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FUNDAMENTOS E INSTRUMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA Abrir nossa visão para as Instâncias colegiadas é de grande relevância, pois elas se apropriam de um importante papel na organização de uma escola que presa por uma gestão democrática. Quando se fala em democracia na escola, é discorrer sobre as Instância Colegiada. Pensar em Gestão Escolar Democrática requer articulação e participação da comunidade educativa por meio das instâncias colegiadas, onde estas terão uma equipe diretiva como principal articulador. Iremos se aprofundar nos seguintes temas: Quais são os fundamentos Teóricos e Legais da Gestão Democrática, quais são as Instâncias Colegiadas e sua importância na Gestão Democrática, como também sobre as especificidades das Instâncias Colegiadas: Conselho Escolar, APMF, Conselho de Classe e Grêmio Estudantil. As instâncias colegiadas são instrumentos que compõem as especificidades de uma instituição pautada na gestão democrática. Para Compreender este processo, é necessário entender os fundamentos teóricos e legais da gestão democrática. A constituição Federal de 1988, em seu artigo 205 diz que o trabalho conjunto entre Estados e família orientará a educação pública brasileira. Como também no artigo 206, inciso IV prevê que a gestão democrática em forma da lei, apresenta seus princípios que darão a educação formal no Brasil. A partir desses pressupostos citados, a sociedade civil nos mais variados setores, começaram a se mobilizarem em busca da formulação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, dando ênfase para o Fórum Nacional em defesa da escola pública. Mas após inúmeros empecilhos, foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases ( LDB), em 20 de dezembro de 1996. A LDB foi uma grande vitória para a sociedade civil da década de 1980, que buscava incansavelmente por uma educação pública de qualidade e democrática. Um dos itens do Art. 3° da LDB são: Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar, divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; valorização do profissional da educação escolar; gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino; garantia de padrão de qualidade; entre tantas outras. Como vimos várias conquista foram alcançadas através da Gestão democrática, sendo esta definida pelo processo político pelo qual todas as pessoas envolvidas no processo de ensino aprendizagem discutem, deliberam, planejam, solucionam problemas, bem como o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Este processo é alimentado por todos os participantes da comunidade escolar, que são: pais alunos, professores, funcionários e moradores de bairro na qual a escola esta situada. As ações são deliberadas através de decisões e planejamento coletivo, sendo as informações de amplo acesso a todos. Uma boa gestão democrática somente se torna possível quando há interação entre a escola e a comunidade onde a instituição está inserida, através do exercício da cidadania, pautada na participação de vários segmentos da sociedade da administração escolar. Assim se tem uma gestão democrática eficaz. È importante esclarecer que gestão Educacional é diferente de Gestão escolar. A Gestão da Educação são as políticas públicas voltadas ao setor educacional, como também todas as ações originárias do Estado. Já á Gestão escolar são os encaminhamentos no campo escolar. A sustentação da Gestão Democrática se dá através de: Constituição do Conselho escolar; Elaboração do Projeto Político-Pedagógico de maneira coletiva e participativa; Definição e fiscalização da verba da escola pela comunidade escolar; divulgação e transparência na prestação de conta; Avaliação institucional das ações realizadas na e pela escola, com a participação de todo; e Eleição direta para diretor(a). Como vemos assim como foi adotada a Gestão democrática nas escolas nos anos 90, também foi estimulada a formação das instâncias colegiadas com a participação da comunidade. Sendo as Instâncias Colegiadas um instrumento que beneficia a participação de todos os envolvidos no processo educacional, não sendo unicamente a ação do diretor, como de forma coletiva. As Instâncias colegiada são compostas por: Conselho Escolar, Conselho de Classe, Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) e Grêmio Estudantil. São instituições assistenciais para o aprimoramento do processo educativo. Consistindo assim um espaço no qual discentes, docentes, funcionários, pais e comunidades podem um ouvir o outro. Os Conselhos Escolares são instrumentos colegiados compostos por representantes das comunidades escolar e local, que têm como atribuição deliberar sobre questões político - pedagógicas, administrativas, financeiras, no âmbito da escola. O Conselho Escolar é o órgão máximo da Escola, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora. Ficando para o Conselho Escolar a coordenação de todos os encaminhamentos da gestão escolar, portanto que fique em concordância com O PPP da instituição. Conforme consta em seu Estatuto, o Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da SEED, observando a Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto Político-Pedagógico e o Regimento da Escola/Colégio, para o cumprimento da função social específica da escola. Os representantes do Conselho Escolar serão compostos por cinquenta por cento por profissionais da escola, e os outros cinquenta por cento pela comunidade atendida pela escola. Dentre umas das suas principais atribuições do Conselho Escolar são: Coordenar o processo de discussão, elaboração ou alteração do Regimento Escolar; Garantir a participação da comunidade escolar e local na definição e acompanhamento do projeto político-pedagógico da unidade escolar; Propor e coordenar alterações curriculares na unidade escolar, respeitada a legislação vigente, partir da análise, entre outros aspectos, do aproveitamento significativo do tempo e dos espaço pedagógicos na escola; Participar da elaboração do calendário escolar, no que competir à unidade escolar, observada a legislação vigente; entre outras. Os conselheiros são orientados a se reunirem mensalmente para as reuniões. Mesmo sendo um núcleo de poder, os conselheiros não podem assumir o papel de oponentes a direção das escolas. Os conselhos de Classe são instâncias colegiadas de avaliação constante, que está diretamente relacionada ao processo de ensino e aprendizagem e sua atuação é de natureza consultiva e deliberativa. Sua função é promover a reflexão sobre as práticas presentes no cotidiano escolar, que tem o objetivo de atingir à autêntica aprendizagem dos alunos no processo de ensino e aprendizado. O conselho de classe permite a consolidação de uma avaliação do desempenho dos alunos, das metodologias utilizadas e também estruturar novos caminhos para a solução dos problemas observados pelos conselheiros. Os conselheiros são constituídos por: diretor, professores, pedagogos, alunos e pais. A função do pedagogo no conselho de classe é a coordenação dos trabalhos do conselho de classe, intercedendo as discussões, encaminhando e favorecendo que as ações sejam viabilizadas pelas metas definidas pelo conselho. O conselho de classe se torna de suma importância por exercer o papel de favorecer o cumprimento do papel social que a escola desempenha, como também beneficiando a equipe diretiva em relação ao desafio de concretizar a realização de conselho responsável e eficaz. A Associação de Pais, Mestres e Funcionário (APMF), é uma instânciaconstituída pela participação democrática que tem como objetivo integrar os segmentos escolares, colaborar com o processo de ensino aprendizagem, e também de auxiliar a integração entre família e a escola. È uma associação sem fins lucrativos, sem caráter partidário e nem religioso. Algumas das atribuições da APMF são: Discutir, colaborar e decidir sobre as ações para a assistência aos educandos, o aprimoramento do ensino e a integração família-escola- comunidade; Contribuir para a melhoria e conservação do aparelhamento escolar; Contribuir para trabalhos voluntários da comunidade; entre outras. O Grêmio Estudantil, é uma instância colegiada que dá voz e vez aos alunos, para os interesses que extrapolam a sala de aula. Através da lei federal n. 7398 de 3 de novembro de 1985, os estudantes estão assegurados pelo artigo 1° o “direito de se organizar em entidades autônomas, representativas dos seus interesses”. Sendo o Grêmio Estudantil uma instância independente da direção escolar, devendo ser um mecanismo democrático, constituído através de eleições e deve conter um estatuto próprio. Este Grêmio favorece com que os alunos exerçam a cidadania, sendo um fator de grande necessidade os alunos. O Grêmio irá se preocupar com a melhoria da qualidade da escola, em todos os seus aspectos. Envolvendo temas e atividade que abrangem a parte cultural (organização das semanas culturais, concursos literários, exposições de desenhos, pintura, escultura, eventos musicais, festas, montagens de peças teatrais e danças, gincanas culturas, passeios, excursões e outros;) como na parte social ( na formação de grupos para discutir temas como preconceito, desigualdade social, violência, ética; trabalhar a estética da escola como murais, painéis, jardinagem, etc. ), entre outras funções.
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