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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA DA FAMÍLIA DA COMARCA DE ..... DO ESTADO DO ..... ANTONIA MOREIRA SOARES, portuguesa, casada, médica, portadora da carteira de identidade n°..., inscritono CPF n°..., com endereço eletrônico, domiciliada..., residente (endereço completo), vem por seu advogado, comendereço profissional na..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os fins do artigo 77, inciso V do CPC, com fundamento no artigo 319 e seguintes do CPC , propor AÇÃO DE DIVÓRCIO COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA CAUTELAR, em face de PEDRO SOARES, brasileiro, casado, dentista, identidade n°..., inscrito no CPF nº..., com endereço eletrônico, domiciliado..., residente (endereço completo), pelos fatos e fundamentos doravante apresentados: I. DOS FATOS: Antonia Moreira Soares é casada há 30 anos com Pedro Soares e, na constância do matrimônio tiveram dois filhos, Joaquim e Maria das Dores, ambos maiores e capazes. Também constituíram um vasto patrimônio, fruto do esforço comum do casal. Ocorre que a Requerente pretende se divorciar do Requerido, tendo comunicado tal interesse, o que levou o demandado a dilapidar o patrimônio passível de partilha. O mesmo pretende doar seus dois automóveis, marca Toyota, modelos SW4 e Corolla, para sua irmã, Isabel Soares, assim como passou a proferir sucessivos saques em uma das contas conjuntas do casal, fato comprovado pela Requerente junto ao Banco ao qual possuem conta. II. DOS FUNDAMENTOS JURIDICOS: Preleciona o artigo 1.571 do Código Civil de 2002, in verbis: Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: I - pela morte de um dos cônjuges; II - pela nulidade ou anulação do casamento; III - pela separação judicial; IV - pelo divórcio. § 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente. § 2º Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial. A norma legal transcrita informa as modalidades de dissolução da sociedade conjugal trazendo, dentre elas, o divórcio. Segundo Maria Helena Diniz, divórcio é a dissolução de um casamento válido, ou seja, a extinção do vínculo matrimonial, que se opera mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a convolar novas núpcias. Corroboramos o entendimento aos artigos 1.640 e 1.658 do Código Civilista, vejamos: Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial. Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. Os mandamentos expostos conduzem-nos ao entendimento que, na inexistência de acordo entre as partes, o regime de bens aplicáveis ao casamento será o da comunhão parcial e, ainda, a comunicação dos bens que sobrevierem ao casal na constância do casamento. Ante as normas jurídicas exposadas, inegável é a afirmação de que dissolvida a sociedade conjugal, os bens adquiridos durante o matrimônio devem ser repartidos entre ao final deste. O caso em apreço traz situação fática que se adéqua às normas elencados, isso porque a autora deseja dissolver a sociedade conjugal até então mantida com o réu, bem como, ver repartidos os bens adquiridos na constância do matrimônio. Ressalte-se, ainda, que a autora não dispõe da relação de todos os bens adquiridos na constância do matrimônio, devendo estes serem apurados em juízo. III. DA TUTELA CAUTELAR: O artigo 300 do CPC permite a concessão de tutela cautelar, desde que presentes os seguintes requisitos: 1. fumus bonis iuris; 2. periculum in mora. Verificamos na presente demanda ameaça ao direito autoral (fumus boni iuris), uma vez que a autora encontra-se na posição de meeira de todo o patrimônio adquirido pelos então nubentes e as condutas do réu tendem a diminuição do mesmo. Temos, ainda, o perigo de dano (periculum in mora) uma vez que o réu objetiva transferir a propriedade dos dois carros do casal com o fito de não partilhar com a autora. Cumpre destacar que a medida cautelar buscada é o arrolamento de bens, conforme art. 301 do CPC, ou seja, que se faça através de oficial de justiça o levantamento de todos os bens do casal e, ato contínuo seja imposto indisponibilidade sob os mesmos, porquanto a Requerente desconhece a totalidade dos bens e necessita de tais atos para assegurar o patrimônio partilhado. IV. DOS PEDIDOS: Diante do exposto, requer: a) seja concedida liminarmente a tutela cautelar para o arrolamento de todo o patrimônio adquirido pela autora e o réu na constância do matrimônio; b) seja citado o réu para, querendo, no prazo de 05 (cinco) dias, contestar o pedido da autora; c) seja condenado o réu aos ônus da sucumbência. V. DAS PROVAS: Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do Código de Processo Civil em vigor, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do réu. VI. DO VALOR DA CAUSA: Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). NestesTermos. PedeDeferimento. Local e data. ___________________________________ Advogado OAB/UF nº xxx
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