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Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 6 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
 
Aula 6 – Ciclo orçamentário 2 
AFO p/ TCE-RJ 
Prof. Sérgio Machado 
Prof. Marcel Guimarães 
Thiago Lopes -
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 Aula 6 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Sumário 
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA ........................................................................................... 4 
DESCENTRALIZAÇÃO DE CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS ................................................................................................... 7 
SISTEMA DE PLANEJAMENTO E DE ORÇAMENTO FEDERAL .......................................................................................... 12 
Finalidades .................................................................................................................................................... 12 
Papel dos agentes do Sistema De Planejamento e de Orçamento Federal ........................................................ 13 
Sistema de Administração Financeira Federal ................................................................................................. 16 
PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA ........................................................................................................ 19 
PRECATÓRIOS ..................................................................................................................................................... 23 
CONTINGENCIAMENTO DE GASTOS ......................................................................................................................... 27 
CONTROLE E AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA .................................................................... 34 
QUESTÕES COMENTADAS - CESPE ........................................................................................................ 41 
LISTA DE QUESTÕES - CESPE ................................................................................................................ 53 
GABARITO - CESPE ................................................................................................................................ 56 
RESUMO DIRECIONADO ........................................................................................................................ 57 
 
 
Thiago Lopes -
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 Aula 6 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Dica de um concursado para um concurseiro 
Tenha um sistema de cores, sendo que cada uma representa alguma coisa para você. Para ilustrar, eu vou 
colocar o sistema que eu, professor Sérgio, utilizava: 
• Vermelho: vedações, proibições, ressalvas negativas. Por exemplo: “é permitido blá blá, exceto 
blá blá...” 
• Verde: permissões, ressalvas positivas. Por exemplo: “é vedado blá blá, exceto blá blá...” 
• Laranja: obrigações, necessidades, deveres, algo indispensável. Por exemplo: “a Administração 
deve, obrigatoriamente, ...” 
• Azul claro: faculdades (algo facultativo), discricionariedades (algo discricionário). Por exemplo: 
“ao contribuinte é facultado...” 
Se você não estuda com papel, ou seja, estuda em mídias digitais, não tem problema. Você pode utilizar 
um sistema do mesmo jeito. 
Observação: dê preferência a marcadores (de texto) amarelos. 
Tenha um sistema de cores 🌈 
 
Mentalidade dos campeões 🏆 
Uma chave importante para o sucesso é a autoconfiança. Uma chave importante para a autoconfiança é a 
preparação. 
 
 
@profsergiomachado 
@prof.marcelguimaraes 
Thiago Lopes -
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 Aula 6 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Continuando o nosso estudo sobre ciclo orçamentário (ou processo orçamentário), agora estudaremos 
a sua terceira e quarta fase, quais sejam: 
3. Execução orçamentária; 
4. Controle e avaliação da execução orçamentária. 
Lembrando que o Poder Executivo elabora e executa, enquanto o Poder Legislativo vota e controla. 😄 
Nosso orçamento é do tipo misto! 
 
Sem mais delongas, vamos ao que interessa! 😅 
Execução orçamentária e financeira 
Muito bem! O Poder Executivo elaborou a proposta orçamentária, o projeto de lei orçamentária foi 
discutido, votado, aprovado, sancionado e (finalmente) publicado. Agora chegou a hora de colocar a mão na 
massa, de executar o orçamento, de arrecadar receitas e realizar despesas! E é o Poder Executivo quem irá 
fazer a execução. Executivo. Execução. Entendeu o nome agora? 😏 
“Beleza, mas que execução, professor?” 🤔 
Execução orçamentária e financeira! 
Lembrou de algo? Talvez do nome da nossa matéria? Administração financeira e orçamentária... 😄 
A execução orçamentária é a utilização das dotações dos créditos orçamentários consignados na Lei 
Orçamentária Anual (LOA). Ela é mais restrita e está relacionada ao orçamento público aprovado, ao 
planejamento e execução desse planejamento, a receitas e despesas orçamentárias daquele exercício 
financeiro. 
A execução financeira, por sua vez, é a utilização de recursos financeiros, com o objetivo de realizar 
aquilo que foi colocado no orçamento (no planejamento). Portanto, ela é mais ampla e está relacionada com 
dinheiro, pagamentos, arrecadação, entrada e saída de recursos do caixa, sejam eles orçamentários ou 
extraorçamentários. 
•Legislativo•Executivo
•Executivo•Legislativo
Controle e 
avaliação Elaboração
Discussão, 
votação, 
aprovação
Execução
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 Aula 6 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Portanto, sempre que você ver a palavra “financeiro” associe a dinheiro 💵 e sempre que ver a palavra 
“orçamentário” associe ao orçamento público 📓. 
 
E aqui vai um segredinho: a execução orçamentária e a execução financeira ocorrem 
concomitantemente! Elas andam juntas, de mãos dadas! Afinal, de que adianta ter dotação (e autorização) no 
orçamento, se não há recursos para realiza-la? E de que adianta haver recursos se não há autorização? Lembre-
se de que a Administração Pública só está autorizada a executar aquilo que está no orçamento, pois ela está 
sujeita ao princípio da legalidade! 
Questões para fixar 
CESPE – TCE-PR – Analista de Controle – 2016 
A execução orçamentária corresponde à utilização dos recursos financeiros para a realização das ações orçamentárias 
atribuídas a determinada unidade. 
Comentários: 
Saiba diferenciar: a execução orçamentária é a utilização das dotações dos créditos orçamentários consignados na Lei 
Orçamentária Anual (LOA). A execução financeira é que corresponde à utilização dos recursos financeiros para a 
realização das ações orçamentárias atribuídas a determinada unidade. 
Gabarito: Errado 
Beleza! 
Então estamos na execução. E agora? O que é mesmo que se faz dentro dessa fase? Quais são as etapas? 
Bom, primeiro vamos planejar um pouco. Comecemos o processo de planejamento. Nós já temos a 
nossa despesa fixada. Sabemos qual é o nosso limite de gastos, que estão incluídos nas leis orçamentárias com 
base nas receitas previstas, a serem efetuados pelas entidades públicas. 
Em seguida ocorrem as descentralizações de créditos orçamentários. As descentralizações de créditos 
orçamentários ocorrem quando for efetuada movimentação de parte do orçamento, mantidas as 
classificações institucional, funcional, programática e econômica, para que outras unidades administrativas 
possam executar a despesa orçamentária (veremos mais sobre isso daqui a pouco!). 😉 
“Pronto, professor. Já se sabe o limite de gastos e os créditos já foram descentralizados, agora as unidades 
gestoras já podem começar a gastar, não é?” 😃 
Opa! Não tão rápido! 😄 
• Orçamento público,execução do planejamento 
Execução 
orçamentária 📓
• Dinheiro, pagamentos, arrecadação
Execução 
financeira 💵
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 Aula 6 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Imagine que você é o gestor de um órgão público com 100 funcionários e que recebeu uma dotação de R$ 1.000.000,00 
para esse exercício financeiro. Seu órgão também precisa realizar uma obra no mês de outubro E aí? Você vai gastar logo 
todo esse crédito nos primeiros meses do ano? Claro que não. A obra é só em outubro e os funcionários devem receber 
suas remunerações ao longo de todo o exercício financeiro! Até porque você não arrecada todas as receitas nos primeiros 
meses do ano. Elas são arrecadadas ao longo de todo o exercício financeiro. Então, não seria interessante se você fizesse 
uma programação orçamentária e financeira? 😏 
É justamente isso que acontece! A programação orçamentária e financeira consiste na compatibilização 
do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando ao ajuste da despesa fixada às novas 
projeções de resultados e da arrecadação. 
Só que a Administração também não pode sair contratando e pagando quem ela bem entender. 🤔 As 
obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando 
contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas 
em lei (especialmente na Lei 8.666/93). 
Pronto! Essa foi a nossa etapa de planejamento da execução. Agora sim estamos prontos para executar, 
de fato, o nosso orçamento. As despesas serão empenhadas, ficarão em liquidação, serão liquidadas e 
finalmente pagas. As receitas serão lançadas (ou não), arrecadadas e recolhidas. É isso que acontece na etapa 
de execução! 
Em seguida, vem a etapa de controle e avaliação da execução orçamentária. O detalhe é que ela não 
ocorre necessariamente após a execução. Existem três momentos do controle: prévio, concomitante e 
posterior. 
Essas, na verdade, são as etapas da despesa orçamentária, previstas no MCASP 8ª edição, resumidas no 
esquema abaixo: 
 
“Beleza, professor! Entendi. Mas o que é que eu tenho mesmo que saber sobre a etapa de execução do ciclo 
orçamentário?” 🧐 
Bom, você que entender os seguintes três tópicos (e é sobre eles que nós vamos conversar a seguir): 
1. Descentralização de créditos orçamentários 
2. Programação Orçamentária e Financeira 
3. Contingenciamento de Gastos 
Vamos lá? 
Planejamento Fixação da despesa
Descentraliz. 
de créd. 
orçament.
Programação 
orçament. e 
financ.
Licitação e 
Contratação
Execução
(da despesa)
Empenho Em liquidação Liquidação Pagamento
Controle
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Administração Financeira e Orçamentária – 
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Descentralização de créditos orçamentários 
Ok! O que é a descentralização de créditos orçamentários? 
É a transferência, por uma unidade orçamentária ou administrativa para outra unidade, do poder de 
utilizar créditos que lhe foram dotados ou àquelas transferidos. 
“Espera aí, espera aí, professor. Unidade orçamentária ou administrativa? O que é isso?” 
Bem, existem: unidades orçamentárias, unidades administrativas e unidades gestoras. 
• Unidade Orçamentária (UO): segmento da administração direta a que o orçamento da União 
consigna dotações especificas para a realização de seus programas de trabalho e sobre os quais 
exerce o poder de disposição. São as UOs que recebem dotações. Se você consultar a LOA, 
encontrará dotações ao lado do nome da UO; 
Ressalte-se que uma unidade orçamentária não necessariamente corresponde a uma estrutura administrativa, como 
ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com as unidades orçamentárias “Transferências a Estados, Distrito 
Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida 
Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”. 
• Unidade Administrativa (UA): segmento da administração direta ao qual a lei orçamentária 
anual não consigna recursos e que depende de destaques ou provisões para executar seus 
programas de trabalho; 
• Unidade Gestora (UG): pode ser uma UO ou uma UA. Realiza atos de gestão orçamentária, 
financeira e patrimonial. 
A Lei 4.320/64 também define Unidade Orçamentária (UO): 
Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou 
repartição a que serão consignadas dotações próprias. 
Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão consignadas dotações a unidades administrativas 
subordinadas ao mesmo órgão. 
Beleza, agora vamos repetir: descentralização de créditos orçamentários é a transferência, por uma 
unidade orçamentária ou administrativa para outra unidade, do poder de utilizar créditos que lhe foram 
dotados ou àquelas transferidos. 
Então, a unidade orçamentária ou administrativa recebeu uma dotação, ou seja, o poder de utilizar 
créditos. Transferiu esse poder? Pronto, estamos diante de uma descentralização de créditos orçamentários. 
Tranquilo, não é? 😅 
Portanto, as descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada movimentação 
de parte do orçamento, mantidas as classificações institucional, funcional, programática e econômica, para 
que outras unidades administrativas possam executar a despesa orçamentária. As dotações serão 
empregadas obrigatória e integralmente na consecução do objetivo previsto pelo programa de trabalho 
pertinente, respeitadas fielmente a classificação funcional e a estrutura programática. Conclusão: quase 
tudo permanece igual! A única diferença é que a execução da despesa orçamentária será realizada por outro 
órgão ou entidade. 😄 
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As descentralizações de créditos orçamentários também não se confundem com transferências e 
transposição, pois: 
a. Não modificam a programação ou o valor de suas dotações orçamentárias (créditos adicionais); e 
b. Não alteram a unidade orçamentária (classificação institucional) detentora do crédito orçamentário 
aprovado na lei orçamentária ou em créditos adicionais. 
Preste atenção! 
Quando há descentralização de créditos orçamentários, as classificações institucional, funcional, 
programática e econômica não se alteram! Elas são mantidas! 
Agora é que vem o importante: 
• quando a descentralização ocorrer da unidade central de programação orçamentária para órgãos 
setoriais contemplados diretamente no orçamento, tem-se a figura da dotação. 
• Quando envolver unidades gestoras de um mesmo órgão tem-se a descentralização interna, 
também chamada de provisão. 
• Se, porventura, ocorrer entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estrutura diferente, 
ter-se-á uma descentralização externa, também denominada de destaque. 
Prestou atenção nas marcações? 😏 É isso que você vai usar para memorizar. Letra “i” de descentralização 
interna e provisão. Letra “e” de descentralização externa e destaque. 
Só mais uma informação: quem possui a competência legal em matéria orçamentária é o MPOG – 
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e a realiza através da SOF – Secretaria de Orçamento 
Federal. A competência financeira é legalmente atribuída ao MF – Ministério da Fazenda que a exerce através 
da STN – Secretaria do Tesouro Nacional1. 
Esses (MPOG e STN) são os órgãos centrais do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal e do 
Sistema de Administração Financeira Federal (SIAF), respectivamente. Abaixo dos órgãos centrais, estão os 
órgãos setoriais. Na elaboração da proposta orçamentária, cabe às unidades orçamentárias (UO) elaborar e 
apresentar ao órgão central de orçamento a programação orçamentária detalhada da despesapor programa, 
ação e subtítulo. 
Agora, lembre-se ainda estamos na descentralização orçamentária. Estamos somente movimentando 
parte do orçamento. Estamos somente transferindo o poder de utilizar créditos. Não há nada de 
transferências financeiras (transferências de recursos, de dinheiro) ainda! 😉 
Ok! Então ficamos assim: 
 
1 PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015. 
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Beleza. Agora que a unidade gestora já tem o poder de utilizar créditos, falta ela ter os recursos, o 
dinheiro, a “bufunfa”! 😂 É agora que acontece a descentralização de recursos. 
Aqui é o seguinte: 
• A descentralização de recursos financeiros pela STN (órgão central) é denominada Cota. 
• Quando a descentralização envolver unidades gestoras de um mesmo órgão tem-se a 
descentralização interna, também chamada de sub-repasse. 
• Se, porventura, ocorrer entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estrutura diferente, 
ter-se-á uma descentralização externa, também denominada de repasse. 
“Esse aí não tem a letra “i” e a letra “e” para diferenciar, professor. Como é que eu vou memorizar?” 😣 
Simples. Quando é interna, é uma coisa menor. Por isso, é sub-repasse. Quando é externa, é uma coisa 
maior. Por isso, é repasse. 😅 
Veja o seguinte: 
• Em matéria orçamentária, fala-se de “dotação”, “crédito”, “despesa”, “empenho”, “provisão”, 
“destaque”; 
• Em matéria financeira, fala-se de “cota”, “recursos”, “receitas”, “ingressos”, “ordem bancária”, 
“sub-repasse”, “repasse”. 
É interessante saber também que: um sub-repasse está associado a uma provisão anteriormente 
concedida, enquanto que um repasse está associado a um destaque anteriormente concedido. Ou seja: um sub-
repasse vem de uma provisão. E um repasse vem de um destaque. Primeiro a descentralização orçamentária, 
depois a transferência financeira. 😃 
Mas atenção: uma transferência financeira não decorre necessariamente de uma descentralização 
orçamentária! Vamos falar novamente, só que em outras palavras: uma descentralização orçamentária não é 
pré-requisito indispensável para a execução de uma descentralização financeira. A transferência financeira 
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pode vir de um convênio, por exemplo. Nesse caso há somente transferência financeira, sem descentralização 
orçamentária! 😉 Resumindo: descentralização orçamentária e descentralização de recursos não estão 
necessariamente relacionados! 
Preste atenção! 
Um sub-repasse vem de uma provisão. E um repasse vem de um destaque. Mas descentralização 
orçamentária e descentralização de recursos não estão necessariamente relacionados! 
Ficamos assim, então: 
 
Pronto! Agora que vimos tudo isso, vamos lhe passar o bizú: a questão vai tentar lhe confundir, trocar 
“destaque” por “repasse”, “provisão” por “sub-repasse”, “dotação” por “cota”. Por isso, o mais importante é 
você saber distinguir a descentralização orçamentária e a transferência de recursos. Por isso, fiz essa tabelinha 
para você: 
Descentralização 
DESCENTRALIZAÇÃO DE 
CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS 
(transferência do poder de utilizar 
créditos) 
TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS 
Instrumento Dotação Cota 
Interna Provisão Sub-repasse 
Externa Destaque Repasse 
Você vai resolver muuuuitas questões só com isso! Quer ver? 😄 
 
 
 
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Questões para fixar 
IADES – APEX Brasil – Analista – 2018 
A programação financeira, prevista no artigo 8° da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n° 101/2000), ocorre 
durante a fase de execução do ciclo orçamentário. Acerca do processo de descentralização financeira, assinale a 
alternativa correta. 
A) A liberação dos recursos, em consonância com o cronograma de desembolso, se dá por meio da dotação. 
B) O repasse é a movimentação externa de recursos financeiros, recebidos na forma de cota, entre unidades orçamentárias 
pertencentes a estruturas administrativas diferentes, por exemplo, de um ministério para outro. 
C) A descentralização financeira consiste na movimentação de recursos financeiros, sendo realizada por meio de 
procedimentos denominados dotação, destaque e provisão. 
D) A descentralização interna de recursos financeiros ocorre quando os recursos são transferidos de uma unidade 
orçamentária para uma unidade administrativa a ela vinculada, sempre por meio de provisão. 
E) A cota constitui o ato pelo qual os créditos do orçamento são consignados às unidades orçamentárias. 
Comentários: 
Hum! Questão que engloba muito sobre o que conversamos. Veja como a questão é feita somente trocando os nomes. 
Vamos às alternativas: 
a) Errada. A liberação dos recursos se dá por meio de cota (dotação é como se dá a descentralização orçamentária). 
b) Correta. Tudo certo aí! 
c) Errada. A descentralização financeira consiste na movimentação de recursos financeiros, sendo realizada por meio de 
procedimentos denominados cota, repasse e sub-repasse. 
d) Errada. A descentralização interna de recursos financeiros é feita por meio de sub-repasse. Falou em recursos 
financeiros, estamos falando de transferências financeiras: cota, repasse e sub-repasse. 
e) Errada. A dotação é que constitui o ato pelo qual os créditos do orçamento são consignados às unidades orçamentárias. 
Gabarito: B 
CESPE – TCE-SC – Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016 
Denomina-se repasse a transferência de parte do crédito orçamentário de uma unidade gestora para entidade integrante 
da estrutura administrativa de órgão público diverso. 
Comentários: 
Viu? É só trocar as bolas e a questão está pronta. Na verdade, denomina-se destaque a transferência de parte do crédito 
orçamentário de uma unidade gestora para entidade integrante da estrutura administrativa de órgão público diverso. 
Repasse é quando estamos falando de transferências financeiras. 
Gabarito: Errado 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal 
Para nos preparar para qualquer questão que venha em nossa direção, temos que conhecer o Sistema de 
Planejamento e de Orçamento Federal. Esse tema é mais comum em concursos federais, mas também aparece 
em concursos estaduais e municipais. 
A base para estudar esse assunto está na Lei nº 10.180/01 e no Manual Técnico de Orçamento (MTO). 
Finalidades 
Conforme a Lei nº 10.180/01: 
Art. 2º O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal tem por finalidade: 
I - formular o planejamento estratégico nacional; 
II - formular planos nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e social; 
III - formular o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais; 
IV - gerenciar o processo de planejamento e orçamento federal; 
V - promover a articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, visando a compatibilização 
de normas e tarefas afins aos diversos Sistemas, nos planos federal, estadual, distrital e municipal. 
Art. 3º O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal compreende as atividades de elaboração, 
acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, e de realização de estudos e 
pesquisas socioeconômicas. 
Art. 4º Integram o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal: 
I - o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central; (Conforme comentei: o 
órgão central do Sistema de Planejamento e Orçamento Federal é o MPOG); 
II - órgãos setoriais; 
III - órgãos específicos.§ 1º Os órgãos setoriais são as unidades de planejamento e orçamento dos Ministérios, da Advocacia-Geral 
da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência da República. 
§ 2º Os órgãos específicos são aqueles vinculados ou subordinados ao órgão central do Sistema, cuja missão 
está voltada para as atividades de planejamento e orçamento. 
§ 3º Os órgãos setoriais e específicos ficam sujeitos à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão 
central do Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem 
integrados. 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
§ 4º As unidades de planejamento e orçamento das entidades vinculadas ou subordinadas aos Ministérios 
e órgãos setoriais ficam sujeitas à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão central e também, 
no que couber, do respectivo órgão setorial. 
§ 5º O órgão setorial da Casa Civil da Presidência da República tem como área de atuação todos os órgãos 
integrantes da Presidência da República, ressalvados outros determinados em legislação específica. 
Art. 5º Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes, as unidades responsáveis 
pelos seus orçamentos ficam sujeitas à orientação normativa do órgão central do Sistema. 
Art. 6º Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes e órgãos da 
Administração Pública Federal, os órgãos integrantes do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal 
e as unidades responsáveis pelo planejamento e orçamento dos demais Poderes realizarão o 
acompanhamento e a avaliação dos planos e programas respectivos. 
Papel dos agentes do Sistema De Planejamento e de Orçamento Federal 
Quais são os agentes do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal? E quais são os seus papéis? 
O que eles fazem? É o que veremos agora! 😄 
Secretaria de Orçamento Federal (SOF) 
O trabalho desenvolvido pela SOF, no cumprimento de sua missão institucional, tem sido norteado por 
um conjunto de competências, descritas no art. 9º do Anexo I do Decreto nº 9.035, de 20 de abril de 2017 (e 
amparado no art. 8º da Lei nº 10.180, de 2001), assim relacionadas: 
Art. 9º À Secretaria de Orçamento Federal compete: 
I - coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração da lei de diretrizes orçamentárias e da proposta 
orçamentária da União, compreendidos os orçamentos fiscal e da seguridade social; 
II - estabelecer as normas necessárias à elaboração e à implementação dos orçamentos federais sob sua 
responsabilidade; 
III - acompanhar a execução orçamentária, sem prejuízo da competência atribuída a outros órgãos; 
IV - realizar estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento do processo 
orçamentário federal; 
V - orientar, coordenar e supervisionar tecnicamente os órgãos setoriais de orçamento; 
VI - exercer a supervisão da Carreira de Analista de Planejamento e Orçamento, em articulação com a 
Secretaria de Planejamento e Assuntos Econômicos, observadas as diretrizes do Comitê de Gestão das 
Carreiras do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; 
VII - estabelecer as classificações orçamentárias da receita e da despesa; 
VIII - acompanhar e avaliar o andamento da despesa pública e de suas fontes de financiamento e 
desenvolver e participar de estudos econômico-fiscais voltados ao aperfeiçoamento do processo de 
alocação de recursos; 
IX - acompanhar, avaliar e realizar estudos sobre as políticas públicas e a estrutura do gasto público; e 
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X - acompanhar e propor, no âmbito de suas atribuições, normas reguladoras e disciplinadoras relativas às 
políticas públicas em suas diferentes modalidades. 
Essa missão pressupõe uma constante articulação com os agentes envolvidos na tarefa de elaboração 
das propostas orçamentárias setoriais das diversas instâncias da Administração Pública Federal e dos demais 
Poderes da União. 
 
 
Órgão Setorial 
O órgão setorial desempenha o papel de articulador no âmbito da sua estrutura, coordenando o 
processo decisório no nível subsetorial (UO). Sua atuação no processo orçamentário envolve: 
• estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração e alterações orçamentárias; 
• definição e divulgação de instruções, normas e procedimentos a serem observados no âmbito do 
órgão durante o processo de elaboração e alteração orçamentária; 
• avaliação da adequação da estrutura programática e mapeamento das alterações necessárias; 
• coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das informações constantes do 
cadastro de programas e ações; 
• fixação, de acordo com as prioridades setoriais, dos referenciais monetários para apresentação 
das propostas orçamentárias e dos limites de movimentação e empenho e de pagamento de suas 
respectivas UO; 
• análise e validação das propostas e das alterações orçamentárias de suas UOs; e 
• consolidação e formalização da proposta e das alterações orçamentárias do órgão. 
Por isso, considera-se que os órgãos setoriais fazem a ligação, a ponte, o meio de campo entre a SOF e a 
UO. 😉 
 
 
 
Unidade Orçamentária (UO) 
As UOs, apesar de não integrarem o Sistema de Planejamento e Orçamento previsto no caput do art. 4º 
da Lei nº 10.180, de 2001, ficam sujeitas à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão central e 
também, no que couber, do respectivo órgão setorial, e desempenham o papel de coordenação do processo 
de elaboração da proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e articulando o trabalho das 
suas unidades administrativas, tendo em vista a consistência da programação de sua unidade. 
SOF Órgãos setoriais UO
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As UOs são responsáveis pela apresentação da programação orçamentária detalhada da despesa por 
programa, ação e subtítulo. Sua atuação no processo orçamentário compreende: 
• estabelecimento de diretrizes no âmbito da UO para elaboração da proposta e alterações 
orçamentárias; 
• estudos de adequação da estrutura programática; 
• formalização, ao órgão setorial, da proposta de alteração da estrutura programática sob a 
responsabilidade de suas unidades administrativas; 
• coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das informações constantes do 
cadastro de ações orçamentárias; 
• fixação dos referenciais monetários para apresentação das propostas orçamentárias e dos limites 
de movimentação e empenho e de pagamento de suas respectivas unidades administrativas; 
• análise e validação das propostas orçamentárias das unidades administrativas; e 
• consolidação e formalização de sua proposta orçamentária. 
Lembre-se: são as UOs que recebem dotações na Lei Orçamentária Anual (LOA)! 😄 
Resumindo 
 
Unidade Administrativa (UA)
Segmento da administração direta ao qual a lei orçamentária anual não consigna recursos e 
que depende de destaques ou provisões para executar seus programas de trabalho
Unidade Orçamentária (UO)
Segmento da administração direta a que o orçamento da União consigna dotações especificas. 
Coordenação do processo de elaboração da proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, 
integrando e articulando o trabalho das suas unidades administrativas.
Órgãos Setoriais
Órgãos setoriais fazem a ligação, a ponte, o meio de campo entre a SOF e a UO. Papel de 
articulador no âmbito da sua estrutura. Estabelecimento de diretrizes setoriais 
Secretaria de Orçamento Federal (SOF)
Constante articulação com os agentes envolvidos na tarefa de elaboração das propostas 
orçamentárias setoriais. Orientar, coordenar e supervisionar tecnicamenteos órgãos setoriais. 
Estabelecer as classificações orçamentárias da receita e da despesa.
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Sistema de Administração Financeira Federal 
Os tópicos anteriores trataram do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal. Agora nós vamos 
falar sobre o Sistema de Administração Financeira Federal. 
O assunto também é abordado na Lei nº 10.180/01, por isso algumas questões simplesmente trocam as 
finalidades e competências desses dois sistemas (fazer uma questão assim é muito fácil, não é? 😅). 
Portanto, você tem que saber diferenciar esses sistemas. Nossa dica é parecida com aquela sobre 
execução orçamentária e execução financeira, observe: 
• Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal: está relacionado a atividades de orçamento 
e planejamento. Portanto, se você perceber que a questão versar sobre execução orçamentária, 
classificações orçamentárias, elaboração, implementação e supervisão dos orçamentos, planos e 
programas, então ela está falando sobre o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal. 
Associe ao orçamento público 📓; 
• Sistema de Administração Financeira Federal: está relacionado ao equilíbrio financeiro do 
Governo Federal, a atividades de programação financeira da União, a direitos e haveres, garantias 
e obrigações de responsabilidade do Tesouro Nacional. Portanto, se a questão versar sobre 
equilíbrio financeiro do Tesouro Nacional, haveres financeiros e mobiliários, programação 
financeira, dívida, operações de crédito, então a questão está falando sobre o Sistema de 
Administração Financeira Federal. Associe a dinheiro 💵. 
Agora, vamos ver a legislação na íntegra (compare as informações sobre os dois sistemas, sempre tendo 
em mente a dica que eu acabei de dar 😄): 
Seção I 
Do Planejamento Federal 
Art. 7º Compete às unidades responsáveis pelas atividades de planejamento: 
I - elaborar e supervisionar a execução de planos e programas nacionais e setoriais de desenvolvimento 
econômico e social; 
II - coordenar a elaboração dos projetos de lei do plano plurianual e o item, metas e prioridades da 
Administração Pública Federal, integrantes do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, bem como de 
suas alterações, compatibilizando as propostas de todos os Poderes, órgãos e entidades integrantes da 
Administração Pública Federal com os objetivos governamentais e os recursos disponíveis; 
III - acompanhar física e financeiramente os planos e programas referidos nos incisos I e II deste artigo, 
bem como avaliá-los, quanto à eficácia e efetividade, com vistas a subsidiar o processo de alocação de 
recursos públicos, a política de gastos e a coordenação das ações do governo; 
IV - assegurar que as unidades administrativas responsáveis pela execução dos programas, projetos e 
atividades da Administração Pública Federal mantenham rotinas de acompanhamento e avaliação da sua 
programação; 
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V - manter sistema de informações relacionados a indicadores econômicos e sociais, assim como 
mecanismos para desenvolver previsões e informação estratégica sobre tendências e mudanças no âmbito 
nacional e internacional; 
VI - identificar, analisar e avaliar os investimentos estratégicos do Governo, suas fontes de financiamento 
e sua articulação com os investimentos privados, bem como prestar o apoio gerencial e institucional à sua 
implementação; 
VII - realizar estudos e pesquisas socioeconômicas e análises de políticas públicas; 
VIII - estabelecer políticas e diretrizes gerais para a atuação das empresas estatais. 
Parágrafo único. Consideram-se empresas estatais, para efeito do disposto no inciso VIII, as empresas 
públicas, as sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas e demais empresas em que a 
União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. 
Seção II 
Do Orçamento Federal 
Art. 8º Compete às unidades responsáveis pelas atividades de orçamento: 
I - coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração dos projetos da lei de diretrizes orçamentárias e 
da lei orçamentária da União, compreendendo os orçamentos fiscal, da seguridade social e de 
investimento das empresas estatais; 
II - estabelecer normas e procedimentos necessários à elaboração e à implementação dos orçamentos 
federais, harmonizando-os com o plano plurianual; 
III - realizar estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento do processo 
orçamentário federal; 
IV - acompanhar e avaliar a execução orçamentária e financeira, sem prejuízo da competência atribuída 
a outros órgãos; 
V - estabelecer classificações orçamentárias, tendo em vista as necessidades de sua harmonização com 
o planejamento e o controle; 
VI - propor medidas que objetivem a consolidação das informações orçamentárias das diversas esferas 
de governo. 
 
 
 
 
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Agora vejamos Sistema de Administração Financeira Federal: 
TÍTULO III 
DO SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA FEDERAL 
CAPÍTULO I 
DAS FINALIDADES 
Art. 9º O Sistema de Administração Financeira Federal visa ao equilíbrio financeiro do Governo Federal, 
dentro dos limites da receita e despesa públicas. 
CAPÍTULO II 
DA ORGANIZAÇÃO E DAS COMPETÊNCIAS 
Art. 10. O Sistema de Administração Financeira Federal compreende as atividades de programação 
financeira da União, de administração de direitos e haveres, garantias e obrigações de responsabilidade 
do Tesouro Nacional e de orientação técnico-normativa referente à execução orçamentária e financeira. 
Art. 11. Integram o Sistema de Administração Financeira Federal: 
I - a Secretaria do Tesouro Nacional, como órgão central; (Conforme comentei: o órgão central do 
Sistema de Administração Financeira Federal é a STN) 
II - órgãos setoriais. 
§ 1º Os órgãos setoriais são as unidades de programação financeira dos Ministérios, da Advocacia-Geral 
da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência da República. 
§ 2º Os órgãos setoriais ficam sujeitos à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão central do 
Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem integrados. 
Art. 12. Compete às unidades responsáveis pelas atividades do Sistema de Administração Financeira 
Federal: 
I - zelar pelo equilíbrio financeiro do Tesouro Nacional; 
II - administrar os haveres financeiros e mobiliários do Tesouro Nacional; 
III - elaborar a programação financeira do Tesouro Nacional, gerenciar a Conta Única do Tesouro Nacional 
e subsidiar a formulação da política de financiamento da despesa pública; 
IV - gerir a dívida pública mobiliária federal e a dívida externa de responsabilidade do Tesouro Nacional; 
V - controlar a dívida decorrente de operações de crédito de responsabilidade, direta e indireta, do 
Tesouro Nacional; 
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VI - administrar as operações de crédito sob a responsabilidade do Tesouro Nacional; 
VII - manter controle dos compromissos que onerem, direta ou indiretamente, a União junto a entidades 
ou organismos internacionais; 
VIII - editar normas sobre a programação financeira e a execução orçamentária e financeira, bem como 
promover o acompanhamento, a sistematização e a padronização da execução da despesa pública; 
IX - promover a integração com os demais Poderes e esferas de governo em assuntos de administração e 
programação financeira. 
Programação Orçamentáriae Financeira 
Muito bem! A programação orçamentária e financeira consiste na compatibilização do fluxo dos 
pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando ao ajuste da despesa fixada às novas projeções de 
resultados e da arrecadação. 
Todos nós fazemos isso. Examinamos o quanto e quando nós iremos receber algum dinheiro e então programamos os 
nossos gastos. Por exemplo: você passou no concurso dos seus sonhos e já fez os cálculos de quanto você vai receber 
durante todo aquele ano: R$ 100.000,00! 🤩 
Você vai comprar aquele carrão de R$ 100.000,00 logo em janeiro? É claro que não! Você não recebe os R$ 100.000,00 de 
uma vez só. Você recebe ao longo dos meses! Então você tem que programar a compra desse carrão. 😄 
Quer outro exemplo: a Administração sabe que em abril irá receber muito dinheiro vindo de impostos. Então talvez não 
seja uma boa ideia realizar aquela obra gigante antes de abril. Melhor fazer essa programação orçamentária e financeira 
aí! 😄 
Essa preocupação com o equilíbrio, o “timing”, entre receitas e despesas já existe desde a Lei 4.320/64. 
Olha só como era essa regra: 
TÍTULO VI 
Da Execução do Orçamento 
CAPÍTULO I 
Da Programação da Despesa 
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados, 
o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária 
fica autorizada a utilizar. 
Portanto, logo após (imediatamente após, não era 30 dias depois) a promulgação da Lei Orçamentária 
Anual (LOA), o governo liberava esse quadro de cotas trimestrais. 
“Mas o que era esse quadro, professor?” 🤔 
Vou explicar com um exemplo: 
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Imagine que a Unidade Orçamentária X recebeu uma dotação orçamentária de R$ 12.000,00 para o ano todo e o governo 
achou interessante dividir essa dotação proporcionalmente entre os trimestres do ano. Portanto, dividindo R$ 12.000,00 
por 4 trimestres, temos que em cada trimestre a Unidade Orçamentária X fica autorizada a utilizar R$ 3.000,00. 
Simplificadamente, o quadro será mais ou menos assim: 
Trimestre Cota 
1º R$ 3.000,00 
2º R$ 3.000,00 
3º R$ 3.000,00 
4º R$ 3.000,00 
Pronto! Só isso! 😅 
“Tá certo. Mas pra que isso, professor? Qual era o objetivo dessas cotas?” 🧐 
Essa eu vou deixar que a Lei 4.320/64 responda para você: 
Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior atenderá aos seguintes objetivos: 
a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes a 
melhor execução do seu programa anual de trabalho; 
b) manter, durante o exercício, na medida do possível o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa 
realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria. 
Interessante observar também que: 
Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito do disposto no artigo anterior, levará em 
conta os créditos adicionais e as operações extraorçamentárias. 
E: 
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício, observados o limite da dotação 
e o comportamento da execução orçamentária. 
Beleza! 😊 
Essa era a regra (por isso utilizamos o tempo verbal pretérito). Esse mecanismo foi aperfeiçoado na Lei 
de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ou seja: a regra agora é dada pela LRF! Portanto, fique atento a questões que 
pedem a resposta “de acordo com a Lei 4.320/64” ou “de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal”. 
 
 
 
 
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Então vejamos essa nova regra (LRF): 
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes 
orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a 
programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. 
 
⚠ Atenção aos seguintes pontos: 
• não é mais imediatamente após a publicação da LOA. Agora é 30 dias após a publicação. O 
governo tem 30 dias para estabelecer programação financeira e o cronograma de execução 
mensal de desembolso, e ele o fará por meio de um decreto. 
• não se fala mais cotas trimestrais. Agora se fala em cronograma mensal de desembolso 
(programação mensal dos fluxos de caixa). 😉 
• Esse dispositivo da LRF só falou do Poder Executivo, mas não é só o Poder Executivo que 
administra recursos, certo? Portanto, todos os anos a LDO prevê que: 
Art. 58. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Ministério Público da União e a Defensoria 
Pública da União deverão elaborar e publicar por ato próprio, até trinta dias após a publicação da Lei 
Orçamentária de 2019, cronograma anual de desembolso mensal, por órgão, nos termos do art. 8º da 
Lei de Responsabilidade Fiscal, com vistas ao cumprimento da meta de resultado primário estabelecida 
nesta Lei. 
 
Agora compare os dois últimos dispositivos e os dois últimos esquemas. Você perceberá que somente o 
Poder Executivo estabelecerá a programação financeira. 
Então: 
• Programação financeira: somente o Poder Executivo, por meio de decreto; 
• Cronograma mensal de desembolso: todos os Poderes e órgãos independentes (MP e DP), por 
ato próprio. 
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“Beleza, professor. Mas o que é essa programação financeira, que só o Poder Executivo elabora?” 🤔 
Vejamos a LRF: 
Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em 
metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de 
combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida 
ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa. 
Grave o seguinte: metas bimestrais de arrecadação! Bimestrais! 👈 
 
“Tá certo, professor. Mas, resumindo, pra que serve essa programação orçamentária e financeira?” 
Para garantir o cumprimento dos resultados fiscais, o cumprimento das metas! 😃 
Portanto, em decorrência da necessidade de garantir o cumprimento dos resultados fiscais 
estabelecidos na LDO e de obter maior controle sobre os gastos, a Administração Pública, em atendimento 
aos arts. 8º, 9º e 13 da LRF, faz a programação orçamentária e financeira da execução das despesas públicas, 
bem como o monitoramento do cumprimento das metas de superávit primário. 
“Ok! O que mais que eu tenho que saber, professor?” 
Você tem que saber que a CF/88, meio que sem querer, definiu o cronograma de desembolso dos demais 
Poderes, observe: 
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos 
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério 
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na 
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. 
O Poder Executivo é quem arrecada mais dinheiro na Administração Pública, portanto é ele quem fica, 
quem guarda, com o dinheiro. Pois bem, o que a regra constitucional está dizendo é que o Poder Executivo irá 
entregar o dinheiro destinado aos demais órgãos até o dia 20 de cada mês, em duodécimos. 
“E por que que isso significa que a CF/88 definiu (sem querer) o cronograma de desembolso dos demais 
Poderes?” 🤔 
Ora, se o Poder Legislativo, por exemplo, sabe que receberá o dinheiro até o dia 20 daquele mês, ele fica 
praticamente obrigado a pagar os servidores somente após o dia 20. Já pensou se o Poder Legislativo define 
que o pagamento dos servidores será no dia 10,mas o Poder Executivo só repassa os recursos no dia 15? Assim 
não dá! Por isso, que essa regra constitucional já define muito do cronograma de desembolso dos demais 
Poderes. 😄 
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Preste atenção! 
A CF/88 acaba definindo o cronograma mensal de desembolso dos Poderes Legislativo e Judiciário, 
do Ministério Público e da Defensoria Pública. 
“E o que é duodécimos, professor?” 🧐 
Quem vai definir isso é a Lei Complementar a que se refere o art. 165, § 9º. E ela ainda não foi elaborada! 
😄 
Precatórios 
Ah! Só mais uma coisa. Você sabe o que são precatórios? 🧐 
Precatório é o reconhecimento judicial de uma dívida que o ente público tem com o autor da ação. Você 
“entra na justiça” contra um ente público e ganha a causa. Beleza. Você agora será detentor de um título, 
denominado de precatório. Você receberá a sua indenização por meio de precatórios. Eles estão previstos no 
artigo 100 da CF/88, observe: 
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em 
virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos 
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações 
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. 
Repare que esses pagamentos serão feitos exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos 
precatórios e à conta dos créditos respectivos, sendo que é proibida a designação de casos ou de pessoas nas 
dotações orçamentárias. 
Por exemplo: se eu ganhar uma ação judicial contra um ente público e fizer jus a indenização, não haverá uma dotação no 
orçamento denominada “precatórios devidos ao professor Sérgio em razão da ação nº 1234-5” 😅 
Vou aproveitar a oportunidade para lhe apresentar as regras sobre precatórios (previstas nos parágrafos 
do artigo 100 da CF/88): 
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, 
proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por 
invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e 
serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste 
artigo. 
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim 
definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor 
equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o 
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação 
do precatório. 
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Veja que os débitos de natureza alimentícia são pagos com preferência sobre todos os demais débitos, a 
não ser de um: débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 anos de idade, ou sejam portadores 
de doença grave, ou pessoas com deficiência (mas só até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para 
pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor. 
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos 
pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam 
fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 62, de 2009). 
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades 
de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior 
benefício do regime geral de previdência social. 
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao 
pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios 
judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, 
quando terão seus valores atualizados monetariamente. 
A regra é a seguinte: apresentou antes de 1º de julho? Então será incluído no orçamento do próximo ano. 
Apresentou depois de 1º de julho? Então só será incluído no orçamento do ano subsequente ao próximo. 
Observe os seguintes esquemas: 
 
 
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder 
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento 
integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito 
2018 2020
Inclusão no orçamento 
de 2019
2019
Pagamento até 
31/12/2019
1º de julho
Precatórios 
apresentados
2018 2020
Inclusão no orçamento 
de 2020
2019
1º de julho
Precatórios 
apresentados
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de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro 
da quantia respectiva. 
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar 
a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, 
perante o Conselho Nacional de Justiça. 
E já que estamos falando sobre execução orçamentária e financeira, observe o seguinte dispositivo da 
LRF: 
Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de sentenças 
judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de observância da 
ordem cronológica determinada no art. 100 da Constituição. 
Questões para fixar 
IDECAN – CFR-SP - Analista – 2018 
Na contabilidade pública, o procedimento no qual o gestor compatibiliza o fluxo dos pagamentos com o fluxo dos 
recebimentos, com o objetivo de ajustar a despesa fixada às novas projeções de resultado é definido como: 
A) Fluxo de Caixa. 
B) Programação Orçamentária e Financeira 
C) Descentralização de Créditos Orçamentários. 
D) Relatório Resumido da Execução Orçamentária. 
Comentários: 
A programação orçamentária e financeira consiste na compatibilização do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos 
recebimentos, visando ao ajuste da despesa fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação. 
Gabarito: B 
CESPE – TRE-MT - Analista judiciário – 2015 
De acordo com o disposto na LRF — Lei Complementar n.º 101/2000 —, após a publicação da LOA, o Poder Executivo 
deverá estabelecer metas trimestrais de arrecadação. 
Comentários: 
Não! A questão quis lhe confundir com as cotas trimestrais previstas lá na Lei 4.320/64. Na verdade, a LRF diz o seguinte: 
Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de 
arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da 
quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos 
tributários passíveis de cobrança administrativa. 
Eu avisei e disse para você gravar: metas bimestrais de arrecadação! 
Gabarito: Errado 
 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
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FGV – TJ-SC - Analista Administrativo – 2015 
Durante a execução orçamentária, as receitas e despesas não se executam deforma perfeitamente ajustada, para isso a 
Lei de Responsabilidade Fiscal dispõe sobre o estabelecimento da programação financeira e do cronograma de 
desembolsos. De acordo com as disposições legais relativas à programação financeira e ao cronograma de desembolsos: 
A) as metas de arrecadação são desdobradas em cotas trimestrais; 
B) as operações extraorçamentárias não são incluídas na programação financeira; 
C) o cronograma de desembolsos é de execução mensal; 
D) os recursos legalmente vinculados não precisam ser desdobrados em metas de arrecadação; 
E) por ser objeto de publicação oficial, o cronograma só pode ser alterado com autorização legislativa. 
Comentários: 
a) Errada. De novo, a mesma pegadinha... 😒 As receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas 
bimestrais de arrecadação (art. 13, da LRF). 
b) Errada. As operações extraorçamentárias são incluídas sim na programação financeira, afinal elas também representam 
desembolsos (é dinheiro que sai do bolso da Administração Pública). E ainda temos a Lei 4.320/64: 
Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito do disposto no artigo anterior, levará em conta os créditos 
adicionais e as operações extraorçamentárias. 
c) Correta. Isso mesmo. Agora é cronograma mensal de desembolsos, observe (LRF): 
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e 
observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o 
cronograma de execução mensal de desembolso. 
d) Errada. Precisam ser desdobrados em metas de arrecadação sim! E são desdobrados em metas bimestrais de 
arrecadação (art. 13, da LRF). 
e) Errada. O cronograma pode ser alterado sem autorização legislativa, afinal ele não é uma lei, é um ato administrativo. 
Gabarito: C 
 
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Contingenciamento de Gastos 
Vamos começar com um exemplo: 
Joãozinho vende salgados na porta da universidade. Essa é a sua fonte de renda. Joãozinho até vive 
confortavelmente: ele tem assinaturas de Netflix, Spotify e também, claro, do EmAudio Concursos, porque ele 
sonha em passar num concurso público e adora as aulas de AFO do Professor Sérgio Machado lá! 🤩 
Normalmente Joãozinho fatura R$ 1.500,00 por mês e suas despesas somam R$ 1.000,00, de forma que a cada 
bimestre ele consegue juntar R$ 1.000,00. A meta, portanto, é chegar ao final do ano com R$ 6.000,00 (6 
bimestres x R$ 1.000,00). 😉 
O ano letivo começou e estava tudo indo muito bem, até que, em meados de abril, a universidade entrou em 
greve! 😬 As aulas foram suspensas, os alunos (principais consumidores) mal apareciam! Joãozinho contava 
com aquela receita para alcançar a sua meta, mas, com a inesperada greve, ele viu seu faturamento diminuir. 
Porém, Joãozinho é forte! Ele repetia para si mesmo: “não vou diminuir a minha meta. Não vou diminuir a 
minha meta! 😤 Tenho que dar um jeito de continuar fazendo com que sobre R$ 500,00 todo mês. Mas como 
eu vou fazer isso se minha renda agora caiu para R$ 1.300 e a greve ainda está longe de ser resolvida? 🤔 Se 
continuar assim, eu não vou conseguir juntar R$ 1.000 a cada bimestre e não vou alcançar minha meta... 😕 
Já sei! 😃 Eu posso cortar algumas despesas! Se eu cortar R$ 200,00 das minhas despesas mensais, continuo 
juntando R$ 1.000,00 por bimestre e assim eu consigo alcançar a minha meta anual de R$ 6.000! Agora, o que 
cortar primeiro? Tenho que ter critérios! Vou cortar primeiro os supérfluos: Netflix e Spotify. O EmAudio 
Concursos eu não cancelo nem a pau! 😄 Pronto. Decidido! Durante os próximos 30 dias, essas minhas 
obrigações estarão limitadas!” 
O que aconteceu aí nesse exemplo foi um contingenciamento de gastos, uma limitação de empenho e 
movimentação financeira. 
“Como assim, professor? O que é limitação de empenho e movimentação financeira?” 🤔 
Vamos observar o que diz a LRF: 
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o 
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, 
os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta 
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela 
lei de diretrizes orçamentárias. 
Então é o seguinte: se for verificado, ao final de um bimestre (não é trimestre e nem quadrimestre), que 
a realização da receita (não o aumento de despesas) poderá não comportar o cumprimento das metas de 
resultado primário ou nominal (basicamente a diferença entre receitas e despesas), então, nos 30 dias 
subsequentes, acontecerá o que chamamos de limitação de empenho e movimentação financeira (LRF, art. 
9º). 
“Espera aí, rapidinho, professor. Resultado primário? Resultado nominal? O que é isso?” 🤨 
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O Resultado Primário (RP) é a diferença entre receitas e despesas primárias (ou não-financeiras), ou 
seja, todas aquelas que não tenham caráter financeiro, referente aos órgãos da administração direta, fundos, 
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. O RP irá indicar se o ente federativo está ou não 
vivendo dentro de seus limites financeiros e contribuindo para a redução ou elevação do seu endividamento. 
 
Já o Resultado Nominal (RN) inclui as receitas e despesas financeiras. Portanto, o cálculo seria assim: 
(Receitas primárias + Receitas financeiras) – (Despesas primárias + Despesas financeiras) = Resultado Nominal 
O Resultado Primário indica se houve superávit ou déficit primário. O Resultado Nominal vai mais 
longe e indica se a economia de recursos primários é suficiente para cobrir as despesas financeiras também, ou 
se há necessidade de recorrer a empréstimos2. 
Beleza. Continuando... 
Você lembra do conceito de excesso de arrecadação (uma das fontes para abertura de créditos 
adicionais)? É o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a 
realizada, ou seja, é arrecadar mais do que o previsto! 
Excesso de arrecadação = Rec. Arrecadada – Rec. Prevista 
Perceba, então, que o que acontece aqui na limitação de empenho e movimentação financeira é 
justamente o contrário do excesso de arrecadação. Aqui está acontecendo frustração de receita, ou seja, a 
arrecadação está menor do que o previsto. 
Por exemplo: a previsão era arrecadar R$ 100.000,00, mas só foram arrecadados R$ 70.000,00. Agora estamos frustrados. 
😩 Essa é a frustração de receita. 
Portanto, segundo o MTO 2020, verificada a frustração na arrecadação da receita prevista ou o aumento 
das despesas obrigatórias, que venham a comprometer o alcance das metas fiscais, torna-se necessária a 
adoção de mecanismos de ajuste entre receita e despesa. 
Mas como fazer isso? 🤔 
 
 
 
 
 
 
2 PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015. 
Receitas 
primárias
Despesas 
primárias
Resultado 
primário
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Vejamos um exemplo: 
Imagine que as receitas previstas são na ordem de R$ 1.200.000,00. As despesas fixadas somam R$ 1.100.000,00. 
Portanto, a meta de resultado é de R$ 100.000,00. De acordo com o planejamento da Administração Pública, a 
arrecadação de receitas seria constante: todo mês a previsão de arrecadação era de R$ 100.000,00 (equivalente a R$ 
1.200.000,00 dividido por 12 meses). Até aqui tudo bem. 
Acontece que os dois primeiros meses do ano já se passaram e somente foram arrecadados R$ 50.000,00.Olha só! 
Esperava-se arrecadar R$ 200.000,00 nesse período, mas somente foram arrecadados R$ 50.000,00. Tem R$ 150.000,00 
faltando. Enquanto isso, as despesas continuam fixadas. A Administração continua gastando como se tivesse arrecadado 
R$ 200.000,00 no primeiro bimestre. 
Você consegue perceber que se não houver corte de despesas, a coisa vai ficar feia? 😣 Desse jeito a 
Administração não vai alcançar a meta de resultado! 😬 
O que fazer então? 🧐 
Contingenciamento de gastos! Limitação de empenho e movimentação financeira! 😄 Se antes a 
Administração podia empenhar R$ 80.000,00 em determinada dotação, agora não pode mais, porque as metas 
de resultado estão em risco! Esse empenho será limitado! Agora a Administração só pode empenhar R$ 
50.000,00 nessa dotação. 
“Mas quais gastos serão contingenciados, professor? Por que alguns são mais importantes do que outros, não 
é mesmo?” 🤔 
Exatamente! Quais gastos serão contingenciados? Quais serão os critérios que serão utilizados para 
decidir isso? E de que forma isso acontecerá? 🤔 
Muito bem! Quem vai definir os critérios e a forma dessa limitação de empenho e movimentação 
financeira é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Perceba que o finalzinho do artigo 9º da LRF diz isso 
(“segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias”) e o artigo 4º da LRF também: 
Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: 
I - disporá também sobre: (...) 
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso 
II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31; 
Mas algumas despesas são tão importantes que não serão objeto de limitação de despesas! Observe 
(LRF): 
Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais 
do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de 
diretrizes orçamentárias. 
 
 
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Portanto, não serão objeto de limitação: 
• obrigações constitucionais e legais: são todas aquelas obrigações definidas na legislação que 
não dependem de atos discricionários ou da vontade do administrador. Por exemplo, as 
despesas com pessoal e encargos sociais, as transferências intergovernamentais (como as 
decorrentes do FUNDEB) e o pagamento do serviço da dívida pública; 
• pagamento do serviço da dívida pública: já incluído na categoria anterior; 
• ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias: estas, por sua natureza, são discricionárias, 
entretanto, em razão de sua importância e prioridade, podem ser discriminadas no texto da 
LDO, evitando que se lhes aplique eventual limitação, preservando-se assim a execução dos 
recursos aprovados na lei orçamentária e em seus créditos adicionais. Podem ser programas ou 
ações específicas, seja na área social ou de infraestrutura, órgãos ou entidades, as quais se 
pretende incentivar ou priorizar o desempenho e os resultados, ou mesmo despesas financiadas 
com recursos destinados à contrapartida em convênios com outras esferas de governo. 
Ok! Então tivemos frustração de receita, temos que limitar o empenho! Mas e se a Administração já tiver 
feito o empenho e a até mesmo a liquidação dessa despesa? 🤔 Tarde demais? 😬 
Não! 😃 Agora nós vamos segurar a próxima etapa da realização da despesa: o pagamento. Portanto, 
vamos segurar o pagamento! Vamos limitar a movimentação financeira, a saída de recursos da conta da 
Administração. Por isso que o nome é limitação de empenho e movimentação financeira! Entendeu? 😏 
Outro detalhe importante: os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e 
movimentação financeira por ato próprio! Isso significa que o Poder Executivo não promove (e nem poderá 
promover) limitações no empenho e na movimentação financeira dos demais Poderes. Isso seria uma afronta 
ao princípio da separação dos poderes! 😳 
Já dizia mestre Yoda: 
 
“Em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫 
 
Quem não viu essa parte do filme, volta lá e assiste de novo! 😂 
As questões vão tentar lhe pegar aqui, dizendo que ”o Poder Executivo promoverá limitações no 
empenho e na movimentação financeira dos demais Poderes”, mas você irá se lembrar dessa grande lição 
do mestre Yoda: os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e movimentação 
financeira por ato próprio! 
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Preste atenção! 
O Poder Executivo não pode realizar limitação de empenho e movimentação financeira de outros 
Poderes. Os Poderes e o MP a promoverão por ato próprio! 
“Mas como é esse ‘ato próprio’, professor?” 🧐 
Bom, a limitação dos gastos públicos é feita por decreto do Poder Executivo e por ato próprio dos 
demais Poderes, de acordo com as regras fixadas pela LDO. No âmbito do Poder Executivo, esse decreto ficou 
conhecido como Decreto de Contingenciamento (seu nome completo é “decreto de programação 
orçamentária e financeira e de limitação de empenho e movimentação financeira”), que, normalmente, é 
detalhado por portaria interministerial (MP e MF), evidenciados os valores autorizados para movimentação e 
empenho e para pagamentos no decorrer do exercício. 
Em resumo, os objetivos desse mecanismo são: 
1. estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para o exercício; 
2. estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação (pagamento) dos 
recursos financeiros para o Governo; 
3. cumprir a legislação orçamentária (LRF, LDO etc.); e 
4. assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício financeiro e proporcionar o 
cumprimento da meta de resultado primário. 
Guarde esse último objetivo! É o mais importante para a sua prova! 
Então, para finalizar: qual é a finalidade do decreto de programação (ou de contingenciamento)? 🧐 
Garantir o cumprimento das metas (de resultado primário e nominal)! 😄 
Como? 🤔 
Fazendo uma compatibilização entre o fluxo de receitas e o fluxo de despesas! 😃 
Resumindo 
 
Limitação de 
empenho e 
movimentação 
financeira
Quando?
Verificação ao final de um 
bimestre
Durante os próximos 30 dias
Receita realizada não 
comportar o cumprimento das 
metas
Como?
Critérios e forma definidos pela 
LDO
Não serão objeto de limitação:
obrigações 
constitucionais e 
legais
serviços da dívida
ressalvadas pela 
LDOCada Poder, por ato próprio
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Questões para fixar 
CESPE – MPE-PI - Promotor de Justiça Substituto – 2019 
Durante a execução orçamentária, caso o Poder Executivo verifique, ao final de determinado bimestre, que a realização 
da receita poderá não comportar o cumprimento da meta de resultado primário estabelecida no anexo de metas fiscais, 
ele deverá, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal, 
A) tomar medidas de combate à sonegação. 
B) ampliar as alíquotas de tributos que não exijam lei para tanto. 
C) promover, por ato próprio, nos montantes necessários, limitação de empenho e movimentação financeira. 
D) decretar o contingenciamento de dotações orçamentárias das transferências voluntárias. 
E) reduzir o número de cargos comissionados. 
Comentários: 
Já que a questão pediu, vejamos a Lei de Responsabilidade Fiscal: 
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas 
de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão,por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação 
financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. 
Gabarito: C 
FCC – TCE-RS – Auditor Público Externo – 2014 
Para promover o atingimento das metas de resultado primário e nominal, diante da insuficiente realização da receita, a 
LRF prevê 
A) ampliação da base cálculo de tributos e limitação financeira. 
B) limitação de empenho e movimentação financeira. 
C) limitação de empenho e criação de impostos. 
D) aumento da receita e limitação da movimentação financeira. 
E) limitação da movimentação financeira e criação de tributos. 
Comentários: 
A limitação de empenho e movimentação financeira serve justamente para promover o atingimento das metas de 
resultado primário e nominal, diante da insuficiente realização da receita. 
Gabarito: B 
CESPE – EBSERH – Analista administrativo – 2018 
No caso de frustração da receita orçamentária, os critérios e a forma de limitação de empenho devem ser instituídos pelo 
titular de cada poder ou órgão. 
Comentários: 
Em caso de frustração da receita orçamentária, para promover o atingimento das metas de resultado primário e nominal, 
os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e movimentação financeira. 
Mas quais serão os critérios que serão utilizados para decidir isso? E de que forma isso acontecerá? 🤔 
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Quem vai definir isso é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), olha só: 
Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: 
I - disporá também sobre: (...) 
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no 
art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31; 
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de 
resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato 
próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, 
segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. 
Portanto, os critérios e a forma de limitação de empenho serão instituídos pela LDO (e não pelo titular de cada poder ou 
órgão). 😉 
Gabarito: Errado 
CESPE – CNJ – Técnico judiciário – 2013 
De acordo com a LDO, na condição de se verificar, ao final do semestre, que a realização da receita não comportará o 
cumprimento das metas de resultado primário, o Poder Executivo promoverá, por ato próprio, limitações no empenho e 
na movimentação financeira dos três poderes. 
Comentários: 
Primeiro: essa regra está na LRF, e não na LDO. 
Segundo: o Poder Executivo não promove (e nem poderá promover) limitações no empenho e na movimentação 
financeira dos demais Poderes. Isso seria uma afronta ao princípio da separação dos poderes! 😳 Lembre-se da lição do 
mestre Yoda: “em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫 
Gabarito: Errado 
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Controle e avaliação da execução orçamentária 
Pronto! Finalmente chegamos na nossa quarta (e última) fase do ciclo orçamentário. É aqui que ele se 
encerra: com a avaliação da execução e do julgamento das contas. Lembre-se que essa etapa é de 
competência do Poder Legislativo, afinal nosso orçamento é do tipo misto: o Poder Executivo elabora e 
executa, enquanto o Poder Legislativo vota e controla. 😄 
Não vou mentir para você: essa parte não costuma cair tanto em provas de Administração Financeira e 
Orçamentária, mas ainda assim é interessante você conhecê-la. ☺ 
Primeiro, vejamos os artigos da Seção IX (da fiscalização contábil, financeira e orçamentária) da CF/88 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das 
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação 
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle 
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, 
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União 
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
Para gravar, utilize os seguintes mnemônicos (e repare que as marcações já foram feitas para você): 
Fiscalização COFOP: contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial 
 
Quanto à LeLe E AR: legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas 
 
Prestará contas qualquer pessoa que GAGAU: guarde, arrecade, gerencie, administre ou utilize 
Ok! Então, o que esse dispositivo quer nos dizer é que essa fiscalização será exercida pelo Congresso 
Nacional, mediante controle externo. 
“Como assim ‘controle externo’, professor?” 🤔 
Controle externo, em sentido amplo, é toda fiscalização exercida por um ente que não integra a estrutura 
na qual o fiscalizado está inserido. No entanto, a CF/88 restringiu essa definição no âmbito do controle da 
gestão pública brasileira, atribuindo a titularidade do controle externo ao Poder Legislativo, representado: 
• pelo Congresso Nacional, na esfera federal; 
• pelas Assembleias Legislativas, na esfera estadual; e 
• pelas Câmaras Municipais, na esfera municipal. 
 
Ente 
fiscalizador Ente fiscalizado
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Continuando... 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de 
Contas da União, ao qual compete: 
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que 
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; 
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder 
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que 
resulte prejuízo ao erário público; 
É aqui que nós confirmamos que o titular do controle externo realmente é o Poder Legislativo 
(Congresso Nacional, no âmbito federal), que será auxiliado pelo Tribunal de Contas. Portanto, os Tribunais 
de Contas não são titulares do controle externo (essa é a pegadinha). Eles são órgão auxiliares! 
Preste atenção! 
O titular do controle externo é o Poder Legislativo (e não o Tribunal de Contas) 
 
Por ser o titular do controle externo, é o Poder Legislativo que irá julgar as contas do chefe do Poder 
Executivo, e ele o fará com base em parecer prévio elaborado pelo Tribunal de Contas correspondente. É por 
isso que a CF/88 diz que ao Tribunal de Contas da União (TCU) compete apreciar as contas prestadas 
anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio. E é por isso que a CF/88 também diz que: 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre 
a execução dos planos de governo; 
⚠ Portanto, atenção: o Tribunal de Contas não julga as contas do chefe do Executivo, somente elabora 
parecer prévio. O que o Tribunal de Contas julga são as contas dos administradores e demais responsáveis por

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