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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ª Vara Criminal da Comarca do Conceição do Agreste – CE.
	Processo nº: XXXXXXX-XX-XXXX
		JOSÉ PERCIVAL SILVA, já qualificado nos autos, por meio de seu(sua) patrono(a) constituído e que abaixo subscreve, cuja procuração consta às fls. XX dos autos, vem à presença de Vossa Excelência apresentar DEFESA PRÉVIA, nos termos dos Arts. 395 do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
I - PRELIMINARMENTE
IA - Inépcia da Inicial Acusatória. (Art. 395, I, do CPP).
O(A) representante do parquet fundamentou a sua inicial acusatória nos fatos e argumentos apresentados pelo requerente Sr. Paulo Matos, atinentes aos fatos ilícitos do flagrante preparado e que se relacionam às qualificadoras, não se valendo o(a) ilustre Promotor(a) da primeira versão, trazida aos autos pelo réu Sr. José Percival da Silva. Mesmo Vossa Excelência não recebendo a denúncia, após recurso interposto pelo Ministério Público, deu provimento a denúncia, baseado nos mesmos argumentos ora atacados, expondo, porém, uma outra falha que será exposta no tópico a seguir.
IB - Nulidade da Referida Denúncia (art. 564, II, III,k, IV, do CPP).
A referida denuncia que deu provimento ao recurso interposto pelo Ministério Público foi publicado, sem, contudo, ter havido qualquer investigação legal ensejando maiores prejuízos em face do Sr. José Percival da Silva.
Provavelmente não levou em conta o ínclito promotor que, o fato da ilegalidade do flagrante preparado pelo requerente, abrindo um precedente perigoso e ferindo os princípios da ampla defesa e do contraditório como assim se encontra insculpido no art. 5°, LV, da Carta Magna, já tão debatidos no nosso sistema jurídico.
IC - Nulidade da Prova Produzida no Inquérito Policial (art. 7, XXI do EOAB).
Nota-se que, suprimiu-se do ora réu o direito de acompanhamento do seu advogado aqui qualificado, no decorrer do inquérito policial atinente, nos termos do novel art. e inciso descrito no título em questão.
Nesse sentido:
Assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos.
Tais condutas encaminhou os autos para o pedido de prisão preventiva em modo prematuro e prejudicial ao cliente, tendo sido cerceado seu direito constitucional de defesa.
II – DOS FATOS
		O requerente teve sua prisão preventiva decretada após ser acusado por corrupção passiva em face do Sr. Paulo Matos.
Após o indeferimento mencionado, foi impetrado Revogação de Prisão Preventiva junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, alegando, para tanto, os mesmos argumentos levados a este(a) doutor(a) magistrado(a), quando da realização do pedido de revogação da prisão preventiva, somado ao argumento de que o clamor social não configuraria ofensa à chamada ordem pública. A liberdade do requerente foi conquistada no dia mês de 2018.
Relatado o oferecimento da denúncia, com o indiciamento do réu nos termos do art. 288 e 317, na forma do art. 69, todos do Código Penal, os autos foram encaminhados à esta r. Vara e enviados ao Ministério Público local em seguida. Após o decurso do prazo legal, os autos retornaram à Secretaria desta Vara acompanhados da inicial acusatória, a qual imputou ao requerente a prática do crime descrito no art. 288 e 317 do CP, qualificado em razão do crime ter sido praticado por motivo fútil. Ocorre que o ilustre Promotor de Justiça embasou sua acusação nos fatos e argumentos apresentados pelo flagrante preparado, vez que a Súmula 145 do STF estabelece que, não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível sua consumação.
Nesse sentido:
Cumpre registrar, neste ponto, por relevante, que a análise da alegada ocorrência de "delito de ensaio" não se mostra superável com a mera prolação da sentença penal condenatória, mesmo porque a eventual constatação do "flagrante preparado “terá como consequência a própria invalidação da "persecutio criminis" (Súmula 145/STF). A jurisprudência desta Suprema Corte já firmou entendimento no sentido de que a comprovada ocorrência de “flagrante preparado” constitui situação apta a ensejar a nulidade radical do processo penal (RTJ 130/666, Rel. Min. Carlos Madeira - RTJ 140/936, Rel. Min. Ilmar Galvão – RTJ 153/614, Rel. Min. PAULO BROSSARD, v.g.).
[HC 84.723, rel. min. Celso de Mello, 2ª T, j. 21-2-2006, DJE 238 de 4-12-2013.] 
 Assim, ele não se valeu da versão, trazida por parte do acusado, deixando de narrar, na denúncia, fatos lícitos e que se relacionem às qualificadoras, motivo pelo qual Vossa Excelência não recebeu a denúncia, alegando ausência de pressupostos processuais, nos termos do art. 395, II, do CPP.
Vale o registro de que, no decurso do processo, não houveram apresentação de provas documentais ou justificação, vez que pudesse presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada de apresentação de qualquer dessas provas, conforme consta na sumula 330 do Superior Tribunal de Justiça, para que assim seja dada continuidade nos autos.
III – DOS FUNDAMENTOS
Pela análise dos fatos, pode-se concluir que por um lado ou por outro, se valerá pela rejeição da denúncia, pois por via transversa, o(a) ilustre representante do parquet apresentou sua inicial acusatória eivada de vícios que configuram a inépcia de sua petição, por falta dos requisitos necessários à peça, nos termos do art. 395, I, do CPP.
Isso porque ausente a ilicitude, um dos requisitos para configuração do crime, pois presentes e caracterizadas as suas excludentes, como assim descreve o art. 397, I e II, Código de Processo Penal.
Sobre a inicial acusatória ofertada pelo Ministério Público, o art. 41 do CPP, apresenta os elementos constitutivos de uma denúncia. Segundo ele, “a denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas”
Nesse sentido, Nucci, (2013, p. 169), ensina que “o acusado terá ampla defesa assegurada desde que os fatos, com todas as circunstâncias que os envolvem, estejam bem descritos na denúncia. O Estado-acusação afirma ter alguém cometido condutas, que geraram resultados. Ao final, declara o promotor os artigos quais vê inseridos tais fatos”. 
Ainda de acordo com o mesmo autor (2013, p. 770), “é inepta a denúncia que apresenta “narrativa tendente a afirmar um determinado tipo penal, mas cuja conclusão aponta para outro (não se trata de mero erro de classificação) ”.
E se os argumentos supra não foram suficientes, necessário se faz arguir a nulidade dos atos processuais ocorridos na superior instância, quando da falta de intimação do réu sobre a denúncia imposta, cerceando a ampla defesa e o contraditório.
Com base nisso, a jurisprudência é pacífica no sentido de sempre preservar o direito de ampla defesa e contraditório, em qualquer esfera, tendo em vista ser um dos pilares do direito, previsto em nossa Constituição Federal.
Assim sendo, conforme fundamena o art, 395, III do CPP, falta de justa causa para ação penal se refere à inexistência de qualquer tipo de elemento indiciário, pela jurisprudência, imperiosa a anulação dos atos processuais praticados, sendo decretada a rejeição da denúncia, ou, se assim não entender Vossa Excelência, que seja anulada a peça acusatória emanada do representante do Ministério Público, tudo por ser medida de justiça.
IV – DOS PEDIDOS
		Por todo o exposto, requer-se:
		1 – Por todo o exposto, requer-se a decretação da rejeição da denúncia, nos termos do art 395, I e III, do Código de Processo Penal;
		2 – Subsidiariamente, que seja anulado o recebimento da petição acusatória, pois há presentes nulidades insanáveis, conforme dispostono art 564, III, “k”, do CPP, além do fato dela ser inepta, nos termos do art. 395, I, do CPP;
3 - Que sejam as testemunhas arroladas intimadas para eventual audiência de instrução;
		4 – Eventuais publicações em nome do(a) patrono(a) que subscreve esta petição, sob pena de nulidade.
É o que pede e espera deferimento.
Amapá, 26 de abril de 2018.
XXX XXX XXXX
OAB/AP: nº XXX.XXX

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