Buscar

AH_Unidade 01

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O QUE É ACREDITAÇÃO?
Professoras:
Esp. Jovelina Guimarães Borges Morante
Esp. Adriana Queiroz Palmieri Ferreira
DIREÇÃO
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
As imagens utilizadas neste livro foram 
obtidas a partir do site shutterstock.com
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; MORANTE, Jovelina Guimarães Borges; FERREIRA, Adriana 
Queiroz Palmieri.
 Acreditação Hospitalar I. Jovelina Guimarães Borges Morante; 
Adriana Queiroz Palmieri Ferreira.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
 43 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Acreditação 2. Hospitalar 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 353.6 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Diretoria de Design Educacional Débora Leite
Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho
Diretoria de Permanência Leonardo Spaine 
Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Projeto Gráfico Thayla Guimarães 
Designer Educacional Marcus Machado / Rossana Costa Giani 
Editoração Flávia Thaís Pedroso 
Ilustração Marta Kakitani 
Qualidade Textual Silvia Caroline Gonçalves
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
01
02
03
04
sumário
06| HISTÓRICO DA ACREDITAÇÃO
11| EVOLUÇÃO NO BRASIL
18| AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE 
23| SEGURANÇA DO PACIENTE 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Apresentar os pioneiros a estruturar a qualidade nos cuidados em saúde e 
entender a formação do conceito de Acreditação.
 • Demonstrar o princípio universal que rege o tema e a evolução no Brasil.
 • Apresentação das principais organizações de saúde fomentadoras de 
melhorias nos serviços e aprender as dimensões da qualidade em saúde.
 • Apresentar o conceito de segurança do paciente e acreditação.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • Histórico da Acreditação
 • Evolução no Brasil
 • Avaliação da Qualidade nos Serviços de Saúde
 • Segurança do Paciente 
O QUE É ACREDITAÇÃO?
INTRODUÇÃO
introdução
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) ao estudo “O que é Acreditação”, dividido em 
quatro aulas com conteúdo que se propõe a explicar o surgimento desse 
conceito no mundo.
Apesar de a palavra “Acreditação” ser um verbete não encontrado no 
dicionário, os termos Acreditar e Acreditado projetam a essência do que 
ficou estabelecido como conceito para o termo em questão. No significado 
de Acreditar, temos o exercício de tomar por verdadeiro, crer, ter confiança, 
credenciar, tornar-se digno de confiança, como também Acreditado nos remete 
a aceitar como verdadeiro, crível, plausível, confiável, qualificado, respeitado. 
Para adentrarmos na compreensão do principal tema da disciplina, é 
preciso buscar no passado entendimento das iniciativas precursoras que hoje 
contextualizam os padrões de qualidade na saúde. Para tanto, veremos, no 
decorrer das aulas, as iniciativas de promover a qualidade nos cuidados em 
saúde que responderão “como foi construído o significado de Acreditação”, além 
de refletir acerca de sua importância como agentes fomentadores de mudança; 
observando a dinâmica ocorrida no passado, é possível entender o presente e 
projetar o futuro. 
Neste encontro, você compreenderá o curso e a evolução do processo de 
padronização da qualidade no âmbito hospitalar que projetou a ACREDITAÇÃO 
para o mundo, estudará como e quando ocorreu a evolução no Brasil até o 
cenário atual, além de aprender como o conceito de qualidade se aplica à área 
da saúde e qual o objetivo fundamental da metodologia estabelecida.
Em nossos encontros, será natural perceber a importância do termo 
“acreditado” para uma instituição, e quais metodologias estão disponíveis, as 
ferramentas para a implementação, além de entender e conhecer as normas 
que referenciam o processo de Acreditação.
A partir de agora, eu o(a) convido a ingressar nesse ambiente de aprendizado 
rico, interessante e promissor, que ampliará sua visão sobre Acreditação Hospitalar.
Pós-Universo 6
HISTÓRICO DA 
ACREDITAÇÃO
Pós-Universo 7
Vou usar o tratamento para ajudar os doentes de acordo com a minha 
capacidade e julgamento, mas nunca com vista a ferimentos e erros.
(adaptado de Juramento de Hipócrates). 
reflita
O Juramento de Hipócrates, criado no século IV antes de Cristo, até os dias de hoje 
fundamenta os princípios éticos seguidos pelos profissionais de saúde. A busca pela 
melhora da saúde demandou aos profissionais antigos a urgência em encontrar saídas 
para tratar as doenças e resolvê-las. Com essa demanda cada vez mais crescente 
também começaram a surgir reflexões sobre tratar esses males de forma adequada.
Foi então que, em determinado momento, Dr. Ignaz Semmelweis, em 1847, 
observou que os alunos realizavam exames obstétricos e, ao saírem da sala de 
dissecação de cadáveres, não lavavam as mãos, fato que o permitiu relacionar à 
febre puerperal. Levantou a hipótese de que as partículas dos cadáveres trazidas 
pelas mãos dos alunos à sala de clínica obstétrica seriam as responsáveis pela febre 
puerperal. Então, fixou um cartaz no Hospital de Viena, impondo a seguinte regra: 
todo médico ou estudante era obrigado a lavar as mãos antes de entrar nas salas de 
clínica obstétrica, com uma solução de ácido clórico presente em uma bacia próximo 
à porta, vigorando para todos sem exceção. 
Além da comunidade científica não ter aceitado sua proposta, também ganhou 
inimigos, pois alguns médicos se sentiram ofendidos com o cartaz.
Nessa época, 1855, o amadurecimento da prática em cuidados de saúde trouxe 
para a comunidade de profissionais a percepção de como seria importante coletar 
dados que pudessem ser demonstrados por técnicas de representação visual que 
os traduzissem em informação relevante a gerar métodos que tornassem os serviços 
mais profissionais. E a pioneira em representar esses dados de forma visual foi Florance 
Nightingale, usando gráficos setoriais. A Dama da Lamparina, como era conhecida, 
trouxe avanços na profissionalização da enfermagem, medidas higiênicas, gráficos 
estatísticos e estudo de mortalidade na Inglaterra (ANDERSON, 2011).
Pós-Universo 8
Os estudos sobre morbidade e mortalidade ganharam atenção e pouco a pouco o 
conceito de qualidade foi se estabelecendo. Em busca de tratamentos mais adequados, 
os erros começaram a vir à tona como potenciais causadores de danos reversíveis 
e irreversíveis. Entra em cena a atuação do médico Ernest Codman, em Boston no 
ano de 1911, que defendeu a reforma hospitalar desenvolvendo metodologia de 
avaliação de resultados. Em um de seus estudos deixa evidente a necessidade de se 
analisar o resultado final de um tratamento. 
- Em primeiro lugar, qual é a ideia de resultado final? 
É que cada hospital deve rastrear cada paciente com o objetivo de verificar 
se o benefício máximo foi obtido e descobrir se não, por que não.
(Ernest A. Codman)
reflita
Codman foi proibido de questionar a competência médica no Massachusetts General 
Hospital e renunciou ao cargo que tinha por frustração. Montou sua própria instituição, 
a End Result Hospital inicialmente com 12 leitos, e de 337 altas efetivadas constatou a 
presença de 123 erros acompanhando os resultados finais de todos esses pacientes. 
Os erros foram classificados por tipo: falta de conhecimento ou habilidade, julgamento 
cirúrgico, falta de cuidados ou equipamentos e falta de habilidade em diagnosticar. 
Publicouos relatórios anuais de seu hospital que traziam publicidade aos erros 
ocorridos, denominando-os como taxa de erro do hospital. O intuito era chamar a 
atenção da sociedade para a quantidade de erros que um hospital tivesse para que 
desenvolvessem um olhar crítico sobre os cuidados de saúde recebidos. Além de 
expor a taxa de erros de seu hospital, Codman desafiava outras instituições a fazer 
o mesmo.
Pós-Universo 9
Fundou, em 1913, o American College of Surgeons junto com seus parceiros 
George Crile e Charles Mayo. Nascia o The End Result System Standardization, o 
primeiro modelo de padronização nos serviços hospitalares. Presidiu o Comitê de 
Padronização de Hospitais cujo objetivo era elevar o padrão de qualidade nos hospitais 
americanos por meio do sistema de acompanhamento do resultado de tratamento em 
cada paciente atendido. Em 1919, solicitou aos hospitais que aderissem ao conjunto 
de diretrizes básicas que traziam como valor a meritocracia, conceitos de morbidade 
e mortalidade e rastreamento de pacientes. Entretanto, apenas 89 dos 692 hospitais 
acionados aderiram e cumpriram essas diretrizes. 
O The End Result System Standardization foi se desenvolvendo e, em 1926, o 
American College of Surgeons imprimiu o seu primeiro manual de padronização, 
contendo dezoito páginas. À medida que o programa de padronização se tornava 
um sucesso, mais instituições se interessavam em adotar o programa, elevando o 
número de hospitais aprovados para 3290 em 1950. O aumento na complexidade, 
abrangência e custos do programa de padronização dos hospitais culminou na 
junção do American College of Surgeons a outras organizações, e desta associação 
surge a Joint Commission on Accreditation of Hospitals, no ano de 1951 em Illinois, 
Chicago. Essa comissão foi composta a princípio pelas seguintes entidades: faculdade 
americana de médicos, faculdade americana de cirurgiões, associação hospitalar 
americana, associação médica americana e associação médica canadense. 
O American College of Surgeons oficializa a transferência de seu programa de 
padronização hospitalar para JCAH e, em janeiro de 1953, a Comissão Conjunta de 
Acreditação Hospitalar começa a oferecer seus serviços de credenciamento para os 
hospitais. Em 1958, a Canadian Medical Association finaliza o vínculo com a JCAH 
para integrar a Fundação do Canadian Council on Hospital Acreditation. Outras 
correntes de desenvolvimento de modelos próprios surgiram em diversos países que 
se assemelham em vários aspectos e são principalmente influenciados pela JCHA e 
European Foundation for Quality Manegement (EFQM), e teve influência dos requisitos 
da norma ISO 9000. Vale ressaltar que a responsabilidade pela gestão dos programas 
de acreditação em alguns países é responsabilidade do Estado; em outros, o Estado 
apenas cria as normas e entidades acreditadoras não governamentais credenciam 
os serviços. 
Pós-Universo 10
A partir de 1988, a JCAH altera sua sigla para JCAHO (Joint Comission Accreditation 
Hospital Healthcare) para melhor representar a expansão de suas atividades para 
outros serviços de saúde, além do hospitalar. Em 1998, a JCAHO cria a Joint Comission 
International para desenvolvimento de sua atuação em outros países, possibilitando 
que modelos de acreditação começassem a ser criados e adotados em todo o mundo.
Canada 1958
Austrália 1997
EUA 1951
Brasil 1995
Argentina 1993
Noruega 1998
Suécia 1993
Finlândia 1995
Dinamarca 2001
Reino Unido 1990
Espanha 1986
Alemanha 1999
França 1984
Portugal 1998
Hungria 1993
Singapura 1991
República Checa 1995
Itália 2000
Austria 1993
Republica Korea 1995
Polônia 1999
Israel 1995
Bósnia 2001
Estônia 1998
Lithuania 1997
Slovênia 1996
Thailandia 1995
Mongolia 1999
 Japão 1995
Armênia 2001
Filipinas 1999
República Dominicana 1996
República Slovaca 1999
Zambia 1998
Marrocos 1999
Africa do Sul 1993
Nova Zelandia 1990
Figura 1 - Países que iniciaram os modelos de acreditação.
Pós-Universo 11
EVOLUÇÃO 
NO BRASIL
Pós-Universo 12
Aqui no Brasil também houve iniciativas voltadas para a qualidade do cuidado no 
âmbito hospitalar. Odair Pacheco Pedroso – médico formado pela Faculdade de 
Medicina de São Paulo – foi o responsável por uma nova era na história da organização 
hospitalar brasileira. Como membro da Comissão de Organização e Instalação do 
Hospital das Clínicas, implantou, pela primeira vez no Brasil, o serviço de arquivo 
médico. Foi dele a ideia de conceber uma ficha de inquérito hospitalar para a Comissão 
de Assistência Hospitalar do Ministério da Saúde, em 1935. 
Quadro 1 – Ficha de Inquérito Hospitalar criada pelo Dr. Odair Pedroso
1. Corpo clínico organizado, com obrigatoriedade de médico plantonista residente.
2. Corpo administrativo.
3. Corpo de enfermeiros e auxiliares em número proporcional à capacidade e serviços 
clínicos do hospital, inclusive para plantão noturno.
4. Serviços radiológicos e fisioterápico.
5. Laboratório clínico.
6. Necrotério com equipamento para necropsia.
7. Salas de operações com equipamentos suficientes e anexos.
8. Farmácia.
9. Serviços auxiliares (cozinha, lavanderia, desinfecção).
Fonte: Feldman et al. (2005).
No sistema de saúde brasileiro, a classificação e categorização de hospitais e outros 
serviços de saúde desde sempre pertenceram ao poder público. Os esforços nesse 
sentido datam da década de 30, com o Censo Hospitalar do Estado de São Paulo, 
no qual formulou-se uma primeira proposta de regionalização e hierarquização de 
serviços, que não chegou a ser implementada, mas serviu de inspiração para outras 
classificações criadas posteriormente. No ano de 1951, com o 1º Congresso Nacional 
do Capítulo Brasileiro do Colégio Internacional de Cirurgiões, realizado em São Paulo, 
foram estabelecidos os primeiros padrões mínimos para Centro Cirúrgico e estudados 
tanto os aspectos de planta física como a organização desta unidade hospitalar, 
descritos no Quadro 2.
Pós-Universo 13
Quadro 2 – Padrões Mínimos para o Centro Cirúrgico do Hospital
1. Chefia: a administração do centro cirúrgico será exercida por uma enfermeira, devi-
damente treinada.
2. Pessoal: deverá ter um número suficiente, devidamente treinado.
3. Regulamento: o regulamento do centro cirúrgico deverá fazer parte do Regulamento 
do Hospital.
4. Rotinas: deverá ser assegurado o seu bom funcionamento e divulgado a todos.
5. Avaliação do trabalho profissional: será organizado um fichário contendo elemen-
tos que permitam avaliar a capacidade profissional do cirurgião. 
6. Prontuário médico: 
a. nenhum doente poderá ser operado sem possuir prontuário médico que deverá 
conter o diagnóstico provisório; b) ao citado prontuário serão anexados: descrição 
do ato cirúrgico, ficha de anestesia, diagnóstico operatório e evolução pós-ope-
ratória, devendo o prontuário ser assinado pelo médico responsável.
Fonte: Feldman et al. (2005).
Iniciativas estaduais também influenciaram o cenário da qualidade e padronização no 
âmbito hospitalar. Em 1956, o então Governador do Estado de São Paulo, Jânio Quadros, 
por meio do Decreto n. 25.465 de 10 de fevereiro de 1956, aprova o Regulamento do 
Conselho Estadual de Assistência Hospitalar, da Secretaria de Estado da Saúde Pública 
e da Assistência Social (BRASIL, 1957). Essa norma trouxe, entre outras diretrizes, a 
criação de classificação para os hospitais e Conselho responsável por fiscalizar suas 
atividades. 
Na década de 70, o Ministério da Saúde, por meio de portarias e normativas, 
começou a estruturar um sistema capaz de avaliar a qualidade da assistência à 
saúde. No setor não governamental, temos o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, o 
qual se inspirou no trabalho da JCAHO e criou, em 1986, sua Comissão de Avaliação 
Hospitalar. Nesse mesmo ano, a OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde – 
firmou um acordo de cooperação técnica com a Federação Latino-Americana de 
Hospitais que pretendia introduzir a metodologiade acreditação hospitalar para todos 
os hospitais da América Latina e Caribe. O acordo firmado promoveu a extensão da 
aplicabilidade desse sistema também aos hospitais privados que não eram elegíveis 
ao programa por resistência dos Ministérios da Saúde dessa região. 
Pós-Universo 14
A metodologia de acreditação era totalmente desconhecida pelos administradores 
hospitalares que nem mesmo entendiam o termo “Acreditação”. No relatório de 
levantamento de 15.000 hospitais da América Latina, foi identificado que 70% tinham 
menos de 70 leitos para internação, recursos humanos precários, comissão de qualidade 
ausente, capacitação deficiente e avaliação inconsistente dos custos operacionais. 
Mesmo existindo grandes centros médicos públicos e privados com tecnologia de 
elevado porte, não seriam aprovados se fossem submetidos a uma mínima avaliação 
para garantia da qualidade de seus serviços. 
Para reversão desse contexto, a OPAS/OMS desenvolveu um formato de acreditação 
compatível à realidade da América Latina e que pudesse ser amplamente debatido 
entre as nações. Foi desenvolvido um modelo de Manual de Acreditação para América 
Latina e Caribe, com divulgação para o Brasil no ano de 1992 para entidades públicas 
e privadas em Brasília. Muitas reuniões locais com os países sul-americanos foram 
realizadas para difundir a metodologia de aplicação dos padrões do manual. Cada 
país tinha como meta desenvolver seu próprio Manual de Acreditação Hospitalar 
fundamentado no Manual de Acreditação da OPAS, reunindo especialistas da área de 
administração hospitalar aptos a ajustar padrões e indicadores conforme a realidade 
local.
A influência da OPAS promoveu no Brasil o surgimento de algumas iniciativas 
para modelos de acreditação hospitalar. A primeira ocorreu no estado de São Paulo, 
em 1990, conhecida como Programa de Controle de Qualidade do Atendimento 
Médico-Hospitalar; a segunda, no Rio Grande do Sul, sob o comando da Associação 
de Hospitais, entidade privada; a terceira, no Paraná, fomentada pela Secretaria 
Estadual de Saúde; e a quarta, no Rio de Janeiro, na Associação da Academia Nacional 
de Medicina, Colégio Brasileiro de Cirurgiões e o Instituto de Medicina Social da 
Universidade (UERJ).
Pós-Universo 15
Em 1992, foi criado o GTA – Grupo Técnico de Acreditação Hospitalar – composto 
por diversos estados, prestadores e financiadores de serviços, representantes do 
setor público e privado, instituições acadêmicas e associações profissionais, dentre as 
quais a CQH e Unimed. O GTA desenvolveu análise aprofundada do Manual proposto 
pela OPAS, que culminou na publicação do primeiro Manual de Acreditação para os 
Hospitais Brasileiros. 
Em 1994, a Academia Nacional de Medicina, o Colégio Brasileiro de Cirurgiões e 
a UFRJ uniram-se para criação do Programa de Avaliação e Certificação de Qualidade 
em Saúde (PACQS), o qual, em 1997, foi transformado no CBA – Consórcio Brasileiro 
de Acreditação, atualmente representando a metodologia da Joint Commission 
International no Brasil. 
Naquele mesmo ano, o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, 
e seu Ministro da Saúde, Carlos César Albuquerque, lançaram o programa “1997 - O 
Ano da Saúde no Brasil”, representado por um conjunto de diretrizes políticas, ações 
e metas prioritárias do governo, dentre as quais havia uma proposta de avaliação da 
qualidade da assistência aos usuários, por meio da metodologia conhecida como 
“Acreditação” de Hospitais. 
O Dr. Humberto de Moraes Novaes foi convidado a assessorar o Ministério da 
Saúde para implementação do programa de acreditação de hospitais no Brasil e, 
em fevereiro de 1998, formou-se um grupo executivo, encarregado do Programa 
Brasileiro de Acreditação. O Ministério da Saúde coordenou o teste piloto, como 
também aperfeiçoou o instrumento adotado pelo programa brasileiro. 
A primeira versão foi empregada em hospitais de diferentes categorias, em diversos 
estados do país. Finalmente, em maio de 1999, foi fundada a Organização Nacional 
de Acreditação (ONA) e apresentado o Manual de Acreditação de Hospitais do Brasil. 
Em 2001, a ONA foi reconhecida pelo Ministério da Saúde como órgão competente 
para operacionalizar o desenvolvimento da acreditação hospitalar no Brasil por meio 
de padrões a serem estabelecidos, ficando a cargo das Instituições Acreditadoras 
(IACs) a realização do processo de acreditação nos hospitais. 
Pós-Universo 16
Os membros fundadores da ONA foram: 
 • Associação Brasileira de Hospitais Universitários
 • Confederação Nacional de Saúde
 • Federação Brasileira de Hospitais
 • Associação Brasileira de Medicina de Grupo
 • Associação Brasileira de Autogestão em Saúde
 • Federação Nacional de Seguros Privados e Capitalização
 • Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde
 • Confederação das UNIMED
A atuação em conjunto do Ministério da Saúde e ONA são regulamentadas por 
convênios que estabelecem direitos, obrigações e até mesmo a atuação de ambos nas 
diferentes fases do processo de acreditação, que vai desde a habilitação das empresas 
acreditadoras até a certificação dos hospitais. A ANVISA é o órgão de referência para 
a criação e desenvolvimento de projetos de cooperação técnica entre MS e ONA.
Com a criação do Programa Brasileiro de Acreditação e a Organização Nacional de 
Acreditação, as instituições credenciadas para a realização do processo de Acreditação 
adotaram o Manual da ONA. Dos grupos que desenvolveram atividades de avaliação 
permanente dos serviços hospitalares, somente dois mantiveram instrumentos 
próprios. São eles: O CQH (Controle de Qualidade do Atendimento Médico-Hospitalar, 
do estado de São Paulo) e o CBA (Consórcio Brasileiro de Acreditação, que adotou a 
metodologia da Joint Commission International).
Pós-Universo 17
Cenário Atual
Atualmente, os principais programas de certificações e acreditações para hospitais 
são: ONA, Accreditation Canada, NIAHO, HIMSS, Joint Commission International, ISO 
9000, OHSAS 18001. 
As metodologias de acreditação não são obrigatórias às instituições hospitalares no 
Brasil, no entanto tramita na Câmara dos Deputados o projeto de Lei n. 5503/2013 que 
impõe aos hospitais públicos ou privados, vinculados ou não ao SUS, a implementação 
de metodologia de acreditação e certificação da qualidade. Se a proposta for aprovada, 
haverá forte impacto na qualidade dos serviços hospitalares no Brasil. 
Vale destacar o Programa de Qualificação dos Prestadores de Serviços de Saúde 
(QUALISS), criado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o qual avalia 
anualmente o desempenho das operadoras de planos de saúde por meio do IDSS 
(Índice de Desempenho da Saúde Suplementar), que é calculado a partir de indicadores 
configurados pela própria ANS. Além do QUALISS, a ANS instituiu o Programa de 
Acreditação de Operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde em 2011; 
também com caráter voluntário, tem como objetivo certificar a qualidade assistencial 
de operadoras de planos de saúde no Brasil.
Mas afinal: o que é Acreditação?
A Acreditação é um método de avaliação 
voluntário, periódico e reservado, que busca 
garantir a qualidade da assistência por meio 
de padrões previamente definidos. Constitui, 
essencialmente, um programa de educação 
continuada e, jamais, uma forma de 
fiscalização Fonte: ONA (2014, p. 13). 
Pós-Universo 18
AVALIAÇÃO DA 
QUALIDADE NOS 
SERVIÇOS DE SAÚDE 
Pós-Universo 19
O IOM (Institute of Medicine - Instituto de Medicina) define que a qualidade 
do cuidado é o grau com que os serviços de saúde trata pacientes individuais 
ou população, aumentando a chance de produzir os resultados desejados, 
que são mais consistentes graças ao conhecimento profissional atual.
Fonte: adaptado de DelGrippo (apud CHASSIN; GALVIN, 1998, tradução 
nossa).
atenção
Avedis Donabedian, professor do Serviço de Saúde Pública da Universidade de 
Michigan, Estados Unidos, propôsque a avaliação da qualidade dos cuidados de 
saúde se sustentasse em sete pilares: 
Quadro 3 - Pilares da qualidade nos cuidados com a saúde
Aceitabilidade
O quanto o cuidado se adapta aos desejos, expectativas e valores 
dos pacientes. O nível em que a ação atende às expectativas e aos 
valores dos consumidores (pacientes).
Efetividade O resultado do cuidado obtido na situação real. O melhor resulta-
do obtido na situação real.
Eficácia O melhor resultado obtido na melhor situação possível. O resulta-
do do cuidado obtido na melhor situação possível.
Eficiência O melhor resultado obtido diante do menor custo. Inclui conceito 
de custo. A medida mais eficiente é a de menor custo.
Equidade
O nível de razoabilidade da distribuição das ações de seus benefí-
cios entre os membros de uma população. O que é justo ou razoável 
na distribuição dos cuidados e de seus benefícios.
Legitimidade
O nível em que a ação atende às expectativas e aos valores da so-
ciedade ou comunidade. A Aceitabilidade do ponto de vista da 
sociedade ou comunidade.
Otimização O melhor ponto levando em consideração o resultado e o custo.
Fonte: adaptado de Donabedian (2001, p. 96, tradução nossa).
Pós-Universo 20
E que o desempenho poderia ser mensurado em três etapas: estrutura, processo 
e resultado.
Quadro 4 - Avaliação de Desempenho
O resultado se aplica aos efeitos da assistência no estado de saúde do paciente e 
da população. Melhorias no conhecimento, mudanças de comportamento e nível de 
satisfação do paciente em relação à assistência.
O processo envolve o que é realmente feito para promover assistência. Ações exer-
cidas por profissionais de saúde, incluindo as questões éticas e a relação da equipe 
multiprofissional com base em padrões aceitáveis.
A estrutura implica as qualidades dos centros onde a assistência é produzida. Inclui 
a qualidade dos recursos materiais (instalações, equipamentos e dinheiro), recursos 
humanos (número e qualificação do pessoal) e estrutura organizacional (organização 
de equipamentos médicos, métodos e métodos de controle de qualidade).
Fonte: adaptado de Donabedian (2001).
Estes conceitos, até hoje, formam a base da avaliação da qualidade e representam a 
sistematização da avaliação qualitativa de sistemas de saúde. 
Donabedian (2001) reuniu e definiu quais características um serviço assistencial 
de saúde deveria ter para fornecer um produto de saúde que fosse percebido como 
qualificado; em outras palavras, se um serviço realmente oferece um produto final 
de qualidade. Ele fez considerações de extrema importância sobre a percepção que 
a sociedade tem sobre o valor da qualidade nos serviços de saúde. 
Como um paciente define um serviço assistencial de saúde de qualidade?
Seria porque:
 • O médico foi atencioso, gentil?
 • Curou sua doença?
 • Escolheu o medicamento correto?
 • A enfermeira foi atenciosa?
 • Porque os custos não foram tão caros?
 • Porque o leito era confortável e o ar-condicionado funcionava bem?
 • O hospital é extremamente limpo e organizado?
 • A ouvidoria me deu as respostas corretas e resolveu o meu problema?
Pós-Universo 21
A definição precisa do conceito de qualidade como valor em saúde é dinâmica e 
complexa. Donabedian ofereceu um modelo para medir o desempenho dos serviços 
prestados por uma instituição, e a IHI – fundada em 1991 por Don Berwick e apoiadores 
– se preocupou em otimizá-los.
A IHI – Instituto para a Melhoria da Saúde – é uma organização independente 
e sem fins lucrativos com sede em Cambridge, Massachussets, que adota 
em sua metodologia a inovação, estimulando as instituições hospitalares a 
criarem e popularizarem soluções de impacto na qualidade dos serviços de 
cuidados da saúde. É a criadora da estratégia Triple Aim, que é centrada em 
otimizar o desempenho dos sistemas de saúde abordando simultaneamente 
a saúde da população, a experiência de cuidados para as pessoas inseridas 
nessa população e o custo per capita desse cuidado. 
Para conhecer melhor o IHI, acesse: <http://www.ihi.org/Engage/Initiatives/
TripleAim/Pages/default.aspx>.
Fonte: as autoras
saiba mais 
A instituição defende que, no futuro, um serviço de saúde bem-sucedido irá contribuir 
para a melhora da saúde da população, com atendimento de qualidade e ótimo custo.
Uma demonstração disso é o lançamento da campanha “SALVE 100.000 VIDAS”, 
que tinha como meta salvar vidas pela introdução de melhores práticas de prevenção 
de infecção para o uso de cateter central e Times de Resposta Rápida para pacientes 
em deterioração. O sucesso da campanha elevou a meta para 5 milhões de vidas 
salvas. Isto estimulou outras campanhas na Inglaterra e outros países.
A campanha 100.000 vidas é uma iniciativa nacional lançada pelo Institute 
for Healthcare Improvement (IHI) para reduzir significativamente a morbidade e a 
mortalidade nos cuidados de saúde americanos. Com base no trabalho bem-sucedido 
de prestadores de cuidados de saúde em todo o mundo, estamos introduzindo as 
melhores práticas comprovadas em todo o país para ajudar os hospitais participantes 
a estenderem ou salvarem até 100.000 vidas (IHI, 2004).
Pós-Universo 22
Outra organização focada em elevar a qualidade nos cuidados em saúde é a The 
Health Foundation, fundada em 2003, também uma instituição sem fins lucrativos, 
independente e comprometida com a melhoria da saúde da população do Reino 
Unido. O objetivo principal é tornar a população mais saudável, por meio de cuidados 
de saúde qualificados, acessíveis e equitativos, construídos com base nos seguintes 
preceitos:
 • Conhecimento que permita verificar o que funciona para melhorar a vida 
das pessoas e o sistema de saúde.
 • Subsídio aos trabalhadores envolvidos no cuidado em saúde para fomento 
de pesquisa e análise de políticas.
 • Estímulo norteador para realizar mudanças bem-sucedidas.
A ISQua (Sociedade Internacional para a Qualidade em Cuidados de Saúde) é uma 
organização global, oficialmente fundada em 1985, Udine, Itália. Composta por líderes 
de quase todos os continentes e apoio da OMS, dedica-se a garantir a qualidade e 
segurança nos cuidados em saúde, e oferece auxílio a qualquer organização que vise 
melhorias nos cuidados em saúde. Tem como missão “inspirar e conduzir a melhoria 
na qualidade e segurança dos cuidados de saúde em todo o mundo por meio da 
educação e partilha de conhecimentos, avaliação externa, apoio aos sistemas de 
saúde conectar pessoas criando redes globais” (ISQUA, [2018], on-line, tradução nossa). 
Possui Programa de Acreditação Internacional (IAP), lançado em 1999, o qual 
foi concebido de forma simples e objetiva para apoiar a melhoria do desempenho, 
prática de normas de saúde e assistência social como também os organismos de 
avaliação externa. 
Já a ESQH – European Society of Quality in Healthcare – é também uma organização 
sem fins lucrativos dedicada à melhoria da qualidade nos cuidados de saúde com 
abrangência em todo o continente europeu. Compõe o Fórum de Políticas de Saúde 
da União Europeia e é composta por 19 países (Croácia, República Tcheca, Dinamarca, 
Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega, Polónia, 
Portugal, Espanha, Suécia, Turquia, Reino Unido, Egito, Chipre), além da participação 
da Joint Commission International e Danishy Society for Patient Safety.
Pós-Universo 23
SEGURANÇA 
DO PACIENTE 
Pós-Universo 24
A segurança do paciente é a ausência de danos, evitáveis, durante o processo 
de cuidados de saúde.
reflita
Neste módulo, adentrarmos ao principal tema que justifica todos os esforços 
empregados até agora para garantia de melhores cuidados em saúde: a segurança 
do paciente. A frase fala por si. Parece simples compreender o que significa, no entanto, 
a segurança do paciente envolve aspectos mais complexos, que veremos a seguir:
 “
Comecemos com um estudo muito importante realizado em 51 hospitais de 
Nova York, em 1984, cujo objetivo era estimar a incidênciade eventos adversos, 
e eventos adversos por negligência em pacientes hospitalizados. Os eventos 
adversos foram definidos como dano causado por erro médico que prolongou 
a hospitalização, e os eventos adversos por negligência são causados por 
cuidados de baixa qualidade. Foram analisados 30.121 prontuários. 
Ocorreram eventos adversos em 3,7% dos pacientes internados, e desses, 
27,6% por negligência. Dos eventos adversos analisados, 70,5% causaram 
alguma incapacidade por tempo inferior a 6 meses, 2,6% causaram lesões 
incapacitantes e 13,6% levaram à morte.
Com base nos resultados foi possível estimar que dos 2.671.863 pacientes que 
receberam alta dos hospitais de Nova York em 1984, 98.609 sofreram eventos 
adversos, enquanto que 27.179 desses danos que envolveram negligência 
(BRENNAN et al., 1991, on-line, tradução nossa).
Pós-Universo 25
Os serviços de saúde no âmbito hospitalar são realizados por pessoas. Errar faz parte 
da natureza humana e ter domínio dessa premissa faz toda a diferença quando o 
assunto é qualidade. A comunidade científica entende a importância que o erro 
humano tem para a qualidade em saúde e se propôs a entender como e porque 
ocorrem, como transformá-los ou impedi-los. Será que a saída seria EVITÁ-LOS? Muitos 
esforços foram empregados para reduzi-los.
Em 2000, James Reason sugere duas formas de se observar o erro humano: 
abordando a PESSOA e abordando o SISTEMA.
Na abordagem da pessoa, o erro se concentra no indivíduo: ausência ou fraqueza 
moral, esquecimento, estresse, desatenção. 
A abordagem do SISTEMA converge para as condições de trabalho em que as 
pessoas estão inseridas, e no que é feito para diminuir os efeitos dos erros. Não é 
possível mudar a condição humana, mas é possível modificar a condição em que os 
humanos trabalham.
Reason (2000) propôs um modelo para projetar a probabilidade de um dano 
ocorrer, conhecido como Teoria do Queijo Suíço, em que de um lado temos o risco 
e, do outro, o dano, ambos separados por várias fatias que são as defesas e barreiras 
que protegem os pacientes e bens potenciais dos riscos locais. 
Danos
Perigos
Figura 2 - O modelo do queijo suíço com camadas intactas
Fonte: Segurança do Paciente (2013, on-line)1.
Pós-Universo 26
A barreira seria como uma fatia de queijo suíço, mas, ao contrário do queijo verdadeiro, 
os buracos não são estáticos – eles seriam como falhas na barreira que continuamente 
mudam de localização, já que, em um dado momento, podem estar abertos e, em 
outro, fechados. Se uma falha existe, o buraco está aberto. Se a falha é corrigida, o 
buraco é fechado.
Danos
Perigos
Figura 3 - O modelo do queijo suíço com barreiras às ocorrências de erros
Fonte: Segurança do Paciente (2013, on-line)1.
À medida que os buracos se alinham, o risco ultrapassa as barreiras, aumentando 
a probabilidade de um dano ocorrer, por exemplo, um paciente cair da cama ou a 
administração incorreta de um medicamento. 
Danos
Perigos
Figura 4 - O modelo de queijo suíço de como as defesas, barreiras e salvaguardas podem ser 
penetradas por um perigo ocasionado por um dano
Fonte: Correa e Cardoso Junior (2007, p.191).
Pós-Universo 27
Em um mundo ideal, cada camada defensiva ficaria intacta, como na Figura 4. Gerenciar 
os processos é fundamental para eliminar ou reduzir riscos e danos. 
Porque os Furos Acontecem?
Eles ocorrem por dois fatores: falhas ativas e condições latentes. A maioria dos danos 
ocorrem pela combinação desses fatores. As falhas ativas são atos cometidos pelos 
profissionais que estão em contato com o paciente ou sistema (erros, esquecimentos, 
técnica deficiente, violação de regras etc.), afetando a integridade da barreira de 
forma direta e transitória.
As condições latentes estão presentes no sistema organizacional de forma 
adormecida e indireta, mas, de forma repentina, podem ser alinhadas às falhas ativas 
ocasionando um evento adverso. Um exemplo de condição latente é o número 
insuficiente de enfermeiras e técnicos na UTI, que sobrecarrega a equipe e oferta 
cenário propício ao dano. Outro exemplo é a criação de POP impraticável ou área 
estrutural que impeça uma logística eficiente. Formam furos fracos ou duradouros, 
que podem ficar inertes por anos antes de se alinharem a uma falha ativa. 
Reason (2000) explica que as falhas ativas são difíceis de serem previstas a tempo 
de se evitar a ocorrência de evento adverso, ao contrário da condição latente que é 
facilmente detectável e pode ser corrigida a tempo. Segundo ele, o gerenciamento do 
risco pode ser compreendido como proativo e não reativo e usa um exemplo simples 
para ilustrar: Falhas ativas são como mosquitos que podem ser golpeados um a 
um, mas ainda continuam vindo. A melhor forma de tratar é criar defesas eficazes 
para drenar os pântanos nos quais os mosquitos se reproduzem. Os pântanos, 
neste caso, são as condições latentes sempre presentes (REASON, 2000).
Pós-Universo 28
Entendendo o Evento Adverso
Em 2000, o Instituto de Medicina (Institute of Medicine – IOM), dos Estados Unidos da 
América, publicou o relatório “Errar é humano: construindo um Sistema de Saúde mais 
Seguro” (To err is human: building a Safer Health System), que abordou a problemática 
do erro na assistência e a necessidade de se construir serviços de saúde seguros, 
inseridos em um sistema que facilite o resultado correto e dificulte o evento adverso. 
Dados deste relatório demonstram que os erros associados à assistência à saúde 
causam entre 44.000 e 98.000 mortes a cada ano (KOHN; CORRIGAN; DONALDSON, 
2000). 
Kohn, Corrigan e Donaldson (2000) definiram erro e evento adverso no contexto 
das organizações de saúde hospitalares. Erro sendo definido como falha de ação 
planejada para ser finalizada (erro de execução) ou falha de um plano ou projeto para 
atingir um resultado (erro de planejamento). E evento adverso como lesão, causada 
pela execução dos cuidados em saúde. Os autores explicam que um evento adverso 
atribuído ao erro é evitável.
A consciência de que o evento adverso pode ser evitado transformou o cenário 
dos cuidados assistenciais hospitalares, e um marco importante nessa história foi a 
compreensão e a aplicação do conceito de segurança do paciente (patient safety) 
a nível mundial. 
Um marco importante para a segurança do paciente aconteceu em 2002, 
quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a Resolução WHA55.18 
que recomenda aos países membros o desenvolvimento urgente de ações para a 
segurança do paciente, e em 2004 lançou a Aliança Mundial para a Segurança do 
Paciente, cujo foco é promover a cultura de segurança do paciente a nível global. 
Ainda em 2004 a National Patient Safety Agency – Agência Nacional de Segurança 
do Paciente – que é um órgão do Departamento de Saúde do Reino Unido, lançou 
um guia com o título os sete passos para a segurança do paciente a ser usado 
por equipes e organizações de saúde. São eles:
1. Encoraje a equipe a informar sobre os erros, com foco no que deu errado 
em vez de quem errou, criando uma cultura de segurança.
2. Lidere e apoie sua equipe com foco claro na segurança do paciente em 
toda a organização.
Pós-Universo 29
3. Integre sua atividade de gerenciamento de risco, identificando e avaliando 
o que pode dar errado.
4. Incentive a equipe a adotar a prática de fazer relatórios de notificação.
5. Desenvolva meios de comunicação e envolvimento com os pacientes 
e o público.
6. Aprenda e compartilhe lições de segurança, incentive a análise da causa 
dos incidentes.
7. Implemente soluções para evitar danos.
A iniciativa de transformar a segurança do paciente em meta mundial trouxe a 
necessidade de desenvolver uma classificação universal dos incidentes. Foi com esse 
objetivo que a OMS, no contexto da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, 
padronizou a Taxonomia Internacional de Segurança do Paciente, que pode ser usada 
por todos os agentes globais envolvidos no cuidado assistencial no âmbitohospitalar.
A Classificação Internacional de Segurança do Paciente (ICPS) foi projetada para 
definir conceitos de segurança do paciente intercambiáveis com as classificações 
regionais e nacionais existentes (WHO, 2010). A estrutura conceitual da ICPS é formada 
por 10 classes de alto nível:
1. Tipo de Incidente
2. Consequências para o Doente
3. Características do Doente
4. Características do Incidente
5. Fatores Contribuintes, Perigos
6. Consequências Organizacionais
7. Detecção
8. Fatores Atenuantes do Dano
9. Ações de Melhoria
10. Ações para Reduzir o Risco
Pós-Universo 30
Fatores contribuintes/
Perido
Tipo de
Incidente
Deteção
Fatores Atenuantes
Características
do Doente
Características
do Incidente
In�uência Informa
Informa
Informa
InformaInforma
In�uência Informa
In�uência
A
çõ
es
 E
m
pr
ee
nd
id
as
 p
ar
a 
Re
du
zi
r o
 R
is
co
In�uência
Consequências
para o Doente
Ações de Melhoria
Consequências
Organizacionais
A
çõ
es
 E
m
pr
ee
nd
id
as
 p
ar
a 
Re
du
zi
r o
 R
is
co
Resiliência do Sistema (Avaliação de Riscos Pró-Ativa & Reativa)
Categorias clinicamente signi�cativas e reconhecíveis para identi�cação e recuperação de incidentes
As linhas a cheio representam as relações semânticas entre as classes.
As linhas a tracejado representam o �uxo de informação
Informação descritiva
Figura 5 - Estrutura Conceitual da Classificação Internacional sobre a Segurança do Paciente
Fonte: Organização Mundial de Saúde (2009, p. 7).
Pós-Universo 31
O grupo de trabalho envolvido na ICPS identificou 48 conceitos-chave, definidos para 
referenciar o estudo da segurança do paciente e facilitar a transferência de informação. 
Dada a extensão dessas definições, serão elencados aqui em nosso material apenas 
os termos identificados pela ICPS. São eles:
Quadro 5 - Termos da classificação internacional de segurança do paciente
TERMOS DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE
Classificação Saúde 
Segurança do 
paciente
Ocorrência 
comunicável 
Conceito Segurança 
Dano associado 
aos cuidados de 
saúde 
Quase evento 
Classe Perigo 
Incidente de segu-
rança do paciente
Evento sem dano 
Relação semântica Circunstância Erro 
Incidente com 
dano (evento 
adverso)
Doente Evento Infração Dano 
Cuidados de saúde Agente Risco Doença 
Lesão Atributos 
Fatores atenuantes 
do dano 
Resiliência 
Sofrimento 
Características do 
incidente 
Consequência para 
o doente 
Responsável 
Incapacidade Reação adversa Grau de dano Qualidade 
Fator contribuinte Efeito secundário 
Consequência 
organizacional 
Falha do sistema 
Tipo de incidente Prevenível Ação de melhoria 
Melhoria do 
sistema 
Características do 
doente
Deteção 
Ações 
Empreendidas para 
Reduzir o Risco 
Análise de causa 
raiz 
Fonte: adaptado de Organização Mundial da Saúde (2009, p. 14-18).
Pós-Universo 32
A Classificação Internacional de Segurança do Paciente (ICPS) identificou 
48 conceitos-chave, os quais foram definidos para referenciar o estudo da 
segurança do paciente e facilitar a transferência de informação. É importante 
ressaltar que estes conceitos configuram-se como o ponto de partida de um 
processo contínuo, a fim de melhorar progressivamente uma compreensão 
internacional conjunta de termos e conceitos relevantes para a segurança 
do doente. Sugerimos, caro(a) aluno(a), que você verifique cada um destes 
conceitos, disponíveis no link a seguir: 
<https://proqualis.net/sites/proqualis.net/files/Estrutura%20Conceitual%20
da%20Classifica%C3%A7%C3%A3o%20Int%20Seguran%C3%A7a%20do%20
Paciente.pdf>.
Fonte: as autoras.
saiba mais 
Ausência de Danos. Realidade Possível?
Com o objetivo de tornar realidade a ausência de dano no sistema de saúde da 
Inglaterra, o primeiro ministro criou o Grupo Consultivo Nacional para Segurança do 
Paciente, liderado pelo Dr. Berwick para analisar os resultados do estudo de Robert 
Francis sobre falhas no National Health Services Foundation Trust. 
O relatório, com 46 páginas, recomenda, entre outros princípios, a valorização 
da voz do paciente, o abandono da punição como ferramenta de gestão e que a 
segurança e a qualidade fiquem acima de todos os interesses. As informações sobre 
esse relatório encontra-se no final da unidade.
Chegamos ao final de mais uma aula espero que tenham aproveitado os 
conhecimentos iniciais sobre acreditação hospitalar.
atividades de estudo
1. Em busca de tratamentos mais adequados, os erros começaram a vir à tona como 
potenciais causadores de danos reversíveis e irreversíveis. Entra em cena a atuação 
do médico Ernest Codman, em Boston, no ano de 1911, que defendeu a reforma 
hospitalar desenvolvendo metodologia de avaliação de resultados. Conforme esse 
estudo, assinale com V para verdadeira e F para falso.
 )( Ernest Codman Fundou, em 1913, o American College of Surgeons junto com 
seus parceiros George Crile e Charles Mayo. 
 )( A Joint Commission on Accreditation of Hospitals foi fundada em 1951, em Illinois, 
Chicago e foi a primeira metodologia de acreditação de que se tem registro. 
 )( Em todo o mundo, modelos acreditação começaram a ser criados e adotados. 
 )( O objetivo do The End Result System Standardization era aumentar o valor dos 
procedimentos hospitalares. 
 )( Ernest Codman teve ampla aceitação de sua premissa em contestar a competência 
médica. 
Assinale a alternativa correta:
a) F, F, V, F, V.
b) V, V, F, V, V.
c) V, V, V, F, F.
d) F, V, V, F, F.
e) V, F, F, F, F.
atividades de estudo
2. Aqui no Brasil também houve iniciativas voltadas para a qualidade do cuidado em 
âmbito hospitalar. Na década de 70, o Ministério da Saúde, por meio de portarias 
e normativas, começou a estruturar um sistema capaz de avaliar a qualidade da 
assistência à saúde. Conforme esse estudo, assinale com V para verdadeira e F para 
falso.
 )( Acordo de Cooperação Técnica entre OPAS e Organização Latino Americana 
pretendia introduzir a metodologia de acreditação hospitalar para todos os 
hospitais da América Latina e Caribe. 
 )( A metodologia de acreditação já era conhecida pelos administradores hospitalares 
que da América Latina. 
 )( No relatório de levantamento de 15.000 hospitais da América Latina foi identificado 
que 70% tinham menos de 70 leitos para internação, recursos humanos precários, 
comissão de qualidade ausente, capacitação deficiente e avaliação inconsistente 
dos custos operacionais. 
 )( A Organização Nacional de Acreditação Hospitalar – ONA – é uma metodologia 
de acreditação criada pela OPAS.
Assinale a alternativa correta:
a) V, F, V, F.
b) F, F, F, F.
c) V, V, V, V.
d) F, V, V, V.
e) F, V, F, V.
atividades de estudo
3. Os serviços de saúde no âmbito hospitalar são realizados por pessoas. Errar faz parte 
da natureza humana e ter domínio dessa premissa faz toda a diferença quando o 
assunto é qualidade. James Reason é um estudioso que abordou o erro humano e 
criou a teoria do queijo suíço. Conforme esse estudo, assinale com V para verdadeira 
e F para falso.
 )( Em 2000, James Reason sugere duas formas de se observar o erro humano: 
abordando a PESSOA e abordando o SISTEMA.
 )( Na abordagem da pessoa, foca nas condições de trabalho em que as pessoas 
estão inseridas. 
 )( A teoria do queijo é um modelo para projetar a probabilidade de um dano ocorrer.
 )( Os buracos nas barreiras ou fatias do queijo são estáticas e por isso fica mais fácil 
definir a probabilidade de dano.
 )( As condições latentes estão presentes no sistema organizacional de forma 
adormecida e indireta, mas, de repente, podem ser alinhadas às falhas ativas 
ocasionando um evento adverso.
 )( As falhas ativas são atos cometidos pelos profissionais que estão em contato com 
o paciente ou sistema (erros, esquecimentos, técnica deficiente, violação de regras 
etc), afetando a integridade da barreira de forma direta e transitória.
Assinale a alternativa correta:
a) F, F, V, V, V, V.
b)V, V, V, F, F, F.
c) F, V, V, F, F, F.
d) V, V, F, V, F, V.
e) V, F, V, F, V, V.
resumo
Prezado(a) aluno(a), neste estudo, adquirimos a devida compreensão sobre o pioneirismo das 
iniciativas de grandes personalidades mundiais na construção da avaliação da qualidade nos 
cuidados de saúde. Vimos Ignaz Semmelweis determinar a importância de lavar as mãos antes 
de manusear pacientes, como também a contribuição da Dama da Lamparina para divulgação 
visual de dados de saúde que trouxe evolução profissional aos serviços de enfermagem. 
Sem nos esquecermos de Ernest Codman, o grande pioneiro na construção do que hoje entendemos 
por avaliação da qualidade em saúde, bem representado por seu pensamento que a sociedade 
deveria, e ainda deve, ter um olhar crítico sobre os cuidados ofertados pelos hospitais.
Nossa pátria não esteve à deriva nessa aventura. Conhecemos o Dr. Odair Pedroso, um ilustre 
médico brasileiro que iniciou as reflexões sobre a padronização de serviços de saúde quando criou 
o arquivo médico e sugeriu a adoção de uma ficha de inquérito hospitalar. Sem dúvida a OPAS 
com sua influência na América Latina, incitou em nosso país a criação de um primeiro Manual 
de Acreditação para os Hospitais Brasileiros. Em franco processo de amadurecimento sobre o 
tema, o Ministério da Saúde reconhece a ONA, fundada em 1999, como órgão competente para 
operacionalizar o desenvolvimento da acreditação hospitalar no Brasil, que nos possibilitou ter 
um sistema próprio de acreditação hospitalar.
Enfim, chegamos à definição do que vem ser Acreditação, representada por um método de 
avaliação voluntário, periódico e reservado, que busca garantir a qualidade da assistência por meio 
de padrões previamente definidos. Agora sabemos que a qualidade precisa ser observada por 
algumas dimensões, e que precisa ser medida levando em consideração o resultado, processo e 
estrutura. Aprendemos que não é possível mudar a condição humana, mas é possível modificar 
a condição em que os humanos trabalham para evitarmos os erros.
Ao fim de nossos estudos, estamos prontos para aplicar nossos conhecimentos no contexto dos 
cuidados de saúde voltados à garantia da segurança do paciente.
material complementar
Human Error
Autor: James Reason
Editora: Cambridge University Press
Sinopse: James Reason produziu uma integração teórica de várias 
literaturas previamente isoladas em ‘erro humano.’ Particularmente 
importante é a identificação de processos cognitivos comuns para uma 
ampla variedade de tipos de erro. A tecnologia moderna chegou agora 
a um ponto em que a melhoria da segurança só pode ser alcançado com base em uma 
melhor compreensão dos mecanismos de erro humano. Em seu tratamento de acidentes 
graves, o livro abrange o Golfo disciplinar entre a teoria psicológica e aqueles preocupados 
com a manutenção da confiabilidade das tecnologias perigosas. Como tal, é leitura essencial 
não só para os cientistas cognitivos e especialistas em fatores humanos, mas também para 
engenheiros de confiabilidade e gerentes de risco.
Evidence scan: Levels of harm
Autor: The Health Foundation Inspiring Improviment
Sinopse: THE LEVELS OF HARM - Níveis de danos – é uma pesquisa 
de elevado impacto, realizada pela The Health Foundation que revisou 
mais de 100 estudos, predominantemente dos EUA, Austrália, Europa e 
Reino Unido. Um dos objetivos dessa pesquisa era estimar a proporção 
de evento adverso por admissão hospitalar. Os dados coletados sugerem 
que de 3 a 36% das admissões hospitalares apresentam a ocorrência de um evento 
adverso, e que metade a um terço deles são evitáveis. Alguns desses estudos revelam 
que as pessoas recebem apenas metade dos cuidados adequados a sua condição, e 
que os idosos são mais propensos a sofrer um dano por necessitarem de mais tempo de 
internação. Os números e a proporção demonstrados nesse estudo, facilmente distraem as 
pessoas para o que realmente significam. Mesmo que a informação coletada se expresse num 
valor numérico relativamente pequeno, ele representa milhares de pessoas potencialmente 
prejudicadas por cuidados de saúde inadequados todos os anos (The Health Foundation, 
2011) de 100 estudos, predominantemente dos EUA, Austrália, Europa e Reino Unido. 
Disponível em: <https://www.health.org.uk/publication/levels-harm>.
material complementar
A promise to Learn - a Commitment to Act
Sinopse: Grupo Consultivo Nacional para Segurança do Paciente, liderado 
pelo Dr. Berwick para analisar os resultados do estudo de Robert Francis 
sobre falhas no National Health Services Foundation Trust.
Disponível em: <https://assets.publishing.service.gov.uk/government/
uploads/system/uploads/attachment_data/file/226703/Berwick_Report.
pdf>.
Na Web
Os estudos sobre o erro humano inicialmente falavam em cultura não punitiva. Hoje, 
chamamos de cultura justa, que se desenha como um cenário onde há confiança, aprendizado 
e responsabilidade. É uma forma das organizações responderem com justiça a erros e violações 
mantendo o olhar sistêmico. 
 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DFaaDnKTYEE&feature=youtu.be>.
Na Web
Relação das ONG’s
ONA: <https://www.ona.org.br/Inicial>
IHI: <http://www.ihi.org/Pages/default.aspx>
The Health Foundation: <http://www.health.org.uk/>
ISQUA: <http://www.isqua.org/>
ESQH: <http://www.esqh.net/node/2>
Título: Florence Nightingale
Ano: 1985
Sinopse: desafiando a tradição e contrariando os desejos da família, 
uma nobre inglesa do século XIX se despoja de todos os privilégios da 
aristocracia para se dedicar aos doentes. Determinada a melhorar as 
condições dos enfermos nos hospitais e nos campos de batalha, Florence 
tornou-se uma heroína nacional e uma verdadeira lenda, tornando-se 
a “Pioneira da Enfermagem”. A Dama da Lamparina encontrou sua razão de viver em outras 
vidas, e foi capaz, apesar de todas as privações, de ser profundamente feliz.
referências
ANDERSON, R. J. Florence Nightingale: the biostatistician. Molecular Interventions, United States, 
v. 11, n. 2, p. 63-71, abr. 2011.
BRASIL. Decreto n. 27.300, de 22 de janeiro de 1957. Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/
repositorio/legislacao/decreto/1957/decreto-27300-22.01.1957.html>. Acesso em: 13 set. 2018.
BRENNAN T. A.; LEAPE L. L.; LAIRD. N. M.; HEBERT. L.; LOCALIO A. R.; LAWTHERS A. G.; NEWHOUSE J. 
P.; WEILER P. C.; HIATT H. H. Incidence of adverse events and negligence in hospitalized patients 
Results of the Harvard Medical Practice Study I. The New England Journal of Medicine, England, 
v. 324, n. 6, feb. 1991.
CHASSIN, M. R.; GALVIN, R. W. The urgent need to improve healthcare quality. Institute of Medicine 
National Roundtable on Health Care Quality. JAMA, EUA, v. 280, n. 11, p.1000-1005, 1998.
CORREA, C. R. P.; CARDOSO JUNIOR, M. M. Análise e classificação dos fatores humanos nos acidentes 
industriais. Production, São Paulo, v.17, n.1, p.186-198, jan./abr., 2007. Disponível em: <http://
dx.doi.org/10.1590/S0103-65132007000100013>. Acesso em: 14 set. 2018.
CODMAN E. A. The Registry of Bone Sarcomas as an Example of the End-Result Idea in Hospital 
Organization. Clinical Orthopaedics and Related Research, Philadelphia, United States, v. 467, 
n. 11, p: 2766-2770, nov. 2009.
______. Study in Hospital Efficiency: As Demonstrated by the Case Report of First Five Years of 
Private Hospital. Clinical Orthopaedics and Related Research, v. 471, n. 6, p. 1778-1783, jun. 2013.
DONABEDIAN, A. Los siete pilares de la calidad. Revista Calidad Asistencial. Barcelona, v. 16, n. 1, 
p. 96-100, 2001. Disponível em: <http://www.fadq.org/wp-content/uploads/2016/02/Monografico-
Avedis-2parte.pdf>. Acesso em: 13 set. 2018.
ESQH. European Society for Quality in Healthcare. [2018]. Disponível em: <http://www.esqh.net/>. 
Acesso em 6 set. 2018.
FELDMAN, L. B.; GATTO, M. A. F.; CUNHA, I. C. K. O. História da evolução da qualidade hospitalar: 
dos padrões a acreditação. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 18, n. 2, p. 213-219, 2005.referências
IHI. Institute for Healthcare Improvement (Instituto para a Melhoria da Saúde). Overview of 
the 100,000 Lives Campaign. 2004. Disponível em: <http://www.ihi.org/Engage/Initiatives/
Completed/5MillionLivesCampaign/Documents/Overview%20of%20the%20100K%20Campaign.
pdf>. Acesso em 14 set. 2018.
ISQUA. The International Society for Quality in Health Care. ISQua’s Mission Statement (Missão). 
[2018]. Disponível em: <https://isqua.org/who-we-are/isqua-mission>. Acesso em 14 set. 2018.
KOHN, L.; CORRIGAN, J.; DONALDSON, M. To err is human: building a safer health system. Institute 
of Medicine (US) Committee on Quality of Health Care in America. Washington (DC): National 
Academies Press, 2000. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK225182/>. 
Acesso em: 17 set. 2018.
NHS. National Patient Safety Agency. Seven steps to patient safety: full reference guide. 
Disponível em: <http://www.nrls.npsa.nhs.uk/resources/collections/seven-steps-to-patient-
safety/?entryid45=59787>. Acesso em: 17 set. 2018.
NOVAES, H. M. História da Acreditação Hospitalar na América Latina – o caso Brasil. Revista de 
Administração Hospitalar e Inovação em Saúde – RAHIS, v. 12, n.4, p. 49-61, 2015. Disponível 
em: <https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:NnOtj1NIMQsJ:https://revistas.
face.ufmg.br/index.php/rahis/article/view/2693/1634+&cd=1&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=br>. Acesso 
em 17 set. 2018.
OPAS/OMS. Fifty-Fifth World Health Assembly (WHA55.18). Quality of care: patient safety. 18 may. 
2002. Disponível em: <http://apps.who.int/gb/archive/pdf_files/WHA55/ewha5518.pdf?ua=1>. 
Acesso em: 17 set. 2018.
ONA. Manual das Organizações Prestadoras de Serviços de Saúde. Brasília: Organização 
Nacional de Acreditação, 2014.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Estrutura Conceitual da Classificação Internacional 
sobre Segurança do Doente. 2009. Disponível em: <https://proqualis.net/sites/proqualis.net/files/
Estrutura%20Conceitual%20da%20Classifica%C3%A7%C3%A3o%20Int%20Seguran%C3%A7a%20
do%20Paciente.pdf>. Acesso em: 17 set. 2018.
REASON J. Human error models and management. Western Journal of Medicine, v. 172, n. 6, 
jun. 2000.
referências
THE HEALTH FOUNDATION. Evidence Scan: The Levels of Harm. The Health Foundation. Disponível 
em: <http://www.health.org.uk/publication/levels-harm>. Acesso em: 17 set. 2018.
WHO. World Health Organization. World Alliance for Patient Safety: forward programme 2005. 
Disponível em: <http://www.who.int/patientsafety/en/brochure_final.pdf>. Acesso em 17 set. 2018.
______. Patient Safety. The Conceptual Framework for the International Classification for 
Patient Safety (ICPS). 2010. World Health Organization. Disponível em: <http://www.who.int/
patientsafety/implementation/taxonomy/ICPS-report/en/>. Acesso em: 17 set. 2018.
REFERÊNCIA ON-LINE
1 Em: <http://segurancadopacienteoms.blogspot.com/2013/09/e-possivel-evitar-o-erro.html>. 
Acesso em: 14 set. 2018.
resolução de exercícios
1. c) V, V, V, F, F.
2. a) V, F, V, F.
3. e) V, F, V, F, V, V.
	HISTÓRICO DA ACREDITAÇÃO

Continue navegando