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O Papel do Brincar na Educação Infantil

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BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
Janine Pereira Santos 
Joana Darc Venancio 
 
RESUMO: 
Palavras – chave: Brincar; Aprender; Creche; Papel do Professor; Educação Infantil. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 Ao se pesquisar um breve histórico sobre a infância no decorrer dos tempos verifica – se que 
nem sempre ela teve um lugar de evidência na composição da criança pequena. Antigamente 
não existia um reconhecimento da criança como indivíduo e nem o conceito de infância, nas 
civilizações antigas e Idade Média os bebês e as crianças pequenas foram considerados seres 
nulos e mini – adultos. Após, a Revolução Industrial (XVIII e XIX), a Educação Infantil 
(creche) surgiu como um espaço de cuidados, com o direito da mãe trabalhadora sobreposto ao 
da criança, sabe – se que ela surgiu como uma instituição assistencial (geralmente pública e 
filantrópica) com o objetivo de suprir as necessidades da criança privilegiando os aspectos de 
higiene, saúde e alimentação, ocupou – se em muitos aspectos do lugar da família, era um 
atendimento focado na guarda e não na educação as crianças eram tidas como seres frágeis, 
incapazes e imaturos. No Brasil surgiu em função da crescente urbanização e estruturação do 
capitalismo e da necessidade dada a mulher de entrar no mercado de trabalho, gerou – se assim 
movimentações entre operários pela reinvindicação de se ter lugares para deixarem seus filhos, 
que ficavam durante muitas horas distantes das mães. O cuidado era para classe dos 
trabalhadores, que necessitavam de um espaço em que seus filhos fossem “guardados”, 
assegurando – lhes o bem estar apenas físico já para as famílias com melhor condição 
financeira, a escolha era um espaço em que as crianças preparavam – se para o antigo primário 
eram as chamadas “escolinhas” funcionavam em meio período, mas somente para os que 
podiam pagá – las. Percebe – se assim, que nem sempre a Educação Infantil teve um lugar de 
destaque na formação da criança pequena em favor da sua identidade social e de seu 
desenvolvimento físico, intelectual e afetivo. 
1.1 Apresentação do Tema e do Problema 
 Desta maneira, o presente projeto visa mostrar a temática da Educação de crianças de 0 a 6 
anos (Educação Infantil – específicamente na faixa etária de 0 a 3 anos - creche) esta etapa é a 
única vinculada a uma idade própria, desempenhada em instituições educativas que atendem 
crianças de zero a três anos na creche e de quatro a cinco anos na pré-escola. A primeira 
iniciativa legal a favor do ensino da Educação Infantil no Brasil, foi a Constituição Federal de 
1988, que, atendendo aos anseios da sociedade, especialmente do movimento das mulheres, 
definiu como dever do Estado a garantia da oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de 
qualidade para as crianças de zero a seis anos. Isso foi um marco que trouxe a ideia da criança 
cidadã, sujeito de direitos, e rompendo assim, com o entendimento da função da creche e pré-
escola apenas para suprir as necessidades maternas e assistencialistas. Em 1990, o Estatuto da 
Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069 - ECA) confirmou a concepção de criança cidadã e, em 
1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394 - LDB) consolidou a 
Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica um direito da criança. 
Proporcionando ao aluno um ambiente rico em experiências necessárias ao desenvolvimento 
físico, intelectual e social complementando a ação da família e da comunidade tendo como 
objetivo uma educação de qualidade que busque contribuir na transformação da realidade social 
compreendendo assim, o espaço/tempo ao qual a criança está inserida. Pretende – se com a 
mediação de adultos alcançar formas de proporcionar ambientes que estimulem a curiosidade e 
proporcione uma aprendizagem significativa e integral para as crianças já que a infância é um 
período de grande desenvolvimento para elas. 
 Hoje, a ideia central da Educação Infantil conforme os principais documentos que regem 
essa etapa orientam é propor experiências significativas pelas interações e brincadeiras, 
rompendo também com o desenvolvimento de práticas pedagógicas adiantadas e a organização 
rígida do tempo, que não permite as crianças estabelecerem relações de investigar e construir 
sentidos. O lúdico faz uma conexão entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais na 
Educação Infantil pois, as atividades lúdicas podem ser bastante úteis em diversas situações 
pedagógicas. A criança tem papel ativo na aprendizagem e o brincar é a sua linguagem através 
do desenvolvimento global (social, cultural e pessoal), elas organizam ideias e sentimentos, 
compreendem o mundo através da brincadeira. A rotina é importante, mas deve ser flexível para 
acolher as necessidades infantis pois, cada criança tem um ritmo de aprendizagem e de 
desenvolvimento, o qual deve ser compreendido e respeitado. Com isso, tornar – se essencial 
garantir as crianças brincarem sem que necessariamente tenham que atingir algum objetivo, 
antes, durante ou depois das atividades pois é no ato de brincar que possibilita – se o processo 
de aprendizagem da criança já que ela vive e senti sobre a sua realidade, cultura e o meio ao 
qual está inserida. Como o brincar contribui no processo de aprendizagem na Educação 
Infantil? 
 É preciso compreender que a criança aprende e cresce brincando! Porém, ainda existe a 
crença de que o brincar é espontâneo e que não precisa se fazer nada para que a criança brinque 
já que não contribui para o desenvolvimento muitos professores relatam que uma das maiores 
dificuldades em realizar o trabalho pautado pelo brincar é a demanda familiar que anseia 
antecipação de conteúdos escolares. Dessa forma o brincar, muitas vezes é deixado de lado 
utilizado como uma atividade secundária, algo a ser realizado depois da obrigação. Contudo, é 
na brincadeira que a criança exterioriza seus sentimentos e tem mais possibilidades de expressar 
suas opiniões com ela surgem oportunidades de aprender, respeitar e seguir regras que também 
são garantidas, por isso pode – se dizer que o brincar e as interações, que são os eixos 
norteadores do currículo, conforme previstos no documento das Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Infantil (2009), exercem papel fundamental e decisivo nas relações 
entre criança e adultos, entre criança e outras crianças e entre a criança e o meio fazendo o 
tempo da creche e pré – escola uma oportunidade significativa de apreender e habitar o mundo. 
 Faz – se necessário ao exercer o magistério despir – se de preconceitos, um deles, sobre ao 
qual pouco se fala, pois não faz menção a cor, etnia, ou religião, é o pré-conceito da ideia de 
criança idealizada. Desta maneira, o planejamento e a intencionalidade do professor na 
Educação Infantil deve estar atuante em favor dos seus pequenos alunos em prol do 
desenvolvimento integral encarando – os como prioridade e assim, assumindo o brincar como 
fio condutor da proposta pedagógica tendo compromisso ético com a profissão, objetividade e 
intencionalidade em todas as ações vinculando – se a teoria a uma prática educativa reflexiva, 
ativa, crítica e criativa durante o processo de desenvolvimento infantil para cada criança. A 
Base Nacional Comum Curricular (2017), para a Educação Infantil propõe a organização 
curricular com base em cinco Campos de Experiência: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e 
movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaço, 
tempo, quantidades, relações e transformações. Esse documento explicita também sobre os seis 
direitos de aprendizagem e desenvolvimento nesta etapa da educação que são: conviver, brincar, 
participar, explorar, expressar, conhecer – se. 
 Na Educação Infantil, formentar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças significa 
ajudá – las a progredir na definição da própria identidade, no conhecimento e navalorização de 
si mesmas. Esse é o grande desafio para o educador infantil em sua formação lúdica e na 
construção interdisciplinar do processo aprendizagem , com ênfase no lúdico (brincadeiras, 
jogos e interações), na afetividade e na interdisciplinaridade. Afinal, é por meio de atividades 
lúdicas que o desempenho da criança passa a ajudá – la a aprender a conviver com os colegas 
e aumentar seus conhecimentos em prol do desenvolvimento infantil. 
2. QUESTÕES NORTEADORAS 
Minhas principais inquietações são: 
- Qual a importância do Brincar na Educação Infantil? 
- Por que ainda existe um pré-conceito com o “brincar” como um dos eixos importantes de 
aprendizagem na Educação Infantil? Será que os pais/responsáveis e até alguns 
profissionais da área da educação necessitam de mais informações e até mesmo uma melhor 
interligação entre creche – pré-escola e família? 
- Quais os benefícios do brincar para as crianças pequenas em prol de seu desenvolvimento 
físico, cognitivo e afetivo – social? 
 - Quanto esse desenvolvimento influenciará positivamente na vida intraescolar e 
extraescolar dessas crianças? 
 
3. JUSTIFICATIVA 
 A escolha do objeto de pesquisa deste trabalho de projeto surgiu através da observação, de 
experiências e pesquisas sobre o brincar na Educação Infantil pois, as crianças nesta etapa da 
educação aprendem através das brincadeiras e interações com elas mesmas e entre crianças e 
adultos. Ir em uma creche ou pré-escola e não vê crianças aprendendo no brincar, da contação 
de história, roda de conversa, dança, musicalização entre outros é quase impossível! O brincar 
faz parte da rotina da Educação Infantil áreas externas, parquinhos e brinquedotecas são 
recursos de espaços que favorecem o desenvolvimento das crianças. 
 Além disso, o brincar não só é importante para criança como faz parte do cotidiano dela 
como sendo um processo de humanização o desejo natural da criança de explorar, 
desenvolvimentos que iniciam – se desde cedo através das brincadeiras, brinquedos e jogos que 
surgem gradativamente nas suas vidas. As brincadeiras tornam – se uma ferramenta essencial 
para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças já na primeira infância e 
conforme forem crescendo, a criança vai brincar espontaneamente, vai tentar recriar o que vive 
e vê na sua realidade para melhor compreendê – la e integrá – la. Na Educação Infantil o brincar 
é um eixo importante no processo de ensino e aprendizagem das crianças na faixa de zero a seis 
anos, os professores precisam compreender a importância desse eixo como prática pedagógica 
e assim não descaracterizar o prazer que o lúdico proporciona no desenvolver de diferentes 
atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de 
significados construtivos no decorrer das etapas escolares que a criança passará e também na 
influência benéfica no desenvolvimento de todas as esferas da sua vida. 
 Logo, é essencial que os adultos proporcionem um ambiente seguro e adequado para que a 
criança aprenda através do brincar. Pois a infância é necessária para todos, e além de casa, 
comida, saúde e educação, é necessário que haja tempo e espaço para brincar, lembrando e 
assegurando também ao professor que para trabalhar de forma lúdica, ele também precisa 
considerar prazeroso desenvolver tal brincadeira – atividade – jogo. Dessa maneira, quanto mais 
pesquisas surgirem em favor do brincar como aprendizagem na Educação Infantil o rotular 
pejorativo desse conhecimento diminuirá dando mais visibilidade para esta etapa da educação 
tão importante para o desenvolvimento físico, intelectual e socioemocional dos bebês e 
crianças. 
4. OBJETIVOS 
4.1 GERAL 
a) Verificar os objetivos do Brincar na Educação Infantil 
4.2 ESPECÍFICOS 
1. Apontar os passos necessários de uma rotina de Creche (crianças de 0 a 3 anos) na 
Educação Infantil que privilegie as brincadeiras e interações. 
2. Identificar o papel da Creche (crianças de 0 a 3 anos) no desenvolvimento global (físico, 
cognitivo e afetivo – social) das crianças nessa faixa etária. 
3. Reconhecer o aluno da creche (crianças de 0 a 3 anos) como ser ativo no processo ensino 
– aprendizagem e o professor como mediador estimulando cada um de seus alunos no 
seu desenvolvimento. 
 
5. METODOLOGIA 
 A pesquisa a ser realizada neste trabalho pode ser classificada como qualitativa. Isto porque 
a pesquisa qualitativa considera que existe uma relação entre o mundo e o sujeito além daquela 
traduzida em números. O objetivo da pesquisa é descritivo, e o pesquisador tende a analisar 
seus dados indutivamente. Para essa abordagem de pesquisa, há subjetividades e nuances que 
não são quantificáveis por si só. 
https://blog.mettzer.com/pesquisa-qualitativa/
 Quanto à metodologia o trabalho em mãos faz a opção pelo método dedutivo. Esta opção 
se justifica porque o método escolhido permite que se comece com uma dedução que será 
examinada até que seja encontrado o resultado final. O método dedutivo é usado para testar as 
hipóteses já existentes e, assim, provar teorias. 
 Enquanto procedimento, este trabalho realizar – se – á por meio de coleta de informação que 
estão sendo realizados através de pesquisa documental (livros, revistas, jornais, relatórios, 
documentos oficiais, e vídeos/filmes entre outros) que tratam sobre o assunto tanto em caráter 
científico como empírico e pesquisa de campo (observação, análise e coleta de dados, hipóteses 
e entrevistas) que ocorrerão através de visitas e conversas remotas ao CEIM Norma Pinheiro 
Cardoso, creche municipal que atende 6 turmas da Educação Infantil aonde já realiza – se meus 
estágios em: Educação básica e Processos Educacionais, a proposta deste CEIM fundamenta-
se na concepção sociointeracionista (Vygotsky 1896 – 1934 ) e tem nas brincadeiras e 
interações (DCNEI – Diretrizes Curriculares Nacionais Educação Infantil e BNCC – Base 
Nacional Comum Curricular) seus eixos condutores no processo ensino – aprendizagem dos 
alunos, assim, essa pesquisa procurará buscar através destas ferramentas já citadas o 
demonstrar a rotina em uma creche que privilegia o brincar e a interação, como os agentes 
condutores desde da gestão, professores e demais profissionais da educação põem em prática 
no dia – a – dia esses eixos, quais são as dificuldades, pontos positivos , percebendo o papel da 
creche em prol do desenvolvimento global de cada um de seus alunos, aceitando as crianças 
(alunos) como seres ativos e participantes no seu desenvolvimento físico, intelectual e 
emocional. Tendo como referência estas atividades terão como suporte a compreensão do 
indivíduo como pesquisador utilizando – se de uma associação entre a teoria e a prática, ou seja, 
um aluno - pesquisador que vivencia experiências produtivas, reflete sobre o objeto de pesquisa 
e faz conclusões para área da educação tendo um olhar prático reflexivo 
 Estas ferramentas permitirão que este projeto tenha o objetivo de expor os conceitos 
significativos em referência ao Brincar na Educação Infantil (creche), destacando os benefícios 
das habilidades motoras, sociais e afetivas no contribuir do desenvolvimento e aprendizagem 
da criança na faixa etária de 0 a 03 anos, de forma que ocorra um desenvolvimento diário em 
prol de uma educação de igualdade, inclusiva e integral para a criança na pequena infância. 
6. LEVANTAMENTO DO REFERENCIAL (BASE TEÓRICA CONCEITUAL) 
DA PESQUISA 
https://www.todamateria.com.br/metodo-dedutivo/
 É válido ressaltar, que o ato de brincar está carregado de significações e de cultura. Por essa 
razão, em cada cultura, o brincar ocupa um lugar, privilegiado ou não. Infelizmente, nem toda 
infância é regada pelo lúdico (brincar) e pela afetividade. A inocência e a fantasia na vida de 
muitas crianças não são óbvias assim, pois, por vezes elas são forçadas a crescer, porque nem 
toda famíliatem espaço para a fantasia, a imaginação e a brincadeira. As crianças reais estão 
inseridas em diferentes contextos socioculturais, com isso torna – se urgente que essa criança 
real, receba proteção, cuidado e educação, tenha uma oportunidade singular: a de frequentar um 
espaço que possa resgatar e preservar (ou privar e ignorar) a vivência da infância. 
 Segundo o Parecer n° 20/09 do Conselho Nacional de Educação: 
“O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que 
buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que 
fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico. Tais práticas 
são efetivadas por meio de relações sociais que as crianças desde pequenas 
estabelecem com os professores e outras crianças, e afetam a construção de suas 
identidades.” (BRASIL, 2009b, p.6) 
 
 Logo, garantir na Educação Infantil o direito do brincar é essencial pois permite o 
desenvolvimento da criança em seu aspecto físico, cognitivo e sócio – emocional como define 
um trecho da Base Nacional Comum Curricular para esta etapa: 
“Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com 
diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a 
produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas 
experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e 
relacionais.” (BNCC, 2017 – MEC) 
 Brincar é uma característica humana! Para muitos pesquisadores, mais que uma atividade, o 
lúdico é uma atitude diante da vida. Valorizar a brincadeira não é permiti – la, é produzi – la. 
Para a investigação do tema proposto, o presente trabalho baseia – se a partir de teorias dos 
seguintes autores: 
 Segundo Fortuna e Silva (2013), o brincar não pode ser visto somente como mera distração 
para criança já que ele é a sua linguagem é o modo com que a criança se expressa aprendendo, 
conhecendo o mundo e a si mesmo vivenciando também sentimentos como alegria e medo entre 
outros que afloram no ato do lúdico. 
 Para Kishimoto (2018), a cultura lúdica nasce da interação entre a cultura da infância com a 
cultura do adulto e mais a cultura do mundo possibilitando as crianças pequenas um brincar em 
favor de um desenvolvimento de qualidade. 
 As brincadeiras são atividades fundamentais para que se desenvolva a autonomia, a 
identidade da criança e o seu imaginário, mas nem sempre ela e o jogo foram vistos como cunho 
pedagógico. Hoje, graças aos estudos realizados que já apontam essas fontes como promotoras 
de desenvolvimento e aprendizagem com isso o lúdico ganhou espaço uma vez que suas 
contribuições são indiscutíveis em todas as faixas etárias já que proporciona novas aquisições 
culturais, sociais, linguísticas e emocionais durante toda a vida de uma pessoa. A ludicidade é 
uma conquista uma aula criativa é uma aula lúdica. 
 A criança protagoniza o brincar e com isso, é possível descobrir as potencialidades que já 
existem dentro dela. Oportunizando – se uma relação sincera entre educador e educando que 
torna a aprendizagem mais propícia. Sendo assim, o lúdico tem características mediadoras 
sobre a prática pedagógica que deve ser utilizada pelos educadores nas creches e ou escolas. A 
cumplicidade e afeto devem fazer parte dessa relação. 
 Em outras palavras: brincar na infância é um meio pelo qual a criança vai oragnizando suas 
experiências, descobrindo e recriando seus sentimentos e pensamentos a respeito do mundo, 
das coisas e das pessoas com as quais convive, por isso quanto mais intensa for a brincadeira 
mais elementos oferece para o desenvolvimento mental e emocional infantil pois, o ensino 
utilizando meios lúdicos cria um ambiente gratificante e atraente, servindo como estímulo para 
o desenvolvimento integral da criança. Em algumas creches que atendem crianças de 0 a 3 anos 
possuem espaços específicos onde o lúdico, o jogo e a brincadeira se tornem algo real como 
brinquedotecas, salas de leitura, parquinhos e áreas externas para recreação. Tal proposta é 
desafiante e compremetedora se considerarmos que a educação formal , algumas vezes, inibe a 
criativiade e espontaneidade dos alunos, deixando – os desmotivados para a aprendizagem. 
 Para Vygotsky (2009), a aprendizagem em si deve ser prazerosa ele considera que o ato de 
brincar é essencial na constituição do pensamento infantil, ou seja, uma criança que brinca 
demonstra alegria em aprender, pois acontece a oportunidade de lidar com suas as energias em 
busca da satisfação de seus desejos. 
 Dessa forma, tornar – se interessante que o educador concilie a alegria da brincadeira com a 
aprendizagem escolar uma vez que o aspecto afetivo se encontra implicito no ato de jogar. A 
utilização de jogos no processo pedagógico faz – se despertar o gosto pela vida e leva os 
pequenos aprendizes a enfrentarem os desafios que a eles surgirem. A convivência de forma 
lúdica e prazerosa com a aprendizagem possibilita á criança estabelecer relações cognitivas ás 
experiências vivenciadas. Brincando a criança faz exercícios e constrói seu conhecimento. 
Brinquedos e jogos na educação vão além do mero divertimento uma vez que a criança atinja 
níveis cada vez mais complexas no desenvolvimento socioemocional e cognitivo. 
 Segundo Vygotsky (1998), o brinquedo cria na criança uma zona de desenvolvimento 
proximal, que é por ele definida como: [...] a distância entre o nível de desenvolvimento real, 
que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de 
desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de 
um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. Para esse autor, o nível de 
desenvolvimento real refere – se a tudo aquilo que a criança já tem consolidado em seu 
desenvolvimento, e que ela é capaz de realizar sozinha sem a interferência de um adulto ou de 
uma criança experiente. 
 Por meio das brincadeiras é possível enxergar a experiência de vida da criança gestos, sons, 
expressões, inflexões, et. Com isso, é possível descobrir a significação da linguagem que o 
pequeno aprendiz traz. Por meio do brinquedo há um caminho possível de encontro entre a 
criança e o educador. Nas creches ou pré – escolas na Educação Infantil o educador precisa 
saber ser na sua teoria e prática pedagógica um profissional consciente, criativo e ousado que 
aposta no lúdico como possíbilidade de integração, de descoberta e de encontro consigo mesmo 
e com os educandos. 
 Toda expressão do corpo capaz de comunicar é considerada linguagem. O gesto, o 
movimento, o desenho, a dança, o choro, entre outras manifestações infantis. Para o psicólogo 
Bielo – russo Lev Vygotsky, o pensamento e a fala não tem elo, é com a evolução do 
pensamento e da fala que surge uma conexão, dando condições para que se modifiquem e se 
desenvolvam (LA TAILLE, 1992). 
 Segundo sua teoria, o pensamento da criança pequena, inicialmente evolui sem a linguagem. 
Outra, importante contribuição deixada por Vygotsky é a constatação de que o desenvolvimento 
do pensamento é determinado pela linguagem, isto é, pelos instrumentos linguísticos do 
pensamento e pelas experiências socioculturais da criança. 
 O estudos e pesquisas de Vygotsky mostram que quando uma criança pede de um brinquedo 
a interação está no sujeito e não nos objetos, ou seja por meio desde contato ocorre a 
participação e consequentemente o aprendizado. A convivência de crianças e professores com 
um conjunto de brinquedos pode e deve permitir que inúmeras experiências lúdicas ocorram e 
que haja interação em tais atividades para que as memórias ali contidas sejam lembradas, 
descobertas, transmitidas, descobertas, transmitidas e questionadas. 
 Portanto, é necessário direcionar um olhar atento à criança pela qual ainstituição de ensino 
creche e pré-escola está responsável, pois ela demonstra, por meio do corpo, suas necessidades, 
angústias, seus desejos, suas alegrias, enfim todos os sentimentos e as sensações 
experimentadas. 
 Já que, toda criança precisa de oportunidades para descobrir e aprender a usar a inteligência. 
Trata – se de uma conquista diária, em que seu esforço individual e a relação com seus pares 
darão sustentação, interferindo, fortalecendo ou enfraquecendo as estruturas mentais. 
 Jean Piaget (2004), possibilitou grandes descobertas na área do desenvolvimento infantil 
com observações e estudos de seus filhos, diferentemente de outros biólogos, que pautavam 
suas pesquisas, até então, por teorias e cobaias de animais. Para ele “o jogo não pode ser visto 
apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar a energia, pois ele favorece o 
desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”. Por meio dele se processa a construção de 
conhecimento, principalmente nos períodos sensório – motor e pré-operatório. 
 Por meio de jogos e brincadeiras, o aluno encontra apoio para descobri e superar suas 
dificuldades de aprendizagem melhorando seu conhecimento com o outro e o mundo para tanto 
é necessário que os professores desde da Educação Infantil até as próximas etapas da Educação 
básica estejam cientes de que a brincadeira é necessária e traz enormes contribuições para o 
desenvolvimento da habilidade do aprender e do pensar. 
 O desenvolvimento mental das crianças, segundo Piaget (2004), acontece em forma de 
esquemas. O primeiro deles é o esquema das ações; depois, surge o esquema que utiliza funções 
e conceitos; e só mais tarde acontecem os esquemas abstratos. Cada esquema de ação passa por 
dois processos distintos acomodação e assimilação. 
 Na Educação Infantil os estágios em que as crianças poderão estar como referência a idade 
aproximada (lembrando que não acontece mecanicamente e que cada criança tem o próprio 
tempo) são: Sensório – motor (do nascimento até 2 anos) – reflexos inatos. O bebê explora o 
mundo pela coordenação das percepções sensoriais e atividades motoras; Pensamento pré-
operatório (de 2 a 6 anos) – a linguagem com os outros e consigo mesmo aparece. O importante 
é o objeto concreto, é agindo sobre ele que a criança compreende. 
 Além disso, proporcionar as crianças brincadeiras e jogos que auxiliem no desenvolvimento 
da coordenação motora grossa utilizando – se dos grandes músculos do corpo todo ou várias 
partes dele ao mesmo tempo, as crianças irão colocar em ação a sua capacidade motora grossa 
(alguns exemplos: dançar, imitação de animais, circuito de obstáculos). Já no desenvolvimento 
cognitivo da criança através da coordenação motora fina que é a capacidade de alinhar os 
movimentos, usando cérebro, músculos e articulações em prol do seu desenvolvimento pode – 
se citar as atividades e jogos como recorte e colagem (papel picado, grãos, contas), jogos de 
memória, rasgar papel com as mãos, argila, massinha de modelar. 
 Pode – se pontuar também que os professores da Educação Infantil servirão de referência e, 
portanto, sua interação com a criança vai gerar aprendizado para futuros relacionamentos. Na 
Educação Infantil, a creche e a pré-escola oportunizam condições de identificação, 
conhecimento e diferenciação como ser humano. Estar nesta etapa da educação básica pode 
fazer bem, e muito, ao desenvolvimento social da criança. 
Logo, o conceito de experiência de aprendizagem deve estar alinhado com o 
contexto de vida, compreendendo o cotidiano das relações, brincadeiras, troca de ideias, o 
cuidar de si, do outro e do ambiente, as inquietações, a cultura e as descobertas do meio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
BRASIL, Constituição (1988), Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível 
em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 05 de 
agosto de 2020. 
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, p. 40, 2017. Disponível em 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. 
Acesso em: 16 de agosto de 2020. 
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação 
Básica. Parecer n°. 22, de 17 de dezembro de 1998. Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 mar. 1999a. Disponível em 
https://ndi.ufsc.br/files/2012/02/Diretrizes-Curriculares-para-a-E-I.pdf. Acesso em: 05 de 
setembro de 2020. 
_______. Lei n°. 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Diário 
Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 27 set. 1990. Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 05 de setembro de 2020. 
 _______. Lei n°. 9.394, de 20 de dezembro de 1966. Estabelece as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996a. Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 05 de setembro de 2020. 
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