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MICOLOGIA CLÍNICA II Prof.ª Andréa Kanashiro Cussiol DISCIPLINA: Microbiologia e Micologia Clínicas TIPOS DE MICOSES �Micoses sistêmicas - acomete tecidos e órgãos � Micoses oportunistas - geralmente inofensivo no seu habitat MICOSES OPORTUNISTAS INTRODUÇÃO � Fungos endógenos, pertencentes a microbiota normal � Fungos exógenos, encontrados no solo, na água e no ar, amplamente distribuídos na natureza � Pacientes imunocomprometidos são altamente susceptíveis Candidíase � Micose sistêmica mais prevalente. � Causada por várias espécies de leveduras do gênero Candida. � Membro da microbiota da pele, das mucosas e do trato gastrointestinal. Candidíase Candidíase � Em meios de cultura a Candida produz colônias de coloração creme, de consistência mole e com odor de levedo � A Candida albicans é a espécie mais comum entre as leveduras Espécies do gênero Candida Hospedeiro imunocomprometido Disseminação das leveduras (micose sistêmica) Corrente sanguínea Crescimento Patogenia Os fatores de risco para infecção invasiva por Candida são: � Permanência > 4 dias em UTI � Antibioticoterapia de largo espectro � Cirurgia abdominal � Cateterização venosa central � Nutrição parenteral total � Imunodepressão � Ventilação mecânica > 48h � Neutropenia � Quimioterapia GÊNERO CANDIDA CRIPTOCOCOSE Tinta da China Presença de Cápsula � Cryptococcus neoformans � Patógeno oportunista de pacientes imunocomprometidos pela AIDS, transplantes e sob o tratamento contra o câncer. � A criptococose é uma infecção subaguda ou crônica que envolve primariamente, os PULMÕES, com tropismo pelo sistema nervoso central (meninges), podendo atingir pele e outros tecidos. � 5-8% dos pacientes com AIDS desenvolvem meningite criptocócica. CRIPTOCOCOSE � Fungo encontrado em grande quantidade nas fezes secas de pombos. � Não é transmitida de pessoa - pessoa � Dentro da espécie C. neoformans, existem três variedades: neoformans, grubii e gattii. � A distribuição de Cryptococcus neoformans vars. neoformans e grubii é mundial, enquanto C. neoformans var. gattii é encontrada em regiões tropicais e subtropicais. CRIPTOCOCOSE Patogenia O paciente pode apresentar: � Cefaléia, � Rigidez de nuca, � Febre, � Vômitos, � Desorientação Manifestações Clínicas CRIPTOCOCOSE � O C. neoformans é uma levedura esférica em brotamento, com cápsula de polissacarídeos (estrutura antigênica). � Cultura: forma colônia mucóide esbranquiçada em 2-3 dias. � Existem duas variedades de C. neoformans: neoformans e gattii. � Em meios de cultura específico (com substratos difenólicos) ocorre uma coloração marrom nas colônia. � Testes de aglutinação em látex: antígeno criptocócico mostra- se positivo em 90% dos casos de Meningite criptocócica CRIPTOCOCOSE EXAME MICROSCÓPICO Diagnóstico Laboratorial Tinta da China (tinta nanquim) Presença de cápsula Diagnóstico Laboratorial Aspergilose Agente etiológico: � Aspergillus fumigatus (o mais comumente isolado) � Outras espécies de Aspergillus: flavus, niger e terreus Ocorrência: � Tem distribuição universal. � Em pacientes imunocomprometidos, a aspergilose tende à forma disseminada ou cerebral, de alta letalidade. � É crescente o nº de relatos desta doença como infecção secundária em pacientes em tratamento prolongado com antibiótico e corticosteróides, doenças debilitantes como carcinoma, tuberculose e pacientes neutropênicos. ASPERGILOSE Aspergillus fumigatus Patogenia Inalação de Conídeos Infecção Pulmonar (macrófagos fagocitam e destroim os conídeos) Reação Alérgica Grave (Intumescimento e germinação dos conídeos e produção de hifas) Cavidade pré Existente ASPERGILOMA Sistema circulatório (sangue) ASPERGILOSE INVASIVA Formas alérgicas: � IgE contra os antígenos de superfície dos conídios � Reação asmática imediata após exposição � Aspergilose broncopulmonar alérgica (colonização da árvore brônquica, sem invasão do pulmão). � Aspergiloma: o fungo adentra o organismo, geralmente por meio do sistema respiratório e há formação de uma massa de fungo. Manifestações Clínicas ASPERGILOMA Manifestações Clínicas “Bola Fúngica” Ao centro um corte longitudinal de uma arteríola pulmonar, cuja a luz está invadida por hifas, muitas delas septadas e ramificadas. ASPERGILOSE INVASIVA � Exame microscópico: observa- se hifas hialinas, com ramificação. � Cultura: são identificadas de acordo com a estrutura de seus conídios. � Sorologia: teste é positivo em 90% dos pacientes com aspergiloma e em 70% dos pacientes com aspergilose broncopulmonar. Diagnóstico Laboratorial Zigomicose (Mucormicose) Principais patógenos: � Agentes etiológicos: compreende os gêneros Mucor, Rhizopus e Absidia, entre outros. � Ocorrência: distribuição universal. � São saprófitas termotolerantes. Zigomicose Fatores de Risco: • Pacientes com AIDS • Diabetes descompensado • Transplantados • Pacientes em tratamento contra câncer, leucemia, linfoma • Uso de corticosteróides • Queimaduras extensas • Pacientes em diálise Zigomicose Pode acometer seios paranasais, tecido subcutâneo, pulmão e vasos sanguíneos, causando embolia no SNC e trombose. A micose, em indivíduos imunodeficientes é, em geral, fatal se o diagnóstico não for rápido e o tratamento específico não for prontamente, estabelecido. Zigomicetos (direto ou inalatória) Nariz Pulmão HIFAS NA CORRENTE SANGUÍNEA Seios nasais, olhos, cérebro e ossos do crânio Parênquimas pulmonares Trombose, infarto e necrose isquêmica Patogenia Principais formas clínicas: Mucormicose rinocerebral � Evolução rápida Manifestações Clínicas Mucormicose torácica � Evolui com necrose e destruição tecidual maciça Exame microscópico: Observação de hifas largas, com espessura e ramificações Irregulares e septos escassos. Cultura: - Crescem rapidamente, produzindo colônias algodonosas. - Identificação baseada na morfologia dos esporângios. Diagnóstico Laboratorial � Agente etiológico: Paracoccidioides brasiliensis � Fungo dimórfico , o qual já foi isolado do solo, onde se acredita que viva saprofiticamente. � Micose sistêmica, autóctone (próprio do lugar) da América Latina, com maior ocorrência na Argentina, Colômbia, Venezuela e no Brasil. � A maioria dos casos tem sido reportada nas regiões Sul, Sudeste e Centro- oeste. � Esta micose apresenta caráter endêmico entre as populações de zona rural . � Esta micose representa um importante problema de Saúde Pública, pelo seu alto potencial incapacitante e pela quantidade de mortes prematuras que provoca, quando não diagnosticada e tratada oportunamente. PARACOCCIDIOIDOMICOSE http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_7_2004.pdf Como é adquirida a infecção? � Atividades ou profissões relacionadas ao manejo do solo � Atividades agrícolas nas duas primeiras décadas de vida � Tabagismo � Etilismo Diagnóstico Amostra: raspado de lesão e mucosa, secreção do trato respiratório, aspirado de linfonodos, tecido obtido por biópsia. Exame direto com KOH a 20% revela a presença da forma leveduriforme constituída de células grandes (10µm a 60 µm), globosas, com múltiplos brotamentos, à semelhança de “roda de leme”, orelhas de “Mickey Mouse” ou argolas entrelaçadas. Diagnóstico Cultura: fungo dimórfico de crescimento lento (> 15 dias). Culturas desenvolvidas a < 30ºC são filamentosas, de cor branca, cotonosa, com sulcos centrais, composta de hifas hialinas finas, septadas e fragmentadas em esporos multiformes. As colônias incubadas entre 30ºC a 35°C são de cor creme, pregueadas e enrugadas, cuja microscopia revela as formas características leveduriformes que permitem a identificação do agente Sorologia: diagnóstico e avaliação da resposta do hospedeiro – vários métodos, sensibilidade variando de 85 a 100% Formaaguda/subaguda (tipo juvenil) • Distribuição semelhante entre os gêneros masculino e feminino • Evolução clínica mais rápida (procura ao serviço médico entre 4 a 12 semanas de instalação da doença) • Manifestações: linfadenomegalia, digestivas, hepatoesplenomegalia, envolvimento ósteo-articular e lesões cutâneas. Forma crônica (adulta) • > 90% dos pacientes • Entre 30 e 60 anos, sexo masculino • Manifestações pulmonares em 90% dos pacientes • Em até 25% dos casos o pulmão é o único órgão afetado • Evolução lenta (silenciosa) • Geralmente, a doença é multifocal, • pulmões, mucosas e pele os sítios mais acometidos � A histoplasmose primária afeta o sistema respiratório e a histoplasmose progressiva atinge fígado, baço, linfonodos, mucosas, médula óssea, até a forma de doença disseminada com êxito letal. � Constitui-se na mais comum infecção respiratória causada por fungo. � É adquirida por inalação de esporos dispersos no ambiente rico em guano (fezes de morcegos e aves) e está amplamente distribuída no mundo. � No Brasil, diversos trabalhos têm demonstrado a alta prevalência da infecção em vários estados. � Em indivíduos hígidos, a infecção tem bom prognóstico porém, é importante infecção oportunista associada à Aids, nos quais ocorre a forma grave e disseminada.http://www.visa.goias.gov.br/post/ver/133934/micoses-sist HISTOPLASMOSE Agente etiológico: Histoplasma capsulatum (fungo dimórfico) Amostra: secreção do trato respiratório, sangue, punção de medula óssea, tecido obtido por biópsia e outros. Exame microscópico: coloração Giemsa, para melhor visualização do agente em de cortes histológicos, onde se evidencia sob imersão, pequenas leveduras (2-5 µm), intracelulares, dentro de células mononucleares. Cultura: crescimento lento (15 a 30 dias), à temperatura < 30ºC, sendo forma filamentosa de cor branca, aspecto cotonoso e sulcado. A confirmação do dimorfismo é feita através de repique em meio rico (BHI) e incubação entre 30°C e 35ºC. Formação de pequenas (2-5 µm) leveduras em brotamento. A identificação é feita pela micromorfologia da forma filamentosa, com a observação de esporos, grande macroconídios-arredondados e com inúmeras espículas ou granulações na parede celular, chamados hipnósporos ou esporos tuberculados. Diagnóstico FORMA FILAMENTOSA FORMA LEVEDURA 25ºC 36ºC É uma micose sistêmica causada pela inalação de esporos fúngicos, acomete o homem e outros animais (gado bovino, ovino, caprino, entre outros). Afeta qualquer idade, raça ou gênero (prevalente em homens), e apresenta maior incidência no verão. É doença importante entre arqueólogos, recrutas militares e trabalhadores, cuja natureza da atividade pode acarretar o contato com o agente tiológico. A definição de área endêmica de coccidioidomicose baseia-se na identificação de casos humanos e de animais e na demonstração de reatividade a testes cutâneos com coccidioidina. Grande variedade de animais domésticos e silvestres é suscetível, mas o cão é o melhor marcador epidemiológico desta micose. No Brasil, infecção natural por C. immitis já foi diagnosticada em cães e tatus. COCCIDIOIDOMICOSE Agente etiológico: Coccidioides immitis (fungo dimórfico) • Inicialmente, uma infecção respiratória, resultante da inalação de conídios, que normalmente resolve rapidamente deixando o paciente com uma forte imunidade específica para a re-infecção. • No entanto, em alguns indivíduos, a doença pode progredir para uma doença pulmonar crónica ou como uma doença sistémica envolvendo as meninges, ossos, articulações e tecidos subcutâneos e cutâneos. • Distribuição: endêmicas no sudoeste EUA, norte do México e vários centros na América do Sul. • Ambiente: solo. COCCIDIOIDOMICOSE Agente etiológico: Coccidioides immitis (fungo dimórfico) http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_7_2004.pdf Coccidioidomicose cutânea crônica mostrando lesões granulomatosas no rosto, pescoço e queixo. (Cortesia do Dr. J.W. Rippon, EUA). Extensão da micose pulmonar mostrando um grande superficial, placa ulcerada. (Cortesia do Dr. J.W. Rippon, EUA). COCCIDIOIDOMICOSE
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