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VI FISIOTERAPIA EM TRAUMATO-ORTOPEDIA - GIOVANA SIMÕES FIGUEIRA

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ISECENSA 
5º PERÍODO 
FISIOTERAPIA EM TRAUMATO-ORTOPEDIA 
PROFESSOR: ​SILENO JUNIOR 
ALUNA: ​GIOVANA SIMÕES FIGUEIRA 
MATRÍCULA: ​1910014649 
 
Luxação do ombro 
 
 
Ocorre quando uma força extrema supera os mecanismos estabilizadores (lábio, 
cápsula e manguito rotador) e desloca a cabeça do úmero para fora da glenóide. 
Chamamos de subluxação quando a cabeça do úmero se desloca parcialmente na 
cavidade glenóide, não saindo totalmente de posição. (Retorna à posição original 
sozinho após o deslocamento). 
 
Etiologia 
 
As causas comuns são lesões provocadas por esportes (como bloquear um lance 
ao jogar basquete), um acidente de carro e quedas. Quando um ​ombro é 
deslocado, os tecidos ao redor da articulação, como ligamentos, tendões, vasos 
sanguíneos e nervos, também podem sofrer distensão ou ruptura. A prática de 
musculação ou levantamento de pesos, também podem contribuir para a sua 
ocorrência quando as cargas são mais elevadas, já no bebê ou na criança os 
episódios de luxação são raros, mas podem ocorrer por puxões súbitos. 
 
 
 
 
 ​Lesão de Bankart 
 
É o destacamento do lábio ou labrum da glenóide, ocorre em mais de 97% dos 
pacientes que sofrem o primeiro episódio traumático de luxação do ombro. Essa 
lesão é definida como o destacamento do complexo capsulolabral ântero inferior da 
glenóide, o que resulta em perda da altura labral e alongamento da banda anterior 
do ligamento glenoumeral inferior. 
 
 
 Luxação Acromioclavicular 
 
A luxação acromioclavicular ocorre por trauma direto na parte de trás do ombro 
(escápula), comumente por queda de altura. Os ligamentos entre a clavícula e o 
acrômio são os mais superficiais e são os primeiros a serem lesados. Dependendo 
da energia do trauma, os ligamentos entre a clavícula e o processo coracóide 
podem ser lesados, dando origem às luxações mais graves. 
 
 
 
Lesão de Hill-Sachs 
Lesão óssea na porção posterior cabeça do úmero, típica da luxação anterior do 
ombro. É provocada pelo impacto da cabeça do úmero contra a borda da glenóide, 
que “amassa” ou comprime a cabeça do úmero (osso mais frágil). 
 
Sinais e sintomas 
Os sinais e sintomas que habitualmente ocorrem com a luxação do ombro são a 
dor, habitualmente muito intensa e o aparecimento de deformidade com o 
desaparecimento do contorno deltóide arredondado. 
O braço apresenta impotência funcional marcada, estando com as mobilidades 
bloqueadas na posição em que luxou e que são: 
- Rotação externa e abdução ligeira – na luxação anterior; 
- Rotação interna e adução – na luxação posterior; 
- Abdução superior a 90ª – na luxação inferior (ou ereta). 
 
Qual é o tratamento da luxação do ombro? 
Ocorrido o deslocamento, o objetivo inicial é a redução do ombro – colocar o ombro 
no lugar. Isso deve ser feito por um médico e apenas após avaliação clínica e 
radiográfica. Analgésicos, infiltrações ou mesmo anestesia podem ser realizadas 
para diminuir a dor durante o procedimento. Após a redução, uma nova radiografia 
deve ser realizada para se certificar de que o procedimento foi realizado de maneira 
correta. O paciente deve utilizar tipóia. O período de tempo e o tipo de tipóia 
recomendados a ele serão determinados pelo médico, de acordo com a gravidade 
da luxação, a idade do paciente e sua assiduidade na prática de atividade física. 
Exames subsidiários, como a ressonância nuclear magnética (RNM) podem ser 
necessários para avaliar lesões associadas. 
Quando é indicado o tratamento cirúrgico? 
Indivíduos com maior risco de luxação (jovens, esportistas ou com demanda 
elevada) podem precisar de tratamento cirúrgico após o primeiro episódio da 
luxação. Nos indivíduos que possuem lesões do lábio, lesões ósseas associadas, 
lesões dos tendões do manguito rotador ou em indivíduos com alta demanda - 
como, por exemplo, atleta de esportes de arremesso - o tratamento cirúrgico pode 
ser indicado. A cirurgia também é recomendável àqueles que sofrem casos 
recorrentes de luxação ou subluxação, sem melhora com o tratamento conservador. 
Existem diversos estudos avaliando a vantagem e o risco x benefício da cirurgia 
após o primeiro episódio de luxação. A conclusão final é de que é vantajoso partir 
para a cirurgia mesmo após um único episódio de luxação. 
 
Caso Clínico: 
 
Paciente J.H, sexo masculino, 22 anos, jogador profissional de basquete, relatou 
que durante uma partida tentou realizar uma enterrada e foi bloqueado pelo jogador 
adversário. Em seguida foi retirado da partida queixando-se de dor intensa no 
ombro esquerdo e o fisioterapeuta responsável fez a imobilização do local. Foi 
encaminhado para o hospital onde realizou uma radiografia e foi diagnosticado com 
uma luxação anterior no ombro esquerdo sem lesões associadas. Logo após foi 
medicado com anti-inflamatório para aliviar a dor e a inflamação, realizou a redução 
do ombro e procedimento cirúrgico para retensionamento da cápsula e teve o 
membro imobilizado. 
Após retirar a imobilização na 3° semana, foi encaminhado para fisioterapia. 
Ao avaliar, o fisioterapeuta observou edema no local, fraqueza muscular grau 3 para 
todos os movimentos do ombro e cotovelo e grau 4 para os movimentos de punho e 
dedos, frouxidão ligamentar anterior, mobilidades diminuídas nos movimentos de 
rotação externa (possuía apenas 15°) e abdução (apenas 45°), os músculos 
trapézio superior, peitoral maior e grande dorsal estão hiperativos. 
 
Q.P.:​ “Quero voltar às quadras.” 
 
Tratamento: 
O tratamento foi iniciado e é realizado 3 vezes na semana. 
 
Objetivo Geral: 
Retomar à atividade profissional. 
 
Objetivo Específico: 
Diminuir quadro álgico, ganho de amplitude de movimento, restabelecer força 
muscular, liberar aderências teciduais e de ponto gatilho. 
 
Plano Terapêutico: Diminuir quadro álgico e ganho de ADM 
 
Fase inicial: 
Eletrotermofototerapia: 
- Crioterapia domiciliar: Método PRICE 2 vezes por dia (manhã e noite), após a 
dormência marcar 15 minutos e tirar; 
- Laser: dose 8J, de 2-3 nos pontos de dor, durante 2 minutos e 40 segundos 
por ponto; 
- Tens: 5 Hz para analgesia, 15 minutos; 
 
Liberação Miofascial: ​Nos músculos supraespinhal, infraespinhal, redondo 
menor, subescapular, trapézio fibras superiores, peitoral (maior e menor) e 
deltóide de 8-12 traços. 
 
Cinesioterapia ativa livre: 
- Flexão de ombro (3x10); 
- Abdução de ombro (com auxílio do terapeuta realizando uma mobilização 
escapular); 
- Rotação externa 3x10; 
- Rotação interna 3x10; 
 
Fase subaguda: Restabelecer ADM, força muscular 
Todas as sessões vão se iniciar com Liberação miofascial e fortalecimento do 
manguito rotador 
 
Liberação miofascial: 
Traços miofasciais (origem para inserção): peitoral maior, trapézio fibras superiores, 
grande dorsal 
Dígito-pressão: Músculos do manguito rotador, redondo maior 
 
Cinesioterapia ativa livre: 
- Exercício YWT 4x10 
 
Cinesioterapia ativa resistida: 
- Rotação interna 4x10 Tuboband amarelo 
- Rotação externa 4x10 Tuboband amarelo 
 
Após esse início, os protocolos se alternam a cada sessão entre A e B 
 
Protocolo A (Halter 1-2kg) 
Flexão de ombro 3x8 
Extensão de ombro 3x8 
Abdução de ombro 3x8 
Protração escapular (deitado na maca) 3x8 
 
Protocolo B (Halter 1-2kg) 
Flexão de cotovelo 3x8 
Extensão de cotovelo 3x8 
Pronação 3x10 
Supinação 3x10 
Flexão de punho 3x10 
Extensão depunho 3x10 
 
● Fase de Resolução: 
Objetivos: Recuperar força e mobilidade de todo o membro superior esquerdo, 
propriocepção e gestual esportivo 
 
 
Cinesioterapia ativa-resistida: 
 
Para iniciar cada uma das três sessões semanais 
Rotação externa de ombro 4x10 - Tuboband verde 
Rotação interna de ombro 4x10 - Tuboband verde 
Exercício YWT (colocar carga com anilha ou halter de 1kg) 4x10 
Protração escapular 4x10 - Tuboband azul 
 
E alternar entre protocolo A, B e C 
Protocolo A (Halteres entre 3kg e 4kg) 
Flexão de ombro 2x10 
Extensão de ombro 2x10 
Abdução de ombro 2x10 
Abdução horizontal de ombro 2x10 
Adução horizontal de ombro 2x10 
Flexão de cotovelo 2x10 
Extensão de cotovelo 2x10 
Pronação 2x10 
Supinação 2x10 
Flexão de punho 2x10 
Extensão de punho 2x10 
 
Protocolo B: ​Esse protocolo de tratamento será realizado em quadra se possível, 
focando em trabalhar seu gestual esportivo. 
Exercícios de controle de bola (drible comum, trocando de mãos, trocando de mãos 
atrás das costas, etc), arremessos, passes (de peito, picado, com uma mão). 
Por exemplo: 
- Drible comum, estático 
- Passes variados, paciente parado no mesmo local 
- Movimentação para frente e/ou para o lado e gestual de passe para o 
terapeuta. 
- Corrida com resistência aplicada pelo terapeuta com uma superband, dando 
3 passos e fazendo uma bandeja. 
- Posicionar 3 cones em forma de zig zag e solicitar que o paciente passe 
entre os cones quicando a bola com o braço esquerdo e ao final arremessar 
a bola na cesta. 
Protocolo C 
Exercícios anti-rotacionais 4x 30 seg - 1 min 
Prancha com cotovelos/mãos na bola de pilates ou bosu 3x 45 segundos - 1 min 
Prancha alternando apoios entre cotovelos e mãos 3x 45 segundos 
Flexão de ombro, isometria -Terapeuta irá provocar desequilíbrios em várias 
direções e paciente deve manter a estabilidade (Pode ser realizado com o paciente 
segurando uma carga) 
 
 
REFERÊNCIAS: 
https://maurogracitelli.com/blog/lac 
https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/ortopedia/luxacao-do-ombro/ 
https://maurogracitelli.com/blog/lac
https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/ortopedia/luxacao-do-ombro/

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