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O QUE É ACREDITAÇÃO? Professoras: Esp. Jovelina Guimarães Borges Morante Esp. Adriana Queiroz Palmieri Ferreira DIREÇÃO NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; MORANTE, Jovelina Guimarães Borges; FERREIRA, Adriana Queiroz Palmieri. Acreditação Hospitalar I. Jovelina Guimarães Borges Morante; Adriana Queiroz Palmieri Ferreira. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 43 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Acreditação 2. Hospitalar 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 353.6 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Marcus Machado / Rossana Costa Giani Editoração Flávia Thaís Pedroso Ilustração Marta Kakitani Qualidade Textual Silvia Caroline Gonçalves Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 01 02 03 04 sumário 06| HISTÓRICO DA ACREDITAÇÃO 11| EVOLUÇÃO NO BRASIL 18| AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE 23| SEGURANÇA DO PACIENTE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Apresentar os pioneiros a estruturar a qualidade nos cuidados em saúde e entender a formação do conceito de Acreditação. • Demonstrar o princípio universal que rege o tema e a evolução no Brasil. • Apresentação das principais organizações de saúde fomentadoras de melhorias nos serviços e aprender as dimensões da qualidade em saúde. • Apresentar o conceito de segurança do paciente e acreditação. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Histórico da Acreditação • Evolução no Brasil • Avaliação da Qualidade nos Serviços de Saúde • Segurança do Paciente O QUE É ACREDITAÇÃO? INTRODUÇÃO introdução Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) ao estudo “O que é Acreditação”, dividido em quatro aulas com conteúdo que se propõe a explicar o surgimento desse conceito no mundo. Apesar de a palavra “Acreditação” ser um verbete não encontrado no dicionário, os termos Acreditar e Acreditado projetam a essência do que ficou estabelecido como conceito para o termo em questão. No significado de Acreditar, temos o exercício de tomar por verdadeiro, crer, ter confiança, credenciar, tornar-se digno de confiança, como também Acreditado nos remete a aceitar como verdadeiro, crível, plausível, confiável, qualificado, respeitado. Para adentrarmos na compreensão do principal tema da disciplina, é preciso buscar no passado entendimento das iniciativas precursoras que hoje contextualizam os padrões de qualidade na saúde. Para tanto, veremos, no decorrer das aulas, as iniciativas de promover a qualidade nos cuidados em saúde que responderão “como foi construído o significado de Acreditação”, além de refletir acerca de sua importância como agentes fomentadores de mudança; observando a dinâmica ocorrida no passado, é possível entender o presente e projetar o futuro. Neste encontro, você compreenderá o curso e a evolução do processo de padronização da qualidade no âmbito hospitalar que projetou a ACREDITAÇÃO para o mundo, estudará como e quando ocorreu a evolução no Brasil até o cenário atual, além de aprender como o conceito de qualidade se aplica à área da saúde e qual o objetivo fundamental da metodologia estabelecida. Em nossos encontros, será natural perceber a importância do termo “acreditado” para uma instituição, e quais metodologias estão disponíveis, as ferramentas para a implementação, além de entender e conhecer as normas que referenciam o processo de Acreditação. A partir de agora, eu o(a) convido a ingressar nesse ambiente de aprendizado rico, interessante e promissor, que ampliará sua visão sobre Acreditação Hospitalar. Pós-Universo 6 HISTÓRICO DA ACREDITAÇÃO Pós-Universo 7 Vou usar o tratamento para ajudar os doentes de acordo com a minha capacidade e julgamento, mas nunca com vista a ferimentos e erros. (adaptado de Juramento de Hipócrates). reflita O Juramento de Hipócrates, criado no século IV antes de Cristo, até os dias de hoje fundamenta os princípios éticos seguidos pelos profissionais de saúde. A busca pela melhora da saúde demandou aos profissionais antigos a urgência em encontrar saídas para tratar as doenças e resolvê-las. Com essa demanda cada vez mais crescente também começaram a surgir reflexões sobre tratar esses males de forma adequada. Foi então que, em determinado momento, Dr. Ignaz Semmelweis, em 1847, observou que os alunos realizavam exames obstétricos e, ao saírem da sala de dissecação de cadáveres, não lavavam as mãos, fato que o permitiu relacionar à febre puerperal. Levantou a hipótese de que as partículas dos cadáveres trazidas pelas mãos dos alunos à sala de clínica obstétrica seriam as responsáveis pela febre puerperal. Então, fixou um cartaz no Hospital de Viena, impondo a seguinte regra: todo médico ou estudante era obrigado a lavar as mãos antes de entrar nas salas de clínica obstétrica, com uma solução de ácido clórico presente em uma bacia próximo à porta, vigorando para todos sem exceção. Além da comunidade científica não ter aceitado sua proposta, também ganhou inimigos, pois alguns médicos se sentiram ofendidos com o cartaz. Nessa época, 1855, o amadurecimento da prática em cuidados de saúde trouxe para a comunidade de profissionais a percepção de como seria importante coletar dados que pudessem ser demonstrados por técnicas de representação visual que os traduzissem em informação relevante a gerar métodos que tornassem os serviços mais profissionais. E a pioneira em representar esses dados de forma visual foi Florance Nightingale, usando gráficos setoriais. A Dama da Lamparina, como era conhecida, trouxe avanços na profissionalização da enfermagem, medidas higiênicas, gráficos estatísticos e estudo de mortalidade na Inglaterra (ANDERSON, 2011). Pós-Universo 8 Os estudos sobre morbidade e mortalidade ganharam atenção e pouco a pouco o conceito de qualidade foi se estabelecendo. Em busca de tratamentos mais adequados, os erros começaram a vir à tona como potenciais causadores de danos reversíveis e irreversíveis. Entra em cena a atuação do médico Ernest Codman, em Boston no ano de 1911, que defendeu a reforma hospitalar desenvolvendo metodologia de avaliação de resultados. Em um de seus estudos deixa evidente a necessidade de se analisar o resultado final de um tratamento. - Em primeiro lugar, qual é a ideia de resultado final? É que cada hospital deve rastrear cada paciente com o objetivo de verificar se o benefício máximo foi obtido e descobrir se não, por que não. (Ernest A. Codman) reflita Codman foi proibido de questionar a competência médica no Massachusetts General Hospital e renunciou ao cargo que tinha por frustração. Montou sua própria instituição, a End Result Hospital inicialmente com 12 leitos, e de 337 altas efetivadas constatou a presença de 123 erros acompanhando os resultados finais de todos esses pacientes. Os erros foram classificados por tipo: falta de conhecimento ou habilidade, julgamento cirúrgico, falta de cuidados ou equipamentos e falta de habilidade em diagnosticar. Publicouos relatórios anuais de seu hospital que traziam publicidade aos erros ocorridos, denominando-os como taxa de erro do hospital. O intuito era chamar a atenção da sociedade para a quantidade de erros que um hospital tivesse para que desenvolvessem um olhar crítico sobre os cuidados de saúde recebidos. Além de expor a taxa de erros de seu hospital, Codman desafiava outras instituições a fazer o mesmo. Pós-Universo 9 Fundou, em 1913, o American College of Surgeons junto com seus parceiros George Crile e Charles Mayo. Nascia o The End Result System Standardization, o primeiro modelo de padronização nos serviços hospitalares. Presidiu o Comitê de Padronização de Hospitais cujo objetivo era elevar o padrão de qualidade nos hospitais americanos por meio do sistema de acompanhamento do resultado de tratamento em cada paciente atendido. Em 1919, solicitou aos hospitais que aderissem ao conjunto de diretrizes básicas que traziam como valor a meritocracia, conceitos de morbidade e mortalidade e rastreamento de pacientes. Entretanto, apenas 89 dos 692 hospitais acionados aderiram e cumpriram essas diretrizes. O The End Result System Standardization foi se desenvolvendo e, em 1926, o American College of Surgeons imprimiu o seu primeiro manual de padronização, contendo dezoito páginas. À medida que o programa de padronização se tornava um sucesso, mais instituições se interessavam em adotar o programa, elevando o número de hospitais aprovados para 3290 em 1950. O aumento na complexidade, abrangência e custos do programa de padronização dos hospitais culminou na junção do American College of Surgeons a outras organizações, e desta associação surge a Joint Commission on Accreditation of Hospitals, no ano de 1951 em Illinois, Chicago. Essa comissão foi composta a princípio pelas seguintes entidades: faculdade americana de médicos, faculdade americana de cirurgiões, associação hospitalar americana, associação médica americana e associação médica canadense. O American College of Surgeons oficializa a transferência de seu programa de padronização hospitalar para JCAH e, em janeiro de 1953, a Comissão Conjunta de Acreditação Hospitalar começa a oferecer seus serviços de credenciamento para os hospitais. Em 1958, a Canadian Medical Association finaliza o vínculo com a JCAH para integrar a Fundação do Canadian Council on Hospital Acreditation. Outras correntes de desenvolvimento de modelos próprios surgiram em diversos países que se assemelham em vários aspectos e são principalmente influenciados pela JCHA e European Foundation for Quality Manegement (EFQM), e teve influência dos requisitos da norma ISO 9000. Vale ressaltar que a responsabilidade pela gestão dos programas de acreditação em alguns países é responsabilidade do Estado; em outros, o Estado apenas cria as normas e entidades acreditadoras não governamentais credenciam os serviços. Pós-Universo 10 A partir de 1988, a JCAH altera sua sigla para JCAHO (Joint Comission Accreditation Hospital Healthcare) para melhor representar a expansão de suas atividades para outros serviços de saúde, além do hospitalar. Em 1998, a JCAHO cria a Joint Comission International para desenvolvimento de sua atuação em outros países, possibilitando que modelos de acreditação começassem a ser criados e adotados em todo o mundo. Canada 1958 Austrália 1997 EUA 1951 Brasil 1995 Argentina 1993 Noruega 1998 Suécia 1993 Finlândia 1995 Dinamarca 2001 Reino Unido 1990 Espanha 1986 Alemanha 1999 França 1984 Portugal 1998 Hungria 1993 Singapura 1991 República Checa 1995 Itália 2000 Austria 1993 Republica Korea 1995 Polônia 1999 Israel 1995 Bósnia 2001 Estônia 1998 Lithuania 1997 Slovênia 1996 Thailandia 1995 Mongolia 1999 Japão 1995 Armênia 2001 Filipinas 1999 República Dominicana 1996 República Slovaca 1999 Zambia 1998 Marrocos 1999 Africa do Sul 1993 Nova Zelandia 1990 Figura 1 - Países que iniciaram os modelos de acreditação. Pós-Universo 11 EVOLUÇÃO NO BRASIL Pós-Universo 12 Aqui no Brasil também houve iniciativas voltadas para a qualidade do cuidado no âmbito hospitalar. Odair Pacheco Pedroso – médico formado pela Faculdade de Medicina de São Paulo – foi o responsável por uma nova era na história da organização hospitalar brasileira. Como membro da Comissão de Organização e Instalação do Hospital das Clínicas, implantou, pela primeira vez no Brasil, o serviço de arquivo médico. Foi dele a ideia de conceber uma ficha de inquérito hospitalar para a Comissão de Assistência Hospitalar do Ministério da Saúde, em 1935. Quadro 1 – Ficha de Inquérito Hospitalar criada pelo Dr. Odair Pedroso 1. Corpo clínico organizado, com obrigatoriedade de médico plantonista residente. 2. Corpo administrativo. 3. Corpo de enfermeiros e auxiliares em número proporcional à capacidade e serviços clínicos do hospital, inclusive para plantão noturno. 4. Serviços radiológicos e fisioterápico. 5. Laboratório clínico. 6. Necrotério com equipamento para necropsia. 7. Salas de operações com equipamentos suficientes e anexos. 8. Farmácia. 9. Serviços auxiliares (cozinha, lavanderia, desinfecção). Fonte: Feldman et al. (2005). No sistema de saúde brasileiro, a classificação e categorização de hospitais e outros serviços de saúde desde sempre pertenceram ao poder público. Os esforços nesse sentido datam da década de 30, com o Censo Hospitalar do Estado de São Paulo, no qual formulou-se uma primeira proposta de regionalização e hierarquização de serviços, que não chegou a ser implementada, mas serviu de inspiração para outras classificações criadas posteriormente. No ano de 1951, com o 1º Congresso Nacional do Capítulo Brasileiro do Colégio Internacional de Cirurgiões, realizado em São Paulo, foram estabelecidos os primeiros padrões mínimos para Centro Cirúrgico e estudados tanto os aspectos de planta física como a organização desta unidade hospitalar, descritos no Quadro 2. Pós-Universo 13 Quadro 2 – Padrões Mínimos para o Centro Cirúrgico do Hospital 1. Chefia: a administração do centro cirúrgico será exercida por uma enfermeira, devi- damente treinada. 2. Pessoal: deverá ter um número suficiente, devidamente treinado. 3. Regulamento: o regulamento do centro cirúrgico deverá fazer parte do Regulamento do Hospital. 4. Rotinas: deverá ser assegurado o seu bom funcionamento e divulgado a todos. 5. Avaliação do trabalho profissional: será organizado um fichário contendo elemen- tos que permitam avaliar a capacidade profissional do cirurgião. 6. Prontuário médico: a. nenhum doente poderá ser operado sem possuir prontuário médico que deverá conter o diagnóstico provisório; b) ao citado prontuário serão anexados: descrição do ato cirúrgico, ficha de anestesia, diagnóstico operatório e evolução pós-ope- ratória, devendo o prontuário ser assinado pelo médico responsável. Fonte: Feldman et al. (2005). Iniciativas estaduais também influenciaram o cenário da qualidade e padronização no âmbito hospitalar. Em 1956, o então Governador do Estado de São Paulo, Jânio Quadros, por meio do Decreto n. 25.465 de 10 de fevereiro de 1956, aprova o Regulamento do Conselho Estadual de Assistência Hospitalar, da Secretaria de Estado da Saúde Pública e da Assistência Social (BRASIL, 1957). Essa norma trouxe, entre outras diretrizes, a criação de classificação para os hospitais e Conselho responsável por fiscalizar suas atividades. Na década de 70, o Ministério da Saúde, por meio de portarias e normativas, começou a estruturar um sistema capaz de avaliar a qualidade da assistência à saúde. No setor não governamental, temos o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, o qual se inspirou no trabalho da JCAHO e criou, em 1986, sua Comissão de Avaliação Hospitalar. Nesse mesmo ano, a OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde – firmou um acordo de cooperação técnica com a Federação Latino-Americana de Hospitais que pretendia introduzir a metodologiade acreditação hospitalar para todos os hospitais da América Latina e Caribe. O acordo firmado promoveu a extensão da aplicabilidade desse sistema também aos hospitais privados que não eram elegíveis ao programa por resistência dos Ministérios da Saúde dessa região. Pós-Universo 14 A metodologia de acreditação era totalmente desconhecida pelos administradores hospitalares que nem mesmo entendiam o termo “Acreditação”. No relatório de levantamento de 15.000 hospitais da América Latina, foi identificado que 70% tinham menos de 70 leitos para internação, recursos humanos precários, comissão de qualidade ausente, capacitação deficiente e avaliação inconsistente dos custos operacionais. Mesmo existindo grandes centros médicos públicos e privados com tecnologia de elevado porte, não seriam aprovados se fossem submetidos a uma mínima avaliação para garantia da qualidade de seus serviços. Para reversão desse contexto, a OPAS/OMS desenvolveu um formato de acreditação compatível à realidade da América Latina e que pudesse ser amplamente debatido entre as nações. Foi desenvolvido um modelo de Manual de Acreditação para América Latina e Caribe, com divulgação para o Brasil no ano de 1992 para entidades públicas e privadas em Brasília. Muitas reuniões locais com os países sul-americanos foram realizadas para difundir a metodologia de aplicação dos padrões do manual. Cada país tinha como meta desenvolver seu próprio Manual de Acreditação Hospitalar fundamentado no Manual de Acreditação da OPAS, reunindo especialistas da área de administração hospitalar aptos a ajustar padrões e indicadores conforme a realidade local. A influência da OPAS promoveu no Brasil o surgimento de algumas iniciativas para modelos de acreditação hospitalar. A primeira ocorreu no estado de São Paulo, em 1990, conhecida como Programa de Controle de Qualidade do Atendimento Médico-Hospitalar; a segunda, no Rio Grande do Sul, sob o comando da Associação de Hospitais, entidade privada; a terceira, no Paraná, fomentada pela Secretaria Estadual de Saúde; e a quarta, no Rio de Janeiro, na Associação da Academia Nacional de Medicina, Colégio Brasileiro de Cirurgiões e o Instituto de Medicina Social da Universidade (UERJ). Pós-Universo 15 Em 1992, foi criado o GTA – Grupo Técnico de Acreditação Hospitalar – composto por diversos estados, prestadores e financiadores de serviços, representantes do setor público e privado, instituições acadêmicas e associações profissionais, dentre as quais a CQH e Unimed. O GTA desenvolveu análise aprofundada do Manual proposto pela OPAS, que culminou na publicação do primeiro Manual de Acreditação para os Hospitais Brasileiros. Em 1994, a Academia Nacional de Medicina, o Colégio Brasileiro de Cirurgiões e a UFRJ uniram-se para criação do Programa de Avaliação e Certificação de Qualidade em Saúde (PACQS), o qual, em 1997, foi transformado no CBA – Consórcio Brasileiro de Acreditação, atualmente representando a metodologia da Joint Commission International no Brasil. Naquele mesmo ano, o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e seu Ministro da Saúde, Carlos César Albuquerque, lançaram o programa “1997 - O Ano da Saúde no Brasil”, representado por um conjunto de diretrizes políticas, ações e metas prioritárias do governo, dentre as quais havia uma proposta de avaliação da qualidade da assistência aos usuários, por meio da metodologia conhecida como “Acreditação” de Hospitais. O Dr. Humberto de Moraes Novaes foi convidado a assessorar o Ministério da Saúde para implementação do programa de acreditação de hospitais no Brasil e, em fevereiro de 1998, formou-se um grupo executivo, encarregado do Programa Brasileiro de Acreditação. O Ministério da Saúde coordenou o teste piloto, como também aperfeiçoou o instrumento adotado pelo programa brasileiro. A primeira versão foi empregada em hospitais de diferentes categorias, em diversos estados do país. Finalmente, em maio de 1999, foi fundada a Organização Nacional de Acreditação (ONA) e apresentado o Manual de Acreditação de Hospitais do Brasil. Em 2001, a ONA foi reconhecida pelo Ministério da Saúde como órgão competente para operacionalizar o desenvolvimento da acreditação hospitalar no Brasil por meio de padrões a serem estabelecidos, ficando a cargo das Instituições Acreditadoras (IACs) a realização do processo de acreditação nos hospitais. Pós-Universo 16 Os membros fundadores da ONA foram: • Associação Brasileira de Hospitais Universitários • Confederação Nacional de Saúde • Federação Brasileira de Hospitais • Associação Brasileira de Medicina de Grupo • Associação Brasileira de Autogestão em Saúde • Federação Nacional de Seguros Privados e Capitalização • Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde • Confederação das UNIMED A atuação em conjunto do Ministério da Saúde e ONA são regulamentadas por convênios que estabelecem direitos, obrigações e até mesmo a atuação de ambos nas diferentes fases do processo de acreditação, que vai desde a habilitação das empresas acreditadoras até a certificação dos hospitais. A ANVISA é o órgão de referência para a criação e desenvolvimento de projetos de cooperação técnica entre MS e ONA. Com a criação do Programa Brasileiro de Acreditação e a Organização Nacional de Acreditação, as instituições credenciadas para a realização do processo de Acreditação adotaram o Manual da ONA. Dos grupos que desenvolveram atividades de avaliação permanente dos serviços hospitalares, somente dois mantiveram instrumentos próprios. São eles: O CQH (Controle de Qualidade do Atendimento Médico-Hospitalar, do estado de São Paulo) e o CBA (Consórcio Brasileiro de Acreditação, que adotou a metodologia da Joint Commission International). Pós-Universo 17 Cenário Atual Atualmente, os principais programas de certificações e acreditações para hospitais são: ONA, Accreditation Canada, NIAHO, HIMSS, Joint Commission International, ISO 9000, OHSAS 18001. As metodologias de acreditação não são obrigatórias às instituições hospitalares no Brasil, no entanto tramita na Câmara dos Deputados o projeto de Lei n. 5503/2013 que impõe aos hospitais públicos ou privados, vinculados ou não ao SUS, a implementação de metodologia de acreditação e certificação da qualidade. Se a proposta for aprovada, haverá forte impacto na qualidade dos serviços hospitalares no Brasil. Vale destacar o Programa de Qualificação dos Prestadores de Serviços de Saúde (QUALISS), criado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o qual avalia anualmente o desempenho das operadoras de planos de saúde por meio do IDSS (Índice de Desempenho da Saúde Suplementar), que é calculado a partir de indicadores configurados pela própria ANS. Além do QUALISS, a ANS instituiu o Programa de Acreditação de Operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde em 2011; também com caráter voluntário, tem como objetivo certificar a qualidade assistencial de operadoras de planos de saúde no Brasil. Mas afinal: o que é Acreditação? A Acreditação é um método de avaliação voluntário, periódico e reservado, que busca garantir a qualidade da assistência por meio de padrões previamente definidos. Constitui, essencialmente, um programa de educação continuada e, jamais, uma forma de fiscalização Fonte: ONA (2014, p. 13). Pós-Universo 18 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE Pós-Universo 19 O IOM (Institute of Medicine - Instituto de Medicina) define que a qualidade do cuidado é o grau com que os serviços de saúde trata pacientes individuais ou população, aumentando a chance de produzir os resultados desejados, que são mais consistentes graças ao conhecimento profissional atual. Fonte: adaptado de DelGrippo (apud CHASSIN; GALVIN, 1998, tradução nossa). atenção Avedis Donabedian, professor do Serviço de Saúde Pública da Universidade de Michigan, Estados Unidos, propôsque a avaliação da qualidade dos cuidados de saúde se sustentasse em sete pilares: Quadro 3 - Pilares da qualidade nos cuidados com a saúde Aceitabilidade O quanto o cuidado se adapta aos desejos, expectativas e valores dos pacientes. O nível em que a ação atende às expectativas e aos valores dos consumidores (pacientes). Efetividade O resultado do cuidado obtido na situação real. O melhor resulta- do obtido na situação real. Eficácia O melhor resultado obtido na melhor situação possível. O resulta- do do cuidado obtido na melhor situação possível. Eficiência O melhor resultado obtido diante do menor custo. Inclui conceito de custo. A medida mais eficiente é a de menor custo. Equidade O nível de razoabilidade da distribuição das ações de seus benefí- cios entre os membros de uma população. O que é justo ou razoável na distribuição dos cuidados e de seus benefícios. Legitimidade O nível em que a ação atende às expectativas e aos valores da so- ciedade ou comunidade. A Aceitabilidade do ponto de vista da sociedade ou comunidade. Otimização O melhor ponto levando em consideração o resultado e o custo. Fonte: adaptado de Donabedian (2001, p. 96, tradução nossa). Pós-Universo 20 E que o desempenho poderia ser mensurado em três etapas: estrutura, processo e resultado. Quadro 4 - Avaliação de Desempenho O resultado se aplica aos efeitos da assistência no estado de saúde do paciente e da população. Melhorias no conhecimento, mudanças de comportamento e nível de satisfação do paciente em relação à assistência. O processo envolve o que é realmente feito para promover assistência. Ações exer- cidas por profissionais de saúde, incluindo as questões éticas e a relação da equipe multiprofissional com base em padrões aceitáveis. A estrutura implica as qualidades dos centros onde a assistência é produzida. Inclui a qualidade dos recursos materiais (instalações, equipamentos e dinheiro), recursos humanos (número e qualificação do pessoal) e estrutura organizacional (organização de equipamentos médicos, métodos e métodos de controle de qualidade). Fonte: adaptado de Donabedian (2001). Estes conceitos, até hoje, formam a base da avaliação da qualidade e representam a sistematização da avaliação qualitativa de sistemas de saúde. Donabedian (2001) reuniu e definiu quais características um serviço assistencial de saúde deveria ter para fornecer um produto de saúde que fosse percebido como qualificado; em outras palavras, se um serviço realmente oferece um produto final de qualidade. Ele fez considerações de extrema importância sobre a percepção que a sociedade tem sobre o valor da qualidade nos serviços de saúde. Como um paciente define um serviço assistencial de saúde de qualidade? Seria porque: • O médico foi atencioso, gentil? • Curou sua doença? • Escolheu o medicamento correto? • A enfermeira foi atenciosa? • Porque os custos não foram tão caros? • Porque o leito era confortável e o ar-condicionado funcionava bem? • O hospital é extremamente limpo e organizado? • A ouvidoria me deu as respostas corretas e resolveu o meu problema? Pós-Universo 21 A definição precisa do conceito de qualidade como valor em saúde é dinâmica e complexa. Donabedian ofereceu um modelo para medir o desempenho dos serviços prestados por uma instituição, e a IHI – fundada em 1991 por Don Berwick e apoiadores – se preocupou em otimizá-los. A IHI – Instituto para a Melhoria da Saúde – é uma organização independente e sem fins lucrativos com sede em Cambridge, Massachussets, que adota em sua metodologia a inovação, estimulando as instituições hospitalares a criarem e popularizarem soluções de impacto na qualidade dos serviços de cuidados da saúde. É a criadora da estratégia Triple Aim, que é centrada em otimizar o desempenho dos sistemas de saúde abordando simultaneamente a saúde da população, a experiência de cuidados para as pessoas inseridas nessa população e o custo per capita desse cuidado. Para conhecer melhor o IHI, acesse: <http://www.ihi.org/Engage/Initiatives/ TripleAim/Pages/default.aspx>. Fonte: as autoras saiba mais A instituição defende que, no futuro, um serviço de saúde bem-sucedido irá contribuir para a melhora da saúde da população, com atendimento de qualidade e ótimo custo. Uma demonstração disso é o lançamento da campanha “SALVE 100.000 VIDAS”, que tinha como meta salvar vidas pela introdução de melhores práticas de prevenção de infecção para o uso de cateter central e Times de Resposta Rápida para pacientes em deterioração. O sucesso da campanha elevou a meta para 5 milhões de vidas salvas. Isto estimulou outras campanhas na Inglaterra e outros países. A campanha 100.000 vidas é uma iniciativa nacional lançada pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI) para reduzir significativamente a morbidade e a mortalidade nos cuidados de saúde americanos. Com base no trabalho bem-sucedido de prestadores de cuidados de saúde em todo o mundo, estamos introduzindo as melhores práticas comprovadas em todo o país para ajudar os hospitais participantes a estenderem ou salvarem até 100.000 vidas (IHI, 2004). Pós-Universo 22 Outra organização focada em elevar a qualidade nos cuidados em saúde é a The Health Foundation, fundada em 2003, também uma instituição sem fins lucrativos, independente e comprometida com a melhoria da saúde da população do Reino Unido. O objetivo principal é tornar a população mais saudável, por meio de cuidados de saúde qualificados, acessíveis e equitativos, construídos com base nos seguintes preceitos: • Conhecimento que permita verificar o que funciona para melhorar a vida das pessoas e o sistema de saúde. • Subsídio aos trabalhadores envolvidos no cuidado em saúde para fomento de pesquisa e análise de políticas. • Estímulo norteador para realizar mudanças bem-sucedidas. A ISQua (Sociedade Internacional para a Qualidade em Cuidados de Saúde) é uma organização global, oficialmente fundada em 1985, Udine, Itália. Composta por líderes de quase todos os continentes e apoio da OMS, dedica-se a garantir a qualidade e segurança nos cuidados em saúde, e oferece auxílio a qualquer organização que vise melhorias nos cuidados em saúde. Tem como missão “inspirar e conduzir a melhoria na qualidade e segurança dos cuidados de saúde em todo o mundo por meio da educação e partilha de conhecimentos, avaliação externa, apoio aos sistemas de saúde conectar pessoas criando redes globais” (ISQUA, [2018], on-line, tradução nossa). Possui Programa de Acreditação Internacional (IAP), lançado em 1999, o qual foi concebido de forma simples e objetiva para apoiar a melhoria do desempenho, prática de normas de saúde e assistência social como também os organismos de avaliação externa. Já a ESQH – European Society of Quality in Healthcare – é também uma organização sem fins lucrativos dedicada à melhoria da qualidade nos cuidados de saúde com abrangência em todo o continente europeu. Compõe o Fórum de Políticas de Saúde da União Europeia e é composta por 19 países (Croácia, República Tcheca, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega, Polónia, Portugal, Espanha, Suécia, Turquia, Reino Unido, Egito, Chipre), além da participação da Joint Commission International e Danishy Society for Patient Safety. Pós-Universo 23 SEGURANÇA DO PACIENTE Pós-Universo 24 A segurança do paciente é a ausência de danos, evitáveis, durante o processo de cuidados de saúde. reflita Neste módulo, adentrarmos ao principal tema que justifica todos os esforços empregados até agora para garantia de melhores cuidados em saúde: a segurança do paciente. A frase fala por si. Parece simples compreender o que significa, no entanto, a segurança do paciente envolve aspectos mais complexos, que veremos a seguir: “ Comecemos com um estudo muito importante realizado em 51 hospitais de Nova York, em 1984, cujo objetivo era estimar a incidênciade eventos adversos, e eventos adversos por negligência em pacientes hospitalizados. Os eventos adversos foram definidos como dano causado por erro médico que prolongou a hospitalização, e os eventos adversos por negligência são causados por cuidados de baixa qualidade. Foram analisados 30.121 prontuários. Ocorreram eventos adversos em 3,7% dos pacientes internados, e desses, 27,6% por negligência. Dos eventos adversos analisados, 70,5% causaram alguma incapacidade por tempo inferior a 6 meses, 2,6% causaram lesões incapacitantes e 13,6% levaram à morte. Com base nos resultados foi possível estimar que dos 2.671.863 pacientes que receberam alta dos hospitais de Nova York em 1984, 98.609 sofreram eventos adversos, enquanto que 27.179 desses danos que envolveram negligência (BRENNAN et al., 1991, on-line, tradução nossa). Pós-Universo 25 Os serviços de saúde no âmbito hospitalar são realizados por pessoas. Errar faz parte da natureza humana e ter domínio dessa premissa faz toda a diferença quando o assunto é qualidade. A comunidade científica entende a importância que o erro humano tem para a qualidade em saúde e se propôs a entender como e porque ocorrem, como transformá-los ou impedi-los. Será que a saída seria EVITÁ-LOS? Muitos esforços foram empregados para reduzi-los. Em 2000, James Reason sugere duas formas de se observar o erro humano: abordando a PESSOA e abordando o SISTEMA. Na abordagem da pessoa, o erro se concentra no indivíduo: ausência ou fraqueza moral, esquecimento, estresse, desatenção. A abordagem do SISTEMA converge para as condições de trabalho em que as pessoas estão inseridas, e no que é feito para diminuir os efeitos dos erros. Não é possível mudar a condição humana, mas é possível modificar a condição em que os humanos trabalham. Reason (2000) propôs um modelo para projetar a probabilidade de um dano ocorrer, conhecido como Teoria do Queijo Suíço, em que de um lado temos o risco e, do outro, o dano, ambos separados por várias fatias que são as defesas e barreiras que protegem os pacientes e bens potenciais dos riscos locais. Danos Perigos Figura 2 - O modelo do queijo suíço com camadas intactas Fonte: Segurança do Paciente (2013, on-line)1. Pós-Universo 26 A barreira seria como uma fatia de queijo suíço, mas, ao contrário do queijo verdadeiro, os buracos não são estáticos – eles seriam como falhas na barreira que continuamente mudam de localização, já que, em um dado momento, podem estar abertos e, em outro, fechados. Se uma falha existe, o buraco está aberto. Se a falha é corrigida, o buraco é fechado. Danos Perigos Figura 3 - O modelo do queijo suíço com barreiras às ocorrências de erros Fonte: Segurança do Paciente (2013, on-line)1. À medida que os buracos se alinham, o risco ultrapassa as barreiras, aumentando a probabilidade de um dano ocorrer, por exemplo, um paciente cair da cama ou a administração incorreta de um medicamento. Danos Perigos Figura 4 - O modelo de queijo suíço de como as defesas, barreiras e salvaguardas podem ser penetradas por um perigo ocasionado por um dano Fonte: Correa e Cardoso Junior (2007, p.191). Pós-Universo 27 Em um mundo ideal, cada camada defensiva ficaria intacta, como na Figura 4. Gerenciar os processos é fundamental para eliminar ou reduzir riscos e danos. Porque os Furos Acontecem? Eles ocorrem por dois fatores: falhas ativas e condições latentes. A maioria dos danos ocorrem pela combinação desses fatores. As falhas ativas são atos cometidos pelos profissionais que estão em contato com o paciente ou sistema (erros, esquecimentos, técnica deficiente, violação de regras etc.), afetando a integridade da barreira de forma direta e transitória. As condições latentes estão presentes no sistema organizacional de forma adormecida e indireta, mas, de forma repentina, podem ser alinhadas às falhas ativas ocasionando um evento adverso. Um exemplo de condição latente é o número insuficiente de enfermeiras e técnicos na UTI, que sobrecarrega a equipe e oferta cenário propício ao dano. Outro exemplo é a criação de POP impraticável ou área estrutural que impeça uma logística eficiente. Formam furos fracos ou duradouros, que podem ficar inertes por anos antes de se alinharem a uma falha ativa. Reason (2000) explica que as falhas ativas são difíceis de serem previstas a tempo de se evitar a ocorrência de evento adverso, ao contrário da condição latente que é facilmente detectável e pode ser corrigida a tempo. Segundo ele, o gerenciamento do risco pode ser compreendido como proativo e não reativo e usa um exemplo simples para ilustrar: Falhas ativas são como mosquitos que podem ser golpeados um a um, mas ainda continuam vindo. A melhor forma de tratar é criar defesas eficazes para drenar os pântanos nos quais os mosquitos se reproduzem. Os pântanos, neste caso, são as condições latentes sempre presentes (REASON, 2000). Pós-Universo 28 Entendendo o Evento Adverso Em 2000, o Instituto de Medicina (Institute of Medicine – IOM), dos Estados Unidos da América, publicou o relatório “Errar é humano: construindo um Sistema de Saúde mais Seguro” (To err is human: building a Safer Health System), que abordou a problemática do erro na assistência e a necessidade de se construir serviços de saúde seguros, inseridos em um sistema que facilite o resultado correto e dificulte o evento adverso. Dados deste relatório demonstram que os erros associados à assistência à saúde causam entre 44.000 e 98.000 mortes a cada ano (KOHN; CORRIGAN; DONALDSON, 2000). Kohn, Corrigan e Donaldson (2000) definiram erro e evento adverso no contexto das organizações de saúde hospitalares. Erro sendo definido como falha de ação planejada para ser finalizada (erro de execução) ou falha de um plano ou projeto para atingir um resultado (erro de planejamento). E evento adverso como lesão, causada pela execução dos cuidados em saúde. Os autores explicam que um evento adverso atribuído ao erro é evitável. A consciência de que o evento adverso pode ser evitado transformou o cenário dos cuidados assistenciais hospitalares, e um marco importante nessa história foi a compreensão e a aplicação do conceito de segurança do paciente (patient safety) a nível mundial. Um marco importante para a segurança do paciente aconteceu em 2002, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a Resolução WHA55.18 que recomenda aos países membros o desenvolvimento urgente de ações para a segurança do paciente, e em 2004 lançou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, cujo foco é promover a cultura de segurança do paciente a nível global. Ainda em 2004 a National Patient Safety Agency – Agência Nacional de Segurança do Paciente – que é um órgão do Departamento de Saúde do Reino Unido, lançou um guia com o título os sete passos para a segurança do paciente a ser usado por equipes e organizações de saúde. São eles: 1. Encoraje a equipe a informar sobre os erros, com foco no que deu errado em vez de quem errou, criando uma cultura de segurança. 2. Lidere e apoie sua equipe com foco claro na segurança do paciente em toda a organização. Pós-Universo 29 3. Integre sua atividade de gerenciamento de risco, identificando e avaliando o que pode dar errado. 4. Incentive a equipe a adotar a prática de fazer relatórios de notificação. 5. Desenvolva meios de comunicação e envolvimento com os pacientes e o público. 6. Aprenda e compartilhe lições de segurança, incentive a análise da causa dos incidentes. 7. Implemente soluções para evitar danos. A iniciativa de transformar a segurança do paciente em meta mundial trouxe a necessidade de desenvolver uma classificação universal dos incidentes. Foi com esse objetivo que a OMS, no contexto da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, padronizou a Taxonomia Internacional de Segurança do Paciente, que pode ser usada por todos os agentes globais envolvidos no cuidado assistencial no âmbitohospitalar. A Classificação Internacional de Segurança do Paciente (ICPS) foi projetada para definir conceitos de segurança do paciente intercambiáveis com as classificações regionais e nacionais existentes (WHO, 2010). A estrutura conceitual da ICPS é formada por 10 classes de alto nível: 1. Tipo de Incidente 2. Consequências para o Doente 3. Características do Doente 4. Características do Incidente 5. Fatores Contribuintes, Perigos 6. Consequências Organizacionais 7. Detecção 8. Fatores Atenuantes do Dano 9. Ações de Melhoria 10. Ações para Reduzir o Risco Pós-Universo 30 Fatores contribuintes/ Perido Tipo de Incidente Deteção Fatores Atenuantes Características do Doente Características do Incidente In�uência Informa Informa Informa InformaInforma In�uência Informa In�uência A çõ es E m pr ee nd id as p ar a Re du zi r o R is co In�uência Consequências para o Doente Ações de Melhoria Consequências Organizacionais A çõ es E m pr ee nd id as p ar a Re du zi r o R is co Resiliência do Sistema (Avaliação de Riscos Pró-Ativa & Reativa) Categorias clinicamente signi�cativas e reconhecíveis para identi�cação e recuperação de incidentes As linhas a cheio representam as relações semânticas entre as classes. As linhas a tracejado representam o �uxo de informação Informação descritiva Figura 5 - Estrutura Conceitual da Classificação Internacional sobre a Segurança do Paciente Fonte: Organização Mundial de Saúde (2009, p. 7). Pós-Universo 31 O grupo de trabalho envolvido na ICPS identificou 48 conceitos-chave, definidos para referenciar o estudo da segurança do paciente e facilitar a transferência de informação. Dada a extensão dessas definições, serão elencados aqui em nosso material apenas os termos identificados pela ICPS. São eles: Quadro 5 - Termos da classificação internacional de segurança do paciente TERMOS DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE Classificação Saúde Segurança do paciente Ocorrência comunicável Conceito Segurança Dano associado aos cuidados de saúde Quase evento Classe Perigo Incidente de segu- rança do paciente Evento sem dano Relação semântica Circunstância Erro Incidente com dano (evento adverso) Doente Evento Infração Dano Cuidados de saúde Agente Risco Doença Lesão Atributos Fatores atenuantes do dano Resiliência Sofrimento Características do incidente Consequência para o doente Responsável Incapacidade Reação adversa Grau de dano Qualidade Fator contribuinte Efeito secundário Consequência organizacional Falha do sistema Tipo de incidente Prevenível Ação de melhoria Melhoria do sistema Características do doente Deteção Ações Empreendidas para Reduzir o Risco Análise de causa raiz Fonte: adaptado de Organização Mundial da Saúde (2009, p. 14-18). Pós-Universo 32 A Classificação Internacional de Segurança do Paciente (ICPS) identificou 48 conceitos-chave, os quais foram definidos para referenciar o estudo da segurança do paciente e facilitar a transferência de informação. É importante ressaltar que estes conceitos configuram-se como o ponto de partida de um processo contínuo, a fim de melhorar progressivamente uma compreensão internacional conjunta de termos e conceitos relevantes para a segurança do doente. Sugerimos, caro(a) aluno(a), que você verifique cada um destes conceitos, disponíveis no link a seguir: <https://proqualis.net/sites/proqualis.net/files/Estrutura%20Conceitual%20 da%20Classifica%C3%A7%C3%A3o%20Int%20Seguran%C3%A7a%20do%20 Paciente.pdf>. Fonte: as autoras. saiba mais Ausência de Danos. Realidade Possível? Com o objetivo de tornar realidade a ausência de dano no sistema de saúde da Inglaterra, o primeiro ministro criou o Grupo Consultivo Nacional para Segurança do Paciente, liderado pelo Dr. Berwick para analisar os resultados do estudo de Robert Francis sobre falhas no National Health Services Foundation Trust. O relatório, com 46 páginas, recomenda, entre outros princípios, a valorização da voz do paciente, o abandono da punição como ferramenta de gestão e que a segurança e a qualidade fiquem acima de todos os interesses. As informações sobre esse relatório encontra-se no final da unidade. Chegamos ao final de mais uma aula espero que tenham aproveitado os conhecimentos iniciais sobre acreditação hospitalar. atividades de estudo 1. Em busca de tratamentos mais adequados, os erros começaram a vir à tona como potenciais causadores de danos reversíveis e irreversíveis. Entra em cena a atuação do médico Ernest Codman, em Boston, no ano de 1911, que defendeu a reforma hospitalar desenvolvendo metodologia de avaliação de resultados. Conforme esse estudo, assinale com V para verdadeira e F para falso. )( Ernest Codman Fundou, em 1913, o American College of Surgeons junto com seus parceiros George Crile e Charles Mayo. )( A Joint Commission on Accreditation of Hospitals foi fundada em 1951, em Illinois, Chicago e foi a primeira metodologia de acreditação de que se tem registro. )( Em todo o mundo, modelos acreditação começaram a ser criados e adotados. )( O objetivo do The End Result System Standardization era aumentar o valor dos procedimentos hospitalares. )( Ernest Codman teve ampla aceitação de sua premissa em contestar a competência médica. Assinale a alternativa correta: a) F, F, V, F, V. b) V, V, F, V, V. c) V, V, V, F, F. d) F, V, V, F, F. e) V, F, F, F, F. atividades de estudo 2. Aqui no Brasil também houve iniciativas voltadas para a qualidade do cuidado em âmbito hospitalar. Na década de 70, o Ministério da Saúde, por meio de portarias e normativas, começou a estruturar um sistema capaz de avaliar a qualidade da assistência à saúde. Conforme esse estudo, assinale com V para verdadeira e F para falso. )( Acordo de Cooperação Técnica entre OPAS e Organização Latino Americana pretendia introduzir a metodologia de acreditação hospitalar para todos os hospitais da América Latina e Caribe. )( A metodologia de acreditação já era conhecida pelos administradores hospitalares que da América Latina. )( No relatório de levantamento de 15.000 hospitais da América Latina foi identificado que 70% tinham menos de 70 leitos para internação, recursos humanos precários, comissão de qualidade ausente, capacitação deficiente e avaliação inconsistente dos custos operacionais. )( A Organização Nacional de Acreditação Hospitalar – ONA – é uma metodologia de acreditação criada pela OPAS. Assinale a alternativa correta: a) V, F, V, F. b) F, F, F, F. c) V, V, V, V. d) F, V, V, V. e) F, V, F, V. atividades de estudo 3. Os serviços de saúde no âmbito hospitalar são realizados por pessoas. Errar faz parte da natureza humana e ter domínio dessa premissa faz toda a diferença quando o assunto é qualidade. James Reason é um estudioso que abordou o erro humano e criou a teoria do queijo suíço. Conforme esse estudo, assinale com V para verdadeira e F para falso. )( Em 2000, James Reason sugere duas formas de se observar o erro humano: abordando a PESSOA e abordando o SISTEMA. )( Na abordagem da pessoa, foca nas condições de trabalho em que as pessoas estão inseridas. )( A teoria do queijo é um modelo para projetar a probabilidade de um dano ocorrer. )( Os buracos nas barreiras ou fatias do queijo são estáticas e por isso fica mais fácil definir a probabilidade de dano. )( As condições latentes estão presentes no sistema organizacional de forma adormecida e indireta, mas, de repente, podem ser alinhadas às falhas ativas ocasionando um evento adverso. )( As falhas ativas são atos cometidos pelos profissionais que estão em contato com o paciente ou sistema (erros, esquecimentos, técnica deficiente, violação de regras etc), afetando a integridade da barreira de forma direta e transitória. Assinale a alternativa correta: a) F, F, V, V, V, V. b)V, V, V, F, F, F. c) F, V, V, F, F, F. d) V, V, F, V, F, V. e) V, F, V, F, V, V. resumo Prezado(a) aluno(a), neste estudo, adquirimos a devida compreensão sobre o pioneirismo das iniciativas de grandes personalidades mundiais na construção da avaliação da qualidade nos cuidados de saúde. Vimos Ignaz Semmelweis determinar a importância de lavar as mãos antes de manusear pacientes, como também a contribuição da Dama da Lamparina para divulgação visual de dados de saúde que trouxe evolução profissional aos serviços de enfermagem. Sem nos esquecermos de Ernest Codman, o grande pioneiro na construção do que hoje entendemos por avaliação da qualidade em saúde, bem representado por seu pensamento que a sociedade deveria, e ainda deve, ter um olhar crítico sobre os cuidados ofertados pelos hospitais. Nossa pátria não esteve à deriva nessa aventura. Conhecemos o Dr. Odair Pedroso, um ilustre médico brasileiro que iniciou as reflexões sobre a padronização de serviços de saúde quando criou o arquivo médico e sugeriu a adoção de uma ficha de inquérito hospitalar. Sem dúvida a OPAS com sua influência na América Latina, incitou em nosso país a criação de um primeiro Manual de Acreditação para os Hospitais Brasileiros. Em franco processo de amadurecimento sobre o tema, o Ministério da Saúde reconhece a ONA, fundada em 1999, como órgão competente para operacionalizar o desenvolvimento da acreditação hospitalar no Brasil, que nos possibilitou ter um sistema próprio de acreditação hospitalar. Enfim, chegamos à definição do que vem ser Acreditação, representada por um método de avaliação voluntário, periódico e reservado, que busca garantir a qualidade da assistência por meio de padrões previamente definidos. Agora sabemos que a qualidade precisa ser observada por algumas dimensões, e que precisa ser medida levando em consideração o resultado, processo e estrutura. Aprendemos que não é possível mudar a condição humana, mas é possível modificar a condição em que os humanos trabalham para evitarmos os erros. Ao fim de nossos estudos, estamos prontos para aplicar nossos conhecimentos no contexto dos cuidados de saúde voltados à garantia da segurança do paciente. material complementar Human Error Autor: James Reason Editora: Cambridge University Press Sinopse: James Reason produziu uma integração teórica de várias literaturas previamente isoladas em ‘erro humano.’ Particularmente importante é a identificação de processos cognitivos comuns para uma ampla variedade de tipos de erro. A tecnologia moderna chegou agora a um ponto em que a melhoria da segurança só pode ser alcançado com base em uma melhor compreensão dos mecanismos de erro humano. Em seu tratamento de acidentes graves, o livro abrange o Golfo disciplinar entre a teoria psicológica e aqueles preocupados com a manutenção da confiabilidade das tecnologias perigosas. Como tal, é leitura essencial não só para os cientistas cognitivos e especialistas em fatores humanos, mas também para engenheiros de confiabilidade e gerentes de risco. Evidence scan: Levels of harm Autor: The Health Foundation Inspiring Improviment Sinopse: THE LEVELS OF HARM - Níveis de danos – é uma pesquisa de elevado impacto, realizada pela The Health Foundation que revisou mais de 100 estudos, predominantemente dos EUA, Austrália, Europa e Reino Unido. Um dos objetivos dessa pesquisa era estimar a proporção de evento adverso por admissão hospitalar. Os dados coletados sugerem que de 3 a 36% das admissões hospitalares apresentam a ocorrência de um evento adverso, e que metade a um terço deles são evitáveis. Alguns desses estudos revelam que as pessoas recebem apenas metade dos cuidados adequados a sua condição, e que os idosos são mais propensos a sofrer um dano por necessitarem de mais tempo de internação. Os números e a proporção demonstrados nesse estudo, facilmente distraem as pessoas para o que realmente significam. Mesmo que a informação coletada se expresse num valor numérico relativamente pequeno, ele representa milhares de pessoas potencialmente prejudicadas por cuidados de saúde inadequados todos os anos (The Health Foundation, 2011) de 100 estudos, predominantemente dos EUA, Austrália, Europa e Reino Unido. Disponível em: <https://www.health.org.uk/publication/levels-harm>. material complementar A promise to Learn - a Commitment to Act Sinopse: Grupo Consultivo Nacional para Segurança do Paciente, liderado pelo Dr. Berwick para analisar os resultados do estudo de Robert Francis sobre falhas no National Health Services Foundation Trust. Disponível em: <https://assets.publishing.service.gov.uk/government/ uploads/system/uploads/attachment_data/file/226703/Berwick_Report. pdf>. Na Web Os estudos sobre o erro humano inicialmente falavam em cultura não punitiva. Hoje, chamamos de cultura justa, que se desenha como um cenário onde há confiança, aprendizado e responsabilidade. É uma forma das organizações responderem com justiça a erros e violações mantendo o olhar sistêmico. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DFaaDnKTYEE&feature=youtu.be>. Na Web Relação das ONG’s ONA: <https://www.ona.org.br/Inicial> IHI: <http://www.ihi.org/Pages/default.aspx> The Health Foundation: <http://www.health.org.uk/> ISQUA: <http://www.isqua.org/> ESQH: <http://www.esqh.net/node/2> Título: Florence Nightingale Ano: 1985 Sinopse: desafiando a tradição e contrariando os desejos da família, uma nobre inglesa do século XIX se despoja de todos os privilégios da aristocracia para se dedicar aos doentes. Determinada a melhorar as condições dos enfermos nos hospitais e nos campos de batalha, Florence tornou-se uma heroína nacional e uma verdadeira lenda, tornando-se a “Pioneira da Enfermagem”. A Dama da Lamparina encontrou sua razão de viver em outras vidas, e foi capaz, apesar de todas as privações, de ser profundamente feliz. referências ANDERSON, R. J. Florence Nightingale: the biostatistician. Molecular Interventions, United States, v. 11, n. 2, p. 63-71, abr. 2011. BRASIL. Decreto n. 27.300, de 22 de janeiro de 1957. Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/ repositorio/legislacao/decreto/1957/decreto-27300-22.01.1957.html>. Acesso em: 13 set. 2018. BRENNAN T. A.; LEAPE L. L.; LAIRD. N. M.; HEBERT. L.; LOCALIO A. R.; LAWTHERS A. G.; NEWHOUSE J. P.; WEILER P. C.; HIATT H. H. Incidence of adverse events and negligence in hospitalized patients Results of the Harvard Medical Practice Study I. The New England Journal of Medicine, England, v. 324, n. 6, feb. 1991. CHASSIN, M. 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