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UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL NOVAS PRÁTICAS EM PSICOLOGIA DA SAÚDE Acsa Talita Ribeiro Cassiano Dutra - 929687 Daniele Alves da Conceição – 7080690 Joice Silva de Sousa – 7067853 Rayssa Cassiano de Siqueira – 7067762 Talita Meneghetti - 7114069 AVALIAÇÃO PROCESSUAL 2: ESTUDO DE CASO – DONA MARIA Prof: Jean Fernando dos Santos São Caetano do Sul 2020 1. INTRODUÇÃO DO CASO Dona Maria Helena tem 51 anos, casada, 06 filhos, do lar. Veio até a unidade de saúde solicitar remédio para dormir. Conta que desde criança é muito impressionada com as coisas, nervosa, preocupada com tudo. Sempre que tem um problema em casa só consegue dormir quando toma seu comprimido de Diazepam. Relata preocupação constante com os filhos, tem receio que algo aconteça a eles quando estão fora de casa, especialmente que se envolvam com bebidas ou drogas. Quando está pior percebe um aperto no peito, coração disparado, tonteira e sensação de que algo ruim vai acontecer a qualquer momento. Geralmente estes sintomas duram apenas alguns minutos, mas são bastante desconfortáveis. A paciente já compareceu várias vezes às unidades de urgência médica durante as crises mais graves. Geralmente é examinada, faz Eletrocardiograma, é medicada com injeções e liberada para casa com a orientação de que não apresentava nenhuma doença, “que estava só estressada”. A primeira vez que tomou o Diazepam foi há cerca de 15 anos, desde então, arruma com amigas, compra sem receita na farmácia ou vai ao Pronto Socorro local onde o plantonista sempre atende ao seu pedido por mais “receita azul”. Houve períodos em que chegou a tomar 03 comprimidos por dia, mas atualmente toma 01 pela manhã e 01 à noite. Quando fica alguns dias sem tomar a medicação fica insone e irritada. Informação trazida pela agente comunitária de saúde, que é vizinha da paciente, confirma a história de nervosismo constante e crises mais fortes eventuais, especialmente quando o marido chega bêbado em casa, o que ocorre quase que diariamente. São frequentes visitas de Dona Maria a sua casa para “desabafar” e pedir algum conselho. A paciente é também hipertensa e não tem conseguido manter os níveis pressóricos dentro da normalidade. 2. INTERVENÇÃO DA PSICOLOGIA DA SAÚDE Primeiramente, o mais importante é fundamentar todo o cuidado de Dona Maria a partir dos conceitos da clínica ampliada, uma vez que, cada vez mais estudos sugerem que o adoecimento não é um fenômeno isolado ao ser de natureza puramente biológica, mas sim resultado de uma complexa rede de afetos sócio-políticos que interferem na saúde física e mental como um todo. A partir desse pensamento é possível propor para o caso de Dona Maria uma intervenção com um Projeto Terapêutico Singular (PTS), que consiste em um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado de discussão coletiva de uma equipe multidisciplinar. Em outras palavras, um movimento de criação e promoção de saúde direcionado a um contexto único e que não só leva em conta as particularidades do indivíduo em questão, mas garante que ele seja parte colaborativa essencial de sua própria jornada terapêutica, a fim de que, todas as suas possibilidades não sejam encerradas e minimizadas ao seu diagnóstico. O PTS age a partir de um diagnóstico situacional que envolve uma avaliação orgânica, psicológica e social que possibilita avaliação dos riscos e da vulnerabilidade do usuário; procurando entender como o sujeito respondeu às circunstâncias de sua vida até o momento e quais tipos de consequências foram agregadas à sua saúde física e mental. A indicação para Dona Maria, portanto, seria o acompanhamento com uma psicóloga para o auxílio com seus sentimentos de ansiedade e nervosismo, juntamente com um acompanhamento psiquiátrico com intuito de regular, e posteriormente eliminar, o uso do medicamento Diazepam. O acompanhamento com um médico da família também seria benéfico, a fim de que ela pudesse desenvolver estratégias que pudessem ajuda-la a cuidar de sua hipertensão.
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