milhões de índios em todo território nacional, estimam os historiadores. Diferentes tribos, uma etnia diversificada, cada qual com suas tradições, culturas e sociedades. Sua educação era feita, principalmente, de pais para filhos na prática das ações, das lendas, mitos, arte e até mesmo ritos de passagens, sempre religiosos e públicos, onde havia toda participação da tribo para a educação das crianças. Ao invés de terem que aprender academicamente, aprendiam a caçar, pescar, aprendiam a plantar, tendo uma organização através de sexo e idade.
 A partir do primeiro contato dos portugueses no litoral, onde predominava a tribo que pertencia ao grupo linguístico tupi, todo o processo sociocultural do índio começou a mudar bruscamente. Houve a implantação do sistema colonial, com a transformação do índio em escravo agrícola, acarretando num massivo extermínio progressivo de tudo. Era uma declarada guerra de etnias, uma guerra desleal, onde os portugueses promoveram as bandeiras para o aniquilamento e domesticação dos índios. Claro, as Bandeiras foram promovidas por colonos que não haviam recursos suficientes para aquisição de escravos negros, tendo recorridos aos índios.
 Padre Manoel de Nobrega foi o precursor de algo conhecido como Pedagogia Balística. Um objetivo baseado no ensino da língua portuguesa e da doutrinação cristã para a aproximação com os índios no Brasil Colônia. Usando como artificio de aproximação, o uso da língua tupi, Padre Anchieta organizou uma gramática para esses trabalhos pedagógicos que não teve tanta efetividade por sua precariedade.
 Os jesuítas tinham um processo bem específico de evangelização, começando eliminando os costumes indígenas e implantando o modo de vida cristão, também incutindo uma forma de transformação dos índios em mão-de-obra qualificado com o aprendizado de ofícios mecânicos. A evangelização e a civilização dos índios eram formas de fortalecer a aliança entre o Estado português e a Igreja. Este projeto educacional fortalecia ambas as partes, uma vez que, o Estado conseguia sua mão-de-obra desejada, através da escravidão indígena, um forte interesse político, e também com um forte interesse religioso, uma vez que conseguiam a implementação da religião cristã nos indígenas. Pode-se dizer que os jesuítas foram os principais componentes do ensino escolar no Brasil colônia.
 Os índios além de terem que serem incutidos nas doutrinas religiosas dos padres, que construíam igrejas, conventos e escolas, aprendiam também a fabricar móveis e utensílios, desde a arte do couro e com madeiras, eram completamente explorados. Os estudantes de teologia focavam-se nesses aprendizados, enquanto os padres focavam-se na educação das aldeias mais afastadas. O uso conjunto de política e religião neste contexto se baseava em buscas de formas eficazes para dominar, conquistar e conquistar o território indígena para obrigá-los ao trabalho compulsório e isso tudo usando os princípios da evangelização e sua necessidade de tornar os índios seres civilizados.
 Para maior conversão dos nativos, os jesuítas iniciaram o processo de aldeias jesuítas, tendo uma base de que conversão, para eles, era exatamente ensino. Foram inicialmente implantadas na costa litorânea brasileira no século XVI. Já no norte do país e na Amazônia foram iniciadas no século XVII estrategicamente localizados como pontos de defesas, bem distantes das aldeias indígenas costeiras, extremamente perigosas para estes.
 Já nessas aldeias jesuítas os ensinamentos eram difundidos por sexo, onde os meninos aprendiam a rezar, a ler, escrever e contar; já as meninas eram ensinadas a fiar, a tecer, entre outros... Obediência aos missionários eram os primórdios dessas aldeias. Doutrina, e a hierarquia entre padres e índios constituíam os princípios, a base do processo de aprendizado.
 O método que os padres acreditavam ser mais eficientes para a conversão dos índios era baseado na persuasão e atração, por tal razão nunca abandonaram 100% os elementos da cultura indígena para aproximação deles com os brancos, o que facilitava essas conversões. Conforme iam progredindo, mais da persuasão eles usavam nos índios, através, principalmente, da arte, do canto e da música, já presentes na cultura indígena antes das conquistas portuguesas. Opostamente ao modo persuasivo, o modo punitivo de “aprendizado” era também amplamente instituído nas aldeias, até como prisão em cadeia das crianças indígenas que fugiam das escolas. As punições variavam entre palmatórias, castigos corporais e açoites, feitos apenas em casos claros de desobediência, usados como uma regra.
 Todo esse processo num todo culminou em um extermínio massivo da cultura indígena, aos poucos foram deixados de lado, foram completamente ignorados e convertidos. Massacrados pela escravidão e pela conversão religiosa que houve. Isso resultou numa enorme diminuição de suas tribos, o que é refletido até hoje, visto da presença dos índios em nossa sociedade é quase nula, apesar de termos órgãos reguladores e protetores. Um enorme reflexo social do tempo do Brasil colonial que destroçou toda cultura e povo indígena.
 Apesar disso, a educação indígena atualmente se tornou um direito, de forma diferenciada e exclusiva, garantido na Constituição de 1988. A partir dela, a educação indígena também se faz presente no Plano Nacional de Educação, aprovado em 2001, e no projeto de lei que se encontra em revisão do Estatuto do Índio, tramitando no Congresso Nacional. 
 A legislação que contém a educação indígena mantém atribuições como sistema de língua indígena, o uso de materiais adequados pelos próprios professores índios, uma participação efetiva da comunidade nos objetivos da escola, assim como também há um calendário específico adaptado para a vida cotidiana e de seus rituais. A mesma legislação permite que os próprios índios indiquem seus próprios membros para essas funções de professores, havendo até uma formação especifica com currículos diferenciados. 
Somente nos últimos anos, com as mudanças na política internacional, o Brasil passou a reconhecer que é um país constituído por rica diversidade de grupos étnicos e a legislação concedeu a esses povos o direito à manutenção de suas especificidades culturais, históricas e linguísticas, mudando, também, a política governamental em relação à educação escolar indígena. (Buratto, 2010, p. 54).
 Entretanto, todas essas definições das legislações são tratadas mais como teorias, como uma forma de princípio, do que realmente uma prática, uma realidade. Há uma série de impasses e imposições administrativas que ainda as impedem de se concretizarem, retardando todo o processo. Há como uma esperança, a visão de que o cenário atual como um todo é bem melhor do que o encontrado anos atrás. Tudo por consequência do extermínio e massacre feitos com os índios há séculos atrás. Tudo não se passa de uma consequência social e histórica severa feita com eles, algo irreparável que destruiu suas tradições, cultura, povoado, famílias e algo totalmente desumano. Algo que certamente define nossa história por completa, uma série de erros com os nativos que causou toda miscigenação e origens de problemas dos mais diversos.
PLANO DE AULA
Disciplina: História
TEMA: Preconceito
Conteúdo: Resolução de Problema emSala de Aula - Indígena 
FAIXA ETARIA: 3º Ensino Fundamental 1 (8-9 anos)
Objetivos gerais: Fazer com que as crianças percebam como é diferente do outro, saber lidar com a diversidade e assim respeitar os outros em suas singularidades.
Objetivos específicos:
· Conhecer a história dos Índios
· Conhecer os Hábitos e costumes indígenas 
· Conhecer a influência indígena na nossa vida
· Respeitar a cultura indígena 
RECURSOS:
· DVD e televisão.
· Lápis, tintas, giz de cera, cartolina, lantejoulas
· Tecidos para roupas 
Procedimentos Metodológicos: 
 As atividades serão desenvolvidas em grupo e de forma individual com a interação professor-aluno.
 Serão confeccionados juntamente com as crianças diversos objetos de origem indígena.
 Antes de iniciar cada atividade será explicado para os alunos os objetivos, os procedimentos, o conceito de cada conteúdo estudando, levantando as hipóteses dos mesmos em relação ao tema abordado durante a semana.
ATIVIDADE 1: Professora Karen, resolveu chamar Ubiratan na frente dos seus colegas, para contar sobre a história dos índios. Para assim tentar sensibilizar as crianças sobre preconceito que eles já sofrem, as dificuldades que eles enfrentam, seus usos, costumes, hábitos alimentares, palavras. E assim fazer com que as crianças entendam que o índio também sabe amar. 
ATIVIDADE 2: Assistir um vídeo sobre a cultura indígena. 
ATIVIDADE 3: A professora fez uma roda de conversa com a turma, para saber o que elas acharam da história do Ubiratan e sobre o vídeo. Explorou todos os aspectos, fazendo um contraponto, perguntando se aqui na escola todas as crianças são iguais? Através desta pergunta, fez um debate e discussão. 
ATIVIDADE 4: Pediu que as crianças escolham um coleguinha da sala para desenhar e escrever um nome, observando características deste colega. Cor dos olhos, cor da pele, tipo do cabelo, altura etc. Disponibilizou diferentes matérias para a decoração dos desenhos das crianças, lã de diferentes cores para o cabelo, lantejoulas para os olhos, tecidos para as roupas etc. 
ATIVIDADE 5: Fez uma exposição em sala de aula para que os colegas se vejam na representação feita pelo amigo e perceba as diferenças entre eles. 
TEMPO: 2 aulas por semana – 50 minutos. 
AVALIAÇÃO: Foi através da roda de conversa e da atividade, que a professora percebeu a aceitação das crianças sobre as diferenças entre eles. Foi assim que eles aceitaram Ubiratan. As crianças começaram a interagir mais com ele, tiveram mais curiosidade em saber de sua cultura, costumes e até mesmo suas brincadeiras.
 
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Carlos R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1981
BURATTO, Lucia Gouvêa. Educação Escolar Indígena na Legislação Atual. Paraná: ed. Maringá, 2010.

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