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20.09.12 - ROTEIRO 13 - Capacidade - incapacidades - emancipação

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UNIP - Teoria Geral do Direito Civil - Dr. Luiz Henrique Beltramini – roteiro 004
dr.beltramini.adv@gmail.com - Tel: (16) 3618.0505 - cel: (16) 99126.3340
AVISO IMPORTANTÍSSIMO:
O presente material serve apenas como apoio as informações ministradas em sala de aula, Fica enfaticamente ressaltado que, DE FORMA ALGUMA, 
substitui a necessidade de estudos diretos nas doutrinas pertinentes. Assim, mais uma vez destacamos as obras oficialmente relacionadas no conteúdo 
programático da disciplina e que deverão ser objeto de consultas diretas, sem prejuízo a outras obras hábeis ao aprofundamento da formação profissional: 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Curso de Direito Civil: Parte Geral. São Paulo: Saraiva. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. São Paulo: Atlas. 
GAGLIANO, Pablo S. e PAMPLONA, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. São Paulo: Saraiva. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de 
Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. NERY JR., Nelson e NERY, Rosa 
Maria. Novo Código Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais. BITTAR, Carlos Alberto. Direitos da Personalidade. Rio de Janeiro: Forense. 
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. São Paulo: Saraiva.
ROTEIRO 13
C A P A C I D A D E
De acordo com o art.1.º-CC, toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Tal comando representa o 
PRINCÍPIO DA ISONOMIA DA LEI CIVIL. Pelo simples fato de ser pessoa, temos em comum, desde o 
nascimento, a CAPACIDADE DE DIREITO, pois tal realidade nos é imanente. 
CC/Art. 1.o : TODA PESSOA é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Enquanto a PERSONALIDADE é a aptidão para ser titular de direitos (somente a pessoa pode ser titular de direitos 
e obrigações – art.1.º-CC), temos que a CAPACIDADE é a medida da personalidade, dividindo-se em capacidade 
de gozo (ou de direito) e capacidade de fato (ou de exercício)., ou seja:
- CAPACIDADE DE DIREITO: todas as pessoas a possuem, independentemente de aptidões, 
qualidades ou requisitos;
- CAPACIDADE DE FATO: aptidão que as pessoas devem possuir para exercerem por si e 
diretamente, os atos da vida civil, sem as quais o indivíduo será considerado incapaz. 
Se por um lado, toda pessoa possui capacidade de direito ou gozo, por outro, apenas algumas podem ter e 
exercitar a capacidade de exercê-los diretamente, ou seja, a capacidade de exercício ou de fato. 
As pessoas que não possuem a capacidade de exercício, ou de fato, necessitam de outras pessoas para 
REPRESENTÁ-LAS (incapacidade absoluta) ou ASSISTÍ-LAS (incapacidade relativa) no exercício de seus 
respectivos direitos.
A incapacidade jurídica da pessoa natural está disciplina nos art.3.º-CC (absolutamente incapazes) e art.4.º-CC 
(relativamente incapazes).
CC/Art. 3 .o : São ABSOLUTAMENTE INCAPAZES de exercer pessoalmente os atos da vida civil 
os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação da Lei nº 13.146/15) 
 I - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
 II - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
 III - (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
CC/Art.4. o: São incapazes, RELATIVAMENTE A CERTOS ATOS OU À MANEIRA DE OS 
EXERCER: (Redação da Lei nº 13.146/15) 
 I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
 II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação da Lei nº 13.146/15)
 III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; (Redação da Lei nº 13.146/15) 
 IV - os pródigos.
 §.único: A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. 
 
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A INCAPACIDADE ABSOLUTA tolhe completamente a pessoa de exercer pessoalmente os atos da vida civil. É 
necessário que outrem o faça por ela, ou seja, deverá ser sempre REPRESENTADA por outrem (pais, tutores ou 
curador) 
A INCAPACIDADE RELATIVA permite o exercício parcial dos atos da vida civil, porém, deverá ser ASSISTIDA por 
outrem (pais, tutores ou curador) 
CAPACIDADE CIVIL É SINÔNIMO DE CAPACIDADE PROCESSUAL?
Desde já devemos deixar destacado que capacidade civil não pode ser entendida como sinônimo de capacidade 
processual, imperando diferenças, ou seja:
- TODAS as pessoas PODEM SER PARTE NO PROCESSO JUDICIAL, inclusive, O PRÓPRIO 
NASCITURO POSSUI CAPACIDADE PROCESSUAL,
- entretanto. NEM TODAS PODEM, por si mesmas e/ou diretamente, PRATICAR ATOS NO 
PROCESSO.
As causas de incapacidade têm em mira a proteção legal daqueles que, por um ou outro motivo, não estejam 
preparados para a prática de atos da vida civil. 
Apenas para servir como referencial, deve ser esclarecido que nosso ordenamento civil reserva consequências 
legais contra todos aqueles que, mesmo e apesar da condição de incapaz, venham causar prejuízo à outrem, 
conforme poderá ser confirmado do contida no art.928-CC . 
CC-art.928: O incapaz responde pelos prejuízos que der causa, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes. 
§.único: A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se 
privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Conforme é de se observar, tal como cconsta do art.928-CC, ao contrário do que muitos leigos acreditam e dizem, 
nosso ordenamento jurídico PREVÊ A POSSIBILIDADE DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL SUBSIDIÁRIA DO 
INCAPAZ, a fim de que a vítima não fique sem ressarcimento. Tal realidade é confirmada pelo que consta do próprio 
art.116, do Estatuto da Criança e do Adolescente – (ECA). De qualquer modo, a lei determina que a indenização 
deva ser eqüitativa, não sendo devida apenas se privar o incapaz ou os seus dependentes do necessário.
ECA-art.116: Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade 
poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova 
o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da 
vítima. 
§.único: Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra 
adequada.
 
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DIFERENÇA ENTRE CAPACIDADE E FALTA DE LEGITIMAÇÃO
No dinamismo do cotidiano, existem pessoas que não podem praticar sozinhas os atos da vida civil, seja em razão de 
sua presumida imaturidade, seja em razão da ausência de discernimento suficiente.
 
Pessoas que se enquadrem nas hipóteses previstas no art.3.º-CC (incapacidade absoluta) ou art.4.º-CC 
(incapacidade relativa) são consideradas incapazes para a prática dos atos da vida civil ou de alguns deles, mas 
sempre de forma genérica. Nestes casos, admite-se que a incapacidade possa ser suprida, de acordo com seu grau, 
pela REPRESENTAÇÃO ou ASSISTÊNCIA.
 
No entanto, há uma série de situações em que a lei prevê vedações para prática de determinados atos, ou proíbe que 
sejam praticados por determinada pessoa. Nestas hipóteses ocorre o que denominamos de FALTA DE LEGITIMAÇÃO, 
ou seja, há IMPEDIMENTOS CIRCUNSTANCIAIS À PRÁTICA DE DETERMINADOS ATOS OU EM RELAÇÃO A 
DETERMINADOS SUJEITOS. 
Ao contrário das incapacidades, que são sempre GENÉRICAS, as situações de falta de legitimação são sempre 
ESPECÍFICAS, ou em função daquele tipo especial de negócio, ou em razão de uma qualidade especial do outro 
sujeito. Além disso, quando há restrições desta natureza, não se admite a prática válida do ato nem mesmo por 
representação ou assistência.
 
Exemplos bem expressivos, entre outros, são:
I.- os chamados IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS, relacionados no art.1521-CC. 
CC/Art.1521. Não podem casar:
 I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
 II - os afins em linha reta;
 III - o adotantecom quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante;
 IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau 
inclusive;
 V - o adotado com o filho do adotante;
 VI - as pessoas casadas;
 VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio 
contra o seu consorte.
II.- conforme previsão do art.496-CC, a FALTA DE LEGITIMAÇÃO e, consequentemente, restrição que sofre o 
ASCENDENTE no caso de VENDA DE IMÓVEIS PARA UM DE SEUS DESCENDENTE, enquanto não 
houver autorização do cônjuge e dos outros descendentes, EXCETO QUANDO IMPERAR O REGIME FOR 
DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS1. 
CC/Art. 496.É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros 
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem 
consentido.
§.únco. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de 
bens for o da separação obrigatória.
III.- o art.1749-CC também prevê LITERAL PROIBIÇÃO para AQUISIÇÃO DE BEM IMÓVEL no caso que possa 
atuar o TUTOR COMO ADQUIRENTE DE BENS DA PESSOA TUTELADA. 
CC/Art.1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:
 I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis 
ou imóveis pertencentes ao menor;
 II - dispor dos bens do menor a título gratuito;
 III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.
1 CC-art.1641: É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I- das pessoas que o contraírem com inobservância das 
causas suspensivas da celebração do casamento; II– da pessoa maior de 70 (setenta) anos; III- de todos os que dependerem, 
para casar, de suprimento judicial. 
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ALTERAÇÕES TRAZIDAS PELA LEI N.º 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 – ESTATUTO DA 
PESSOA COM DEFICIÊNCIA.
A Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015, denominada "Estatuto da pessoa com deficiência", promoveu profunda 
mudança no sistema das incapacidades, sendo que os arts. 3.º e 4.º - CC passam a ter a seguinte redação:
 
Observa-se que o atual art.3.°-CC, que trata dos absolutamente incapazes, teve todos os seus antigos incisos 
revogados, apontando no caput, como únicas pessoas com essa classificação, de forma absoluta e sem exceções, 
"os menores de 16 (dezesseis) anos". 
Por sua vez, o atual art.4.°-CC, que relaciona os relativamente incapazes, pontuou em seus incisos, os novos 
parâmetros para tal. 
Destina-se a aludida Lei n.º 13.146/2015, como proclama o art.1.°, "assegurar e a promover, em condições de 
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua 
inclusão social e cidadania".
A consequência direta e imediata das alterações legislativas inauguradas pela Lei n.º 13.146/2015, é que o deficiente, 
de acordo com o caso concreto, agora, PODE até mesmo ser considerado plenamente capaz, ou seja:
- no art.6.°, declara que: "A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa";
Lei n.º 13.146/2015 - Art.6.º: A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, 
inclusive para:
 I - casar-se e constituir união estável;
 II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
 III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a 
informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
 IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
 V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
 VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou 
adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
- o art.84, caput, estatui que: "A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua 
capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas";
Lei n.º 13.146/2015 - Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao 
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as 
demais pessoas.
 § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme 
a lei.
 § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de 
decisão apoiada.
 § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva 
extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e 
durará o menor tempo possível.
 § 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração 
ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
- o §.primeiro, do art.84, aduz que: "a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei". 
Pretendeu o legislador, com tais inovações, impedir que a pessoa deficiente seja considerada e tratada, genericamente, 
como incapaz, tendo em vista os princípios constitucionais da igualdade e da dignidade humana. Todavia, têm elas 
sido objeto de críticas pela doutrina. 
Como já dito, atualmente, como absolutamente incapazes, de forma absoluta, somente temos os menores de 16 
anos. 
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DA INCAPACIDADE ABSOLUTA – Art.3.º-CC
Seguindo a antiga orientação do direito romano, antigamente a legislação baseava-se na puberdade2 para estabelecer 
os limites da incapacidade absoluta: 12 anos para a mulher e 14 anos para o homem. Entretanto, atualmente a 
terminologia púbere e impúbere, para as pessoas absoluta e relativamente incapazes, somente pode ser utilizada por 
apego histórico. 
O CC/02, após a vigência da Lei n.º 13.146/2015, estabelece que os menores de 16 anos são absolutamente 
incapazes, detentores apenas da capacidade de direito, sem a capacidade de fato, portanto, não podem, por si 
mesmos, praticar atos da vida civil, devendo ser representados pelo respectivo pai ou mãe ou tutor, conforme o caso 
concreto.
Assim, os atos praticados diretamente por menor de 16 anos de idade, por serem incapaz absolutamente, serão 
considerados nulos. A fixação etária da maioridade é uma questão de política legislativa de cada ordenamento, não 
havendo identidade no direito comparado. 
Apesar das restrições que decorrem do previsto no art.3.º-CC, EVENTUALMENTE, conforme o caso concreto, há 
alguns atos praticados pelo absolutamente incapaz que podem gerar efeitos, conforme Enunciado n.º 138, do 
Conselho da Justiça Federal - STJ, aprovado na III Jornada de Direito Civil, que solidificou o seguinte entendimento 
doutrinário:
ENUNCIADO 138-CJF/STJ: 
“ART 3.º: A vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3.°, é 
juridicamente relevante na concretização de situações existenciais a eles 
concernentes, desde que demonstrem discernimento bastante para tanto”.
Quando confrontamos a REGRA (art.3.º-CC: incapacidade absoluta) com a EXCEÇÃO (Enunciado 138-CJF: 
produção de efeito pontual), concluímos que, de acordo com cada caso concreto, poderá ser reconhecida a validade 
de eventual contrato de compra e venda de um bem de consumo, celebrado por menor impúbere, notadamente se ficar 
evidente que tal negócio jurídico prestigiou a BOA-FÉ DE AMBOS OS ENVOLVIDOS.
 
Outra situação particularizada em que a vontade do menor absolutamente incapaz é levada em consideração, 
consequentemente, possui o poder necessário para a produção de efeitos jurídicos, tange aos casos relativos à 
ADOÇÃO e a GUARDA DE FILHOS. Segundo previsão do §.2.º, do art.45, do Estatuto da Criança e do 
Adolescente – (ECA):
ECA-Art.45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do 
adotando.
 §.1º. - O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais 
sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio poder poder familiar . 
 §.2º.- Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também 
necessário o seu consentimento.
Cabe ser destacado que, segundo o antigo critério do art.3.º-II-CC/2002 (revogado), que tratava das pessoas que 
padeciam de doença ou deficiência mental, congênita ou adquirida em vida de caráter duradouro e permanente, e que 
não estivessem em condições de administrar seus bens ou praticar atos jurídicos de qualquer espécie, que, exigiam 
declaração judicial de incapacidade absoluta, via de processo próprio de interdição, cuja sentença deveria ser levada à 
registro no Cartório de Registro de Pessoa Civil, da respectiva Comarca em que era domiciliado o interdito, com a 
entrada em vigor do Estatuto da Pessoa Deficiente, não há mais possibilidade daquela interdição absoluta, 
mesmo apesar de alguns entendimentos no sentido de reconhecer que o processo de interdição subsiste em nosso 
sistema, porém, apresenta-se incompatível com o Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
Segundo entendimento de respeitáveis estudiosos do Direito, com a vigência do ESTATUTO DA PESSOA 
DEFICIENTE – (Lei n.º 13.146/2015) -, além da revogação dos incisos do antigo art.3.º-CC, foi inaugurado um novo 
sistema denominado de TOMADA DE DECISÃO APOIADA, direcionado ao amparo e proteção das pessoas com 
deficiência, fundado nos comandos emanados do art.1783-A-CC e seus parágrafos, ou seja:
2 Puberdade: é o nome dado ao período de transição entre a infância e a fase adulta e acontece em meninas entre 
os 8 e 13 anos de idade e em meninos entre 9 e 14 anos. Essa fase é marcada, principalmente pelo 
desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e o início da fase reprodutiva, tanto do homem quanto da 
mulher. Nas meninas, o primeiro sinal da puberdade é o surgimento do chamado broto mamário, enquanto que 
nos meninos é o aumento dos testículos.
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CC/Art.1783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com 
deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas ido neas, com as quais 
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na 
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e 
informações necessários para que possa exercer sua capacidade.
 §.1 o - Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os 
apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser 
oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do 
acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem 
apoiar. 
 §.2 o - O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, 
com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto 
no caput deste artigo. 
 §.3 o - Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, 
assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá 
pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio. 
 §.4 o - A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem 
restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado. 
 §.5 o - Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que 
os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua 
função em relação ao apoiado. 
 §.6 o - Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo 
divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, 
ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão. 
 §.7 o - Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as 
obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar 
denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. 
 §. 8 o - Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa 
apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio.
 §.9 o - A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em 
processo de tomada de decisão apoiada.
 §.10. - O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de 
tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação 
do juiz sobre a matéria. 
 §.11.- Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes 
à prestação de contas na curatela.
 
Tal modificação objetivou possibilitar maior auxílio à pessoa com deficiência para celebração dos atos mais complexos 
da vida civil. Note que, pela norma supra, o sistema de TOMADA DE DECISÃO APOIADA é o PROCESSO JUDICIAL 
pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos duas pessoas idôneas, tom as quais mantenha vínculos e que 
gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os 
elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. 
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DA INCAPACIDADE RELATIVA
Aqui devemos destacar que, com a edição do Estatuto da Pessoa com Deficiência, várias modificações ocorreram e 
houve substanciais alterações no regime direcionado ao reconhecimento e declaração da incapacidade relativa, tratado 
no art.4.°-CC. 
Quando comparamos o atuar teor do art.4.º-CC (supra) com o ordenamento anterior, notamos que:
- o inciso I não sofreu alterações – (...menores entre 16 e 18 anos...);
- o inciso II sofreu a supressão da menção “aos que, por deficiência mental, tenham o discernimento 
reduzido”;
- o inciso III sofreu alteração, sendo alterada a antiga expressão: “os excepcionais, sem 
desenvolvimento mental completo”, visando instrumentalizar a inclusão das pessoas sujeitas à tomada 
de decisão apoiada, conforme já mencionado anteriormente.
- o inciso IV não sofreu alteração – (os pródigos);
A respeito do art.4.°-I-CC, a alteração substancial trazida pelo CC/2002 frente ao CC/1916 foi a de reduzir a idade para 
se atingir a maioridade civil, de 21 para 18 anos. Em sadio diálogo interdisciplinar, destaque-se que tal redução não 
atingiu a questão dos benefícios previdenciários dos filhos dependentes até os 21 anos, conforme consta do 
Enunciado n.º 3, da I Jornada de Direito Civil: 
ENUNCIADO N.º 3-CJF/STJ: "A redução do limite etário para a definição da capacidade civil 
aos 18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da Lei 8.213/1991, que regula 
específica situação de dependência econômica para fins previdenciários e outras 
situações similares de proteção, previstas em legislação especial”.
 
Ademais, existem atos e negócios que os menores relativamente incapazes podem praticar direta e 
pessoalmente, ou seja, SEM A PRESENÇA E INTEVENÇÃO DE SEU ASSISTENTE, entre os quais, por 
exemplo, podemos citar:
- casar - (bastando autorização dos pais ou representantes); 
- elaborar testamento; 
- servir como testemunha de atos e negócios jurídicos;
- requerer registro de seu nascimento; 
- ser empresário – (bastando autorização);
- ser eleitor; 
- firmar recibos de pagamento de cunho previdenciário; 
- ser mandatário ad negotia (mandato extrajudicial). 
Além do retro exposto, em casos específicos, ainda é possível a antecipação dos efeitos da maioridade civil, por 
meio da EMANCIPAÇÃO, conforme consta do art.5.° - parágrafo único - CC.
 
Conforme consta do art.4.º-II-CC, há menções aos ébrios habituais (entendidos como alcoólatras) e aos 
viciados em tóxicos (toxicômanos). Em tais casos, deve ser observado um processo próprio para nomeação de 
curador, cabendo análise caso a caso da situação de incapacidade, se presente ou não. 
Note que, o texto legal omite qual o grau e/ou quantidade de álcool e/ou drogautilizado(s) para configuração do 
comprometimento da capacidade em decorrência da privação de discernimento. Sob tal particularidade, Nestor Duarte 
(Código civil comentado: doutrina e jurisprudência. Coordenado pelo Ministro Cezar Peluzo. 10.ª edição, 2016, p. 20 e 
21), defende que:
UNIP - Teoria Geral do Direito Civil - Dr. Luiz Henrique Beltramini – roteiro 004
dr.beltramini.adv@gmail.com - Tel: (16) 3618.0505 - cel: (16) 99126.3340
“... Não se vincula mais, expressamente, a incapacidade à deficiência ou incompleto 
desenvolvimento mental, reportando-se, apenas, à impossibilidade de exprimir a vontade. Já no 
tocante aos ébrios e viciados, a despeito da omissão acerca da incapacidade de manifestação 
de vontade ou falta de discernimento, é necessário compreender que a incapacidade só deve 
ser reconhecida se esses vícios tiverem determinado o comprometimento das 
faculdades mentais...”
Ressalte-se que, conforme igualmente destacado pelo nobre doutrinado, supra, referido, quando da nomeação de 
curador, deverá o juiz, necessariamente, declarar “segundo as particularidades da pessoa, os limites da curatela”, 
em sintonia com o disposto no art.755, incios I e II, do CPC/2015, ou seja:
Art.755-CPC: Na sentença que decretar a interdição, o juiz:
 I - nomeará curador, que poderá ser o requerente da interdição, e fixará os limites 
da curatela, segundo o estado e o desenvolvimento mental do interdito;
 II - considerará as características pessoais do interdito, observando suas 
potencialidades, habilidades, vontades e preferências.
 § 1o A curatela deve ser atribuída a quem melhor possa atender aos interesses do 
curatelado.
 § 2o Havendo, ao tempo da interdição, pessoa incapaz sob a guarda e a 
responsabilidade do interdito, o juiz atribuirá a curatela a quem melhor puder 
atender aos interesses do interdito e do incapaz.
 § 3o A sentença de interdição será inscrita no registro de pessoas naturais e 
imediatamente publicada na rede mundial de computadores, no sítio do 
tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho 
Nacional de Justiça, onde permanecerá por 6 (seis) meses, na imprensa local, 1 
(uma) vez, e no órgão oficial, por 3 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, 
constando do edital os nomes do interdito e do curador, a causa da interdição, os 
limites da curatela e, não sendo total a interdição, os atos que o interdito 
poderá praticar autonomamente.
Destaque-se também que, o regime de curatela também foi objeto de alteração pela Lei n.º 13.146/2015, - (Estatuto da 
Pessoa Deficiente), conforme consta de seus artigos 84 e 85, ou seja:
Art.84: A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua 
capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
 § 1o Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme 
a lei.
 § 2o É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de 
decisão apoiada.
 § 3o A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva 
extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, 
e durará o menor tempo possível.
 § 4o Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua 
administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
Art.85: A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de 
natureza patrimonial e negocial.
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 § 1o A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, 
ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
 § 2o A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as 
razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado.
 § 3o No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz 
deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, 
afetiva ou comunitária com o curatelado.
O art.4.°-III-CC, antes das alterações determinadas pela Lei n.º 13.146/2015, versava sobre os excepcionais sem 
desenvolvimento completo, consequentemente, abrangia os portadores de síndrome de Down e de outras 
anomalias psíquicas que pudessem apresentar sinais de desenvolvimento mental incompleto. 
Entretanto, em alguns casos concretos, uma pessoa portadora da referida Síndrome de Down, para alguns atos e 
peculiaridades, poderia apresentar-se absolutamente incapaz, relativamente incapaz e, ressalte-se, plenamente capaz, 
portanto, tudo dependeria da sua situação concreta. 
Também merece destaque o fato de que, em decorrência das mudanças promovidas pelo Estatuto da Pessoa com 
Deficiência, uma certa pessoa pode ser considerada plenamente capaz, em regra, sujeitando-se ao instituto da tomada 
de decisão apoiada, para os atos patrimoniais , tal como já destacamos anteriormente ao reproduzir o art.1783-A-
CC. 
Para os atos existenciais familiares, o portador de síndrome de Down tem capacidade civil plena, tal como é assegurado 
pelo art.6.º, da Lei 13.146/2015, já anteriormente mencionado e reproduzido.
Sob o império de uma abordagem geral do instituto da incapacidade relativa (ou capacidade relativa), verificamos que 
tal modalidade de incapacidade mitigada atinge determinadas pessoas que podem praticar por si atos da vida civil, ou 
seja, pessoalmente, desde que assistidas por outrem legalmente autorizado. 
A lei atual admite a maioridade plena aos 18 anos (o CC/16 fixava em 21 anos). O limite de idade é matéria de opção 
legislativa. Aos 18 anos, em tese, o convívio social e familiar já proporcionou ao indivíduo certo amadurecimento, 
podendo o agente compreender o alcance dos atos que pratica. 
Segundo o art.4.º-I-CC, são incapazes, relativamente a certos atos, ou a maneira de exercê-los, pelo critério etário, 
atinge os maiores de 16 e menores de 18 anos.
Tal menor será equipado ao maior no que toca às obrigações por atos ilícitos, conforme disposto no próprio 
art.928-CC, anteriormente mencionado, ante a nova sistemática acerca dos incapazes em geral. 
O menor relativamente incapaz não se exime das obrigações que contrair, quando dolosamente oculta sua 
idade (art.180-CC). 
CC/Art.180: O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma 
obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela 
outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
No Direito de Família, tanto o homem como a mulher podem casar-se com 16 anos, mas até que completem 18 
anos é necessária a autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais (art.1517-CC).
 
CC/Art.1.517: O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se 
autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto 
não atingida a maioridade civil.
§.único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no §.único do art. 
1.631.
CC/Art.1.631: Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na 
falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
§. único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a 
qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
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Repita-se que, NÃO HAVENDO DISPOSIÇÃO ESPECIAL EM CONTRÁRIO, os RELATIVAMENTE INCAPAZES 
DEVEM FIGURAR NOS ATOS JURÍDICOS COM A ASSISTÊNCIA DO PAI OU DA MÃE, OU DE UM TUTOR se 
estiverem sob o regime de tutela. 
Para PROPOR AÇÕES JUDICIAIS, portanto, figurar com autor da demanda, também necessitam da 
ASSISTÊNCIA.
Para figurar como réu, DEVERÃO SER CITADO JUNTAMENTE COM SEU RESPECTIVO ASSISTENTE. 
No art.4.º-II-CC, consta que, são considerados relativamente incapazesos ébrios habituais, os viciados em 
tóxicos. Tal comando procurou estabelecer, de forma descritiva, as pessoas que, por não terem perfeito 
conhecimento da realidade e dos fatos, ficam tolhidas de exercer autonomamente os atos da vida civil, necessitando 
de assistência. 
No art.4.º-IV-CC, trata dos pródigos. Segundo já era previsto no Livro 4.º, título 103, parágrafo sexto, das 
Ordenações, pródigo é aquela pessoa que “desordenadamente gasta e destrói sua fazenda”. 
Tanto o revogado CC/16 como o atual CC/02 não definem cabalmente o que seja um pródigo. Entretanto, a dissipação 
injustificada e desordenada dos bens caracteriza a prodigalidade. O CC/02 mantém os pródigos como 
relativamente incapazes. A prodigalidade também é modalidade de desvio mental, geralmente ligado à prática de 
jogos de azar e outros vícios. 
A origem de tal incapacidade (prodigalidade) remonta ao direito romano, na época em que o patrimônio era considerado 
propriedade comum e sua dilapidação afetava toda a entidade familiar. Assim, a interdição vinha em benefício coletivo. 
A interdição no direito moderno não foge a essa origem de proteção ao patrimônio familiar. 
Enquanto não declarado como pródigo, a pessoa será tratada como capaz para todos os atos, inclusive quanto aos 
seus atos de dissipação patrimonial. 
Entretanto, cabe ser destacado, para que não haja qualquer confusão, que, caso eventual dissipação da fortuna 
pessoal/familiar decorra de estado patológico de tal monta que afeta substancialmente e comprometa profundamente a 
saúde mental do indivíduo como um todo, o caminho será de incapacidade por falta de discernimento, ou seja, o 
caso poderá estar relacionado com incapacidade absoluta, portanto, e não simples prodigalidade (incapacidade 
relativa). 
A definição do paciente, de qualquer forma, deve ser definida por perícia técnica especializada, ou seja, realizada 
através de laudo subscrito por profissionais das áreas da psiquiatria e psicologia. 
Como a incapacidade do pródigo é relativa aos atos enumerados no art.1782-CC, ele pode praticar todos os demais 
atos da vida civil, não ficando privado do exercício do poder familiar (pátrio poder), do exercício de sua profissão ou 
atividades etc.
CC/Art.1.782: A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, 
dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, 
os atos que não sejam de mera administração.
Sob outra vertente, cabe ser destacado que a velhice ou senilidade, por si só, nunca foi tida como causa de 
restrição da capacidade de fato, podendo ocorrer a interdição anterior em hipótese em que a senectude originasse de 
um estado patológico.
 
Em tais casos, a incapacidade por deficiência mental não se presume, ou seja, a pessoa com idade 
avançada continua a ser, em regra, plenamente capaz, porém, poderão ser consideradas relativamente incapazes (e 
não mais absolutamente incapazes), caso, comprovadamente por laudo técnico, apresentem particularidades passiveis 
de enquadramento na previsão do art.4-III-CC, ou seja, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir 
sua vontade
Uma das possíveis situações hábeis ao reconhecimento do comprometimento relativo da capacidade pode ser 
exemplificada pela situação em que, pessoas com idade avançada são diagnosticadas com grau substancioso do mal 
de Alzheimer, consequentemente, acabam tendo a capacidade de exprimir vontade prejudicada.
 
Outra particularidade que cabe ser destacada é que, a antiga previsão embarcada no art.5.º-CC/1916, previa que os 
surdos-mudos, que não pudessem exprimir a sua vontade, automaticamente eram considerados absolutamente 
incapazes para os atos da vida civil. Tal comando foi revogado e substituído pelo art.4.º-III-CC/2002, que, por sua 
vez, não faz expressa menção aos surdos-mudos, mas continuava a prever, genericamente, que, todos aqueles que, 
mesmo por causa transitória, não pudessem exprimir sua vontade, são considerados absolutamente incapazes.
 
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Note que, durante muito tempo, discutiu-se a situação dos surdos-mudos, notadamente daqueles que não podiam 
manifestar sua vontade. Por força da edição do atual Estatuto da Pessoa Deficiente, houve uma substancial mudança 
no tratamento reservado aos surdos-mudos, ou seja:
- o comando antes embarcado no revogado art.3.º-III-CC, que norteava o reconhecimento de incapacidade 
absoluta, foi transferido e passou a figurar como art.4.º-III-CC, portanto, tais circunstâncias não mais 
são tratadas como incapacidade absoluta, mas sim relativa;
- com as mudanças introduzidas em 2015, o surdo-mudo, em regra, deve ser tido como capaz, porém, se 
eventualmente não possa exprimir sua vontade, então, somente neste caso, será considerado 
relativamente incapaz.
Portanto, com o advento da Lei n.º 13.146/2015, não mais impera no sistema legal brasileiro um sistema de 
enquadramento automático para definir quem possa ser, ou não, absoluta ou relativamente incapaz fundado na 
constatação, pura e simples, de privação sensorial. Atualmente, cada caso merecerá ser analisado cuidadosamente, 
com base na verificação da possibilidade de exprimir vontades e compreender as intercorrência sociais, sob um 
ponto de vista mediano e em sintonia com a realidade que se espera do homem médio.
IMPORTANTE:
O ausente (art.22 até art.39-CC) não é considerado absolutamente incapaz. 
A ausência não é sinônimo de falecimento, consequentemente, não significa morte real da 
pessoa natural, no máximo, dependendo o caso concreto, pode significar morte presumida, 
assim mesmo só após inaugurada a terceira fase do processo, ou seja, quando da abertura 
da sucessão definitiva – (arts.37 a 39-CC).
- curadoria dos bens do ausente (arts.22 a 25-CC), 
- sucessão provisória (arts.26 a 36-CC) e 
- sucessão definitiva (arts. 37 a 39-CC).
Cessada a situação de incapacidade, pode ser levantada a interdição por sentença judicial, o que é uma regra geral 
para todas as incapacidades. 
Outro ponto que merece ser abordado diz respeito ao tratamento legal reservado aos Índios. Segundo o art.4.º-
§.único-CC, a capacidade dos índios será regulada por legislação excepcional.
O Decreto n.º 5.484/28, foi o primeiro diploma a regulamentar o regime tutelar dos índios, distinguindo-os entre 
nômades, aldeados e os pertencentes aos centros civilizados. Posteriormente foram editados:
- Decreto-Lei n.º 736/36; 
- Decreto n.º 10.652/42; 
- Lei n.º 5.371/67; 
- Lei n. 6.001/73, denominada "Estatuto do Índio"; 
- Decreto n.º 76.999/76; e 
- Decreto n. 88.118/83.
O CC/02, ao denominar os habitantes das selvas como índios, visou compatibilizar os princípios consagrados na 
Constituição Federal que reconhecem sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições etc, 
competindo, com exclusividade e privativamente, à União legislar sobre as populações indígenas.
CF/Art.231: São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e 
tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, 
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
 §.1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter 
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à 
preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias 
a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
 §.2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse 
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permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos 
lagos nelas existentes.
 §.3º - O aproveitamento dos recursos hídricos,incluídos os potenciais energéticos, a 
pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser 
efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades 
afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da 
lei.
 §.4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos 
sobre elas, imprescritíveis.
 §.5º - É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" 
do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua 
população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso 
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o 
risco.
 §.6º - São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por 
objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a 
exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, 
ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei 
complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a 
ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da 
ocupação de boa fé.
 §.7º - Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.
 
CF/Art.232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em 
juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em 
todos os atos do processo.
O instrumento legal que está vigente para regular a situação jurídica dos índios é a Lei 6001, de 19/12/1973, que dispõe 
sobre o Estatuto do Índio, proclamando que ficarão sujeitos à tutela da União, até se adaptarem à civilização. Com 
base no Estatuto do Índio, serão considera nulos todos e/ou quaisquer negócios celebrados entre um índio e 
pessoa estranha à comunidade indígena, sem a participação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI)3, 
enquadrando-o, pois, como absolutamente incapaz.
Entretanto, por outro lado, os atos praticados pelo índio, sem a participação da FUNAI poderão ser considerados 
válidos quando o índio revelar consciência e conhecimento do ato praticado e, ao mesmo tempo, o respectivo 
ato praticado não lhe causar prejuízo. 
No atual sistema, pode ser julgada improcedente ação declaratória de nulidade de negócio jurídico, celebrado por 
índio já adaptado à civilização que ainda não tomou providência de emancipar-se, considerando-o válido diante das 
circunstâncias, especialmente ante a vantagem que possa ter sido por ele auferida, tendo a ação sido proposta 
de má-fé, invocando a incapacidade do índio em benefício próprio. 
Segundo a Lei dos Registros Públicos - (Lei n.º 6015/1973, art.50-§.2.º), os índios, enquanto não integrados à 
sociedade civilizada, não estão obrigados a inscrição do nascimento, que poderá se feita em livro próprio do órgão 
federal de assistência aos índios e, assim, observando tal sistemática, a FUNAI poderá desenvolver e manter um 
cadastro de toda a população indígena do País. 
Lei n .º 6015/1973 - Art.50. Todo nascimento que ocorrer no território nacional deverá ser 
dado a registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da residência 
dos pais, dentro do prazo de quinze dias, que será ampliado em até três meses 
para os lugares distantes mais de trinta quilômetros da sede do cartório.
 
 §.1º - Quando for diverso o lugar da residência dos pais, observar-se-á a ordem contida 
nos itens 1º e 2º do art. 52.
 
3A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) foi criada pela Lei n. 5.371/67, tendo como finalidade o exercício da tutela e proteção aos 
indígenas, em nome da União Federal.
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 §.2º - Os índios, enquanto não integrados, não estão obrigados a inscrição do 
nascimento. Este poderá ser feito em livro próprio do órgão federal de 
assistência aos índios. 
 §.3º - Os menores de vinte e um (21) anos e maiores de dezoito (18) anos poderão, 
pessoalmente e isentos de multa, requerer o registro de seu nascimento. 
 
 §.4° - É facultado aos nascidos anteriormente à obrigatoriedade do registro civil requerer, 
isentos de multa, a inscrição de seu nascimento. 
 
 §.5º - Aos brasileiros nascidos no estrangeiro se aplicará o disposto neste artigo, 
ressalvadas as prescrições legais relativas aos consulados. 
O índio que vive em comunidades não integradas à civilização nasce sob tutela, portanto, independentemente de 
qualquer medida judicial, é incapaz desde o nascimento. 
Conforme previsto no art.9.º, da Lei n. 6.001, de 19 de dezembro de 1973 – (Estatuto do Índio), a incapacidade 
do índio somente será sanada caso sejam preenchidos alguns requisitos legal, tal como:
- idade mínima de 21 anos,
- conhecimento da língua portuguesa, 
- habilitação para o exercício de atividade útil à comunidade nacional,
- razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional, 
- seja liberado por ato judicial, diretamente, ou por ato da FUNAI homologado pelo órgão judicial. 
Art. 9.º: Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua liberação do regime 
tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que 
preencha os requisitos seguintes:
 I - idade mínima de 21 anos;
 II - conhecimento da língua portuguesa;
 III - habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional;
 IV - razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional.
 §.único: O Juiz decidirá após instrução sumária, ouvidos o órgão de assistência ao índio e o 
Ministério Público, transcrita a sentença concessiva no registro civil.
A redução da idade para a maioridade civil dos civilizados4, não afeta a exigência de idade mínima de 21 anos 
contida no Estatuto do Índio, por se tratar de lei especial.
Através da promulgação de decreto, o Presidente da República pode declarar a emancipação de uma 
comunidade indígena e de seus membros. 
A competência para analisar e dar solução às questões indígenas é da Justiça Federal. 
Os índios podem ser classificados como: 
- isolados: quando viverem em grupos desconhecidos; 
- em vias de integração: quando em contato intermitente ou permanente com grupos estranhos, 
conservando condições de vida nativa, nas aceitando algumas práticas e modos de existência comuns 
aos demais setores da comunhão nacional, da qual dependem cada vez mais para seu sustento; e 
4 CC-art.5.º..
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- integrados: quando incorporados à comunhão nacional e reconhecidos no pleno exercício dos direitos 
civis, mesmo que conservem usos, costumes e características de sua cultura. 
A legislação brasileira somente reserva tratamento especial ao índio enquanto este não se integrar à comunhão 
nacional. 
Após a integração, o índio é um brasileiro como todos os demais, não tendo influência sua origem numa comunidade 
indígena. 
A tutela do índio não integrado à comunhão nacional tem a finalidade exclusiva de proteger sua pessoa e seus bens. 
Além da assistência da FUNAI, o Ministério Público Federal funcionará nos processos em que se verificarem 
interesses indígenas, inclusive, sendo considerado parte legítima para propor as medidas judiciais necessárias à 
proteção de seus direitos5. 
5 artigo 129, incido V, Constituição Federal – 1988.
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E M A N C I P A Ç Ã O
A emancipação pode ser conceituada como o ato jurídico que antecipa os efeitos da aquisição da maioridade e da 
consequente capacidade civil plena, para data anterior àquela em que o menoratinge a idade de 18 anos, para fins 
civis. Com a emancipação, o menor deixa de ser incapaz e passa a ser civilmente capaz. Todavia, ele não deixa de ser 
menor no âmbito penal.
 
Conforme o Enunciado n.º 530 - CJF, aprovado na VI Jornada de Direito Civil, a emancipação não tem o poder de 
“transformar o menor em maior”, ou seja:
Enunciado n.º 530-CJF/STJ: "A emancipação, por si só, não elide a incidência do 
Estatuto da Criança e do Adolescente”.
 
Assim sendo, um menor emancipado não pode, por exemplo, tirar carteira de motorista, entrar em locais proibidos para 
crianças e adolescentes ou ingerir bebidas alcoólicas. Tais restrições existem diante de consequências que surgem no 
campo penal, e a emancipação somente envolve fins civis ou privados. 
A emancipação, REGRA GERAL, é definitiva, irretratável e irrevogável. Entretanto, há EXCEÇÕES advindas do 
pronunciamento do Conselho da Justiça Federal, quando das análises e aprovação de seu Enunciado n.º 397, da V 
Jornada de Direito Civil, levada a efeito em novembro de 2011, que reconheceu e declarou que, a emancipação 
por concessão dos pais ou por sentença do juiz está sujeita a desconstituição por vício de 
vontade, portanto, a emancipação também está sujeita a anulação e desconstituição caso seja verificado, por 
exemplo, erro ou dolo.
 
Trata-se, em regra, de ato formal e solene, uma vez que o CC exige o instrumento público, ou seja escritura 
pública (voluntária) ou sentença (judicial).
Nosso ordenamento civil prevê três grupos de emancipação, ou seja: 
- emancipação voluntária;
- emancipação judicial;
- emancipação legal.
O CC, possui rol taxativo e fechado (números cláusus) de situações capazes de resultar em emancipação, conforme 
consta do §.único, do art.5.º-CC, ou seja:
I.-) EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA:-
Consta da primeira parte, do inciso I, do §.único, do art.5.º-CC.
Esta modalidade também é chamada de EMANCIPAÇÃO PARENTAL. 
Resulta por concessão de ambos os pais ou de um deles, na falta do outro. 
Nestes casos, não é necessária a homologação perante o juiz, eis que é concedida por instrumento público 
(escritura pública) e registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais. 
Para que ocorra a emancipação parental, o menor deve ter, no mínimo, 16 anos completos. 
A emancipação parental PRODUZ EFEITO SOMENTE APÓS SEU REGULAR REGISTRO, conforme acima destacado.
II.-) EMANCIPAÇÃO JUDICIAL:-
Consta da segunda parte, do Inciso I, do §.único, do art.5.º-CC.
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É aquela decorrente de sentença judicial, nos casos onde, por exemplo, os pais não concorda com a emancipação, 
contrariando um a vontade do outro. 
A decisão judicial, por razões óbvias, afasta a necessidade de escritura pública. 
Tanto a emancipação voluntária quanto a judicial devem levadas a registro no Cartório de Registro Civil das 
pessoas naturais, conforme prevê o §.Primeiro, do art.107, da Lei n.º 6015/1973 – (Lei dos Registros Públicos), ou 
seja:
Lei n.º 6015/1973 - Art. 107: O óbito deverá ser anotado, com as remissões recíprocas, 
nos assentos de casamento e nascimento, e o casamento no deste. 
§ 1º A emancipação, a interdição e a ausência serão anotadas pela mesma forma, 
nos assentos de nascimento e casamento, bem como a mudança do nome da 
mulher, em virtude de casamento, ou sua dissolução, anulação ou desquite.
§ 2° A dissolução e a anulação do casamento e o restabelecimento da sociedade 
conjugal serão, também, anotadas nos assentos de nascimento dos cônjuges.
A EMANCIPAÇÃO LEGAL, por outro lado, PRODUZ EFEITOS INDEPENDENTEMENTE DESSE REGISTRO. 
III.-) EMANCIPAÇÃO LEGAL:
1.- MATRIMONIAL-: 
Prevista no inciso II, do §.único, do art.5.º-CC. É aquela decorrente do casamento civil do menor. 
A idade núbil, tanto do homem quanto da mulher, é de 16 anos, conforme art.1517-CC, sendo que tal casamento 
deverá contar com a autorização dos pais ou dos seus representantes. 
CC/Art.1517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização 
de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a 
maioridade civil.
 §.único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do 
art. 1.631.
Art.1631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta 
ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
 §.único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a 
qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
IMPORTANTE:
O divórcio, a viuvez e/ou a anulação do casamento não implicam no retorno à incapacidade. 
No entanto, há corrente doutrinária que defende que o casamento nulo faz com que se retome 
à situação de incapaz, sendo revogáve1 a emancipação, o mesmo sendo dito quanto à 
inexistência do casamento. Por outro lado, outra corrente defende que, INDEPENDENTEMENTE 
de nulidade e de anulabilidade do casamento, a EMANCIPAÇÃO PERSISTIIRÁ NO CASO DO 
MATRIMÔNIO TER SIDO CONTRAÍDO DE BOA-FÉ, como é o caso do CASAMENTO 
PUTATIVO. 
2.- EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO-: 
Previsto no Inciso III, do §.único, do art.5.º-CC. 
Segundo a doutrina, a presente regra deve ser interpretada a aplicada à todos os casos envolvendo cargos ou 
empregos públicos, DESDE QUE HAJA NOMEAÇÃO DE FORMA DEFINITIVA – (concurso publico). Assim, estão 
afastadas as hipóteses de serviços temporários e/ou nomeações para cargos comissionados. 
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3.- COLAÇÃO DE GRAU EM CURSO DE ENSINO SUPERIOR RECONHECIDO-: 
Previsto no Inciso IV, do §.único, do art.5.º-CC.
Neste caso, deve ser o CURSO SUPERIOR REGULARMENTE RECONHECIDO JUNTO AO MEC, não sendo aplicável 
à regra para o curso de magistério antigo curso normal. 
4.- ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL OU PELA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO, OBTENDO 
O MENOR AS SUAS ECONOMIAS PRÓPRIAS, VISANDO A SUA SUBSISTÊNCIA-:
 
Está previsto no inciso V, do §.único, do art.5.ڊ-CC.
É necessário que o menor tenha AO PELO MENOS 16 ANOS, revelando amadurecimento, experiência e 
desenvolvimento de economia própria e independente.
Como exemplo típico de tal situação, podemos mencionar a realidade atingida por alguns jovens atletas profissionais, 
cantores juvenis, mesmo pequenos comerciantes informais (camelôs), entre outros.
IMPORTANTE:
Além das previsões genéricas contidas no Código Civil, devemos ressaltar que, há previsões especificas em nosso 
ordenamento extravagante, as quais em momento algum sofreram revogação, tal como é o caso da EMANCIPAÇÃO 
LEGAL DO MENOR MILITAR, ou seja, de todos os jovens que contam com 17 anos e ingressam nas fileiras das forças 
armadas para PRESTAR SERVIÇO MILITAR, nos termos do art.73 da Lei 4.375/1964, reproduzido pelo art.239 do 
Decreto 57.654/1966. 
Lei n.º 4375/1964 – Art.73. Para efeito do Serviço Militar, cessará a incapacidade civil do menor, na 
data em que completar 17 (dezessete) anos.
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LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com 
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei:
LIVRO I
PARTE GERAL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1o É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), 
destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades 
fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Parágrafo único. Esta Lei tem comobase a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo 
Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, 
em conformidade com o procedimento previsto no § 3o do art. 5o da Constituição da República Federativa do 
Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados 
pelo Decreto no 6.949, de 25 de agosto de 2009, data de início de sua vigência no plano interno.
Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena 
e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
§ 1o A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e 
interdisciplinar e considerará: 
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III - a limitação no desempenho de atividades; e
IV - a restrição de participação.
§ 2o O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência.
Art. 3o Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de 
espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, 
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de 
uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência 
ou com mobilidade reduzida;
II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas 
as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia 
assistiva;
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, 
estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à 
participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, 
independência, qualidade de vida e inclusão social;
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação 
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade 
de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação 
com segurança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao público ou 
de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;
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d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou 
comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de 
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação;
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação social 
da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas;
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às 
tecnologias;
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a 
Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de 
comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a linguagem simples, 
escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos 
aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das 
comunicações;
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem 
ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com 
deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, 
todos os direitos e liberdades fundamentais;
VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como os referentes a 
pavimentação, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, 
iluminação pública, serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que 
materializam as indicações do planejamento urbanístico; 
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou 
adicionados aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu 
traslado não provoque alterações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de 
sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, 
lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga;
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, 
permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação 
motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assistência 
Social (Suas) localizadas em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, que possam 
contar com apoio psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa acolhida, destinadas a 
jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de condições de 
autossustentabilidade e com vínculos familiares fragilizados ou rompidos;
XI - moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: moradia com estruturas adequadas 
capazes de proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e ampliem o grau 
de autonomia de jovens e adultos com deficiência; 
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta 
cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas 
as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do 
estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em 
todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os 
procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as 
funções de atendente pessoal.
CAPÍTULO II
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
Art. 4o Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá 
nenhuma espécie de discriminação.
§ 1o Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou 
omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício 
dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações 
razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
§ 2o A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa.
Art. 5o A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação,exploração, violência, 
tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput deste artigo, são considerados especialmente 
vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.
Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I - casar-se e constituir união estável;
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre 
reprodução e planejamento familiar;
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IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de 
oportunidades com as demais pessoas.
Art. 7o É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da 
pessoa com deficiência.
Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais tiverem conhecimento de fatos que 
caracterizem as violações previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público para as providências 
cabíveis.
Art. 8o É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação 
dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à 
habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao 
transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos 
avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, 
entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 
e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e 
econômico.
Seção Única
Do Atendimento Prioritário
Art. 9o A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendimento em 
igualdade de condições com as demais pessoas;
IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo de 
passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque;
V - acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis;
VI - recebimento de restituição de imposto de renda;
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em 
todos os atos e diligências.
§ 1o Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu 
atendente pessoal, exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
§ 2o Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos 
de atendimento médico.
TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pessoa com deficiência ao longo de toda a vida. 
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado de calamidade pública, a pessoa com deficiência será 
considerada vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua proteção e segurança.
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a 
tratamento ou a institucionalização forçada.
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da 
lei.
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa com deficiência é indispensável para a realização de 
tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica.
§ 1o Em caso de pessoa com deficiência em situação de curatela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau 
possível, para a obtenção de consentimento.
§ 2o A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, 
em caráter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde de 
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outras pessoas com deficiência e desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável com 
participantes não tutelados ou curatelados.
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos 
de risco de morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior interesse e adotadas as salvaguardas 
legais cabíveis. 
CAPÍTULO II
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito da pessoa com deficiência.
Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, 
talentos, habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e artísticas 
que contribuam para a conquista da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação social em 
igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas.
Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se em avaliação multidisciplinar das necessidades, 
habilidades e potencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
I - diagnóstico e intervenção precoces;
II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação funcional, buscando o desenvolvimento de 
aptidões;
III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas públicas que possibilitem a plena participação 
social da pessoa com deficiência;
IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação intersetorial, nos diferentes níveis de complexidade, 
para atender às necessidades específicas da pessoa com deficiência; 
V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com deficiência, inclusive na zona rural, 
respeitadas a organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do 
Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilitação para a pessoa com deficiência, são garantidos:
I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para atender às características de cada pessoa com 
deficiência;
II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e equipamentos adequados e apoio técnico 
profissional, de acordo com as especificidades de cada pessoa com deficiência;
IV - capacitação continuada de todos os profissionais que participem dos programas e serviços.
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações articuladas para garantir à pessoa com deficiência e 
sua família a aquisição de informações, orientações e formas de acesso às políticas públicas disponíveis, com a 
finalidade de propiciar sua plena participação social.
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo podem fornecer informações e orientações nas áreas 
de saúde, de educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previdência social, de assistência 
social, de habitação, de trabalho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção e defesa 
de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa com deficiência exercer sua cidadania.
CAPÍTULO III
DO DIREITO À SAÚDE
Art. 18. É assegurada atençãointegral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de complexidade, por 
intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário.
§ 1o É assegurada a participação da pessoa com deficiência na elaboração das políticas de saúde a ela destinadas.
§ 2o É assegurado atendimento segundo normas éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de 
saúde e contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificidades da pessoa com deficiência, 
incluindo temas como sua dignidade e autonomia.
§ 3o Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com deficiência, especialmente em serviços de habilitação e 
de reabilitação, deve ser garantida capacitação inicial e continuada.
§ 4o As ações e os serviços de saúde pública destinados à pessoa com deficiência devem assegurar:
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe multidisciplinar; 
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que necessários, para qualquer tipo de deficiência, 
inclusive para a manutenção da melhor condição de saúde e qualidade de vida;
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambulatorial e internação;
IV - campanhas de vacinação;
V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e atendentes pessoais;
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VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação sexual da pessoa com deficiência;
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertilização assistida;
VIII - informação adequada e acessível à pessoa com deficiência e a seus familiares sobre sua condição de 
saúde;
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desenvolvimento de deficiências e agravos adicionais;
X - promoção de estratégias de capacitação permanente das equipes que atuam no SUS, em todos os níveis 
de atenção, no atendimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus atendentes pessoais;
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção, medicamentos, insumos e fórmulas 
nutricionais, conforme as normas vigentes do Ministério da Saúde.
§ 5o As diretrizes deste artigo aplicam-se também às instituições privadas que participem de forma complementar do 
SUS ou que recebam recursos públicos para sua manutenção.
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à prevenção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por 
meio de:
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com garantia de parto humanizado e seguro;
II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, prevenção e 
cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da criança;
III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização e de triagem neonatal;
IV - identificação e controle da gestante de alto risco.
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no 
mínimo, todos os serviços e produtos ofertados aos demais clientes.
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da pessoa com deficiência no local de residência, será 
prestado atendimento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, garantidos o transporte e a 
acomodação da pessoa com deficiência e de seu acompanhante. 
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente 
pessoal, devendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições adequadas para sua permanência 
em tempo integral.
§ 1o Na impossibilidade de permanência do acompanhante ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, 
cabe ao profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por escrito.
§ 2o Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1o deste artigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as 
providências cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou do atendente pessoal.
Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a pessoa com deficiência, inclusive por meio de 
cobrança de valores diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de sua condição.
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às 
informações prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva e de todas as formas de 
comunicação previstas no inciso V do art. 3o desta Lei.
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, devem assegurar o acesso da pessoa com 
deficiência, em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção de barreiras, por meio de 
projetos arquitetônico, de ambientação de interior e de comunicação que atendam às especificidades das 
pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto 
de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade policial e ao Ministério 
Público, além dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou 
omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou sofrimento físico ou 
psicológico.
CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos 
os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de 
seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e 
necessidades de aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de 
qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e 
discriminação.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
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I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de 
toda a vida;
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, 
participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que 
eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais 
serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e 
garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o 
exercício de sua autonomia;
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua 
portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas;
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvimento 
acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação 
e a aprendizagem em instituições de ensino;
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas pedagógicas, de materiais 
didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva; 
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional especializado, de 
organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de 
recursos de tecnologia assistiva;
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas

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