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REOLOGIA, HIDRÁULICA E TRANSPORTE DE SÓLIDOS Conteúdo � Introdução a Mecânica dos Fluidos � Revisão de conceitos � Pressão hidrostática � Perda de carga � Tipos de escoamento � Reologia e escoamento � Conceitos básicos � Tipos de fluidos � Modelos reológicos � Viscosímetro Fann Conteúdo � Hidráulica de poço � Cálculo de perda de carga � Cálculo da pressão dinâmica � Conceito de ECD � Transporte de sólidos � Simulador Introdução a Mecânica dos Fluidos Introdução à Mecânica dos Fluidos � Fluido x Sólidos � Sólidos: substâncias que se deformam reversivelmente quando submetidas a um estado de tensão (elasticidade). • Módulo de elasticidade � Fluidos: substâncias que se deformam contínua e irreversivelmente quando submetidos a um estado de tensão (escoamento). • Viscosidade Introdução à Mecânica dos Fluidos � Mecânica: Ciência que estuda o comportamento de substancias sólidas � Mecânica dos Fluidos (Hidráulica): Ciência que estuda o comportamento de substâncias fluidas (líquidos e gases). Introdução à Mecânica dos Fluidos � Revisão de conceitos: � Movimento Retilíneo Uniforme: Um corpo move-se na mesma direção e sentido e com velocidade constante quando a força resultante atuando sobre ele é nula. Introdução à Mecânica dos Fluidos � Movimento Uniformemente Acelerado: Quando a força resultante atuando em um corpo não é nula, a velocidade do corpo aumenta/diminui e a direção do movimento pode variar. Diz-se que o corpo está em movimento acelerado. Introdução à Mecânica dos Fluidos � Atrito: é a força de contato entre dois corpos. Tem sempre sentido oposto ao do movimento. Está relacionada à rugosidade das superfícies em contato. Introdução à Mecânica dos Fluidos � Viscosidade: É a resistência interna ao escoamento de fluidos (líquidos e gases), causada pelo atrito interno entre as moléculas do fluido e também o atrito entre as moléculas do fluido e a superfície em contato com o mesmo. É a dissipação da energia fornecida ao fluido sob a forma de energia térmica. Quanto mais viscoso for um fluido, maior é a energia necessário para colocá-lo (ou mantê-lo) em movimento. Introdução à Mecânica dos Fluidos � Pressão: É a força aplicada perpendicularmente a uma área. A F P = [ ] [ ]Pa m N P = = 2 Introdução à Mecânica dos Fluidos � Tensão: É a força aplicada tangencialmente a uma área. A F P = [ ] [ ]Pa m N P = = 2 Introdução à Mecânica dos Fluidos � Pressão Hidrostática: É á força peso exercida por um fluido em uma determinada área. • Como Calcular a pressão exercida por um determinado volume de fluido?? gmFpeso .= Area F P peso= Vm .ρ= HAreaV .= HAream ..ρ= gHAreaFpeso ...ρ= Area gHArea P ...ρ= HgP ρ= Introdução à Mecânica dos Fluidos � Na industria do petróleo: P = 0,17.ρ.H Onde: P em psi ρ em lb/gal H em m Introdução à Mecânica dos Fluidos � Exemplo: Calcular a pressão hidrostática no fundo de um poço de 3600m de profundidade vertical preenchido com um fluido de peso específico de 11,3 lb/gal: P = 0,17.P = 0,17.ρρ.H.H P = 0,17 x 11,3 x 3600P = 0,17 x 11,3 x 3600 P = 6915,6 P = 6915,6 psipsi Introdução à Mecânica dos Fluidos � Exemplo: No mesmo poço anterior, calcular a pressão hidrostática em um ponto 1000 m acima do fundo. H = 3600 H = 3600 –– 1000 = 2600m1000 = 2600m P = 0,17.P = 0,17.ρρ.H.H P = 0,17 x 11,3 x 2600P = 0,17 x 11,3 x 2600 P = 4994,6 P = 4994,6 psipsi Introdução à Mecânica dos Fluidos Como calcular a pressão em um determinado ponto do poço durante a circulação do fluido?? asvhiddinamica PPP ∆+= Perdas de carga a serem vencidas Introdução à Mecânica dos Fluidos � O que são as perdas de carga a serem vencidas? � Energia perdida pelo fluido sob a forma de calor durante o escoamento no caminho daquele ponto até a superfície. � A dissipação de energia ocorre devido à resistência interna (atrito) ao escoamento � VISCOSIDADE Introdução à Mecânica dos Fluidos � Exemplo Calcular a pressão dinâmica no fundo do anular de um poço de 3600m de profundidade vertical preenchido com um fluido de peso específico de 11,3 lb/gal, sendo as perdas de carga as fornecidas abaixo: Total (todo o sistema de circulação): 3100 psi Do fundo do poço à superfície: 220 psi Na broca: 1200 psi Introdução à Mecânica dos Fluidos � Solução asvhiddinamica PPP ∆+= psiPasv 220=∆ psiPdinamica 6,71352206,6915 =+= PPhidhid = 0,17.= 0,17.ρρ.H.H PPhidhid = 0,17 x 11,3 x 3600= 0,17 x 11,3 x 3600 PPhidhid = 6915,6 = 6915,6 psipsi Introdução à Mecânica dos Fluidos � Exemplo No mesmo poço anterior, calcular a pressão dinâmica na mesma profundidade, porém no interior na coluna. Total (todo o sistema de circulação): 3100 psi Do fundo do poço à superfície: 220 psi Na broca: 1200 psi Introdução à Mecânica dos Fluidos � Solução Phid = 0,17.ρ.H Phid = 0,17 x 11,3 x 3600 Phid = 6915,6 psi asvhiddinamica PPP ∆+= psiPasv 14201200220 =+=∆ psiPdinamica 6,833514206,6915 =+= Introdução à Mecânica dos Fluidos � Exemplo No mesmo poço anterior, calcular a pressão dinâmica no ponto de injeção de fluido na coluna. Total (todo o sistema de circulação): 3100 psi Do fundo do poço à superfície: 220 psi Na broca: 1200 psi Introdução à Mecânica dos Fluidos � Solução Phid = 0,17.ρ.H Phid = 0,17 x 11,3 x 0 Phid = 0 psi asvhiddinamica PPP ∆+= psiPasv 3100=∆ psiPdinamica 310031000 =+= Introdução à Mecânica dos Fluidos � No exemplo anterior, calculamos a pressão na injeção de fluido na coluna. É a própria PRESSÃO DE BOMBEIO. � Pressão de bombeio : É o somatório das perdas de carga de todo o sistema de circulação (todo o caminho percorrido pelo fluido desde a injeção até a superfície). � É a energia que deve ser fornecida ao fluido para que ele se desloque com uma vazão constante. Introdução à Mecânica dos Fluidos � As perdas de carga são função dos seguintes parâmetros: � Diâmetro da tubulação (ou diâmetro equivalente de anulares); � Viscosidade; � Densidade do fluido; � Velocidade do fluido (vazão); � Rugosidade da formação; � Comprimento. Introdução à Mecânica dos Fluidos � Tipos de escoamento: � Laminar: É aquele em que as camadas de fluido se deslocam através de linhas de corrente paralelas à direção do escoamento sem que ocorra mistura entre as camadas. Introdução à Mecânica dos Fluidos � Tipos de escoamento: � Fluxo tampão: É um caso particular do escoamento laminar. Não existe deslocamento relativo entre as camadas do fluido em uma certa região. Perto das paredes, há deslocamento relativo entre as camadas, mas na região central, as camadas se deslocam com a mesma velocidade. Introdução à Mecânica dos Fluidos � Tipos de escoamento: � Turbulento: É caracterizado pelo deslocamento caótico de pequenas massas de fluido. Os turbilhões provocam mistura entre as camadas, fazendo com que a velocidade em um determinado ponto varie ao longo do tempo. Caracteriza-se por um perfil de velocidade mais achatado Introdução à Mecânica dos Fluidos REGIMES DE ESCOAMENTO X PERFIS DE VELOCIDADE Introdução à Mecânica dos Fluidos � Escoamento permanente: É aquele em que o perfil de velocidades não varia com o tempo. Em um determinado ponto do tubo, a velocidade é constante ao longo do tempo. Introdução à Mecânica dos Fluidos � Escoamento transiente: É aquele em que o perfil de velocidades varia a medida que o tempo passa. Em um determinado ponto do tubo, a velocidade varia ao longo do tempo. Introdução à Mecânica dos Fluidos � Número de Reynolds � É um parâmetro adimensional que representa a razão entre forças inerciais e forças viscosas. � Escoamentos Laminares � Números de Reynolds baixos (forças viscosas predominam) � Ecoamentos turbulentos � Números de Reynolds altos (forças inerciais predominam) Introdução à Mecânica dos Fluidos µ ρ.. Re vD N = D = Diâmetro V = velocidade do fluido ρ = peso específico do fluidoµ = viscosidade NRe < 2100 ���� Escoamento Laminar 2100 < NRe < 3000 ���� Transição 3000 < NRe ���� Turbulento Reologia Reologia � Conceitos básicos � É a ciência que estuda a deformação e o fluxo da matéria. � Estuda as relações entre Tensões e Deformações nos processos de deformação da matéria – Equações Constitutivas. � Caracteriza o comportamento do fluido sob uma variedade de condições, incluindo os efeitos da temperatura, pressão e taxa de deformação. Reologia � Material Elástico : ELONGAÇÃO - ARMAZENAMENTO � Material Viscoso : CISALHAMENTO - DISSIPAÇÃO � Material Viscoelástico : ARMAZENAMENTO – DISSIPAÇÃO � Fluidos : NEWTONIANOS – NÃO NEWTONIANOS Reologia � Experimento de Newton Reologia � Tensão de Cisalhamento (τ) � força F / área A - unidade lbf/100 ft2 � Taxa de Deformação (γ) � velocidade v / distância L - unidade s-1 � Viscosidade (µ) � unidade - cP γ τµ = v F Reologia � Fluidos Newnotianos Em fluidos Newtonianos, a razão entre tensão de cisalhamento e a taxa de deformação apresentada pelo fluido é sempre constante. A viscosidade do fluido é sempre a mesma. Exemplos: água, glicerina, mel, etc. cte== γ τµ Reologia � Fluidos não-Newtonianos A razão entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação não é constante. A viscosidade do fluido varia para diferentes taxas de deformação. Para descrever o comporta- mento de fluidos não-New- tonianos, surgem os diver- sos “Modelos Reológicos”. )(γ γ τµ f== Reologia � Modelos Reológicos são funções que descrevem o comportamento da tensão de cisalhamento (τ) como uma função da taxa de deformação (γ). Reologia � Exemplos de modelos reológicos: � Newton � Bingham � Potência (Ostwald de Waale) � Herschel-Bukley � Casson � Robertson Stiff � Outros Reologia � Modelo Newtoniano � Viscosidade = f ( T e P ) µµµµ = = = = Viscosidade Absoluta γµτ .= Reologia � Modelo de Bingham - 2 parâmetros � Viscosidade plástica VP (cp) � Limite de escoamento LE (lbf/100ft 2) γτ .VPLE+= Reologia � Modelo de Potência - 2 parâmetros � índice de comportamento n (adm.) � índice de consistência k (lbf s n/ft 2) nk γτ ⋅= Reologia � Particularidades do modelo de Potencia Fluidos Newtonianos Fluidos Pseudoplásticos Fluidos dilatantes Reologia � Herschel - Buckley - 3 parâmetros � índice de comportamento nHB (adm.) � índice de consistência kHB (lbf sn/100ft2) � Tensão limite de escoamento LEHB– Tau zero (lbf/100ft2) HBn HBHB kLE γτ .+= Reologia � Fluidos pseudoplásticos apresentam baixas viscosidades em taxas de deformação elevadas e altas viscosidades em taxas de deformação baixas. �Baixas viscosidades em altas vazões �Altas viscosidades em baixas vazões Reologia � É desejável que o fluido de perfuração seja pseudoplástico ??? � Quais as funções do fluido de perfuração?? Reologia � Funções do fluido de perfuração: � Manter pressão hidrostática sobre as paredes do poço • Estabilidade do poço • Impedir influxos indesejáveis de fluidos da formação � Carrear os cascalhos gerados pela broca até a superfície � Resfriar a broca � Manter formações reativas estáveis Reologia � Em altas vazões � Alto poder de carreamento de sólidos � Altas perdas de carga � Baixa viscosidade desejavel � Em baixas vazões � Baixo poder de carreamento de sólidos � Baixas perdas de carga � Alta viscosidade desejável Reologia Fluidos de perfuração devem apresentar comportamento pseudoplástico. Assim, minimiza-se a perda de carga (menores pressões de bombeio e pressões de fundo) e maximiza-se o carreamento de cascalhos. Reologia � Escoamento turbulento e laminar em fluidos não newtonianos NRe < (3470 – 1370n) � Laminar NRe > (4270 – 1370n) � Turbulento Reologia Viscosímetro Fann 35A Reologia � Dois cilindros concêntricos � cilindro externo - rotor - rotação � cilindro interno (estacionário) - bob - mede a deflexão (torque) da mola produzida pelo movimento do fluido � τ é proporcional à deflexão (graus) � γ é proporcional a rpm do aparelho (3, 6, 100, 200, 300 e 600 rpm - ampla faixa de γ) Reologia � ττττ é proporcional à deflexão (graus) − τ− τ− τ− τ (lbf/100 ft 2) = 1,066 θθθθ − − − − R1, B1 e F1 � γγγγ é proporcional a rpm − γ− γ− γ− γ (s-1) = 1,703 rpm − − − − R1, B1 e F1 � Exemplo VP (cP) = θθθθ600 - θθθθ300 LE (lbf/100 ft 2) = θθθθ300 – VP µµµµ = 300 (Ө / N) Reologia � Medidas do viscosímetro Fann (exemplo) Rotação Deflexão L600 69 L300 45 L200 35 L100 23 L6 11 L3 10 Reologia Reologia Por que deve-se usar as 6 leituras em vez de apenas duas? Limite de escoamento para 2 medidas Limite de escoamento real Reologia � Cálculo da taxa de deformação: � Em tubos � Em anulares += n n ID v 4 13.6,1γ + − = n n IDOD v 3 12.4,2γ Reologia A Q v = Cada trecho do poço com uma geometria diferente apresentará uma velocidade e uma taxa de deformação diferente. Reologia Com a taxa de deformação experimentada pelo fluido em cada trecho do poço e com o modelo reológico mais adequado, é possível determinar a viscosidade efetiva em cada trecho. Reologia FAIXA DE TAXAS DE DEFORMAÇÃO � Tanques 1 - 5 s-1 � Anular 100 - 500 s-1 � Drillpipes 100 - 700 s-1 � Comandos 700 – 3.000 s-1 � Jatos da broca 10.000-100.000 s-1 Reologia � CONCEITOS Qual a diferença entre os seguintes parâmetros? � Viscosidade absoluta � Viscosidade Plástica � Viscosidade aparente Reologia � Viscosidade aparente (para uma determinada taxa de deformação): µµµµµµµµ = = ττττττττ / / γγγγγγγγ Reologia � Tixotropia � Definição: Um fluido tixotrópico é aquele em que a viscosidade do fluido aumenta com o tempo para uma taxa de deformação constante. Reologia � Gelificação em fluidos de perfuração � Ajuda a manter os sólidos em suspensão durante paradas de circulação. � Assim que o fluido entra em repouso (vazão cessa), começa a ocorrer a gelificação do fluido. � A gelificação deve ocorrer rapidamente para minimizar a sedimentação de sólidos que vinham sendo transportados. Reologia � Problemas ocasionados pela gelificação: � Quando as bombas são ligadas novamente, uma energia extra é necessária para quebrar o gel e colocar o fluido em movimento novamente � Um pico de pressão é sentido no fundo do poço. � O aumento de pressão de fundo pode facilmente fraturar as formações em cenários de janela operacional estreita. � Outro problema comum é a perda de fluido gelificado nas peneiras. Reologia � Gelificação rápida e não progressiva é desejável � Minimiza sedimentação de sólidos que vinham sendo carreados. � Minimiza problemas devido ao acréscimo de pressão na quebra do gel. Reologia Exemplo: Calcule a taxa de deformação experimentada por um fluido durante o escoamento em uma coluna de drillpipes (ID = 4,276 in, OD = 5 in) no interior do tubo e no anular formado com um poço de 9 in de diametro. A vazãoi de trabalho é de 450 GPM. Para o cálculo da velocidade a partir da vazão, use as seguintes fórmulas: Sabe-se que o fluido segue o seguinte comportamento: 44,0.67,1 γτ = 22 51,24 IDOD Q Va − = 2 51,24 ID Q Vi = Reologia Solução: =============================================== 22 51,24 IDOD Q Va − = 2 51,24 ID Q Vi = min/95,196 59 45051,24 22 ft x Va =− = min/22,603 276,4 45051,24 2 ft x Vi == + − = n n IDOD Va a 3 12.4,2γ += n n ID Vi i 4 13.6,1γ 130,168 44,03 144,02 59 95,1964,2 −= + − = s x xx aγ 153,297 44,04 144,03 276,4 22,6036,1 −= += s x xx iγ Reologia Exemplo: Calcule agora as viscosidades aparentes (em Pa.s) para o interior da coluna a o anular. Reologia Solução: A viscosidade aparente é sempre a razão entre tensão de cisalhamento e taxa de deformação. A partir das taxas calculadas anteriormente e do modelo reológico do fluido, calcula-seas tensões de cisalhamento: Assim, as viscosidades são calculadas da seguinte forma: Paxa 93,1530,16867,1 44,0 ==τ Paxi 47,2053,29767,1 44,0 ==τ 44,0.67,1 γτ = γτµ /=ap sPaa .09,030,168/93,15 ==µ sPaap .07,053,297/47,20 ==µ Hidráulica de poço TRAJETÓRIA DO FLUIDO DE PERFURAÇÃO SUPERFÍCIE FUNDO DO POÇO SUPERFÍCIE Hidráulica de poço Hidráulica de poço � Cálculo da perda de carga em tubos e anulares � Interior de tubos � Anulares ID fLv P 22ρ=∆ )(3/2 2 2 IDOD fLv P − =∆ ρ Hidráulica de poço � Fator de atrito Em escoamentos laminares: � Interior de Tubos : fp= 16 / NRe � Espaço Anular : fa= 24 / NRe Em escoamentos turbulentos f = a / Reb onde: a = ( log n + 3.93 ) / 50 b = ( 1.75 – log n ) / 7 Hidráulica de poço � Cálculo da perda de carga na broca O escoamento nos jatos da broca é extremamente turbulento. Em escoamentos turbulentos, as forças viscosas são muito inferiores às forças inerciais (as forças inerciais governam o escoamento). A perda de carga em um escoamento turbulento não depende da reologia (viscosidade) do fluido, mas sim de sua massa específica. Hidráulica de poço 22 2 . 5,0 AC Q P D broca ρ=∆ Cd = coeficiente de descarga Hidráulica de poço Passos para o cálculo da perda de carga 1) Determinar a geometria do trecho (diâmetros) 2) Calcular a velocidade do fluido no trecho 3) Calcular a taxa de deformação no trecho 4) Calcular a viscosidade aparente no trecho 5) Calcular Reynolds (laminar ou turbulento) 6) Calcular o fator de atrito (laminar ou turbulento) 7) Calcular a perda de carga do trecho Hidráulica de poço anularbrocacolunainterior superfíciebombeio PPPPP ∆+∆+∆+∆= anularbrocacolunainterior (bengala) circulação PPPP ∆+∆+∆= Hidráulica de poço Relembrando que: No fundo do poço: asvcahidrostátidinâmica PPP ∆+= anularcahidrostátidinâmica PPP ∆+= Hidráulica de poço � Densidade Equivalente de Circulação (ECD) � Definição Densidade Equivalente de Circulação (ECD) é definida como a densidade de um fluido que, em condições estáticas, gere uma pressão igual à pressão sentida em determinado ponto do poço em condições dinâmicas. Hidráulica de poço � ECD hg P ECD dinâmica . = hg PP ECD . )( asvcahidrostáti ∆+= hg P ECD . asv∆+= ρ Hidráulica de poço � Na industria do Petróleo h P ECD dinâmica .17,0 = h PP ECD .17,0 )( asvcahidrostáti ∆+= h P ECD .17,0 asv∆+= ρ Hidráulica de poço � Exemplo Calcular a pressão de bombeio e os ECD no fundo do poço e o ECD na sapata de um poço com as seguintes características: Poço vertical Profundidade vertical da sapata: 2560 m Profundidade vertical final no poço: 3800 m Peso do fluido: 9,6 lb/gal Perdas de carga : Equip. Superf.: 110 psi Interior da coluna: 1200 psi Broca: 830 psi Anular poço aberto: 200 psi Anular poço revestido: 190 psi Anular riser: 20 psi Hidráulica de poço � Solução anularbrocacolunainterior superfíciebombeio PPPPP ∆+∆+∆+∆= )20190200(8301200110bombeio +++++=P psiP 2550bombeio = Hidráulica de poço � Solução (cont.) FUNDO SAPATA Phid fundo = 0,17 x 9,6 x 3800 Phid sap = 0,17 x 9,6 x 2560 Phid fundo = 6201,6 psi Phid sap = 4177,92 psi ∆Pan fundo = 200 + 190 + 20 ∆Pan sap = 190 + 20 ∆Pan fundo = 410 psi ∆Pan sap = 210 psi Pdin fundo = 6201,6 + 315 Pdin sap = 4177,92 + 210 Pdin fundo = 6611,6 psi Pdin sap = 4387,92 psi asvcahidrostátidinâmica PPP ∆+= h P ECD dinâmica .17,0 = 380017,0 6,6611 x ECD = gallbECD /23,10= 256017,0 92,4387 x ECD = gallbECD /08,10= Hidráulica de poço � Exemplo Calcular a pressão de standpipe (de circulação) e os ECD no fundo do poço e ECD na sapata de um poço direcional que atinge o reservatório horizontalmente. A sapata do último revestimento está já a 90º. Foram perfurados 800 m de poço aberto. As características do poço são as seguintes : Poço direcional Profundidade vertical final no poço: 5100 m Peso do fluido: 10,5 lb/gal Perdas de carga : Equipamentos de superf: 100 psi Interior da coluna: 2800 psi Broca: 1030 psi Anular poço aberto: 60 psi Anular poço revestido: 215 psi Anular riser: 38 psi Hidráulica de poço � Solução anularbrocacolunainterior tan PPPP pipes ∆+∆+∆= )3821560(10302800bombeio ++++=P psiP 4143bombeio = Hidráulica de poço � Solução (cont.) FUNDO SAPATA Phid fundo = 0,17 x 10,5 x 5100 Phid sap = 0,17 x 10,5 x 5100 Phid fundo = 9103,5 psi Phid sap = 9103,5 psi ∆Pan fundo = 60 + 215 + 38 ∆Pan sap = 215 + 38 ∆Pan fundo = 313 psi ∆Pan sap = 253 psi Pdin fundo = 9103,5 + 313 Pdin sap = 9103,5 + 210 Pdin fundo = 9416,5 psi Pdin sap = 9356,5 psi asvcahidrostátidinâmica PPP ∆+= h P ECD dinâmica .17,0 = 510017,0 5,9416 x ECD = gallbECD /86,10= 510017,0 5,9356 x ECD = gallbECD /79,10= Hidráulica de poço � Exemplo Em um determinado instante da perfuração de um poço vertical, o ECD de fundo é de 10,2 lb/gal. Estima-se que o ECD na sapata é de 10,15 lb/gal. Sabendo-se que a sapata se encontra a uma profundidade de 4300 m e que o poço tem profundidade total de 5000m, calcule a pressão no fundo do poço e a pressão na sapata. Hidráulica de poço � Solução: 17,050002,10 xxP= xhECDxPdinâmica 17,0= psiP 8670= 17,0430015,10 xxP = psiP 7420= Fundo Sapata Hidráulica de poço � Margem de Segurança de Riser (MSR) � Definição É o acréscimo de peso que o fluido tem que mantém a pressão de fundo acima da pressão de poros em uma situação de desconexão de emergência do riser. MSR - Exemplo ESD poros = 9,0 lb/gal Distancia mesa rotativa = 20 m Situação normal: ESDfundo = 10 lb/gal (acima do ECD de poros) Riser desconectado: Pfundo = 2300 x 10 x 0,17 + 1000 x 8,55 x 0,17 Pfundo = 5363,5 psi ESDfundo = 9,56 lb/gal MSR = ESDfundo – ECDporos MSR = 9,56 – 9,00 = 0,56 lb/gal Hidráulica de poço � Surge & Swab A movimentação da coluna causa variações nas pressões de fundo de poço devido ao efeito de “pistoneio”. - Movimento axial da coluna para baixo (descida de coluna) � Aumento de pressão de fundo (SURGE). - Movimento axial da coluna para cima (subida de coluna) � Diminuição de pressão de fundo (SWAB). Hidráulica de poço � Surge & Swab � A intensidade da variação de pressão depende de: • Reologia do fluido • Extensão do poço • Velocidade de manobra • Aceleração da coluna Hidráulica de poço � Margem de Segurança de Manobra (MSM) � Durante a manobra (subida ou descida de coluna), ocorre variação nas pressões anulares devido ao efeito de Surge & Swab. � Durante uma manobra de retirada, a pressão de fundo do poço diminui e pode atingir valores inferiores à pressão de poros da formação, causando um influxo (kick). Hidráulica de poço � Margem de Segurança de Manobra (MSM) � Margem de segurança de Manobra (MSMM) é o acréscimo de peso de fluido que se usa para evitar que o decréscimo de pressão durante um SWAB cause um influxo. � Geralmente acrescenta-se um peso de fluido igual ao dobro do decréscimo de pressão esperado. Hidráulica de poço � Margem de Segurança de Manobra (MSM) � EXEMPLO Uma simulação de SWAB prevê que, durante a retirada de coluna, o ECD de fundo deve cair de 9,3 (peso do fluido) para 9,1 lb/gal. (redução de 0,2 lb/gal no ECD). Desta forma, usa-se uma MSM de 0,4 lb/gal. Ou seja, acrescenta-se 0,4 lb/gal ao peso de fluido. A densidade do novo fluido é 9,7 lb/gal (9,3 + 0,4). Transporte de Sólidos Transporte de sólidos � Um dos objetivos dos fluidos de perfuração é a remoção do cascalho gerado durante a perfuração. � Limpeza inadequada do poço: torque excessivo, drag, prisão de drillpipe. � Problemas mais acentuados em poços horizontais ou com inclinação elevada. Transporte de sólidos � Propriedades das partículas (forma, tamanho e densidade); � Propriedades do fluido (reologiae densidade); � Geometria (meio infinito ou confinado); Transporte de sólidos � Em poços verticais � Velocidade de sedimentação (Vs) � Velocidade do fluido no anular (Va) � Velocidade de transporte (Vt) a t V V RT= Vt Vs Va sat VVV −= Transporte de sólidos � A velocidade de sedimentação de partícula tem a mesma direção e sentido oposto à velocidade do fluido no anular. � A velocidade resultante tem mesma direção das duas. � Transporte de sólidos facilitado. Transporte de sólidos � Em poços inclinados e horizontais � Velocidade de transporte: � Devido ao componente Vs.senθ, o cascalho tenderá a depositar. Por isso, uma razão de trans- porte generalizada é definida como: θcos.sat VVV −= CVTf C RTG a f . = Transporte de sólidos � A velocidade de sedimentação de partícula não tem a mesma direção e sentido oposto à velocidade do fluido no anular. � Há uma componente que empurra o cascalho em direção à parede inferior do poço. � Forte tendência a formação de um leito de cascalhos. Transporte de sólidos Transporte de sólidos � Velocidade de sedimentação das partículas: � Como influencia cada parâmetro na limpeza do poço? � Densidade dos sólidos - Densidade do fluido � Diâmetro da partícula - Viscosidade (vazão) 333,0333,0 667,0 . .)(175 µρ ρρ f epfs s D V − = Transporte de sólidos � Principais parâmetros (Como eles influenciam o transporte de sólidos??) � Vazão de fluido � Inclinação de poço � Propriedades reológicas do fluido � Concentração de sólidos alimentados � Excentricidade � Regime de escoamento � Perfil de velocidade � Rotação de tubo interno � Distribuição de partículas � Vazão de sólidos alimentados Transporte de sólidos � Padrões de Escoamento � Leito Móvel � Leito Estacionário � Suspensão � Dunas Transporte de sólidos Transporte de sólidos � Modelos para cálculo do transporte de Sólidos � Iyoho � outros empíricos, Bern � mecanicistas � modelos de camadas • Gavignet, André Leibsohn (Simcarr), Nguyen Transporte de sólidos γγ ε θθγω ττ ττ π θ d sensensenD M A D C C SSF dZ dP A SS dZ dP A CAUCAUCAU CAUCAUCAU b be S e L S iiLLL iiSSS MTMLLLSSS MTMLLLSSS .cos .2 )..(. exp. 2 ... ... )1.(.)1.(.)1.(. ...... 22 2 ∫ −−= +−−=− −−=− −=−+− =+ Modelo de duas Camadas (Modelo de Leibsohn) – Formulação global Transporte de sólidos � Aumento do peso específico do fluido devido à presença de sólidos no anular: ρa = ρL (1-Cs) + ρsCs Transporte de sólidos � Excemplo Um poço vertical com profundidade final de 2600m está preenchido com um fluido de perfuração de peso específico de 12 lb/gal. A perda de carga total do anular é de 155 psi. A concentração de sólidos média no poço é de 3%. Sabe-se que a formação atravessada apresenta, em média, uma densidade de 22,5 lb/gal. Calcule o ECD de fundo nas seguintes condições: a) Sem levar em conta a presença de sólidos no anular b) Levando em conta a presença de sólidos no anular. Transporte de sólidos � Solução � a) Sem sólidos h P ECD .17,0 asv∆+= ρ 260017,0 155 12 x ECD += gallbECD /35,12= Transporte de sólidos � Solução � b) Com sólidos Mas ρa = ρL (1-Cs) + ρsCs ρa = 12 (1-0,03) + 22,5 x 0,03 ρa = 12,32 lb/gal h P ECD .17,0 asv∆+= ρ 260017,0 155 32,12 x ECD += gallbECD /67,12= Transporte de sólidos � Cálculo aproximado da concentração de sólidos com base na taxa de penetração: ROP (taxa de penetração) em m/h D (diâmetro do poço) em polegadas Q (vazão de fluido) em gal/min Q DROP xCs 2. 002229,0= Transporte de sólidos � Exemplo Calcule a concentração aproximada de sólidos em um poço de 12 ¼ pol, com uma ROP de 30 m/h e uma vazão de 800 GPM. Transporte de sólidos � Solução Q DROP xCs 2. 002229,0= 800 )25,12.(30 002229,0 2 xCs = %25,1=sC Transporte de sólidos � Exemplo Calcule a máxima taxa de penetração para que a concentração de sólidos não exceda 5 % em um poço de 8 ½ pol com uma vazão de 500 gal/min. Transporte de sólidos � Solução Q DROP xCs 2. 002229,0= 2.002229,0 . D QC ROP s= hmROP /155= 2)5,8.(002229,0 500.05,0=ROP Transporte de sólidos � Exemplo Um poço vertical (profundidade final de 5220 m) está sendo perfurado em águas profundas, onde a janela operacional (limitada pela pressão de póros e a pressão de fratura) é bastante estreita. O ECD de fratura na sapata (localizada a uma profundidade de 4200 m) é de 11,4 lb/gal. O peso do fluido usado é de 10,2 lb/gal e as perdas de carga no anular revestido são de 290 psi. A formação atravessada apresenta uma densidade média de 21,8 lb/gal. a) Calcule a máxima concentração de sólidos para não fraturar a sapata. b) Calcule a máxima taxa de penetração permitida para uma vazão de 400 GPM sabendo que o diâmetro da fase é de 12 ¼ pol. Transporte de sólidos � Solução a) Acréscimo de ECD devido às perdas de carga: � Logo, o peso específico máximo do fluido no anular deve ser de 11 lb/gal (11,4 – 0,4). h P ECD .17,0 )( asv ∆=∆ gallbECD /40,0 4200.17,0 290 )( ==∆ sssL CC .)1(max ρρρ +−= Ls L sC ρρ ρρ − −= max Transporte de sólidos � Solução (cont.) Ls L sC ρρ ρρ − −= max 2,108,21 2,1011 − −=sC %9,6069,0 ==sC Transporte de sólidos � Solução (cont.) b) 2)25,12.(002229,0 600.069,0=ROP Q DROP xCs 2. 002229,0= 2.002229,0 . D QC ROP s= hmROP /82=
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