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DIREITO PENAL II - 3°PERÍODO 1° BIMESTRE 06/08/2019 – TERÇA-FEIRA 07/08/2019 – QUARTA-FEIRA CONCURSO DE AGENTES 1. CONCEITO= O concurso de pessoas (também chamado de concurso de agentes) pode ser definido como a concorrência de duas ou mais pessoas para o cometimento de um ilícito penal. O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 29, não define especificamente o concurso de pessoas, porém, afirma que “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”. Art. 29. Concurso de pessoas Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser- lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Na doutrina, tem-se definido o concurso de agentes como a reunião de duas ou mais pessoas, de forma consciente e voluntária, concorrendo ou colaborando para o cometimento de certa infração penal. Para a caracterização de um ilícito penal, é necessário, primeiramente, uma conduta humana, positiva ou negativa, cometida por uma ou várias pessoas, não sendo todo comportamento do homem um delito, em face do princípio de reserva legal somente os que estão tipificados pela lei penal podem assim ser considerados. Já os requisitos para a caracterização do concurso de pessoas serão demonstrados a seguir. TEORIAS Quando um crime é cometido por mais uma de uma pessoa, ocorre o concurso de pessoas. Nas palavras do doutrinador Fábio Miranda Mirabete, o concurso pode ser definido como a ciente e voluntária participação de duas ou mais pessoas na mesma infração penal, havendo uma convergência de vontades visando um fim comum, sendo dispensável um acordo prévio entre as pessoas. Seguindo essa mesma linha, Guaracy Moreira adiciona mais uma característica ao concurso de pessoas, ao salientar que nem todos praticam a mesma ação num evento criminoso. Há os que praticam o verbo previsto no tipo penal, os coautores, e há os que colaboram para o resultado, os participes. Discordando de certa parte da doutrina, o mestre Nelson Hungria, adota outra postura quando se trata da questão de haver ou não um acordo prévio entre os agentes. Em sua doutrina ensina que, deve haver um acordo de vontades que o acordo de vontades verse sobre o objetivo crime e sobre os meios de alcança-lo. Enquanto não se fundem em uma só as opiniões dos co-partícipes, ou enquanto não se estabelece entre eles a perfeita unidade de intenção (desígnios) e de planos, não é atingido o summatum opus, ou seja, não é atingida a consumação do concurso de agentes. Contudo, para que se tenha o concurso de pessoas é preciso preencher os seguintes requisitos: https://jus.com.br/tudo/penas a. Pluralidade de condutas: é necessária a participação de duas ou mais pessoas, cada uma com a sua conduta delituosa; b. Relevância causal de cada uma: a participação deve ser relevante para a concretização do delito; c. Liame subjetivo: deve existir um vinculo entre os agentes, um liame subjetivo, ou seja, as condutas devem ser homogêneas: todos devem ter a consciência de que estão colaborando para a realização de um crime; d. Identidade de infração para todos participantes: todos devem responder pelo mesmo crime. Quando ao requisito b. relevância causal, é pelo código penal no art. 29, §1º do Código Penal, que deve ser apurado no caso concreto, em que a pena será reduzida de um sexto a um terço. Tratando deste assunto, o mestre Marcelo Fortes Barbosa utiliza como exemplo de participação de menor importância a do motorista que se limitou a levar os latrocidas ao local do crime sem espera-los para dar-lhes fuga. Emprestar um veículo para a prática de furto se nos afigura como uma participação de menor importância. 2. TEORIA MONISTA= A teoria monista ou unitária é a adotada como regra pelo Código Penal, no artigo 29, caput, ao prescrever: Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Portanto, todos aqueles que concorrem para um delito, seja como executor, coautor ou partícipe, são autores dele e responderão pelo mesmo crime. No que se refere à aplicação da pena, no caso concreto, cada agente responderá na medida de sua culpabilidade, em um reforço e respeito ao princípio constitucional da individualização da pena, conforme dispõe a parte final do referido artigo: […] na medida de sua culpabilidade. Logo, embora os agentes respondam pelo mesmo crime, poderão ter pena fixada em quantia diferenciada. A exemplo, três agentes que concorrem para um homicídio. O primeiro empresta uma faca para que o segundo a utilize na execução do crime, enquanto o terceiro dá carona ao segundo para fugir do local. Neste caso, conforme a teoria monista, todos responderão pelo homicídio, na medida de sua culpabilidade, uma vez que o segundo agente que consumou o delito tem culpabilidade maior que os demais agentes, devendo receber uma pena maior. 3. VÍNCULO SUBJETIVO= Liame subjetivo entre os agentes: deve haver a ligação entre as vontades dos agentes, as condutas, no concurso de pessoas, são previamente combinadas e não podem fugir do acordado, configurando, portanto, um desígnio comum. a. Autoria: todos respondem pelo delito, independente da participação o agente que participou com o agente principal; b. Co-autoria: c. Participação: i. Induz: ii. Instiga iii. Auxilia materialmente 4. AUTORIA COLATERAL= Se dá quando mais de uma pessoa comete o delito e não combina a ação; Em outras palavras, ocorre quando mais de uma pessoa, em nenhum vínculo subjetivo entre elas, concorrem para a prática de determinado crime. NÃO HÁ concurso de pessoas, justamente pela ausência do vínculo subjetivo. Dessa forma, cada um responde por sua conduta (crimes autônomos). 5. AUTORIA INCERTA= Não há vinculo subjetivo entre as partes que estão cometendo o delito, um não sabe da existência do outro quando há o cometimento do crime; e a perícia não consegue apurar de onde partiu o cometimento do crime. Quando não é possível identificar a autoria, dai utiliza-se o crime menos grave. 13/08/2019 – TERÇA-FEIRA PENAS http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm Conceito: “Sansão imposta pelo Estado, mediante ação penal, do autor de uma infração penal, como retribuição de seu ato ilícito, consistente na diminuição de um bem jurídico, e cujo fim é evitar novos delitos”. (Damásio de Jesus). • Vingança privada – a pessoa que era a vitima estava autorizada a ela dar a resposta para com o autor do crime. • A ideia de fazer justiça com as próprias mãos desde a idade média sempre foi extremamente desproporcional; na antiguidade não só a resposta era desproporcional mas muitas vezes a acusação era brutal, na época da inquisição foi aonde ocorreu muito desses fatos; • A doutrina fala que a partir do cristianismo que se iniciou a compaixão do próximo, quando iniciou uma luta contra as atrocidades do estado; • Pena é uma sansão sempre imposta, aplicada pelo estado (poder judiciário); nunca pelas próprias mãos; esta sansão só pode ser imposta se houver uma ação penal; o estado não pode tomar as dores da vítima sob pena de se tornar parcial. • O ministério público precisa acionar o judiciário; o judiciário precisa ser provocado; é o MP que leva o fato ao conhecimento do juiz; fato este que foi investigado pela polícia civil pelo inquérito policial; • A pena é uma resposta dada ao indivíduo pela prática de uma infração penal. A pena consiste na restrição de um bem jurídico que nos pertence (restringir meu direito de ir e vir); bem como na restrição de bens jurídicos que o mesmo pertence;• Cada localidade adota espécies de penas que entende-se como mais adequada na reprimenda do crime. Alguns lugares as penas tem como objetivo colocar medo na população, como penas de fuzilamento, morte ou prisão perpétua. • A pena hoje visa ressocializar a pessoa, este é o intuito das penas brasileiras. É o processo que visa reestabelecer a pessoa com as regras da sociedade, para que haja o convívio social. 14/08/2019 – QUARTA-FEIRA • Fins: Gerais: voltados para a sociedade, para servir de exemplo; Especiais: voltados para o indivíduo com o fim de ressocializar; • Características: Personalíssima: as penas no Brasil são personalíssimas, a pena além de ser individual para cada um dos participantes, a pena é dirigida que ágil ou deixou de agir; Legalidade: somente lei pode definir penas no Brasil; vigora para nós o princípio da legalidade; Inderrogável: uma vez praticado o fato criminoso, o estado tem que impor a pena, não pode derrogar a pena para outro; ele tem que fazer e cumprir a pena; Proporcional: sempre a pena deve ser proporcional ao delito cometido; decorrente do princípio da proporcionalidade; • Espécies: Corpóreas: Privativas ou restritivas de liberdade: Privativas ou restritivas de direito: Art. 5° XLVI (penas aplicadas) e XLVII (penas vedadas), CF. No (art. 32) do Código Penal adotou-se as seguintes espécies de pena: • Privativas de liberdade: reclusão e detenção; • Restritiva de direitos: prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviço a comunidade ou entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana. • Multa; Penas privativas de liberdade (Art. 33): ➢ Reclusão: cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto; ➢ Detenção: cumprida em regime semiaberto ou aberto; ➢ Prisão simples: prevista apenas para as contravenções penais e pode ser cumprida nos regimes semiaberto ou aberto; o (art. 34) Regime fechado: a execução da pena se dá em estabelecimento de segurança máxima ou média. o (art. 35) Regime semiaberto: o sentenciado cumpre a pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. o (art. 36) Regime aberto: a pena é cumprida em casa de albergado ou estabelecimento adequado, ou seja, o sentenciado trabalha fora durante o dia e à noite se recolhe no albergue. o (art. 37) Regime especial: as mulheres devem cumprir a pena em estabelecimento próprio; os maiores de 60 anos devem cumprir a pena separadamente dos demais; o (art. 38) Direitos do preso: na constituição federal se consagra que aos presos é assegurado o direito à integridade física e moral (art. 5°Inc. XLIX); o (art. 39) Trabalho do preso: o trabalho do preso será remunerado, sendo-lhe garantido os direitos da previdência social. No Art. 40 diz que a legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 (direitos do preso) e 39 (trabalho do preso); o (art. 41) superveniência de doença mental: o condenado que sobrevém doença mental durante o cumprimento da pena deverá ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou estabelecimento adequado. o (art. 42) detração penal: é o cômputo, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, do tempo da prisão provisória cumprida no Brasil ou no estrangeiro. Em outras palavras, significa que se o sujeito permaneceu preso durante o processo, em razão da prisão em flagrante, preventiva ou outra forma de prisão provisória, o tempo de permanência no cárcere será descontado do tempo da pena privativa de liberdade imposta na sentença final. Penas privativas de direitos (Art. 43): Os requisitos previstos no art. 44 do CP para a aplicação das penas restritivas são as seguintes: ➢ culposo: qualquer que tenha sido a pena fixada; ➢ doloso: quando a pena privativa de liberdade não seja superior a 4 anos, desde que o delito não tenha sido cometido com o emprego de violência ou grave ameaça. 20/08/2019 – TERÇA-FEIRA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE Sistemas Prisionais o Filadelfia: caracterizava-se pelo isolamento do preso em sua cela; o Auburn: o preso trabalhava durante o dia e se recolhia a noite; o Inglês ou progressivo: a pena era cumprida em diversos estágios, havendo progressão de um regime inicial, mais rigoroso para outras fases mais brandas. O brasil adota este sistema inglês ou progressivo; Regimes Prisionais o Fechado: a execução da pena se dá em estabelecimento de segurança máxima ou média; o Semi-aberto: o sentenciado cumpre a pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; o Aberto: é cumprido em casa de albergado ou estabelecimento adequado, ou seja, trabalha fora durante o dia e se recolhe a noite. 21/08/2019 – QUARTA-FEIRA REGIME PRISIONAL REGIME INICIAL (ART. 33 “CAPUT”) PROGRESSÃO DE PENA (ART. 33 §2°) REGRESSÃO DE REGIME 27/08/2019 – TERÇA-FEIRA REGIMES PRISIONAIS – CONTINUAÇÃO REGIME ESPECIAL (ART. 37) • Pessoas com problema de saúde; as condições de prisão se adequam diante da necessidade do condenado diante do seu problema de saúde; • Idoso já com debilidade física e mentais; o regime especial não se aplica pelo mero fato de ser idoso, necessita estar debilitado ou com algum tipo de deficiência para que seja concedido o regime especial; DETRAÇÃO DE PENA (ART. 42) Significa que, se o sujeito permaneceu preso durante o processo, em razão da prisão em flagrante, preventiva ou em qualquer outra forma de prisão provisória, o tempo de permanência no cárcere será descontado do tempo da pena privativa de liberdade imposta na sentença final. APÓS A COMPUTAÇÃO FINAL DA PENA, DAI SIM SERÁ VERIFICADO A APLICAÇÃO DO REGIME PRISIONAL SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL (ART. 41) • Ele é inimputável, mas é encaminhado para um hospital de custódia e tratamento mental psiquiátrico. • Medida de segurança é o termo utilizado para este modelo de aplicação de pena; • Tratamento ambulatorial bem como internação em unidade específica; • A medida de segurança não prevê prazo, ou seja, é necessário o psicólogo avaliar e verificar sua cura para retorno à sociedade; • Em caso de superveniência após o fato o juiz não absolve, ele condena e dosa a pena, fixa o regime prisional, e após isso o juiz suspende o cumprimento de pena e aplica a medida de segurança; o tempo de tratamento não conta para o cumprimento da pena; 28/08/2019 – QUARTA-FEIRA PENAS PRIVATIVAS DE DIREITOS ART. 5°, XLXI, CF ART. 43, CP – ALTERNATIVAS PENAIS NATUREZA JURÍDICA • AUTONOMOS • SUBSTITUTIVAS • DE SUBSTITUIÇÃO OBRIGATÓRIA • DE EXECUÇÃO CONDICIONAL 03/09/2019 – TERÇA-FEIRA SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS REQUISITOS: Dolosos: ▪ Condenação não superior a 4 anos; ▪ Sem violência ou grave ameaça; ▪ Crimes culposos; ▪ Não reincidente; ▪ Culpabilidade, antecedentes, conduta social; ▪ Personalidade, motivo e circunstância do crime; ▪ Multa substitutiva 04/09/2019 – QUARTA-FEIRA PENA DE MULTA CRITÉRIOS: Alíquota patrimonial: Renda Cominação abstrata Dias-multa Recolhimento Limites Prazo para pagamento Parcelamento Não pagamento TRABALHO BIMESTRAL – descrever sobre as medidas de segurança aplicadas para pessoa que comete crime e que é considerado doente mental, portanto é absolvido da pena criminal, mas é condenado a tratamento médico. (manicômio judiciário); Tentativa de regulamentar um prazo para medidas de segurança; projeto de lei; tempo máximo previsto para tratamento é o tempo de pena;
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