Buscar

LIVRO-O AMBIENTE E AS DOENÇAS DO TRABALHO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................... 2 
UNIDADE 2 – SERVIÇOS DE MEDICINA DO TRABALHO....................................... 7 
UNIDADE 3 – DOENÇAS DO TRABALHO ................................................................ 9 
3.1 DOENÇA PROFISSIONAL E DOENÇA DO TRABALHO .................................................... 9 
3.2 LESÕES POR ESFORÇO REPETITIVO (LER)/DISTÚRBIO OSTEO-MUSCULAR 
RELACIONADO AO TRABALHO (DORT) ....................................................................... 14 
3.3 DOENÇAS CAUSADAS POR RUÍDOS ....................................................................... 16 
UNIDADE 4 – DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E 
BIOLÓGICOS ........................................................................................................... 26 
4.1 DOENÇAS OCUPACIONAIS RESPIRATÓRIAS ............................................................ 26 
4.2 DOENÇAS DA PELE .............................................................................................. 34 
4.3 A SAÚDE BUCAL .................................................................................................. 37 
UNIDADE 5 – DOENÇAS DO TRABALHO NA INDÚSTRIA E NO MEIO RURAL .. 44 
UNIDADE 6 – ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS DOENÇAS DO TRABALHO
 .................................................................................................................................. 46 
UNIDADE 7 – TOXICOLOGIA .................................................................................. 61 
UNIDADE 8 – PRIMEIROS SOCORROS ................................................................. 68 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 70 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
2 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
Desde o século XIX, a história nos mostra que o caminho percorrido entre 
trabalho e qualidade de vida, que podemos traduzir em saúde, é uma via de mão 
dupla e percebeu-se uma relação forte e negativa entre o trabalho e o sofrimento 
que, muitas vezes, levava a morte prematura dos operários. 
Falamos em via de mão dupla porque embora a construção do ser humano 
tenha acontecido pelas relações sociais com seus pares, também aconteceu pelo 
trabalho, ou seja, a satisfação de suas necessidades, quer sejam pessoais, sociais 
ou de sobrevivência, passa necessariamente pelo trabalho. 
Especialistas da Organização Mundial da Saúde chamam a atenção para o 
seguinte fato: quando o trabalho está adaptado às condições do trabalhador e os 
riscos da saúde estão sob controle, este trabalho favorece a saúde, tanto física 
quanto mental. Muitas vezes, o impacto do trabalho sobre a saúde do trabalhador se 
dá de forma inespecífica. Por esse motivo, podemos inferir que o trabalho caminha 
junto ao conceito de doenças relacionadas com o trabalho. 
Doenças profissionais são aquelas enfermidades que possuem uma relação 
direta de causa e efeito entre risco e enfermidade. Por sua vez, as reconhecidas 
como outras doenças relacionadas com o trabalho são enfermidades provocadas 
por múltiplos fatores (multiprofissionais), desde os elementos de risco do próprio 
ambiente de trabalho até características pessoais do trabalhador e a influência de 
fatores socioculturais. 
Conforme Mendes (1988), a OMS reconhece que existe não só doenças 
profissionais, como também, doenças relacionadas com o trabalho, que são aquelas 
favorecidas pelas condições e ambiente de trabalho, como por exemplo, o estresse 
ocupacional. 
Voltemos um pouco às relações formadas entre os seres humanos e nos 
reportemos às novas formas de organização do trabalho associadas ao processo de 
reestruturação produtiva. Estas configuram-se como resposta à crise de realização 
capitalista ocorrida no modelo anterior, caracterizado pela generalização dos 
princípios tayloristas-fordistas. 
Diante do novo modelo econômico surgido nos anos 1980 nos países 
avançados, destacam-se, segundo Pires (1998, p. 45-46), 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
3 
 
a grande importância do setor eletrônico; a intensa aplicação da tecnologia 
digital de base microeletrônica na estrutura industrial; e os progressos nos 
setores da química fina, dos novos materiais, da biotecnologia e da 
engenharia genética, beneficiados com os progressos da informática. 
 
E mais: contrapondo-se à rigidez anterior, as mudanças suportam-se “no complexo 
eletrônico, e a automação integrada flexível é uma de suas características mais 
importantes”. 
No entanto, as mudanças no processo de trabalho, sobretudo em formações 
capitalistas periféricas, caracterizaram-se pela justaposição de formas tradicionais e 
inovadoras, ou seja, através do que se poderia chamar de “modernização 
conservadora” com fortes resquícios da segunda revolução industrial e tecnológica. 
Daí a manutenção e/ou revitalização dos princípios tayloristas/fordistas, pela 
desqualificação e controle autoritário da força de trabalho (BRAVERMAN, 1977). 
Na realidade, a par dessas inovações tecnológicas, advieram mudanças 
organizacionais que causaram impactos imediatos em todo o processo de trabalho. 
Exemplarmente, ante a verticalização das empresas, promove-se a terceirização 
quando várias atividades passaram a ser externalizadas, possibilitando maiores 
trocas intersetoriais, a diversificação e ampliação do Setor Serviços, o enxugamento 
do quadro de pessoal das grandes empresas, etc. Ainda na direção do 
aprofundamento da divisão do trabalho social, novos segmentos, refletindo a 
necessidade de rever custos e reduzir pessoal, indicam uma presumível 
terceirização da terceirização – a chamada quarteirização – que implica o concurso 
de novas empresas para gerenciar atividades que foram terceirizadas, ou seja, “um 
maior enxugamento dos setores próprios da empresa que gerenciam o trabalho das 
empresas terceirizadas” (Pires, 1998, p. 47). 
É claro que esses processos não se restringem ao universo fabril, avançando 
sobre o Setor Serviços e alterando suas clássicas funções, relações e condições de 
trabalho (OFFE,1989). Todavia, mesmo ampliando a sua participação na estrutura 
ocupacional, o Setor Serviços, diante dos impactos das novas tecnologias, não tem 
ampliado suficientemente os postos de trabalho a fim de absorver o desemprego 
gerado em outros setores (POCHMANN, 1999). 
Ao lado da redução do emprego direto e da maior subcontratação de 
trabalhadores, as novas relações de produção e formas de gestão se traduzem em 
alterações tanto na organização da produção – “just in time, layout, logística, 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
4 
 
redução do tamanho da planta, terceirização e parcerias com fornecedores” – como 
na organização interna do trabalho, “com redução de hierarquia, trabalho em ilhas, 
trabalho mais qualificado no núcleo estável e pouco qualificado nas atividades 
secundárias”(POCHMANN, 1999, p. 35-36). 
Paralelamente, além do declínio do trabalho na produção e das mudanças no 
mercado e nas relações de trabalho, entre outras, destacando-se a 
desregulamentação, a flexibilização e o enfraquecimento do poder sindical (Toledo, 
1997 apud SALIM, 2003), vêm ocorrendo modificações profundas na natureza, 
significado e conteúdo do trabalho. 
Mais especificamente, no processo de terceirização, várias consequências 
podem ser apontadas. Porém, lembrando os seus possíveis impactos na saúde do 
trabalhador, destacamos as seguintes: 
a) segmentação e diferenciação dos trabalhadores quanto às condições de trabalho 
– por exemplo, em relação ao gradiente de afastamento desde o centro da cadeia 
produtiva até as diversas unidades periféricas; 
b) por um lado, pulverização da base e enfraquecimento do poder sindical; por outro, 
flexibilização dos direitos trabalhistas; 
c) redução dos empregos diretos e indiretos ao longo da cadeia produtiva; 
d) intensificação do ritmo de trabalho e aumento da pressão no ambiente de 
trabalho. 
 
No Brasil, particularmente nas regiões metropolitanas, tais processos se 
suportaram na heterogeneidade do mercado de trabalho, caracterizado pela queda 
do emprego no setor formal e expressiva elevação da ocupação no setor informal, 
que, por sua vez, inclui os “sem-carteira assinada” e os trabalhadores “por conta 
própria”. Esses, somados aos desempregados, indicariam não apenas o grau de 
precariedade do mercado de trabalho como, sem dúvida, as bases em que se 
assenta o próprio processo de precarização das condições de trabalho, atribuídos 
por exemplo, à reprodução de baixos níveis salariais, à não cobertura da seguridade 
social e à falta de assistência médica. Processo, hoje, que não pode ser 
exclusivamente imputado ao setor informal do mercado de trabalho, pois, em 
direções e graus variados, também tem avançado sobre o contingente de 
trabalhadores registrados (SALIM, 2003). 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
5 
 
Todo esse contexto discorrido serve para mostrarmos que além das novas 
configurações de trabalho, a pouca qualificação, a exclusão social, a falta de 
compromisso dos empresários em relação aos seus trabalhadores, a falta de 
cumprimento das leis, a não aplicação de penas são algumas das situações 
contingenciais que impactam as relações e levam os trabalhadores a doenças do 
trabalho ou doenças relacionadas ao trabalho. 
Em relação ao trabalho especificamente, podemos mencionar alguns pontos 
que têm influência decisiva sobre os efeitos na saúde dos trabalhadores. São eles: a 
concentração de uma substância química como um solvente orgânico presente num 
ambiente de pintura a revolver; ou o ácido crômico numa galvanoplastia; ou ainda a 
sílica cristalina sob forma de poeira numa mineração, ou numa atividade de 
jateamento de areia. Ainda temos a intensidade de um agente físico como é o ruído 
em qualquer local de trabalho ou o calor e a umidade do ar em uma atividade de 
forjaria ou tinturaria. 
No que diz respeito a substâncias químicas, por exemplo, a forma física com 
que se apresenta – gasosa ou vapor ou aerodispersóide (poeira por exemplo) – e o 
tamanho das partículas, etc. são fatores importantes que devem ser levados em 
conta. De uma forma geral, também são fatores que contribuem para o 
desencadeamento de uma doença relacionada ao trabalho a duração da exposição 
diária ou a duração da exposição ao longo da vida, a gravidade da lesão que pode 
ser causada, e outros mais. Por exemplo, a exposição ocupacional ao benzeno pode 
resultar em morte por câncer, se ela ocorrer de forma “leve” e crônica, mas a morte 
também pode resultar se a exposição for aguda e em grande quantidade ou 
concentração. Exposições Intermediárias, ou exposições através da pele têm 
consequências menores e diversas (KITAMURA, 2005). 
Segundo Almeida et al (2006), os riscos ocupacionais afetam diretamente a 
Saúde do Trabalhador, expondo-o a adoecimentos e acidentes de trabalho. A 
portaria nº 25 (29/12/1994) classifica os principais riscos ocupacionais: 
 riscos químicos (poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores e 
substâncias compostas ou produtos químicos em geral); 
 riscos biológicos (vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e bacilos); 
 riscos ergonômicos e de acidentes (esforço físico intenso, levantamento e 
transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
6 
 
de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e 
noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade, arranjo 
físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas 
inadequadas ou defeituosas, entre outras situações causadoras de estresse 
físico e/ou psíquico ou acidentes); 
 riscos físicos (ruídos, vibrações, radiações ionizantes, radiações não 
ionizantes, frio, pressões anormais, umidade e calor) (BRASIL, 2004). 
 
Trabalho, riscos, doenças, deveres e direitos de empregados e empregadores 
caminham juntos. Do comprometimento e da responsabilidade de cada uma das 
partes pode depender a manutenção da qualidade de vida de todos. 
Sejam bem-vindos ao módulo que tratará do ambiente e das doenças 
ocupacionais! Esperamos que apreciem o material e busquem nas referências 
anotadas ao final da apostila subsídios para sanar possíveis lacunas que venha 
surgir ao longo dos estudos. 
Ressaltamos que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser 
científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às 
regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem 
de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original. 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
7 
 
UNIDADE 2 – SERVIÇOS DE MEDICINA DO TRABALHO 
 
O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho é mantido, obrigatoriamente, pelas empresas privadas e públicas, pelos 
órgãos públicos da administração direta e indireta e dos Poderes Legislativo e 
Judiciário que possuam empregados registrados pela Consolidação das Leis do 
Trabalho – CLT. 
O SESMT tem a finalidade de promover a saúde e promover a integridade 
do trabalhador no local de trabalho. O dimensionamento do SESMT vincula-se a 
gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do 
estabelecimento constantes na Norma Regulamentadora de Segurança e Medicina 
do Trabalho, NR 4. 
O SESMT deve manter entrosamento permanente com a CIPA, dela 
valendo-se como agente multiplicador, e devem estudar suas observações e 
solicitações, propondo soluções corretivas e preventivas, conforme disposto na 
Norma Regulamentadora de Segurança e Medicina do Trabalho, NR 5. 
A empresa é responsávelpelo cumprimento da NR 4, devendo assegurar, 
como um dos meios para concretizar tal responsabilidade, o exercício profissional 
dos componentes do SESMT. O impedimento do referido exercício profissional, 
mesmo que parcial, e o desvirtuamento ou desvio de funções constituem, em 
conjunto ou separadamente, infrações classificadas de acordo com Norma 
Regulamentadora de Segurança e Medicina do Trabalho, NR 28 – Fiscalização e 
Penalidades, para os fins de aplicação das penalidades previstas. De acordo com 
essa norma, a construção civil, antes classificada como atividade econômica de grau 
de risco 3 (três), passa a ser classificada como grau de risco 4 (quatro) a partir da 
Portaria nº 1, de 12 de maio de 1995. 
A Portaria nº 169, de 14 de julho de 2006, suspende o prazo de entrada em 
vigor da Portaria de 1995, permanecendo, então, grau de risco 3 (três) para a 
construção civil. 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
8 
 
 
Grau 
de 
risco 
Número de empregados 
Técnicos 
50 
A 
100 
101 
A 
250 
251 
A 
500 
501 
A 
1000 
1001 
A 
2000 
2001 
A 
3500 
3501 
A 
5000 
** 
3 Técnico de Segurança do Trabalho 
Engenheiro de Seg. do Trabalho 
Aux. de Enfermagem do Trabalho 
Enfermeiro do Trabalho 
Médico do Trabalho 
 1 2 
 
3 
1* 
 
 
1* 
4 
1 
1 
 
1* 
6 
1 
2 
 
1 
8 
2 
1 
1 
2 
3 
1 
1 
 
1 
4 Técnico de Segurança do Trabalho 
Engenheiro de Seg. do Trabalho 
Aux. de Enfermagem do Trabalho 
Enfermeiro do Trabalho 
Médico do Trabalho 
1 2 
1* 
 
 
1* 
3 
1* 
 
 
1* 
4 
1 
1 
 
1 
5 
1 
1 
 
1 
8 
2 
2 
 
2 
10 
3 
1 
1 
3 
3 
1 
1 
 
1 
*Tempo parcial mínimo de 3 horas. 
**Acima de 5000 para cada grupo de 4000 ou fração acima de 2000. O dimensionamento total deverá 
ser feito levando-se em consideração o dimensionamento da faixa de 3501 a 5000. 
 
Obs: hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e 
estabelecimentos similares com mais de 500 (quinhentos) empregados deverão 
contratar um Enfermeiro do Trabalho em tempo integral. 
A NR-4 teve sua redação alterada pela Portaria nº 17/2007 de 01/08/07, com 
relação ao SESMT, possibilitando a formação de SESMT COMUM para empregados 
contratados, desde que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
9 
 
UNIDADE 3 – DOENÇAS DO TRABALHO 
 
3.1 Doença profissional e doença do trabalho 
No último quarto do século XX, o Brasil apresentou um quadro bastante 
adverso em relação tanto à expansão do mercado de trabalho quanto à melhoria das 
condições laborais daqueles que, a expensas do número crescente de excluídos, ali 
se encontravam engajados. 
Em um contexto duplamente caracterizado pela prolongada estagnação 
econômica das décadas de 1980 e 1990 – também conhecidas como “décadas 
perdidas” – e pela abertura unilateral de mercado, observaram-se, além da inevitável 
“exportação de empregos” para outros países, mudanças internas de monta na 
organização e nos processos de trabalho, seja através da adoção de novas 
tecnologias, seja em nome da competitividade, por meio da racionalização da 
produção, sobretudo por mudanças organizacionais voltadas à redução de custos. 
Mais que a primeira, basicamente atrelada à inovação, a última foi tida como a 
principal responsável tanto pela elevação da taxa de desemprego como pela maior 
precarização das condições de trabalho em geral, por exemplo, por subcontratações 
ou terceirização. 
Particularmente, os anos 1990 foram piores em indicadores do mercado de 
trabalho. O índice de desemprego para aquela década foi, em média, de 6,1%. Vale 
dizer, por um lado, que a cada ano da década de 1990, cerca de 570 mil 
trabalhadores perderam seus postos, conforme atestam os dados da Fundação 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por outro, segundo a Pesquisa 
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), também realizada pelo IBGE, a mera 
elevação do emprego informal e da subcontratação no total de ocupados de 41,5% 
para 49,4%, entre 1990 e 1997, resultou no incremento de 6,4 milhões de 
trabalhadores sem qualquer proteção legal, ou seja, simultaneamente sob os 
impactos da exclusão de direitos e da precarização no ambiente de trabalho. 
E, como vimos rapidamente na introdução, o Setor Serviços, mesmo 
ampliando a sua participação relativa na estrutura geral de empregos, diante de sua 
nova inserção econômica, não tem sido capaz de se contrapor ao desemprego 
ascendente, especialmente nas regiões metropolitanas (SALIM, 2003). 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
10 
 
No entanto, como sorte de contradição, foi nesse contexto que emergiram 
propostas de flexibilização do mercado de trabalho voltadas à redução tanto da 
jornada de trabalho, por banco de horas, como de direitos trabalhistas, por regimes 
jurídicos diferenciados, em que, especialmente para a pequena e média empresa, 
aventou-se inclusive a reversão de direitos já consignados. Isso sem desconsiderar 
que, paralelamente às deficiências na cobertura da fiscalização, foi – e continua 
sendo – inexpressivo o aumento de cláusulas sobre saúde e condições de trabalho 
nos Acordos Coletivos de Trabalho (SALIM, 2001). 
Em outras palavras, um quadro caracterizado por dois aspectos: por um lado, 
pela retração do mercado de trabalho; por outro, pelo avanço na deterioração das 
condições laborais daqueles cujos postos ou ocupações se encontram em níveis 
diferenciados de formalidade das relações contratuais ou empregatícias. Situação, 
enfim, que tem trazido importantes reflexos nas variações e tendências dos 
acidentes do trabalho no país. 
Naquela ocasião, paralelamente à redefinição do Setor Serviços, ocorreram a 
queda dos assalariados na participação total da população economicamente ativa 
(PEA) e o incremento de todo o mercado informal de trabalho. O último, hoje, em 
muitos casos, com participação majoritária no mercado de trabalho e indícios de 
saturação na absorção de trabalhadores excluídos do setor formal, traduz-se, 
inexoravelmente, no maior número de trabalhadores à margem dos direitos sociais, 
como o acesso à previdência social e ao bem-estar no ambiente de trabalho, através 
do inalienável direito a saúde e segurança. 
De forma reflexa, as estatísticas disponíveis indicaram, no final da década, 
uma nova tendência quanto ao quadro acidentário no país. Em 1999, pela primeira 
vez na história laboral do país, tivemos uma maior ocorrência de acidentes do 
trabalho no Setor Serviços. 
Segundo a Previdência Social, enquanto, entre 1997 e 1999, a participação 
desse setor subiu de 38,7% para 44,6%, inversamente, a participação da Indústria 
caiu de 49,2% para 44,2%. Participação, inclusive, que se estende ao número de 
casos fatais, ou seja, às mortes decorrentes de acidentes do trabalho (SALIM, 
2003). 
Nesse particular, Waldvogel (2002) ressalta que destacaram-se os grupos 
ocupacionais dos ramos de atividade Serviços e Comércio e Transporte e 
 
Todos os direitossão reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
11 
 
Comunicação. Aliás, a autora, em sua criteriosa análise, aponta a emergência de se 
considerarem os fatores exógenos ao ambiente de trabalho na detecção dos riscos 
intrínsecos dos acidentes do trabalho, especialmente nos casos em que os 
trabalhadores têm ampliado para o espaço público o local de trabalho, incorporando, 
neste caso, novos riscos às suas atividades laborais como, por exemplo, a violência 
do cotidiano, expressa, principalmente, nas taxas de homicídios, acidentes com 
veículos a motor, atropelamentos, etc. Eventos, infelizmente, muitas vezes à 
margem das estatísticas disponíveis sobre acidentes do trabalho. Como exemplo 
típico temos os milhares de motoboys particulares/independentes que circulam não 
somente mais pelas grandes cidades do país como em todo território nacional e se 
acidentam em larga escala, todos os dias, muitos vindo a óbito. Razão, dentre 
outras, que impõe a não desconsideração dos limites intrínsecos nas fontes de 
dados que interferem na qualidade das informações sobre o quadro de saúde 
doença relacionado ao trabalho no Brasil (SALIM, 1999). 
Isso porque, basicamente referidas à infortunística dos trabalhadores do setor 
formal urbano, as estatísticas oficiais resumem-se, sobretudo, aos indicadores 
mínimos e de cunho burocrático – uma vez que, no geral, o são para fins dos 
benefícios previdenciários dos trabalhadores registrados – dos efeitos do trabalho no 
quadro de acidentes típicos e de trajeto, incapacidades permanentes ou temporárias 
e mortes provocadas. Exatamente por isso são tidas como subestimadas, retratando 
apenas parcialmente a realidade acidentária do mercado de trabalho brasileiro. 
Apesar disso, e ainda consoante dados da Previdência Social, mesmo com a 
queda do número total de acidentes do trabalho, incluindo aí o número absoluto de 
mortes, a proporção de acidentes graves e o número de mortes por acidentes 
registrados, cresceram no tempo, ou seja, seu grau de letalidade, especialmente até 
1995, quando, à exceção de 1992, os índices foram ascendentes, voltando, no 
entanto, a recrudescer ao final da década de 1990 (SALIM, 2003). 
Por outro lado, inversamente à queda absoluta dos acidentes de trabalho, 
ocorreu um forte crescimento das doenças relacionadas ao trabalho durante toda a 
década de 1990, valendo aqui assinalar as mais diretamente relacionadas às 
recentes mudanças na organização do trabalho, em que as LER/DORT afiguraram-
se como caso emblemático. 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
12 
 
De fato, como reflexo de novos riscos nos processos produtivos e nos 
ambientes de trabalho, houve uma forte elevação nos coeficientes de doenças 
profissionais nos anos 1990. E isso foi mais do que sintomático, na medida em que, 
afora outros motivos, esses coeficientes retrataram um momento – mais 
precisamente, o final da década de 1990 – em que se ergueu, por parte do Ministério 
da Previdência e Assistência Social, um verdadeiro “biombo institucional” para 
dificultar o diagnóstico e o reconhecimento de tais doenças, especialmente das 
LER/DORT, e, por conseguinte, a consignação de direitos aos lesionados (ARAÚJO, 
2001). 
Por outro lado, ainda que eloquentes, são coeficientes que não podem ser 
dissociados de problemas inerentes às conhecidas dificuldades de melhoria nos 
sistemas de notificação das doenças do trabalho em diferentes contextos 
institucionais, ou seja, são calcados em inequívoca subenumeração de casos de 
doenças do trabalho. 
Pesquisa recente do Instituto Nacional de Prevenção das LER/DORT 
(Prevler), realizada pelo Datafolha, com financiamento do Ministério da Saúde, 
mostrou que, apenas na cidade de São Paulo, cerca de 310 mil trabalhadores 
sofrem de LER/DORT, ou seja, casos realmente diagnosticados1. Isso equivale a 4% 
de todos os paulistanos acima de 16 anos de idade e 6% de todos os trabalhadores 
da cidade. Número, aliás, muito acima dos 19 mil casos dessas doenças 
contabilizados pelo Ministério da Previdência no ano de 20002. E mais: a pesquisa 
da Prevler aponta que esse número pode estar aquém da realidade, uma vez que 
4,7 milhões de trabalhadores relataram algum sintoma decorrente dessas doenças e 
508 mil trabalhadores encontravam-se ocupados em situações de risco, fato que 
pode transformá-los em novos portadores de LER/DORT – doença, registre-se, que 
tem sido a responsável pelo maior número de afastamentos do trabalho em São 
Paulo (SALIM, 2003). 
Mas o que vem a ser doença do trabalho, doença profissional e acidente de 
trabalho? 
 
1
 Essa pesquisa ouviu 1.072 trabalhadores com mais de 16 anos e de todos os ramos de atividade na 
cidade de São Paulo. Os entrevistados foram selecionados por sexo, idade, renda e escolaridade 
(Folha de S. Paulo, 07/10/2001, Caderno C). 
 
2
 No Rio de Janeiro, pesquisa do Sindicato dos Bancários entre os seus 32 mil associados revelou 
que praticamente 45% da categoria tinha sintomas da doença, ou seja, cerca de 14 mil trabalhadores 
(Jornal do Brasil, 25/03/01). 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
13 
 
É considerado acidente de trabalho aquele ocorrido no exercício de atividades 
profissionais a serviço da empresa (típico) ou no percurso “casa-trabalho-casa” (de 
trajeto). 
 Acidente típico: é aquele que ocorre no local de trabalho durante o exercício 
da função. Vale ressaltar que também são definidos como exercícios de 
trabalho os momentos destinados às refeições e a outras necessidades 
fisiológicas. Assim, qualquer acidente ocorrido nesses períodos será 
considerado acidente de trabalho. 
 Acidente de trajeto: acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de 
trabalho e vice-versa. 
 
Doença do trabalho é resultante das condições sob as quais o trabalho é 
realizado. Ocasiona quebra de resistência do organismo do trabalhador e 
aparecimento de uma doença que não tem no trabalho sua causa única e exclusiva. 
Doenças do aparelho respiratório, por exemplo, estão entre os males que 
podem ter diversas origens e não somente o ambiente do trabalho. As tendinites 
também são difíceis de serem classificadas como doença do trabalho por esta 
mesma razão. 
Doença profissional é aquela que tem no trabalho a sua única causa e não 
deixa dúvidas sobre como foi contraída. Surge exclusivamente no ambiente de 
trabalho, em função de insalubridade. São exemplos a silicose, doença adquirida 
pela aspiração de poeira de pedra, ou o saturnismo, que acomete profissionais que 
trabalham com chumbo. 
 
Dentre as doenças mais comuns relacionadas ao trabalho estão: 
 Doenças originárias de movimentos repetitivos – LER (Lesão por Esforço 
Repetitivo), também conhecida por LTC (Lesão por Trauma Cumulativo) e por 
DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho). Exemplos: 
tendinite e tenossinovite; 
 Doenças do aparelho respiratório – podem ser ocasionadas por agentes 
físicos, químicos ou biológicos. Exemplos:bronquite e silicose; 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
14 
 
 Doenças de pele – podem ser ocasionadas por fatores químicos, físicos e 
biológicos. Exemplo: dermatite de contato e câncer de pele ocupacional 
(ADMIX, 2011). 
 
3.2 Lesões por Esforço Repetitivo (LER)/Distúrbio Osteo-muscular 
Relacionado ao Trabalho (DORT) 
As relações da industrialização dos meios de produção, dos avanços 
tecnológicos que proporcionaram à vida moderna um conforto inimaginável em 
épocas anteriores provocou também um aumento significativo dos quadros clínicos 
decorrentes da sobrecarga estática e dinâmica do sistema osteomuscular, mas que 
até pouco tempo atrás não foram vistos e estudados com mais atenção, tanto que 
somente em 2003, o INSS adotou a terminologia de Lesões por Esforço Repetitivo 
(LER) e Distúrbio osteo-muscular relacionado ao trabalho (DORT) por meio da 
Instrução Normativa nº 98/2003. 
Segundo o INSS, as LER/DORT no Brasil foram inicialmente descritas como 
tenossinovite ocupacional, das quais foram apresentados casos verificados em 
lavadeiras, limpadoras e engomadeiras, durante o XII Congresso Nacional de 
Prevenção de Acidentes de Trabalho, em 1973. Na ocasião, foram recomendadas 
pausas de trabalho para aqueles trabalhadores cujas atividades implicassem em 
operar intensamente com as mãos. 
Só bem mais tarde, porém, mais especificamente em 1987, é que a 
Previdência Social passou a reconhecer a tenossinovite do digitador como doença 
ocupacional, resultado de uma intensa pressão das entidades sindicais 
representativas dos trabalhadores em processamento de dados (WAGNER, 
RODRIGUES, FRIESS, 2008). 
Agrupam-se como LER/DORT afecções que podem acometer tendões, 
sinovias, músculos, nervos, fáscias, ligamentos, de forma isolada ou associada, com 
ou sem degeneração de tecidos, atingindo, principalmente, mas não tão somente, os 
membros superiores, região escapular e pescoço, com origem ocupacional. 
Os quadros clínicos dessas doenças são caracterizados pela ocorrência de 
vários sintomas concomitantes ou não, tais como dor, parestesia, sensação de peso 
e de fadiga. 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
15 
 
Entidades neuro-ortopédicas definidas como tenossinovites, sinovites, 
compressões de nervos periféricos podem ser identificadas ou não, sendo comum a 
ocorrência de mais de uma dessas entidades neuro-ortopédicas e a concomitância 
com quadros mais inespecíficos como a síndrome miofascial (BRASIL, 1999; 
HOEFEL, 1996). Frequentemente são causas da incapacidade laboral temporária ou 
permanente. 
Vários fatores associados ao trabalho concorrem para a ocorrência de 
LER/DORT como a repetitividade de movimentos, a manutenção de posturas 
inadequadas, o esforço físico, a invariabilidade de tarefas, a pressão mecânica 
sobre determinados segmentos do corpo, o trabalho muscular estático, impactos e 
vibrações. A intensificação do ritmo, da jornada e da pressão por produção e a perda 
acentuada do controle sobre o processo de trabalho por parte dos trabalhadores 
(fatores relacionados à organização do trabalho), têm sido apontados como os 
principais determinantes para a disseminação da doença (ASSUNÇÃO; ROCHA, 
1995). 
A partir de um dos estudos precursores realizado por Kern e Schumann (1984 
apud MERLO, JACQUES, HOEFEL, 2001) na Alemanha, muito tem sido falado 
sobre as transformações no mundo do trabalho. 
Sem entrar nas extensas polêmicas sobre o nome a dar-se a essas novas 
formas de organizar o trabalho, é importante salientar que tais modificações ainda se 
apresentam no Brasil como um tendência, pois o que se encontra são empresas 
implementando alguns aspectos dessas propostas. Assim, o que se constata, em 
geral, é o que se poderia chamar de modelo Frankstein (Merlo, 1999), onde são 
incorporados alguns instrumentos usados pelas chamadas japonizações da 
organização do trabalho, tais como Programas de Qualidade Total e Kanban, dentro 
de políticas de gestão que se mantém verticalizadas, autoritárias e muito 
hierarquizadas e, em geral, em ambientes insalubres. 
O que vem se constatando, segundo Merlo, Jacques e Hoefel (2001), é uma 
superposição de agressões, umas oriundas das formas tradicionais de gestão, 
outras impostas pelo processo de reestruturação produtiva. 
As evidências epidemiológicas apontam para uma associação de fatores 
causais interagindo sinergicamente nos processos agudos e na cronificação dessas 
patologias agrupadas como LER/DORT. Não existe, ainda, conhecimento 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
16 
 
acumulado que permita quantificar a parcela de cada fator na determinação do 
esquema global dessas afecções, assim como o evento precipitante de cada caso 
clínico, visto a intersecção de vários fatores na história de cada trabalhador. E, 
embora as condições objetivas de trabalho sejam explicações consensuais sobre a 
etiologia dos sintomas, reconhecidas pelos órgãos previdenciários e referidas nas 
denominações da doença, mantém-se, ainda, a continuidade do debate em torno 
desta questão. 
Todos os fatores descritos e característicos da LER/ DORT concorrem para 
seu difícil diagnóstico e tratamento; ainda, seus portadores, em geral, apresentam 
quadros clínicos onde os sintomas e a dor crônica não condizem com os resultados 
do exame clínico. Por outro lado, a falta de melhora e a grande incapacidade 
associada aos casos têm demonstrado a pouca eficácia dos tratamentos isolados, 
portanto, é um campo rico de estudo para os Enfermeiros, uma vez que pela 
observação cotidiana e o fato de sempre lidarem com trabalhadores pode aguçar a 
curiosidade e o desejo de pesquisar mais sobre os quadros clínicos das LER/DORT. 
 
3.3 Doenças causadas por ruídos 
Entende-se por ruído um agente contaminante de tipo físico; é um som 
indesejável e, desta forma, incômodo. É definido como o som ou grupo de sons de 
tal amplitude que pode ocasionar adoecimentos ou interferência no processo de 
comunicação. Quanto à diferença entre som e ruído, sabe-se que o primeiro pode 
ser quantificado, enquanto que o segundo é considerado um fenômeno subjetivo 
(GANIME et al, 2010). 
De modo objetivo, é considerado todo sinal acústico aperiódico, originado da 
superposição de vários movimentos de vibração com diferentes frequências, as 
quais não apresentam relação entre si, de modo subjetivo é considerado toda 
sensação de desagrado, desconforto e/ou de intolerância decorrente de uma 
exposição sonora (TELES, MEDEIROS, 2007). 
O ruído está por toda parte, mas prevalece no ambiente industrial, onde 
encontramos relação direta com doenças que acometem os trabalhadores. 
Segundo Ganime et al (2010), o ruído industrial existe em todas as indústrias 
em detrimento do funcionamento de várias máquinas dos mais variados tipos, 
algumas máquinas, principalmente as dotadas de menos tecnologia, produzem 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitosautorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
17 
 
ruídos excessivos, acima do tolerável. Este tipo de ruído está em conflito com as 
condições de vida humana e contrapõe-se ao aumento da produtividade do trabalho 
e qualidade da saúde do trabalhador, ou seja, se o empregado é obrigado a 
trabalhar em ambientes ruidosos diminui sua produtividade por efeitos 
psicofisiológicos, que vão desde a simples irritação até a perda de audição. 
A questão da salubridade acústica agrava-se quanto maior e mais complexo 
for o processo industrial, pois as exigências acústicas diversificam-se mais. Como o 
ser humano tem uma alta capacidade de adaptação aos ambientes diversos, o 
desenvolvimento de um estado de fadiga e fuga de energia pode ocorrer sem que a 
pessoa perceba, esgotando os limites de sua resistência. Mas não é só no domínio 
físico que o ruído atua; sua influência no domínio intelectual, principalmente na 
capacidade de atenção reduz o rendimento do trabalho do indivíduo, tanto intelectual 
como físico. Acredita-se até a presente data que um ruído de 80 dB não provoque 
surdez para a maioria dos indivíduos, desde que a duração da exposição diária não 
exceda a 16 horas. Entretanto, um ruído de 92 dB (A) pode causar surdez 
profissional ao longo do tempo, se a exposição do trabalhador exceder a três horas 
por dia (GANIME, 1993). 
A ideia de que o ruído é um problema exclusivo do trabalhador leva a não 
valorização do tempo e capital investidos na produção. A empresa deve entender 
que dar atenção ao ruído significa mais do que “cumprir a lei” “ou atender à 
fiscalização”, pois os seus efeitos danosos podem resultar em um ônus financeiro e 
doença ocupacional. 
Segundo Campanhole e Campanhole (1993), há um contraponto existente no 
mundo onde tanto se deseja “produtividade” e “competitividade”, causando 
estranheza o fato de um administrador “não querer” encarar o ruído como inimigo 
comum que afeta tanto a saúde da sua empresa como a de seu empregado. Através 
de uma análise cuidadosa, ficam claras as ações que devem ser tomadas para 
buscar uma melhoria de condição de trabalho e, consequentemente, um aumento na 
produtividade dos trabalhadores. 
 
Efeitos da exposição ao ruído sobre o trabalhador 
A exposição ao ruído pode provocar diferentes respostas nos trabalhadores 
de ordem auditiva e extra-auditiva a depender das características do risco, da 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
18 
 
exposição e do indivíduo exposto. São efeitos auditivos reconhecidos: o zumbido de 
pitch agudo, a mudança temporária do limiar (MTL) e a mudança permanente do 
limiar (MPL) (trauma acústico agudo e crônico) e são efeitos extra-auditivos: 
distúrbios no cérebro e nos sistemas nervoso, circulatório, digestório, endócrino, 
imunológico, vestibular, muscular, nas funções sexuais e reprodutivas, no psiquismo, 
no sono, na comunicação e no desempenho de tarefas físicas e mentais (TELES, 
MEDEIROS, 2007). 
A exposição ao ruído pode ocasionar efeitos à saúde como estresse, 
irritabilidade, hipertensão arterial e pode estar associado a outras situações de risco. 
A pessoa pode também perder o apetite, ser vítima de aerofagia (deglutição de ar), 
de insônia, de distúrbios circulatórios ou respiratórios e pode emagrecer. 
Há anos, pesquisas indicavam a presença de hipersensibilidade auditiva, 
associada a outras alterações, como paralisia do nervo facial, pós-estapedectomia, 
zumbido, síndrome de Williams. Atualmente, sabe-se que a hiperacusia pode ser 
causada ou acompanhar diversas condições patológicas periféricas ou centrais. 
Embora as causas da hiperacusia ainda não estejam determinadas com exatidão, a 
exposição prolongada a ruído intenso é um fator desencadeante importante 
(GANIME et al, 2010). 
A hiperacusia pode impedir ou dificultar a utilização plena das habilidades 
auditivas, prejudicando não só o trabalho, mas também a qualidade da vida social 
dos trabalhadores. É caracterizada pelo constante incômodo a sons de intensidade 
fraca ou moderada, independente da situação ou ambiente. Há uma amplificação 
anormal da atividade neural evocada por um som na via auditiva, que sofre uma 
ativação secundária do sistema límbico. Existem parâmetros tais como a anamnese 
detalhada e a realização do teste do limiar de desconforto (Loudness Discomfort 
Level – LDL), para a identificação deste problema. 
Há também a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), que pode apenas ser 
prevenida eliminando-se ou diminuindo-se os níveis de exposição sonora. Esta é 
considerada uma das mais comuns das doenças ocupacionais e a segunda lesão 
ocupacional autorreferida mais comum. Este problema é permanente e irreversível e 
inexiste tratamento efetivo quando é resultante de exposição excessiva (EL DIB et 
al, 2007 apud GANIME et al, 2010). 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
19 
 
A perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) relacionada ao trabalho é uma 
diminuição gradual da acuidade auditiva, decorrente da exposição continuada a 
elevados níveis de pressão sonora. A PAIR é passível de prevenção e pode ter 
como consequências prejuízos de diferentes naturezas, podendo levar à 
incapacidade auditiva, disfunções auditivas – como zumbidos e alterações 
vestibulares – e mesmo dificultar a inserção no mercado de trabalho. No Brasil, 
apesar da evolução dos conhecimentos e da legislação sobre a PAIR, ainda ocorrem 
casos de trabalhadores lesionados. 
Segundo Neuberger et al (1992 apud OGIDO, COSTA E MACHADO, 2009), 
os zumbidos são o primeiro alerta de exposição a um estímulo sonoro excessivo e 
podem indicar maior susceptibilidade à lesão pelo ruído. Este é um sintoma 
importante na prevenção da PAIR e um dos principais fatores preditivos de 
desvantagens geradas para os trabalhadores expostos a ruído. 
As condições de saúde auditiva no ambiente de trabalho tem sido objeto de 
muitos estudos no campo da saúde pública, uma vez que, a exposição a elevados 
níveis de ruído pode provocar danos irreversíveis à audição como a Perda Auditiva 
Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevado (PAINPS). Além da alteração na 
função auditiva devido à exposição ao ruído ocupacional, o ruído e a PAINPS 
compromete a comunicação e a qualidade de vida dos trabalhadores. 
O ruído é considerado como o agente físico nocivo à saúde mais frequente no 
ambiente de trabalho, sendo caracterizado como o fator de maior prevalência das 
origens de doenças ocupacionais (PADOVANI et al, 2004). A PAINPS, por sua vez, 
é a segunda maior causa de perda auditiva no homem, além de ser a mais frequente 
das doenças ocupacionais (MANUBENS, 2001). 
De acordo com o Ministério do Trabalho (artigo 168 da Consolidação das Leis 
do Trabalho, na NR 7) (3) e Portaria SSST/MTb nº 5, publicada em 25 de fevereiro 
de 1997, foram estabelecidos diretrizes e parâmetros mínimos para a avaliação e o 
acompanhamento da audição dos trabalhadores expostos a níveis de pressão 
sonora elevados. Definiram a PAINPS como perda auditiva gerada por níveis de 
pressão sonora elevados, com alterações dos limiares auditivos,do tipo 
neurossensorial, decorrente da exposição ao ruído ocupacional, apresentando como 
características principais à irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de 
exposição ao risco. Gatto et al (2005) definiram a PAINPS como uma patologia 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
20 
 
cumulativa e insidiosa, que progride ao longo dos anos de exposição ao ruído 
associado ao ambiente de trabalho. 
Os sinais iniciais da PAINPS mostram o acometimento dos limiares auditivos 
em uma ou mais frequências entre faixa de 3000 a 6000 Hz. De acordo com Hanger, 
Barbosa-Branco (2004), as frequências mais altas e mais baixas poderão levar 
maior tempo para serem comprometidas. 
Alguns estudos verificaram que a frequência de 6000 Hz é a mais acometida 
nas audiometrias sugestivas de PAINPS (RUGGIERI et al 1991; CORRÊA FILHO et 
al, 2002), enquanto outros estudos, referiram que a frequência de 4000 Hz é a mais 
comprometida nos estágios iniciais (KÓS; KÓS, 1998; ARAÚJO, 2002). 
Além da perda auditiva, o zumbido é uma queixa comum em profissionais que 
atuam em ambientes ruidosos, com níveis de 85 dB NPS ou maiores e sua 
prevalência aumenta de acordo com a evolução do dano auditivo. 
Considerando que a PAINPS é uma doença passível de prevenção e sua 
prevalência ainda é alta no meio de trabalho, e esta perda da audição pode 
prejudicar a qualidade de vida afetando as relações sociais, de comunicação e de 
trabalho, evidencia-se a importância de ações preventivas e coletivas que visem a 
conservação da audição e da saúde em geral (LOPES et al, 2009). 
 
Efeitos sobre o sistema auditivo 
A surdez profissional é o efeito mais conhecido do ruído excessivo sobre o 
homem. Sua ocorrência depende de características ligadas ao homem, ao meio e ao 
agente agressor. Perdas auditivas causadas pelo ruído excessivo podem ser 
divididas em três tipos: 
1. Trauma acústico, que é a perda auditiva de ocorrência repentina, causada 
pela perfuração do tímpano, acompanhada ou não da desarticulação dos 
ossículos do ouvido médio; 
2. Surdez temporária, também conhecida como mudança temporária do limiar 
de audição, ocorre após uma exposição a um ruído intenso, por um curto 
período de tempo; e, 
3. Surdez permanente, que é a exposição repetida, cotidianamente, a um ruído 
excessivo, que pode levar o indivíduo a uma surdez permanente. Caso esta 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
21 
 
exposição ocorra durante o trabalho, a perda auditiva recebe o nome de 
Surdez Profissional. 
 
Efeitos sobre sistemas extra-auditivos 
Segundo estudos de Ganime et Al (2010), os efeitos do ruído traduzem-se em 
tensão, tendo sido descritas alterações psíquicas, fisiológicas e até anatômicas em 
vários órgãos de animais e no próprio homem. As principais reações do organismo 
ao ruído encontradas nas literaturas pesquisadas foram os seguintes sistemas: 
a) Circulatório 
Reações no sistema circulatório ocorrem sobre os vasos sanguíneo, 
acontecendo redução de seu diâmetro (vasoconstrição) e sobre o coração, que pode 
bater mais rapidamente (taquicardia) e mais forte, o que parece ser consequência de 
um estímulo glandular (aumento de catecolaminas). Como reação à vasoconstrição 
aparece alterações na pressão arterial que representam uma ação compensatória 
do coração (ROCHA et al, 2002). 
Indivíduos expostos a situações de ruído intenso e prolongados apresentam 
maior prevalência de hipertensão arterial sistêmica, bem como da frequência 
cardíaca e doenças cardiovasculares, além de maiores variações pressóricas. O 
organismo humano prepara-se para poder responder a um desejo ou situação de 
medo, frente a uma tensão, ativando suas glândulas que liberam os hormônios, 
aumentando a adrenalina. Trabalhadores em metalurgias barulhentas tinham uma 
incidência relativamente grande de alterações cardiovasculares, como bradicardia, 
conforme o National Institute of Ocupational Safety Health (NIOSH) (FUSCO, 1981). 
b) Respiratório 
Apesar de escassas as comprovações e pesquisas científicas, as alterações 
do sistema nervoso central em trabalhadores expostos ao ruído de baixa frequência 
(RBF, <500 Hz, incluindo infrassons) foram observadas pela primeira vez há 25 
anos, em técnicos de aeronaves. Ao mesmo tempo, foi também identificada 
patologia respiratória nos mesmos trabalhadores, mais tarde reproduzida em 
modelos animais sob exposição a ruído de baixa frequência. Atualmente, a doença 
vibroacústica define-se como patologia sistêmica causada por exposição excessiva 
a ruído de baixa frequência. Em indivíduos expostos a ruído no trabalho, as queixas 
brônquicas aparecem nos primeiros 4 anos de atividade e, nesta fase, reduzem ou 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
22 
 
desaparecem quando de férias ou removidos do seu local de trabalho por outros 
motivos. Com a exposição prolongada, poderão surgir situações mais graves, como 
derrames pleurais, insuficiência respiratória, fibrose pulmonar e carcinomas do 
aparelho respiratório (GANIME et al, 2010). 
c) Gastrointestinal 
Há redução de secreção gástrica e salivar o que causa certa diminuição da 
velocidade de digestão. A exposição mais prolongada pode levar as alterações da 
função intestinal e cardiovascular e mesmo, a lesões teciduais dos rins e do fígado. 
A queda de resistência a doenças infecciosas e disfunções na função reprodutora 
tem sido descritas na literatura. 
d) Neurológico 
Há maior incidência de irregularidades circulatórias e neurológicas entre os 
metalúrgicos trabalhando em locais ruidosos, quando comparados com outros 
grupos que trabalham em locais menos ruidosos. Exames neurológicos de tecelões 
italianos expostos diariamente ao ruído intenso mostram reflexos hiperativos e, em 
alguns poucos casos, mostram um traçado eletroencefalográfico de 
dessincronização, semelhante àqueles encontrados nas alterações de personalidade 
(GANIME et al, 2010). 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
23 
 
e) Psíquico 
Há queixas de irritabilidade, fadiga e mal-ajustamento incluindo também 
conflitos sociais entre os trabalhadores expostos ao ruído. Evidências reais de 
alterações psíquicas causadas pelo barulho ainda carecem de estudos mais 
detalhados e prolongados. 
Há alterações no estado de ânimo, modéstia e afetividade, dado que o 
trabalhador deverá aumentar seu nível de concentração, aumentando a fadiga 
(GANIME et al, 2010). 
f) Comunicação 
Sabe-se que a comunicação é uma das principais ferramentas para se ter 
êxito na realização do trabalho em variados locais, a eficácia de uma boa 
comunicação está intimamente ligada ao sucesso na execução do trabalho.Dentre 
as variadas formas de comunicação encontramos a oral, a qual tem sido uma das 
mais afetadas com a exposição excessiva ao ruído. 
Um dos efeitos do ruído é a sua influência sobre a comunicação oral. O 
barulho intenso provoca o mascaramento da voz. Os sons nas frequências de 500, 
1000 e 2000 Hz são os que mais interferem na comunicação. Este tipo de 
interferência atrapalha a execução ou o entendimento de ordens verbais, a emissão 
de aviso de alerta ou perigo. 
Paralelamente, o ruído pode diminuir a eficiência das comunicações pela 
conversação, telefone, rádio, etc. Sabe-se também que o número de acidentes na 
indústria aumenta com nível de ruído, justamente pela diminuição da eficiência nas 
comunicações (GANIME et al, 2010). 
A associação entre exposição ao ruído e perda auditiva ocupacional tem sido 
descrita há mais de um século, porém, somente a partir da década de 1960, 
pesquisadores mostraram preocupação com os efeitos da música sobre a audição. 
Segundo Maia e Russo (2008), no caso dos músicos, por exemplo, o risco de 
perda auditiva não existe somente após longa exposição à música amplificada. 
Curtas exposições a níveis sonoros excessivamente elevados, como em concertos 
de rock, também podem causar perda auditiva e zumbido. 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
24 
 
Medidas de Redução do ruído 
Há três métodos principais para a redução do ruído: 
a - Na fonte – é o método mais eficiente, porque permite obter-se a redução 
do ruído interno no parque industrial, melhorando assim a qualidade dos ambientes; 
b - Pelo planejamento físico – isolando os edifícios ou máquinas. A disposição 
apropriada dos equipamentos, dos setores e das estruturas de vibração, pode levar 
a níveis acústicos sob a égide da legislação pertinente; 
c - Pelo controle sistemático dos níveis de ruído – não permitindo que estes 
se elevem, pelo desgaste ou falta de manutenção, a níveis excessivos. 
Caso não se consiga o resultado desejado na redução do nível de ruído, cabe 
ao empregador, como alternativa, o fornecimento de equipamentos de proteção 
individual, dando melhor condição para o empregado, além de resguardar 
legalmente a empresa, estando o enfermeiro do trabalho responsável juntamente 
com as demais equipes por sensibilizar os trabalhadores da necessidade do uso 
através de ações educativas e implementações de programas que ao invés de 
punitivos precisam ser sempre educativos. 
Todo protetor auricular, seja em forma de concha, abafadores, plugues de 
inserção, atenua o ruído criando uma barreira para reduzir o som que chega por via 
aérea à membrana timpânica, porém o nível de proteção obtido depende do grau de 
vedação do protetor, de forma que qualquer vazamento permite que o som passe 
pelo protetor. Porém, há inexistência de estudos sobre a importância do tamanho do 
protetor auditivo ser pequeno, médio ou grande na eficácia da proteção do ruído 
ocupacional. Além disso, a utilização de protetores auriculares enquanto medida 
principal no controle dos efeitos do ruído não tem se mostrado suficiente para evitar 
o agravamento da PAIR. 
As distintas técnicas de controle de ruído baseiam-se, fundamentalmente, nos 
diferentes tratamentos que podem efetuar-se com as ondas sonoras. O controle 
sempre deve ser feito quando os padrões utilizados na avaliação são ultrapassados. 
Pode-se seguir um, ou vários, dos processos: controle na fonte; controle sobre a via 
de transmissão; controle no pessoal, diminuindo o tempo de exposição ou uso de 
protetores auriculares. 
Quando se pretende a redução na geração do ruído, substituindo 
equipamentos ou componentes ruidosos por outros, seguem-se os “Procedimentos 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
25 
 
Ativos de Controle”. No caso de tratamentos e acondicionamentos acústicos dos 
locais ou estudo da ordenação e disposição de equipamentos ruidosos nos recintos, 
o termo usado é “Procedimentos Passivos de Controle”. Estes não evitam a geração 
do ruído, mas atenuam suas consequências sobre os receptores. 
O quadro abaixo apresenta as doenças do ouvido relacionadas com o 
trabalho – grupo VIII da CID-10* 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
26 
 
UNIDADE 4 – DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES 
FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS 
 
4.1 Doenças ocupacionais respiratórias 
Uma grande diversidade de agentes ambientais e ocupacionais pode causar 
doenças nas vias aéreas superiores. Entre as principais funções das vias aéreas 
superiores, destacamos: 
 a de filtro, removendo agentes infecciosos, alérgicos e tóxicos do ar inalado; 
 defesa, através da mucosa que identifica, metaboliza e remove uma série de 
elementos xenobióticos; 
 condução, aquecimento e umidificação de 10.000 a 20.000 litros de ar por dia; 
e, 
 contribuição importante para a audição, olfação, visão, gustação e fonação 
(BAGATIN; COSTA, 2006). 
Embora medidas clínicas para avaliação dessa parte do aparelho respiratório 
seja função de um médico especialista, que detém o conhecimento adequado para 
analisar, investigar, examinar sintomas e diagnosticar a melhor terapêutica para as 
doenças respiratórias, cabe aos profissionais da segurança e saúde ocupacional 
conhecer as doenças que mais acometem os trabalhadores nessa área, bem como 
o ambiente característico onde podem surgir, com vistas à prevenção de doenças. 
Existem vários métodos para uma boa abordagem diagnóstica, indo desde a 
história do paciente, a visualização das cavidades nasal e bucal com luz direta, até 
medidas objetivas de avaliação funcional e estrutural como a rinomanometria, 
rinometria acústica, medidas do pico de fluxo nasal, complacência nasal, provocação 
nasal com metacolina ou histamina, timpanomanometria, avaliação do fluxo de 
sangue da mucosa, quantificação da eficácia do sistema mucociliar, swab ou lavado 
da secreção nasal e biópsia nasal, entre outros exames disponíveis (DIAS et al, 
1995 apud BAGATIN; COSTA, 2006). 
Em uma recente revisão publicada com o título de Guia das Doenças 
Ocupacionais Otorrinolaringológicas (DELLA GIUSTINA et al, 2003), pode-se 
observar uma extensa relação de doenças das vias aéreas superiores relacionadas 
com o trabalho e seus agentes causais associados com a ocupação, ambiente e 
operações executadas. Essa revisão foi idealizada para auxiliar no diagnóstico 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
27 
 
dessas enfermidades e para subsidiar o estabelecimento do nexo causal entre a 
exposição e os sintomas referidos. Na região do nariz e seios paranasais, 
destacamos as rinossinusopatias, tumores, anosmias, perfuração do septo nasal e 
rinolitíase; na cavidadeoral, as inflamações, metaplasias, leucoplasias, alterações 
da cor e erosões dentárias, estomatites, gengivites, ulcerações crônicas e alterações 
do paladar; na faringe, laringe e traqueia as disfonias funcionais, as inflamações e as 
neoplasias, bem como as doenças da orelha interna e média que interferem na via 
respiratória. 
Dependendo das características do aerossol inalado pode haver irritação 
primária por ação citotóxica direta ocasionando inflamação da mucosa. Entre os 
principais irritantes primários temos os compostos de amônia, cloro e ácidos fortes 
(sulfídrico, clorídrico, muriático). Gases como os derivados do nitrogênio, enxofre, 
oxigênio, ozônio, fosgênio, dependendo da concentração e tempo de exposição, 
além de provocarem lesões nas vias aéreas superiores podem determinar 
alterações respiratórias bronquíolo-alveolares. 
Uma extensa relação de substâncias químicas consideradas como irritantes 
das vias aéreas superiores a partir das suas concentrações, em partes por milhão, 
pode ser consultada para uma melhor caracterização da exposição. Alguns metais 
como o berílio, tungstênio, selênio, vanádio, antimônio, zinco, manganês, cromo e 
níquel podem provocar laringites, traqueites, ulcerações e até perfurações do septo 
nasal. 
Uma série de substâncias sensibilizantes pode estar presente nos ambientes 
domésticos, de lazer e de trabalho, sendo as mais frequentes as proteínas animais e 
vegetais, enzimas, substâncias químicas de baixo peso molecular como o ácido 
plicático, anidridos ácidos e isocianatos, entre outros elementos. As exposições aos 
metais já citados, poeira de madeiras, compostos de hidrocarbonetos aromáticos e 
benzopireno apresentam elevada associação com as neoplasias da vias aéreas 
superiores, principalmente da cavidade nasal, dos seios paranasais e da laringe. 
As ulcerações e as perfurações do septo nasal, lesões da cavidade oral, 
rinossinusopatias alérgicas ou irritativas, rinolitíase, disfonias, laringites, traqueítes e 
as neoplasias são os agravos de maior ocorrência. 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
28 
 
Rinite alérgica ocupacional 
A rinite é qualquer processo inflamatório da mucosa nasal. Quando ela é 
eosinofílica e mediada pela imunoglobulina IgE, é chamada rinite alérgica. 
Primeiramente, ela é promovida por um mecanismo de sensibilização e 
posteriormente é desencadeada por contatos subsequentes, através de uma 
resposta imune. Se ela for produzida por alérgenos do ambiente de trabalho ou, 
mesmo sendo preexistente, se seus sintomas forem desencadeados por agentes do 
ambiente do trabalho, ainda que não alergênicos, é caracterizada como rinite 
alérgica ocupacional. 
Epidemiologia - A rinite alérgica é de grande ocorrência na população e, 
dentre as rinites, sua prevalência só é menor que a das virais. Embora se disponha 
de farta literatura epidemiológica sobre a rinite alérgica, sabe-se pouco sobre sua 
ocorrência quando relacionada com o trabalho. Ao contrário da asma ocupacional, 
que muitas vezes acomete os portadores de rinite alérgica, não há muitos estudos 
disponíveis sobre esta e sua importância não tem sido muito valorizada. Mas a 
incidência é grande e tende a ser crescente, tanto quanto sua importância para a 
saúde do trabalhador. Estima-se que 20% da população tenha rinite alérgica e 5% 
não alérgica. 
Na área ocupacional, ela tanto pode ser desencadeada pelas condições de 
trabalho, quanto pode ser exacerbada por elas, nas situações em que é 
preexistente. Em um estudo realizado na Finlândia cerca de 20% dos casos de rinite 
alérgica eram de origem ocupacional, sendo que as exposições na agricultura 
predominaram, especialmente no trabalho com algodão, madeiras, fibras vegetais e 
farinha (KANERVA; VAHERI, 1993 apud BAGATIN; COSTA, 2006). 
Pesquisas em muitos países apontam o aumento da rinite alérgica em 
trabalhadores rurais, por se submeterem a sensibilização crescente a agentes 
alergênicos, geralmente de alto peso molecular. Outros estudos destacam maior 
incidência em trabalhadores urbanos, pelo aumento dos poluentes ambientais. 
Alguns alérgenos são de ocorrência sazonal, fazendo com que as crises de rinite 
alérgica ocorram predominantemente em determinadas épocas do ano. Outros são 
de manifestação perene, com intercursos de agravamento (MELLO; MION, 2003). 
 
São inúmeros os agentes causais listados na literatura: 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
29 
 
 os acrilatos afetam os trabalhadores fabricantes de têxteis, revestimentos, 
filtros, resinas e adesivos; 
 amprolina e cloretos estão presentes em frigoríficos avícolas e aviários; 
 anidridos ácidos, em plastificação e fábricas de poliéster, pesticidas e 
essências; 
 carbonetos metálicos (de tungstênio, cobalto, titânio) estão presentes na 
fabricação e afiação de ferramentas; 
 corantes (azoquinona, antroquinase), em tinturarias, cabeleireiros, fabricação 
de alimentos e tecidos; 
 cromo e compostos, em galvanoplastias, decapagens, soldas, fabricação de 
ligas metálicas, cimento, refratários, pigmentos, couro e mordentes; 
 diisocianatos, em fabricação de poliuretano (espumas, revestimentos, 
vedantes), têxteis e tintas; 
 enzimas, em padarias, fábricas de detergentes e produtos farmacêuticos; 
 formaldeído, na preservação de tecidos, embalsamamentos, curtumes, 
fabricação de resinas, látex e produtos de borracha; 
 gomas vegetais, em cabeleireiros, gráficas, e fabricação e comércio de 
tapetes e carpetes; 
 grãos, em depósitos e comércio de alimentos, estiva e zona rural; níquel e 
compostos, na sua extração, fundição e refino, galvanoplastias, joalherias, 
fabricação de pilhas, baterias, eletrodos, borracha sintética e mordentes; 
 pentóxido de vanádio, em catalisadores, limpeza de óleo, laboratórios 
fotográficos e de coloração; 
 pirólise de plástico, no fechamento de embalagens; 
 poeiras de algodão, linho, cânhamo e sisal, na fabricação de óleo vegetal, 
padarias, carda e fiação de algodão e cordas; 
 poeira de cimento, na produção de cimento e construção civil; 
 poeira de madeira, em fábricas de móveis, serrarias, carpintarias, 
marcenarias e construção civil; 
 poeiras industriais de mamona e café, nas indústrias de óleo de rícino e de 
café; 
 proteínas animais, na fabricação de alimentos, granjas, criadouros, 
laboratórios e clínicas veterinárias; 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
30 
 
 proteínas vegetais, nas fábricas de alimentos, látex, padarias e fazendas; e, 
 tabaco, presente em sua plantação e na indústria de fumo (BRASIL, 2001; 
DELLA GIUSTINA et al, 2004; BAGATIN; COSTA, 2006). 
 
Rinite não alérgica de origem ocupacional 
A doença inflamatória das mucosas nasais geralmente se caracteriza por 
obstrução nasal e rinorreia, eventualmente com irritação, prurido e espirros. Pelo seu 
alto grau de exposição ambiental e por ter mecanismos de defesa mais limitados, as 
fossas nasais constituem um dos sistemas orgânicos maisvulneráveis a poluentes 
ambientais. 
As rinites podem ser agudas ou crônicas e estas, não sendo alérgicas, podem 
se manifestar como hipertróficas, atróficas, vasomotoras, poliposas, supurativas, 
granulomatosas ou ulceradas. 
Fatores de risco – condições preexistentes podem facilitar a instalação das 
rinites, como: desvios de septo nasal, hipertrofias de cornetos, presença de pólipos 
nasais, estenoses de fossas nasais, atresia de coanas, presença de corpos 
estranhos, tumores e rinites crônicas ou recidivantes; distúrbios de transporte 
mucociliar; algumas afecções sistêmicas (alergia, diabetes, endocrinopatias, 
colagenoses, imunodeficiências e outras); uso de drogas ou medicamentos nasais; 
contato com irritantes domésticos (detergentes, inseticidas, tintas e outros); e, 
contato com irritantes ambientais (fumaça, tabaco, ar condicionado e outros). 
São muito numerosos os agentes causais referenciados na literatura. Os mais 
citados são: compostos de cromo, níquel, manganês, antimônio, titânio, selênio, 
vanádio e arsênico, presentes na solda, galvanização, conservação de madeira, 
indústria petroquímica, de acumuladores, pilhas e baterias e outros locais; 
compostos de flúor, iodo, bromo e cloro, na indústria química, farmacêutica, plástica, 
siderúrgica, cerâmica, de fertilizantes e outras; cimento, às vezes com formação de 
rinólitos nasais ou sinusais; ácidos fórmico, hidroclorídrico e hidrofluorídrico, fenol, 
amônia e anidridos, nas indústrias plásticas, de borracha, fertilizantes, tintas, 
corantes, resinas e outras; óxido de enxofre, na queima de resíduos, caldeiras, 
geradores, fornos e solda; e fumos emanados da fabricação de borracha, plásticos, 
óleos, solventes orgânicos e névoas ácidas ou alcalinas (BRASIL, 2001; DELLA 
GIUSTINA et al, 2004; BAGATIN; COSTA, 2006). 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
31 
 
 
Sinusite de origem ocupacional 
As inflamações da mucosa sinusal são consideradas de origem ocupacional 
quando o exercício da atividade laboral de seu portador teve um papel contributivo 
ou adicional em seu desenvolvimento, pois sua etiologia geralmente é multicausal 
(ARRAIS, 1999). 
Elas podem ser agudas ou crônicas, estas quando duram mais de quatro 
semanas. Por sua natureza, podem ser de origem alérgica ou provocadas pela 
inalação de agentes irritantes ou contaminantes (vírus, bactérias e fungos). Podem 
ainda atingir cavidades sinusais isoladas ou grupamentos delas. 
Fatores de risco – da mesma forma que nas rinites não alérgicas, muitas 
condições preexistentes podem facilitar a instalação da doença sinusal, como: 
desvios de septo nasal, hipertrofias de cornetos, pólipos nasais, estenoses de fossas 
nasais, atresia de coanas, presença de corpos estranhos, tumores e rinites crônicas 
ou recidivantes; distúrbios de transporte mucociliar; algumas afecções sistêmicas 
(alergia, diabetes, endocrinopatias, colagenoses, imunodeficiências e outras); uso de 
drogas ou medicamentos nasais; contato com irritantes domésticos (detergentes, 
inseticidas, tintas e outros); irritantes ambientais (fumaça, tabaco, ar condicionado e 
outros). 
Os agentes causais mais referenciados na literatura são: compostos de 
cromo, zinco, níquel, cádmio, manganês, selênio e arsênico – presentes na 
indústria, solda, galvanização, conservação de madeira e outros locais; compostos 
de flúor, iodo, bromo e amônia – presentes na indústria química, farmacêutica, 
siderúrgica, cerâmica, de fertilizantes e outras; cimento, às vezes com formação de 
rinólitos nasais ou sinusais; sílica, em fundições, cerâmicas, mineração, pedreiras; 
fibra de vidro; e fumos emanados da fabricação de borracha, plásticos, óleos, 
solventes orgânicos e névoas ácidas ou alcalinas (BRASIL, 2001; DELLA GIUSTINA 
et al, 2004; BAGATIN; COSTA, 2006). 
 
Perfuração do septo nasal 
As perfurações de septo nasal de origem ocupacional ocorrem por ação local 
dos aerodispersóides irritantes, que provocam processo inflamatório crônico, 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
32 
 
ulcerações na mucosa nasal e necrose isquêmica da cartilagem septal. Elas não 
costumam acometer o septo ósseo (GOMES, 1993; BRASIL, 2001). 
Fatores de risco – as perfurações são provocadas pela ação de agentes 
irritantes, em alta concentração no ar inspirado, sobre a mucosa septal, onde 
predomina a secreção serosa sobre a secreção mucosa, o que a torna naturalmente 
mais vulnerável à agressão. Além disso, devem ser consideradas: higiene nasal 
precária, provocação de microtraumas para remoção de crostas e suscetibilidade 
individual (BRASIL, 2001; DELLA GIUSTINA et al, 2004; BAGATIN; COSTA, 2006). 
Muitos agentes ocupacionais têm sido relatados como causais: cromo e 
derivados, presentes em galvanoplastias, curtume, fabricação de cimento, soldas, 
impressão fotográfica e outros locais; níquel, em galvanoplastias, fábrica de baterias 
e metalurgia; cádmio, em galvanoplastias, fundição de ligas metálicas, soldas, 
fabricação de acumuladores e outros locais; arsênico e compostos, na metalurgia, 
fabricação de parasiticidas, tintas, material eletrônico, vidro e semicondutores, 
conservação de madeira, empalhamento de animais e outros locais; manganês, na 
extração e na fabricação de ligas, pilhas e acumuladores, corantes, vidros, cerâmica, 
tintas, fertilizantes, soldas e outras; ácido cianídrico e derivados, em galvanoplastias 
e combustão de espumas de poliuretano; antimônio; berílio; selênio; vanádio; silicato 
de alumínio e outros. 
Existem também agentes não ocupacionais que podem atuar isoladamente ou 
como concausas (microtraumas, traumas cirúrgicos, aspiração de drogas, infecções 
e outros). 
 
Alterações do olfato de origem ocupacional 
As disosmias, do ponto de vista quantitativo, são assim chamadas: hiposmias 
as reduções parciais da capacidade olfatória e anosmias as incapacidades totais, 
que podem ser temporárias ou permanentes. Sob o aspecto qualitativo, fala-se em 
agnosia olfatória (dificuldades para identificar odores), aliosmias (sensações 
desagradáveis para odores agradáveis) e parosmias (sensação de odores 
fantasmas). As cacosmias, que são sensações de odores desagradáveis pelo 
próprio paciente (subjetivas) ou por outras pessoas próximas (objetivas), são muito 
frequentes nas rinossinusopatias (BAGATIN; COSTA, 2006). 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
33 
 
De modo geral, as reduções parciais ou temporárias refletem problemas de 
condução do fluxo aéreo até a área olfatória, situada na parte alta das cavidades 
nasais. As alterações totais, qualitativas ou permanentes estão mais ligadas a 
transtornos dos nervos olfatórios ou das vias olfatórias centrais (DELLA GIUSTINA, 
et al, 2004). 
Fatores de risco – para as hiposmias de condução, são fatores 
predisponentes as rinossinusites crônicas, poliposes, presença de corpos estranhos, 
tumores, deformidades e desvios nasais, assim como o uso continuado de 
medicação tópica nasal. Para as disosmias,

Continue navegando