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E -b o o k D an i N oc e - 1 - E - B O O K Aprenda técnicas profissionais e domine a arte da confeitaria 5 passos para preparar sobremesas incríveis em qualquer ocasião por Dani Noce E -b o o k D an i N oc e - 2 - B E M - V I N D O S ! X ;) Estou muito feliz de poder compartilhar com vocês um pouco do meu amor pela confeitaria. Eu sem- pre fui apaixonada pela culinária, desde quando era criança e ficava vendo meus pais, minha avó e mi- nhas tias na cozinha. Como eu era muito pequena, minha mãe só me deixava ajudar com os preparos menores de algumas sobremesas, e foi assim que eu dei meus primeiros passos nesse mundo. A gente fazia tortas e bolos para vender num gru- po de caridade e eu adorava quando aquilo que eu tinha preparado com tanto carinho acabava rá- pido. Coisas da vida, eu acabei ficando um bom tempo longe da confeitaria, mas a paixão nunca foi embora. Até que um dia, eu decidi vender as lojas que eu ti- nha e retomar os bolos, tortas e doces que eu tanto gosto. Como vocês vão ver, confeitaria requer prá- tica e continuidade, então as receitas que eu tentei logo de cara nessa época não deram muito certo. Mas foi assim que eu fiz meus primeiros vídeos. A ideia do meu marido era mostrar justamente mi- nhas tentativas de acertar os preparos e depois de E -b o o k D an i N oc e - 3 - uns meses, a gente conseguiu vender alguns epi- sódios para a VH1. Ao mesmo tempo, eu comecei a receber mensagens de pessoas que queriam fa- zer as receitas que eu mostrava no canal - mas da forma certa, né? Foi nessa época que eu decidi procurar cursos e melhorar minha técnica na cozinha. Procurei o me- lhor curso de confeitaria que eu tinha condições de fazer e fui para Paris estudar na Lenôtre, por- que eu queria entender a base e a história da con- feitaria francesa. Eu aprendi muito sobre a química e a física das preparações, o que me permitiu co- meçar a criar minhas próprias receitas. Confeitaria tem tudo a ver com conhecimento e com técnica, além de muita observação e habili- dade com as mãos. Hoje, com livros publicados, milhares de receitas no meu site e centenas no ca- nal do YouTube, eu fico muito feliz por poder com- partilhar o que eu aprendi para ajudar você a apri- morar suas técnicas e descobrir novas texturas e sabores. E, é claro, preparar sobremesas incríveis. Vamos conhecer mais da arte da confeitaria? E -b o o k D an i N oc e - 4 - D I C A 1 . Entenda a essência da confeitaria A essência da confeitaria está na organiza- ção. E a gente pode começar organizando a forma como a gente encara as receitas. Uma das bases da confeitaria profissional é a pre- cisão. Sabe quando você faz uma receita pela pri- meira vez e fica ótimo? Aí, você tenta fazer de novo e sai tudo errado? Um dos motivos possíveis é a falta de precisão. Muitas vezes, os preparos de- pendem de reações químicas exatas para chegar no ponto correto, ficar com a textura agradável e, claro, o sabor que você estava buscando. Afinal, o que é um punhado? E qual o tamanho de xícara que você deve usar? É subjetivo, não é? E -b o o k D an i N oc e - 5 - Por isso, acostume-se a usar medidas em gramas, inclusive para os ingredientes líquidos. Isso ajuda na hora de dobrar receitas e repetir o preparo com resultados muito próximos. Você pode fazer aquele bolo em casa usando xícaras e colheres medidoras. Não tem problema. Seu bolo vai ficar uma delícia também. Mas quando a gente fala de técnicas pro- fissionais, a precisão é fundamental. E aí, tem que utilizar ingredientes medidos por peso mesmo. Além dessa reorganização do pensamento, tem também a organização da sua área de trabalho. Não tem como ser preciso se você tiver ingre- dientes por todos os lados e tigelas sujas na pia. É prática nas confeitarias você organizar seus preparos antes de começar a cozinhar. É o cha- mado mise en place, ou seja, colocar tudo no lu- gar. Açúcar, farinha, ovos… tudo já fica na quanti- dade certa da receita. E -b o o k D an i N oc e - 6 - Nas confeitarias, eu sempre organizava tudo que eu iria precisar naquele dia pela manhã para ficar tudo muito mais fácil e ágil quando eu fosse prepa- rar as sobremesas à tarde. Lá, tem aqueles refrige- radores que dá para entrar com prateleiras de ban- dejas, todas organizadas para o trabalho do dia. E como você pode adotar essas práticas na cozinha da sua casa? Primeiro, leia a receita inteira e entenda qual será o processo! A seguir, destrinche a receita: 1. De quais ingredientes você precisa? 2. Identifique os utensílios necessários; 3. Analise: você tem habilidade para fazer a receita ou alguma técnica ainda é muito avançada? Depois, organize os ingredientes. E -b o o k D an i N oc e - 7 - Isso quer dizer já deixar todos separados e pesa- dos, por etapa da receita. Assim, você não corre o risco daquela calda passar do ponto porque você foi buscar e medir um creme de leite que tinha hora certa para acrescentar. Coloque tudo em uma ban- deja, pela ordem que você vai precisar deles. Só depois disso é que você vai começar a preparar a receita. Lembrando que, se não for usar os ingredientes frescos na hora, guarde suas porções já em poti- nhos na geladeira até a hora que for precisar. E -b o o k D an i N oc e - 8 - D I C A 2 . Domine os ingredientes “Conhecer detalhadamente os ingredientes que são indispensáveis para um prato saboroso é essencial para um bom resultado.” Agora que você já está trabalhando em gramas, fica muito mais fácil ter domínio sobre os ingredientes e ajustá-los de acordo com o que a gente quer obter. Sendo assim, o próximo passo é entender a proporção de cada ingrediente na recei- ta, ou seja, a porcentagem que cada um represen- ta. Sim, eu estou falando de matemática. Isso vai te ajudar muito na hora de mudar as quantidades. Confeitaria X Matemática Pode relaxar, porque são princípios básicos e fun- damentais para que as chances de errar em uma proporção da receita diminua consideravelmente... E -b o o k D an i N oc e - 9 - Por exemplo, se eu tenho uma receita com: y 500 gramas de farinha y 150 gramas de açúcar y 150 gramas de ovos y 200 gramas de manteiga Isso quer dizer que o total de ingredientes chega a 1000 gramas. Usando a Regra de Três, você des- cobre as proporções dessa receita: y 50% de farinha y 15% de açúcar y 15% de ovos y 20% de manteiga Se você quiser aumentar a massa e colocar mais 100 gramas de farinha, por exemplo, os 600 gramas de farinha precisam ser 50% do total. Então, para che- gar na quantidade de açúcar, você faz a conta: y 600 gramas de farinha – 50% y X gramas de açúcar – 15% 15% x 600 gramas de farinha ÷ 50% = 180 gramas de açúcar Assim, você descobre que precisa de 180 gramas de açúcar nessa massa de bolo. Isso te ajuda tam- bém a saber quanta gordura ou água tem na recei- E -b o o k D an i N oc e - 10 - ta, por exemplo. E aí, se você quiser substituir uma fonte de gordura por outra, você sabe o total que isso representa na sua receita. “Antes de compreender o ingrediente em si, pense em como uma receita pode virar uma proporção, porque dessa maneira é muito mais fácil para calcular quando queremos aumentar ou diminuir a receita.” E -b o o k D an i N oc e - 11 - Esse é mais um motivo para você conhecer bem os ingredientes que vai usar e ler os rótulos dos produ- tos para saber quanto tem de gordura, de carboi- dratos, etc. Um mesmo produto pode ter composi- ções diferentes dependendo da marca ou do tipo. Quer ver? Existem farinhas à base de diferentes grãos no mercado. Mas você sabia que a nossa tão usada farinha de trigo também pode ter variações? Existem dois componentes do trigo que interfe- rem na textura dos preparos, quando associados com os outros ingredientes das receitas. São eles: o amido e o glúten. E -b o o k D an i N oc e - 12 - Uma das funções do glúten é deixar a massafofi- nha, porque aprisiona os gases formados durante a fermentação. É isso que faz com que as massas cresçam. Quanto mais você mexe ou sova a massa, mais glúten se forma. Essa é a diferença da textu- ra entre bolo e pão, por exemplo. Por isso, é pre- ciso formar a quantidade certa de glúten e tomar cuidado com quanta farinha a gente adiciona nos nossos bolos. Nos Estados Unidos, você encon- tra até farinhas específicas para bolo no mercado, com menos glúten. O amido também contribui para a maciez da mas- sa. Ele é formado por carboidratos, que são ali- mento para as leveduras do fermento. Ou seja, farinhas com proporções diferentes de ami- do e glúten terão efeitos diferentes no seu prato. “Conhecer a estrutura química do ingrediente e as reações (que a composição da receita pode causar) é um grande trunfo para um confeiteiro.” Quer outro exemplo de diferenças entre ingredien- tes muito importante de se conhecer? E -b o o k D an i N oc e - 13 - Fermento em Pó X Bicarbonato de Sódio? Ambos servem para que mais gás se forme duran- te o preparo e, com isso, nossos bolos cresçam e fiquem bem fofinhos. Mas não dá para usar um no lugar do outro, não. O bicarbonato de sódio, submetido ao calor, libe- ra dióxido de carbono, que faz as massas cresce- rem. Mas ele também libera carbonato de sódio, que deixa um gosto um pouco metálico nos pre- paros. Por isso é que se acrescenta um ingrediente ácido à mistura, como limão e buttermilk, que aju- da a anular esse gosto indesejado. A reação é su- per rápida e, por isso, é usado mais em biscoitos e outros preparos rápidos. E -b o o k D an i N oc e - 14 - Já o fermento em pó é uma mistura de bicarbo- nato de sódio, amido e um elemento ácido. Dessa forma, ele não deixa nenhum sabor residual. De- mora um pouco mais para agir, porque reage em duas etapas: primeiro, por causa do bicarbonato de sódio; e, depois, por causa dos outros sais que compõem o fermento químico. Ele é muito usado em bolos justamente porque eles precisam crescer aos poucos, para não perder a forma. E -b o o k D an i N oc e - 15 - D I C A 3 . Escolha os produtos corretos A qualidade dos nossos preparos depen- de totalmente da qualidade dos ingredientes que escolhemos. É preciso conhecer muito bem o que você vai acrescentar à receita, saber a procedência e identificar o ponto de maturação, para decidir se usa uma fruta mais doce ou mais ácida, por exemplo. Muitas vezes, é difícil escolher o produto mais cor- reto por conta do preço, que impacta diretamen- te na produção dos doces e, consequentemente, no lucro da confeitaria. Existem muitos caminhos possíveis para diferentes orçamentos. Você deve escolher o seu e entender qual a melhor opção para o seu negócio. Por isso, mais uma vez, é im- portante saber a origem dos ingredientes que es- tamos usando e qual a característica de cada um E -b o o k D an i N oc e - 16 - deles, para saber o que eles estão agregando - ou não - à sua receita. Por exemplo, vamos pensar nos ovos, que estão presentes em muitos preparos de sobremesas. Quais tipos de ovos existem? Ovos de granja: esse é o mais comum de se en- contrar, e é produzido a partir da criação em gran- jas ou gaiolas. São usadas técnicas de controle do ambiente, como iluminação artificial, e a alimen- tação é feita basicamente com ração balanceada, sem vegetais ou insetos. Ovo orgânico: para ser considerado orgânico, o ovo precisa ser produzido em um sistema que respeite a sustentabilidade do solo e dos recursos naturais envolvidos. As galinhas só podem se alimentar de rações sem agrotóxicos, fertilizantes ou transgêni- cos, e não podem ser medicadas com antibióticos ou medicamentos que estimulem crescimento. E -b o o k D an i N oc e - 17 - Ovo caipira: é aquele ovo de galinhas que são cria- das soltas na fazenda, sem hormônios e antibióti- cos. Em geral, essas galinhas produzem ovos me- nores e em quantidade menor do que as galinhas de granja. Mas, Dani, e aqueles ovos caipiras do mercado? Normalmente, você só encontra os verdadeiros ovos de galinhas livres em feiras menores. Aqueles que a gente vê no mercado, muitas vezes, vêm de uma galinha caipira “da indústria”. São aves cria- das em galpões que cumprem alguns critérios, como gaiolas com 3m2 de pasto e dietas exclusiva- mente vegetais, mas não são aquelas que andam livremente pelo quintal. E -b o o k D an i N oc e - 18 - D I C A 4 . Prepare os cremes clássicos Na confeitaria, a textura é fundamental. Quem não saliva pensando naquele doce cremoso e aveludado? É a prática que vai te aju- dar a chegar numa base deliciosa para os seus preparos. Por isso, é tão essencial aprender sobre os cremes clássicos. Para que você possa ampliar seu repertório na co- zinha, eu quero te contar sobre dois cremes mui- to usados nas sobremesas, e algumas variações. Primeiro, vamos falar do... chantilly! Esse é um creme de leite fresco batido com açúcar. Você pode usar pouco açúcar ou uma quantidade razoável, desde que ele seja batido até formar pi- cos firmes. O creme de leite precisa estar super ge- lado e você pode também deixar os utensílios na E -b o o k D an i N oc e - 19 - geladeira antes de usar. Assim demora mais para subir a temperatura e você atinge o ponto correto. Embora o açúcar não seja parte obrigatória da re- ceita, seu uso dá uma maior estabilidade para o chantilly. Você pode inclusive acrescentar sabores, como pequenas quantidades de destilado ou purê de frutas. Uma outra opção é infusionar o creme de leite com baunilha, canela, cítricos e chás, por exemplo, e gelar por 12 a 24 horas. A gordura do creme de leite vai pegar os sabores e seu chantilly vai ficar com um sabor diferente e delicioso. E -b o o k D an i N oc e - 20 - R E C E I T A D A D A N I Chantilly Ingredientes: y 500 gramas (2 xícaras de chá) de creme de leite fresco y 40 gramas (4 colheres de sopa) de açúcar Modo de Preparo: Misture os dois ingredientes e bata até formar picos firmes. Só tome cuidado para não bater demais, senão começa a virar manteiga.Dica da Dani E -b o o k D an i N oc e - 21 - Você conhece o crème fouettèe? O crème fouettèe é o creme de leite fresco batido sem açúcar. Ele é usado nas preparações de ou- tros cremes, como no creme légère, por isso, é ba- tido até formar picos médios, ou seja, ele fica ae- rado e com estrutura, mas pode ser incorporado sem dificuldade a outros preparos. Aqui no Brasil, acabamos chamando tudo de chantilly, mas existe essa diferença. Outro preparo que aparece em muitas receitas é o creme inglês. A receita mais antiga que se conhece é do sécu- lo XVI, na corte inglesa, mas esse creme provavel- mente existe há mais tempo. Ele é um dos precur- sores dos cremes à base de ovos e lembra o creme de confeiteiro, só que mais líquido. Na França, é mais líquido e frio do que se costuma usar na In- glaterra, onde é servido quente. A minha receita base, eu considero de intermediária para espessa. Se quiser deixar menos espesso, você diminui a quantidade de gemas. Ou, se preferir um pouco mais firme, é só aumentar essa proporção. E -b o o k D an i N oc e - 22 - R E C E I T A D A D A N I Creme Inglês Ingredientes: y 500 ml (2 xícaras de chá) de leite integral y 1 fava de baunilha y 130 gramas (2/3 de xícara de chá + 1 colher de sopa) de açúcar cristal y 120 gramas (6 unidades) de gemas Modo de Preparo: 1. Em uma panela coloque o leite, as sementes da fava de baunilha, a metade do açúcar e leve para ferver. 2. Em uma tigela misture as gemas com o restante do açúcar. E -b o o k D an i N oc e - 23 - 3. Quando a mistura do leite ferver, jogue por cima das gemas e mexa sem parar. 4. Coe, leve de volta à panela e cozinhe em fogo baixo mexendo sem parar, até que o creme atinja a temperatura de 82° C (no ponto napê). Se você passar dessa temperatura, ele pode começar atalhar e coagular. Nesse caso, passe por uma peneira para tirar os grumos e não perder totalmente o creme. 5. Derrame sobre um refratário, cubra com papel-filme e leve à geladeira. 6. Para deixar o creme mais aveludado, assim que terminar o preparo, jogue em uma tigela dentro de um banho-maria invertido (ou seja, a tigela quente sobre uma bacia de água com gelo) e mexa com o fouet até esfriar. Você pode fazer um creme inglês mais untuoso substituindo o leite por creme de leite fresco ou usar metade leite e metade creme de leite, dependendo da textura que você quer atingir na preparação. Também dá para trocar a baunilha por outros tipos de extratos, adicionar destilados quando o creme já estiver frio, ou fazer uma infusão no leite com raspas de cítricos. Dica da Dani Dica da Dani E -b o o k D an i N oc e - 24 - D I C A 5 . Precificação: saiba gerenciar o seu negócio Como você viu, são muitos os cuidados que você precisa ter na hora de selecionar as receitas e os ingredientes. Isso sem contar o treino que precisa para chegar naquele bolo saboroso e pronto para ser vendido. E aí, vem aquela dúvida: como preci- ficar corretamente o seu produto? Esse não é um tema fácil. Depende muito dos seus objetivos, vivência, produto, experiência... Nós separamos algumas dicas importantes para ajudá-los nessa missão. Mas lembre-se que não existe fórmula ideal. Sempre haverá variações de acordo com a região do seu negócio, produtos uti- lizados, mão de obra e público-alvo. E -b o o k D an i N oc e - 25 - Como definir o preço do seu produto 1. Liste todos os produtos que usa no seu negócio e coloque o valor unitário (em gramas) de tudo o que comprar. Busque os melhores preços e adicione uma margem de segurança. Atualize essa tabela de preços pelo menos de 6 em 6 meses. Exemplo: Produto Quantidade Valor Leite condensado 395 gramas R$ 5,60 Manteiga 200 gramas R$ 8,00 2. Inicie a ficha técnica. Você precisa saber quanto rende a sua receita. Aproveite essa etapa para organizar todos os detalhes – ingredientes, modo de preparo e rendimento. Além do seu negócio ficar organizado, é uma forma de manter o padrão de qualidade do seu produto. Veja o exemplo: E -b o o k D an i N oc e - 26 - F I C H A T É C N I C A D A R E C E I T A Brigadeiro de Coco Ingredientes: y Leite condensado - 395 gramas y Creme de leite - 50 gramas y Manteiga - 25 gramas y Coco ralado - 50 gramas y Glucose - 20 gramas y TOTAL: 540 gramas Modo de Preparo: Coloque todos os ingredientes em uma panela e leve ao fogo até o ponto de brigadeiro. Despeje em um prato para esfriar. Observações: Assim que tirar o brigadeiro de coco da panela, o produto terá perdido parte do peso inicial. Por isso é necessário pesar novamente para descobrir o rendimento total depois de pronto. z Ao pesar a receita acima o rendimento foi de 432 gramas. E -b o o k D an i N oc e - 27 - z No início do preparo, o peso total dos ingre- dientes era de 540 gramas. A perda foi de 108 gramas, o que representa 20% do peso inicial. z Para saber quantos brigadeiros rendem a sua receita, é preciso padronizar um valor de peso unitário. Considere 15 gramas por unidade. z Feito isso, divida o rendimento da receita (432 gramas) pelo valor unitário do seu produto (15 gramas) = 28,80. Logo, uma receita de briga- deiro de coco rende 28 unidades. Agora é só fazer isso com cada produto! 3. Para os gastos totais, além dos ingredientes, adicione os gastos com água, energia elétrica, gás, aluguel e mão de obra. Isso pode variar muito de cozinha para cozinha. É preciso observar, ao final do mês, quanto você gastou e conseguiu produzir. Só assim conseguirá pensar no quanto terá que cobrar em cada produto para que não tenha prejuízo. Exemplo: E -b o o k D an i N oc e - 28 - BRIGADEIRO DE COCO Ingredientes Quantidade Valor Leite condensado 395 gramas R$ 5,60 Creme de leite 50 gramas R$ 0,55 Manteiga 25 gramas R$ 1,00 Coco ralado 20 gramas R$ 2,00 Glucose 20 gramas R$ 0,20 Coco ralado grosso para finalização 100 gramas R$ 4,20 Forminha 28 unidades R$ 0,58 Caixa de transporte 1 unidade R$ 2,20 TOTAL R$ 16,33 RENDIMENTO 28 unidades Some o valor total com os outros gastos. Considere mais 20% para despesas estruturais (água, energia elétrica, gás, aluguel) e mais 10% para mão de obra. BRIGADEIRO DE COCO Custo da receita R$ 16,33 Agua, energia elétrica, gás e aluguel R$ 3,26 Mão de obra R$ 1,63 TOTAL R$ 21,22 RENDIMENTO 28 unidades Com isso sabemos que para fazer uma receita de brigadeiro, incluindo todos os gastos, o custo total foi de R$ 21,22. O rendimento foi de 28 unidades. Logo, cada unidade custará R$ 0,75. Agora pense E -b o o k D an i N oc e - 29 - no quanto você gostaria de ganhar de lucro. Se mul- tiplicar por dois (100% de lucro), o valor final do bri- gadeiro, que será cobrado do cliente, será R$ 1,50. 4. Já fizemos boa parte dos processos e temos um valor estipulado para venda. Mas antes de começar lembre-se de algo valioso: a pesquisa de mercado. Por quanto o seu concorrente vende? Se você colocar esse preço, os seus clientes irão comprar? Liste várias confeitarias do seu bairro e pessoas que trabalham com um produto semelhante ao seu e pesquise os preços. Você não pode ter prejuízo! Se está começando e quer ganhar clientes, considere um preço convidativo. 5. Agora sim: defina o valor final e comece a vender! Com as pesquisas realizadas, o valor final estipulado foi R$ 1,60 a unidade do brigadeiro de coco. Faça isso com cada item da sua confeitaria e você terá um cardápio saboroso e pronto para as vendas. E -b o o k D an i N oc e - 30 - Recado da Dani Eu fico muito feliz que você tenha chegado até aqui e espero que tenha lhe ajudado a entender um pou- co mais da essência da confeitaria. Para mim, é uma satisfação imensa saber que eu pude contribuir para que alguém se sinta mais confiante nos preparos e possa até começar um negócio vendendo doces, que vão melhorar quanto mais você treinar as receitas. Uma sobremesa preparada com carinho, esmero e bons ingredientes vai ser deliciosa, não importa o tipo! Um beijo, Dani ; )
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