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Mod_3_Avaliacao_Neuropsicologica

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AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
 
 
MÓDULO III 
 
 
4 BATERIAS DE TESTES BÁSICOS E ESPECÍFICOS 
 
 
Testes de desempenho global em geral são utilizados para rastreio e 
impressões gerais sobre o desempenho cognitivo de um indivíduo, portanto, não 
substituem as avaliações amplas e específicas que buscam detalhar o desempenho 
de um indivíduo em cada função cognitiva, em geral, com objetivo de estabelecer 
diagnóstico. As testagens feitas somente com uso de testes breves, de rastreio, 
podem resultar em falsos negativos ou apresentar resultados limítrofes e 
inconclusivos, que tidos como verdadeiros impedem ou diminuem as chances de 
realização de diagnósticos precoces que seriam possíveis com a aplicação de uma 
avaliação neuropsicológica detalhada. 
 
 
4.1 TESTES PARA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO COGNITIVO GLOBAL 
 
 
4.1.1 Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve (NEUPSILIN) 
 
 
O NEUPSILIN é um instrumento utilizado para descrever o desenvolvimento 
neuropsicológico de pessoas com idade entre 12 e 90 anos. Pode ser útil para 
aplicação na clínica e no contexto hospitalar, pois é breve e de fácil aplicação. O 
instrumento é composto de 32 subtestes que avaliam as seguintes funções cognitivas: 
orientação temporal e espacial; atenção concentrada; percepção visual; habilidades 
aritméticas; linguagem oral e escrita; memória verbal (de trabalho, episódica, 
semântica, prospectiva) e visual (reconhecimento); praxias; funções executivas. Foi 
desenvolvido pelo Núcleo de Estudos em Neuropsicologia Cognitiva (NEUROCOG), 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e 
a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) (FONSECA et al., 2009). Uma 
versão para uso em crianças vem sendo estudada (SALLES et al., 2011). 
O instrumento deve ser utilizado para levantamento do perfil do paciente de 
forma a descrever as funções preservadas e aquelas com comprometimento, 
fornecendo uma base para a avaliação neuropsicológica mais aprofundada. 
 
 
4.1.2 Miniexame do Estado Mental (MEEM) 
 
 
O MEEM é um dos instrumentos de avaliação do funcionamento cognitivo 
global mais utilizados no contexto clínico e de pesquisa para rastreio de perda 
cognitiva em adultos e, principalmente, idosos. Trata-se de um conjunto de testes 
simples, de rápida aplicação e de baixo custo. Este instrumento avalia os seguintes 
domínios cognitivos: 
1) orientação temporal – perguntando ao respondente o dia do mês, dia da 
semana, mês, ano, hora (cinco pontos); 
2) orientação espacial – perguntando sobre o local específico, o local 
genérico, o bairro, a cidade o estado no qual ele está (cinco pontos); 
3) memória imediata e evocação – solicitando o registro e evocação tardia 
de três palavras (seis pontos); 
4) atenção e cálculo – solicitando subtrações sucessivas a partir de “100 – 
7” (cinco pontos); 
5) praxia – solicitando-se ao respondente que pegue uma folha com a mão 
direita, dobre-a ao meio e a jogue no chão; 
6) linguagem e compreensão – solicitando-se ao respondente que nomeie 
objetos que lhe são apresentando(um relógio e uma caneta); que repita a 
expressão “nem aqui, nem ali, nem lá”; que escreva uma frase, e que 
execute o comando escrito “Feche os olhos”– (oito pontos); 
7) capacidade visuoconstrutiva – solicitando-se que seja feita cópia de uma 
figura (um ponto). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
A pontuação do instrumento varia de 0 a 30 pontos e é obtido com a soma 
dos pontos em cada tarefa. 
A versão original deste instrumento foi elaborada por Folstein et al. (1975) e 
diferentes versões foram adaptadas e sugeridas para uso na população brasileira com 
seu respectivo ponto de corte (BRUCKI et al., 2003; LOURENÇO; VERAS, 2006). 
O Consortium to Establish a Registry for Alzheimer’s Disease, conhecido 
como CERAD (MORRIS et al.,1989), reúne uma bateria de testes neuropsicológicos 
utilizada para auxiliar no diagnóstico de demência em fase inicial. No Brasil, os 
testes da bateria CERAD foram traduzidos por Bertolucci et al. (1998). Nesta bateria 
estão incluídos: os testes de fluência verbal; de nomeação de Boston (versão 
reduzida); de memória, evocação e reconhecimento de uma lista de palavras; de 
praxia construtiva (cópia de figuras geométricas) e evocação tardia das figuras; de 
trilhas; e o MEEM. Cada teste incluído nesta bateria foi detalhado a seguir na 
respectiva função cognitiva que o mesmo avalia. 
 
 
4.1.3 Clinical Dementia Rating (CDR) 
 
 
Clinical Dementia Rating (CDR) consiste em um instrumento que fornece o 
estadimento de demência, isto é, permite classificar graus de demência, além de 
identificar casos questionáveis, aqueles que não são enquadrados como tendo 
desempenho cognitivo normal (declínio cognitivo associado ao envelhecimento ou 
ao comprometimento cognitivo leve). Este instrumento foi desenvolvido por Hughes 
et al. (1982) e adaptado por Morris (1993). Uma versão para uso no Brasil foi 
adaptada por Motaño e Ramos (2005). 
O CDR avalia cognição e comportamento, além da influência das perdas 
cognitivas na capacidade de realizar adequadamente as atividades de vida diária. 
Constitui-se de entrevista semiestruturada com paciente e com um 
informante/cuidador. 
São avaliadas seis categorias cognitivo-comportamentais: 1) memória; 2) 
orientação; 3) julgamento/solução de problemas; 4) participação social/relações 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
comunitária; 5) atividades no lar ou de lazer; e 6) cuidados pessoais. Cada uma 
dessas seis categorias deve ser classificada em: 
 0 (nenhuma alteração); 
 0,5 (questionável); 
 1 (demência leve); 
 2 (demência moderada); 
 3 (demência grave), exceto a categoria cuidados pessoais, que não tem 
o nível 0,5. 
Para se chegar à classificação final, também varia de 0 a 3, deve-se analisar 
o escore obtido nas seis categorias cognitivo-comportamentais. A categoria memória 
é considerada principal, ou seja, com maior significado, e as demais categorias são 
secundárias. Então, para se chegar ao escore global é necessário basear-se no 
escore da memória e verificar a dispersão em relação a esta categoria. Apesar da 
relevância de memória para a pontuação no CDR, é fundamental não superestimar o 
comprometimento desta função memória em detrimento das demais funções 
preservadas. Profissionais que desconsideram as potencialidades do paciente ao 
considerar somente seus prejuízos podem contribuir para um declínio acelerado da 
funcionalidade do paciente. 
Não há notas de corte estabelecidas pelo desempenho populacional, pois o 
comprometimento é baseado no princípio da mudança intraindividual, isto é, os 
indivíduos são comparados ao seu próprio desempenho passado. 
É importante lembrar que o CDR não faz o diagnóstico etiológico de 
demência, para isso devem ser utilizados instrumentos específicos. 
 
 
4.2 TESTES DE INTELIGÊNCIA 
 
 
As Escalas de Inteligência de Wechsler, para uso de psicólogos, são 
compostas de vários subtestes que mensuram a capacidade intelectual. Estas 
escalas fornecem o chamado quociente de inteligência (QI). Para Wechsler, 
inteligência seria definida como“a capacidade global de uma pessoa agir 
resolutamente, pensar racionalmente e se relacionar eficazmente com o seu 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
ambiente”. A versão atualmente utilizada para avaliação de adultos é a Wechsler 
Adult Intelligence Scale – WAIS-III (Escala de Inteligência Wechsler para Adultos) 
(WECHSLER, 1997) e a versão para crianças é a Wechsler Intelligence Scale for 
Children Fourth Edition – WISC-IV (Escala de Inteligência Wechsler para Crianças 
Quarta Edição) (WECHSLER, 2003). As Escalas de Inteligência de Wechsler 
possuem padronização para uso na população brasileira, devem ser aplicadas 
individualmente e o tempo de aplicação é de, aproximadamente, 90 minutos. 
 
 
4.2.1 Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS-III) 
 
 
A Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS-III) é utilizada para 
avaliar indivíduos de 16 a 89 anos. 
A WAIS-III é organizada em 14 subtestes e fornece as seguintes medidas 
(LOPES et al., 2012): 
 QI Verbal – refere-se às habilidades verbais e ao conhecimento 
adquirido a partir da influência sociocultural e educacional. Para sua 
avaliação, são utilizados os seguintes subtestes: vocabulário, semelhanças e 
informação, compreensão e sequência de números e letras; 
 QI de Execução – refere-se às habilidades não verbais como a 
organização perceptual, a habilidade de manipular estímulos visuais. Para 
sua avaliação, são utilizados os seguintes subtestes: completar figuras, 
códigos, cubos, raciocínio matricial, arranjo de figuras, procuras símbolos e 
armar objetos; 
 QI Total – refere-se ao nível global de funcionamento intelectual. São 
utilizados os subtestes verbais mais os subtestes de execução; 
 Índice de Compreensão Verbal – refere-se às habilidades de raciocínio 
verbal adquirido, como a compreensão de instruções e de perguntas, bem 
como a capacidade de expressar ideias e o vocabulário. Para sua avaliação, 
são utilizados os seguintes subtestes: vocabulário, semelhanças e 
compreensão; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
 Índice de Organização Perceptual – refere-se à habilidade de raciocínio 
não verbal, a aptidão para perceber, organizar, integrar estímulos 
espaciais/visomotores. Para sua avaliação, são utilizados os seguintes 
subtestes: completar figuras, cubos e raciocínio matricial; 
 Índice de Memória Operacional – trata-se de uma mensuração da 
memória de trabalho, e da capacidade de atenção, de concentração e de 
planejamento e controle mental. Portanto, refere-se à habilidade de retenção 
de informação por período de tempo apenas suficiente para manipulação 
desta informação e produção de um resultado ou raciocínio desejado. Este 
índice é avaliado por meio dos subtestes de aritmética, dígitos e sequência 
de números e letras; 
 Índice de Velocidade de Processamento – envolve as funções da 
atenção, da memória e da concentração para que uma informação visual 
seja processada sem distração. Permite avaliar a resistência à estímulos 
distratores fornecendo uma medida da velocidade de processamento da 
informação. Para sua avaliação, são utilizados os seguintes subtestes: 
códigos e procurar símbolos. 
O WAIS-III é utilizado, principalmente, para avaliação da capacidade 
intelectual. Contudo, conforme descrito em revisão de Lopes et al. (2012), seus 
diversos subtestes são úteis em diversos propósitos diagnósticos: 
 testagem de dificuldades de aprendizagem ou identificação de 
superdotados; 
 predizer desempenho acadêmico; 
 auxiliar no diagnóstico de deficiência mental; 
 descrever alterações em funções cognitivas específicas para auxiliar no 
diagnóstico diferencial de quadros neuropsicológicos. Por exemplo, com a 
avaliação de alterações das funções executivas pode-se esclarecer sobre a 
presença de quadros como o transtorno de déficit de atenção e 
hiperatividade (TDAH). 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
 
 
4.2.1.1 Escala de Inteligência Wechsler Abreviada (WASI) 
 
 
A Escala de Inteligência Wechsler Abreviada (WASI) (THE 
PSYCHOLOGICAL, 1999) foi desenvolvida com o objetivo de reduzir o tempo de 
aplicação da WAIS. Consiste em uma versão reduzida daquela proposta por 
Wechsler e permite mensurar a inteligência e déficits cognitivos de forma rápida e 
eficaz, por isto, é indicada para uso em triagens para diagnósticos de retardo mental, 
superdotação, traumatismo crânio-encefálico e transtornos de aprendizagem e de 
déficit de atenção e hiperatividade (YATES et al., 2006). 
 
 
4.2.2 Escala de Inteligência Wechsler para Crianças Quarta Edição (WISC-IV) 
 
 
Escala de Inteligência Wechsler para Crianças Quarta Edição (WISC-IV) é 
um instrumento de avaliação da capacidade intelectual de crianças entre 6 e 16 
anos e 11 meses. Indicada para uso clínico individual, sendo largamente utilizada 
para: auxiliar no diagnóstico de problemas de aprendizagem; no diagnóstico 
diferencial de desordens neurológicas e psiquiátricas; para acompanhamento 
pedagógico ou tratamento psicológico e de reabilitação cognitiva. 
Assim como a WAIS, a WISC é composta de subtestes que mensuram: 
compreensão verbal; raciocínio abstrato; organização perceptual; raciocínio 
quantitativo; memória; velocidade de processamento. E seus subtestes principais 
fornecem as pontuações para o QI Total. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
 
 
4.2.3 Teste de Inteligência Geral – Não Verbal (TIG-NV) 
 
 
Objetiva avaliar o quociente de inteligência não verbal. Permite avaliar o 
raciocínio espacial, matemático, a memória de reconhecimento em tarefas que 
envolvem a organização e execução de estímulos visuais. Trata-se de um teste 
composto de 30 itens de múltipla escolha que pode ser aplicado de forma individual 
ou coletiva. Sua possibilidade de aplicação em grupo faz deste teste uma boa opção 
para uso nos contextos, não só clínico, como da psicologia organizacional e escolar. 
Este instrumento está padronizado para uso na população brasileira nas 
faixas etárias de 10 a 79 anos. O tempo de aplicação é em torno de 40 minutos. 
LEMBRE-SE: Os escores nas escalas de inteligência não devem ser 
utilizados isoladamente para diagnósticos de deficiência mental ou qualquer outro 
transtorno neuropsiquiátrico. Qualquer diagnóstico só deve ser conclusivo a partir de 
uma avaliação completa que inclua, além das informações sobre a funcionalidade 
cognitiva determinada por critérios objetivos, dados subjetivos obtidos a partir de 
fontes que apontem a funcionalidade do indivíduo em suas tarefas cotidianas. 
Algumas fontes que podem auxiliar nesta investigação incluem: observação do 
indivíduo em seu ambiente social, escolar e/ou de trabalho; entrevistas com pessoas 
que convivem com o indivíduo; informações clínicas prévias para investigação de 
histórico patológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
 
 
4.3 TESTES DE MEMÓRIA E APRENDIZAGEM 
 
 
4.3.1 Teste de Aprendizagem Auditivo Verbal de Rey (RAVLT) 
 
 
O RAVLT (REY, 1958) consiste em um teste para avaliar memória e 
aprendizagem e memória. O instrumento é composto de uma lista contendo 15 
palavras (lista A), que deve ser lida para o respondente cinco vezes consecutivas, a 
cada leitura é solicitada a evocação imediata da lista. Nesta etapa espera-se que o 
respondente consiga aumentar gradualmente o número de palavras recordadas. A 
manutenção ou diminuição do número de palavras evocadas ao longo das 
repetições da lista A indicam prejuízos de memória e aprendizagem. 
Uma segunda lista (lista B), também com 15 palavras, é lida e é solicitada a 
evocação imediata. Após aplicação da lista B, solicita-se novamente ao respondente 
que diga as palavras de que se recorda da lista, mas desta vez sem representá-la. 
Após intervalo de 20 minutos, solicita-se a evocação tardia da lista A. 
Após evocação tardia aplica-se a tarefa de reconhecimento da lista A, que 
consiste em apresentar as palavras dalista junto a outras palavras. Então, em um 
total de 50 palavras, o respondente deve reconhecer as palavras apresentadas 
anteriormente. 
O RAVLT possui padronização para uso na população brasileira (MALLOY-
DINIZ et al., 2000) a partir dos 16 anos, sendo adaptada uma outra versão 
específica para população de idosos(MALLOY-DINIZ et al., 2007). O nível de 
escolaridade, a idade e o gênero influenciam no desempenho do teste e, portanto, a 
padronização oferecida por estes autores oferece tabela de desempenho para as 
diferentes faixas etárias, níveis educacionais e para homens e mulheres. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
 
 
4.3.2 Teste de Memória da Lista de Palavras do CERAD 
 
 
O Teste de Memória da Lista de Palavras do CERAD (BERTOLUCCI et al., 
1998) é composto por uma lista de dez palavras, que deve ser lida para o 
examinando e, após a leitura, solicitada evocação livre, por um período de no 
máximo 90 segundos. O procedimento é repetido três vezes e a pontuação 
corresponde à soma das palavras evocadas nas três tentativas. A repetição 
consecutiva permite avaliar a curva de aprendizagem. Em idosos normais, com oito 
anos de escolaridade, espera-se a recordação de pelo menos 13 palavras. 
Na segunda etapa deste teste, após intervalo mínimo de dez minutos, é feita 
a evocação tardia da lista de palavras. O tempo máximo fornecido para que o 
respondente tente se lembrar da lista é de 90 segundos, durante este tempo o 
respondente deve ser incentivado a esforçar-se para lembrar-se das palavras. Cada 
palavra lembrada corresponde a um ponto. A evocação tardia das palavras 
corresponde a uma medida da memória de longo prazo. O total de três palavras é 
adotado como ponto de corte para discriminar entre o funcionamento normal e a 
alteração cognitiva. 
Após a tarefa de evocação tardia, aplica-se o reconhecimento da lista de 
palavras, no qual as dez palavras da lista são apresentadas em meio a dez outras 
palavras e o respondente deve apontar quais são as palavras lidas na lista de 
aprendizagem. Cada palavra reconhecida corretamente como pertencente ou não 
pertencente à lista aprendida equivale a um ponto. A soma máxima de pontos no 
reconhecimento é de 20 pontos. O escore final de reconhecimento é obtido 
subtraindo-se 10 pontos do número de respostas corretas para evitar o efeito de 
acerto ao acaso. Portanto, o escore máximo final desse teste é 10 pontos. Para 
idosos normais, com oito anos de escolaridade, espera-se pelo menos 7 pontos. 
Este teste de memória é recomendado para uso na população idosa, pois, 
como mencionado anteriormente, é parte da bateria CERAD elaborada para auxílio 
no diagnóstico de demência. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
 
 
4.3.3 Teste de Memória de Figuras 
 
 
O Teste de Memória de Figuras (NITRINI et al., 1994) consiste em 
apresentar ao respondente uma folha que contém dez figuras. Esta folha é 
apresentada três vezes, sendo na primeira solicitado que o respondente nomeie 
cada figura e nas demais vezes, após exibição das figuras por 30 segundos, solicita-
se a evocação imediata das figuras. Após um intervalo, no qual é aplicada alguma 
outra tarefa como distrator, solicita-se a evocação tardia das figuras. Na última etapa 
do teste, outra folha com diversas figuras, incluindo entre elas aquelas apresentadas 
para memorização, é apresentada ao respondente para que ele faça o 
reconhecimento das figuras que se lembra de ter visto anteriormente. 
O desempenho esperado para indivíduos sem prejuízos de memória e de 
atenção é de que se lembrem de pelo menos sete figuras na solicitação da memória 
imediata e seis figuras na memória tardia. Além disto, indivíduos normais tendem a 
identificar e nomear todas as figuras corretamente. Assim, a avaliação qualitativa 
deste teste permite perceber erros de percepção emitidos quando o paciente 
confunde os objetos com outros objetos parecidos, por exemplo, dizer que o balde é 
um copo e também erros de nomeação, por exemplo, se o paciente não consegue 
nomear a figura da tartaruga, mas menciona que é um animal. Mais de uma falha 
pode indicar problemas de nomeação e agnosias (descritas no Módulo IV no 
subitem de desordens visuoespaciais e construtiva). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
 
 
4.3.4 Teste Comportamental de Memória de Rivermead (TCMR) 
 
 
O Teste Comportamental de Memória de Rivermead (TCMR) avalia a 
memória imediata, tardia e prospectiva por meio de situações mais próximas às 
situações do cotidiano e desta forma se configura também como instrumento útil 
para avaliação da perda da capacidade funcional do indivíduo na vida real e não 
somente em situação de testagem. 
Existe uma versão deste instrumento para uso em adultos (WILSON et al., 
1985) adapta para uso no Brasil por Schmidt e Oliveira (1999). O instrumento 
também possui uma versão adaptada para uso em crianças de cinco a dez anos 
(WILSON et al., 1993). 
 
 
4.4 TESTES DE ATENÇÃO 
 
 
4.4.1 Teste de Atenção por Cancelamento 
 
 
O Teste de Atenção por Cancelamento de Montiel e Capovilla (2007) é 
composto de matrizes que contêm diferentes tipos de estímulos visuais (círculo, 
quadrado, triângulo, cruz, estrela e traço) apresentados em cor preta sobre fundo 
branco. O respondente é solicitado a assinalar todos os estímulos iguais a um 
estímulo-alvo anteriormente determinado, sendo fornecido tempo máximo de um 
minuto para execução da tarefa. A Figura 15 apresenta uma ilustração da primeira 
parte do Teste de Atenção por Cancelamento, com a representação das respostas 
esperadas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
 
 
FIGURA 15 - EXEMPLO DE TAREFA DE CANCELAMENTO NA ETAPA UM DO 
TESTE DE MONTIEL E CAPOVILLA 
 
FONTE: Tornella, 2008. 
 
 
Na etapa dois do teste, a estrutura da matriz apresentada é a mesma, mas o 
estímulo pré-determinado é composto por dois símbolos. A tarefa consiste no 
cancelamento do alvo somente se este aparecer precedido do mesmo símbolo que 
aparece no estímulo pré-determinado. A Figura 16 apresenta uma ilustração desta 
segunda etapa do teste com a representação das respostas esperadas. 
 
 
FIGURA 16 - EXEMPLO DA TAREFA DE CANCELAMENTO NA ETAPA DOIS DO 
TESTE DE MONTIEL E CAPOVILLA 
 
FONTE: Tornella, 2008. 
 
 
Na última parte do teste, a matriz impressa contém o mesmo tipo de 
estímulo nas fileiras para cancelamento. Contudo, o estímulo-alvo muda a cada linha 
e é exibido no inicial de cada linha, indicando uma nova norma de cancelamento por 
linha. A Figura 17 apresenta uma ilustração desta terceira etapa do teste com a 
representação das respostas esperadas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
 
 
FIGURA 17 - EXEMPLO DA TAREFA DE CANCELAMENTO NA ETAPA TRÊS DO 
TESTE DE MONTIEL E CAPOVILLA 
 
FONTE: Tornella, 2008. 
 
 
Nas duas primeiras etapas do teste, avalia-se a atenção seletiva, então o 
respondente deve estar atento para selecionar o estímulo predeterminado em 
detrimento aos diversos estímulos apresentados. Na etapa três avalia-se a atenção 
alternada. 
 
 
4.4.2 D-2 Teste de Atenção Concentrada 
 
 
O teste D-2 consiste em um teste de cancelamento que avalia a atenção 
concentrada e seletiva e ainda a flutuação da atenção, velocidade de 
processamento e precisão. 
O teste é aplicado individualmente e sua aplicação leva de 8 a10 minutos. 
Na folha de exame são apresentadas 14 linhas, cada uma com 47 caracteres (´d´ ou 
´p) com um, dois, três ou quatro traços em cima e/ou em baixo. A tarefa do sujeito 
consiste em procurar em cada linha as letras ´d´, incialmente com dois traços, e, 
posteriormente, com um traço. 
O teste possui padronização para uso no Brasil em crianças (com idade 
superior a 8 anos) e adultos (BRICKENKAMP e WELTER, 1990). 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
 
 
4.4.3 Teste de Trilhas 
 
 
O Teste de Trilhas avalia a atenção alternada, a velocidade e flexibilidade depensamento. Na primeira parte do teste (forma A), uma folha de papel com 25 
números dispostos de forma aleatória é apresentada ao respondente e é solicitado 
que ele, utilizando um lápis, ligue os números de acordo com a ordem crescente. Na 
segunda parte do teste (forma B), a folha contém letras e números, também 
correspondentes a 25 elementos dispostos de forma aleatória, e o respondente deve 
ligar estes elementos alternando a sequência entre um número e uma letra 
respeitando a ordem crescente para escolha dos números e a alfabética para letras. 
O teste é interrompido após três erros ou em cinco minutos após início de sua 
aplicação. 
Este teste ainda demanda padronização para uso na população brasileira. 
 
 
4.5 TESTES DO FUNCIONAMENTO EXECUTIVO 
 
 
4.5.1 Teste do Desenho do Relógio (TDR) 
 
 
O TDR é um instrumento utilizado para avaliar diversas funções cognitivas 
como: memória visual; habilidades visuoespaciais; programação motora; 
pensamento abstrato; funções executivas. A aplicação do teste consiste em solicitar 
ao respondente que desenhe a face de um relógio com todos os seus números e 
adicione os ponteiros deste relógio marcando um determinado horário, por exemplo, 
11 horas e 10 minutos. As normas de aplicação e de pontuação variam em função 
das diferentes versões existentes do instrumento. Entre estas versões estão os 
testes de: Shulman et al., Sunderland et al., Wolf-Klein et al., Mendez et al., Tuokko 
 
 
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 66 
et al., Manos & Wu e Shua-Haim (para revisão, ver Atalaia-Silva e Lourenço, 2004) 
(ATALAIA-SILVA; LOURENÇO, 2008). 
O TDR é útil no rastreio de quadros demenciais, pois é um instrumento 
breve e de fácil aplicação, sensível aos prejuízos da memória, do funcionamento 
executivo e das habilidades visuoespaciais de indivíduos idosos (NITRINI et al., 
2005). Contudo, é importante considerar que o desempenho neste teste é 
influenciado pelo nível de escolaridade do respondente, não sendo recomendado 
para uso entre pessoas com menos de cinco anos de estudo. 
 
 
4.5.2 Teste de Classificação de Cartas de Wisconsin (WCST) 
 
 
O WCST é empregado na avaliação do raciocínio abstrato e a habilidade 
para desenvolvimento de estratégias de solução de problemas em resposta a 
situações que demandam adaptação. 
O material do teste inclui 4 cartas-chave e 128 cartas-resposta. As cartas 
contêm figuras de diferentes formas (cruzes, círculos, triângulos ou estrelas), cores 
(vermelho, verde, amarelo ou azul) e números (um, dois, três ou quatro). O 
respondente é solicitado a combinar as cartas-estímulo com as cartas-chave. Existe 
uma combinação previamente estabelecida que não é revelada ao avaliando. Para 
cada combinação que ele faz é informado se a resposta está correta ou não. Assim, 
pretende-se que possa modificar sua estratégia em caso de erro. 
Este teste é considerado uma medida da função executiva e avalia além 
desta função a memória de trabalho e aspectos cognitivos como flexibilidade de 
pensamento e inibição perseveração. Indicado, portanto, para auxílio da avaliação 
do funcionamento frontal e pré-frontal. 
O teste está padronizado para uso na população brasileira com uma versão 
para faixa etária de 6 a 18 anos (HEATON et al., 2005) e uma outra versão para uso 
em idosos, acima dos 60 anos (TRENTINI et al., 2010). 
 
 
 
 
 
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4.5.3 Torre de Hanói, Torre de Londres e Torre de Toronto 
 
 
Testes de torres consistem em cumprir a tarefa de montar a torre com a 
melhor solução, a mais direta. Ao respondente é solicitado cumprir a tarefa com o 
menor número de movimentos possíveis e, para isto, deve planejar seus 
movimentos. Este tipo de tarefa é semelhante a montar quebra-cabeça ou solucionar 
enigmas e exige a habilidade de planejamento (LEZAK, 2004). O teste permite 
avaliar habilidades de resolução do problema, planejamento e execução de 
sequências lógicas; memória operacional. 
Existem três tipos de testes com uso de torres: de Londres, de Hanói e de 
Toronto. Na Torre de Londres, o objetivo é remontar uma torre mantendo as 
posições pré-determinadas das peças. Na Torre de Toronto a complexidade da 
tarefa é maior. O quarto bloco de anéis de diferentes cores (branco, amarelo, 
vermelho e preto) deve ser organizado de forma que as cores mais claras fiquem 
sobre as mais escuras. 
A Torre de Hanói (ToH) tem nível de complexidade intermediário e é 
composta de três hastes verticais nas quais se encaixam aros coloridos de 
diâmetros diferentes. A tarefa é mover os aros de uma haste à outra, até chegar à 
mesma organização inicial. As regras são: manter as peças maiores abaixo das 
menores e mover apenas uma peça de cada vez. 
Estes testes ainda demandam adequado processo de validação para uso na 
população brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.6 TESTES DE RACIOCÍNIO E LINGUAGEM 
 
 
4.6.1 Testes de Fluência Verbal 
 
 
Os Testes de Fluência Verbal são de fácil e rápida aplicação. Por isto, são 
recomendados para uso em triagens e rastreio de declínio cognitivo e são incluídos 
nas baterias neuropsicológicas a fim de auxiliar no diagnóstico. Tratam-se de tarefas 
nas quais se solicita ao respondente que evoque palavras em um período limitado 
de tempo, em geral, um minuto. Durante este tempo, é normal que o número de 
palavras evocadas seja maior nos primeiros 15 segundos e pode ir reduzindo, 
gradualmente, até o fim do tempo estipulado. Contudo, na presença de patologias 
essa evocação pode estar comprometida e o indivíduo apresente desempenho 
diferente do esperado, como: não evocar palavras nos primeiros segundos; repetir 
as mesmas palavras; evocar um número reduzido de palavras. 
Estes testes foram inicialmente propostos para avaliação de lesões no lobo 
frontal em pacientes adultos, sendo utilizados para avaliação de diversas funções 
cognitivas, como: funções executivas; pensamento abstrato; flexibilidade cognitiva e 
uso de estratégia; velocidade de processamento; memória semântica. No que se 
refere à linguagem, avalia a capacidade para organizar e recuperar palavras 
foneticamente, para procurar palavras de categorias específicas armazenadas na 
memória, o conhecimento de palavras. Os testes mais utilizados buscam avaliar a 
fluência verbal semântica e a fluência verbal fonêmica. 
No teste de fluência verbal semântica (categoria animais) é solicitado ao 
respondente que fale todos os animais que conseguir se lembrar espontaneamente. 
São pontuados todos os animais mencionados pelo respondente no período de um 
minuto. A fluência verbal avaliada por este teste depende da capacidade de acesso 
semântico e da riqueza de vocabulário do respondente. Testes de fluência verbal 
avaliam a linguagem e também o funcionamento executivo. 
 
 
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No Brasil, os pontos de corte sugeridos para adultos são de nove animais 
por minuto para indivíduos com até oito anos de escolaridade e de 13 animais por 
minuto para aqueles com mais de oito anos de escolaridade (BRUCKI et al., 1997). 
Em estudo realizado com adultos brasileiros para verificar efeitos da 
escolaridade, foi apresentada a média de animais lembrados para grau de 
educação: para analfabetos, média de 12,1 animais; para 1 a 4 anos de estudos, 
12,3 animais; para 5 a 8 anos, 14,0; para 9 a 11 anos, 16,7; e, para mais de 11 anos 
de estudos, 17,8 animais (BRUCKI e ROCHA, 2004). 
Outras categorias semânticas que podem ser utilizadas são: nomes de 
frutas; nomes próprios de pessoas, peças do vestuário; entre outros. Contudo, não 
existe normatização destes outros formatos para uso no Brasil. 
No teste fluência verbal fonêmica – letras FAS – é solicitado ao respondente 
que diga o máximo de palavras que conseguir se lembrar iniciadas com as letras “F”, 
“A” e “S”, sendo fornecido o comando para cada letra, separadamente. O tempo 
dado ao respondente é de umminuto para cada letra. O escore total é a soma de 
palavras evocadas com as três letras. 
O teste vem sendo utilizado no Brasil, principalmente, no âmbito da pesquisa 
e na clínica para avaliação de quadros de afasia, com o intuito de verificar não só a 
fluência verbal fonêmica, mas também para avaliação da memória semântica e de 
disfunção executiva decorrentes de agravos em regiões cerebrais como o lobo 
frontal e as estruturas temporais. Contudo, este teste sofre influência da idade e da 
escolaridade, sendo ainda necessários dados normativos para estabelecer pontos 
de corte adequados para a população brasileira. Dados internacionais são utilizados 
para a pontuação, mas sem a certeza de que os mesmos se aplicam à nossa 
população (BENTON, 1989; STRAUSS, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.6.2 Teste de Nomeação de Boston (versão reduzida) 
 
 
Uma versão resumida do Teste de Nomeação de Boston foi elabora com 15 
figuras, que o respondente deve nomear assim que lhe são apresentadas (árvore, 
cama, apito, flor, casa, canoa, escova de dentes, vulcão, máscara, camelo, gaita, 
pegador de gelo, rede, funil, dominó). Cada nomeação correta corresponde a um 
ponto. Esse teste avalia linguagem, mais especificamente, a capacidade de 
nomeação e de percepção visual. Esta versão foi inserida junto à versão adaptada 
do CERAD para uso em idosos. Versões para uso na população geral brasileira 
ainda precisam ser adaptadas. 
 
 
4.6.3 Teste de Provérbios 
 
 
A testagem com o uso de provérbios é forma simples de avaliar aspectos 
cognitivos como a linguagem, a capacidade de abstração e a memória. A avaliação 
pode ser feita mencionando parte de provérbios e solicitando que o indivíduo 
complete os provérbios e que explique o significado, isto é, que interprete o 
provérbio. É importante selecionar provérbios conhecidos na cultura do indivíduo 
avaliado. Falhas em completar e interpretar o ditado podem indicar 
comprometimento da memória, da compreensão e da capacidade de abstração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.6.4 Testes de Leitura e Escrita 
 
 
Para avaliar aspectos como a escrita e a leitura, o avaliador pode utilizar de 
estratégias como: solicitar leitura e escrita espontânea; ditados com palavras 
utilizadas regularmente em nossa língua e com palavras pouco conhecidas e com 
não palavras (palavras inexistentes em qualquer idioma); e contar histórias. 
 
 
4.7 TESTES DE PERCEPÇÃO E DO FUNCIONAMENTO VISUOCONSTRUTIVO 
 
 
4.7.1 Teste de Praxia Construtiva da bateria CERAD 
 
 
Neste Teste de Praxia Construtiva do CERAD são apresentadas quatro 
figuras (círculo, losango, retângulos sobrepostos e cubo) e é solicitado ao 
respondente que faça cópia de cada uma das figuras. Fornecido tempo máximo de 
dois minutos para cada cópia. A pontuação é feita para cada cópia separadamente, 
avaliando-se os seguintes aspectos: formato, ângulos, dimensão e tamanho. A 
pontuação máxima do teste é de 11 pontos. Este teste avalia habilidades 
perceptivas e visuoconstrutivas. O desempenho esperado é de pelo menos nove 
acertos para indivíduos com escolaridade média de oito anos. 
Na evocação tardia das praxias solicita-se ao respondente que reproduza os 
quatro desenhos copiados anteriormente de acordo com o que se lembrar. 
Seguindo-se os mesmos critérios de correção da construção das praxias, o escore 
máximo é de 11 pontos. Esse teste avalia, além das habilidades visuoconstrutivas, a 
memória de longo prazo. O ponto de corte é de quatro pontos. 
Este teste de é recomendado para uso na população idosa, pois como 
mencionado anteriormente, é parte da bateria CERAD elaborada para auxílio no 
diagnóstico de demência. 
 
 
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4.7.2 Figuras Complexas de Rey 
 
 
A Figura Complexa consiste em instrumentos que, por meio da cópia e 
posterior reprodução de memória de uma figura complexa – composta por diversos 
traçados geométricos –, permite a avaliação de diversos processos cognitivos, 
como: habilidade de construção visuoespacial; planejamento, estratégias de 
soluções de problemas; percepção visual; motricidade; e memória visual. 
Os aspectos avaliados para pontuação do teste são: riqueza e exatidão de 
cópia; tempos para executar a cópia (em minutos); riqueza e exatidão da reprodução 
de memória. As Figuras Complexas de Rey possuem normatização para população 
adulta (18 a 52 anos) e também para crianças (4 a 15 anos) (OLIVEIRA, 1999). 
 
 
4.7.3 Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender – Sistema de Pontuação Gradual (B-SPG) 
 
 
O Teste de Bender-Gestalt (BENDER, 1955; SISTO et al., 2006) é composto 
de nove desenhos cujas cópias, segundo Lefevre e Porto (2006), “permitem avaliar a 
tendência do sistema perceptual visual dentro da Gestalt”. Além das alterações das 
habilidades construtivas, estes autores apontam a utilidade deste teste para 
diagnóstico de negligência unilateral. 
 
 
4.7.4 Subteste Cubos do WAIS 
 
 
O Teste de Cubos corresponde a um instrumento para avaliação da 
organização visual em adultos por meio de tarefas que consistem em montar figuras 
que estão impressas e são exibidas para que o respondente as copie utilizando 
cubos coloridos em vermelho e branco. 
 
 
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4.7.5 Subteste Quebra-Cabeça do WISC 
 
 
Este teste é composto de quatro quebra-cabeças e é indicado para avaliar 
as habilidades de organização visual em crianças. Além da utilidade em crianças, foi 
indicado como sensível para identificar prejuízos de habilidades motoras pacientes 
portadores de doença de Huntington (LEFEVRE e PORTO, 2006). 
 
 
5 AVALIAÇÃO DO HUMOR, COMPORTAMENTO E FUNCIONAMENTO 
ADAPTATIVO 
 
 
5.1 ESCALAS E INVENTÁRIOS DE DEPRESSÃO 
 
 
5.1.1 Inventário de Depressão de Beck (BDI) 
 
 
O BDI (BECK et al., 1961; GORENSTEIN; ANDRADE, 1998; CUNHA, 2001) 
consiste em escala para auxílio no diagnóstico de depressão e é composto de 21 
itens, cada item fornece quatro afirmativas que abordam sobre intensidade de 
sintomas e atitudes associadas a depressão. O respondente deve escolher para 
cada item a afirmativa que mais condiz com o que tem sentido recentemente. As 
afirmativas variam de 0 a 3, indicando desde ausência até a intensidade grave do 
sintoma. O inventário é autoaplicável. A padronização para uso na população 
brasileira atende a faixa etária de 17 a 80 anos (CUNHA, 2001). 
Os itens avaliam os seguintes aspectos: tristeza, pessimismo, sensação de 
fracasso, falta de satisfação, sensação de culpa, sensação de punição, 
autodepreciação, autoacusações, ideias suicidas, crises de choro, irritabilidade, 
retração social, indecisão, distorção da imagem corporal, inibição para o trabalho, 
 
 
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 74 
distúrbio do sono, fadiga, perda de apetite, perda de peso, preocupação somática, 
diminuição de libido. 
 
 
5.1.2 International Neuropsychyatric Interview (MINI) 
 
 
A MINI é uma escala compatível com os critérios do DSM-III-R/IV e da CID-
10. O instrumento possui uma versão curta para uso em atenção primária e 
compreende 19 módulos que avaliam 17 transtornos do eixo I do DSM-IV mais o 
risco de suicídio e o transtorno da personalidade antissocial. Além desta, existe uma 
versão mais ampla, a MINI Plus, que investiga os principais transtornos psicóticos e 
do humor do DSM-IV, fornecendo não só exclusão e inclusão para os diagnósticos, 
mas também uma cronologia da patologia (início, duração e número de episódios). 
A MINI é indicada para clínica e também para atenção primária, pois trata-se 
de uma entrevista padronizada de rápida aplicação (15 a 30 minutos). A versão 
brasileira foi traduzida e adaptada por Amorim (2000). 
 
 
5.1.3 Escala de Depressão Geriátrica (EDG) 
 
 
O diagnóstico da depressão em idosos é dificultado pela presença de 
comorbidades e a frequente interação medicamentosa nesta população(PARADELA 
et al., 2005), demandando dos profissionais de saúde o exercício do diagnóstico 
diferencial. O uso de instrumentos de avaliação da depressão específicos para 
indivíduos mais velhos pode ser a forma mais adequada de garantir o diagnóstico 
correto e de oferecer o tratamento mais eficaz. 
A Escala de Depressão Geriátrica (EDG) (SHEIKH; YESAVAGE, 1986) é um 
dos instrumentos mais utilizados para o rastreamento de sintomas depressivos em 
idosos. Uma versão reduzida (EDG-15) foi adaptada para uso na população 
brasileira por Almeida e Almeida (1999) e sua validade para uso na clínica vem 
sendo confirmada (PARADELA et al., 2005). Trata-se de um questionário composto 
 
 
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 75 
por 15 perguntas com respostas do tipo sim ou não. Para cada resposta depressiva 
é contado um ponto, sendo o escore a partir de seis indicativo de presença de 
depressão. 
 
 
5.2 ESCALAS E INVENTÁRIOS DE ANSIEDADE 
 
 
5.2.1 Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) 
 
 
O BAI (BECK et al., 1988; CUNHA, 2001) é um instrumento composto por 23 
itens que correspondem a sintomas de ansiedade. Cada item deve ser avaliado 
segundo o grau de intensidade que foi sentido na última semana e pontuado em 
uma escala de 0 a 3. O respondente pode escolher mais de uma resposta para 
descrever a intensidade de seu sintoma, mas deverá ser considerada somente a 
intensidade mais alta para soma no escore total. A soma dos pontos em cada item 
fornece o escore total, que vai de 0 a 63. Este inventário é autoaplicável. Possui 
padronização para uso na população brasileira na faixa etária de 17 a 80 anos 
(CUNHA, 2001). 
 
 
5.2.2 Escala de Ansiedade de Hamilton 
 
 
Escala de Ansiedade de Hamilton (HAMILTON, 1959; AMBAN, 1985) é um 
instrumento com 14 itens divididos em dois grupos: sintomas de humor ansioso e 
sintomas físicos de ansiedade. Cada item deve ser avaliado, segundo o grau de 
intensidade, em uma escala de 0 a 4 (0 = ausente; 1 = leve; 2 = média; 3 = forte; 4 = 
máxima). A soma dos pontos de cada item resulta no escore total, que vai de 0 a 56. 
A escala é aplicada por um avaliador. 
 
 
 
 
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5.2.3 Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) 
 
 
A HAD (ZIGMOND; SNAITH, 1983) uma escala indicada ara avaliar a 
de ress o e a ansiedade em acientes com doen as org nicas, nas quais est o 
 resentes sintomas f sicos ins nia, cansa o, erda de eso, etc. tamb m 
presentes em um quadro depressivo. Seu uso é mais frequente em conte to 
hos italar. O instrumento com osto de um total de quest es, sendo sete para 
mensurar a ansiedade (HAD-A) e sete ara mensurar a de ress o AD-D). Solicita-
se ao respondente que dê uma nota de 0 a 3 para cada uma das questões. O total 
pode variar de 0 a 21 pontos em cada subescala. O instrumento foi validado para 
uso no Brasil para pacientes epiléticos, com idade a partir de 17 anos atendidos em 
ambulatório, e o corte sugerido foi de oito pontos para ansiedade e nove para 
depressão (BOTEGA et al., 1998). Atualmente, o instrumento continua sendo 
testado e utilizado em pacientes com diversas patologias. 
 
 
5.3 ESCALAS E INVENTÁRIOS DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL 
 
 
Na prática clínica, quando o objetivo é o diagnóstico de distúrbios 
neuropsiquiátricos, a prioridade da avaliação neuropsicológica é comprovar 
prejuízos cognitivos. Contudo, é imprescindível a identificação da incapacidade, 
resultante destes prejuízos, para condução de uma vida independente. Para auxiliar 
na identificação destas incapacidades existem escalas e questionários que podem 
garantir uma avaliação objetiva e padronizada. Estas escalas avaliam a 
independência para realização de atividades de vida diária (AVDs). No conceito de 
atividades de vida diária estão incluídas as atividades básicas (autocuidado), as 
atividades instrumentais (incluem a relação com o meio ambiente) e as atividades 
avançadas (participação social que envolve interação com outras pessoas). 
 
 
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 77 
A seguir, são apresentados alguns instrumentos que avaliam a capacidade 
de um indivíduo realizar de forma independente as AVDs e neles são exemplificados 
os tipos de atividades entendidas como básicas, instrumentais e avançadas. 
 
 
5.3.1 Índice de Katz para Atividades Básicas da Vida Diária 
 
 
O questionário de Katz (KATZ et al., 1963; LINO et al., 2008) é composto de 
seis itens sobre o grau de dependência para realizar atividades básicas do dia a dia: 
tomar banho, vestir-se, fazer a higiene pessoal, alimentar-se, ter continência 
esfincteriana e transferir-se de um local para outro. Para cada pergunta há três 
possibilidades de resposta: totalmente independente, parcialmente dependente e 
totalmente dependente. O resultado pode variar desde independência completa para 
todas as atividades até a dependência total. Quanto maior o escore obtido, maior o 
grau de dependência. 
 
 
5.3.2 Functional Activities Questionnaire (FAQ) 
 
 
O FAQ (PFEFFER et al., 1982; SANCHEZ et al., 2011) é um instrumento 
que avalia o grau de independência de um indivíduo para realizar dez atividades de 
vida diária. Foi criado, originalmente, para auxiliar no diagnóstico de demência. O 
questionário dever ser aplicado a um informante que deve responder se o indivíduo 
avaliado consegue realizar cada atividade. As opções de resposta incluem: a) é 
capaz; nunca o fez, mas poderia fazer agora; b) faz, mas com alguma dificuldade; c) 
nunca o fez, mas poderia fazer agora; d) necessita de ajuda; e) não é capaz, com as 
respectivas pontuações para cada reposta 0, 0, 1, 1, 2, 3. 
O escore final é obtido com a soma de todas as repostas e pode variar de 0 
a 30. Quanto maior a pontuação, maior o nível de incapacidade para realizar as 
tarefas de vida diária. 
 
 
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Os domínios de atividades de vida diária avaliados pelo FAQ são: 
administração de finanças; realização de compras; entretenimentos/passatempos; 
preparo refeição completa e de café/chá; e compreensão de programas de TV ou 
leituras; atenção eventos/notícias atuais; lembrar-se de eventos; e sair de casa 
sozinho. 
 
 
5.3.3 Inventário de Atividades Avançadas de Vida Diária 
 
 
O Inventário de Atividades Avançadas de Vida Diária, elaborado por Reuben 
et al. (1990), pode ser utilizado como forma estruturada de levantar sobre a 
independência de um indivíduo para realizar atividades de lazer, de trabalho e outras 
tarefas associadas a atividades sociais comuns na fase adulta. O questionário é 
composto por uma lista que reúne atividades desta natureza e o respondente deve 
responder para cada atividade se nunca fez, parou de fazer, ou ainda faz. Entre 
algumas atividades incluídas neste instrumento estão: visitas, festas, viagens, 
prática religiosa, eventos culturais e etc. 
A partir deste levantamento, é possível uma avaliação qualitativa sobre a 
diminuição no engajamento em atividade de cunho social. O inventário é útil para 
uso em diagnóstico de quadros clínicos, como a síndrome demencial, onde é 
necessário identificar se existe um declínio na participação das atividades sociais em 
relação ao nível anterior de funcionalidade do indivíduo. 
 
 
5.3.4 Informat Questionnaire of Cognitive Decline of the Elderly (IQCODE) 
 
 
O IQCODE (JORM; JACOMB, 1989; SANCHEZ; LOURENÇO, 2009) é um 
instrumento padronizado utilizado para identificação do declínio cognitivo a partir do 
relato de um informante que conviva com o indivíduo a ser avaliado. Os autores 
desta escala sugerem que o informante deve ser em parente ou amigo próximo e 
que tenha uma convivência com indivíduo avaliado de no mínimo dez anos, pois a 
 
 
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 79 
entrevista busca comparar as alterações no desempenho do indivíduo avaliado ao 
longo de vários anos. Este instrumento tem se mostrado válido para o rastreio e 
diagnóstico da síndrome demencial na fase inicial.Entre as vantagens desta escala 
está a de poder ser aplicado em paciente com grande comprometimento e/ou 
instáveis e que, geralmente, não podem ser submetidos a avaliações 
neuropsicológicas. Além disto, corresponde a uma forma de avaliar efeitos do 
prejuízo cognitivo nas demandas ambientais. 
Para cada pergunta do questionário deve ser respondida a seguinte reposta: 
muito melhor (1) ; um pouco melhor (2); não houve mudança (3); um pouco pior (4 ); 
muito pior (5). O escore final é dado pela soma ponderada dos itens, dividindo-os 
pelo total de itens da escala. O total varia de um a cinco, sendo a pontuação menor 
ou igual a três indicativo de alguma alteração; a pontuação quatro indica uma 
alteração considerável, e cinco muita alteração (SANCHEZ; LOURENÇO, 2009). 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO III

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