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Pedro de Assis Sobreira Jr. Aula 3 – Propriedades de uma Substância Pura – continuação Profa. Tatiana de Freitas Silva TERMODINÂMICA 2Termodinâmica O COMPORTAMENTO P-V-T DOS GASES NA REGIÃO DE MASSAS ESPECÍFICAS PEQUENAS OU MODERADAS A partir de observações experimentais percebeu-se que o comportamento P-v-T dos gases a baixa massa específica é dado, com boa precisão, pela equação dos gases ideais: PV=nRT e Pv= RT Sendo: n = número de mols; R = constante universal dos gases; R = 0,082 atm.L/mol.K; 8,3145 J/mol.K; T = Temperatura (K); V → volume molar. 3Termodinâmica O COMPORTAMENTO P-V-T DOS GASES NA REGIÃO DE MASSAS ESPECÍFICAS PEQUENAS OU MODERADAS A utilização do modelo de gás ideal é bastante conveniente nas análises termodinâmicas devido a sua simplicidade. No entanto, duas questões são pertinentes para o momento. Sendo a equação de gás ideal um bom modelo para baixas massas específicas, a primeira pergunta é: • O que é uma baixa massa específica? ou .. Em qual faixa de massa específica a equação dos gases ideais fornecerá resultados com uma boa precisão? • Qual é o desvio entre os comportamentos do gás real e do gás ideal numa dada temperatura e pressão? 4Termodinâmica O COMPORTAMENTO P-V-T DOS GASES NA REGIÃO DE MASSAS ESPECÍFICAS PEQUENAS OU MODERADAS A Figura mostra o erro associado ao modelo de gás ideal para condições de vapor saturado e vapor superaquecido. • O erro é pequeno quando a massa específica da água é pequena (P baixas e T altas); • Porém o erro é muito alto com o aumento da massa específica. • Os resultados do modelo de gás ideal se aproximam do real quando os estados considerados são distantes da região de saturação (T altas ou P baixas). Diagrama T-v para a água. 5Termodinâmica FATOR DE COMPRESSIBILIDADE Uma análise quantitativa mais abrangente da adequabilidade do modelo de gás ideal pode ser realizada com a ajuda do fator de compressibilidade, Z, definido pela relação: 𝑍 = 𝑃v 𝑅𝑇 Z=1 → gás ideal Z < 1 → forças de atração imperam; Z > 1 → forças de repulsão imperam. 6Termodinâmica FATOR DE COMPRESSIBILIDADE O parâmetro Z é chamado fator de compressibilidade e indica o afastamento do comportamento de gás ideal. O afastamento de Z em relação à unidade é uma medida do desvio de comportamento do gás real em relação ao previsto pela equação de estado do gás ideal. 7Termodinâmica FATOR DE COMPRESSIBILIDADE Compressibilidade do nitrogênio. Para todas as temperaturas: Z → 1 quando P → 0 ( quando a pressão tende a zero a relação entre P, v e T se aproxima da equação dos gases ideais). Para temperaturas de 300 K e superiores, o Z é proximo da unidade até pressões de ordem de 10 MPa (Nesta faixa podemos usar a equação dos gases ideais com boa precisão). 8Termodinâmica FATOR DE COMPRESSIBILIDADE Existe alguma maneira de dispor todas as substâncias em um mesmo diagrama? Para fazer isso, nós “reduzimos” as propriedades com respeito aos valores no ponto crítico. As propriedades reduzidas são assim definidas: Pr → Pressão reduzida; Tr → Temperatura reduzida; PC → Pressão crítica; TC → Temperatura crítica; 𝑃𝑟 = 𝑃 𝑃𝐶 𝑇𝑟 = 𝑇 𝑇𝐶 9Termodinâmica FATOR DE COMPRESSIBILIDADE Fator de compressibilidade para fluido de Lee-Kesler simples. Caso não haja dados experimentais P-v-T para uma substância simples em uma dada região, podemos usar o Diagrama Generalizado de Compressibilidade. 10Termodinâmica Exemplo 1: Determine o volumes específico do R-134a (CF3CH2F) a 100 oC e 3MPa: a) Por meio das tabelas para o R134a. b) Considerando gás ideal – Massa molar: 102,03 g/mol; c)Pelo diagrama generalizado, Figura de fator de compressibilidade de fluido simples. 11Termodinâmica a) 12Termodinâmica b) PV=nRT 𝑉 𝑛 = 0,082 𝑎𝑡𝑚.𝐿 𝑚𝑜𝑙.𝐾 𝑥 1𝑚3 1000𝐿 𝑥 373 𝐾 3𝑥106𝑃𝑎 𝑥 1 𝑎𝑡𝑚 1,01325 𝑥105 𝑃𝑎 𝑉 𝑛 = 1,033 x 10−3 𝑚3 𝑚𝑜𝑙 𝑣 = 1,033 x 10−3 𝑚3 𝑚𝑜𝑙 𝑥 1𝑚𝑜𝑙 102,03 𝑔 𝑥 1000 𝑔 1𝑘𝑔 𝑣 = 0,010125 𝑚3 𝑘𝑔 Cerca de 50% maior 13Termodinâmica c) 14Termodinâmica c) 𝑃𝑟 = 𝑃 𝑃𝐶 𝑇𝑟 = 𝑇 𝑇𝐶 𝑃𝑟 = 3,0 4,06 = 0,74 𝑇𝑟 = 373 374,2 = 1,0 15Termodinâmica FATOR DE COMPRESSIBILIDADE Z = 0,67 16Termodinâmica FATOR DE COMPRESSIBILIDADE v = 𝑍𝑅𝑇 𝑃 = 0,67𝑥0,082 𝑎𝑡𝑚.𝐿 𝑚𝑜𝑙.𝐾 𝑥 1𝑚3 1000𝐿 𝑥 373 𝐾 𝑥 1𝑚𝑜𝑙 102,03𝑔 𝑥 1000𝑔 1𝑘𝑔 3𝑥106𝑃𝑎 𝑥 1 𝑎𝑡𝑚 1,01325 𝑥105 𝑃𝑎 𝑍 = 𝑃v 𝑅𝑇 𝑣 =0,00678 𝑚3 𝑘𝑔 Cerca de 2% maior 17Termodinâmica Equação de Van der Waals O parâmetro “a” leva em consideração o efeito de forças intermoleculares e o parâmetro “b” corrige o volume próprio das moléculas. V → volume molar A equação de estado de Van der Waals é dada pela equação: 18Termodinâmica Equação de Redlich-Kwong Equação de Redlich-Kwong: 19Termodinâmica ✓A equação de van der Waals tem como vantagem a simplicidade matemática, entretanto, é mais utilizada para estimativas rápidas, sem grande precisão. ✓A equação de Redlich-Kwong prevê com boa precisão o comportamento p-v-T de substâncias apolares. ✓Na literatura pode-se encontrar um grande número de Equações de Estado, cada qual com sua região de validade. Deve-se sempre eleger a equação de estado apropriada para o fluido em questão e a precisão desejada. 20Termodinâmica Os parâmetros “a” e “b” das equações de Van der Waals e Redlich-Kwong podem ser avaliados por meio de um ajuste aos dados p-v-T disponíveis ou, na ausência destes, estimados a partir de propriedades críticas (Tc e pc): 21Termodinâmica Equação do Virial Para uma isoterma, na região do vapor, pressão varia inversamente com a temperatura, assim, pv ≈ constante. O produto “pv” pode ser representado por uma expansão em série de potências explicitas em “v” ou em “p”: Série p: Série v: Os coeficientes B, C, D, ... são funções somente da temperatura para um determinado gás e são chamados coeficientes do virial. Seus valores são estimados a partir de dados experimentais. 22Termodinâmica Equação do Virial O coeficiente B considera as interações entre pares de moléculas, o coeficiente C as interações entre três moléculas, e assim sucessivamente. Como choques entre pares de moléculas são mais prováveis de ocorrerem do que choques envolvendo três moléculas, que por sua vez são mais prováveis de acontecerem do que choques entre quatro moléculas, e assim por diante, as Equações do Viral podem ser truncadas no segundo ou no terceiro termo, dependendo da faixa de pressão que se encontra o gás: 23Termodinâmica Equação do Virial Se não houver interações intermoleculares, B = C = D = ... = 0 e, portanto, Z = 1, e as equações do Virial recaem na equação do gás ideal. 24Termodinâmica Exemplo 2: Calcule Z e v para o etileno a 25 °C e 12 bar com as seguintes equações: a)Equação do gás ideal; b)Equação do Virial truncada no 2º termo, com B = -140 cm3/mol; c) Equação de Van der Waals; d)Equação de Redlich-Kwong. Dado: R = 83,14 cm3bar/mol K; 25Termodinâmica Exemplo 3: Calcular o volume ocupado por uma amostra de 10 kg de butano a 50 bar e 60oC, empregando as Equações: a) Equação do gás ideal; b) Equação de Van der Waals; c)Equação de Redlich-Kwong.
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