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BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL Janine Pereira Santos Joana Darc Venancio RESUMO: Palavras – chave: Brincar; Aprender; Creche; Papel do Professor; Educação Infantil. 1. INTRODUÇÃO Ao se pesquisar um breve histórico sobre a infância no decorrer dos tempos verifica – se que nem sempre ela teve um lugar de evidência na composição da criança pequena. Antigamente não existia um reconhecimento da criança como indivíduo e nem o conceito de infância, nas civilizações antigas e Idade Média os bebês e as crianças pequenas foram considerados seres nulos e mini – adultos. Após, a Revolução Industrial (XVIII e XIX), a Educação Infantil (creche) surgiu como um espaço de cuidados, com o direito da mãe trabalhadora sobreposto ao da criança, sabe – se que ela surgiu como uma instituição assistencial (geralmente pública e filantrópica) com o objetivo de suprir as necessidades da criança privilegiando os aspectos de higiene, saúde e alimentação, ocupou – se em muitos aspectos do lugar da família, era um atendimento focado na guarda e não na educação as crianças eram tidas como seres frágeis, incapazes e imaturos. No Brasil surgiu em função da crescente urbanização e estruturação do capitalismo e da necessidade dada a mulher de entrar no mercado de trabalho, gerou – se assim movimentações entre operários pela reinvindicação de se ter lugares para deixarem seus filhos, que ficavam durante muitas horas distantes das mães. O cuidado era para classe dos trabalhadores, que necessitavam de um espaço em que seus filhos fossem “guardados”, assegurando – lhes o bem estar apenas físico já para as famílias com melhor condição financeira, a escolha era um espaço em que as crianças preparavam – se para o antigo primário eram as chamadas “escolinhas” funcionavam em meio período, mas somente para os que podiam pagá – las. Percebe – se assim, que nem sempre a Educação Infantil teve um lugar de destaque na formação da criança pequena em favor da sua identidade social e de seu desenvolvimento físico, intelectual e afetivo. 1.1 Apresentação do Tema e do Problema Desta maneira, o presente projeto visa mostrar a temática da Educação de crianças de 0 a 6 anos (Educação Infantil – específicamente na faixa etária de 0 a 3 anos - creche) esta etapa é a única vinculada a uma idade própria, desempenhada em instituições educativas que atendem crianças de zero a três anos na creche e de quatro a cinco anos na pré-escola. A primeira iniciativa legal a favor do ensino da Educação Infantil no Brasil, foi a Constituição Federal de 1988, que, atendendo aos anseios da sociedade, especialmente do movimento das mulheres, definiu como dever do Estado a garantia da oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade para as crianças de zero a seis anos. Isso foi um marco que trouxe a ideia da criança cidadã, sujeito de direitos, e rompendo assim, com o entendimento da função da creche e pré- escola apenas para suprir as necessidades maternas e assistencialistas. Em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069 - ECA) confirmou a concepção de criança cidadã e, em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394 - LDB) consolidou a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica um direito da criança. Proporcionando ao aluno um ambiente rico em experiências necessárias ao desenvolvimento físico, intelectual e social complementando a ação da família e da comunidade tendo como objetivo uma educação de qualidade que busque contribuir na transformação da realidade social compreendendo assim, o espaço/tempo ao qual a criança está inserida. Pretende – se com a mediação de adultos alcançar formas de proporcionar ambientes que estimulem a curiosidade e proporcione uma aprendizagem significativa e integral para as crianças já que a infância é um período de grande desenvolvimento para elas. Hoje, a ideia central da Educação Infantil conforme os principais documentos que regem essa etapa orientam é propor experiências significativas pelas interações e brincadeiras, rompendo também com o desenvolvimento de práticas pedagógicas adiantadas e a organização rígida do tempo, que não permite as crianças estabelecerem relações de investigar e construir sentidos. O lúdico faz uma conexão entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais na Educação Infantil pois, as atividades lúdicas podem ser bastante úteis em diversas situações pedagógicas. A criança tem papel ativo na aprendizagem e o brincar é a sua linguagem através do desenvolvimento global (social, cultural e pessoal), elas organizam ideias e sentimentos, compreendem o mundo através da brincadeira. A rotina é importante, mas deve ser flexível para acolher as necessidades infantis pois, cada criança tem um ritmo de aprendizagem e de desenvolvimento, o qual deve ser compreendido e respeitado. Com isso, tornar – se essencial garantir as crianças brincarem sem que necessariamente tenham que atingir algum objetivo, antes, durante ou depois das atividades pois é no ato de brincar que possibilita – se o processo de aprendizagem da criança já que ela vive e senti sobre a sua realidade, cultura e o meio ao qual está inserida. Como o brincar contribui no processo de aprendizagem na Educação Infantil? É preciso compreender que a criança aprende e cresce brincando! Porém, ainda existe a crença de que o brincar é espontâneo e que não precisa se fazer nada para que a criança brinque já que não contribui para o desenvolvimento muitos professores relatam que uma das maiores dificuldades em realizar o trabalho pautado pelo brincar é a demanda familiar que anseia antecipação de conteúdos escolares. Dessa forma o brincar, muitas vezes é deixado de lado utilizado como uma atividade secundária, algo a ser realizado depois da obrigação. Contudo, é na brincadeira que a criança exterioriza seus sentimentos e tem mais possibilidades de expressar suas opiniões com ela surgem oportunidades de aprender, respeitar e seguir regras que também são garantidas, por isso pode – se dizer que o brincar e as interações, que são os eixos norteadores do currículo, conforme previstos no documento das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009), exercem papel fundamental e decisivo nas relações entre criança e adultos, entre criança e outras crianças e entre a criança e o meio fazendo o tempo da creche e pré – escola uma oportunidade significativa de apreender e habitar o mundo. Faz – se necessário ao exercer o magistério despir – se de preconceitos, um deles, sobre ao qual pouco se fala, pois não faz menção a cor, etnia, ou religião, é o pré-conceito da ideia de criança idealizada. Desta maneira, o planejamento e a intencionalidade do professor na Educação Infantil deve estar atuante em favor dos seus pequenos alunos em prol do desenvolvimento integral encarando – os como prioridade e assim, assumindo o brincar como fio condutor da proposta pedagógica tendo compromisso ético com a profissão, objetividade e intencionalidade em todas as ações vinculando – se a teoria a uma prática educativa reflexiva, ativa, crítica e criativa durante o processo de desenvolvimento infantil para cada criança. A Base Nacional Comum Curricular (2017), para a Educação Infantil propõe a organização curricular com base em cinco Campos de Experiência: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações. Esse documento explicita também sobre os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento nesta etapa da educação que são: conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer – se. Na Educação Infantil, formentar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças significa ajudá – las a progredir na definição da própria identidade, no conhecimento e navalorização de si mesmas. Esse é o grande desafio para o educador infantil em sua formação lúdica e na construção interdisciplinar do processo aprendizagem , com ênfase no lúdico (brincadeiras, jogos e interações), na afetividade e na interdisciplinaridade. Afinal, é por meio de atividades lúdicas que o desempenho da criança passa a ajudá – la a aprender a conviver com os colegas e aumentar seus conhecimentos em prol do desenvolvimento infantil. 2. QUESTÕES NORTEADORAS Minhas principais inquietações são: - Qual a importância do Brincar na Educação Infantil? - Por que ainda existe um pré-conceito com o “brincar” como um dos eixos importantes de aprendizagem na Educação Infantil? Será que os pais/responsáveis e até alguns profissionais da área da educação necessitam de mais informações e até mesmo uma melhor interligação entre creche – pré-escola e família? - Quais os benefícios do brincar para as crianças pequenas em prol de seu desenvolvimento físico, cognitivo e afetivo – social? - Quanto esse desenvolvimento influenciará positivamente na vida intraescolar e extraescolar dessas crianças? 3. JUSTIFICATIVA A escolha do objeto de pesquisa deste trabalho de projeto surgiu através da observação, de experiências e pesquisas sobre o brincar na Educação Infantil pois, as crianças nesta etapa da educação aprendem através das brincadeiras e interações com elas mesmas e entre crianças e adultos. Ir em uma creche ou pré-escola e não vê crianças aprendendo no brincar, da contação de história, roda de conversa, dança, musicalização entre outros é quase impossível! O brincar faz parte da rotina da Educação Infantil áreas externas, parquinhos e brinquedotecas são recursos de espaços que favorecem o desenvolvimento das crianças. Além disso, o brincar não só é importante para criança como faz parte do cotidiano dela como sendo um processo de humanização o desejo natural da criança de explorar, desenvolvimentos que iniciam – se desde cedo através das brincadeiras, brinquedos e jogos que surgem gradativamente nas suas vidas. As brincadeiras tornam – se uma ferramenta essencial para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças já na primeira infância e conforme forem crescendo, a criança vai brincar espontaneamente, vai tentar recriar o que vive e vê na sua realidade para melhor compreendê – la e integrá – la. Na Educação Infantil o brincar é um eixo importante no processo de ensino e aprendizagem das crianças na faixa de zero a seis anos, os professores precisam compreender a importância desse eixo como prática pedagógica e assim não descaracterizar o prazer que o lúdico proporciona no desenvolver de diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados construtivos no decorrer das etapas escolares que a criança passará e também na influência benéfica no desenvolvimento de todas as esferas da sua vida. Logo, é essencial que os adultos proporcionem um ambiente seguro e adequado para que a criança aprenda através do brincar. Pois a infância é necessária para todos, e além de casa, comida, saúde e educação, é necessário que haja tempo e espaço para brincar, lembrando e assegurando também ao professor que para trabalhar de forma lúdica, ele também precisa considerar prazeroso desenvolver tal brincadeira – atividade – jogo. Dessa maneira, quanto mais pesquisas surgirem em favor do brincar como aprendizagem na Educação Infantil o rotular pejorativo desse conhecimento diminuirá dando mais visibilidade para esta etapa da educação tão importante para o desenvolvimento físico, intelectual e socioemocional dos bebês e crianças. 4. OBJETIVOS 4.1 GERAL a) Verificar os objetivos do Brincar na Educação Infantil 4.2 ESPECÍFICOS 1. Apontar os passos necessários de uma rotina de Creche (crianças de 0 a 3 anos) na Educação Infantil que privilegie as brincadeiras e interações. 2. Identificar o papel da Creche (crianças de 0 a 3 anos) no desenvolvimento global (físico, cognitivo e afetivo – social) das crianças nessa faixa etária. 3. Reconhecer o aluno da creche (crianças de 0 a 3 anos) como ser ativo no processo ensino – aprendizagem e o professor como mediador estimulando cada um de seus alunos no seu desenvolvimento. 5. METODOLOGIA A pesquisa a ser realizada neste trabalho pode ser classificada como qualitativa. Isto porque a pesquisa qualitativa considera que existe uma relação entre o mundo e o sujeito além daquela traduzida em números. O objetivo da pesquisa é descritivo, e o pesquisador tende a analisar seus dados indutivamente. Para essa abordagem de pesquisa, há subjetividades e nuances que não são quantificáveis por si só. https://blog.mettzer.com/pesquisa-qualitativa/ Quanto à metodologia o trabalho em mãos faz a opção pelo método dedutivo. Esta opção se justifica porque o método escolhido permite que se comece com uma dedução que será examinada até que seja encontrado o resultado final. O método dedutivo é usado para testar as hipóteses já existentes e, assim, provar teorias. Enquanto procedimento, este trabalho realizar – se – á por meio de coleta de informação que estão sendo realizados através de pesquisa documental (livros, revistas, jornais, relatórios, documentos oficiais, e vídeos/filmes entre outros) que tratam sobre o assunto tanto em caráter científico como empírico e pesquisa de campo (observação, análise e coleta de dados, hipóteses e entrevistas) que ocorrerão através de visitas e conversas remotas ao CEIM Norma Pinheiro Cardoso, creche municipal que atende 6 turmas da Educação Infantil aonde já realiza – se meus estágios em: Educação básica e Processos Educacionais, a proposta deste CEIM fundamenta- se na concepção sociointeracionista (Vygotsky 1896 – 1934 ) e tem nas brincadeiras e interações (DCNEI – Diretrizes Curriculares Nacionais Educação Infantil e BNCC – Base Nacional Comum Curricular) seus eixos condutores no processo ensino – aprendizagem dos alunos, assim, essa pesquisa procurará buscar através destas ferramentas já citadas o demonstrar a rotina em uma creche que privilegia o brincar e a interação, como os agentes condutores desde da gestão, professores e demais profissionais da educação põem em prática no dia – a – dia esses eixos, quais são as dificuldades, pontos positivos , percebendo o papel da creche em prol do desenvolvimento global de cada um de seus alunos, aceitando as crianças (alunos) como seres ativos e participantes no seu desenvolvimento físico, intelectual e emocional. Tendo como referência estas atividades terão como suporte a compreensão do indivíduo como pesquisador utilizando – se de uma associação entre a teoria e a prática, ou seja, um aluno - pesquisador que vivencia experiências produtivas, reflete sobre o objeto de pesquisa e faz conclusões para área da educação tendo um olhar prático reflexivo Estas ferramentas permitirão que este projeto tenha o objetivo de expor os conceitos significativos em referência ao Brincar na Educação Infantil (creche), destacando os benefícios das habilidades motoras, sociais e afetivas no contribuir do desenvolvimento e aprendizagem da criança na faixa etária de 0 a 03 anos, de forma que ocorra um desenvolvimento diário em prol de uma educação de igualdade, inclusiva e integral para a criança na pequena infância. 6. LEVANTAMENTO DO REFERENCIAL (BASE TEÓRICA CONCEITUAL) DA PESQUISA https://www.todamateria.com.br/metodo-dedutivo/ É válido ressaltar, que o ato de brincar está carregado de significações e de cultura. Por essa razão, em cada cultura, o brincar ocupa um lugar, privilegiado ou não. Infelizmente, nem toda infância é regada pelo lúdico (brincar) e pela afetividade. A inocência e a fantasia na vida de muitas crianças não são óbvias assim, pois, por vezes elas são forçadas a crescer, porque nem toda famíliatem espaço para a fantasia, a imaginação e a brincadeira. As crianças reais estão inseridas em diferentes contextos socioculturais, com isso torna – se urgente que essa criança real, receba proteção, cuidado e educação, tenha uma oportunidade singular: a de frequentar um espaço que possa resgatar e preservar (ou privar e ignorar) a vivência da infância. Segundo o Parecer n° 20/09 do Conselho Nacional de Educação: “O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico. Tais práticas são efetivadas por meio de relações sociais que as crianças desde pequenas estabelecem com os professores e outras crianças, e afetam a construção de suas identidades.” (BRASIL, 2009b, p.6) Logo, garantir na Educação Infantil o direito do brincar é essencial pois permite o desenvolvimento da criança em seu aspecto físico, cognitivo e sócio – emocional como define um trecho da Base Nacional Comum Curricular para esta etapa: “Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.” (BNCC, 2017 – MEC) Brincar é uma característica humana! Para muitos pesquisadores, mais que uma atividade, o lúdico é uma atitude diante da vida. Valorizar a brincadeira não é permiti – la, é produzi – la. Para a investigação do tema proposto, o presente trabalho baseia – se a partir de teorias dos seguintes autores: Segundo Fortuna e Silva (2013), o brincar não pode ser visto somente como mera distração para criança já que ele é a sua linguagem é o modo com que a criança se expressa aprendendo, conhecendo o mundo e a si mesmo vivenciando também sentimentos como alegria e medo entre outros que afloram no ato do lúdico. Para Kishimoto (2018), a cultura lúdica nasce da interação entre a cultura da infância com a cultura do adulto e mais a cultura do mundo possibilitando as crianças pequenas um brincar em favor de um desenvolvimento de qualidade. As brincadeiras são atividades fundamentais para que se desenvolva a autonomia, a identidade da criança e o seu imaginário, mas nem sempre ela e o jogo foram vistos como cunho pedagógico. Hoje, graças aos estudos realizados que já apontam essas fontes como promotoras de desenvolvimento e aprendizagem com isso o lúdico ganhou espaço uma vez que suas contribuições são indiscutíveis em todas as faixas etárias já que proporciona novas aquisições culturais, sociais, linguísticas e emocionais durante toda a vida de uma pessoa. A ludicidade é uma conquista uma aula criativa é uma aula lúdica. A criança protagoniza o brincar e com isso, é possível descobrir as potencialidades que já existem dentro dela. Oportunizando – se uma relação sincera entre educador e educando que torna a aprendizagem mais propícia. Sendo assim, o lúdico tem características mediadoras sobre a prática pedagógica que deve ser utilizada pelos educadores nas creches e ou escolas. A cumplicidade e afeto devem fazer parte dessa relação. Em outras palavras: brincar na infância é um meio pelo qual a criança vai oragnizando suas experiências, descobrindo e recriando seus sentimentos e pensamentos a respeito do mundo, das coisas e das pessoas com as quais convive, por isso quanto mais intensa for a brincadeira mais elementos oferece para o desenvolvimento mental e emocional infantil pois, o ensino utilizando meios lúdicos cria um ambiente gratificante e atraente, servindo como estímulo para o desenvolvimento integral da criança. Em algumas creches que atendem crianças de 0 a 3 anos possuem espaços específicos onde o lúdico, o jogo e a brincadeira se tornem algo real como brinquedotecas, salas de leitura, parquinhos e áreas externas para recreação. Tal proposta é desafiante e compremetedora se considerarmos que a educação formal , algumas vezes, inibe a criativiade e espontaneidade dos alunos, deixando – os desmotivados para a aprendizagem. Para Vygotsky (2009), a aprendizagem em si deve ser prazerosa ele considera que o ato de brincar é essencial na constituição do pensamento infantil, ou seja, uma criança que brinca demonstra alegria em aprender, pois acontece a oportunidade de lidar com suas as energias em busca da satisfação de seus desejos. Dessa forma, tornar – se interessante que o educador concilie a alegria da brincadeira com a aprendizagem escolar uma vez que o aspecto afetivo se encontra implicito no ato de jogar. A utilização de jogos no processo pedagógico faz – se despertar o gosto pela vida e leva os pequenos aprendizes a enfrentarem os desafios que a eles surgirem. A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem possibilita á criança estabelecer relações cognitivas ás experiências vivenciadas. Brincando a criança faz exercícios e constrói seu conhecimento. Brinquedos e jogos na educação vão além do mero divertimento uma vez que a criança atinja níveis cada vez mais complexas no desenvolvimento socioemocional e cognitivo. Segundo Vygotsky (1998), o brinquedo cria na criança uma zona de desenvolvimento proximal, que é por ele definida como: [...] a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. Para esse autor, o nível de desenvolvimento real refere – se a tudo aquilo que a criança já tem consolidado em seu desenvolvimento, e que ela é capaz de realizar sozinha sem a interferência de um adulto ou de uma criança experiente. Por meio das brincadeiras é possível enxergar a experiência de vida da criança gestos, sons, expressões, inflexões, et. Com isso, é possível descobrir a significação da linguagem que o pequeno aprendiz traz. Por meio do brinquedo há um caminho possível de encontro entre a criança e o educador. Nas creches ou pré – escolas na Educação Infantil o educador precisa saber ser na sua teoria e prática pedagógica um profissional consciente, criativo e ousado que aposta no lúdico como possíbilidade de integração, de descoberta e de encontro consigo mesmo e com os educandos. Toda expressão do corpo capaz de comunicar é considerada linguagem. O gesto, o movimento, o desenho, a dança, o choro, entre outras manifestações infantis. Para o psicólogo Bielo – russo Lev Vygotsky, o pensamento e a fala não tem elo, é com a evolução do pensamento e da fala que surge uma conexão, dando condições para que se modifiquem e se desenvolvam (LA TAILLE, 1992). Segundo sua teoria, o pensamento da criança pequena, inicialmente evolui sem a linguagem. Outra, importante contribuição deixada por Vygotsky é a constatação de que o desenvolvimento do pensamento é determinado pela linguagem, isto é, pelos instrumentos linguísticos do pensamento e pelas experiências socioculturais da criança. O estudos e pesquisas de Vygotsky mostram que quando uma criança pede de um brinquedo a interação está no sujeito e não nos objetos, ou seja por meio desde contato ocorre a participação e consequentemente o aprendizado. A convivência de crianças e professores com um conjunto de brinquedos pode e deve permitir que inúmeras experiências lúdicas ocorram e que haja interação em tais atividades para que as memórias ali contidas sejam lembradas, descobertas, transmitidas, descobertas, transmitidas e questionadas. Portanto, é necessário direcionar um olhar atento à criança pela qual ainstituição de ensino creche e pré-escola está responsável, pois ela demonstra, por meio do corpo, suas necessidades, angústias, seus desejos, suas alegrias, enfim todos os sentimentos e as sensações experimentadas. Já que, toda criança precisa de oportunidades para descobrir e aprender a usar a inteligência. Trata – se de uma conquista diária, em que seu esforço individual e a relação com seus pares darão sustentação, interferindo, fortalecendo ou enfraquecendo as estruturas mentais. Jean Piaget (2004), possibilitou grandes descobertas na área do desenvolvimento infantil com observações e estudos de seus filhos, diferentemente de outros biólogos, que pautavam suas pesquisas, até então, por teorias e cobaias de animais. Para ele “o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar a energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”. Por meio dele se processa a construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório – motor e pré-operatório. Por meio de jogos e brincadeiras, o aluno encontra apoio para descobri e superar suas dificuldades de aprendizagem melhorando seu conhecimento com o outro e o mundo para tanto é necessário que os professores desde da Educação Infantil até as próximas etapas da Educação básica estejam cientes de que a brincadeira é necessária e traz enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade do aprender e do pensar. O desenvolvimento mental das crianças, segundo Piaget (2004), acontece em forma de esquemas. O primeiro deles é o esquema das ações; depois, surge o esquema que utiliza funções e conceitos; e só mais tarde acontecem os esquemas abstratos. Cada esquema de ação passa por dois processos distintos acomodação e assimilação. Na Educação Infantil os estágios em que as crianças poderão estar como referência a idade aproximada (lembrando que não acontece mecanicamente e que cada criança tem o próprio tempo) são: Sensório – motor (do nascimento até 2 anos) – reflexos inatos. O bebê explora o mundo pela coordenação das percepções sensoriais e atividades motoras; Pensamento pré- operatório (de 2 a 6 anos) – a linguagem com os outros e consigo mesmo aparece. O importante é o objeto concreto, é agindo sobre ele que a criança compreende. Além disso, proporcionar as crianças brincadeiras e jogos que auxiliem no desenvolvimento da coordenação motora grossa utilizando – se dos grandes músculos do corpo todo ou várias partes dele ao mesmo tempo, as crianças irão colocar em ação a sua capacidade motora grossa (alguns exemplos: dançar, imitação de animais, circuito de obstáculos). Já no desenvolvimento cognitivo da criança através da coordenação motora fina que é a capacidade de alinhar os movimentos, usando cérebro, músculos e articulações em prol do seu desenvolvimento pode – se citar as atividades e jogos como recorte e colagem (papel picado, grãos, contas), jogos de memória, rasgar papel com as mãos, argila, massinha de modelar. Pode – se pontuar também que os professores da Educação Infantil servirão de referência e, portanto, sua interação com a criança vai gerar aprendizado para futuros relacionamentos. Na Educação Infantil, a creche e a pré-escola oportunizam condições de identificação, conhecimento e diferenciação como ser humano. Estar nesta etapa da educação básica pode fazer bem, e muito, ao desenvolvimento social da criança. Logo, o conceito de experiência de aprendizagem deve estar alinhado com o contexto de vida, compreendendo o cotidiano das relações, brincadeiras, troca de ideias, o cuidar de si, do outro e do ambiente, as inquietações, a cultura e as descobertas do meio. Referências BRASIL, Constituição (1988), Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 05 de agosto de 2020. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, p. 40, 2017. Disponível em http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 16 de agosto de 2020. BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Parecer n°. 22, de 17 de dezembro de 1998. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 mar. 1999a. Disponível em https://ndi.ufsc.br/files/2012/02/Diretrizes-Curriculares-para-a-E-I.pdf. 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