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Casos concretos 1-8 Hugo Rigotti 201804153737


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CASO CONCRETO 1: Wade Wilson alugou um apartamento de propriedade de Peter Parker em Belém (PA). O
contrato de locação previu: valor e pagamento do aluguel, dever de cuidados com o bem,
as taxas de condomínio serem de responsabilidade de Wade Wilson (locatário) e que a
duração do contrato é de 3 anos. Assim durante todo o lapso contratual o locatário cumpriu o contrato, pagando em dia o aluguel e o valor da taxa de condomínio, bem como
manteve o devido cuidado com o bem. Véspera da data de devolução do apartamento Peter Parker recebeu comunicação do município de Belém informando que havia débito
de 2 anos nos valores referente ao IPTU do apartamento.Com fulcro no informado responda:
a) Peter Parker pode cobrar os valores referente ao IPTU de Wade Wilson, vez que este era responsável pelo imóvel durante o período? Explique.
b) Vencido o prazo de 3 anos do contrato, caso Wade Wilson recuse-se a devolver o
apartamento, quais características do Direito das Coisas Peter Parker pode dispor para
impor seu direito de propriedade sobre o bem? Explique.
A) Não. Como não foi determinado em contrato antes, a obrigação (propter rem) do pagamento é de responsabilidade do Sr Peter Parker proprietário do imóvel.
B) Caso o Sr Wade Wilson não devolva o apartamento no fim do contrato, o proprietário Sr Peter Parker pode lançar mão do direito de sequela e buscar o bem em questão.
CASO CONCRETO 2: Mogli comprou uma mansão de 1.200 m² em Balneário Camboriú (SC), tendo realizado o devido registro em cartório desta compra. Esta mansão serve apenas como casa de veraneio, vez que é uma casa de praia. Pocahontas resolveu passar o carnaval em Balneário Camboriú, assim realiza contrato de locação com Mogli, o contrato firmado é por temporada (período do carnaval), sendo pactuado o valor e data de devolução do imóvel (12:00 h da quarta-feira de cinzas), analisando a presente situação responda:
A) Pocahontas tornou-se possuidora do imóvel? Qual das teorias sobre a posse abraça esta situação? Explique. B) Classifique a posse apresentada.
C) Quando Pocahontas chegou à casa conheceu o Sr. Aladdin, caseiro contratado por Mogli para cuidar da casa de praia. Pode-se afirmar que Aladdin é possuidor da casa? Explique.
A - Sim, Pocahontas tornou-se possuidora do imóvel por uma curta temporada. Não existe intenção de ficar com o bem por prazo indeterminado!
B - Posse derivada, justa, direta e de boa-fé.
C - Não, Aladdin é o fâmulo de posse, conserva a posse em seu nome e em cumprimento de ordens de Mogli. Artigo. 1198 CC/02.
CASO CONCRETO 3: Sheldon em suas andanças pela cidade do Rio de Janeiro descobriu um apartamento em
Copacabana desocupado e anunciado para aluguel. Sem conversar com o proprietário
desse imóvel, Sheldon informou à portaria do prédio que comprou o imóvel e entraria
para tomar posse. Após adentrar o apartamento ele trocou as fechaduras das portas de
acesso, colocou uma banheira no banheiro da suíte e apresentou-se a todos do prédio
como novo proprietário do imóvel. O Sr. Holowitz, verdadeiro proprietário do imóvel, tomou conhecimento da invasão realizada por Sheldon 1 mês após o ato e contratou advogado para realizar a proteção dos direitos sobre sua propriedade. Assim, pergunta-se:
A) Qual foi a espécie de ataque a posse? Qual o remédio cabível para defendê-la? Explique.
B) Em razão da ação judicial Sheldon deverá devolver o imóvel, quanto à banheira
instalada no apartamento, ele terá direito de ser indenizado?
C) Caso, durante o período que ocupou indevidamente o imóvel, Sheldon tenha alugado
dois quartos do apartamento para turistas em veraneio na cidade do Rio de Janeiro, pelo
valor de R$ 10.000,00. Ele poderá ficar com este valor? Explique.
 A) A espécie do ataque a posse é o esbulho. O remédio cabível para defendê-la seria uma ação de reintegração de posse de nova força pois não passou 1 ano do ocorrido. B) Sheldon era possuidor de má fé, logo de acordo com o artigo 1220 do CC ele não será indenizado e nem tem o direito de levantamento. C) Não. Ele alugou um bem que não era seu enquanto tinha uma má fé na posse do mesmo. Logo o Sr. Holowitz terá direito a ser indenizado por esses valores. Artigo 1216 CC
CASO CONCRETO 4:
Verônica é proprietária de uma casa em bairro estritamente residencial na cidade de João Pessoa (PB). Verificando as possibilidades de negócio a mesma observa que estão chegando as festas juninas, como Verônica precisa urgentemente de dinheiro resolve montar uma fábrica de fogos de artifício em sua casa, para tanto recebe meia tonelada de pólvora e outros itens para a produção dos fogos. Archie, seu vizinho, testemunha a entrega destes itens, imediatamente ele a questiona sobre os riscos desta atividade. Verônica de forma calma e serena responde que a propriedade da casa é dela e assim ela pode fazer o que bem quiser em seu imóvel. Por ser dono a pessoa pode fazer o que bem entender no imóvel? Explique.
 Não. Deve-se respeitar o princípio da função social da propriedade e os limites do direito de vizinhança. Logo, mesmo sendo a proprietária não pode exercer essa atividade perigosa em bairro estritamente residencial.
CASO CONCRETO 5:
Bentinho é proprietário de um terreno em Ribeirão Corrente (SP). Este terreno tem as seguintes dimensões: 100 metros de testada (frente), 100 metros de fundos, 500 m na lateral esquerda e 500 m na lateral direita (100m X 500m). Seu vizinho é Escobar, que possui um terreno muito menor que o de Bentinho, sendo uma área de 40m X 500 m. Não há cercas entre as duas áreas. Bentinho resolveu plantar café em seu Terreno, tendo contratado diversas pessoas para realizar o plantio, deixando um capataz responsável pelos serviços. Ocorre que Bentinho precisou ausentar-se durante o período do plantio, e infelizmente o capataz não conhecia os limites do terreno, tendo usado toda a área de Escobar, em razão da inexistência de cerca. Escobar em diversas visitas à área viu o cultivo e nada falou. No dia que foi concluída a plantação, Escobar construiu cerca separando seu terreno da área de Bentinho e disse que aquela área era dele e ninguém tinha direito a nada sobre aquela plantação. Escobar está correto ou Bentinho pode alegar ter algum direito? Qual? Explique.
De acordo com o caso em questão estamos diante de uma acessão artificial. Artigo 1253 e SS do CC. Logo, Escobar está errado. Como houve boa-fé por parte de Bentinho e seu capataz que apenas por ausência de cerca semeou os 2 terrenos o mesmo tem direito a ser indenizado. Apenas o valor gasto para realizar a plantação.
CASO CONCRETO 6: Hermione e Rupert conheceram-se em Salvador, durante o carnaval. Após alguns meses de namoro resolveram morar juntos. Com muito esforço conseguiram comprar uma casa, único imóvel de ambos, cravado em um terreno de 220 m². Com 5 anos de relacionamento tiveram um filho, Rupert Júnior. Após 7 anos desta convivência Hermione conheceu um rapaz chamadoTom, tendo se apaixonado perdidamente por ele. Paixão esta que resultou no abandono do lar, Hermione simplesmente saiu de casa com a roupa do corpo e durante 5 anos não deu notícias. Um belo dia, ao voltar do trabalho, Rupert encontra com Hermione na porta da casa. Esta nem mesmo perguntou por Rupert Júnior, apenas afirmou que estava precisando de dinheiro e queria que Rupert vendesse a casa, a fim de dividir o valor do bem. Rupert, assustado com esta situação, procurou um advogado e o perguntou se não haveria alguma forma dele adquirir a propriedade integral desta casa. Caso positivo, diga que modo de aquisição é este e seus requisitos. 
Estamos diante de uma usucapião familiar artigo 1240 A do CC. Ele preenche os requisitos pois o terreno deve ser de até 250m² e o dele tem 220m². 2 anos ininterruptos sem a oposição do ex cônjuge e ele tem 5 anos. E Hermione abandonou o lar e ele consegue provar pois a mesma deixou o filho e saiu apenas com a roupa do corpo. Logo ele pode ter a propriedade integral da casa.
CASO CONCRETO 7: Iracema tem imenso dom artístico, sendo capaz de criar as mais belas figuras sacras a partir de pedras de mármore. Apesar de estranhar o tamanho de uma pedra de mármore entregue por seu fornecedor em seu atelier, Iracema a considerou ideal para esculpir uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida. E assim fez, tendo realizado seu melhor trabalho! Dias após a conclusão deste trabalho, Brás Cubas, mais famoso artesão de Juazeiro do Norte (CE), apresenta-se no atelier de Iracema e informa que o fornecedor de mármore entregou erroneamente uma pedra, justamente a que foi transformada. Ato contínuo, solicita que Iracema entregue imediatamente a obra, vez que feita em material pertencente a ele. Cabe razão a Brás Cubas? Que tipo de transformação aconteceu? Como deve ser resolvida?
Não cabe razão a Brás Cubas. Aconteceu uma transformação de matéria prima alheia em uma nova espécie.(Especificação). De boa-fé por parte de Iracema. Artigo 1269 e SS do CC. Porém, Brás Cubas será indenizado pela matéria prima perdida.
CASO CONCRETO 8: Anita é proprietária de um terreno em Nova Iguaçu, no qual resolveu construir uma casa.
A edificação realizada está a meio metro de distância do terreno de sua vizinha, Valesca.
Ainda no início da construção, Valesca observa que a casa que está sendo construída por Anita terá uma janela justamente na parede que faz limites com seu terreno, bem como o telhado da casa despejará todas as águas pluviais diretamente no terreno de Valesca. A construção de Anita obedece ao direito de vizinhança? Explique.
A construção de Anita não obedece o direito de vizinhança pois de acordo com os artigos 1300 e 1301 do CC nenhum proprietário pode construir de maneira que sua edificação despeje águas, diretamente, sobre o terreno vizinho, bem como não se pode abrir janelas a menos de metro e meio do terreno vizinho.