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CASO CONCRETO 10 - APELAÇÃO - Pratica simulada III (Penal)

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 
1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI DO ESTADO DO RIO DE 
JANEIRO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo N°. XXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX 
 
RICARDO, já devidamente qualificado na presente AÇÃO 
PENAL que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO, por intermédio de seu advogado e 
bastante procurador, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, manifestar 
expressamente a inconformidade com a sentença condenatória proferida pelo juízo “a 
quo”, momento oportuno também para interpor tempestivamente, fundamentando-se no 
Artigo 593, I do Código de Processo Penal o presente: 
 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
 
Requer-se, assim, que após recebida, com as devidas razões 
anexas, ouvida a parte contrária, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de 
Justiça do Estado do Rio de Janeiro, onde deverá ser processado o presente recurso e, ao 
final, provido. 
 
 
Termos em que, 
Pede Deferimento. 
Niterói, RJ, XX de XXXXX de XXXX. 
 
____________________ 
 ADVOGADO 
OAB/UF n°. XXX.XXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
RAZÕES DE APELAÇÃO 
 
 
 
 
 
Processo N°. XXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX 
 
Apelante: RICARDO 
Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 
Colenda Câmara 
Nobres Julgadores 
 
 
Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juízo 
“a quo”, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida ao apelante pelas razões 
de fatos e direitos a seguir expostas. 
 
 
DOS FATOS 
 
O Apelante foi condenado como incurso nas sanções do Artigo 
157, § 2°, inciso I do Código Penal Brasileiro, sendo esse, roubo majorado pelo 
emprego de arma de fogo, cominando na pena de reclusão de oito anos e seis meses, a 
ser cumprida, inicialmente, no regime fechado. 
 
Conforme o descrito nos autos, o Apelante, durante o Inquérito 
Policial teria sido reconhecido pela vítima, através de um procedimento de 
reconhecimento consubstanciado pela visão, através de um pequeno orifício da porta da 
sala onde se encontrava o Apelante. Durante a instrução criminal, tanto a vítima quanto 
as testemunhas presentes não confirmaram terem escutado disparos de arma de fogo, 
muito embora todos afirmaram veemente que o autor do fato portava uma arma. 
 
Não houve apreensão de qualquer arma e, também por isso, não 
houve qualquer perícia. Os policiais ouvidos em juízo, afirmaram que após ouvirem 
gritos de “pega ladrão”, saíram ao encalço do acusado. Também disseram que durante a 
perseguição o acusado era apontado por pessoas que passavam próximas, e que 
perceberam quando este jogou algo no córrego que existe ali perto, imaginando que 
fosse uma arma. 
 
No interrogatório, o acusado, ora Apelante, exerceu o seu direito 
de ficar em silêncio, tendo o juízo “a quo” considerado, para a condenação e fixação da 
pena, os depoimentos das testemunhas e o reconhecimento feito pela vítima em sede 
policial. 
Ora, Nobres Desembargadores, a decisão condenatória, contudo, 
merece ser reformada, senão vejamos. 
 
 
PRELIMINARMENTE 
 
É valido destacar, inicialmente, a desobediência do disposto no 
Artigo 226, II, do Código de Processo Penal, que impõe condições para o 
procedimento de reconhecimento de pessoas e, por isso mesmo, impõe que se reconheça 
a nulidade processual, nos termos do Artigo 564, IV do Código de Processo Penal. 
 
 
DO MÉRITO 
 
Evidentemente, pelo que consta dos autos, merece o Apelante 
ser absolvido da imputação que lhe é feita através da denúncia. Não há qualquer prova 
de ter o acusado, ora Apelante, concorrido para a prática do crime de roubo, eis que não 
comprovada a autoria. 
 
Concretamente o que existe nos autos não serve para apontar 
autoria. A vítima reconheceu o acusado, ora Apelante, em procedimento totalmente 
impróprio e inadequado, já que “espiou” por um pequeno orifício de porta em direção a 
sala onde se encontrava o réu. Assim procedendo, não observou a autoridade as 
condições impostas pela Legislação Penal para o reconhecimento de pessoas, 
expressamente dispostas no Artigo 226, II do Código de Processo Penal. De tal 
modo, assim, procedendo, incorreu, inclusive, em prova ilícita, contrariando, também, o 
contido no Artigo 157 do Código de Processo Penal. 
 
Frise-se, também, que a coleta da prova, irregular e ilícita, foi 
feita em sede policial, não tendo sido judicializada e, por isso mesmo, imprestável para 
sustentar a condenação do acusado, ora Apelante. 
 
Além disso, há apontada nulidade, conforme explicitado em 
preliminar, já que o acusado deveria ter sido colocado em sala própria, ao lado de outras 
pessoas, a fim de que pudesse ser, verdadeiramente, identificado pela vítima. 
 
Sendo assim, não há como sustentar que esteja provada a 
autoria, impondo-se, não reconhecida a nulidade, a absolvição, por ausência de prova da 
autoria. 
 
Alternativamente, se faz necessário apontar para a ausência de 
comprovação da utilização de arma, se por hipótese, e por mera argumentação, aceitar-
se que tenha o agente sido o autor do delito. A arma não foi apreendida, e, se ela 
existisse, deveria ter sido alcançada, visto que os policiais afirmam ter sido a mesma 
jogada em um córrego. Embora a veemente afirmação, não houve qualquer empenho na 
busca da suposta arma. Portanto, para fins de argumentação, se o agente tivesse sido 
autor de algum delito, esse não poderia ser de roubo majorado pelo emprego de 
arma. Não poderia, sequer, ser considerado crime de roubo, eis que não há prova, 
nos autos, do emprego de violência ou grave ameaça contra pessoa. Assim, se 
alguma condenação deva pesar sobre o ora Apelante, essa deverá se constituir pela 
prática de furto, mas não de roubo. 
 
DO PEDIDO 
 
“Ex positis”, requer-se a reforma da decisão proferida pelo 
Meritíssimo Juiz “a quo” para decretar a absolvição do Apelante, com fulcro no Artigo 
386, V do Código de Processo Penal, uma vez que não está provada que o acusado 
tenha concorrido para eventual prática de infração penal. 
 
No caso de não ser decretada absolvição, seja declarada nula a 
decisão condenatória, eis que não observadas as condições impostas para o 
reconhecimento de pessoas, existindo omissão quanto as formalidades essenciais do ato, 
de acordo com o previsto no Artigo 226, II do Código de Processo Penal e Artigo 
564, IV do mesmo diploma legal, visando também, resguardar direito do devido 
processo legal. 
 
Ainda, não havendo convencimento quanto à absolvição ou à 
nulidade, seja o acusado, ora Apelante, beneficiado pelo princípio do “in dúbio pro 
reo”, a fim de vê-lo, no máximo, condenado por crime de furto. 
 
Por ser medida de Justiça, 
Roga por Deferimento. 
Rio de Janeiro RJ, XX de XXXXXX de XXXX. 
 
 
____________________ 
 ADVOGADO 
OAB/UF n°. XXX.XXX

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