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INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS VINICIUS RIOS BARROS e-mail:prof.riosbarros@gmail.com MÁQUINAS 2 Máquinas São transformadores de energia (absorvem energia em uma forma e restituem em outra). Classificação das Máquinas Hidráulicas ) Máquina hidráulica motora: transforma a energia hidráulica em energia mecânica (ex.: turbinas hidráulicas e rodas d’água); 2) Máquina hidráulica geradora: transforma a energia mecânica em energia hidráulica. 3 MÁQUINAS TIPOS DE BOMBAS HIDRÁULICAS 4 Tipo de Bombas Hidráulicas - Bombas volumétricas: o órgão fornece energia ao fluido em forma de pressão. São as bombas de êmbulo ou pistão e as bombas diafragma. TurboBombas ou Bombas Hidrodinâmicas: o rotor fornece energia ao fluido em forma de energia cinética. O rotor se move sempre com movimento rotativo. Centrífugas; Axiais. Diversas: Injetoras; Ar comprimido; Carneiro hidráulico. 5 TIPOS DE BOMBAS HIDRÁULICAS Tipos de Bombas Hidráulicas • Bombas radiais ou centrífugas: o fluido entra no rotor na direção axial e sai na direção radial. Caracterizam-se pelo recalque de pequenas vazões em grandes alturas. A força predominante é a centrífuga. • Bombas axiais: o fluido entra no rotor na direção axial e sai também na direção axial. Caracterizam-se pelo recalque de grandes vazões em pequenas alturas. A força predominante é a de sustentação. Bomba com rotores radial Bomba com rotores axial 6 TIPOS DE BOMBAS HIDRÁULICAS ÓRGÃOS CONSTITUINTES DE UMA BOMBA 7 Órgãos Constituintes de uma Bomba Hidrodinâmica - Órgãos Principais (do ponto de vista hidráulico): 1. Rotor; 2. Difusor. - Órgãos Complementares: 1. Eixo; 2. Caixa de gaxetas; 3. Selo mecânico; 4. Rolamentos; 5. Acoplamentos; 6. Base da bomba. 8 ÓRGÃOS CONSTITUINTES DE UMA BOMBA Caixa de Rolamentos Saída Entrada Difusor Rotor Eixo Rolamentos Caixa de Gaxetas Selo Mecânico Componentes de uma Bomba Centrífuga Base da Bomba Acoplamentos 9 ÓRGÃOS CONSTITUINTES DE UMA BOMBA Órgãos Constituintes de uma Bomba Hidrodinâmica Rotor: órgão móvel que fornece energia ao fluido. É responsável pela formação de uma depressão no seu centro para aspirar o fluido e de uma sobre pressão na periferia para recalcá-lo. Difusor: canal de seção crescente que recebe o fluido vindo do rotor e o encaminha à tubulação de recalque. Possui seção crescente no sentido do escoamento com a finalidade de transformar a energia cinética em energia de pressão (Difusor) rotor Corte do rotor e difusor. 10 ÓRGÃOS CONSTITUINTES DE UMA BOMBA Órgãos Constituintes de uma Bomba Hidrodinâmica Eixo: tem a função de transmitir potência do motor para o rotor da bomba. Além de suportar o peso do rotor e cargas axiais e radias. Caixa de Gaxetas: é um sistema de selagem que tem como objetivo proteger a bomba contra vazamentos nos pontos onde o eixo passa através da carcaça. Local onde são alojados os anéis de gaxeta. Selo Mecânico: é um sistema de vedação utilizado quando o líquido bombeado não pode vazar para o meio externo (líquido tóxico, inflamável e etc.) e, também, em situações em que é necessário evitar uma possível contaminação do líquido bombeado. Rolamentos: têm a finalidade de manter o eixo e rotor em alinhamento com as partes estacionárias, impedindo o seu movimento na direção radial ou axial. Devem passar por manutenção de acordo com o fabricante e horas de funcionamento. 11 ÓRGÃOS CONSTITUINTES DE UMA BOMBA Órgãos Constituintes de uma Bomba Hidrodinâmica Acoplamentos: peças utilizadas para unir o eixo do motor com o eixo da bomba.Quando as bombas não são do tipo monobloco, nas quais o rotor está montado numa extensão do eixo do motor, os mesmos podem ser de dois tipos: . Flexíveis (pinos, lovejoy, falk, balata e engrenagens); . Rígidos (flange). 12 ÓRGÃOS CONSTITUINTES DE UMA BOMBA CLASSIFICAÇÃO DE BOMBAS 13 Classificação 1) Quanto ao número de entradas para a aspiração e sucção • Bombas de sucção simples ou de entrada unilateral: a entrada do líquido se faz através de uma única boca de sucção. • Bombas de dupla sucção: a entrada do líquido se faz por duas bocas de sucção, paralelamente ao eixo de rotação. Esta configuração equivale a dois rotores simples montados em paralelo. O rotor de dupla sucção apresenta a vantagem de proporcionar o equilíbrio dos empuxos axiais, o que acarreta uma melhoria no rendimento da bomba, eliminando a necessidade de rolamento de grandes dimensões para suporte axial sobre o eixo. 14 CLASSIFICAÇÃO DE BOMBAS Classificação 2) Quanto ao número de rotores dentro da carcaça • Bombas de simples estágio ou unicelular: a bomba possui um único rotor dentro da carcaça. Teoricamente é possível projetar uma bomba com um único estágio para qualquer situação de altura manométrica e de vazão. As dimensões excessivas e o baixo rendimento fazem com que os fabricantes limitem a altura manométrica para 100 m. Cortes de bombas monoestágio 15 CLASSIFICAÇÃO DE BOMBAS Classificação • Bombas de múltiplo estágio: a bomba possui dois ou mais rotores dentro da carcaça. É o resultado da associação de rotores em série dentro da carcaça. Essa associação permite a elevação do líquido a grandes alturas (>100 m), sendo o rotor radial o indicado para esta associação. 16 CLASSIFICAÇÃO DE BOMBAS Classificação 3) Quanto ao posicionamento do eixo • Bomba de eixo horizontal: é a concepção construtiva mais comum. Bomba de eixo horizontal 17 CLASSIFICAÇÃO DE BOMBAS Classificação • Bomba de eixo vertical: usada na extração de água de poços profundos. Corte de uma bomba de eixo vertical 18 CLASSIFICAÇÃO DE BOMBAS Classificação 4) Quanto ao tipo de rotor • Rotor aberto: usada para bombas de pequenas dimensões. Possui pequena resistência estrutural. Baixo rendimento. Dificulta o entupimento, podendo ser usado para bombeamento de líquidos sujos • Rotor semi-aberto ou semi-fechado: possui apenas um disco onde são afixadas as palhetas • Rotor fechado: usado no bombeamento de líquidos limpos. Possui discos dianteiros com as palhetas fixas em ambos. Evita a recirculação da água, ou seja, o retorno da água à boca de sucção Esquemas de rotores fechado, semi-aberto e aberto 19 CLASSIFICAÇÃO DE BOMBAS Classificação 5) Quanto a posição da sucção • Sucção positiva: o eixo da bomba fica acima do nível d’água na sucção. Sucção negativa: o eixo da bomba fica abaixo do nível d’água na sucção. Sucção positiva Sucção negativa ou afogada 20 CLASSIFICAÇÃO DE BOMBAS INSTALAÇÃO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO 21 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção 22 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção As bombas devem ser instaladas, niveladas, alinhadas, operadas, montadas e desmontadas por pessoas habilitadas. As instalações de bombeamento podem variar quanto a forma e complexidade, dependendo das condições locais. ) Instalação: ✔ Localização: A instalação do conjunto motobomba deve ser feita em local de fácil acesso, areado e com iluminação satisfatória para inspeções e manutenção. 23 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção ✔ Fundação: Assentamento da base O conjunto deverá ser assentado sobre base firme (normalmente de concreto), de forma a absorver as vibrações. Deve ser construída uma base de concreto com dimensões um pouco maiores que a base de ferro do conjunto, não esqucendo dos parafusos chumbadores. Base de concreto Base de ferro Parafuso Chumbador Cav aArgamassa 24 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção ✔ Fundação: Nivelamento da base Verificar se a base apóia por igual em todos os calços. Caso afirmativo, colocar e apertar uniformemente as porcas dos chumbadores. Ocorrendo um desnivelamento, soltar as porcas dos chumbadores e introduzir entre o calço metálico e a base, chapinhas para corrigir o nivelamento. 25 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção ✔ Fundação: Enchimento da base Para uma sólida fixação e um funcionamento livre de vibrações, deverá ser efetuado o enchimentodo interior da base com armagassa. A preparação da mesma deverá ser efetuada com produtos específicos existentes no mercado da construção civil, os quais evitam a retração durante o processo de cura, bem como proporcionam fluidez adequada para o total preenchimento do interior da base, não permitindo a formação de espaços vazios. 26 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção ✔ Fundação: Alinhamento do acoplamento Normalmente este já vem alinhado de fábrica, mas, por razões diversas (problemas no transporte, colocação incorreta sobre a fundação, aperto desigual dos chumbadores, desalinhamento das tubulações, e etc), pode ocorrer desalinhamento do conjunto. O alinhamento é realizado através da inspeção da luva de acoplamento, e deverá ser executado com as tubulações de sucção e recalque já conectadas. 27 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção 2) Operação: Antes de iniciar a operação da bomba centrífuga, o motor de acionamento deverá ser testado para verificar seu sentid de rotação, com as metades do acoplamento desconectadas. Na carcaça existe uma seta indicando o sentido de rotação. As bombas centrífugas, nem sempre conseguem bombear fluido de um nível inferior ao seu bocal de sucção, necessitando para isto serem escorvadas. Para bombas centrífugas, deve-se ligar o motor com o registro, inicialmente, fechado e abrindo-o lentamente até atingir o ponto de trabalho. Faze-se o processo inverso no ato do desligamento. Não se deve operar a bomba centrífuga, por período longo, com o registro fechado e nem mesmo com vazões reduzidas por causa de superaquecimento. 28 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção 3) Manutenção: A manutenção pode ser: Preventiva: quando o objetivo é detectar possíveis anormalidades para evitar falhas futura; Preditiva: se aplica somente em grandes bombas, por ser de alto custo, consiste no acompanhamento contínuo de variáveis do desempenho da bomba como, o nível de vibração, informação de problemas incipientes e possíveis causas; Corretiva: consiste em, uma vez evidenciado um sintoma de anormalidade, diagnosticar a causa e fazer a devida correção. 29 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção ✔ Manutenção preventiva: Podem ser: - Inspeções diárias: a) pressões de sucção e descarga; b) vazão (quando possui indicador); c) das alterações bruscas em ruído e vibração; d) dos vazamentos da caixa de gaxetas; e) da temperatura dos mancais. - Inspeções mensais: a) dos níveis de vibração; b) do alinhamento; c) das temperaturas dos mancais (com termômetro). 30 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção ✔ Manutenção preventiva: Podem ser: - Inspeções semi anuais: a) funcionamento da caixa de selagem; b) necessidade de substituir ou complementar o lubrificante dos mancais. - Inspeções anuais: a) inspeção completa da bomba, acionador, sistemas auxiliares, acoplamento e instrumentos indicativos. 31 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção ✔ Manutenção corretiva: Podem ser: - A bomba não bombeia: a) não foi escorvada; b) altura de sucção excessiva (NPSH disponível é insuficiente); c) materiais estranhos no rotor; d) entre outros. - Capacidade insuficiente: a) entrada de ar pela tubulação de sucção; b) velocidade muito baixa; c) rotor parcialmente obstruído; d) sentido de rotação errado; e) entre outros. 32 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS Instalação, Operação e Manutenção ✔ Manutenção corretiva: Podem ser: - Pressão insuficiente: a) vazão na linha de sucção; b) ar ou vapor na linha; c) rotor corroído ou avariado; d) entre outros. - Bomba perde a escorva: a) entrada de ar pela caixa de gaxetas; b) bolsões de ar na linha de sucção; c) entrada da tubulação de sucção insuficientemente submergida; d) entre outros. 33 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO 34 Princípio de funcionamento de uma bomba centrífuga ou radial Princípio de funcionamento da bomba centrífuga 35 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DIMENSIONAMENTO 36 Altura Manométrica da Instalação A altura manométrica (Hm) de uma instalação de bombeamento representa a energia (por unidade de peso) que o equipamento irá transferir para o fluido, a fim de satisfazer às necessidades do projeto, ou seja, a sua demanda. Existem duas maneiras de calcular Hm: • Primeira expressão da altura manométrica Utilizada para o caso da bomba em funcionamento (já instalada). • Segunda expressão da altura manométrica Utilizada para uma nova instalação elevatória. 37 DIMENSIONAMENTO • Primeira expressão A equação de Bernoulli aplicada entre a entrada (e) e a saída (s) de uma bomba Instalação típica com manômetro na entrada e na saída DIMENSIONAMENTO • Segunda expressão A equação da energia aplicada entre os pontos 1 e 2 da figura anterior fornece: Instalação típica com manômetro na entrada e na saída 39 DIMENSIONAMENTO Exercícios: 1) Em uma instalação de bombeamento, já em funcionamento, as leituras do manômetro e do vacuômetro indicam, respectivamente, 3,0 kgf/cm2 e -0,7 kgf/cm2. Encontre a altura manométrica da bomba nessa condição. Resposta: Hm = 37,0 mca 2) No sistema de recalque da Figura abaixo, a perda de carga na sucção é de 1,2 mca e a perda de carga no recalque é de 12,3 mca. Pede-se: a) a altura manométrica de recalque; b) a altura manométrica de sucção; e c) a altura manométrica total. Resposta: Hmr: 47,3 mca; Hms: 5,2 mca; Hm: 52,5 mca 40 DIMENSIONAMENTO Escolha da Bomba e Potência Necessária ao seu Funcionamento Basicamente a seleção de uma bomba para uma determinada situação, é função de: vazão a ser recalcada (Q); e altura manométrica da instalação (Hm). - Vazão a ser recalcada A vazão a ser recalcada depende essencialmente de três elementos: 1) Consumo diário da instalação; 2) Jornada de trabalho da bomba; 3) Número de bombas em funcionamento. 41 DIMENSIONAMENTO - Altura manométrica da instalação O levantamento topográfico do perfil do terreno permite determinar: o desnível geométrico da instalação (Hg), o comprimento das tubulações de sucção e de recalque e o número de peças especiais dessas tubulações. Com os comprimentos das tubulações e o número de peças especiais, a perda de carga é facilmente calculada pelo conhecimento dos diâmetros de sucção e de recalque. Altura manométrica de uma instalação Observação: A altura manométrica será calculada por Hm = Hg + ht. Vale ressaltar que se na extremidade da tubulação de recalque for necessária uma pressão adicional (Ps), a mesma deve ser acrescida na equação anterior, ou seja: Hm = Hg + ht + Ps 42 DIMENSIONAMENTO Cálculo dos diâmetros de sucção e de recalque - Diâmetro de recalque (Dr) a) Fórmula de Bresse Recomendada para funcionamento contínuo, ou seja: 24 h/dia. em que: DR = diâmetro de recalque, em m; Q = vazão em m3/s; e K = coeficiente econômico {balanço entre os gastos com tubulação (investimento) e os gastos com a operação da instalação (custo operacional - 0,8 a 1,3)}. 43 DIMENSIONAMENTO Cálculo dos diâmetros de sucção e de recalque - Diâmetro de recalque (Dr) b) Fórmula da ABNT (NB – 92/66) Recomendada para funcionamento intermitente ou não contínuo: em que: DR = diâmetro de recalque, em m; T é o número de horas de funcionamento da bomba por dia; Q = vazão em m3/s. Observação: (Valores a serem verificados) na sucção: Vs < 1,5 m/s (no máximo 2,0 m/s) no recalque: Vr < 2,5 m/s (no máximo 3,0 m/s) 44 DIMENSIONAMENTO Cálculo dos diâmetros de sucção e de recalque - Diâmetro de sucção (Ds) É o diâmetro comercial imediatamente superior ao diâmetro calculado pelas fórmulas anteriores. Exercício: 1) Considere os seguintes dados de um sistema de bombeamento: Vazão de projeto: 39,0 L/s Jornada diária de trabalho: 8 h/dia Para estas condições, encontre os diâmetros comerciais das tubulações. DR =150 mm e DS = 200 mm 45 DIMENSIONAMENTO CAVITAÇÃO 46 Ocorrência da Cavitação O aparecimento de uma pressão absoluta à entrada da bomba, menor ou igual a pressão de vapor do líquido, na temperaturaem que este se encontra, poderá ocasionar os seguintes efeitos: - Se a pressão absoluta do líquido na entrada da bomba for menor ou igual à pressão de vapor e se ela (a pressão) se estender a toda a seção do escoamento, poderá formar-se uma bolha de vapor capaz de interromper o escoamento. - Se esta pressão for localizada a alguns pontos da entrada da bomba, as bolhas de vapor liberadas serão levadas pelo escoamento para regiões de altas pressões (região de saída do rotor). Em razão da pressão externa maior que a pressão interna ocorre a implosão das bolhas (colapso das bolhas), responsável pelos seguintes efeitos distintos da cavitação (ocorrem simultaneamente esses efeitos): 47 CAVITAÇÃO 48 CAVITAÇÃO Ocorrência da Cavitação Efeito químico - com as implosões das bolhas são liberados íons livres de oxigênio que atacam as superfícies metálicas (corrosão química dessas superfícies). Efeito mecânico - atingindo a bolha região de alta pressão, seu diâmetro será reduzido (inicia-se o processo de condensação da bolha), sendo a água circundante acelerada no sentido centrípeto. Com o desaparecimento da bolha, ou seja: com a condensação da bolha as partículas de água aceleradas se chocam cortando umas o fluxo das outras, provocando o chamado golpe de aríete e com ele uma sobre pressão que se propaga em sentido contrário, golpeando com violência as paredes mais próximas do rotor e da carcaça, danificando-as: 49 CAVITAÇÃO 50 CAVITAÇÃO Medidas destinadas a dificultar o aparecimento da cavitação, por parte do usuário a) trabalhar com líquidos frios (menor temperatura, menor Pv); b) tornar a linha de sucção a mais curta e reta possível (diminui a perda de carga); e c) selecionar o diâmetro da tubulação de sucção de modo que a velocidade não ultrapasse 2 m/s (diminui a perda de carga). 51 CAVITAÇÃO NPSH disponível na instalação e NPSH requerido pela bomba Para que uma bomba trabalhe sem cavitar, torna-se necessário que a pressão absoluta do líquido na entrada da bomba seja superior à pressão de vapor, à temperatura de escoamento do líquido. Patm=pressão atmosférica (kgf/m²); Pv=pressão de vapor(kgf/m²); Hs=altura da sucção (m); hts=perda de carga total na sucção (m); y= peso específico do líquido (kgf/m³). Fornecido pelo fabricante A = Altitude em metros 52 CAVITAÇÃO Temperatura ( oC) Tensão de Vapor mm Hg kgf.cm-2 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 12,7 17,4 23,6 31,5 41,8 54,9 71,4 92,0 117,5 148,8 136,9 233,1 288,5 354,6 433,0 525,4 633,7 760,0 906,0 1075,0 1269,0 1491,0 0,0174 0,0238 0,0322 0,0429 0,0572 0,0750 0,0974 0,1255 0,1602 0,2028 0,2547 0,3175 0,3929 0,4828 0,5894 0,7149 0,8620 1,0333 1,2320 1,4609 1,7260 2,0270 Pressão de Vapor da água para diferentes temperaturas 53 CAVITAÇÃO Exercício: Verificar se a moto bomba a seguir irá cavitar. Dados: Altitude de instalação da motobomba: 400m Temperatura do líquido escoante: 25°C Comprimento da tubulação de sucção: 63,2 m Altura da tubulação de sucção: 6 m Diâmetro do sucção: 200 mm Vazão a ser recalcada: 175 m³/h NPSHr: 3 m Material da Tubulação PVC: C=145 Peças na sucção: Peça K 1 válvula de pé 1,75 1 curva de 90° 0,40 1 redução excêntrica 0,15 TOTAL 2,30 Como: NPSHd<NPSHr Moto bomba cavitará 54 CAVITAÇÃO POTÊNCIA 55 - Potência necessária ao funcionamento da bomba (Pot) A potência absorvida pela bomba é calculada por: em que: Hm = Altura manométrica, em m; Q = vazão em, m3/s; γ = peso específico, em kgf/m³; η = rendimento. 56 POTÊNCIA - Potência instalada (N) ou potência do motor O motor que aciona a bomba deverá trabalhar sempre com uma folga ou margem de segurança a qual evitará que o mesmo venha, por uma razão qualquer, operar com sobrecarga. Portanto, recomenda-se que a potência necessária ao funcionamento da bomba (Pot) seja acrescida de uma folga, conforme especificação a seguir (para motores elétricos) Potência exigida pela Bomba (Pot) Margem de segurança recomendada (%) Até 2 cv 50% De 2 a 5 cv 30% De 5 a 10 cv 20% De 10 a 20 cv 15% Acima de 20 cv 10% Motores a óleo diesel recomenda-se uma margem de segurança de 25% e a gasolina, de 50% independente da potência calculada. Para a determinação da potência instalada (N), deve-se observar que os motores elétricos nacionais são fabricados com as seguintes potências comerciais, em cv: 1/4 – 1/3 – 1/2 – 3/4 – 1 – 1 ½ – 2 – 3 – 4 – 5 – 7 ½ – 10 – 12 ½ – 15 – 20 – 25 – 30 – 40 – 50 – 60 – 75 – 100 – 125 57 POTÊNCIA - Escolha da bomba em catálogo do fabricante Exercício: Calcular a potência instalada para a instalação elevatória de água. Dados: rendimento=79% Hm = 65m; Q = 140m³/h; y = 10³ kgf/m³. Na prática deve-se, além do rendimento, observar também a idoneidade do fabricante, os termos de garantia, a disponibilidade de assistência técnica, etc. Modelo escolhido é o GM. 58 POTÊNCIA INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO TÍPICA 59 INSTALAÇÃO TÍPICA Esquema típico de instalação de uma motobomba centrífuga - Peças Especiais numa Instalação Típica de Bombeamento 60 61 62 63 64 65 66 67 - Peças Especiais numa Instalação Típica de Bombeamento • Na linha de sucção 1) Válvula de pé com crivo Instalada na extremidade inferior da tubulação de sucção. É uma válvula unidirecional, isto é, só permite a passagem do líquido no sentido ascendente. Com o desligamento do motor de acionamento da bomba, esta válvula mantém a carcaça ou corpo da bomba e a tubulação de sucção cheia do líquido recalcado, impedindo o seu retorno ao reservatório de sucção ou captação. 2) Curva de 90o Imposta pelo traçado da linha de sucção. 3) Redução Excêntrica Liga o final da tubulação à entrada da bomba, de diâmetro geralmente menor. Essa excentricidade visa evitar a formação de bolsas de ar à entrada da bomba. São aconselháveis sempre que a tubulação de sucção tiver um diâmetro superior a 4” (100 mm). 68 INSTALAÇÃO TÍPICA Na linha de recalque 1) Ampliação concêntrica Liga a saída da bomba de diâmetro geralmente menor à tubulação de recalque. 2) Válvula de retenção É unidirecional e instalada à saída da bomba, antes da válvula de gaveta. Suas funções são: impedir que o peso da coluna de água do recalque seja sustentado pela bomba o que poderia desalinhá-la ou provocar vazamentos na mesma; b) impedir que a bomba funcione como turbina, o que viria a provocar danos à mesma. 3) Válvula de gaveta Instalada após a válvula de retenção. Suas funções são de regular a vazão e permitir reparos na válvula de retenção. 69 INSTALAÇÃO TÍPICA CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS 70 Curvas Características das Bombas Curvas características de bombas centrífugas Curvas características de bombas axiais 71 CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS - Algumas conclusões tiradas das curvas características das bombas 1) O aspecto achatado das curvas de rendimento das bombas centrífugas mostra que tal tipo de bomba é mais adequado onde há necessidade de variar vazão. A vazão pode ser variada sem afetar significativamente o rendimento da bomba; 2) A potência necessária ao funcionamento das bombas centrífugas cresce com o aumento da vazão e decresce nas axiais. Isto mostra que, as bombas radiais devem ser ligadas com a válvula de gaveta fechada, pois nesta situação, a potência necessária para acioná-las é mínima. O contrário ocorre com as bombas axiais; 3) Para bombas radiais, o crescimento da altura manométrica não causa sobrecarga no motor; especial atenção deve ser dada quando a altura manométrica diminui. Quando Hm diminui, aumenta a vazão, o que poderá causar sobrecarga no motor. 72 CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS PONTO DE OPERAÇÃO 73 Curvas Características do Sistema ou da Tubulação A segunda expressão da altura manométrica fornece: Equação por Hazen-Willians Equação por Darcy-Weisbach Essas equações, quando representadas graficamente, têm o seguinte aspecto: Curva característica da Tubulação 74 PONTO DE OPERAÇÃO Ponto de Operação do Sistema A intersecção da curva característicada bomba com a curva característica da tubulação define o ponto de trabalho ou ponto de operação da bomba, ou seja: para a vazão de projeto da bomba, a altura manométrica da bomba é igual àquela exigida pelo sistema. Ponto de funcionamento do sistema 75 PONTO DE OPERAÇÃO Q 0 50 80 110 130 140,4 170 200 230 Hm 57,0 58,18 59,83 62,09 63,94 65,00 68,40 72,39 76,94 Equação de Hazen-Willians Atribuindo-se valores a Q, na equação anterior, teremos os seguintes valores para Hm: Curvas Características do Sistema ou da Tubulação Dados: 76 PONTO DE OPERAÇÃO - Escolha da bomba em catálogo do fabricante Carta hidráulica do fabricante Mark-Peerless (1750 rpm) 77 PONTO DE OPERAÇÃO - Escolha da bomba em catálogo do fabricante Carta hidráulica do fabricante Mark-Peerless (3500 rpm) 78 PONTO DE OPERAÇÃO - Escolha da bomba em catálogo do fabricante Curvas características da bomba GM 79 PONTO DE OPERAÇÃO - Escolha da bomba em catálogo do fabricante Curvas características da bomba GN 80 PONTO DE OPERAÇÃO - Escolha da bomba em catálogo do fabricante . . . . .. .. . . Ponto de projeto Curva do sistemaPonto de Operação do Sistema 81 PONTO DE OPERAÇÃO - Escolha da bomba em catálogo do fabricante . . . . .. .. . . Ponto de projeto Curva do sistemaPonto de Operação do Sistema. 82 PONTO DE OPERAÇÃO - Escolha da bomba em catálogo do fabricante . . 55,0 cv47,5 cv 2,4 m 3,2 m 83 PONTO DE OPERAÇÃO ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS 84 Associação de Bombas Razões de naturezas diversas levam à necessidade de se associar bombas: a) inexistência no mercado de bombas que possam, isoladamente, atender a vazão de demanda; b) inexistência no mercado de bombas que possam, isoladamente, atender a altura manométrica de projeto; c) aumento da demanda com o decorrer do tempo. As associações podem ser em paralelo ou em série. As razões (a) e (c) requerem a associação em paralelo e a razão (b), associação em série. 85 ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS Exemplos de associação de bombas em paralelo. 86 ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS Associação em Paralelo Para a obtenção da curva característica das bombas associadas em paralelo as vazões se somam para uma mesma altura manométrica. Esta associação é muito utilizada em abastecimento de água de cidades e em indústrias. Uma bomba de dupla sucção possui dois rotores em paralelo, onde as vazões se somam para a mesma altura manométrica (é um caso particular de associação em paralelo). A interseção entre a curva característica da associação e a curva característica do sistema indica o ponto de trabalho da associação em paralelo. A seguir é apresentando um esquema da associação em paralelo: 87 ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS Exemplos de associação de bombas em série. 88 ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS Associação em Série Para traçado da curva características das bombas associadas em série, as alturas manométricas se somam para uma mesma vazão. Nas bombas de múltiplos estágios os rotores estão associados em série numa mesma carcaça. Na associação em série, deve-se ter o cuidado de verificar se a flange da sucção e a carcaça a partir da segunda bomba suportam as pressões desenvolvidas. Observando a seguir, se a bomba B for desligada, a bomba A não conseguirá vencer a altura manométrica (curva característica do sistema se situa acima da curva da bomba A). Haverá recirculação do líquido e sobre aquecimento do mesmo (situação perigosa). 89 ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS FIM 90
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