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DATA: 16/08/21 AULA 1: TEORIA DA PENA TEMA 1: Teorias e Transformações Históricas da Sanção Penal. > Avaliar as transformações históricas da sanção penal desde sua antiguidade até os dias atuais, a partir da investigação do desenvolvimento do Direito Penal. Referências: 1 – BECCARIA, Cesare Bonesana Marques. Dos deleitos e das penas. São Paulo: Martin Claret, 2000, p. 126. 2 – FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Nascimento da prisão. 1987. >Situação-problema sobre Vigiar e Punir, obra de Michel Foucault. (...) a) O decorrer da história da legislação penal brasileira, a sanção penal vivenciou em algum momento a execução que repousasse no corpo do indivíduo? Você identificou alguma semelhança nos dias atuais? Sim, houve sim. Hoje em dia, não mais. Há uma visão sobre o brasileiro como um povo pacífico, alegre e tolerante, contudo, não se confirma em nossa história. Pois, fomos uma colônia de Portugal e um país formado pelo trabalho escravo, por assim sustentando por leis penais extremamente rigorosos. As Ordenações Filipinas, vigoraram de 1603 até 1830. O famoso livro V do mais longo Código Penal brasileiro descrevia as possíveis penalidades: “... morte natural, morte natural com crueldade, morte pelo fogo, açoites...” >Com a independência do Brasil, as Ordenações Filipinas passaram a ser questionadas pela crueldade... —> em 1830 foi promulgado o primeiro Código Criminal do Brasil. >Código Criminal foi feito para aquietar a sociedade, reestabelecer o equilíbrio político. >O mais importante a ser destacado é que esse Código Penal marcou o nascimento da prisão no Brasil. Até 1830, era usado um tipo de prisão cautelar, uma maneira de impedir que o prisioneiro fugisse antes de ser punido. >A primeira instituição carcerária construída foi a Casa de Correção da Corte. A ideia era humanizar as sentenças e, “corrigir” os infratores. A inspiração arquitetônica foi o projeto carcerário de Jeremy – sistema panóptico. *Como era o sistema panóptico? Ficava uma torre no centro do carcerário, com um responsável vigiando tudo. Porém, isso não deu muito certo porque havia “pontos escuros”, que não podiam ser vigiados por um único olhar. >A Casa de Correção do Rio de Janeiro, também chamada Casa de Correção da Corte, foi criada em 6 de julho de 1850 pelo decreto n. 678. >A maioria dos detentos contava entre 21 e 40 anos. A Casa de Correção vinha para conter os negros libertos (pelos seus senhores) e disciplinar. >A Casa de Correção, não deu certo, mesmo com suas “melhorias”, que não adiantavam de nada e em 2010, a antiga prisão, que se transformara no Complexo Penitenciário Frei Caneca, foi desativada. O que BECCARIA fala em sua obra: >Prisão cautelar como “ultimo ratio” >Não se admite um processo penal inquisitório (é aquele que não tem uma defesa), atualmente temos um processo penal acusatório (proteção e averiguação do acusador) >Direito penal: vingança coletiva —> humanismo Principais premissas: >Fim da pena de morte >Igualdade entre réus que praticaram o mesmo crime >Fim da tortura como um dos mecanismos de prova >Direito penal mínimo —> D. penal não pode regular muitas condutas —> a consequência é a fragilização do D. penal —> não se deve banalizar o D. penal >Cesare Beccaria propõe reestruturação do D. penal >Penas humanas —> o réu é um sujeito de direitos >Proporcionalidade —> entre a conduta praticada e o escalonamento entre as penas >Separação dos poderes —> 3 poderes no direito penal: legislação (elabora a leis), judiciário (julgar a conduta e sua adaptação a lei) e executivo (para executar a pena que foi imposta); >Para Beccaria, a pena veria do pacto social. -------------------------------------------------------------------------------------------------- DATA: 23/08/21 • CONTINUAÇÃO DA AULA 1: >Silogismo (é uma conclusão) a ser feito pelo juiz: • Premissa maior: lei geral; ex.: art. 155 CP • Premissa menor: conduta Ex.: Enzo estava na balada, e avistou uma moça, logo ele pensou que a mesma é maior de idade, por estar em uma balada, e se relacionou com ela. Já no dia seguinte, Enzo é denunciado pelo pai da moça, por estupro de vulnerável, pois a moça tem menos de 14 anos. • Consequência: pena ou liberdade após análise das provas. Assim sustenta Cesare Beccaria sobre aplicação da pena: Direito de punir nasce da necessidade da segurança geral da sociedade. A aplicação das penas não deve traduzir vingança coletiva, mas, antes, ter em mira a justiça, a prevenção do crime, e a recuperação do criminoso. Até o séc. XVIII: Após o séc. XVIII: Suplícios Disciplina Corpo ------------------------------> Racionalidade Crueldade Iluminismo Alma Exemplo Domesticação CÓDIGO CRIMINAL – 1830 INSURREIÇÃO Art. 113 – Julgar-se-há commettido este crime, retinindo-se vinte ou mais escravos para haverem a liberdade por meio da força. Penas – Aos cabeças - de morte no gráo maximo; de galés perpetuas no minimo; e por quinze annos no minimo; - aos mais - açoutes. —> Apesar de os tribunais continuarem sentenciando a pena de morte até o fim do Império, em 1889, as forcas foram definitivamente aposentadas uma década antes. No Brasil existe pena de morte? Sim, salvo em caso de guerra declarada. Art. 5 CF/88 XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; —> Não vai ficar preso para sempre c) de trabalhos forçados; d) de banimentos; e) cruéis; Na doutrina a história do Direito Penal possui divisão em fases. E segundo Cleber Masson são elas: >Vingança privada: envolve você e sua família >Vingança divina: quem te puni e o representante da igreja >Vingança pública: enforcamento em praça pública com plateia O art. 5 da CF, por exemplo, contém inúmeros dispositivos da matéria de direito penal que objetiva resguardar a dignidade da Pessoa humana, entre eles estão: XL – Anterioridade da lei penal XLVI - individualização da pena XLV - proibição da punição passar da pessoa do condenado XLVII - proibição de banimento, prisão perpétua, trabalhos forçados, morte, salvo em guerra declarada e cruéis. Questão 1: O sistema das penas sempre esteve em transformação para acompanhar a evolução social. Sobre a história das penas, assinale a alternativa INCORRETA: Alternativas: A) Nos tempos medievais o castigo tinha a finalidade de provocar o medo coletivo, com a aplicação de penas bárbaras, como torturas, amputação de órgãos e mutilações. B) Para Cesar Beccaria, na sua obra Dos delitos e das penas, a pena tinha como origem o pacto social, ideia originalmente vinda da teoria clássica do contrato social, em que só as leis poderiam decretar as penas dos delitos. C) A caracterização da prisão como sanção penal somente se deu na Idade Média, momento em que se começa a disseminar a utilização de castelos e outros estabelecimentos como verdadeiras casas de recolhimento para o crescente número de delinquentes e mendigos. D) Na vingança pública, a pena de morte é vista como uma sanção largamente difundida e aplicada por motivos que hoje são considerados insignificantes. RESPOSTA: C ------------------------------------------------------------------------------------------------------- AULA 2: CONCEITO DA PENA – TEORIAS ABSOLUTAS, RELATIVAS E MISTAS – TIPOS DE PREVENÇÃO —> Medida de segurança: Àquele que não possua sanidade • Teorias absolutas: Quem pratica um mal deve sofrer um mal. A pena se funda na justa retribuição. • Teorias relativas: Prevenir a ocorrência de novas infrações penais A prevenção opera-se de duas formas: —> Prevenção geral:É para todos (pode ser negativa ou positiva) —> Prevenção especial: É para o indivíduo que já praticou o crime, pra não fazer novamente (negativo) —> Pena positiva: Introduzir valores éticos e morais para o condenado • Teorias mistas ou unitárias: Combinam as teorias absolutas e as relativas Os fundamentos contidos nas citadas teorias estabelecem uma ideia global da função da pena: • realização de justiça (teoria retributiva, absoluta); • proteção da sociedade por meio da ameaça da pena (prevenção geral) •proteção da sociedade evitando a reincidência do delinquente (prevenção especial) Questão 1: Assinale a alternativa correta sobre a Teoria absoluta da pena: Alternativas: A) foi desenvolvida na Idade Média, com o único propósito de punir o condenado, para que entendesse que estava sendo penalizado em razão de seu desrespeito para com as normas jurídicas e para com seus iguais. B) a pena se justifica não para retribuir o fato delitivo cometido, mas, pela necessidade de evitar a prática de delitos. Assim, a pena era vista como instrumento apto à prevenção de possíveis delitos, tinha, pois, um nítido caráter utilitário de prevenção. C) a pena seria aplicada para impor o medo. Todavia, muitas vezes, tal medo era incapaz de coagir a prática do delito, já que o condenado agia com confiança de que não seria descoberto. D) consiste no estabelecimento de diretrizes de conduta para a sociedade, através da demonstração do especial valor de determinados bens jurídicos, que se faz por meio da criação dos tipos penais, da cominação das penas correspondentes e do estabelecimento dos critérios de persecução penal. RESPOSTA: A Questão 2: Sobre a Teoria da Pena, assinale a alternativa INCORRETA: Alternativas: A) A teoria relativa da pena tem a finalidade de impedir o cometimento de novos ilícitos, a partir da aplicação imediata da pena. B) Para a teoria mista ou eclética, a pena é tanto uma retribuição ao condenado pela realização de um delito, como uma forma de prevenir a realização de novos delitos. C) Segundo a teoria da prevenção especial, a pena destina-se diretamente à coletividade, como forma de intimidação. D) De acordo com a prevenção geral positiva, o objetivo da pena não é intimidar, e sim demonstrar a vigência da lei, a fim de restaurar a confiança da coletividade na organização na execução do ordenamento jurídico. E) Na prevenção geral negativa, a finalidade da pena dar-se-ia por intimidação, para fazer a comunidade refletir antes de realizar qualquer ilícito penal. RESPOSTA: C ----------------------------------------------------------------------------------------------------- AULA 3: O SISTEMA PENAL BRASILEIRO. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA PENA E PENAS ADMITIDAS NO DIREITO BRASILEIRO. A Constituição Federal possui alguns dispositivos relacionados com a disciplina das penas. • Princípio da personalidade (intranscendência) da pena: a pena não passará da pessoa do condenado (art. 5 XLV CF) —> limitação dos efeitos da punição ao condenado, não atingindo terceiros, como seus descendentes • Princípio da individualização da pena: todo indivíduo tem o direito de ter a pena a ele aplicada individualmente (art. 59) —> Não pode haver uma aplicação de sanção idêntica todos (art. 5 XLVI CF) *Quem cria crime é o Congresso Nacional FASE DE EXECUÇÃO: Lei 7210/84 —> Lei Federal Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal. Art. 41 - Constituem direitos do preso: I - alimentação suficiente e vestuário; II - atribuição de trabalho e sua remuneração; (....) ⦁ Princípio da inderrogabilidade da pena “O juiz poderá deixar de aplicar a pena quando....” →perdão judicial EX: Art. 121 CP § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária Art. 129 CP § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. Art. 5° CR XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: PENAS ADMITIDAS NO BRASIL. a) privação ou restrição da liberdade; —> reclusão; detenção b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; Art. 32 CP: As penas são: I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos; III - de multa. • P. da legalidade (reserva legal) XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; PENAS PROIBIDAS: XLVII - não haverá penas: (P. da humanidade) a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; Questão 1: 1) Com o advento da Constituição Federal de 1988, adota-se o princípio da dignidade humana, pilar da república federativa do Brasil, instituindo que é proibido aplicação de penas que sejam degradantes, que violem a dignidade humana. Sendo assim, está INCORRETA a alternativa: Alternativas: A) A proibição de que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante é uma decorrência do princípio da humanidade. B) O cumprimento de pena privativa de liberdade em regime fechado, quando cumprido em respeito aos pilares da dignidade da pessoa humana, é permitido no ordenamento jurídico brasileiro. C) O princípio da humanidade das penas garante que o indivíduo que cometeu crime seja punido pelo Estado de acordo com as normas legais, haja vista a existência do Estado Democrático de Direito. D) Não se admite no ordenamento jurídico a imposição de penas restritivas de direitos consistentes na proibição de frequentar determinados lugares e limitação de fim de semana. RESPOTA: D Questão 2: Este princípio está diretamente relacionado com o sistema trifásico da pena. Na dosimetria da pena, o juiz tem que analisar subjetivamente o condenado, isto é, sua conduta, culpabilidade, personalidade e demais aspectos subjetivos. Esta individualização se manifesta também em não transpor à pessoa do condenado a sua pena, seja ela privativa de liberdade ou mesmo pecuniária. Precipuamente, trata-se do postulado da: Alternativas: A) pessoalidade. B) legalidade. C) proporcionalidade. D) individualização. E) culpabilidade RESPOSTA: A 5. São penas proibidas no direito brasileiro, exceto: a) Banimento. b) Cruéis. c) Trabalho não remunerado. d) De caráter perpétuo. e) Infamantes. RESPOSTA: C ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DATA: 30/08/21 Aula 4: Pena Privativa de Liberdade – Analisar a função da pena privativa de liberdade, a partir de sua classificação e dos regimes de cumprimento da pena. •A prisão como pena é de aparecimento tardio na história do direito penal. —> Prisão preventiva: Pessoa que foi presa mais ainda não foi julgada. —> Prisão pena é depois do julgamento. Na Idade Antiga, o encarceramento fazia-se em poços, masmorras, em monteiros e castelos, como etapa preliminar da aplicação de penas corporais. •A pena de prisão se difundiu no século XVIII (18), junto com o Iluminismo, quando desapareceu o corpo como alvo principal de repressão penal e passou-se a controlar e a dominar a alma, por meio da disciplina e da correção. •A prisão-pena significa a legítima privação do direito à liberdade do condenado. O ordenamentojurídico brasileiro prevê três espécies dessa forma de punição: >Reclusão: crimes mais graves (homicídio). >Detenção: crime menos grave. >Prisão simples (contravenções penais): crimes menos graves ainda. •Sanção penal: pena (privação de liberdade, restrição de direitos e multa) e medida de segurança (inimputável e semi-imputáveis). PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE: Espécies: Reclusão, detenção e prisão simples. REGIMES PENIENCIÁRIOS: >Fechado: superior a 8 anos. >Semi-aberto: superior a 4 até 8 anos, salvo se reincidente. —> Já foi condenado anteriormente. >Aberto: até 4 anos, salvo se reincidente. Deve avaliar: a pena / a reincidente / circunstâncias judiciais (fatos relacionados ao indivíduo) Art. 59 CP. Observações: •Súmula n° 719 STF —> Por exemplo, tem uma pena de 7 anos, que seria semi-aberto, mas o juiz entende pela agressividade, pela culpabilidade, pelos seus antecedentes do indivíduo, o juiz vai juntando tudo do art. 59 CP e coloca o condenado para iniciar no fechado. •Súmula n° 718 STF —> No código penal diz que até 4 anos é aberto e o juiz colocava o indivíduo no fechado porque não foi com a cara do mesmo. Progressão de regime: O Brasil adotou o modelo inglês > a progressão de regime permite a reinserção e a ressocialização do condenado. Requisitos objetivos e subjetivos (art. 112, part. 1°). •Objetivos Lei 7210/84 Lei da execuções penais (LEP) Art. 112 Art. 33, § 4º CP – O condenado por crime contra administração pública (corrupção, desvio de verba) terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do nado que causou, ou a devolução do produto do ilícito praticada... (requisito objetivo) Remição da pena: significa o direito daquele que cumpri pena, em regime fechado ou semi-aberto, de abater, do trabalho ou estudo, parte do tempo da pena que tem que ser cumprida. (Art. 126 LEP) Trabalho: a cada 3 dias > 1 dia de pena. Estudo: a cada 12h distribuídas > 1 dia de pena. Recomendação n° 44 CNJ Segundo a norma, o preso deve ter o prazo de 22 a 30 dias para a leitura de uma obra, apresentando ao final do período uma resenha a respeito do assunto, que deverá ser avaliada pela comissão organizadora do projeto. Cada obra lida possibilita a remição de quatro dias de pena, com limite de doze obras por ano, ou seja, no máximo 48 dias de remição, por leitura a cada doze meses. Detração penal: abatimento da pena condenatória da pena preventiva. —> Ex.: Ana ficou 1 ano na prisão preventiva até ser condenada, foi condenada a 5 anos no final do processo, ela não ficara por mais de 5 anos, vai sofrer uma detração. Reclusão e detenção: Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi- aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. § 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. --------------------------------------------------------------------------------------------------- DATA: 06/09/21 AULA 5: Penas Restritivas de direitos e Multa Art. 32, CP – As penas são: I – privativa de liberdade; II – restritivas de direitos; III – de multa. —> Praticou um crime sem violência. Ex.: Furto. •Súmula vinculante 56 STF: —> Não pode colocar o condenado no regime fechado quando não há estabelecimento adequado, deve-se colocar em prisão domiciliar e tornozeleira. Seção II: Das Penas Restritivas de Direitos. (art. 43 ao 48 CP) Art. 43 – As penas restritivas de direito são: I- prestação pecuniária; —> É pagamento a vista ao lesado, seus dependentes ou, eventualmente, a entidades públicas ou privadas com destinação social. A multa, por seu turno, destina-se sempre ao Estado. *Todas as penas restritivas de direito quando não são cumpridas podem ser convertidas (conversão) em privativa de liberdade, o que não ocorre com a pena de multa. II- perda de bens e valores; —> A perda de bens e valores podem ser extintas aos herdeiros desde que o orbito ocorra APÓS o trânsito o julgado da sentença condenatória. III IV- prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; —> Pintar muros; trabalhar na lei-seca. V- interdição temporária de direitos (art. 47, I, II, III, IV, V, CP); VI- limitação de fim de semana (art. 48, parágrafo único). Requisitos cumulativos para aplicação: Art. 44 – As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: —> Pena não superior a 4 anos nos crimes dolosos; —> O crime não pode ser praticado com violência ou grave ameaça à pessoa; —> O réu não pode ser reincidente específico; —> Ex.: O indivíduo foi condenado por estelionato, cumpriu a pena e, logo após, foi preso novamente pelo mesmo crime, isto é reincidente específico. —> Deve ser analisado as circunstâncias judiciais. OBS: No crime culposo não existe limitação de pena, e pode ser superior a 4 anos. • O juiz só pode negar a substituição com base no art. 59 se ele objetivar o requisito que é subjetivo (comprovar, justificar, motivar). —> Culpabilidade: Grau de reprovação social da conduta. —> Antecedentes: Sentença penal condenatória transitada em julgado. —> Conduta Social: Comportamento sociais do sujeito. —> Personalidade: Juiz pode determinar que um psicólogo ou psiquiatra trace a personalidade do indivíduo. —> Motivos para o crime: Qual era o motivo, se era fútil, se foi sem motivo. —> Circunstâncias: Situação, particularidade que caracterizam o crime. Reincidência ≠ Antecedentes • É possível uma pessoa ter maus antecedentes e não ser reincidente. Isso porque, a reincidência dura 5 anos, no Brasil. • Ter maus antecedentes significa possuir S.P.C.T.J Natureza jurídica: substitutividade e autonomia 1) Autônomas —> Ser autônomas é o contrário de ser acessória. As P.R.D não são aplicadas em complementação, em conjunto com as penas privativas de liberdade. 2) Substitutiva —> Ninguém é condenado a uma pena restritiva de direitos, ela vem em substituição à pena privativa de liberdade. Significa dizer, a pena privativa de liberdade é substituída pela pena restritiva de direitos. No entando, para proceder com a substituição, o juiz deve seguir uma tabela. (art. 44, parágrafo 2) Art.44, §2 CP: “Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade por ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos” Conversão (Art.44, §4) “A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. —> Só falta 5 dias para terminar sua pena, você decide não cumprir mais, será como pena cumprir mais 30 dias de detenção ou reclusão. *A contraversão da pena de liberdade em restritiva de direito ocorre após a dosimetria da pena. •Súmula 588 do STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. SEÇÃO III: DA PENA DE MULTA Multa Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário-mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. ----------------------------------------------------------------------------------------------DATA: 13/09/21 AULA 6: Sistemas de Aplicação de Pena Avaliar os sistemas de aplicação da pena, a partir da dosimetria da pena, para fins de valoração da individualização e execução da pena em conformidade com os limites constitucionais Pena privativa de liberdade ou multa Se escolher a pena privativa de liberdade: 1°- calcula o quantum da pena privativa de liberdade → qual o regime prisional para cumprimento inicial da pena → analisar a possibilidade de substituir a prisão por penas alternativas (penas restritivas de direito) ou suspender condicionalmente a execução penal. 1° fixa o juiz a pena base a partir da análise das circunstâncias judiciais. —> Pena base é o preceito secundário > é a pena. 2° analisar as circunstâncias atenuantes (art. 65) e agravantes (art. 61; art. 121) de pena→ fixa uma pena intermediária. *Na primeira e segunda fase da dosimetria da pena, não pode ultrapassar os elementos do preceito secundário (pena). *Na concorrência entre circunstâncias agravantes e atenuantes, a circunstância agravante deve ser considerada anteriormente e atenuante posterior. 3° analisar as causas de aumento e diminuição da pena. —> Vai estar sempre em frações —> As frações são calculadas na 3° fase da dosimetria da pena. As três etapas permitem que o condenado conheça o que foi considerado em seu favor e em seu desfavor → facilitando o direito de defesa 1ª fase da dosimetria: As normas incriminadoras compõem-se de dois preceitos: um preceito primário e um preceito secundário. O preceito primário descreve com objetividade, clareza e precisão, a infração penal. Já o preceito secundário representa a cominação abstrata e individualizada da respectiva sanção penal. → Nesta etapa deve respeitar a pena base, não podendo ser superior ou inferior Ex: Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Furto qualificado § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas 2ª fase da dosimetria: Sobre a pena base vai aplicar as agravantes e as atenuantes. O juiz está adstrito aos limites mínimo e máximo (não pode extrapolar o preceito secundário) nas duas primeiras fases da dosimetria. 3ª fase da dosimetria: A pena definitiva pode ficar aquém ou além do máximo previsto no preceito secundário. Ex: tentativa Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- DATA: 20/09/21 AULA 7: Lei n° 9.099/95 é uma lei inovadora, são causas menos complexas JEC/JECRIM —> Vai aborda infrações de menor potencial ofensivo (IMPO) —> São modalidades de contravenções penais —> Contravenção penal não é crime, é infração penal O STF já declarou “estado de coisas inconstitucional” quanto ao regime de cumprimento de pena no Brasil. Devemos associar – penas alternativas a política criminal. >Alternativas da pena —> Cesta básica; Multa Lei 9.099/95 A partir do art. 60, traz 3 institutos despenalizadores: 74 —> Composição civil dos danos —> É entre o acusado e ofendido 76 —> Transação penal —> É proposta apresentada pelo Ministério Público; É entre o acusado e Ministério Público 89 —> Suspensão condicional do processo —> Não tem processo —> Não vai cumprir preso Art. 1° ao 59 – Juizado Especial Cível / Art. 60 – JECRIM Sequência do procedimento Art. 394 CPP – O procedimento será comum ou especial § 1° O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: I- ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; II- sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; III- sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. (lei 9.099/95) Quanto menor a pena mais célere deve ser o procedimento. Critérios do JECRIM: >Oralidade —> Por meio da qual se privilegia a palavra oral sobre a palavra escrita, o que torna o procedimento mais célere e muito menos burocrático. >Informalidade —> Estabelece formas menos rígidas para os atos processuais. >Economia processual —> Incentiva a rápida resolução da demanda mediante o afastamento de atos protelatórios e desprovidos de relevância prática. >Celeridade —> Processo célere é aquele no qual os atos procedimentais realizados com menor complexidade e no menor tempo possível. IMPO —> Contravenção ou crime cuja pena máxima não seja superior a 2 anos, cumulada ou não com multa. (Art. 61) Ex.: Ameaça Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. —> Vítima vai a delegacia —> termo circunstanciado (fazendo com que o autor do crime se comprometa a comparecer no juizado e evita a prisão em flagrante). —> Para evitar a prisão em flagrante, terá que assinar o termo circunstanciado. —> No judiciário —> audiência preliminar com a presença de autor, defensor, vítima, juiz e MP. 2 principais objetivos da audiência preliminar: Oferecimento da composição civil dos danos e transação penal (são medidas despenalizadores) 1° ato: Composição civil —> acordo civil entre autor do crime e a vítima —>Ex.: Pagamento em dinheiro, pedido formal de desculpas, determinação que faça um post em meio social se retratando da ameaça, proibição de se aproximar da pessoa... Não é um acordo sobre o crime em si: é um acordo civil que vai ter reflexo na apuração daquele crime. •Quando feita o acordo —> Caso for aceita, esta será reduzida a termo e submetida à apreciação do juiz, que homologará, a renúncia ao direito de queixa ou representação e gerando extinção da punibilidade. •Quando o acordo foi descumprido —> Caso a parti descumpri o acordo, a vítima não poderá exercer seu direito de queixa ou representar contra o autor do fato, pois ao aceitar a proposta houve a renúncia tácita ao direito de queixa e representação. •Se for ação penal pública incondicionada —> Não vai ocorrer a renúncia ou extinção da punibilidade, continuando a ação, embora seja possível a composição civil. •Ação penal —> É processo iniciado pelo Ministério Público ou pela própria vítima do crime. —> O processo criminal é iniciado pelo Ministério Público, dá-se o nome de “ação penal pública”. •Classificação da “ação penal pública” >Ação penal pública incondicionada —> Nesse caso, se o Ministério Público souber que aconteceu um crime, ele poderá iniciar o processo criminal, desde que possua elementos para isso (por exemplo: saber quem é o possível criminoso para acusar, como teria ocorrido o fato e quem teria sido a vítima). >Ação penal pública condicionada à representação —> Nesse caso, o Ministério Público somente pode iniciar o processo criminal se a vítima do crime pedir para que a investigação e um eventual processo se iniciem. >Ação penal privada —> É iniciada pela própria vítima do crime, por queixa-crime.>A.P Pública incondicionada ou condicionada à representação —> Ambas são iniciadas pelo Ministério Público, por denúncia. •Não aceito o acordo —> É feito a representação oralmente (se não representar naquele momento não vai decair, ou seja, permanece o prazo de 6 meses a contar da ciência da autoria). Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
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