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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/338375639 PREVENÇÃO QUATERNÁRIA: PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE MEDICINA Conference Paper · November 2019 DOI: 10.29327/110527 CITATIONS 0 READS 66 5 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: INTERNET, MOBILIDADE E PROMOÇÃO DA SAÚDE: COMPREENSÃO SOBRE O USO DA TECNOLOGIA NA QUALIDADE DE VIDA View project Uso de intervenções de baixo custo em usuários de álcool e autogestão da saúde mental View project Leonardo Pestillo de Oliveira Centro Universitário de Maringá 70 PUBLICATIONS 104 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Leonardo Pestillo de Oliveira on 03 January 2020. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/338375639_PREVENCAO_QUATERNARIA_PERCEPCAO_DOS_ACADEMICOS_DO_CURSO_DE_MEDICINA?enrichId=rgreq-d3b41780b9ff70be42ee8d38c2b11ce1-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODM3NTYzOTtBUzo4NDMzNjc5MTkzOTg5MTJAMTU3ODA4NTk4OTYxMg%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/338375639_PREVENCAO_QUATERNARIA_PERCEPCAO_DOS_ACADEMICOS_DO_CURSO_DE_MEDICINA?enrichId=rgreq-d3b41780b9ff70be42ee8d38c2b11ce1-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODM3NTYzOTtBUzo4NDMzNjc5MTkzOTg5MTJAMTU3ODA4NTk4OTYxMg%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/INTERNET-MOBILIDADE-E-PROMOCAO-DA-SAUDE-COMPREENSAO-SOBRE-O-USO-DA-TECNOLOGIA-NA-QUALIDADE-DE-VIDA?enrichId=rgreq-d3b41780b9ff70be42ee8d38c2b11ce1-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODM3NTYzOTtBUzo4NDMzNjc5MTkzOTg5MTJAMTU3ODA4NTk4OTYxMg%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Uso-de-intervencoes-de-baixo-custo-em-usuarios-de-alcool-e-autogestao-da-saude-mental?enrichId=rgreq-d3b41780b9ff70be42ee8d38c2b11ce1-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODM3NTYzOTtBUzo4NDMzNjc5MTkzOTg5MTJAMTU3ODA4NTk4OTYxMg%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-d3b41780b9ff70be42ee8d38c2b11ce1-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODM3NTYzOTtBUzo4NDMzNjc5MTkzOTg5MTJAMTU3ODA4NTk4OTYxMg%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Leonardo_Oliveira27?enrichId=rgreq-d3b41780b9ff70be42ee8d38c2b11ce1-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODM3NTYzOTtBUzo4NDMzNjc5MTkzOTg5MTJAMTU3ODA4NTk4OTYxMg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Leonardo_Oliveira27?enrichId=rgreq-d3b41780b9ff70be42ee8d38c2b11ce1-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODM3NTYzOTtBUzo4NDMzNjc5MTkzOTg5MTJAMTU3ODA4NTk4OTYxMg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Centro_Universitario_de_Maringa?enrichId=rgreq-d3b41780b9ff70be42ee8d38c2b11ce1-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODM3NTYzOTtBUzo4NDMzNjc5MTkzOTg5MTJAMTU3ODA4NTk4OTYxMg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Leonardo_Oliveira27?enrichId=rgreq-d3b41780b9ff70be42ee8d38c2b11ce1-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODM3NTYzOTtBUzo4NDMzNjc5MTkzOTg5MTJAMTU3ODA4NTk4OTYxMg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Leonardo_Oliveira27?enrichId=rgreq-d3b41780b9ff70be42ee8d38c2b11ce1-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODM3NTYzOTtBUzo4NDMzNjc5MTkzOTg5MTJAMTU3ODA4NTk4OTYxMg%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 PREVENÇÃO QUATERNÁRIA: PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE MEDICINA Lívia Karling Moreschi1; Mariane Hernandes Scandalo2; Leonardo Pestillo de Oliveira3; Marcelo Picinin Bernuci4; Mirian Ueda Yamaguchi5 1Acadêmica do Curso de Medicina, Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR, Maringá, Paraná. Bolsista PIBIC/UniCesumar. liviakm23@gmail.com 2Acadêmica do Curso de Medicina, Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR, Maringá, Paraná. 3Doutor, Programa de Mestrado em Promoção da Saúde- UNICESUMAR, Maringá, Paraná. Pesquisador do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação – ICETI. 4Doutor, Pesquisador do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação – ICETI. 5Orientadora, Doutora, Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde, UNICESUMAR. Pesquisadora do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação – ICETI. mirianueda@gmail.com RESUMO O conceito de prevenção quaternária (P4) foi proposto por Jamoulle (1990) e reconhecido pelo WONCA (2003) como “o conjunto de ações para identificar pacientes em risco de medicalização, protegê-los de intervenções médicas excessivas ou desnecessárias, e propor procedimentos e cuidados eticamente aceitáveis”. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a percepção dos acadêmicos do curso de Medicina quanto à P4. A primeira etapa consistiu da pesquisa em bases científicas. A partir do referencial teórico construiu-se um formulário composto por questões para obtenção dos seguintes dados: sexo, idade e série em que o aluno se encontra matriculado no curso de graduação, seguido das afirmativas relativas ao tema P4 para obtenção de respostas por meio de escala tipo Likert. Na segunda etapa, o link do formulário Google Form foi disponibilizado para os acadêmicos via e-mail e redes sociais. Os dados foram tabulados e analisados em planilha do Excel. Conclui-se que existe necessidade de maior abordagem sobre a temática da prevenção na grade curricular do curso de Medicina. PALAVRAS-CHAVE: iatrogenia; prevenção quaternária; promoção da saúde. 1 INTRODUÇÃO O conceito de prevenção quaternária (P4) foi proposto por Jamoulle em 1990 e oficializado pela Organização Mundial de Colégios Nacionais, Academias e Associações Acadêmicas de Médicos gerais/Médicos de Família (WONCA) em 2003 como: “o conjunto de ações implementadas para identificar um paciente ou uma população em risco de medicalização, protegê-los de intervenções médicas invasivas e propor procedimentos e/ou cuidados eticamente aceitáveis” (BENTZEN, 2003). A prevenção quaternária pode ser aplicada em três contextos principais: o excesso de rastreamento, o excesso de exames complementares e os abusos na medicalização de fatores de risco. Em relação aos rastreamentos, devemos lembrar, que podem ser tanto benéficos, quanto maléficos, sendo que entre os danos podemos incluir a preocupação no aguardo dos resultados, os falso-positivos e o incômodo físico e psicológico que alguns procedimentos causam (NORMAN; TESSER, 2009). Quanto a medicalização de fatores de risco, devemos estar atentos para a publicidade que a indústria farmacêutica realiza, dado que ela cria pensamentos equivocados na população, que passa a acreditar que existe uma maneira de eliminar totalmente os fatores de risco através do uso das tecnológicas médicas e dos medicamentos (COLL-BENEJAM et al., 2018). Além disso, devemos lembrar que os fatores de risco são apenas indicadores de uma possível doença, não significando que a presença dele é preditiva do desenvolvimento da doença (OLIVEIRA; REIS, 2012). mailto:mirianueda@gmail.com XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 A abordagem da prevenção quaternária visa levar aos profissionais da saúde e aos pacientes o conhecimento sobre os possíveis danos sofridos por intervenções médicas, além de prevenir os tratamentos excessivos e o sobrediagnóstico, ou seja, pessoas sem sintomas recebem diagnósticos baseados em achados de imagens simples ou exames laboratoriais, que não influenciarão em sua vida (TOSCAS; TOSCAS, 2015). A partir desse diagnóstico desnecessário, o paciente receberá um tratamento, também desnecessário, pois no momento presente não temos como identificar qual doença detectada precocemente irá se desenvolver (TESSER; NORMAN, 2016). As Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecem que o graduando de medicina deve ser formado para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, tendo uma educação generalista, humana e ética (ME, 2014).Por esses motivos a prevenção quaternária é importante na prática médica atual e se faz necessária a elaboração de pesquisas para identificar o grau de conhecimento dos acadêmicos de medicina em relação a prevenção quaternária na promoção da saúde. Diante do exposto, este estudo teve por objetivo a detecção do grau de conhecimento dos acadêmicos de medicina em relação a prevenção quaternária na promoção da saúde. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo metodológico que compreendeu duas etapas. A primeira etapa consistiu em uma pesquisa em periódicos indexados nos bancos de dados da United States National Library of Medicine (PubMed), acessada pelo site http://www.ncbi.nlm.nhi.gov/pubmed, Scientific Eletronic Library Online (SciELO), disponível na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) pelo site http://www.bireme.br; e ScienceDirect, acessada pelo site https://www.sciencedirect.com. Para isso foram utilizados os descritores: prevenção quaternária, iatrogenia, estudos de validação e coleta de dados. Os estudos pertinentes ao tema embasaram cientificamente a elaboração de três afirmativas referentes a prevenção quaternária. A primeira afirmativa “O sobrediagnóstico não tem impacto importante na mortalidade e pode resultar em tratamentos desnecessários” teve como base teórica o artigo dos pesquisadores brasileiros Charles Dalcanale Tesser e Armando Henrique Norman intitulado “Differentiating clinical care from disease prevention: a prerequisite for practicing quaternary prevention” (TESSER; NORMAN, 2016). Para a segunda afirmativa “Fatores de risco devem ser medicados pois são fatores causais das doenças” utilizou-se o artigo “Prevenção quaternária na atenção primária à saúde: uma necessidade do Sistema Único de Saúde” do autor Armando Henrique Norman (NORMAN; TESSER, 2009). A terceira afirmativa “Ações para identificar pacientes com excesso de medicamentos e exames fazem parte da prevenção quaternária” trata-se da definição oficial de P4 disponível no dicionário internacional para a prática geral / familiar – WONCA (BENTZEN, 2003). Na segunda etapa, as afirmativas foram disponibilizadas aos alunos de medicina da instituição via formulário Google do Google Drive (serviço de hospedagem de arquivos que permitem acesso a qualquer pessoa que possua o link). No formulário continha questões referentes à identificação do aluno (idade, sexo e série) e as afirmativas referentes à P4 que deveriam ser interpretadas pelos alunos e respondidas através da escala de likert. Utilizou-se a escala de cinco parâmetros, sendo que 1 deveria ser assinalado para “discordo totalmente” e 5, para “concordo totalmente”. Com base no referencial teórico da literatura, as respostas XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 esperadas seriam “concordo totalmente” para as afirmativas 1 e 3; e “discordo totalmente” para a afirmativa 2. O formulário foi enviado por e-mail vinculado à coordenação do curso de Medicina da referida instituição de ensino e pelas redes sociais (Facebook e WhatsApp), ficando disponível para preenchimento durante os meses de fevereiro e março de 2019 Os dados coletados foram inseridos em uma planilha do Excel para realização da análise. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR, sob Parecer de número 2.407.703. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Um total de 183 respostas foram obtidas através da divulgação virtual do formulário. Em relação ao perfil dos alunos participantes, aproximadamente 70% eram do sexo feminino, com média de idade de 23 anos e de todas as séries do curso de Medicina, com maior participação dos acadêmicos do segundo, quinto e terceiro anos (Figura 1). Foram elaboradas duas afirmativas que caracterizam as principais atuações da P4 e uma referente a sua definição, são elas: Afirmativa 1 - O sobrediagnóstico não tem impacto importante na mortalidade e pode resultar em tratamentos desnecessários; afirmativa 2 - Fatores de risco devem ser medicados pois são fatores causais das doenças; afirmativa 3 - Ações para identificar pacientes com excesso de medicamentos e exames fazem parte da prevenção quaternária. Figura 1: Classificação de alunos que participaram da pesquisa em relação ao ano do curso de Medicina, em instituição privada da cidade de Maringá (PR), 2019. Fonte: Dados da pesquisa As respostas dos acadêmicos para a afirmativa 1 estão apresentadas na Figura 2. Nota-se que apenas 27% concordaram com a afirmativa, dado que demonstra o desconhecimento da maioria dos alunos sobre o tema, visto que o 14% 23% 20% 13% 21% 9% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 sobrediagnóstico refere-se a uma doença diagnosticada de maneira correta, mas que não traria um impacto clínico ao longo da vida da pessoa (TESSER; NORMAN, 2016), fazendo com que ela passe por intervenções e tratamentos desnecessários. Coll-Benejam et al (2018) exemplifica essa realidade ao expor que em um programa de rastreio da dosagem do Antígeno Prostático Específico sérico (PSA) para câncer de próstata, de cada 1000 participantes, a estimativa é de que apenas 5 morrerão por câncer de próstata e 100 pessoas serão diagnosticadas, sendo que dessas, 77 receberão um sobrediagnóstico e serão tratados com cirurgia ou radioterapia desnecessariamente. Estima-se que mais de 200 bilhões de dólares são gastos anualmente com tratamentos desnecessários nos Estados Unidos (MOYNIHAN et al., 2012). Figura 2: Classificação das respostas dos alunos em relação à afirmativa “O sobrediagnóstico não tem impacto importante na mortalidade e pode resultar em tratamentos desnecessários”. Fonte: Dados da pesquisa As respostas para a afirmativa 2 estão expostas na Figura 3. Observa-se que 53% dos acadêmicos discordam da afirmativa e 30,6% não concordam e nem discordam. As respostas à essa questão demonstram conhecimento, já que a maioria afirmou ser incorreto medicar os fatores de risco. Entende-se que os fatores de risco não são os fatores causais das doenças, como afirma a literatura, apresentada por Tesser (2017, p. 4): A identificação (e tratamento) de fatores de risco como parte da prevenção inaugurou uma nova era na saúde pública, centrada na intervenção individual. As definições de doença vêm se modificando ao longo do tempo, tornando-se mais inclusivas, com rebaixamento dos limiares diagnósticos. Além disso, fatores de risco estão sendo manejados na prática clínica como se fossem doenças (em geral, doenças crônicas). Nesse processo, a diferença entre prevenção e cura está se tornando cada vez mais apagada e a prevenção amplia progressivamente seu espaço no agir clínico- biomédico. Isso ocorre, dentre outros modos, por meio da incorporação acrítica do “alto-risco” às doenças, com consequências graves que acirram 26,80% 22,90% 23,50% 13,10% 13,70% Discordo totalmente Discordo Sem opinião Concordo totalmente Concordo totalmente Afirmativa 1 XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 a medicalização, o intervencionismo e os danos da ação clínico-sanitária – o que transforma (convencionalmente, mas praticamente) grande número de sadios em doentes e gera intervenções em assintomáticos, todos biomedicalizados e expostos a maior potencial de danos. Figura 3: Classificação das respostas dos alunos em relação à afirmativa “Fatores de risco devem ser medicados pois são fatores causais das doenças”. Fonte: Dados da pesquisa As respostas para a afirmativa 3 estão apresentadas na Figura 4. Nota-se que 69% dos acadêmicos estão familiarizados com o termo prevenção quaternária. Dessa forma, observou-se que os acadêmicos relacionaram o excesso de realização de exames complementares e de administração de medicamentos com prevenção quaternária, porém identificou-se que existe necessidadede aprofundamento na temática, pois, a maioria dos alunos respondeu de forma insatisfatoriamente as afirmativas 1 e 2, relacionadas a atuação da P4. 23,50% 29,50% 30,60% 12,60% 3,80% Discordo totalmente Discordo Sem opinião Concordo totalmente Concordo totalmente Afirmativa 2 XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 Figura 4: Classificação das respostas dos alunos em relação à afirmativa “Ações para identificar pacientes com excesso de medicamentos e exames fazem parte da prevenção quaternária”. Fonte: Dados de pesquisa As respostas para as afirmativas classificadas pelo ano de graduação dos alunos de Medicina participantes no presente estudo estão apresentadas na Figura 5. Em relação à afirmativa 1 (“O sobrediagnóstico não tem impacto importante na mortalidade e pode resultar em tratamentos desnecessários”), que tem como resposta adequada a opção “concordo”, observa-se um maior número de acerto no 5º e 6º ano com uma porcentagem de aproximadamente 35%, enquanto os demais anos apresentaram porcentagem inferior a 30%. Para a afirmativa 2 (“Fatores de risco devem ser medicados pois são fatores causais das doenças”), cuja opção correta é “discordo”, percebe-se que os alunos do 4º ano obtiveram a maior porcentagem de acerto (74%), seguido do 6º com 65% e do 5º com 59%. Quanto à afirmativa 3 (“Ações para identificar pacientes com excesso de medicamentos e exames fazem parte da prevenção quaternária”), que possui como resposta apropriada a opção “concordo”, identificou-se acerto superior a 50% para todos os anos, sendo a maior porcentagem de acertos para os acadêmicos do 4º ano (87%). 3,30% 3,80% 24% 28,40% 40,50% Discordo totalmente Discordo Sem opinião Concordo Concordo totalmente Afirmativa 3 XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 Figura 5: Classificação das respostas dos alunos (de acordo com o ano de graduação) em relação às afirmativas. Fonte: Dados da pesquisa Desse modo, constata-se que os primeiros anos da graduação assinalaram os resultados menos adequados, presumivelmente por ainda não terem tido contato com o tema. Além disso, repara-se um conhecimento maior do 4º ano sobre a temática, expondo uma possível discrepância na abordagem da P4 ao longo da graduação de cada turma. Pode-se pressupor que a introdução da temática na grade curricular ocorreu a partir do 3º ou 4º ano, o que, provavelmente, gerará o mesmo nível de conhecimento para os alunos que atualmente estão nos primeiros anos da faculdade, porém, mostra uma necessidade de reapresentação da temática para os alunos do 5º e 6º anos. 4 CONCLUSÃO O presente estudo pode servir de alerta para os cursos de medicina, pois mostra a necessidade de uma abordagem mais aprofundada da prevenção quaternária, tema muito importante para a atuação médica que tem por princípio básico uma medicina centrada no paciente e o preceito hipocrático "Primum non nocere" (Antes de tudo, não fazer mal - ao paciente). Dessa forma, espera-se trazer essa discussão para o mundo acadêmico para uma possível integração da temática na grade curricular com formação de médicos que vejam o paciente como um todo, e não, como uma doença isolada. Entre as limitações do estudo é necessário expressar a dificuldade de obtenção de respostas dos alunos do 6º ano. REFERÊNCIAS BENTZEN, N. WONCA dictionary of general/family practice. Copenhagen: Maanedskift Lager; 2003. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 FR EQ U ÊN C IA D A S R ES P O TA S (% ) Respostas de acordo com o ano de graduação Discordo Sem opinião Concordo XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução Nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Brasil. Ministério da Educação; 2014. Disponível em: http://www.fmb.unesp.br/Home/Graduacao/resolucao-dcn- 2014.pdf COLL-BENEJAM, T.; BRAVO-TOLEDO, R.; MARCOS-CALVO, M. P.; ASTIER- PEÑA, M. P. Impacto del sobrediagnóstico y sobretratamiento em el paciente, el sistema sanitário y la sociedade. Atención Primaria, v. 50, n. S2, p. 86-95, 2018. Disponível em: https://www.elsevier.es/es-revista-atencion-primaria-27-articulo-impacto-del- sobrediagnostico-sobretratamiento-el-S0212656718305158. MOYNIHAN, R.; DOUST, J.; HENRY, D;. Preventing overdiagnosis: how to stop harming the healthy BMJ, 344 :e3502, 2012. Disponível em: https://www.bmj.com/content/344/bmj.e3502. NORMAN, Armando Henrique; TESSER, Charles Dalcanale. Prevenção quaternária na atenção primária à saúde: uma necessidade do Sistema Único de Saúde [Quaternary prevention in primary care: a necessity for the Brazilian Unified National Health System]. Cad Saúde Pública/Ministério Da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Esc Nac Saúde Pública, v. 25, n. 9, p. 2012-2020, 2009. OLIVEIRA, Clara Costa; REIS, Ana. Questões epistemológicas e bioéticas da prevenção quaternária. Physis, Rio de Janeiro, v. 22, n. 4, p. 1485-1502, 2012. 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