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trabalho de posse USUCAPIÃO

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CURSO DE DIREITO
POSSE, PROPRIEDADE E TUTELAS AFINS
PROF. MARCOS ROCHA
USUCAPIÃO
CONCEITOS E FUNDAMENTOS
Para Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald:
A usucapião é modo originário de aquisição de propriedade e de outros direitos reais pela posse prolongada da coisa, acrescida de demais requisitos legais.
O fundamento da usucapião é a consolidação da propriedade. O proprietário desidioso, que não cuida de seu patrimônio, deve ser privado da coisa, em favor daquele que, unindo posse e tempo, deseja consolidar e pacificar a sua situação perante o bem e a sociedade
Já para Carlos Roberto Gonçalves:
A Usucapião é modo de aquisição de propriedade e de outros direitos reais pela posse prolongada da coisa com a observância dos requisitos legais. É também chamada de prescrição aquisitiva.
Pg. 336/337
2) AS ESPÉCIES DE USUCAPIÃO:
a) EXTRAORDINÁRIA: O mais significativo requisito formal da usucapião extraordinária – como de qualquer outra modalidade de usucapião – é o tempo. O fator tempo é fato fundamental para a conversão da posse em propriedade. A questão temporal é um problema de política legislativa. A duração da usucapião irá variar para maior ou para menor conforme a orientação preponderante for no sentido da tutela da propriedade ou da posse. Tudo dependerá do enfoque sistêmico, no concerto entre a proteção da segurança jurídica ou da pacificação social. Pg. 351
b) ORDINÁRIA: Aqui o legislador aplica o princípio da operabilidade de forma enfática, pois exige a posse contínua e incontestada durante lapso de tempo variável entre cinco ou dez anos (art. 1.242 e parágrafo único do CC), com a adição do justo título e boa-fé. Fundamental à compreensão da modalidade ordinária da usucapião é a conjugação de seus dois elementos predominantes e peculiares: justo título e boa-fé. Pg. 357
C) ESPECIAL
I) ESPECIAL RURAL: usucapião rural foi criada pela Constituição Federal de 1934 e, a partir daí, jamais foi esquecida por leis posteriores, à exceção da omissão da Constituição Federal de 1967 e da Emenda Constitucional no 1, de 1969. O modelo jurídico recebeu várias nomenclaturas: usucapião agrário, rústico e, ultimamente, usucapião especial rural. 
Compreende a posse de área de terra em zona rural, não superior a 50 hectares, com ocupação por cinco anos ininterruptos, sendo o imóvel produtivo pelo trabalho e local de moradia da família, vedada a propriedade sobre outro imóvel no lustro legal (art. 191 da CF). Além do atendimento aos requisitos constitucionais, o art. 3o da Lei no 6.969/81 veda a usucapião rural em áreas indispensáveis à segurança nacional, terras habitadas por silvícolas e áreas declaradas pelo Poder Executivo como de interesse ecológico.
Conhecido também como usucapião pro labore, teve por objetivo a fixação do homem no campo, requerendo a ocupação produtiva do imóvel, devendo neste morar e trabalhar o usucapiente ou a entidade familiar. Essa modalidade de usucapião é regulada hodiernamente pela Lei no 6.969/81, com as alterações provenientes de dispositivo que não foram objeto de recepção pelo texto constitucional.
Aqui, a função social da posse é mais intensa do que na modalidade da usucapião urbana. A simples pessoalidade da posse pela moradia não conduz à aquisição da propriedade se não acompanhada do exercício de uma atividade econômica, seja ela rural, industrial ou de mera subsistência da entidade familiar. O objetivo dessa usucapião é a consecução de uma política agrícola, promovendo-se a ocupação de vastas áreas subaproveitadas, tornando a terra útil por produtiva. Pg. 387.
II) ESPECIAL URBANA:
1) INDIVIDUAL DO ESTATUTO DA CIDADE: Considere-se, ainda, que a inserção da usucapião no Estatuto da Cidade pressupõe que a posse de imóvel urbano para fins de moradia não será conduzida à concretização em propriedade, se aquela posse não se coadunar às exigências do plano diretor sobre o cumprimento da função social da propriedade. Portanto, seria de se indagar: será possível a usucapião urbana de imóvel que satisfaça os requisitos constitucionais exigidos na espécie, mas que tenha dimensão inferior ao módulo urbano mínimo permitido na área em que se situa?
A resposta é negativa. Sendo a função social um elemento inserido dentro da própria estrutura do direito subjetivo de propriedade, não haverá qualquer legitimidade e merecimento na concessão de usucapião a um bem que se divorcie da finalidade coletiva que lhe é inerente. Estabelecendo a lei municipal as formas adequadas de função social da cidade, existindo parâmetros mínimos de área ocupada ou de utilização, pensamos não ser possível a usucapião de imóvel de metragem inferior ao consagrado no plano diretor, ou que, apesar de utilizado para moradia, esteja sendo subutilizado.
Em verdade, poderá o imóvel usucapido paradoxalmente ser objeto de desapropriação logo adiante, em virtude de sua subutilização, fato que demonstraria a inutilidade da sentença que acolheu a pretensão de usucapião. Pg. 377
2) COLETIVO DO ESTATUTO DA CIDADE: Essa modalidade de usucapião se destina a inserir a população carente – ocupante de assentamentos informais – na cidade legal, regularizando áreas de ocupação coletiva já consolidada pela via de transformações urbanísticas estruturais. Pretende-se desenvolver procedimento específico para moradores de ocupações múltiplas, que poderá representar instrumento veloz e eficiente para a declaração judicial de um direito adquirido pelos possuidores devido ao uso social que deram à área ocupada, tornando-a habitação para eles e suas famílias.
Todavia, a usucapião coletiva detém a notável capacidade de favorecer os interesses individuais homogêneos da coletividade que anseia pelo direito de propriedade, com a vantagem de que a decisão coletiva impede que sejam mantidos os cortes efetuados por cada possuidor – a cada família será atribuída uma fração ideal do imóvel –, possibilitando a urbanização racional da área como um todo. PG. 378/379
III) FAMILIAR: A Lei no 12.424, de 16 de junho de 2011,326 inseriu no Código Civil, em seu art. 1.240-A e seu § 1o, uma nova – e questionável – modalidade de usucapião. De acordo com o dispositivo, “aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250 m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural”. Prossegue o § 1o: “O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez”.
A nova modalidade de usucapião especial urbana – ou pró-moradia – requer a configuração conjunta de três requisitos: a existência de único imóvel urbano comum; o abandono do lar por parte de um dos cônjuges ou companheiros; o transcurso do prazo de dois anos. Pg. 394
3) PRESSUPOSTOS DA USUCAPIÃO:
Na usucapião ordinária (art. 1.260 do CC), decorrendo de posse mansa e pacífica, ininterruptamente e sem oposição, durante três anos, exercida com animus domini, justo título e boa-fé;
Já na usucapião extraordinária (art. 1.261 do CC), exigindo posse ininterrupta e pacífica com animus domini pelo decurso do prazo de cinco anos, dispensando-se a aferição do justo título e boa-fé. Pg. 437
Conceito e fundamento para Carlos Roberto Gonçalves:
A Usucapião é modo de aquisição de propriedade e de outros direitos reais pela posse prolongada da coisa com a observância dos requisitos legais. É também chamada de prescrição aquisitiva.
2) AS ESPÉCIES DE USUCAPIÃO:
a) Extraordinária:
Tem como requisitos: posse de 15 anos( que pode reduzir- se a 10 anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo), exercida com ânimo de dono, de forma contínua, mansa e pacificamente. Dispensam – se os requisitos do justo título e da boa – fé.
b) Ordinária: Está prevista no art. 1.242 do código Civil e presenta os seguintes requisitos: posse de 10 anos, exercida com ânimo de dono, de forma contínua,mansa e pacificamente, além de justo título e boa –fé. O prazo pode ser reduzido para 5 anos, na hipótese prevista no parágrafo único.
c)Especial:
I) Especial Rural (pro labore) : Tem como requisitos: não ser o usucapiente proprietário rural nem urbano; b) Posse de 5 anos contínua, mansa e pacífica; c) área rural contínua, não excedendo de 50 hectares, tornando –a produtiva com seu trabalho e nela tendo sua morada, independente de justo título e boa – fé e não ´pode recair sobre bens públicos, como dispõe o art. 191 da CRFB; art. 1.239 do CC.
II) Especial Urbana: 
1) Individual do estatuto da cidade: Exige: a) posse de área urbana de até 250 metros quadrados. B) prazo de 5 anos; c) posse contínua, mansa e pacífica; d) utilização do imóvel para moradia do possuidor ou da sua família; e) não propriedade de outro imóvel urbano ou rural. Não pode recair sobre imóveis públicos, nem ser reconhecido ao novo possuidor mais de uma vez
2) Coletivo do Estatuto da cidade: O art. 10 do Estatuto da Cidade (lei 10.257/2001) prevê também a usucapião coletiva, de inegável alcance social de áreas urbanas com mais de 250m², ocupadas por população de baixa renda para sua moradia por 5 anos, onde não for possível identificar os terrenos ocupados individualmente.
iii) Familiar: Na usucapião familiar, ao contrário do que sucede na usucapião especial urbana, exigi – se , além dos requisitos mencionados, que o usucapiente seja coprprietário do imóvel, em comunhão ou condomínio com seu ex – cônjuge ou ex – companheiro; b) exige-se também, que estes tenham abandonado o lar de forma voluntária e injustificada; c) o tempo necessário para usucapir é flagrantemente inferior ao das demais espécies de usucapião, consumando- se a prescrição aquisitiva no prazo de dois anos.
3) Pressupostos da Usucapião:
Os pressupostos da Usucapião são: Coisa hábil ou suscetível de usucapião, posse, decurso do tempo, justo título e boa – fé. Os três primeiros são indispensáveis e exigidos em todas as espécies de usucapião. O justo título e a boa – fé somente são reclamados na usucapião ordinária.
Farias, Cristiano Chaves de Reais / Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald. – 11. ed. rev., ampl. e atual. – São Paulo: Atlas, 2015. (Curso de direito civil; v. 5).
Gonçalves,Carlos Roberto- Direito Civil- Direito das coisas. Vol. 3 -18 ª edição, Saraiva Jur - 2018

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