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APRESENTAÇÃO O presente Estudo de Impacto Ambiental (doravante denominado EIA – Via Banhado) foi elaborado conforme o Termo de Referência constante no Parecer Técnico nº 297/13/IE, emitido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), e está dividido em cinco volumes, incluindo os anexos apresentados nos volumes IV e V. O objetivo deste trabalho é subsidiar o processo decisório relativo à viabilidade ambiental da implantação do Sistema Viário Via Banhado. Em 18 de agosto de 2011, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Prefeitura de São José dos Campos celebraram contrato para cooperar na execução do Programa de Estruturação Urbana de São José dos Campos. A implantação deste Programa tem como objetivo contribuir para a estruturação e ordenamento do desenvolvimento urbano do município por meio de um conjunto de projetos ambientais, de infraestrutura urbana, de gestão de transporte e de fortalecimento institucional. No que tange às ações de melhorias na mobilidade urbana, é prevista a reestruturação de alguns corredores e trechos do sistema viário, descongestionando áreas problemáticas, aumentando a eficiência do transporte público coletivo, expandindo as ciclovias e melhorando a segurança do trânsito. A implantação da Via Banhado, objeto deste EIA, é uma das ações previstas para melhoria na mobilidade urbana do município. Segundo o BID, as intervenções do Programa terão uma série de impactos socioambientais positivos de muita significância para a cidade, entre eles: (i) Melhoria da qualidade de vida de famílias que vivem em áreas de risco ou clandestinas; (ii) Estabelecimento e proteção de áreas de preservação ambiental e da permeabilidade do solo; (iii) Diminuição de emissões de poluentes pela frota de ônibus devido a menos tempo de espera nos semáforos e maior velocidade; (iv) Aumento das opções e menor tempo de viagem no transporte coletivo. Este EIA considerou, durante a elaboração do capítulo que trata das medidas de mitigação e compensação de impactos ambientais, as diretrizes apontadas pelo BID no que tange às ações ambientais e sociais que devem ser consideradas durante a implantação da Via Banhado, em especial, àquelas relacionadas à necessidade de reassentamento de famílias que vivem no Jardim Nova Esperança. S UMÁR IO V OL UME I 1. Identificação do empreendedor e empresa consultora .................................................... 1 1.1. Identificação do Empreendedor ...................................................................................... 1 1.2. Identificação do Consórcio Responsável pela Elaboração do EIA-RIMA ........................ 2 1.3. Prestadores de Serviço .................................................................................................. 3 2. Introdução............................................................................................................................ 5 2.1. Objeto do licenciamento ................................................................................................. 5 2.2. Breve Histórico do Município de São José dos Campos ................................................ 7 2.3. Histórico do Empreendimento Via Banhado ................................................................... 8 3. Legislação Incidente ......................................................................................................... 11 3.1. Aspectos Gerais ........................................................................................................... 11 3.2. Licenciamento Ambiental ............................................................................................. 13 3.3. Patrimônio Histórico, Cultural e Arqueológico............................................................... 17 3.4. Desenvolvimento Urbano, Zoneamento e Uso e Ocupação do Solo ............................ 17 3.5. Compensação Ambiental ............................................................................................. 18 3.6. Qualidade Ambiental .................................................................................................... 19 3.7. Vegetação .................................................................................................................... 22 3.8. Fauna ........................................................................................................................... 24 3.9. Áreas Protegidas .......................................................................................................... 24 3.10. Desapropriação e Reassentamento .......................................................................... 26 3.11. Gestão de Resíduos Sólidos .................................................................................... 27 3.12. Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional .......................................................... 27 4. Compatibilidade com as Políticas Públicas, Planos, Programas e Projetos co- localizados ................................................................................................................................ 30 4.1. Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI).................................................... 30 4.2. Plano Macroviário de São José dos Campos ............................................................... 35 4.3. Plano Estratégico Centro Vivo ...................................................................................... 36 4.4. Plano Local de Habitação de Interesse Social e Plano Integral de Ação Social ........... 37 4.5. Plano de Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul ............................................................ 38 4.6. Plano Municipal de Saneamento Básico ...................................................................... 38 4.7. Áreas Protegidas .......................................................................................................... 39 4.8. Conclusão .................................................................................................................... 39 5. Justificativa do empreendimento e alternativas locacionais estudadas ....................... 42 5.1. Justificativa .................................................................................................................. 42 5.2. Objetivos ...................................................................................................................... 44 5.3. Estudo de Alternativas ................................................................................................. 44 5.3.1. Alternativa de não construção do projeto Via Banhado ......................................... 59 5.3.2. Alternativa A – Via em nível contornando o Parque do Banhado .......................... 60 5.3.3. Alternativa B – Via parcialmente suspensa contornando o Parque do Banhado.... 60 5.3.4. Alternativa C – Via em nível paralela à Av. São José ............................................ 61 5.3.5. Alternativa D – Via em nível, próxima ao Conjunto Residencial Esplanada ........... 61 5.4. Conclusão .................................................................................................................... 62 6. Caracterização do empreendimento ................................................................................ 63 6.1. Situação do Domínio da área ....................................................................................... 63 6.2. Descrição do Empreendimento .................................................................................... 63 6.2.1. Características Geométricas ................................................................................. 64 6.2.1.1. Velocidade de projeto e raios de curvatura .................................................... 64 6.2.1.2. Rampas máximas e mínimas ......................................................................... 64 6.2.1.3. Raiomínimo de curvatura horizontal .............................................................. 64 6.2.1.4. Superelevação máxima .................................................................................. 65 6.2.1.1. Seções transversais típicas ............................................................................ 67 6.2.2. Interseções ........................................................................................................... 68 6.2.3. Obras de Arte Especiais (OAE) ............................................................................. 69 6.2.4. Drenagem ............................................................................................................. 69 6.3. Caracterização da Implantação do Empreendimento ................................................... 70 6.3.1. Áreas de Apoio...................................................................................................... 71 6.3.1.1. Canteiros de Obras ........................................................................................ 71 6.3.1.2. Depósito de Material Excedente (DME) ......................................................... 71 6.3.1.3. Depósito para destinação de material florestal ............................................... 73 6.3.1.4. Usina(s) de asfalto ......................................................................................... 73 6.3.2. Interferências ........................................................................................................ 73 6.3.3. Demolições ........................................................................................................... 73 6.3.4. Terraplenagem ...................................................................................................... 74 6.3.4.1. Etapas ............................................................................................................ 74 6.3.4.2. Balanço de Solo ............................................................................................. 75 6.3.5. Pavimentação ....................................................................................................... 76 6.3.6. Gestão de Resíduos e Efluentes ........................................................................... 76 6.3.7. Abastecimento de Água ........................................................................................ 77 6.3.8. Desmobilização, Restauração e Revegetação ...................................................... 78 6.4. Caracterização da Operação do Empreendimento ....................................................... 79 6.5. Investimento, Cronograma e Mão de Obra ................................................................... 79 7. Delimitação das Áreas de Influência ................................................................................ 81 7.1. Área Diretamente Afetada (ADA) ................................................................................. 81 7.2. Área de Influência Direta (AID) ..................................................................................... 84 7.3. Área de Influência Indireta (AII) .................................................................................... 86 8. Diagnóstico Ambiental ...................................................................................................... 88 8.1. Meio Físico ................................................................................................................... 89 8.1.1. Processos de dinâmica superficial ........................................................................ 89 8.1.1.1. Aspectos Geomorfológicos ............................................................................ 90 8.1.1.2. Geologia Regional .......................................................................................... 95 8.1.1.3. Aspectos Pedológicos .................................................................................... 98 8.1.1.4. Aspectos Geotécnicos.................................................................................. 101 8.1.1.5. Características do Banhado ......................................................................... 104 8.1.1.5.1. Relevo...................................................................................................... 104 8.1.1.5.2. Solos ........................................................................................................ 107 8.1.1.5.3. Uso, ocupação e degradação do solo ...................................................... 109 8.1.1.5.4. Susceptibilidades e fragilidades ambientais (ADA e AID) - Setores ......... 114 8.1.1.6. Considerações finais .................................................................................... 126 8.1.2. Recursos Hídricos ............................................................................................... 127 8.1.2.1. Aspectos Regionais: A Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul ................ 127 8.1.2.2. Aquífero Taubaté ......................................................................................... 135 8.1.2.3. Qualidade, demandas e monitoramento dos recursos subterrâneos ............ 142 8.1.2.4. Características do Banhado ......................................................................... 156 8.1.2.5. Considerações finais .................................................................................... 168 8.1.3. Qualidade do Ar .................................................................................................. 168 8.1.3.1. Aspectos Climáticos e Condições Atmosféricas ........................................... 169 8.1.3.1.1. Clima Regional ......................................................................................... 169 8.1.3.1.2. Clima na área do Banhado....................................................................... 206 8.1.3.1.3. Critérios e padrões da qualidade do ar..................................................... 208 8.1.3.1.4. A qualidade do ar na região de São José dos Campos ............................ 212 L IS T A DE F IG UR AS Figura 2.1: Objeto de Licenciamento – Via Banhado .................................................................... 6 Figura 4.1: Macroestrutura Viária e Hierarquização das Vias ..................................................... 33 Figura 4.2: Sistema Cicloviário Estrutural ................................................................................... 34 Figura 4.3: Níveis de planejamento urbano e viário de São José dos Campos e a Via Banhado. ................................................................................................................................................... 36 Figura 4.4: Projetos Co-Localizados ........................................................................................... 41 Figura 5.1: Alternativas locacionais – Via Banhado .................................................................... 46 Figura 5.2: Alt. locacionais – Via Banhado - Extensão x Assentamentos humanos e ocupação consolidada. ............................................................................................................................... 48 Figura 5.3: Alternativas locacionais – Via Banhado - Uso e ocupação do solo ........................... 50 Figura 5.4: Traçados estudados sobrepostos às áreas protegidas e proximidade da malha urbana ........................................................................................................................................ 57 Figura 7.1: Área Diretamente Afetada (ADA) .............................................................................. 83 Figura 7.2: Área de influência Direta (AID) ................................................................................. 85 Figura 7.3: Área de Influência Indireta (AII) ................................................................................87 Figura 8.1: Relevo do Estado de São Paulo. .............................................................................. 90 Figura 8.2: Carta Geomorfológica de São José dos Campos (2006). Modificado. ...................... 92 Figura 8.3. Feições do relevo de São José dos Campos-SP. ..................................................... 94 Figura 8.4: Unidades Geológicas maiores do Estado de São Paulo – CPRM/SGB. Modificado. 96 Figura 8.5: Municípios críticos quanto à erosão: Estado de São Paulo. Modificado. ................ 102 Figura 8.6: Perfil topográfico da área de estudos (ADA e AID). ................................................ 106 Figura 8.7: A e B – Trechos de encosta. Setor topográfico intermediário ADA/AID do Banhado. S. J dos Campos (SP). ............................................................................................................. 107 Figura 8.8: Grupo hidrológico do solo. Modificado. Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo. ........................................................................................................................... 108 Figura 8.9:A e B - Resíduos de Construção Civil (RCC) e dormentes da ferrovia em ADA do Banhado. Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo. .................................... 110 Figura 8.10:Disposição irregular de resíduos na encosta do Banhado (ADA). .......................... 111 Figura 8.11:Galeria de águas pluviais com lixo. Banhado. S. J. dos Campos (SP). .................. 112 Figura 8.12:Valeta - esgoto a céu aberto. Banhado. São José dos Campos (SP). ................... 112 Figura 8.13:Canal de escoamento de águas (ADA) - Companhia Ferroviária em ADA. S. J. dos Campos (SP). ........................................................................................................................... 113 Figura 8.14:A e B - Corredores de fragilização dos solos causada pela pecuária extensiva. S. J. dos Campos (SP). .................................................................................................................... 114 Figura 8.15: A e B: Indícios de movimento de massa na ADA. S. J. dos Campos, estado de São Paulo. ....................................................................................................................................... 115 Figura 8.16:A-F: Setor 1 . Banhado. Município de São José dos Campos - SP. ....................... 117 Figura 8.17:A e B - Setor 2. Banhado. Município de São José dos Campos. Estado de São Paulo. ....................................................................................................................................... 119 Figura 8.18:A-F - Setor 3. Município de São José dos Campos. Estado de São Paulo. ........... 121 Figura 8.19: A-F - Setor 4. Município de São José dos Campos. Estado de São Paulo. .......... 123 Figura 8.20: A e B - Solos arenosos degradados no Banhado (faixa de transição) devido a atividades agropecuárias, principalmente pisoteio do gado. Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo. ............................................................................................................... 125 Figura 8.21: Setor 5 - Solos degradados e acúmulo de água. Município de São José dos Campos. Estado de São Paulo. ................................................................................................ 125 Figura 8.22:Localização da Unidade de Gestão de Recursos Hídricos do Rio Paraíba do Sul (2). ................................................................................................................................................. 129 Figura 8.23:Localização da UGRHI 2. ...................................................................................... 130 Figura 8.24: Localização do Aquífero Taubaté no Estado de São Paulo. ................................. 135 Figura 8.25: Potencialidade hidrogeológica da UGRHI 2. ......................................................... 137 Figura 8.26: Perfil de Qualidade da água no Rio Paraíba do Sul. DBO (mg/l). ......................... 141 Figura 8.27: Classificação das águas subterrâneas do Aquífero Taubaté de acordo com o Diagrama de Piper. .................................................................................................................. 148 Figura 8.28: Série temporal de medições de oxigênio dissolvido – OD (mg/l). Estação PRBS440 – Rio Paraíba do Sul em São José dos Campos. ..................................................................... 155 Figura 8.29 A e B: Planície do Banhado e conformação meândrica do Rio Paraíba do Sul no trecho de São José dos Campos. Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo.157 Figura 8.30:Vista da planície do Banhado - cultivos agrícolas. Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo. ................................................................................................ 158 Figura 8.31:Vegetação arbórea crescendo em “valetão” de escoamentos de águas na AID. Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo. .................................................... 160 Figura 8.32:Ponto de afloramento de água com acúmulo de resíduos. Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo .......................................................................................... 161 Figura 8.33:Fossa de esgoto na encosta em AID – a jusante do estabelecimento comercial. São José dos Campos – SP. ........................................................................................................... 162 Figura 8.34: Final do platô na Rua Brás Cubas recebendo esgotos das residências próximas. São José dos Campos - SP. .................................................................................................... 162 Figura 8.35:Carcaças de bovinos (setas pretas) próximas a corpo d’água (setas vermelhas). Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo. .................................................... 163 Figura 8.36: Tipos de Clima do Brasil. Circulo em vermelho evidencia região de São José dos Campos. ................................................................................................................................... 170 Figura 8.37: Climograma de São José dos Campos – SP. (1943 e 1970). ............................... 171 Figura 8.38: Temperatura média da região de São José dos Campos nos períodos de 1982 a 2007. ........................................................................................................................................ 172 Figura 8.39: Climograma em São José dos Campos-SP - 2004. .............................................. 172 Figura 8.40: Climograma em São José dos Campos-SP – 2005. ............................................. 173 Figura 8.41: Climograma em São José dos Campos-SP – 2006. ............................................. 174 Figura 8.42: Climograma em São José dos Campos-SP – 2007. ............................................. 174 Figura 8.43: Climograma em São José dos Campos-SP – 2008. ............................................. 175 Figura 8.44: Climograma em São José dos Campos-SP – 2009. ............................................. 176 Figura 8.45: Climograma em São José dos Campos-SP – 2010. ............................................. 176 Figura 8.46: Média da intensidade (m/s) do vento em São José dos Campos – 2001. ............. 177 Figura 8.47: Média de direção (az.) do vento em São José dos Campos – 2001. .................... 178 Figura 8.48: Média da intensidade do vento em São José dos Campos – 2002. ...................... 179 Figura 8.49: Média da direção (az.) do vento em São José dos Campos – 2002 ..................... 179 Figura 8.50: Velocidade do vento (kts) em São José dos Campos - 09/2011 a 08/2013. ......... 180 Figura 8.51: Direção predominante dos ventos em São José dos Campos entre os de 09/2011 a 08/2013. ...................................................................................................................................181 Figura 8.52: Velocidade média do vento em São José dos Campos-SP - 2004. ...................... 182 Figura 8.53: Velocidade média do vento em São José dos Campos-SP - 2005. ...................... 183 Figura 8.54: Velocidade média do vento em São José dos Campos-SP - 2006. ...................... 184 Figura 8.55: Velocidade média do vento em São José dos Campos-SP - 2007. ...................... 185 Figura 8.56: Velocidade média do vento em São José dos Campos-SP - 2008. ...................... 186 Figura 8.57: Velocidade média do vento em São José dos Campos-SP - 2010. ...................... 187 Figura 8.58: Umidade atmosférica média em São José dos Campos – 2004. .......................... 189 Figura 8.59: Umidade atmosférica média em São José dos Campos – 2005. .......................... 190 Figura 8.60: Umidade atmosférica média em São José dos Campos – 2006. .......................... 191 Figura 8.61: Umidade atmosférica média em São José dos Campos – 2007. .......................... 192 Figura 8.62: Umidade atmosférica média em São José dos Campos – 2009 ........................... 193 Figura 8.63: Umidade atmosférica média em São José dos Campos – 2010. .......................... 194 Figura 8.64: Pressão atmosférica em São José dos Campos – 2004. ...................................... 195 Figura 8.65: Pressão atmosférica em São José dos Campos – 2005. ...................................... 196 Figura 8.66: Pressão atmosférica em São José dos Campos – 2006. ...................................... 197 Figura 8.67: Pressão atmosférica em São José dos Campos – 2007. ...................................... 198 Figura 8.68: Pressão atmosférica em São José dos Campos – 2008. ...................................... 199 Figura 8.69: Pressão atmosférica em São José dos Campos – 2009. ...................................... 200 Figura 8.70: Pressão atmosférica em São José dos Campos – 2010. ...................................... 201 Figura 8.71: Perfil topográfico do Leste do Estado de São Paulo (SE-NW). ............................. 202 Figura 8.72: Quantidade horária mensal de nevoeiro na EMS-SJ entre os anos de 1982 e 2004. ................................................................................................................................................. 203 Figura 8.73: Nevoeiro sobre o banhado. Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo. ....................................................................................................................................... 204 Figura 8.74: Ocorrência de calmarias em São José dos Campos/SP entre os períodos de 1973 a 1989. ........................................................................................................................................ 205 Figura 8.75: Mapa de Monitoramento da qualidade do ar – São José dos Campos ................. 214 Figura 8.76: Concentração Máxima de SO2 – Mensal.............................................................. 215 Figura 8.77: Distribuição percentual de qualidade do ar – Mensal ............................................ 216 Figura 8.78: Índices Horários de Concentração de Dióxido de Enxofre. ................................... 217 Figura 8.79: NO2 Distribuição percentual de qualidade do ar – Mensal. .................................. 218 Figura 8.80: NO2 Distribuição percentual de qualidade do ar – Mensal. .................................. 218 Figura 8.81: Índices Horários de Concentração de Dióxido de Nitrogênio. ............................... 219 Figura 8.82: MP10 Distribuição percentual de qualidade do ar – Mensal. ................................ 220 Figura 8.83: MP10 Distribuição percentual de qualidade do ar – Mensal. ................................ 220 Figura 8.84: Índices Horários de Concentração de Partículas Inaláveis. .................................. 221 Figura 8.85: CO Distribuição percentual de qualidade do ar – Mensal. .................................... 222 Figura 8.86: CO Distribuição percentual de qualidade do ar – Mensal. .................................... 222 Figura 8.87: Índices Horários de Concentração de Monóxido de Carbono. .............................. 223 L IS T A DE QUADR OS Quadro 1.1: Identificação do Empreendedor ................................................................................ 1 Quadro 1.2: Identificação do Responsável Legal pelo Empreendimento ...................................... 2 Quadro 1.3: Identificação do Consórcio ........................................................................................ 2 Quadro 1.4: Identificação - PLANSERVI ...................................................................................... 3 Quadro 1.5: Identificação - COBRAPE ......................................................................................... 3 Quadro 1.6: Identificação – VP ECO ............................................................................................ 4 Quadro 1.7: Identificação – ORIGEM ARQUEOLOGIA ................................................................ 4 Quadro 5.1: Traçados Estudados e o Zoneamento Municipal .................................................... 51 Quadro 5.2: Arranjos Construtivos – Via Banhado ..................................................................... 59 Quadro 6.1: Cronograma Físico de Implantação ........................................................................ 80 Quadro 8.1: Síntese dos resultados de qualidade das águas subterrâneas para o Aquífero Taubaté no período 2010-2012. ............................................................................................... 149 Quadro 8.2: Evolução das concentrações entre 1998-2012 no Aquífero Taubaté. ................... 150 Quadro 8.3: Pontos de monitoramento da UGRHI 2 – Paraíba do Sul. .................................... 151 Quadro 8.4: Indicador de Potabilidade das águas subterrâneas – IPAS, por UGRHI, 2009-2012. ................................................................................................................................................. 153 Quadro 8.5: Indicador de Potabilidade das águas subterrâneas – IPAS, por aquífero, 2009-2012. ................................................................................................................................................. 153 Quadro 8.6: Pontos de amostragem de água superficial na UGRH2 – Código PARB 02300 - 2008. ........................................................................................................................................ 153 Quadro 8.7: Pontos de monitoramento de aquíferos na região e no município de São José dos Campos. ................................................................................................................................... 155 Quadro 8.8: Fontes e características dos principais poluentes na atmosfera. .......................... 208 . Quadro 8.9: Padrões estaduais de qualidade do ar (Decreto Estadual nº 59113 de 23/04/2013). ................................................................................................................................................. 209 Quadro 8.10: Critérios para episódios agudos de poluição do ar (Decreto Estadual nº 59113/2013). ............................................................................................................................ 211 Quadro 8.11: Estrutura do índice de qualidade do ar. .............................................................. 212 Quadro 8.12: Qualidade do ar e efeitos à saúde. ..................................................................... 212 L IS T A DE T AB E L AS Tabela 5.1: Demanda de Volume Diário Médio – Projeções de Demanda Futura ...................... 43 Tabela 5.2: Síntese dos resultados obtidos a partir do estudo de alternativas locacionais ......... 58 Tabela 6.1: Velocidades de projetoe raios de curvatura ............................................................ 64 Tabela 6.2: Rampas máximas do greide .................................................................................... 64 Tabela 6.3: Raios mínimos ......................................................................................................... 65 Tabela 6.4: Pista Principal - Valores de superelevação para raios maiores que o mínimo para emáx = 6%. ................................................................................................................................ 66 Tabela 6.5: Ramos - Valores de superelevação para raios maiores que o mínimo para emáx = 6%. ............................................................................................................................................. 67 Tabela 6.6: Seçõa Tipo .............................................................................................................. 67 Tabela 6.7 : Balanço Do Solo ..................................................................................................... 76 Tabela 8.1: . Condições de criticidade à erosão na bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. . 103 Tabela 8.2: Tipos de relevo identificados na ADA e AID do Banhado. Município de São José dos Campos. Estado de São Paulo. ................................................................................................ 105 Tabela 8.3: Sub-bacias hidrográficas do sub-compartimento CP3-PS-B. ................................. 131 Tabela 8.4: Mananciais superficiais de abastecimento urbano ................................................. 139 Tabela 8.5: Critérios para a definição de áreas prioritárias na Bacia do rio Paraíba do Sul - por trechos e sub-bacias. ............................................................................................................... 140 Tabela 8.6: Valores de Referência de Qualidade/VRQ das águas subterrâneas no Estado de São Paulo................................................................................................................................. 145 Tabela 8.7: Proposta de valores de referência de qualidade – águas subterrâneas. ................ 146 Tabela 8.8: Pontos amostrais relevantes para a qualidade das águas – área do Banhado ...... 165 Tabela 8.9: Análises desenvolvidas na área do Banhado. Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo. ............................................................................................................... 167 Tabela 8.10: Dados sobre condições do vento em São José dos Campos entre os períodos de 09/2011 a 08/2013. .................................................................................................................. 180 Tabela 8.11: Emissões de Monóxido de Carbono em São José dos Campos (mil toneladas/ano) – 2012 ...................................................................................................................................... 206 Tabela 8.12: . Emissões por tipo de fonte no município de São José dos Campos / SP, no ano de 2012. ................................................................................................................................... 213 1 1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E EMPRESA CONSULTORA O Consórcio PLANSERVI/COBRAPE, formado pelas empresas Planservi Engenharia e Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos – COBRAPE foi contratado pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos para a execução dos estudos iniciais e caracterização das condições locais; detalhamento executivo; e elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório do Impacto Ambiental (EIA-RIMA) do empreendimento Via Banhado. Os estudos iniciais e a caracterização das condições locais contemplaram a elaboração de estudos de tráfego; topográficos e cadastro de interferências; geotécnicos; hidrológicos e hidráulicos e de desapropriação. O detalhamento executivo considerou o estudo de alternativas de traçado e projeto funcional; projeto geométrico; projeto de terraplenagem; projeto de geotecnia e estabilização de aterros e encostas; projeto de drenagem e obras de arte correntes; projeto de pavimentação; projeto de obras de arte especiais; projeto de sinalização, obras complementares e elementos de segurança; projeto de urbanização e paisagismo; projeto de iluminação e projeto de desapropriação. A elaboração dos estudos ambientais (EIA-RIMA) obedeceu à orientação dada pela CETESB no Termo de Referência que integra o Parecer Técnico no 291/13/IE, emitido em 29 de julho de 2013. O referido Parecer encontra-se no Anexo 01 deste EIA. 1.1. Identificação do Empreendedor O projeto da Via Banhado, empreendimento sobre o qual se debruça este EIA, é de responsabilidade da Prefeitura de São José dos Campos. Sua identificação e seus dados para contato constam no quadro a seguir. Quadro 1.1: Identificação do Empreendedor IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR Nome/Razão Social Prefeitura Municipal de São José dos Campos Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ): 46.643.466/0001-06 Endereço completo Av. Rui Barbosa, 400, Vila Santa Helena. CEP 12209-000, São José dos Campos – SP. Telefone e Fax: (12) 3925-2000 E-mail milton.eiiti@sjc.sp.gov.br Representantes legais Carlos José de Almeida Pessoa de contato Engº Milton Eiiti Takahashi 2 Os dados e informações específicos sobre o responsável legal pelo empreendimento seguem no Quadro a seguir: Quadro 1.2: Identificação do Responsável Legal pelo Empreendimento IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL LEGAL PELO EMPREENDIMENTO Responsável legal pelo empreendimento Luiz Marcelo Inocêncio Silva Santos Cadastro de Pessoa Física (CPF) 275.528.998-83 Endereço para correspondência Av. Rui Barbosa, 400, Vila Santa Helena. CEP 12209-000, São José Dos Campos – SP. Telefone/Fax: (12) 3925-2500 E-mail luiz.marcelo@sjc.sp.gov.br 1.2. Identificação do Consórcio Responsável pela Elaboração do EIA-RIMA A empresa responsável pela elaboração do presente EIA-RIMA é a COBRAPE, que integra o Consórcio PLANSERVI-COBRAPE, cujas especificações constam nos quadros a seguir. Quadro 1.3: Identificação do Consórcio CONSÓRCIO PLANSERVI-COBRAPE Nome/Razão Social Consórcio Planservi-Cobrape Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ): 17.166.010/0001-02 Endereço completo Av. Prof. Ascendino Reis, 725, Vila Clementino. São Paulo – SP. CEP 04027-000 – Vila Clementino Telefone e Fax: +55 11 3304-1481 Representantes legais Valter Boulos Responsável técnico Carlos Yukio Suzuki Pessoa de contato Seiiti Arata A seguir, seguem informações a respeito das empresas que compõem o Consórcio: 3 Quadro 1.4: Identificação - PLANSERVI PLANSERVI Nome/Razão Social Planservi Engenharia Ltda. Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ): 65.525.404/0001-44 Endereço completo Av. Prof. Ascendino Reis, 725, Vila Clementino. São Paulo – SP. CEP 04027-000 – Vila Clementino Telefone e Fax: 11 3304-1481 Representantes legais Valter Boulos Responsável técnico Carlos Yukio Suzuki Pessoa de contato Seiiti Arata Quadro 1.5: Identificação - COBRAPE COBRAPE Nome/Razão Social COBRAPE – Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos. Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ): 58.645.219/0001-28 Endereço completo Rua Capitão Antônio Rosa, 406, Pinheiros. CEP 01.443-010, São Paulo – SP. Telefone e Fax: (11) 3897-8000 Representantes legais Alceu Guélrios Bittencourt Pessoa de contato Carlos Alberto Amaral Oliveira Pereira 1.3. Prestadores de Serviço O Consórcio PLANSERVI/COBRAPE optou por subcontratar certas modalidades de serviço no intuito de dinamizar os trabalhos e obter resultados de maior utilidade à análise proposta. Os Quadros a seguir destacam informações referentes às empresas selecionadas para prestar serviços ao Consórcio: 4 Quadro 1.6: Identificação – VP ECO VP ECO Nome/RazãoSocial VP Ecologia Empresarial LTDA. Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ): 12.627.963/0001-07 Endereço completo Rua Antonio Valente Da Silva, 54, Jardim Santa Clara. CEP 12080-230, Taubaté – SP. Telefone e Fax: 12-34138578 Representantes legais Paulo José Pyles Cicchi, CPF 222.685.408-80; Victor Pyles Cicchi, CPF 343.319.638-96 Pessoa de contato Cícero Homem de Melo; Paulo Cicchi; Victor Cicchi; Luanna da Silva Quadro 1.7: Identificação – ORIGEM ARQUEOLOGIA ORIGEM ARQUEOLOGIA Nome/Razão Social Origem Arqueologia Patrimônio Cultural e Natural LTDA. Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ): 06.652.577/0001-64 Endereço completo Rua das Pescadas, 75, ap. 164, Jardim Aquarius. CEP 12246- 291, São José dos Campos – SP. Telefone e Fax: 11 981494990 Representantes legais Wagner Gomes Bornal, CPF 021.338.208-33 Pessoa de contato Wagner Gomes Bornal A identificação dos profissionais responsáveis pela elaboração do EIA-RIMA, conforme solicitado no Termo de Referência, é apresentada no Capitulo 15 deste documento. 5 2. INTRODUÇÃO 2.1. Objeto do licenciamento O projeto Via Banhado é uma proposta de empreendimento rodoviário cuja implantação está prevista para o município de São José dos Campos, localizado na porção oeste do Estado de São Paulo. A partir da Via Banhado pretende-se interligar, de maneira expressa, a porção norte do município à Região Central, de modo a oferecer uma alternativa viária que permita a circulação mais rápida de veículos. Conforme será descrito de maneira detalhada em tópicos específicos apresentados adiante, o projeto Via Banhado é parte integrante de uma proposta de estruturação de um Anel Viário em São José dos Campos, proposta esta cujo fim maior é desafogar parte das principais vias do centro do município, tais como as avenidas Madre Tereza, Luiz Jacinto, São João, 9 de Julho, Nelson Dávilla, XV de Novembro e Anchieta. Ao norte, a Via Banhado deve interligar-se à Via Norte, também parte integrante do Anel Viário de São José dos Campos. Ao sul, o encaixe deve se dar junto à Av. Henrique Mudat, possibilitando o direcionamento dos fluxos de acesso ao centro não apenas dos bairros vizinhos, (Esplanada, Colinas, Aquárius, Urbanova, Jardim das Indústrias), mas também dos bairros que utilizam a Rodovia Presidente Dutra para acessar a porção noroeste do Centro (Parque Industrial, Jardim Satélite, Bosque dos Eucaliptos, Oriente, Jardim Morumbi, Campo dos Alemães, Torrão de Ouro). Em sua ligação ao Sul, pretende-se unir a Via Banhado ao Sistema Colina-Limoeiro, que liga o centro à Rodovia Presidente Dutra no sentido São Paulo capital. A Figura a seguir apresenta a Planta Objeto de Licenciamento. No Anexo 05 é apresentada a Planta Geral do Empreendimento no tamanho A1, de modo que as características do empreendimento possam ser observadas de forma mais clara. 6 Figura 2.1: Objeto de Licenciamento – Via Banhado 7 O projeto Via Banhado é composto por duas pistas que contam com três faixas cada, além de ciclovia e via de passeio. O projeto prevê a possibilidade de construção de passagens superiores e de passagens inferiores, Obras de Arte Especiais (OAE) planejadas a fim de permitir a manutenção da comunicação dos dois lados da via. As características de tais estruturas estão detalhadas mais adiante, no Capítulo 6 – Caracterização do Empreendimento. Faz parte do projeto e é objeto do licenciamento ambiental da Via Banhado, também, seus canteiros de obras, áreas de empréstimo e depósitos de materiais excedentes (DME), elementos cujas localizações são propostas também neste EIA e serão exploradas de maneira mais detalhada no Capítulo 6 deste Estudo. A proposta de se implantar um Anel Viário no município de São José dos Campos – do qual a Via Banhado faz parte – é derivada do planejamento urbano do Município de São José dos Campos. A relação da Via Banhado com as ações delineadas em planos e programas de nível municipal e regional está explorada no Capítulo 4 deste estudo, no qual estará descrito, também, o contexto histórico-institucional em que se dá a proposta de empreendimento. O projeto Via Banhado visa atender demandas de mobilidade urbana da população de São José dos Campos, sobretudo aquelas relacionadas ao desafogamento do trânsito de veículos no centro histórico do município. Atualmente, o sistema viário de São José dos Campos se organiza de tal forma que fluxos de muitas origens devem, obrigatoriamente, passar pelo centro histórico do município, pois o sistema carece de alternativas de circulação para essas rotas. A proposta de implantação da Via Banhado surge no sentido de oferecer uma dessas alternativas. Estima-se que a implantação da Via Banhado deva reduzir o tráfego de outros pontos do município, melhorando assim a qualidade de vida e a mobilidade urbana de forma geral. As informações técnicas que justificam a sugestão do novo empreendimento, tais como resultados de estudos de tráfego, projeções e modelagens, estão apresentados no Capítulo 5 deste EIA, que trata das justificativas do empreendimento. 2.2. Breve Histórico do Município de São José dos Campos Uma breve reconstituição histórica do município de São José dos Campos pode fornecer elementos interessantes à análise de que trata este EIA. O município de São José dos Campos surgiu da elevação da Vila de São José do Paraíba à condição de cidade, no ano de 1864, época em que a região do oeste paulista vivia uma expansão da cultura agrícola de algodão estimulada pelo fortalecimento da indústria têxtil inglesa. Da condição de produtor agrícola, o município paulatinamente passou a manifestar vocação médica, sendo reconhecido como polo de tratamento de doenças respiratórias (sobretudo tuberculose). Tal reputação foi mantida até pelo menos meados do século XX e motivou investimentos no município, marcadamente em infraestrutura viária e de saneamento básico. Paralelamente a esse movimento, o poder público municipal procurava estimular a atividade industrial em São José dos Campos, concedendo isenção de impostos e permissões para uso e ocupação do solo1. A vocação sanitária do município declinou acentuadamente no decorrer do século XX em função do surgimento da penicilina na década de 1940. É importante pontuar que, apesar da iminente mudança de vocação do município, São José dos Campos foi administrado pelo Governo 1 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, Secretaria de Habitação. Plano Local de Habitação de Interesse Social. Prefeitura de São José dos Campos, 66 pp., 2008. 8 Federal como “prefeitura sanitária” durante décadas. Foi apenas no ano de 1977 que a população joseense pôde novamente eleger seus prefeitos por meio do voto direto. A vocação sanitária deu lugar à tecnológica nos anos 1950, transformação dada em função de uma série de fatores, entre eles, sua proximidade com os maiores centros urbano-industriais do país (as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo); a inauguração da rodovia Presidente Dutra; a instalação do Centro Técnico Aeroespacial (CTA); e do Instituto de Tecnologia e de Aeronáutica (ITA). Na década seguinte, por iniciativa do Governo Federal cria- se em São José dos Campos o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE), reiterando, assim, o status de polo tecnológico do município. A acentuada industrialização foi acompanhada por um processo de urbanização em ritmo semelhante, o que impôs ao poder público municipal desafios no que diz respeito ao controle e gestão de fenômenos de ocupação urbana e êxodo-rural. Atualmente, São José dos Campos desfruta de posição geográfica estratégica dentro do eixo Rio – São Paulo, sendo próxima também do sul de Minas Gerais e do Porto de Santos, no litoral paulista. Tais fatores trazem ao município um quadro de contínua expansão urbana, razão que motiva o planejamento da malha viária do município no âmbito de seus planos e programasde estruturação urbana. Nesse sentido, o projeto Via Banhado visa concretizar ações previstas em peças de planejamento em nível municipal, tema que será tratado a seguir. 2.3. Histórico do Empreendimento Via Banhado O projeto Via Banhado é parte integrante da estratégia de se construir o Anel Viário de São José dos Campos, proposta cujo fim principal é oferecer vias alternativas às do centro e dos bairros do município, desafogando, assim, o trânsito de veículos nas vias locais e coletoras do sistema viário municipal. Dessa forma, a proposta de implantação da Via Banhado está contemplada em uma série de peças de planejamento, tanto urbano como viário, as quais serão devidamente exploradas neste tópico a fim de se compreender a gênese do projeto enquanto ação planejada no âmbito de políticas públicas para a mobilidade da população. Tais planos serão retomados no Capitulo 4 do presente EIA, dedicado especificamente à compatibilidade do projeto aqui analisado com ações previstas para a mesma área geográfica. A constituição do Anel Viário de São José dos Campos surgiu primeiramente no bojo das discussões que deram origem ao atual Plano Diretor do município, denominado Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) de São José dos Campos, dado pela Lei Municipal Complementar nº 306, de 17 de novembro 2006. Deste ponto em diante, a Lei Municipal Complementar nº 306/06 será denominada PDDI, inclusive quando forem feitas referências a artigos, incisos e parágrafos do texto legal. Em conformidade com a Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, conhecida também como Estatuto das Cidades (e assim denominada doravante), o PDDI estabelece, entre outros diversos temas, diretrizes no que diz respeito à organização da estrutura viária do município, indicando pontos nos quais deve haver expansão do sistema viário municipal a partir da implantação de novas vias. Dentre as vias indicadas, recomenda-se implantar uma via que interligue a porção norte do núcleo urbano do município à Região Central, nos moldes do que, atualmente, pretende-se realizar a partir do projeto Via Banhado. Uma série de ações e diretrizes que recaem sobre a transformação da estrutura viária de São José dos Campos está prevista em seu PDDI. Entre elas, pode-se destacar a instituição de um Plano de Estruturação Urbana (PEU), cujo fim, dado pela redação do Artigo 55 do PDDI, seria 9 “ordenar o desenvolvimento físico-territorial da cidade, estabelecendo um conjunto de diretrizes e projetos relativos ao Meio Ambiente, Transporte Público, Saneamento Ambiental, Estruturação Viária, ao Sistema de Macrodrenagem Urbana, ao Sistema de Áreas Verdes e de Lazer”. A forma como estão definidos os objetivos do PEU denota o fortalecimento de diretrizes integradoras à política de desenvolvimento urbano em São José dos Campos, no sentido de articular temas mediante a integração das políticas físico-territoriais e ambientais com a política socioeconômica. Tal articulação é direcionada à melhoria das condições de mobilidade da população, dado que propõe a distribuição territorial de diferentes atividades de acordo com a capacidade de infraestrutura viária municipal. Inicialmente, o PEU foi desenvolvido com foco em intervenções sobre o sistema viário, sendo o Anel Viário do município o principal projeto entre os vários proposto sob seu escopo. Além do Anel Viário, o PEU contempla melhorias voltadas à transposição da Via Dutra, bem como a definição de uma estratégia de atuação para consolidar uma política de transportes públicos. O PEU está organizado em três componentes, cada qual focado em uma frente de atuação concernente a diferentes aspectos do desenvolvimento urbano de São José dos Campos: (i) melhorias urbano-ambientais; (ii) melhoria da mobilidade da população; e (iii) fortalecimento institucional. Apesar de reconhecer que esses três componentes são de fundamental importância ao ordenamento urbano do município, será dado foco ao componente (ii), de melhoria de mobilidade da população, por conta da natureza do projeto analisado. O componente (ii) do PEU visa complementar a Macroestrutura Viária estabelecida no PDDI no sentido de aprimorar a interligação das diversas regiões do município, para favorecer o tráfego de veículos, tanto privados como públicos, utilizando, assim, a malha viária existente de maneira mais eficiente, além de priorizar a implantação de novas vias. O PEU contempla, inclusive, ações que recaem sobre o sistema cicloviário estabelecido no PDDI e sobre o sistema de transportes públicos de São José dos Campos. Pontua-se essa questão pelo fato da Via Banhado prever a conjunção com ambos esses sistemas. Assim, o que se espera das ações do PEU é a melhoria tanto do tráfego individual quanto do coletivo. O componente (ii) do PEU está dividido em quatro subcomponentes: (1) obras do sistema viário; (2) gestão do trânsito; (3) transporte urbano; (4) melhorias operacionais na secretaria de transportes; e (5) transporte rápido de massa. Dentre esses, será dado destaque para o subcomponente (1), dado que o projeto Via Banhado se encaixa nessa categoria. Conforme diretrizes do PDDI, tal componente priorizou: a) Complementação da Avenida Tancredo Neves, na Zona Leste, em ocupação intensiva, atendendo a melhoria da mobilidade da população de baixa renda; b) Via Norte, fase I e II, para complementação do anel viário e melhoria da ligação à Zona Norte; c) Viaduto Santa Inês para melhoria da Ligação da Zona Leste ao Centro e à Zona Norte, facilitando a transposição da Rodovia Presidente Dutra; d) Implantação da Via Banhado (grifo nosso) para complementação do anel viário e desvio do tráfego da área central, principalmente de cargas, formando um cordão de proteção à planície do Banhado; e) Implantação do Sistema Cambuí com a criação de um novo eixo viário Centro- Sudeste, para transposição da Via Dutra, proporcionando maior acessibilidade da 10 população que está adensando o extremo Sudeste e Leste, atualmente separadas da malha urbana pelas instalações do CTA/ Embraer e Petrobrás. Em consonância com o PEU foi estruturado o Plano Macroviário do Município de São José dos Campos, que aponta a implantação de uma via de interligação entre a Via Norte e a região central do município como uma alternativa viária que beneficiaria a população. Assim, a proposta de implantação da Via Banhado deriva diretamente do planejamento do ordenamento urbano do município de São José dos Campos. O Capítulo seguinte tratará da compatibilidade do projeto Via Banhado com o quadro legal federal, estadual e municipal que versa sobre as diferentes dimensões a serem analisadas neste EIA, indicando pontos deste Estudo que atendem a requisitos estabelecidos na legislação. 11 3. LEGISLAÇÃO INCIDENTE Este tópico é dedicado à revisão da legislação sobre empreendimentos rodoviários e suas questões ambientais. Dada a grande variedade de temas pertinentes, o tópico foi dividido nos seguintes temas: • Aspectos gerais; • Licenciamento Ambiental; • Patrimônio Histórico, Cultural e Arqueológico; • Desenvolvimento, Zoneamento e Uso e Ocupação do Solo; • Compensação Ambiental; • Qualidade Ambiental; • Vegetação; • Fauna; • Áreas Protegidas; • Desapropriação e Reassentamento; • DER – Projeto Executivo, estudos para obtenção de licença prévia e outros procedimentos de gestão ambiental de rodovias; • Procedimentos Executivos de Obra; • Gestão de Resíduos Sólidos; • Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional; • Operações Rodoviárias e Transporte de Produtos Perigosos; • Marco Institucional; • Instituições Intervenientes do Licenciamento Ambiental; • Instituições com responsabilidade pela Emissão de Autorizações não vinculadas ao Licenciamento Ambiental; • Instituições com responsabilidade na supervisão de aspectos ambientais, sociais ou de segurança do trabalho durante as obras; e, • Instituições com responsabilidade nasupervisão de aspectos ambientais, sociais ou de segurança do trabalho durante a operação. 3.1. Aspectos Gerais A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) foi estabelecida pela Lei Federal nº 6.938/81 (alterada pelas Leis nº 7.804/89 e nº 8.028/90, e regulamentada pelo Decreto nº 99.274/90). Essa lei foi assimilada pela Constituição Federal de outubro de 1988, cujo Artigo 225 é integralmente consagrado ao meio ambiente. Tal artigo resguarda a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Da mesma forma, a Constituição do Estado de São Paulo, nos seus artigos 191 a 204, confere ao Estado e aos municípios a providência, junto com a coletividade, da preservação, 12 conservação, defesa, recuperação e melhoria do meio ambiente natural, artificial e do trabalho, atendidas as peculiaridades regionais e locais e em harmonia com o desenvolvimento social e econômico. A respeito da PNMA, cabe ressaltar que a mesma estabelece que todas as atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente devem ser submetidas ao processo de licenciamento ambiental. Também fica estabelecido o princípio da responsabilidade objetiva (Art. 14 -“Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade...”). Depreende-se da Lei nº 6.938/81 que todo dano ambiental é vetado, salvo, por exceção, por meio do regime de licenciamento. Desta forma, as licenças ambientais constituem provas de adequação dos empreendimentos dentro do regime de exceção pelo qual se admite a realização de atividades impactantes, desde que de forma controlada e/ou compensada. A Lei Federal nº 7.347/85 (alterada pelas Leis nº 7.804/89 e nº 8.028/90) define o procedimento da Ação Civil Pública por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, cultural e paisagístico. Por essa lei, qualquer cidadão tem direito a denunciar danos ao meio ambiente, sendo o poder público obrigado a apurar os fatos. A Lei Federal nº 9.605/98 dispõe sobre os crimes com danos ambientais, ressaltando as sanções penais e administrativas para condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. O Decreto Federal nº 3.179/99 regulamenta a Lei nº 9.605/98 e define o regime de multas aplicáveis segundo cada tipo de dano ambiental causado. Este Decreto foi revogado pelo Decreto nº 6.514/08, que estabelece o processo administrativo federal para apuração das infrações ao meio ambiente, e define também os valores das multas a serem aplicadas. Posteriormente, os Decretos nº 6.686/08 e nº 6.695/08 alteram e acrescentam dispositivos ao Decreto nº 6.514/08. Em 2010, a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, também altera a Lei de Crimes Ambientais. De acordo com o Art. 20 desta Lei, as empresas de construção civil estão sujeitas à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos, contendo a descrição do empreendimento ou atividade; o diagnóstico dos resíduos; os responsáveis e os procedimentos para cada etapa do gerenciamento; a identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores; as ações preventivas e corretivas para situações de gerenciamento incorreto ou acidentes; as metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos, à reutilização e reciclagem; as medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos; e a periodicidade da revisão do plano. Em nível estadual, a Constituição Paulista de 1989 segue a tendência da Constituição Federal e dedica um de seus capítulos (Título VI, Capítulo IV) à questão ambiental, no qual consta a determinação (Art. 191) de que “o Estado e os Municípios providenciarão, com a participação da coletividade, a preservação, conservação, defesa, recuperação e melhoria do meio ambiente natural, artificial e do trabalho, atendidas as peculiaridades regionais e locais e em harmonia com o desenvolvimento social e econômico”. Em reforço ao que a Constituição Estadual determina em matéria de meio ambiente, em 1997 é promulgada a Política Estadual de Meio Ambiente a partir da Lei Estadual nº 9.509/97, objetivando “garantir a todos da presente e das futuras gerações, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, visando assegurar, no Estado, condições ao desenvolvimento sustentável, com justiça social, 13 aos interesses da seguridade social e à proteção da dignidade da vida humana” (SÃO PAULO, 1997). No Estado de São Paulo, ainda, a Resolução SMA nº 32/10, dispõe sobre infrações e sanções administrativas ambientais e procedimentos administrativos para imposição de penalidades. Na busca pela integração das diversas esferas de atuação do poder público, a Lei Complementar nº 140/2011 fixa normas de cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios na proteção das paisagens naturais, proteção do meio ambiente, ao combate à poluição e no processo de licenciamento. Do exposto, conclui-se que o licenciamento pretendido para o empreendimento Via Banhado deve ser instruído com indicações claras de todas as condicionantes ambientais pertinentes, incluindo, no mínimo, a delimitação clara das áreas de intervenção, a especificação detalhada das formas de execução, e a indicação do conjunto de medidas mitigadoras e procedimentos de prevenção, controle e correção de impactos. Entende-se que os impactos ambientais que poderão ocorrer durante as obras e operação do empreendimento não constituem crime ou justificativa para embargo, desde que exista prova documental de que todas as medidas preventivas de mitigação e controle propostas e/ou exigidas estejam sendo adotadas corretamente, e de que, após a ocorrência do impacto, as ações corretivas pertinentes foram oportunamente efetivadas. Desta forma, o presente EIA objetiva, dentro do processo de obtenção da Licença Prévia para o empreendimento, explicitar todos os compromissos de mitigação e controle ambiental dos procedimentos de execução de obras, de forma a facilitar a posterior demonstração de conformidade com relação aos mesmos, em casos de possíveis denúncias de terceiros durante a fase de implantação. 3.2. Licenciamento Ambiental As principais normas que definem os procedimentos de Licenciamento Ambiental a serem aplicados a empreendimentos são os seguintes: Âmbito Federal: • Lei nº 6.938/81, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente e estabelece a obrigatoriedade de licenciamento para atividades com potencial de causar degradação da qualidade ambiental. Ainda a partir dessa lei, ficou definido que o processo de licenciamento ambiental de empreendimentos específicos seria baseado na aplicação da Avaliação de Impacto Ambiental. • Resolução CONAMA nº 01/86, que define os empreendimentos e atividades a serem licenciados por meio de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), e estabelece a obrigatoriedade da sua análise, por parte do órgão ambiental competente, com vistas ao licenciamento de atividades potencialmente causadoras de danos ao meio ambiente, como é caso de obras rodoviárias. • Resolução CONAMA nº 09/87, que apresenta diretrizes para a realização das audiências públicas tendo em vista o disposto na Resolução CONAMA 001/86. • Decreto nº 99.274/90, que regulamenta a Lei nº 6.938/81 e estabelece a sistemática de licenciamento em três etapas: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI), e Licença de Operação (LO); 14 • Resolução CONAMA nº 237/97, que dispõe sobre as responsabilidades de licenciamento entre as três esferas de governo, confirma asistemática de licenciamento sequencial (LP, LI e LO) e, ainda, prevê outros procedimentos pertinentes ao processo de licenciamento da Via Banhado, entre os quais se destacam: (i) seu Art. 5º, que estabelece que o órgão estadual responsável pelo licenciamento só procederá ao mesmo após considerar o exame técnico do empreendimento por parte do órgão municipal de meio ambiente (atrelando, assim, a adequação do empreendimento à legislação ambiental vigente no município ao licenciamento) e (ii) seu Art.10, que estabelece a obrigatoriedade de inclusão, no processo de licenciamento, de uma Certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento estão em conformidade com a legislação aplicável de uso e ocupação do solo. No que tange às exigências supracitadas, os Anexos 02 e 03 apresentam, respectivamente, o exame técnico do empreendimento Via Banhado, elaborado pelo órgão municipal de meio ambiente mediante Declaração 041/2013 – DICA/SEMEA e a Certidão de Uso e Ocupação do Solo emitida pela Prefeitura de São José dos Campos. • Medida Provisória nº 2.166-67/2001, que dá nova redação aos Art. 1º, 4º, 14, 16 e 44 da Lei nº 4.771/65 (Código Florestal), tornando exigível a obtenção de anuência prévia do IBAMA para todas as intervenções em áreas de preservação permanente; • Resolução CONAMA nº 371/2006, que estabelece diretrizes aos órgãos ambientais para o cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle de gastos de recursos advindos de compensação ambiental, conforme a Lei nº 9.985/00; • Portaria DNPM nº 441/2009, que dispõe sobre os trabalhos de movimentação de terras e de desmonte de materiais in natura necessários à abertura de vias de transporte, obras gerais de terraplenagem e de edificações. • Resolução CONAMA nº 428/2010, que define que, no caso de empreendimentos potencialmente causadores de significativa degradação ambiental, localizados numa faixa de até 3 km a partir do limite de UC cuja Zona de Amortecimento (ZA) não esteja estabelecida, o processo de licenciamento deve estar condicionado à autorização do órgão responsável pela administração da UC. Âmbito Estadual: • Decreto Estadual nº 8.468/1976, que dispõe sobre a prevenção e controle da poluição do meio ambiente no Estado de São Paulo e dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental no âmbito da CETESB; • Constituição Estadual de São Paulo de 1989, cujo art. 192 corrobora com as disposições legais sobre licenciamento ambiental em nível federal ao determinar que a execução de obras, atividades, processos produtivos e empreendimentos e a exploração de recursos naturais de qualquer espécie, quer pelo setor público, quer pelo privado, deverão ser licenciadas mediante a apresentação de estudos ambientais e posterior aprovação por órgão integrante do SISNAMA. • Deliberação CONSEMA nº 06/1995, que dispõe sobre a publicidade durante o processo de licenciamento; • Decreto Estadual nº 41.258/1996, que regulamenta os Artigos 9º a 13º da Lei Estadual nº 7.663/1991, estabelecendo os procedimentos administrativos para licenciamento de intervenções nos recursos hídricos no Estado de São Paulo; 15 • Lei Estadual nº 9.509/1997, que dispõe sobre os fins e mecanismos de formulação e aplicação da Política do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, regulamentando os procedimentos relativos ao licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, inclusive as etapas de licenciamento definidas na legislação federal (LP, LI e LO); • Resolução SMA n.º 81/1998, que dispõe sobre o licenciamento ambiental de intervenções destinadas à conservação e melhoria de rodovias e sobre o atendimento de emergências decorrentes do transporte de produtos perigosos em rodovias. • Resolução SMA nº 30/2000, que dispõe sobre o cadastro e o licenciamento ambiental de intervenções destinadas às áreas de apoio de obras rodoviárias em locais sem restrição ambiental; • Resolução SMA nº 32/2002, que dispõe sobre os procedimentos de licenciamento em APA; • Decreto Estadual nº 47.400/2002, que regulamenta dispositivos da Lei Estadual no 9.509/1997, referentes ao licenciamento ambiental, como prazos de validade e renovação das licenças, prazos e custos de análise, entre outros; • Resolução SMA nº 54/2004, que dispõe sobre procedimentos para o licenciamento ambiental no âmbito da Secretaria do Meio Ambiente; • Resolução SMA nº54/2007, que dispõe sobre o licenciamento ambiental e regularização de empreendimentos urbanísticos e de saneamento básico considerados de utilidade pública e de interesse social e dá outras providências; • Resolução SMA nº 22/2009, que estabelece que, nos procedimentos de licenciamento ambiental de competência dos órgãos técnicos da SMA, com base na Resolução CONAMA nº 237/97, somente serão aceitas certidões das Prefeituras Municipais em que se declare que o local selecionado e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação específica sobre uso e ocupação do solo, e que estejam dentro de seu prazo de validade. • Resolução SMA nº 11/2010, que dispõe sobre a prévia anuência dos órgãos gestores de UC nos processos de licenciamento de empreendimentos ou atividades que possam afetar a própria UC ou sua zona de amortecimento, nos termos do artigo 36 § 3° da Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000. • Resolução SMA nº 22/2010, que dispõe sobre a operacionalização e execução da licença ambiental. Âmbito Municipal • Decreto Estadual nº 43.505/1998, que autoriza o Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo a celebrar convênios com municípios paulistas, visando à fiscalização e o licenciamento ambiental; • Lei Complementar Municipal nº 267/2003, que Institui o Código de Edificações do Município de São José dos Campos; • Lei Municipal nº 6.808/2005, que, entre outras providências, cria a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMEA), destinada a planejar e executar a política do meio ambiente do município. 16 • Decreto Municipal nº 12.009/2006, que regulamenta o funcionamento do alvará instantâneo e dá outras providências; • Lei Municipal Complementar nº 306/06, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de São José dos Campos; • Resolução SMA 12/2009, que dispõe sobre a apresentação de certidões municipais de uso e ocupação do solo e sobre o exame e manifestação técnica pelas Prefeituras Municipais nos processos de licenciamento ambiental realizado no âmbito do SEAQUA e dá outras providências (vide Anexos 02 e 03 deste EIA); • Lei Municipal nº 8940/2013 - Pub. Boletim nº 2.128/2013, que dispõe sobre ruídos urbanos e proteção do bem-estar e do sossego público, no âmbito do município de São José dos Campos. No caso de atividades que sejam objeto de autorização ou licenciamento específico, deverão ser realizadas, após a obtenção da Licença Prévia, consultas formais junto às Prefeituras envolvidas, para verificar eventuais exigências adicionais de licenciamento e/ou restrições pontuais decorrentes da legislação de uso e ocupação do solo, aplicáveis em cada local. Por fim, tendo em vista as características do empreendimento em questão e a necessidade de áreas de apoio, as etapas subsequentes do processo de licenciamento ambiental deverão contemplar, em complementação ao processo de análise do EIA para obtenção da LP, outras anuências e autorizações, além das licenças ambientais nas fases posteriores a esta, tais como: • Autorização da Fundação Florestal vinculada ao Governo do Estado de São Paulo, responsável pela gestão da APA do Banhado; • Autorização da Prefeitura Municipal de São José dos Campos, atual gestora do Parque Municipal do Banhado. De acordo com a Resolução CONAMA nº 428/2010, que define que o licenciamento de empreendimento de significativo impacto ambiental, localizados numa faixa de 3 km a partir do limite da UC cuja Zona de Amortecimento (ZA) não esteja estabelecida deve ser concedido apenas mediante a autorizaçãodo órgão responsável pela administração da UC; • Licença de Instalação da CETESB para as instalações industriais provisórias (usinas de asfalto e concreto), mediante encaminhamento dos respectivos Memoriais de Caracterização (MCE), nos termos do Decreto Estadual Nº 8.468/76; • Outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), nos termos da Portaria DAEE Nº 717/1996, para todas as travessias de cursos d’água e trechos de retificação/canalização de córregos, que devem proceder em conformidade com a Resolução Conjunta SMA/SERHS nº 01/2005, que determina o procedimento para o Licenciamento Ambiental Integrado às Outorgas de Recursos Hídricos; • Autorização da CETESB para a supressão de vegetação necessária e para as intervenções, inclusive em áreas de preservação permanente na faixa de domínio, de acordo com a Portaria DEPRN Nº 51/2005 e Portaria CPRN Nº 01/2008; • Declaração de Dispensa de Título Minerário, nos termos do Art. 3º da Portaria DNPM no 441/2009, que estabelece que a execução dos trabalhos de movimentação de terras ou de desmonte de materiais in natura que se enquadrem no § 1º do Art. 3º do Código de Mineração independe da outorga de título minerário ou de qualquer outra manifestação prévia do DPRN; 17 • Autorizações específicas dadas pela Certidão de Uso e Ocupação do Solo, conforme constante no Anexo 03 deste EIA. Ressalta-se que, no caso da implantação de bota-foras em locais onde existem atividades minerárias desativadas, deverão ser obtidas informações sobre o processo de licenciamento ambiental das mesmas, a fim de compatibilizar o licenciamento das áreas de apoio com os procedimentos e medidas definidos nos respectivos relatórios ou planos de controle ambiental (RCA/PCA) e nos planos de recuperação de áreas degradadas (PRAD), exigidos pela Resolução SMA Nº 51/2006. 3.3. Patrimônio Histórico, Cultural e Arqueológico As principais referências legais no que tange à proteção e manejo do patrimônio histórico, cultural e arqueológico são: • Decreto-Lei nº 25/1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional; • Lei Federal nº 3.924/1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré- históricos, proibindo a destruição ou mutilação, para qualquer fim, da totalidade ou parte das jazidas arqueológicas, o que é considerado crime contra o patrimônio nacional; • Constituição Federal de 1988 (artigo 225, parágrafo IV), que considera os sítios arqueológicos como patrimônio cultural brasileiro, garantindo sua guarda e proteção, de acordo com o que estabelece o artigo 216. • Portaria SPHAN/MinC 07 de 1988, que normatiza e legaliza as ações de intervenção junto ao patrimônio arqueológico nacional. • Portaria IPHAN nº 230/2002, que estabelece a necessidade de se adotar procedimentos específicos para o levantamento arqueológico nas diversas fases do processo de licenciamento ambiental de empreendimentos. • Lei Federal 11.483/2007, que dispõe sobre a extinção da RFFSA naquele ano e dá as demais providências. As atividades previstas neste EIA procuraram atender aos dispostos estabelecidos na legislação citada. Em conformidade com o artigo 2º da Portaria IPHAN nº 230/2002, foram realizados levantamentos arqueológicos de campo nas áreas de influência previstas para o projeto Via Banhado. Em atendimento ao Artigo 5º da Portaria, estão previstos programas de prospecção para a fase de implantação do projeto Via Banhado no caso de sua aprovação. Pretende-se que, em atendimento ao Artigo 6º, o Plano Ambiental da Via Banhado contemple um componente de monitoramento e resgate arqueológico. 3.4. Desenvolvimento Urbano, Zoneamento e Uso e Ocupação do Solo A legislação referente ao desenvolvimento urbano, uso e ocupação do solo e ao zoneamento foi observada conforme se descreve a seguir. As principais normas consideradas foram: • Lei Federal nº. 6.803/1980, que dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição; • Lei Orgânica Municipal, de 05 de abril de 1990. • Lei Complementar nº165/1997, que rege toda a modalidade de parcelamento do solo para fins urbanos no município de São José dos Campos; 18 • Resolução CONAMA 237/1997, no que se refere à apresentação de certidões de uso do solo para concessão de LP ao empreendimento; • Lei Federal nº 10.257/2001, que institui o Estatuto das Cidades; • Lei Municipal Complementar nº 306/06, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de São José dos Campos; • Lei Municipal nº 7.200/2006, que torna obrigatório disponibilizar para o público em geral cópia de todo material objeto de Audiência Pública no Município, nas dependências da Câmara Municipal; • Lei Municipal Nº 7732/2008, que dispõe sobre a criação do sistema cicloviário no município de São José dos Campos e dá outras providências; • Lei Complementar Municipal 428/2010, que institui o zoneamento do município de São José dos Campos, estabelece normas relativas ao parcelamento, uso e ocupação do solo em SJC e dá outras providências, além de suas alterações dadas pela Lei Complementar Municipal 498/2013; • Lei Federal nº 12.587/2012, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana; • Lei Municipal nº 8.656/2012, que dispõe sobre a proibição da perturbação do sossego público e regulamenta o volume e a frequência dos sons produzidos por buzinas e equipamentos utilizados em veículos nas vias públicas; • Lei Orgânica do Município (CUOS); • Leu Municipal nº 5097/1997, que estabelece definições e normas para a vegetação de porte arbóreo no território urbano do município e dá outras providências (e suas alterações). Os instrumentos de ordenamento urbano, tais como os estabelecidos pelo Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001) serão explorados no tópico a seguir, que trata da compatibilidade do projeto Via Banhado com as políticas públicas do município de São José dos Campos. As diretrizes dadas pelas Leis Federais nº. 6.803/1980 e nº 12.587/2012 estão sendo contempladas na formulação do projeto. Em nível municipal, a Lei Complementar nº 428/2010 deve ser observada em consonância com as diretrizes dadas tanto pelo Zoneamento de São José dos Campos quanto por seu PDDI. Já a Lei Municipal nº 8.656/2012, que dispõe sobre aspectos relacionados à poluição sonora advinda de tráfego, será devidamente considerada quando da formulação de estratégias de mitigação para a fase de operação do empreendimento. Em atendimento ao estabelecido no Art. 10, VIII §1º da Resolução CONAMA 237/1997 e na Resolução SMA nº 22/2009, junto deste EIA está apresentada no Anexo 03, a Certidão de Uso e Ocupação do Solo, expedida pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos, a fim de cumprir requisitos para a obtenção da Licença Prévia para o projeto Via Banhado. 3.5. Compensação Ambiental As medidas compensatórias propostas neste EIA foram elaboradas de acordo com as seguintes normas: • Resolução CONAMA no 02/1996, que estabelece requisitos no sentido de reparar danos ambientais causados pela destruição de florestas e outros ecossistemas; http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.587-2012?OpenDocument http://ceaam.net/sjc/legislacao/leis/2012/L8656.htm 19 • Lei nº 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC e cujo art. 36 versa sobre questões de compensação ambiental em empreendimentos potencialmente causadores de significativo impacto ambiental; • Lei nº 10.780/2001, que dispõe sobre a reposição florestal no Estado de São Paulo, e dá outras providências; • Decreto nº 46.113/2001, que aprova o Projeto Produção de Mudas de Plantas Nativas - Espécies Arbóreas para Recomposição Vegetal, de interesse para a economia estadual e dá providências correlatas; • Decreto nº 4.340/2002, que regulamenta artigos da Lei no 9.985/2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
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