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Introdução à Psicanálise

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introdução à
Psicanálise Clínica
Miriã Labutho
SHELFRIDGE
BOOKS
D E D I C A T Ó R I A
  A todos que desejam seguir o caminho de
entender a mente humana nas suas mais diversas
maneiras do pensar .
 
Ao meu f i lho Bernardo, que me fez buscar a
Psicanál ise como forma de auto conhecimento
para ser uma mãe melhor.
 
A meus pais por todos os ensinamentos e
aprendizados que absorvi .
 
A todos meus queridos alunos das Formações de
Psicanál ise que ministrei .
 
E a você que inicia , hoje , a sua jornada.
 
 
 
Gratidão!
 
 
Miriã Labutho
I N T R O D U Ç Ã O
“A Psicanálise é em essência a Cura pelo Amor” 
 
Sigmund Freud
 
O maior objetivo de Eu escrever este E-book, foi de fazer diferente dos demais
cursos que temos atualmente no mercado, ou seja dar um norte para àqueles que
estão iniciando sua jornada na área de Psicanálise Clínica e Saúde Mental.
 
Aqui vocês encontrarão fundamentos e briefings que norteiam a abordagem
psicanalítica.
 
É uma pequena síntese daquilo que eu considero importante, durante esta minha
jornada de 10 anos na área de Saúde Mental, de forma a espairecer as nuvens que
ficam quando percebemos a linguagem rebruscada dos livros técnicos voltados à
Psicanálise.
 
Neste e-book estão o passo a passo para iniciar desde a abordagem inicial,
entrevistas, anamnese, dentre outros.
 
Aqui inicia sua jornada nesta profissão que todos os dias nos causa agradáveis
surpresas quando observamos nossos pacientes se tornarem dia a dia Sujeitos da
sua própria Existência.
 
Convido, então, a você leitor, mergulhar nesta incrível e fantástica Psiquê Humana,
e tenho a certeza que o primeiro mergulho será em você mesmo.
 
E como dizia Albert Einstein,: "A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará
ao seu tamanho original".
 
 
Ótima Leitura!
 
O início da História da Psicanálise está relacionada à vida de seu
fundador, Sigmund Freud (1856-1939). Ele utilizou elementos
observados a sua volta como base para criar suas teorias sobre a
mente e o comportamento humano. Freud buscou compreender e
explicar a gênese da histeria, da psicose e da neurose. Ele também
fez explanações sobre o que denominou de composição da mente
Freud era médico vienense pesquisador e inabalável estudioso dos
fenômenos psíquicos.Freud nasceu aos 6 de maio de 1856
(Freiberg, hoje Pribor, Morávia Áustria). Aos 4 anos acompanhava
seus pais em mudança para Viena onde morou até mudar-se para
Londres (fugindo das perseguições do regime nazista de Hitler). Aí
viveu na casa de seu discípulo Jones, onde faleceu em 23 setembro
de 1939.
No colégio sempre foi o primeiro da classe. Aos 17 anos ingressou
na Universidade e se formou em medicina (e curso escolhido pelo
pai). Estudou inicialmente neuranatomia no laboratório de
fisiologia do Dr. Bruscke. Estudou várias doenças do sistema
nervoso. Em 1885 foi recebido como docente de neuropatologia
na Universidade de Viena.2) Antes, porém, em 1882, recém
formado, entrou em contato com o Dr. Breuer(14 anos mais velho
e um dos médicos mais respeitados da Áustria). Daí o gosto pela
psicoterapia, determinando sua caminhada para a criação da
psicanálise e inclusive para a evolução da psicologia e da própria
medicina, devido às suas pesquisas e estudos como discípulo e
colaborador de Breuer durante quase 14anos. Nessa época, teve
oportunidade de acompanhar o tratamento que Breuer fazia
de“Ana O”, (Berta Pappenheim). Jovem (21 anos) inteligente
acometida de perturbações histérico-orgânicas (paralisias,
perturbações visuais, desordens de linguagem, fobias, etc.),
submetida a hipnoterapia e caso tido como “início da Psicanálise”.
próprio doente. 
 
 
CAPÍTULO 1
4
F R E U D
Charcot concluíra ainda que a histeria além da ser uma doença real,
poderia acometer tanto mulheres quanto homens. E descobriu
também que os fenômenos histéricos-neuróticos são regidos por leis
verdadeiras, embora inconscientes e desconhecidas. Os
conhecimentos que Charcot acresceu à Psiquiatria e à incipiente
Psicologia Profunda ou do inconsciente (a Psicanálise) foram de um
valor extraordinário aponto de colocá-lo em destaque entre os
primeiros desse movimento.No começo, quando Freud iniciava sua
careira na medicina (psiquiatria) as causas das neuroses eram
atribuídas a certas lesões ou “debilidades” do sistema nervoso(dai o
termo neurose, de neuron, nervo).
Dessa forma Freud alertado pelas experiências de Breuer, e
entusiasmado com as descobertas que presenciara em Paris,
continuava somando conhecimentos para elaboração de suas
conclusões. Retomou a Viena em 1886 e continuou suaspesquisas,
agora como associado de Breuer. Freud, em seu trabalho de pesquisa
encontrou em Ana O. (a paciente de Breuer) uma excelente paciente:
verificou que a maioria dos sintomas histéricos pareciam ocupar o
lugar de idéias, imagens e impulsos que experienciara e, por julgá-los
incorretos e repugnantes, optara por reprimi-los e esquecê-los.
Concluiu ainda: as penosas lembranças daqueles fatos e imagens não
tinham desaparecido, mas permaneciam como que escondidos
exercendo sua nefasta influência até finalmente exprimirem-se
através dos sintomas.E juntamente com Breuer, Freud observou
também que quando a enferma revivia essas lembranças de forma
muito emotiva durante a hipnose conseguia realmente um grande
alívio ou até o desaparecimento total dos sintomas. Estiveram então
muito próximos da descoberta do recalque.
Em 1889, sempre buscando ampliar seus conhecimentos, retomou
para a França. Agora para a Escola de Nancy, dirigida por Liébault e
seu colaborador associado Bernheim cujos sucessos com hipnose
tinham alcançado repercussão mundial. Por um método estatístico
inédito e através do estudo de mais de dez mil pessoas rigorosamente
cadastradas chegaram à revolucionária conclusão: “todos nós
podemos agir segundo motivos ocultos ou inconscientes, diferentes
daqueles que temos em mente e nos quais podemos acreditar. E como
esses verdadeiros motivos são ocultos e desconhecidos, podemos estar
mentindo sem o saber”.
5
Assim, isso veio sedimentar os conhecimentos adquiridos por
Freud de seus mestres Breuer e Charcot. E o fato que mais lhe
chamou atenção na Escola de Nancy foi a “exata execução de
ordens ou sugestões pós-hipnóticas, realizadas conscientemente e
por motivos inconscientes”.Mas o ponto mais importante dessas
descobertas estão no fato de que “a idéia tendência e, portanto,
seu comportamento derivavam de uma fonte não consciente, isto
é, de uma ordem não recordada, e por esse motivo, inconsciente”.
Desenhava-se de modo embrionário sua posterior teoria do
inconsciente-dinâmico a pedra básica de toda a Psicanálise.Ainda
em 1889 Freud leu o livro do Dr. Janet, “Automatismo
Psichológique” que trazia bem mais completa a teoria de uma
dupla consciência e da cisão da personalidade com que Charcot
explicava a histeria. Nessa teoria do desdobramento da
personalidade basearia sua concepção das duas zonas da vida
psíquica: a consciente e a inconsciente.6) Em uma avaliação geral:
(a) de acordo com Charcot, Freud aprendeu que a natureza da
histeria é psíquica e que nela as reminiscências traumáticas
inconscientes representam o papel principal dos sintomas; 
(b) com Bemheim, Liéboult C. Janet reconheceu a presença de
processos psíquicos que poderiam permanecer ocultos à
consciência. 
(c) E com Breuer construiria as bases de sua teoria do recalque e
da censura.
Mas em especial baseado nas experiências de sugestões pós-
hipnóticas de Berheim, traçaria os fundamentos de sua teoria do
inconsciente-dinâmico. Principalmente na técnica em que
pressionando com a mão a cabeça do paciente era possível a
suspensão da amnésia hipnótica que foi a origem da técnica
psicanalítica das associações livres, de grande importância em
seus sistemas que inclusive permitiu abandonar o uso da hipnose
catártica.
Isto foi o grande marco da definição na Linha Teórica de Freud e
as principais diferenças de sua teoria com relaçãoa Breuer.
 
6
Em 1890 Freud retomou a Viena (Aústria) e instalou sua clínica
própria. Dessa forma deu início às suas próprias pesquisas em
ligação com Breuer a quem transmitiu os conhecimentos
adquiridos na França e mostrou os avanços quanto aos processos
psíquicos da etiologia e natureza dos estados histérico neuróticos.
Breuer fez um resumo das conclusões a que chegara com suas
experiências:
 
a) Os sintomas histéricos representavam a expressão significativa
de fatos traumáticos do passado aos quais permanecem
estreitamente ligados. Constituem os resíduos mnêmicos de tais
experiências traumáticas.
 
b) A emoção que acompanhou aqueles fatos traumáticos não pôde
manifestar-se livremente através de palavras e atos: isto é, o
paciente vira-se obrigado a reprimir essa emoção.
 
c) Essas emoções “prisioneiras” ou reprimidas sofrem uma série
de mudanças anormais: os sintomas histéricos. Isto é, convertem-
se em enervações ou inibições, que se traduzem em patológicos,
no fato da conversão histérica.
 
d) O alívio e a cura dos sintomas patológicos que acompanham a
histeria pode realizar-se através da exteriorização ou manifestação
libertadora daqueles fatos traumáticos. Isto é, uma espécie de
eclosão ou purga psíquica da carga emotiva perturbadora, que
Breuer chamou – Katharsis (ou Catarse).
 
e) Como tais acontecimentos traumáticos foram esquecidos ou
estiveram desaparecidos da vida consciente, era mister revivê-los
novamente, trazendo-se ao consciente, o que somente através da
hipnose parecia poder ser feito. Essa hipnose foi chamada
catártica.
 
f) Nenhum alívio dos sintomas é verificado, quando o fato
traumático é manifestado sem nenhuma carga emotiva. Para
conseguí-lo é necessário que seja lembrado ou revivido com a
mesma emotividade com que foi vivido a primeira vez.
 
 
7
Todo sintoma histérico é resultado de uma experiência ou trauma
psíquico emocionalmente insuportável;
Considerando aquela experiência como insuportável, não pode ser
assimilada e aceita, portanto é repeli da do consciente e recalcada
ao inconsciente: torna-se inconsciente;
Aquilo que foi repelido e recalcado não deixou de existir. Continua
ativo, agita-se mas sem exteriorizar-se. E como não pode
manifestar-se abertamente é substituído em forma de distúrbios
psicofisiológicos ou sintomas patológicos(psicossomáticos);
Esses sintomas ou distúrbios poderão desaparecer se conseguirmos
fazer conscientes os fatos traumáticos recalcados ao inconsciente e
permitirmos que a emoção reprimida se exteriorize em sua
plenitude.
Somente assim a eclosão ou descarga (catarse) da emoção
perturbadora será eficiente e curadora. 
Em 1893 Breuer e Freud fizeram uma publicação (a primeira desse
gênero) sob o título “Mecanismos Psíquicos dos Fenômenos
Histéricos” (de caráter provisório).
Em 1895 publicaram outro trabalho sob o título “Estudos Sobre a
Histeria”,já mais detalhado e mais sério.Pode-se resumir essas
publicações em quatro itens:
1.
2.
3.
4.
 
Nesses quatro itens, podemos dizer, estão as bases da Psicanálise de
Breuer: qualquer histeria ou neurose é uma doença psíquica e
traumática e sua terapia consiste em procurar o fato traumático
esquecido responsável e fazer o paciente lembrar-se dele para
descarregar a emoção reprimida, revi vendo-a o mais emotivamente
possível para deixar fluir livremente ao máximo a emoção nele
contida e assim alcançar a cura. 
 
Isso era feito por meio da hipnose catártica (ou de um estado
hipnoidal) seguida de uma espécie de “explosão emocional” ou
catarse.
 
No entanto, em 1896, logo após essas publicações, aconteceram dois
fatos que mudariam os rumos daquele método psicanalítico
incipiente. E exatamente por esses motivos Breuer afastou-se do
campo psicanalítico e da prática terápica com pacientes histéricos e
neuróticos
8
O primeiro fato diz respeito à paciente Ana O. – em seu estado
neurótico e irresponsável essa paciente em uma atitude que mais
tarde seria chamada “transferência”, afirmava publicamente ser
amante do seu médico – Breuer – chegando a dizer que estava
grávida do mesmo. Esse fato colocou Breuer em situação
embaraçosa tanto no aspecto social quanto familiar.
Principalmente se considerarmos o rigorismo moral do século
XIX e na Viena da Áustria ultra católica.
 
O segundo fato envolve Fremi que publicava sozinho um trabalho
no qual se afastava frontalmente da linha das publicações
conjuntas anteriores. E cujas teses reforçavam, de certa forma, as
acusações difamatórias de Ana O. contra Breuer, enfatizando que
“em cada paciente, em cada sintoma de cada paciente, chega-se
inevitavelmente ao terreno das experiências sexuais”.
Essas ocorrências marcaram a ruptura final entre Brcuer e Frcud.
 
A questão agora era descobrir qual fator determina que um evento
mais do que outro, seja origem do “trauma emocional
perturbador?” 
Por que certos fatos constituem-se tão desagradáveis que
precisam ser alijados da consciência?
Cada vez mais Freud sedimentava sua opinião de que a raiz do
problema seria sempre de ordem sexual. 
Ainda, juntamente com Breuer, mostra que as clientes
alimentavam para com seu psicanalista, um fenômeno de
transferência cuja conotação sexual parecia evidente. Essa
assertiva encontrava embasamento nas observações de Charcot,
Chrobak e Breuer, os quais haviam concluído que síndromes
histéricas de gênese psíquica traziam em seu bojo alguma
conotação de frustrações afetivas ligadas a dificuldades sexuais
presentes ou passadas. Esses cientistas constataram ainda que a
quase totalidade de seus clientes com problemas nessa área,
referiam-se as abordagens sexuais de adultos na infância,
normalmente dentro do grupo familiar, inclusive dos próprios
pais (pai e/ou mãe) e irmãos mais velhos ou de maior influência
familiar.
9
Entretanto Charcot e Breuer, com larga experiência das Terapias
Indutivas, sabiam que declarações sob hipnose podem ser
fantasiosas e especialmente histéricos quando sob indução,
mentem e fantasiam muito. 
Dessa forma o Psicanalista tem que estar atento a todos esses
aspectos quando conduz uma Entrevista Psicanalítica de Cunho
Indutivo. 
Como Freud insistia na teoria de que sempre a neurose derivava
de experiências sexuais do passado, Breucr resolveu afastar-se da
Psicanálise.
 
Freud passa, então, a publicar suas opiniões sobre o assunto. Desse
modo a Teoria Freudiana de tratamento psicanalítico para a
histeria e neuroses, com base eminentemente na sexualidade,
começaria a tomar forma. Rompe com alguns amigos, colegas e
discípulos e sozinho deu início à construção das bases da
Psicanálise, que chega a nossos dias com uma proposta de busca,
descoberta e estudo da Pessoa Humana em si e em interatividade
evolutiva com o meio em toda sua extensão que vem a ser:
Construção, Elaboração e Organização de um Método e de uma
Doutrina Cientifica.
Como vimos, Freud ficou sozinho. Breuer afastou-se por razões
pessoais e Charcot e Bernheim, com teorias diversas da freudiana,
também caminhavam por linhas de pesquisas incompatíveis com
as idéias de Freud. Assim daquele período de 1882 a 1896, ficava a
base de um conhecimento enriquecido com novas experiências
adquiridas na pesquisa teórica e na prática clínica. Soma-se a isso
também o fato do falecimento do pai de Freud. 
Iniciava-se um período (1897 – 1907) a que Freud chamaria
“esplêndido isolamento”.
Durante esse período e no seguinte, que se estende até o fim da I
Grande Guerra (1914–1918), Freud, produziu e estruturou os
fundamentos da Psicanálise, que permanece até a atualidade.
A sistematização da Psicanálise iniciou-se em 1897. 
Freud, com honestidade e coragem, passa a estudar seus próprios
complexos. E vai encontrando em si e nos seus clientes os
elementos básicos do comportamento humano. 
 
10
A interpretação dos sonhos(1899); 
A psicopatologia da vida quotidiana; 
Três ensaios sobre a teoria da sexualidade e;
Fragmentos de uma análise de histeria (caso de Dora).Sua pesquisa o conduz a perceber-se de aspectos neuróticos de
sua própria personalidade e dos laços de natureza afetiva que o
prendiam a seu pai e a sua mãe. Na realidade pode-se concluir que
talvez o primeiro caso de complexo de Édipo estudado por Freud
tenha sido o seu próprio. 
Paralelamente Freud fixava-se cada vez mais na interpretação dos
sonhos e sexualidade infantil. 
Nesse período o grande pesquisador lançou quatro obras de
fundamental importância, sendo a primeira a mais expressiva: 
1.
2.
3.
4.
 
Estas quatro obras iremos estudar no módulo Freud, nelas estão
suas principais idéias e teorias e o início de sua fama. 
As pesquisas e o pensamento de Freud evoluem também no
sentido terapêutico. Quando percebe que o aspecto penoso de
experiências pavorosas, vergonhosas e dolorosas é a razão porque
são retiradas da consciência, conclui e descobre o mecanismo do
recalque; e sua resolução por atos de julgamento de aceitação ou
de condenação daquilo que fora recalcado. Esse novo método
substitui a “Catarse”, da hipnose, pelo “esclarecimento” e passa a
ser denominado por Freud como Psicanálise.
A substituição da “hipnose catártica” pela “livre associação” marca
novo passo, como regra fundamental, para o método psicanalítico.
Embasando seus trabalhos nas manifestações espontâneas e
inconscientes dos clientes, na interpretação de“atos falhos” e no
simbolismo dos sonhos. E assim os fundamentos de suas teorias
sobre as tendências dinâmicas do inconsciente e da sexualidade
infantil ficam estruturadas com a publicação das obras acima, nos
anos 1899,1901,1905, etc.
No período que se estende de 1907 ao fim da I Grande Guerra, em
1918-1947 (terceiro período da vida de Freud), sua fama já
ultrapassava as fronteiras da Áustria. Em 1905 em Viena Freud
reunia em torno de suas teorias um grupo de pesquisadores,
dentre eles Adler, Steckel, Jones e Ferenezi. 
11
Em 1907 forma o grupo de Zurique (Suíça) com Breuler (Eugen),
reunindo Jung, RiIlin, Meier e Abraham.
Em 1908 os dois grupos de Viena e Zurique reúnem-se e resolvem
publicar uma revista: “Anuaire des recherches psychopathológiques et
psychanalítiques”.
Jung e Freud fazem uma viagem aos EUA e no seu retorno, em
1910, reúnem em Viena o I Congresso de Psicanálise de onde
surgem as bases para fundamentação da Associação Psicanalítica
Internacional (API ou em inglês IPA), dividida em seções locais
ou nacionais, sendo seu primeiro Presidente Geral eleito, Jung (do
grupo da Suíça). Essa Associação tinha como representantes: do
grupo da Suíça o próprio Jung, do grupo de Viena (Áustria) Adler,
do grupo de Berlim (Alemanha) Abrahan e do grupo de Budapest
(Hungria) Ferenczi. No entanto em 1911, no congresso de Weimar
(Alemanha),já aconteciam as primeiras divergências. Adler e Jung
por discordarem da exagerada importância de Freud ao
comportamento sexual na etiologia das neuroses foram
consideradosvdissidentes, renunciaram e foram expulsos da
nove!Associação Psicanalítica Internacional e formaram dois
movimentos dissidentes dirigidos por eles: um em Zurique (Suíça)
e outro em Viena (Áustria).O movimento de Jung (Viena Áustria)
insistia no conceito da introversão e extroversão, no inconsciente
coletivo e adotou para seu sistema a designação PSICOLOGIA
ANALÍTICA ou COMPLEXA. 
O movimento de Adler (Zurique Suíça) tinha suas bases, para
explicação dos mecanismos do inconsciente, nos complexos de
inferioridade e de ânsia do poder c adotou para seu método o
nome de PSICOLOGIA INDIVIDUAL.
 
Mas isso foi só o início porque logo a seguir vários outros
estudiosos e pesquisadores separaram-se das teorias e linha de
pensamentos de Freud e formaram suas próprias escolas de
pesquisas e terapias sob diversas formas, dentro dos princípios da
Psicanálise.
12
Independente dessas novas tendências, Freud manteve sua
pesquisa direcionada a explicar os mecanismos inconscientes com
base na sexualidade.
Entre outras obras, em 1913, publicou “Totem e Tabu” (iremos
estudar no Módulo Freud)  que o afastava ainda mais de seus
colaboradores. A teoria do libido se evidenciava cada vez mais em
suas pesquisas. A primeira Grande Guerra (1914 – 1918) atrasou, de
certa forma, o progresso da Psicanálise. De outra forma permitiu a
Freud uma pausa para avaliar novos fatores que as neuroses de
guerra evidenciavam. E estudando o instinto destrutivo de
agressividade, de ordem “não sexual”, concebeu a ideia da
duplicidade dos instintos: os construtivos ou de Eros ( ou
libidinosos) e os destrutivos ou de Thanatos (não sexuais). Ainda
nessa fase, publicou "A introdução à Psicanálise”, que pode ser
considerada uma síntese de suas pesquisas, conclusões e teorias.
Podemos considerar que até 1920 a doutrina freudiana era
orientada e estruturada sobre o id e a libido. E de 1920 a 1930
houve um novo período nas teorizações e pesquisas de Freud.
Nesse período a estrutura da personalidade passou a ser estudada
sob três estruturas bases: o Id, o Ego e o Superego, passando a
colocar o Ego (consciente) em primeiro plano. Essas pesquisas e
estudos permanecem incompletas, uma vez que Freud não se
conduz ao desenvolvimento de uma psicologia global do ego em
seu dinamismo construtivo, visto que estuda apenas os
mecanismos inconscientes de defesa frente à libido no sentido
negativo e patológico. Após esse período – a partir de 1930 – as
pesquisas de Freud deixam um pouco o lado técnico da
Psicanálise e passam a direcionar-se para a especulação e
extrapolações psicanalíticas. 
Podemos citar, nesse sentido, suas obras Totem e Tabu e
Metapsicologia. Devemos lembrar também: “Mais Além do
Princípio do Prazer”, “Psicologia Coletiva”, “O futuro de uma
ilusão”, “Inquietação e Civilização”, “Moisés e o Monoteísmo”. 
Alguns críticos e estudiosos vêem na obra de Freud, ao lado das
grandes hipóteses e teorias magníficas, algo de prematuro e
extravagante, conferindo tudo que é humano – bom ou mau – às
forças e criações do inconsciente, quase nada deixando ao
consciente: a característica específica do Homo Sapiens (a Pessoa
Humana).
13
Quando – fugindo da perseguição de Hitler e de seu anti-
semitismo – em 1939 morria (aos 83 anos de idade) o psicanalista
Dr. Sigmund Freud, seu movimento espalhara-se por todo o
Mundo Ocidental, dividido em muitas facções e diversas escolas.
Freud em suas pesquisas, estudos e sistematização revelou-se,
analítico e teórico muito mais do que sintético e prático. Dessa
forma, faltou uma obra final que sintetizasse e desse coesão a toda
sua produção. E assim seus escritos contendo adições, correções e
até contradições – considerados a Bíblia da Psicanálise –
propiciam aos psicanalistas do mundo inteiro as mais diversas
interpretações dentro das mais variadas opiniões c conceituações
teóricas e práticas na didática e na clínica.
Ao lado dos ortodoxos, “cópias carbono” de Freud, existem outros
grupos dissidentes, às vezes taxados de heresias, os quais têm
contribuído em muito para o crescimento, dinamismo e
atualização da Psicanálise como ciência nos sentidos analítico,
didático e terapêutico (clínico). Atualmente já não se pode falar de
uma Psicanálise tipicamente freudiana, mas de um movimento
psicanalítico polifonia e diversificado. Esses vários grupos, escolas
e tendências, algumas vezes esquecendo a ética profissional e
cientifica, digladiam-se e se criticam mutuamente.
Apregoando seus métodos e teorias e rotulando de vazios e
anticientíficos os contrários. Essa enorme confusão, muitas vezes
até ridícula, tem prejudicado um crescimento mais seguro e
pertinaz da própria Psicanálise como ciência e como método
clínico de avaliação e tratamento das doenças psíquicas de
etiologia emocional e inconsciente da mente da pessoa humana
em toda sua amplitude, em todas suas nuances negativas c
positivas, de criatividade e de crescimento, de estagnação e
inércia, de construção e edificação e de distinção e
desagregação,inclusive.
14
Psicanálise é uma teoria da mente humanae uma prática
terapêutica. Foi fundada por Sigmund
Freud entre 1885 e 1939 e continua sendo desenvolvida por
psicanalistas ao redor do mundo. A psicanálise tem quatro áreas
principais de aplicação:
 
1) como uma teoria de como a mente trabalha
2) como um método de tratamento para problemas psíquicos
3) como um método de pesquisa, e
4) como uma forma de observar os fenômenos culturais e sociais,
como a literatura, arte, cinema, performances, política e grupos.
 
Se entendermos estes pontos podemos dizer que psicanálise é uma
ciência do pensar em si, nas suas relações humanas, no seu modo de ver o
mundo.
CAPÍTULO 2
15
O Q U E É P S I C A N Á L I S E ?
A psicanálise e a psicoterapia psicanalítica são para aqueles que se
sentem aprisionados em problemas psíquicos recorrentes que
impedem seu potencial para experimentar felicidade com seus
parceiros, famílias e amigos assim como sucesso e satisfação em
seu trabalho e tarefas normais da vida diária.
 
Ansiedades, inibições e depressões frequentemente são sinais de
conflitos internos. Estes levam a dificuldades nos relacionamentos
e, quando não tratados, podem ter um impacto considerável nas
escolhas pessoais e profissionais. 
 
As raízes destes problemas frequentemente são mais profundas do
que a consciência pode alcançar, que é o motivo porque não
podem ser resolvidos sem psicoterapia.
 
É com a ajuda de um analista capacitado que o paciente pode
obter novos conhecimentos (insights) sobre as partes
inconscientes destes distúrbios. Conversar com um psicanalista
em uma atmosfera segura levará o paciente a tornar-se cada vez
mais consciente de partes de seu mundo interno previamente
desconhecido (pensamentos e sentimentos, memórias e sonhos),
aliviando dessa maneira a dor psíquica, promovendo o
desenvolvimento da personalidade e oferecendo uma auto-
consciência que fortalecerá a confiança do paciente para perseguir
seus objetivos na vida. 
 
Estes efeitos positivos da psicanálise deverão durar e levar a novos
desenvolvimentos mesmo após a análise ter terminado.
CAPÍTULO 3
16
P A R A Q U E É O T R A T A M E N T O
P S I C A N A L Í T I C O ?
O inconsciente
Experiências infantis iniciais
Desenvolvimento psicossexual
O Complexo de Édipo
Repressão
Sonhos são satisfações de desejos
Transferência
Associação Livre
O Ego, o Id e o Superego
Quando Freud começou a trabalhar com as pacientes histéricas,
compreendeu que os sintomas dos quais elas sofriam
representavam de forma concreta um significado que era
simultaneamente escondido e revelado.
Com o decorrer do tempo ele aprendeu que todos os sintomas
neuróticos eram mensageiros que carregavam - ainda que
inconscientemente - conteúdos psíquicos reprimidos. Isto o levou
a desenvolver sua “cura pela fala”(“talking cure”), que
revolucionou a interação entre paciente e terapeuta. 
 
Freud via seus pacientes seis vezes por semana, ouvindo e
respondendo ao que eles lhe diziam enquanto estavam deitados
em um divã. 
Os pacientes eram convidados a falar qualquer coisa que passasse
em suas mentes, o que Freud chamou de Associação Livre.
Estas livre associações que os levavam de volta a experiências
infantis reprimidas, desejos e fantasias que haviam resultado em
conflitos inconscientes; uma vez trazidos à consciência, esses
conflitos poderiam ser analisados e os sintomas, então,
dissolvidos. Este procedimento tornou-se não apenas um potente
método de tratamento, mas também uma ferramenta eficiente
para o estudo do psiquismo humano, levando ao desenvolvimento
de uma teoria psicanalítica cada vez mais sofisticada a respeito da
forma como a mente funciona e, nos anos recentes, aos estudos
comparativos conjuntos com o novo campo da neuropsicanálise.
As descobertas iniciais de Freud levaram-no a novos conceitos
revolucionários:
 
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
CAPÍTULO 4
17
A S M A I O R E S D E S C O B E R T A S E
I N O V A Ç Õ E S D E F R E U D
Experiências infantis iniciais: são um
amálgama de fantasia e realidade; elas são
caracterizadas por desejos apaixonados,
impulsos indomados, e ansiedades infantis. 
Por exemplo, a fome estimula um desejo de
engolir tudo, e também o medo de ser
engolido pelos demais; o desejo de estar no
controle e independente é ligado ao temor
de ser manipulado ou abandonado; o
separar-se de um cuidador importante pode
levar a permanecer desprotegido,
desamparado e sozinho; amar um dos pais
pode oferecer o risco de perder o amor do
outro. Assim, desejos e medos iniciais
resultam em conflitos que, na medida em
que não podem ser resolvidos, são
reprimidos e tornam-se inconscientes.
O inconsciente: a vida psíquica vai além
do que estamos conscientes, também
além do que é pré-consciente no
sentido daquilo que podemos tomar
consciência na medida em que o
possamos pensar. Uma parte
importante de nossa mente é
inconsciente, e esta parte é acessível
apenas com psicanálise.
CAPÍTULO 5
18
O S C O N C E I T O S F R E U D I A N O S
O complexo de Édipo: 
é o complexo nuclear de todas as neuroses.
Uma criança na idade de quatro a seis anos
torna-se consciente da natureza sexual da
relação de seus pais, da qual ela está
excluída. Surgem sentimentos de ciúmes e
rivalidade que tem que ser resolvidos, junto
a questões de quem é homem e quem é
mulher, quem pode amar e casar com
quem, como são feitos e nascem os bebês, e
o que uma criança pode ou não fazer,
comparada com um adulto. A resolução
dessas questões desafiadoras moldará o
caráter da mente adulta e o Superego (ver
abaixo em o Ego, o Id e o Superego).
Desenvolvimento psicossexual: Freud
reconheceu que a maturação
progressiva das funções corporais
centrada nas zonas erógenas ocorre
junto com prazeres e temores
experimentados na relação com os
objetos dentro de cada processo de
individuação, estes objetos estruturam o
desenvolvimento da mente da criança.
19
Repressão: é a força que mantém inconscientes fantasias perigosas
relacionadas a partes não resolvidas de conflitos infantis.
Transferência: é a tendência ubíqua da mente
humana a ver e identificar novas situações
dentro dos moldes das experiências iniciais.
Em psicanálise a transferência ocorre
quando um paciente vê o analista como
uma figura parental, com quem ele pode re-
experimentar os principais conflitos ou
traumas infantis como se dentro da relação
pais-filho original.
Sonhos: são satisfações de desejos.
Frequentemente eles expressam a
satisfação de desejos ou fantasias não
realizadas. Uma vez que aparecem
disfarçados (como cenas absurdas,
estranhas ou incoerentes) eles requerem
análise para revelar seus significados
inconscientes. Freud chamou a
interpretação dos sonhos o caminho
real para o inconsciente.
20
Associação livre: descreve o surgimento de pensamentos,
sentimentos e fantasias quando elas não estão inibidas pelas
restrições do medo, culpa e vergonha (ver abaixo em O Núcleo
do Método Psicanalítico e o Setting)
O Ego, o Id e o Superego:
- O Ego é o principal lugar da
consciência, o agente da mente que
exerce as repressões e integra e
consolida vários impulsos e tendências
antes que elas sejam postas em ação.
- O Id é a parte inconsciente da mente,
o lugar dos traços de memória
reprimidos e incognoscíveis da mente
inicial.
- O Superego é o guia e consciência da
mente, um detentor das proibições a
aderir, e ideais a perseguir.
21
Freudianos clássicos e contemporâneos. 
 
Sigmund Freud (1856-1939) criou um modelo da mente com
poucas hipóteses básicas: A vida psíquica é ativada pela energia
de dois impulsos primitivos (em sua primeira teoria dos
impulsos o sexual e o de auto-preservação; em sua segunda
teoria dos impulsos, o de vida e o de morte, ou sexualidade e
agressão). Estes impulsos representam demandas do corpo na
mente e tornam-se conhecidos mediante desejos e necessidades
que procuram pelo objeto específico para alcançar satisfação. Os
traços de memória destas interações(incluindo as representações
de objetos e relações importantes) estruturam toda a mente,
construindo formações cada vez mais complexas,
que são por fim divididas em três seções principais. Em seu
primeiro modelo topográfico Freud denominou os sistemas
Inconsciente, Pré-consciente e Consciente; em seu segundo
modelo estrutural ele referiu Ego, Id e Superego. 
As estruturas da mente regulam as energias dos impulsos de
acordo (homeostático) com o princípio do prazer.
Metapsicologia é a teoria da mente que expressa funções
psíquicas considerando seus aspectos dinâmico (impulsos),
econômico (energias) e tópico (estrutural).
CAPÍTULO 6
22
P R I N C I P A I S D E S C O B E R T A S E A C R É S C I M O S À T E O R I A
P S I C A N A L Í T I C A D E S D E F R E U D : A S D I F E R E N T E S L I N H A S
E E S C O L A S D E N T R O D A P S I C A N Á L I S E H O J E .
Sándor Ferenczi (1873-1933) e a escola de psicanálise de
Budapeste ressaltaram a importância de considerar e reconhecer
traumas reais na infância, os específicos da relação inicial da mãe
com o bebê, e os da “confusão de línguas” (uma confusão entre a
ligação afetiva da criança e as necessidades sexuais do adulto),
que impacta severamente no desenvolvimento psíquico e na
psicopatologia posterior. Ferenczi enfocou nos mútuos processos
intersubjetivos entre o paciente e o analista, e no papel
primoroso da honestidade e trabalho interno do analista (auto-
análise) no encontro analítico. Mais recentemente seu trabalho
tem sido reavaliado e tornou-se um novo foco na psicanálise na
França assim como na Escola Relacional (ver Psicanálise
Francesa e “Psicanálise Relacional”, abaixo).
 
Psicologia do Ego: Anna Freud (1895-1982), Heinz Hartmann
(1884-1970) e outros, focaram sua atenção no trabalho do ego
consciente e inconsciente, seu papel particular nas defesas
inconscientes e seu efeito inibitório nos processos psíquicos.
Hartmann postulou uma área do ego livre de conflito, que
desempenha importantes tarefas como consciência (awareness),
controle motor, pensamento lógico, discurso, percepção
sensorial e teste da realidade - todas essas, funções vitais que,
secundariamente, podem ser envolvidas no conflito neurótico.
Ao analisar sistematicamente as defesas do paciente, a psicanálise
objetiva fortalecer o ego no sentido de aumentar o controle de
impulsos, a resolução do conflito e a capacidade de tolerar a
frustração e afetos dolorosos. Hartmann adicionou aos quatro
pontos de vista metapsicológicos Freudianos, os aspectos
genético e o adaptativo.
23
Kleinianos clássicos e contemporâneos. Melanie Klein (1882-
1960) conceituou a infância como começando com impulsos
primitivos experimentados dentro de relações objetais. A pulsão
de morte dirigida para o interior (ver acima) é experimentada
como uma força que ataca despertando ansiedades persecutórias
e o medo de aniquilamento, que é localizado (projetado) fora do
self e leva a impulsos destrutivos em direção ao objeto frustrador
(seio mau), seguido pelo temor de retaliação. Em contraposição,
o objeto que satisfaz (seio bom) é idealizado e de forma protetora
excindido (split off) do mau objeto. Esta primeira fase é chamada
posição esquizo-paranóide, “PS”, caracterizada por splitting,
negação, onipotência e idealização, assim como projeção e
introjeção. A capacidade crescente do ego para integração levará
a ansiedades depressivas de que os impulsos destrutivos tenham
danificado o objeto/seio bom e despertam o desejo por
reparação. Esta segunda fase é chamada de posição depressiva,
“D”. Kleinianos contemporâneos reconheceram que estas fases
não estão limitadas à infância mas formam uma dinâmica
contínua dentro da mente, a alternância PS⇔D.Kleinianos
clássicos e contemporâneos. Melanie Klein (1882-1960)
conceituou a infância como começando com impulsos
primitivos experimentados dentro de relações objetais. A pulsão
de morte dirigida para o interior (ver acima) é experimentada
como uma força que ataca despertando ansiedades persecutórias
e o medo de aniquilamento, que é localizado (projetado) fora do
self e leva a impulsos destrutivos em direção ao objeto frustrador
(seio mau), seguido pelo temor de retaliação. Em contraposição,
o objeto que satisfaz (seio bom) é idealizado e de forma protetora
excindido (split off) do mau objeto. Esta primeira fase é chamada
posição esquizo-paranóide (“PS”), caracterizada por splitting,
negação, onipotência e idealização, assim como projeção e
introjeção. A capacidade crescente do ego para integração levará
a ansiedades depressivas de que os impulsos destrutivos tenham
danificado o objeto/seio bom e despertam o desejo por
reparação. Esta segunda fase é chamada de posição depressiva,
“D”. Kleinianos contemporâneos reconheceram que estas fases
não estão limitadas à infância mas formam uma dinâmica
contínua dentro da mente, a alternância PS⇔D.
24
 O ramo Bioniano da escola kleiniana. Wilfred Bion (1897-1979),
relacionado com e partindo de Freud e Klein desenvolveu uma
nova linguagem para sua teoria do pensar. Ele introduziu a ideia
de que a mente do bebê inicialmente experimenta um ataque
violento de impressões sensoriais e emoções cruas, chamadas
elementos beta, que não portam significado e necessitam ser
evacuadas. É essencial que o objeto cuidador (continente) aceite
estes elementos beta (conteúdos), os metabolize e transforme em
elementos alfa, e os devolva para o bebê como tais. A mente do
bebê os introjeta junto com a função alfa transformadora, assim
construindo sua própria função alfa, um aparelho capaz de
simbolizar, memorizar, sonhar e pensar pensamentos; isto
também desenvolve os conceitos de tempo e espaço e permite a
discriminação entre o consciente e o inconsciente. Distúrbios
psíquicos estão relacionados a perturbações nestas funções
básicas deste aparelho para pensar.
 
O ramo de Winnicott da Teoria das Relações de Objeto. Donald
Winnicott (1896-1971) delineou a forma como o ambiente de
holding de uma mãe suficientemente boa capacitará a mente do
bebê a criar representações de si e do outro. No espaço
intermediário entre a mãe e o bebê a criança encontra e cria o
que ele chama um objeto transicional (cheirinho) que é e não é a
mãe. É este espaço intermediário ou potencial entre a realidade
interna subjetivamente criada e a realidade externa
objetivamente percebida que permanecerá disponível como um
espaço interno para experienciar vida, criar novas ideias,
imagens, fantasias e arte, e formar as muitas apresentações da
cultura. Se a mãe pode responder empaticamente ao gesto
espontâneo do bebê, esse construirá a representação de um
verdadeiro self com capacidade para brincar e ser criativo.
Entretanto, se a mãe continuamente traduz mal os gestos do
bebê de acordo com as necessidades dela, o verdadeiro self da
criança permanecerá escondido sob o escudo de um falso self
que é criado para sobreviver e pode levar, mais tarde na vida, a
um sentimento de não ser capaz de ser verdadeiro.
25
Psicanálise Francesa tem-se desenvolvido delineada a partir de e
em disputa com Jacques Lacan (1901-81) e suas ideias (o
significado da linguagem, o phallus, desejo e o outro, e seus
conceitos do imaginário, do simbólico e o [inacessível] real). Seu
chamamento por um retorno a Freud iniciou um sério debate e
elaboração dos conceitos nucleares de Freud e, finalmente,
estabeleceu o papel primordial da metapsicologia Freudiana na
compreensão da psique humana. Isto, por sua vez, foi
particularmente frutífero no avanço de uma nova concepção da
teoria da sedução, a ênfase nas pulsões de vida e de morte e a
teoria do narcisismo em suas várias apresentações. O
reconhecimento da importância da teoria dos impulsos,
pressionou por uma ênfase na sexualidade, subjetividade, a
linguagem do desejo e a função estrutural do Complexo de
Édipo, em particular a respeito da posição do terceiro e
terceiridade. Isto, então, levou à ideia de um processoterciário,
em que os processos inconscientes (primários) e conscientes
(secundários) coexistem e são criativamente combinados.
 
Psicologia do Self foi fundada nos Estados Unidos por Heinz
Kohut (1913-81), que enfocou no sentido de self do indivíduo, em
particular considerando o desenvolvimento e regulação do
narcisismo. Ele salientou o papel necessário dos pais cuidadores
(e posteriormente do analista) para espelhar de forma empática
os estados do self da criança e permitir a idealização de
transferências alter-ego/gemelares, assim dando suporte à
criança (o paciente posteriormente) como um self-objeto, até que
essa tenha internalizado suas funções reguladoras. Com o passar
do tempo, Kohut veio a rejeitar o modelo estrutural de Ego, Id e
Superego, assim como a teoria dos impulsos propostos por
Freud, e sugeriu em lugar destes o seu modelo de self tripartido.
26
Psicanálise Relacional, fundada por Steven Mitchell (1946-2000)
nos Estados Unidos, rejeita a biologicamente enraizada teoria
dos impulsos de Freud, sugerindo em seu lugar uma teoria do
conflito relacional, que combina interações reais, internalizadas
e imaginadas com outros significativos. A personalidade deriva
de e é construída a partir de estruturas que refletem interações
aprendidas e expectativas com os cuidadores primários. Uma vez
que a motivação primária do indivíduo é estar em
relacionamentos com outros, ele tenderá a recriar e encenar
estes padrões relacionais através da vida. A Psicanálise, então,
consiste em explorar estes padões e confrontá-los com o que é
espontaneamente e autenticamente cocriado no setting
psicanalítico entre analista e paciente.
 
 
27
Método. A Psicanálise é a cura pela fala, baseada no método da
livre associação. Em sua regra fundamental o paciente é
convidado a dizer qualquer coisa que venha a sua mente, sem
restrições do tipo considerações de contexto, decência,
sentimentos de vergonha ou culpa e outras objeções. Ao aderir a
esta regra os processos de pensamento do paciente farão ligações
surpreendentes, revelarão conexões conscientemente
indisponíveis com desejos e defesas, e levarão às raízes
inconscientes de conflitos até então não resolvidos que moldam
as situações transferenciais. Ouvindo estas associações, os
analistas irão entregarse a um processo mental similar chamado
atenção livremente flutuante, pelo qual seguirão as
comunicações do paciente assim como perceberão - as vezes
como se em um sonhar acordado - suas próprias associações que
emergirão na contratransferência. A integração destas várias
espécies de informação é um trabalho principalmente interno
para o analista moldar uma visão das situações transferênciais-
contratransferenciais que finalmente se agrupam em uma gestalt
emergente (uma fantasia inconsciente), que pode ser
experimentada por ambos, analista e paciente. Com o auxílio das
intervenções do analista - frequentemente interpretações
transferenciais do que transpira no aqui e agora da sessão - uma
nova compreensão do sofrimento do paciente emergirá. A
aplicação repetida destes novos insights em muitas situações
similares, nas quais o mesmo tipo de conflito surge, é o processo
de elaboração, que torna o paciente cada vez mais capaz de
reconhecer os processos de pensamento que movimentam seus
conflitos. Resolver estes conflitos e colocálos em perspectiva, ou
em repouso liberará a mente do paciente de velhas inibições e
abrirá espaço para novas escolhas.
CAPÍTULO 7
28
O N Ú C L E O D O M É T O D O P S I C A N A L Í T I C O E O S E T T I N G
Setting. O método descrito acima é melhor aplicado no setting
clássico: o paciente está confortavelmente deitado no divã,
dizendo o que lhe vier à mente, sem ser distraído por ver o
analista, que usualmente está sentado atrás do divã (Freudianos).
Isto permite, a ambos parceiros do empreendimento analítico,
ouvir e refletir completamente acerca do que transpira na sessão:
o paciente se sentirá imerso em seu mundo interno, reviverá
memórias, revisitará experiências importantes, falará acerca dos
sonhos e criará fantasias, tudo isto que, fazendo parte da jornada
analítica, lançará novas luzes na vida, história e elaborações da
mente do paciente. A sessão de análise comumente dura de 45 a
50 minutos. Com o objetivo de continuamente aprofundar o
processo analítico, as sessões de psicanálise preferentemente
ocorrem em três, quatro ou cinco dias por semana. Uma menor
frequência de sessões semanais ou o uso da poltrona em lugar do
divã poderão às vezes ser necessários. Todos os acordos acerca
do setting (incluindo os horários, o valor da sessão e a política de
cancelamentos) serão contratados por ambos, paciente e analista,
e terão que ser renegociados se mudanças forem necessárias. A
duração de uma análise é difícil de predizer; uma média de três a
cinco anos pode ser esperada, embora qualquer caso individual
possa necessitar de mais ou de menos tempo para o
encerramento. Paciente e analista são, contudo, livres para a
qualquer momento decidir interromper ou terminar a análise.
29
A Psicanálise é aplicada de várias maneiras. O tratamento
psicanalítico clássico (ver acima) foi desenhado para melhor
acomodar as capacidades de um paciente adulto neurótico que
está razoavelmente bem adaptado às demandas da vida e
trabalho. Entretanto, tratamento psicanalítico de alta frequência
também é utilizado para uma gama maior de psicopatologias
(escopo ampliado), como por exemplo, transtornos de
personalidade borderline e narcisista severa.
 
• Psicoterapia psicanalítica ou psicodinâmica com adultos é
usualmente utilizada com frequência menor (uma ou duas
sessões por semana) e em uma disposição sentada, face a face.
Frequentemente seus objetivos são mais focados na resolução de
um tipo particular de problema (por ex., dificuldades nos
relacionamentos ou no trabalho), depressão ou transtornos de
ansiedade. Embora transferências e contratransferências
ocorram, como na psicanálise, elas frequentemente ficam no
background e permanecem não interpretadas, dando espaço para
dirigir-se a e resolver mais diretamente os problemas da vida do
paciente. Algumas vezes, ambos participantes em uma
psicoterapia psicanalítica decidem aprofundar seu trabalho, em
um momento posterior do tratamento, e embarcam em
psicanálise de alta frequência.
 
 
CAPÍTULO 8
30
D I F E R E N T E S M É T O D O S D E T R A T A M E N T O
P S I C A N A L Í T I C O ( A D U L T O S , C R I A N Ç A S , G R U P O S , E T C . )
Crianças (da infância em diante) e adolescentes podem
experimentar problemas duradouros (depressão, ansiedade,
insônia, agressão extrema e crueldade, pensamento obsessivo,
comportamento compulsivo, dificuldades de aprendizado,
distúrbios alimentares, etc.) que podem pôr em perigo seu
desenvolvimento psíquico e causar preocupações em seus pais,
professores e amigos. Para eles, têm sido desenvolvidos métodos
de tratamento psicanalítico modificados de acordo com a idade
(incluindo brincar com bonecos, brinquedos, e desenhar) que
permitem à criança ou adolescente expressar o que os está
incomodando. Analistas de crianças são especialistas em
perceber as porções inconscientes das comunicações de seus
pacientes e responder a elas de forma apropriada, assim
ajudando a criança a resolver conflitos e problemas emocionais
que repousam sob seus sintomas manifestos e interferem com
seu posterior desenvolvimento emocional.
 
 
31
Psicodrama psicanalítico foi desenvolvido (principalmente nos EUA e
na França) para pacientes com inibições massivas, que precisam suporte
para representar, expressar e elaborar suas dificuldades no sentido de
estruturar seu mundo interno. O setting inclui um líder ou diretor da
representação, que auxilia o paciente a sugerir, entrar e desenvolver uma
cena (por ex., uma lembrança, um sentimento, uma situação ocorrida),
que é o material para o trabalho terapêutico. O paciente encena com
vários co-terapeutasou atores que assumem papéis atribuídos a eles pelo
paciente. A função dos co-terapeutas é compreender empaticamente
estes papéis como partes do paciente (por ex., diferentes lados de um
conflito) ou seus objetos significativos, e traduzir o significado latente
destes papéis representando seus processos (principalmente defensivos)
inconscientes subjacentes. O líder da peça pode interromper e
interpretar a cena em qualquer ponto. A peça permite o desdobramento
de questões anteriormente difíceis para o paciente e facilita sua
integração e internalização. O objetivo é desenvolver o insight do
paciente em sua vida interna (pensamentos, sentimentos, fantasias,
sonhos e conflitos), e estimular sua ativação, assim expandindo o espaço
(teatro interno) psíquico (intermediário), em que seus vários
componentes podem ser considerados e compreendidos.Psicodrama
psicanalítico foi desenvolvido (principalmente nos EUA e na França)
para pacientes com inibições massivas, que precisam suporte para
representar, expressar e elaborar suas dificuldades no sentido de
estruturar seu mundo interno. O setting inclui um líder ou diretor da
representação, que auxilia o paciente a sugerir, entrar e desenvolver uma
cena (por ex., uma lembrança, um sentimento, uma situação ocorrida),
que é o material para o trabalho terapêutico. O paciente encena com
vários co-terapeutas ou atores que assumem papéis atribuídos a eles pelo
paciente. A função dos co-terapeutas é compreender empaticamente
estes papéis como partes do paciente (por ex., diferentes lados de um
conflito) ou seus objetos significativos, e traduzir o significado latente
destes papéis representando seus processos (principalmente defensivos)
inconscientes subjacentes. O líder da peça pode interromper e
interpretar a cena em qualquer ponto. A peça permite o desdobramento
de questões anteriormente difíceis para o paciente e facilita sua
integração e internalização. O objetivo é desenvolver o insight do
paciente em sua vida interna (pensamentos, sentimentos, fantasias,
sonhos e conflitos), e estimular sua ativação, assim expandindo o espaço
(teatro interno) psíquico (intermediário), em que seus vários
componentes podem ser considerados e compreendidos.
32
Psicoterapia psicanalítica de Casais e Família aplica os insights da
psicanálise para a dinâmica encontrada entre os parceiros de casais e
famílias, que estão presos em conflitos recorrentes. Com o auxílio de um
psicanalista, aspectos de posições e transferências incompatíveis,
projeções mútuas, e as encenações repetidas de fantasias inconscientes,
podem ser interpretadas e analisadas, considerando as ideias
inconscientes que prevalecem
a respeito do que o casamento e a vida familiar pode ou deve significar,
assim aliviando tensões e abrindo caminhos para novas escolhas auto-
determinadas.
 
• Grupos psicanalíticos (usualmente com 6 a 9 membros) utilizam-se da
tendência universal que encontros não estruturados de indivíduos em
pequenos ou grandes grupos, sem uma tarefa definida, têm de
experimentar regressões a níveis primitivos de funcionamento psíquico.
Exemplos: dependência e submissão de um líder idealizado ou
frustrador, reações agressivas de luta-fuga, pareamentos e cisões em
subgrupos, assim como defesas contra esses processos. Enquanto alguns
grupos focam na participação e interação individual, no aqui e agora da
dinâmica de grupo, outros se dirigem aos processos globais do grupo e à
cultura particular que emerge através das discussões livremente-
flutuantes (equivalente da livre associação). O trabalho de grupo
psicanalítico pode servir a vários propósitos: há grupos
psicoterapêuticos, grupos que estimulam o desenvolvimento pessoal,
grupos de discussão clínica para médicos (Grupos Balint, Conferências-
Tavistock), assim como grupos que encorajam auto-reflexão e resolução
de problemas em organizações maiores.
33
análise pessoal do candidato, 
Frequência a seminários clínicos, teóricos e técnicos, e 
Supervisão do trabalho do candidato (TCC)
O IPA
 
O treinamento para tornar-se psicanalista é regulado pela
Associação Psicanalítica Internacional (IPA) e suas organizações
constituintes. Em muitos países qualquer um com as capacidades
e experiência necessárias pode praticar para ser um psicanalista,
como no caso do Brasil, em alguns países a prática é limitada a
profissionais licenciados tais como médicos, psicólogos e
assistentes sociais e profissionais com curso superior.
 
Há três modelos diferentes de formação (chamados o modelo
Eitington, o Francês e o Uruguaio), todos requerem:
 
 
A formação psicanalítica dura uma média de cinco a dez anos e
termina com a graduação ou a aceitação como associado.
 
Regulamento da Profissão no Brasil
 
O curso de Psicanálise é dirigido a todos os interessados em
adquirir conhecimentos mais profundos em Psicanálise. Aos que
querem aprender a dinâmica de seus problemas emocionais e
afetivos de acordo com as teorias psicanalíticas, e aos que
desejam dedicar-se à Psicanálise como Terapeutas e Clinicar.
 
 
CAPÍTULO 8
34
D A F O R M A Ç Ã O E M P S I C A N Á L I S E C L Í N I C A
A psicanálise, nos dias de hoje, é uma atividade livre e não
regulamentada por lei, que pode ser exercida por qualquer
cidadão que possua os conhecimentos técnicos e habilidades
suficientes à sua desenvoltura. 
 
Até o presente momento, não há lei que impeça o livre exercício
da psicanálise, a qual não constitui num desdobramento,
especialidade ou ramo, privativo da atividade médica ou da
atividade psicológica. e por não configurar um ramo privativo da
profissão de médico, ou da profissão de psicólogo, a psicanálise
não está vinculada ou subordinada à atividade fiscalizadora dos
conselhos regionais de medicina ou dos conselhos regionais de
psicologia. 
Porém, mesmo inexistindo regulamentação legal da profissão, o
psicanalista não está isento de reparar (indenizar) os danos
decorrentes do mau exercício de sua atividade.
 
Principais Questionamentos
 
É a psicanálise uma atividade profissional livre, que pode ser
exercida por qualquer cidadão, ou consiste em profissão
regulamentada?
Sim. A psicanálise é uma profissão livre, que pode ser exercida
por qualquer cidadão, desde que esta possua conhecimentos
técnicos ou habilitação profissional suficientes ao seu
desempenho.
 
É a psicanálise uma atividade privativa de médicos ou de
psicólogos, e somente por estes pode ser exercida?
 
Não. A psicanálise é uma atividade autônoma e independente, e
não constitui desdobramento, ramo ou especialidade privativa
da medicina ou da psicologia, em termos legais. pode ser
exercida por qualquer cidadão, inclusive por médicos e por
psicólogos, desde que detentores dos mínimos conhecimentos
por tanto. No Brasil o nenhuma profissão pode ser detentora do
saber psicanalítico. 
 
35
Caso não seja a psicanálise uma profissão regulamentada, qual
lei que a regulamenta, e sob quais condições?
 
A psicanálise, até o presente momento, não é uma profissão
regulamentada, pois ineexiste lei federal que a regulamente e
imponha limites ao seu exercício. Convém anotar que a
continuada sistematização da matéria, bem com a criação de um
maior número de associações de classe, tende a forçar a
regulamentação legal da profissão, a exemplo de tantas outras.
 
Existe um Conselho Federal de Psicanálise, bem como
Conselhos Regionais, a exemplo do Conselho Federal de
Medicina e do Conselho Federal de Psicologia?
 
Não, pois a atividade de psicanálise não é regulamentada por lei,
logo inexistentes os órgãos incumbidos de seu controle e
fiscalização. Os Conselhos Federais e Regionais, como o de
Medicina ou de Psicologia, são autarquias públicas federais,
órgãos da administração pública indireta da união, possuem
poder de atuação emana da vontade estatal e seus atos decorrem
do poder de império que administração pública possui e impõe à
toda uma sociedade. Os atos praticados por tais entidades sãounilaterais, imperativos, e coercitivos, além de gozarem da
presunção de legitimidade, tais quais os demais atos perpetrados
pela administração pública.
 
Concluir o curso de Psicanálise Clínica com Ênfase em Saúde
Mental me permite clinicar?
 
Sim. O curso de Psicanálise Clínica com Ênfase em Saúde
Mental  permite que você tenha um consultório e exerça
livremente a profissão de Psicanalista Clínico. Nosso curso é
registrado na Biblioteca Nacional e reconhecido pela ABRATH -
Associação Brasileira de Terapeutas Holísticos que regem as
formações Terapêuticas junto à Biblioteca Nacional.
36
O Curso tem registro no MEC?
 
Nenhuma formação de Psicanálise no Brasil é reconhecido pelo
MEC. Inexistem, também, cursos de Psicanálise como graduação.
Existe Especialização Lato Sensu ou Scrictu Sensu. O Instituto de
Estudos da Psique está buscando junto ao MEC se tornar uma
IES para promover a Pós Graduação em Psicanálise Clínica e
Saúde Mental e Registro junto a IPA - Porém, este registro ainda
é mais longo que se tornar uma IES, já que o IPA requer uma
formação em 5 anos e análise de alta freqüencia (3 a 5 vezes
durante a semana) e entendemos que, hoje, no Brasil isto é bem 
 complexo.
 
Concluída a nossa formação, o psicanalista recebe um
Certificado expedido pelo Instituto com Selo de
Reconhecimento da Biblioteca Nacional, chancelando o
reconhecimento.
 
Quem é o Psicanalista?
 
É um profissional que pratica a Psicanálise em consultórios,
clínicas, hospitais, grupos, instituições empregando metodologia
exclusiva ao bom exercício da profissão, quais sejam, as técnicas
e meios eficazes da psicanálise no tratamento das psiconeuroses.
O psicanalista deve ser uma pessoa com sólida formação e ser
empático, visto que a profissão requer uma acentuada troca
entre analista e seu paciente. Os psicanalistas têm sua profissão
classificada na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) no
Ministério do Trabalho – Portaria nº 397/TEM de 09/10/2002,
sob o nº 2515.50, podendo exercer sua profissão em todo o
Território Nacional.
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O Curso tem registro no MEC?
 
Nenhuma formação de Psicanálise no Brasil é reconhecido pelo
MEC. Inexistem, também, cursos de Psicanálise como graduação.
Existe Especialização Lato Sensu ou Scrictu Sensu. O Instituto de
Estudos da Psique está buscando junto ao MEC se tornar uma
IES para promover a Pós Graduação em Psicanálise Clínica e
Saúde Mental e Registro junto a IPA - Porém, este registro ainda
é mais longo que se tornar uma IES, já que o IPA requer uma
formação em 5 anos e análise de alta freqüencia (3 a 5 vezes
durante a semana) e entendemos que, hoje, no Brasil isto é bem 
 complexo.
 
Concluída a nossa formação, o psicanalista recebe um
Certificado expedido pelo Instituto com Selo de
Reconhecimento da Biblioteca Nacional, chancelando o
reconhecimento.
 
Quem é o Psicanalista?
 
É um profissional que pratica a Psicanálise em consultórios,
clínicas, hospitais, grupos, instituições empregando metodologia
exclusiva ao bom exercício da profissão, quais sejam, as técnicas
e meios eficazes da psicanálise no tratamento das psiconeuroses.
O psicanalista deve ser uma pessoa com sólida formação e ser
empático, visto que a profissão requer uma acentuada troca
entre analista e seu paciente. Os psicanalistas têm sua profissão
classificada na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) no
Ministério do Trabalho – Portaria nº 397/TEM de 09/10/2002,
sob o nº 2515.50, podendo exercer sua profissão em todo o
Território Nacional.
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Por que o Curso é aberto às várias profissões?
 
É aberto porque nenhuma Lei especificou o contrário. Vale
dizer, que desde o princípio era uma profissão aberta a quem se
interessasse e que atraiu não só médicos – como Melainie, Anna
Freud e Adler – mas também advogados, filósofos, literatos,
educadores e teólogos, sociólogos, pedagogos e outras tantas
formações de nível superior. 
Restringir a Psicanálise a essa ou àquela profissão é
absolutamente contrário à ciência, ilegal, inconstitucional e a
tudo que Freud apregoou ser a Psicanálise uma Ciência Livre.
 
O que regulamenta a profissão de Psicanalista?
 
No Brasil e no Mundo a psicanálise é exercida livremente e não é
uma profissão regulamentada. Sendo assim, é uma profissão
livre, reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (CBO
– código 2515.50), amparada pelo Decreto nº 2.208 de 17/04/1997,
que estabelece Diretrizes e Bases da Educação Nacional e pela
Constituição Federal nos artigos 5º incisos II e XIII. 
 
 
 
39
Pesquisa em Psicanálise
 
Freud descobriu que o melhor método para aprender como a
mente humana trabalhar e estudar cuidadosamente a sequência
de suas expressões, a saber, pensamentos e sentimentos, sonhos e
fantasias, como eles surgem em contextos particulares,
compreensão da mente humana individual trabalhando é
simultaneamente o método de cura assim como o método de
pesquisa psicanalítica.
A pesquisa em psicanálise, seguindo o caminho descrito acima,
tem através de muitos anos desenvolvido novos insights a
respeito do funcionamento mental articulado nas várias linhas e
escolas de psicanálise. Além disso, a pesquisa científica tem
estabelecido e obtido sucesso em mostrar através de estudos
comparativos, de longo prazo e follow-up a eficácia da
Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica. Vários elementos da cura,
como o estilo das intervenções, a frequência das sessões, a
relação paciente e analista/terapeuta, ou a aplicabilidade do
tratamento psicanalítico para diferentes tipos de patologias
mentais tem sido cientificamente estudado, levando a
modificações e ajustes nos planos de tratamento, assim como
(em alguns locais) à aceitação de formas de tratamento
psicanalítico para reembolso por planos de saúde.
Também incursões têm sido feitas em projetos que objetivam
compreender a interação e interdependência da mente e do
funcionamento mental.
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Psicanálise aplicada
 
Freud reconheceu que a compreensão psicanalítica da mente
também oferece uma compreensão mais profunda da cultura e
sociedade. As mais famosas são suas análises de Oedipus Rex de
Sófocles e Hamlet de Shakespeare. Ele analisou trabalhos de
literatura e arte, comportamentos sociais como piadas, humor,
lapsos, atos falhos e, de forma mais geral, fenômenos como
civilização, movimentos de massa, guerra e religião. A riqueza
desta abordagem estimulou uma ampla gama de interesse em
aplicar o pensamento psicanalítico em literatura, arte e cinema e
suas análises críticas, assim como em antropologia e ciências
sociais
 
As Normas Éticas da Profissão
 
O Instituto de Estudos da Psiquê, segue o Comitê de Ética da IPA
formulou regras éticas básicas que são obrigatórias para todas as
organizações constituintes e cada um de seus membros e
candidatos. Elas refletem valores humanitários, princípios
psicanalíticos e obrigações profissionais. De maneira mais
importante elas demandam que todas as comunicações do
paciente ao analista sejam mantidas estritamente confidenciais, e
que o analista não deva engajar-se em relações sexuais ou
transações financeiras privadas com o paciente. Em caso de
irregularidades ou transgressões destas regras, o paciente tem o
direito de queixar-se ao Comitê de Ética da sociedade do
analista. Cada sociedade componente da IPA tem estabelecido
regras e procedimentos para assegurar um alto standard ético
dos tratamentos efetuados por seus membros e para regular
medidas pelas quais queixas formais são processadas.
 
 
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CÓDIGO DE ÉTICA
O IEPSIQUÊ, através de sua Diretora Miriã Labutho, determinou seguir
o Código de Ética da IPA por considerar esta Instituição Idônea
CÓDIGO ÉTICO PARA TODOS OS PSICANALISTAS E CANDIDATOS
 
Direitos Humanos
Um psicanalista não deve facilitar nem participar da violação de nenhum direito
humano básico de um indivíduo, conforme definido na Declaração de Direitos
Humanos da ONU.
 
Acordos Financeiros
Todos os honorários e outros acordosfinanceiros deverão ser integralmente
divulgados ao paciente e obter a concordância deste antes que a análise tenha início
ou, no caso de reajuste de honorários, antes que este passe a vigorar. Não poderá
haver nenhuma outra transação financeira entre os psicanalistas e seus pacientes.
 
Integridade profissional e geral
 
a) Confidencialidade é um dos alicerces da prática psicanalítica. Um psicanalista
deve proteger a confidencialidade das informações e dos documentos do paciente.
b) Um psicanalista não deve agir de nenhuma forma que possa acarretar
desprestígio à profissão.
c) Um psicanalista não deve ser incauto ou malicioso quanto a estar causando danos
à reputação de qualquer pessoa ou organização incluindo, entre outras, outros
psicanalistas, ou interferir intencionalmente nas avaliações de colegas na ausência de
circunstâncias convincentes ou atenuantes.
d) Um psicanalista deve (observadas as exigências do sigilo profissional) ser honesto
com pacientes e colegas, não devendo conduzir erroneamente ou se envolver em
qualquer ato de fraude, logro ou coerção.
 
Abuso de Poder
a) Um psicanalista deve dar a devida atenção, durante uma análise e após seu
término, ao desequilíbrio de poder que possa existir entre o analista e o analisando,
não devendo atuar de nenhuma forma que seja contra a autonomia do paciente ou
antigo paciente.
b) O tratamento psicanalítico de um paciente com um psicanalista é voluntário e o
paciente poderá suspender o tratamento ou buscar outro tratamento ou conselho a
qualquer momento.
c) O encerramento de uma análise ou de outro tratamento deve dar-se,
habitualmente, por consentimento mútuo. Se um psicanalista decidir suspender um
tratamento, deve-se dar atenção às necessidades de tratamento do paciente e às
solicitações razoáveis de informações sobre possíveis fontes de tratamento
alternativas.
d) Um psicanalista não deve usar a posição profissional ou institucional para coagir
pacientes, supervisados ou colegas. Tampouco se deve usar informações
confidenciais para este efeito.
e) Um psicanalista não deve induzir nem manter relações sexuais com um paciente
ou candidato sob tratamento ou supervisão do psicanalista.
Manutenção de padrões, diminuição da capacidade profissional e doença
 
a) Um psicanalista dever comprometer-se com o Desenvolvimento Profissional
Contínuo e deve manter níveis de contato adequados com colegas profissionais. Isso
se destina a assegurar que seja mantido um padrão de prática profissional adequada
e conhecimentos atualizados sobre desenvolvimentos profissionais e científicos
relevantes.
b) Se a análise de treinamento de um psicanalista tiver sido corrompida (e, portanto,
não concluída satisfatoriamente) ou se tiver havido abuso durante a análise, e sem
presunção de culpa ou falha por parte da vítima, habitualmente é necessária uma
nova análise para o psicanalista.
c) Um psicanalista tem o dever de informar o órgão pertinente de uma Organização
Constituinte se verificar evidências de que outro psicanalista está se comportando de
maneira a violar o Código de Ética.
d) Um psicanalista tem o dever de buscar orientação de um colega sênior se estiver
em dúvida sobre a sua capacidade de exercer e o dever de informar e auxiliar um
colega se a capacidade do colega de realizar suas obrigações profissionais parecer
comprometida. Em caso de preocupações significativas sobre a capacidade de um
colega psicanalista, as quais o colega não esteja disposto a abordar, o psicanalista
deve informar o órgão adequado de uma Organização Constituinte.
e) Um psicanalista deve, com a devida atenção à confidencialidade do paciente,
dispor para que cada paciente seja informado (incluindo opções de tratamento
contínuo) em caso de morte ou indisponibilidade do psicanalista.

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