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MATERIAL DIDÁTICO AULA 1

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A formação do jornalista especializado: 
 
As redações são divididas em editorias que correspondem a áreas de atividade de interesse 
jornalístico. 
O jornalista deve saber escrever sobre cada uma dessas áreas. 
Qual o caminho para a formação de um jornalista especializado? Nilson Lage desenvolve uma 
reflexão interessante sobre a questão na introdução do capítulo - Reportagem Especializada - 
de sua obra 
A Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Ele diz que alguns podem 
pensar da seguinte forma: se cada área pressupõe algum conhecimento específico, por que 
não transformar especialistas (urbanistas, cientistas políticos, economistas) em jornalistas e 
não o contrário? 
Entre as respostas podemos citar estas: 
1 - Teoria da inocência: o repórter deve observar a realidade com senso comum, que exclui 
formação especializada. 
2 - Cada profissão tem a sua própria ética e seus valores corporativos: médicos, por exemplo, 
são impedidos de criticar publicamente outros médicos. Na função de jornalistas teriam que 
abandonar os valores das atividades de origem. 
3 - A formação de um bom especialista envolve grande investimento intelectual: haveria perda 
social em transformar um físico teórico em jornalista especializado em ciência. Serviria só para 
a sua especialidade, a Física, e pouco ajudaria numa reportagem sobre Paleontologia. Muitas 
habilidades, custosamente adquiridas, perderiam utilidade. 
O alcance da informação: 
A informação jornalística é o espaço privilegiado da reportagem especializada. Uma 
peculiaridade é destinar-se a públicos mais, ou menos, heterogêneos. A máxima 
heterogeneidade seria a audiência presumível de uma emissora de TV aberta (audiência de 
massa). A mínima heterogeneidade encontra-se 
entre leitores de revistas ou sites destinados a aficionados de uma atividade como engenharia 
naval ou surf. Quanto mais específico o público, mas se pode particularizar a linguagem. 
Há relação entre interesse jornalístico e abrangência de público. Quanto maior o interesse 
jornalístico, maior a abrangência do público a que a informação se destina. 
Exemplo: A conquista de um campeonato mundial de natação: para o público em geral, 
curiosidade quanto à personalidade do atleta e ao ranking da disputa. Para o segmento 
especialista em treinamento desportivo, será relevante também a preparação do atleta e o 
ritmo das braçadas. 
Capacitações do profissional 
Situação predominante no Jornalismo atual é de jornalistas que se especializam para cobrir 
diferentes áreas de conhecimento. Em seis meses ou um ano de leitura e observação, qualquer 
jornalista competente é capaz de se "adestrar" para cobrir áreas tão específicas quanto o 
mercado de capitais ou o setor de saúde de uma metrópole. 
A atividade jornalística em si mesma deve ser considerada uma atividade especializada, na 
medida em que envolve uma formação específica e se insere em determinado segmento 
mercadológico, o da indústria da informação. 
A organização do trabalho jornalístico moderno, com a distribuição dos repórteres por 
editorias - economia, política, geral, polícia, cultura, esportes, e, mais recentemente, ciências, 
turismo, educação, gastronomia e outras áreas de conhecimento - demonstra a preocupação 
de jornais e revistas com uma produção destinada a consumo de públicos diferenciados, com 
interesses diversos. 
A criação de cadernos específicos para áreas como Cultura e Saúde, por exemplo, ou de 
suplementos especiais de fim de semana, como Literatura ou Decoração, assinala uma 
tendência consolidada no Jornalismo, que pressupõe conhecimento e domínio do tema por 
parte do jornalista e que envolve também a adoção de gêneros textuais diversos em um 
mesmo veículo. 
 
Editorias - História e Atualidade: 
As editorias surgem em decorrência do processo de profissionalização do Jornalismo entre o 
final do século XIX e início do século XX, integrando a implantação de um modelo industrial à 
estrutura de produção da notícia. Nesse modelo, a redação se organiza a partir de uma divisão 
de funções, que abrangem todas as etapas da "linha de produção" da informação jornalística. 
O modelo adotado é o das empresas jornalísticas americanas, em que a função do editor é 
fracionada pela divisão do conteúdo por áreas específicas - política, economia, geral, polícia, 
internacional, esportes, cultura, etc - cada qual com seu próprio editor e equipe de repórteres 
dedicados exclusivamente ao acompanhamento dessas áreas. 
As editorias, portanto, são núcleos de produção especializada que visam, principalmente, a 
otimizar o processo de produção jornalística. 
As seções internas surgem nesse período e contribuem para instituir uma ordem à 
apresentação até então caótica da informação nos jornais. Design gráfico e divisão editorial se 
somam para organizar e hierarquizar o conteúdo jornalístico, contribuindo para facilitar os 
processos de leitura. Assim nasce o jornal moderno. 
O jornalismo moderno, portanto, se preocupa em selecionar, hierarquizar e classificar a notícia 
e a informação. Essa divisão dos assuntos por áreas específicas, distribuídas em páginas, 
cadernos ou suplementos próprios, se propõe a, simultaneamente, organizar o conteúdo e 
atender às necessidades de uma fatia especifica do público. 
A especialização temática é também uma estratégia jornalística de apreensão do mundo, 
diante de sua crescente complexidade, da multiplicidade e diversidade de acontecimentos e de 
sua inconstância e transformação: seleciona e impõe uma ordem no mundo social, 
distribuindo os fatos considerados relevantes para seus públicos, em um processo que 
percorre as etapas de classificação, separação e ordenação. 
As editorias - e seções, colunas, cadernos e suplementos - constituem estruturas fixas dos 
jornais diários. 
Algumas circulam diariamente; outras uma vez por semana, em dias próprios. As editorias 
mais tradicionais - presentes em todas as edições na maioria dos jornais - são as de esporte, 
política, economia, cultura, polícia e geral (além da editoria de internacional, produzida com 
material de correspondentes e/ou de agências de notícias). 
Nas edições de fins de semana, muitos jornais são encorpados com páginas e/ou suplementos 
especiais de circulação semanal, voltados para áreas ainda mais específicas, como 
gastronomia, decoração, viagens, saúde, moda, literatura, ciências e tecnologia. Há também 
cadernos dedicados à programação de TV e a comportamento em geral. 
Dentre as áreas que começaram a se destacar mais recentemente, podemos citar as de meio 
ambiente e qualidade de vida ou bem-estar, questões sobre as quais há uma crescente 
preocupação por parte do cidadão. 
Especialmente no mercado de revistas, onde o processo de segmentação é mais evidente, há 
uma série de outros ramos do conhecimento ou áreas de atividade cujas necessidades 
específicas de seus públicos são atendidas, como religião, beleza, música, fotografia, cinema, 
arte, educação e inúmeros outros. 
(Tema para a próxima aula). 
O trabalho nas editorias - e principalmente nas publicações especializadas - demanda um 
conhecimento mais especializado por parte de editor e repórteres, que passa pelo domínio do 
vocabulário específico da área, pelo conhecimento de seus fundamentos teóricos, de seu 
histórico e personagens principais. 
Por isso, que o Jornalismo Especializado vem atender a uma demanda por abordagem de 
temas de interesses específicos, com tratamento e linguagem diferenciados, que fogem da 
padronizacão do jornalismo generalista. 
Conclusão: Podemos definir como Jornalismo Especializado tanto aquele que aborda um tema 
específico (nas editorias) quanto o que realiza produção jornalística para um público específico 
sobre determinado tema (veículos especializados).

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