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MÓDULO 1.
 
Da Evolução Histórica do Direito Processual do Trabalho.
Da origem do direito processual do trabalho.
A revolução industrial trouxe importantes modificações nas condições de trabalho, porque máquinas passaram a substituir o trabalho humano, ocasionando o desemprego em massa.
Houve ainda a diminuição de salários, porque era maior a oferta de mão-de-obra que a procura por trabalhadores. Assim, empregadores pagavam muito pouco, tendo sempre o empregado à sua disposição, diante da enorme dificuldade em se conseguir emprego.
A população se empobrecia. Neste cenário os empregados passam a se reunir em pequenas áreas industrializadas, para reagir de forma violenta contra a situação. O termo greve surge nesse momento – significa graveto em francês, porque os empregados se reúnem em um local na França em que os gravetos se amontoavam.
As reivindicações eram por melhores salários, redução da jornada, ambiente de trabalho menos insalubre.
A greve era defesa direta dos direitos sem regulamentação – era paralisada a produção até que uma das partes cedesse para a volta ao trabalho. Ou cediam os empregados, para obter sustento, ou o empresário, para evitar prejuízo.
Com a Revolução Francesa, de 1789, e no período que a esta se seguiu, o que se exigiu do Estado foi a sua abstenção, para que não se envolvesse nas relações privadas, nelas incluídas a relação de trabalho.
Com tal abstenção, o chamado Estado Liberal acabou por dar ensejo à injustiça do domínio dos mais fracos pelos mais fortes, mais poderosos economicamente. Nas relações privadas, contratuais, não estabelecia limites o Estado.
Com as manifestações, greves, o Estado se deu conta da necessidade de através de leis e do Judiciário conter os abusos praticados contra os mais vulneráveis, os empregados. O Estado passa a ditar as normas para os conflitos trabalhistas, até para conter o prejuízo econômico pela falta de produção que a greve acarreta.
O processo é a sequência ordenada e predeterminada de atos com a finalidade de compor litígios – por isso podemos afirmar que as medidas tomadas pelo Estado para regular as relações entre empregados e empregadores dão início ao Direito Processual do Trabalho. Como observam Wagner Giglio e Claudia Giglio Veltri Correa, o Direito Processual do Trabalho surge antes das leis materiais do trabalho[1][1].
 
Das primeiras regras.
Historicamente, as primeiras entidades criadas para compor conflitos trabalhistas eram órgãos não estatais, como os Conselhos de Homens Probos da França (Conseils des Prud’hommes), que existem até hoje. Órgãos não estatais continuam a solucionar questões trabalhistas, como as Juntas de Conciliação e Arbitragem do México, as comissões internas (EEUU) e as comissões de trabalhadores, do leste europeu[2][2].
Posteriormente, o Estado determinou que as partes se reunissem por meio de seus representantes para acordo e retorno ao trabalho – era a medida de conciliação obrigatória. Tal medida não surtiu o efeito desejado e por isso o Estado designou um mediador para apresentar solução aceitável pelas partes. A tentativa de conciliação deixa de ser espontânea e passa a ser obrigatória, contando em seguida com o mencionado mediador, que representava os interesses do Estado na rápida composição do conflito.
Evolução internacional.
Alguns Estados regularam com mais detalhes o modo de solução dos conflitos trabalhistas. Como os procedimentos conciliatórios nem sempre alcançavam bom êxito, a demora na solução acarretava prejuízo ao Estado.
Daí a imposição de medidas como a volta ao trabalho durante as negociações, a designação de árbitro escolhido pelas partes ou indicado pelo Estado, e até a criação de órgãos permanentes de conciliação e arbitragem (caso do Brasil, México, Argentina e Alemanha).
Da evolução no Brasil.
Do período pré-jurisdicional:
Em 1907 surge previsão legal para os nunca implantados Conselhos Permanentes de Conciliação e Arbitragem (Lei nº. 1.637, de 5 de novembro de 1907). A finalidade seria dirimir divergências entre capital e trabalho, podendo ser consultados em todos os assuntos da profissão. A composição seria mista e paritária, para o equilíbrio nas decisões.
Os tribunais rurais, com o escopo de dirimir conflitos surgiram em São Paulo, pela Lei nº. 1.869, de 10 de outubro de 1922, compostos pelo Juiz de Direito da comarca, um representante dos trabalhadores e outro dos fazendeiros. A imigração italiana e espanhola e o trabalho nas fazendas de café levaram à organização política dos trabalhadores. O único órgão que possuía (desde 1911) a atribuição de dirimir conflitos na época era o chamado patronato agrícola, do Ministério da Agricultura.
Eram, os tribunais rurais, órgãos colegiados administrativos (chamados posteriormente de Juntas de Conciliação e Arbitragem). Proferiam decisões administrativas que valiam como títulos executivos. E para a execução, era competente o juiz de direito.
A importância de tais tribunais rurais é apenas histórica, porque os resultados não foram satisfatórios.
Com a revolução de 1930, Getúlio Vargas promulga muitas leis trabalhistas.
São criadas em 1932 as Juntas de Conciliação e Julgamento e as Comissões Mistas de Conciliação, como órgãos administrativos.
Em 1934, a Constituição tratava da composição de tais órgãos, no art. 122 parágrafo único, mas não os incluía entre os órgãos do Poder Judiciário. Os membros deveriam ser eleitos - metade pelas associações representativas dos empregados, metade pelas dos empregadores, enquanto o presidente era nomeado pelo Governo, escolhido entre pessoas de experiência e notória capacidade intelectual.
As juntas tinham competência pra conhecer e dirimir dissídios individuais relacionados com o trabalho, mas não podiam executar as decisões – isto era feito na Justiça Comum.
Como os juízes eram demissíveis “ad nutum”, unilateralmente, sem justificativa, a liberdade para julgar não era absoluta – o Ministério do Trabalho poderia a qualquer tempo tomar para si a decisão, através de cartas chamadas “avocatórias”.
Ao lado das Juntas funcionava a Justiça Ordinária, com processo especial quando se tratava de litígio sobre acidente de trabalho – ainda hoje há varas especializadas para os casos de acidente do trabalho.
As Comissões Mistas de Conciliação tentavam acordo, mas não julgavam dissídios coletivos. O Conselho Nacional do Trabalho era o tribunal arbitral, com decisões irrecorríveis em caso de conflito coletivo, e de último grau de jurisdição, nos dissídios individuais, quando estes envolviam empregado estável ou questão de previdência social.
Com a Constituição de 1937, a Justiça do trabalho passa a ter natureza judiciária e não mais administrativa. Ocorre que apenas uma minoria, os sindicalizados, tinham acesso a tais órgãos. Daí a má organização e o mau funcionamento.
Importantes reformas:
Ocorreram em 1939 e 1940, ano em que o Dec. nº 6.596 aperfeiçoou a estrutura da Justiça do Trabalho: foi mantido o Conselho Nacional do Trabalho, com novas atribuições e outra estrutura, criaram-se 8 Conselhos Regionais com sede nas grandes capitais (Rio de janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém) e 36 Juntas, em todas as capitais, com liberdade para executar decisões sem a “avocatória” supramencionada. Em São Paulo, as Juntas passaram a funcionar em 1º de maio de 1941, quando é organizada a “Justiça do Trabalho”.
Em 1941, havia no âmbito administrativo (e não no Judiciário) três graus de jurisdição: Conselho Nacional, Conselho Regional do Trabalho e Juntas de Conciliação e Arbitragem.
Cada Junta era composta por um juiz Presidente, nomeado pelo Governo, e dois representantes classistas, “vogais” – um indicado pelo órgão sindical de empregados e outro pelo de empregadores, ambos nomeados pelo Governo, por dois anos.
Havia discussão acerca das garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos ao juiz presidente.
A Consolidação das Leis do trabalho entra em vigor em 1º de maio de 1943, ano em que as primeiras juntas em cidades do interior são criadas.Integração da Justiça do Trabalho no Poder Judiciário:
Ocorreu com o Decreto-Lei n. 9.777, de 9.9.1946, dias antes de entrar em vigor a Constituição de 1946, que também integra a Justiça do Trabalho aos órgãos do Judiciário – surge a organização da carreira de juiz do trabalho, com ingresso mediante concurso público de títulos e provas, promoções pelos critérios alternados de antiguidade e merecimento, e com as garantias inerentes à magistratura.
Os Conselhos Regionais passam a ser chamados Tribunais Regionais do Trabalho. O Conselho Nacional, Tribunal Superior do Trabalho.
Novas Juntas e novos Tribunais Regionais do Trabalho são criados, inclusive em cidade do interior (o da 15ª Região, em Campinas, Estado de São Paulo).
Os tribunais regionais e o TST são ampliados, passando a se dividir internamente em Turmas e, mais recentemente, em Grupos de Turmas, Órgão Especial e Seções Especializadas.
Constituição Federal de 1988:
O art. 112 da CF/88 determina a instalação de pelo menos um TRT em cada Estado, órgãos que vinham sendo criados por leis ordinárias. Ocorre que nem todos os Estados têm TRT.
A EC n. 24, de 9.12.1999 elimina os juízes classistas, alterando a composição dos tribunais – as Juntas passam a ser “varas do trabalho”. Mesmo após a extinção das Juntas de Conciliação e Julgamento, dois anos foram necessários para afastar os classistas, já que era preciso aguardar a extinção de seus mandatos.
A Lei nº. 10.770, de 21.11.2003, cria mais 269 varas do trabalho, para instalação a partir de 2004.
A EC n. 45/2004 autoriza a instalação de órgãos itinerantes e o funcionamento descentralizado, com Câmaras regionais, além de ampliar a competência da Justiça do Trabalho: passa a julgar processos sobre multas aplicadas pela fiscalização trabalhista; processos nos quais sindicatos disputam a sua representatividade e em que representados e entidades sindicais litiguem; além de processos sobre relações de trabalho, e não apenas sobre relações de emprego.
 
Siglas utilizadas:
CF – Constituição Federal.
E.C. – Emenda Constitucional.
TRT – Tribunal Regional do Trabalho
TST – Tribunal Superior do Trabalho.
 
[1][1] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. P. 2.
[2][2] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. P. 94.
Exercício 1:
Diante das greves realizadas pelos trabalhadores, é CORRETO afirmar que o Estado:
 
A)
não adotou medida de determinar a conciliação obrigatória.
 
B)
repeliu com agressividade os movimentos dos trabalhadores, o que era a postura típica do Estado Liberal.
C)
resolveu intervir através de leis e do Judiciário, já que as greves são prejudiciais ao interesse público e ao desenvolvimento econômico.
D)
não viu a necessidade de regulamentação, posto que o assunto era estritamente relacionado ao Direito Privado.
E)
estabeleceu punições aos grevistas mas não deu ensejo ao surgimento do Direito Processual do Trabalho.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 2:
Em 1907 surge previsão legal para os nunca implantados Conselhos Permanentes de Conciliação e Arbitragem (Lei n. 1.637, de 5 de novembro de 1907). É INCORRETO afirmar, com referência a tais Conselhos que:
 
A)
a finalidade seria dirimir divergências entre capital e trabalho.
B)
podiam ser consultados em todos os assuntos da profissão.
C)
a composição seria mista e paritária, para o equilíbrio nas decisões.
D)
foram sucedidos pelos tribunais rurais, sendo que estes finalmente resolveram todos os problemas relacionados aos conflitos trabalhistas.
E)
não faziam parte do Poder Judiciário.
Comentários:
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Exercício 3:
Em 1941, Conselho Nacional, Conselho Regional do Trabalho e Juntas de Conciliação e Arbitragem:
 
A)
eram órgãos integrantes do Poder Judiciário.
B)
eram Órgãos integrantes do Poder Legislativo.
C)
eram órgãos administrativos, pois ainda não estava criada a Justiça do Trabalho como parte integrante do Judiciário.
D)
foram criados pela CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas.
E)
não contavam com a participação dos chamados classistas.
Comentários:
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Exercício 4:
A integração da Justiça do Trabalho no Poder Judiciário:
 
A)
não foi suficiente para a organização da carreira de juiz de trabalho, que continuou até a Constituição Federal de 1988 sem as garantias inerentes à carreira da magistratura.
B)
ocorreu em 1946, dando início à organização da carreira de juiz do trabalho, com ingresso mediante concurso público de títulos e provas, promoções pelos critérios alternados de antiguidade e merecimento, e com as garantias inerentes à magistratura.
C)
ocorreu em 1988, com a Constituição Federal.
D)
eliminou desde o início a possibilidade de composição, de órgãos julgadores, por juízes classistas.
E)
ocorre em1946 com a criação das Varas do Trabalho.
Comentários:
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Exercício 5:
Assinale a alternativa CORRETA:
A)
as avocatórias eram elementos assecuratórios da liberdade de decisão dos juízes.
 
B)
os juízes eram demissíveis “ad nutum”, unilateralmente, sem justificativa, a liberdade para julgar não era absoluta – o Ministério do Trabalho poderia a qualquer tempo tomar para si a decisão, através de cartas chamadas “avocatórias”.
C)
os juízes classistas foram excluídos pela Constituição de 1946.
D)
a EC n. 24, de 9.12.1999 não elimina os juízes classistas.
E)
a EC n. 45/2004 restringiu a competência da Justiça do Trabalho.
Comentários:
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Exercício 6:
Pode-se afirmar que com a Emenda Constitucional nº 45:
 
A)
a Justiça do Trabalho passa a julgar processos sobre multas aplicadas pela fiscalização trabalhista;
B)
a Justiça do Trabalho deixa de examinar processos nos quais sindicatos disputam a sua representatividade e em que representados e entidades sindicais litiguem;
 
C)
a Justiça do Trabalho fica competente para decidir somente acerca de processos sobre relações de emprego, jamais sobre relações de trabalho;
D)
não fica autorizada a instalação de órgãos itinerantes e o funcionamento descentralizado, com Câmaras regionais;
E)
não fica ampliada a competência da Justiça do Trabalho.
Comentários:
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Exercício 7:
Examine as proposições seguintes e assinale a alternativa correta:
I. A Emenda Constitucional n. 24, de 9.12.1999 elimina os juízes classistas, alterando a composição dos tribunais.
II. As Juntas passaram a ser “varas do trabalho”.
III. Mesmo após a extinção das Juntas de Conciliação e Julgamento, até hoje ainda há os classistas, porque é preciso aguardar a extinção de seus mandatos.
Pode-se afirmar que:
A)
Somente as proposições I e II são corretas.
B)
Somente as proposições II e III são corretas.
C)
Somente as proposições I e III são corretas.
D)
Todas as proposições são corretas.
E)
Nenhuma das proposições é correta.
Comentários:
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Exercício 8:
Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
I. Os tribunais rurais, com o escopo de dirimir conflitos surgiram em São Paulo em 1922, compostos pelo juiz de direito da comarca, um representante dos trabalhadores e outro dos fazendeiros.
II. Os tribunais rurais eram órgãos colegiados administrativos, chamados posteriormente de Juntas de Conciliação e Arbitragem.
III. Proferiam os tribunais rurais decisões administrativas que valiam como títulos executivos.
IV. Para a execução dos títulos proferidos pelos tribunais rurais, era competente o juiz de direito.
 
A)
Somente I, II e III são corretas.
B)
Somente II, III e IV são corretas.
C)
Somente I e IV são corretas.
D)
Todas são incorretas.
E)
Todas são corretas.
Comentários:
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Exercício 9:
Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
I. A greve, em sua origem, era defesa diretados direitos sem regulamentação: era paralisada a produção até que uma das partes cedesse para a volta ao trabalho. Ou cediam os empregados, para obter sustento, ou o empresário, para evitar prejuízo.
II. Com a Revolução Francesa, de 1789, e no período que a esta se seguiu, o que se exigiu do Estado foi a sua abstenção, para que não se envolvesse nas relações privadas, nelas incluídas a relação de trabalho.
III. O Estado Liberal acabou por dar ensejo à injustiça do domínio dos mais fracos pelos mais fortes, mais poderosos economicamente. Nas relações privadas, contratuais, não estabelecia limites o Estado.
 
É (são) correta(s):
A)
 Somente I e II.
B)
 Somente II e III.
C)
 Somente I e III.
D)
 Todas as proposições.
E)
 Nenhuma das proposições.
Comentários:
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Exercício 10:
Quanto à evolução histórica do Direito Processual do Trabalho, examine as seguintes afirmativas:
 
I. A organização da carreira de juiz do trabalho, com ingresso mediante concurso público de títulos e provas, promoções pelos critérios alternados de antiguidade e merecimento, e com as garantias inerentes à magistratura surgiu somente após a Constituição Federal de 1988.
II. Os Tribunais Regionais do Trabalho eram chamados anteriormente de Conselhos Regionais.
III. O Tribunal Superior do Trabalho era antes o chamado Conselho Nacional.
 
É (são) correta(s):
A)
 Somente I e II.
B)
 Somente II e III.
C)
 Somente I e III.
D)
 Todas as proposições.
E)
 Nenhuma das proposições.
Comentários:
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Exercício 11:
As antigas Juntas de Conciliação e Arbitragem eram compostas por:
 
A)
um juiz Presidente, nomeado pelo Governo, e dois representantes classistas, “vogais” – um indicado pelo órgão sindical de empregados e outro pelo de empregadores, ambos nomeados pelo Governo, por dois anos.
B)
um juiz Presidente, concursado, e dois representantes classistas, “vogais”, também concursados.
C)
um juiz Presidente, nomeado pelo Governo, e um representante classista, indicado pelo órgão sindical de empregados.
D)
dois representantes classistas, “vogais” – um indicado pelo órgão sindical de empregados e outro pelo de empregadores, ambos nomeados pelo Governo, por dois anos.
E)
um juiz Presidente, concursado, e um representante classista, indicado pelo órgão sindical de empregadores.
Comentários:
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Exercício 12:
No plano internacional, as primeiras entidades criadas para compor conflitos trabalhistas eram:
 
A)
 Varas cíveis.
B)
 Varas trabalhistas.
C)
 Juntas de conciliação e julgamento.
D)
 órgãos não estatais, como os Conselhos de Homens Probos da França.
 
E)
 órgãos estatais.
Comentários:
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 MÓDULO 2.
Dos princípios do Direito Processual do Trabalho.
DOS PRINCÍPIOS.
Antes de tratarmos especificamente dos princípios do Direito Processual do Trabalho, vale estabelecer o conceito de princípio. O princípio é o fundamento, a base, o alicerce. Trata-se de preceito cujo conteúdo valorativo é tão grande, que pode ser observado em todos os casos concretos.
Os princípios, ideias básicas da disciplina, perdem em concretude, não definem por exemplo o prazo para um recurso, os pressupostos para a propositura de uma ação, mas ganham em abstração, como a igualdade, a dignidade, e por isso podem e devem ser observados e respeitados em todos os casos concretos. São gerais, e não específicos como peculiaridades de momentos processuais.
Os princípios gerais de direito orientam a interpretação constitucional e suprem lacuna no ordenamento jurídico brasileiro (inclusive no campo infraconstitucional, nos termos do art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil), norteando o julgados que não encontram uma norma específica para aplicar ao caso sub judice. São normas abstratas, extraídas do ordenamento jurídico e com base em observações sociológicas. Possuem, portanto, em vista de sua abstração, uma amplitude tal que permite adequá-lo à solução de um caso concreto[1].
Como afirmam Wagner Giglio e Claudia Giglio Veltri Correa, “cada autor arrola os seus princípios, e poucos são os que coincidem”[2].
Conforme os autores, a inversão do ônus da prova é técnica, e não princípio; a desigualdade das partes é particularidade do conflito e não do processo; o juízo especial nem sempre existe e diz respeito à organização judiciária, e não ao processo[3].
Outros princípios são de todo processo, e não peculiares do processo trabalhista, como o do acesso à justiça (direito à ação, previsto no art. 5º, XXXV, CF), inafastabilidade da prestação jurisdicional (direito de cada um de obter uma decisão judicial); da igualdade, ampla defesa e contraditório (art. 5º, LV, CF), do juízo e do promotor natural (art. 5º, LIII, CF), do devido processo legal (art. 5º, LIV, CF), da liberdade, da economia processual, da preclusão, da boa-fé e da lealdade processual, da fundamentação das sentenças, do duplo grau de jurisdição, da humanização da justiça, da oralidade e seus corolários (concentração, irrecorribilidade das decisões interlocutórias, predomínio da palavra falada, imediatidade e identidade física do juiz), da celeridade, da gratuidade, da imparcialidade rigorosa dos funcionários judiciais, da coisa julgada, da publicidade do processo etc.[4] Os princípios gerais do direito processual aplicam-se, via de regra, ao direito trabalhista[5].
Antes de analisarmos cada um dos princípios, faz-se importante consignar que a existência de princípios[6], institutos e fins próprios, contribui para a autonomia do Direito Processual do Trabalho, no plano científico, embora no plano legislativo haja controvérsias sobre a sua autonomia, já que não existe um Código Processual do Trabalho – “são poucas e lacunosas as normas específicas do processo trabalhista, que têm como subsidiárias as do Código de Processo Civil”[7].
Dos princípios específicos do Direito Processual do Trabalho.
1. Celeridade.
Ainda maior que em qualquer outro tipo de processo, já que os créditos trabalhistas têm natureza alimentar, e que as greves são importante fator de atraso no desenvolvimento econômico e empecilho para a circulação dos bens, o que é essencial para a vida em sociedade.
Reformas legislativas e o crescimento da Justiça do Trabalho são importantes para dar cumprimento ao princípio ideal da celeridade.
1. Instrumentalidade das formas.
O ato deve ser aproveitado, independentemente da forma. É como a fungibilidade dos recursos, nos dizeres de Pedro Paulo Teixeira Manus. Cuida-se do entendimento de que o conteúdo é mais importante que a forma, por isso não se pode privilegiá-la. Tal princípio encontra limites na lei – o juiz por exemplo não pode suprir requisitos como custas ou guia.
1. Maior concentração dos atos processuais.
Por força deste princípio que a audiência trabalhista assume importância especial.
1. Proteção e gratuidade.
O princípio protecionista é um princípio internacional, decorrente do caráter tutelar do Direito Material do Trabalho, que se aplica também ao Direito Processual do Trabalho. O processo se adapta à natureza da lide, e como o Direito do Trabalho entende que o trabalhador é a parte vulnerável, a ser protegida, assim é o processo trabalhista, cuja finalidade é restabelecer uma igualdade prejudicada pela inferioridade econômica do empregado diante do empregador ou beneficiário dos serviços.
Assim, a presunção é que no processo do trabalho também se destaca a posição privilegiada do beneficiário dos serviços, já que têm melhor assessoria jurídica, melhores condições de produzir provas (especialmente testemunhal, entre subordinados), melhores condições econômicas para suportar um processo demorado e as despesas processuais.
Por isso, como corolário do princípio protecionista, proporciona-se ao trabalhador a gratuidade do processo, a isenção do pagamento de custas e despesas; a assistência judiciária gratuita sindical, a inversão do ônus da prova, com presunções em favor do empregado.Ressalte-se que a imparcialidade do juiz só nos permite afirmar que a proteção é conferida pela lei, e não pelo juiz. O juiz não pode favorecer nenhuma das partes; já a lei, protecionista, trata com desigualdade os desiguais, restabelecendo assim o equilíbrio entre as partes.
Conforme Amauri Mascaro Nascimento, “se a fonte da favorabilidade não for a lei e sim o critério pessoal do juiz, pode-se consumar, em um caso concreto, uma desproporcionalidade excessiva a título de promoção da igualdade que não se coaduna com os fins do processo”[8].
Decorrem do princípio protecionista as regras: in dubio pro operario (na dúvida decide-se em favor do operário); prevalência da norma mais favorável ao trabalhador; preservação da condição mais benéfica para o trabalhador; fixação da competência no local da prestação de serviços, para favorecer o trabalhador.
1. Imediação ou imediatidade.
O juiz colhe a prova, inquire a testemunha. O juiz dirige o processo. O juiz ou tribunal deve conhecer e decidir o conflito trabalhista, por isso precisa estar em contato direto, ao redor das partes, presidindo todas as audiências, para que possa conhecer o negócio jurídico pessoalmente, para proferir sentença justa.
1. Dispositivo.
O juiz é inerte; o processo depende de provocação das partes para se iniciar. Tal princípio se contrapõe ao princípio do impulso processual.
1. Jurisdição normativa.
Só ocorre no direito brasileiro – o judiciário pode modificar uma norma jurídica – a sentença normativa é lei e só pode ser aplicada após ação de conhecimento, e não mera execução.
Além disso, a sentença normativa vigora até que outra a revogue – assim, prestações pagas em cumprimento da primeira sentença normativa não podem ser recuperadas. A nova sentença normativa revoga a anterior mas não tem efeitos retroativos.
1. Despersonalização do empregador.
Diante da sucessão de empresas, é possível estender os efeitos da coisa julgada a quem não foi parte no processo de conhecimento, tudo para garantir o trabalhador. O conceito de parte no processo trabalhista é relativo, diferente daquele dos demais tipos processuais.
9. Simplificação procedimental.
Princípio internacional que concede capacidade postulatória às partes, comunicação postal dos atos processuais (a citação é feita por carta com aviso de recebimento, por exemplo), nomeação de perito único, eliminação da fase de avaliação dos bens penhorados etc. Tudo no intuito de tornar mais simples o processo.
DOS PRINCÍPIOS IDEAIS.
1. Extrapetição.
Para que o juiz possa decidir ultrapetita, por exemplo atribuindo responsabilidade solidária à reclamada e seus sócios, em caso de fraude, quando na realidade o empregado só requereu responsabilidade subsidiária dos sócios.
A Súmula 211 do TST determina que o magistrado condene ao pagamento de juros e correção monetária, ainda que não haja pleito do reclamante neste sentido.
O art. 496 da CLT faculta ao juízo trabalhista converter pedido de reintegração do empregado estável em pagamento de indenização dobrada – o empregado só pode pleitear a reintegração. O julgador concede indenização não pleiteada (a obrigação de fazer se transforma em obrigação de dar).
1. Iniciativa extraparte.
Trata-se da iniciativa ex officio, nas causas de acidente de trabalho e de conflitos coletivos. É princípio que se aproxima do princípio da extrapetição[9].
Exemplo: quando a Justiça do Trabalho determina de ofício a citação do empregador para, na falta de anotação em carteira de trabalho e previdência social, transformar o procedimento administrativo em ação penal.
No exemplo supra, o Poder Judiciário foi provocado pela Delegacia Regional do Trabalho – mas o empregado não tomou iniciativa, se não de apenas apresentar queixa na esfera administrativa. A ação trabalhista é de iniciativa do órgão judicial.
Outro exemplo: nos dissídios coletivos em que ocorra greve a ação pode ser proposta pela Procuradoria do Trabalho (art. 856 da CLT e 114, §3º, CF, com a nova redação dada pela EC n. 45/2004)[10].
1. Coletivização das ações individuais.
Tendência atual no processo do trabalho, revela a ampliação dos casos de aplicação da substituição processual.
Trabalhadores que se encontram na mesma situação de fato do autor são abrangidos pela ação, por economia processual – ocorre uma chamada ao processo de litisconsortes ativos necessários, determinada de ofício.
O sindicato pode requerer (art. 195, §2º, CLT) em juízo, como substituto processual, o reconhecimento de insalubridade ou periculosidade, em benefício de grupo de associados, para não haver desnecessariamente várias ações individuais idênticas, com o desperdício de tempo, despesas, perícias, esforços.
No âmbito do processo civil, a sentença é inter partes e só por exceção erga omnes.
Se a ação é proposta por um trabalhador, ou grupo de trabalhadores, também é possível que o juiz determine a integração na lide por todos os trabalhadores que exerçam suas atividades no mesmo ambiente.
1. Fins próprios.
Trata-se de fazer valer os direitos materiais trabalhistas, igualando com superioridade jurídica o trabalhador e o beneficiário da prestação de serviço, já que há inferioridade econômica do trabalhador.
O objetivo é a melhoria do padrão de vida através de melhor distribuição da riqueza nacional.
A desigualdade é maior durante o período de duração do vínculo, ou prestação de serviços do trabalhador, quando este, com receio de perder a fonte de seu sustento, não tem liberdade plena de manifestação. Daí a análise cautelosa de quitação, transação, renúncia. Provas documentais e testemunhais são mais fáceis para o empregador ou tomador de serviço, daí a inversão do ônus da prova em favor do trabalhador, para restabelecer o equilíbrio entre as partes.
[1] Célia Rosenthal Zisman. O princípio da dignidade da pessoa humana. P. 32.
[2] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. P. 82.
[3] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. P. 82.
[4] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. P. 82.
[5] Amauri Mascaro Nascimento. Curso de Direito Processual do Trabalho. P. 105.
[6] Amauri Mascaro Nascimento. Curso de Direito Processual do Trabalho. P. 107.
[7] Wagner D. Giglio e Cláudia Giglio Veltri Corrêa. Direito Processual do Trabalho. P. 94.
[8] “Curso de Direito Processual do Trabalho”. P. 109.
[9] Wagner Giglio e Claudia Giglio Veltri Corrêa, op. cit.. P. 88.
[10] Antes da EC nº 45/2004 o Presidente do Tribunal também podia suscitar a abertura do dissídio coletivo.
Abreviaturas utilizadas:
CF – Constituição Federal.
E.C. – Emenda Constitucional.
TRT – Tribunal Regional do Trabalho
TST – Tribunal Superior do Trabalho.
Exercício 1:
Quanto aos princípios específicos do Direito Processual do Trabalho, assinale a alternativa correta.
 
A)
 uma das razões do princípio da celeridade é que as greves são importante fator de atraso no desenvolvimento econômico e empecilho para a circulação dos bens, o que é essencial para a vida em sociedade.
B)
 o princípio da celeridade é exclusivo do processo trabalhista.
C)
 o processo trabalhista não envolve crédito de natureza alimentar, daí não se incluir, dentre os princípios peculiares, o da celeridade.
D)
 conforme o princípio da instrumentalidade das formas, o ato deve ser anulado sempre que não respeitada a forma estabelecida em lei.
E)
 o princípio protecionista não pode ser aplicado, porque o juiz deve ser imparcial.
Comentários:
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Exercício 2:
O princípio protecionista no processo trabalhista:
 
A)
não existe no Direito Material do Trabalho, apenas no Direito Processual do Trabalho.
B)
é um princípio internacional, decorrente do caráter tutelar do Direito Material do Trabalho, que se aplica também ao Direito Processual do Trabalho.
C)
traz vantagens para reclamante e reclamada, para suportar um processo demorado e as despesas processuais.
D)
não chega ao ponto de inverter o ônus da prova, com presunções em favor do empregado.E)
é promovido pelo juiz, segundo critério pessoal, e pela lei.
Comentários:
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Exercício 3:
As regras: in dubio pro operario (na dúvida decide-se em favor do operário); prevalência da norma mais favorável ao trabalhador; preservação da condição mais benéfica para o trabalhador; fixação da competência no local da prestação de serviços, para favorecer o trabalhador decorrem:
A)
do princípio da celeridade.
B)
do princípio da instrumentalidade das formas.
C)
do princípio do contraditório.
D)
do princípio protecionista.
E)
do princípio da ampla defesa.
Comentários:
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Exercício 4:
A coletivização das ações individuais é considerada:
A)
ilícita.
B)
tendência atual no processo do trabalho, com a ampliação dos casos de aplicação da substituição processual.
C)
comum, mas o sindicato não pode requerer em juízo, como substituto processual, o reconhecimento de insalubridade ou periculosidade, em benefício de grupo de associados.
D)
possível apenas no âmbito do processo civil, em que a sentença tem efeitos erga omnes.
E)
impossível, porque se a ação é proposta por um trabalhador, ou grupo de trabalhadores, o juiz não pode determinar integração na lide por todos os trabalhadores que exerçam suas atividades no mesmo ambiente.
Comentários:
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Exercício 5:
Assinale a alternativa INCORRETA.
A)
 diante da sucessão de empresas, é possível estender os efeitos da coisa julgada a quem não foi parte no processo de conhecimento, tudo para garantir o trabalhador.
B)
o conceito de parte no processo trabalhista é relativo, diferente daquele dos demais tipos processuais.
C)
a simplificação de procedimento é princípio internacional que concede capacidade postulatória às partes, comunicação postal dos atos processuais, perito único, eliminação da fase de avaliação dos bens penhorados etc.
D)
o processo trabalhista tem fim próprio, qual seja, fazer valer os direitos materiais trabalhistas, igualando com superioridade jurídica o trabalhador e o beneficiário da prestação de serviço, já que há inferioridade econômica do trabalhador.
E)
a desigualdade entre as partes, no processo trabalhista, é menor durante o período de duração do vínculo, ou prestação de serviços do trabalhador.
Comentários:
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Exercício 6:
Considere a afirmação abaixo:
"Outros princípios são de todo processo, e não peculiares do processo trabalhista, como o do acesso à justiça (direito à ação, previsto no art. 5º, XXXV, CF), inafastabilidade da prestação jurisdicional (direito de cada um de obter uma decisão judicial); da igualdade, ampla defesa e contraditório (art. 5º, LV, CF), do juízo e do promotor natural (art. 5º, LIII, CF), do devido processo legal (art. 5º, LIV, CF), da liberdade, da economia processual, da preclusão, da boa-fé e da lealdade processual, da fundamentação das sentenças, do duplo grau de jurisdição, da humanização da justiça, da oralidade e seus corolários (concentração, irrecorribilidade das decisões interlocutórias, predomínio da palavra falada, imediatidade e identidade física do juiz), da celeridade, da gratuidade, da imparcialidade rigorosa dos funcionários judiciais, da coisa julgada, da publicidade do processo etc."
Assinale o que corresponde à realidade, quanto à afirmação supra:
A)
Trata-se de afirmação falsa.
B)
A afirmação está incorreta porque não se pode considerar que existam princípios não peculiares do processo trabalhista.
C)
Trata-se de afirmação correta.
D)
Estaria correta a afirmação se não estivesse arrolado o princípio do acesso à justiça (direito à ação, previsto no art. 5º, XXXV, CF).
E)
Estaria correta a afirmação se os princípios do duplo grau de jurisdição e da humanização da justiça estivessem como peculiares do processo trabalhista.
Comentários:
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Exercício 7:
O princípio internacional que concede capacidade postulatória às partes, comunicação postal dos atos processuais, nomeação de perito único, eliminação da fase de avaliação dos bens penhorados, dentre outros mecanismos no intuito de tornar mais simples o processo é chamado de:
A)
Extrapetição.
B)
Simplificação procedimental.
C)
Instrumentalidade das formas.
D)
Celeridade.
E)
Iniciativa extraparte.
Comentários:
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Exercício 8:
Para que o juiz possa decidir ultrapetita, por exemplo atribuindo responsabilidade solidária à reclamada e seus sócios, em caso de fraude, quando na realidade o empregado só requereu responsabilidade subsidiária dos sócios, e para que o magistrado condene ao pagamento de juros e correção monetária, ainda que não haja pleito do reclamante neste sentido, aplica-se o princípio da:
 
A)
Simplificação procedimental.
B)
Instrumentalidade das formas.
C)
Extrapetição.
D)
Celeridade.
E)
Iniciativa extraparte.
Comentários:
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Exercício 9:
Quanto à coletivização das ações individuais, assinale a alternativa incorreta:
A)
Trata-se de tendência atual no processo do trabalho.
B)
A coletivização das ações individuais revela a ampliação dos casos de aplicação da substituição processual.
C)
Trabalhadores que se encontram na mesma situação de fato do autor são abrangidos pela ação, por economia processual.
D)
Não há no processo trabalhista a hipótese de litisconsortes ativos necessários, determinada de ofício.
E)
O sindicato pode requerer em juízo, como substituto processual, o reconhecimento de insalubridade ou periculosidade, em benefício de grupo de associados, para não haver desnecessariamente várias ações individuais idênticas, com o desperdício de tempo, despesas, perícias, esforços.
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Exercício 10:
Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Há princípios que são de todo processo, e não peculiares do processo trabalhista, como, por exemplo, os do acesso à justiça e da inafastabilidade da prestação jurisdicional.
II. São exemplos de princípios peculiares do processo trabalhista: da economia processual, da preclusão, da boa-fé e da lealdade processual.
III. Como regra geral, os princípios gerais do direito processual não se aplicam ao direito trabalhista.
É (são) falsa(s):
A)
 Somente I e II.
B)
 Somente II e III.
C)
 Somente I e III.
D)
 Todas as proposições.
E)
 Nenhuma das proposições.
Comentários:
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Exercício 11:
Quanto ao princípio da instrumentalidade das formas, é incorreto afirmar que:
 
A)
O ato deve ser aproveitado, independentemente da forma.
B)
O princípio da instrumentalidade das formas é como a fungibilidade dos recursos.
C)
Tal princípio trata do entendimento de que o conteúdo é mais importante que a forma, por isso não se pode privilegiar a forma.
D)
Tal princípio encontra limites na lei.
E)
O juiz pode suprir requisitos como custas ou guia.
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Exercício 12:
De acordo com o princípio da imediação ou imediatidade, não é correto afirmar que:
 
A)
 O juiz colhe a prova.
B)
 O juiz dirige o processo.
C)
 O juiz ou tribunal deve conhecer e decidir o conflito trabalhista, por isso precisa estar em contato direto, ao redor das partes, presidindo todas as audiências.
D)
 O juiz não pode inquirir a testemunha.
E)
 O juiz deve conhecer o negócio jurídico pessoalmente, para proferir sentença justa.
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MÓDULO 3.
DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
Órgãos da Justiça Laboral: Varas do Trabalho, Tribunal Regional do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho. Procuradoria do Trabalho.
Abreviaturas utilizadas:
CF – Constituição Federal.
E.C. – Emenda Constitucional.
LC – Lei Complementar.
MP – Ministério Público.
MPT – Ministério Público do Trabalho.
SDC – Seçãode Dissídios Coletivos.
SDI – Seção de Dissídios Individuais.
TRT – Tribunal Regional do Trabalho
TST – Tribunal Superior do Trabalho.
Dos princípios de organização:
· Ingresso na carreira por concurso público de provas e títulos, com a participação da OAB em todas as fases, sendo que as nomeações ocorrem conforme a ordem de classificação e o cargo inicial é de juiz substituto.
· Promoção alternadamente por antiguidade e por merecimento[1] . Por voto de 2/3 de seus membros, os tribunais podem recusar o mais antigo.
· Cursos oficiais de preparação e aperfeiçoamento de magistrados como requisitos para ingresso e promoção na carreira.
· Vencimentos fixados com diferença não superior a 10% de uma para outra das categorias da carreira, sem exceder os vencimentos dos ministros do STF.
· Residência do titular na localidade da Vara ou Tribunal.
· Ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria por interesse público, fundada em decisão por voto de 2/3 do respectivo tribunal, assegurada a ampla defesa.
· Publicidade de todos os julgamentos; fundamentação das decisões (sob pena de nulidade) – a lei pode em certos atos limitar a presença às partes e seus advogados, ou somente aos advogados, se o interesse público o exigir.
· Decisões administrativas dos tribunais motivadas; decisões disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
· Possibilidade de criação, nos tribunais com mais de 25 julgadores, de órgão especial composto por 11 a 25 membros, para exercer atribuições administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno do Órgão Especial.
· Garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos; proibição do exercício de outro cargo ou função, salvo uma de magistério, do recebimento de custas ou participação em processo e do exercício de atividade político-partidária. Tudo para que haja independência no julgamento.
· Órgãos jurisdicionais com organização interna fundada em lei e também em disposições regulamentares internas elaboradas por seus próprios membros, destinadas a preservar melhor sua boa atuação.
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
É o órgão máximo da Justiça do Trabalho, com sede em Brasília, por determinação constitucional (art. 92, §1º).
Composição (art. 111-A, CF): 27 ministros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado.
Todos os ministros são brasileiros, com mais de 35 e menos de 65 anos.
21 são escolhidos entre desembargadores federais do Trabalho dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira; 3 entre advogados com mais de 10 anos de atividade profissional e 3 entre membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício (art. 111-A, I e II, CF).
Desde a Constituição de 1967 que deve ocorrer a inclusão de ministros provenientes da Advocacia e do Ministério Público.
A determinação de escolha dos demais ministros entre Juízes do Trabalho também foi novidade instituída pela Constituição de 1967, mas que não significa extensão da carreira de magistrado, pois não há direito a promoções por critérios alternados de antiguidade e merecimento.
O Tribunal Superior indica livremente três desembargadores federais do Trabalho ao Presidente da República, que livremente escolhe um deles para ser submetido ao escrutínio do Senado, e, após aprovação deste, nomeado.
OAB e Ministério Público do Trabalho indicam 6 nomes; o TST indica 3 dos nomes ao Presidente da República, que livremente escolhe um nome para aprovação do Senado Federal (art. 115, I, c/c art. 94, CF).
Os membros do TST elegem o presidente e o vice-presidente do Tribunal, o corregedor e os presidentes das Turmas.
FUNCIONAMENTO: ocorre em composição plena ou dividido em Seções e Turmas.
As turmas, compostas por 3 ministros, só podem funcionar com a presença de todos os seus membros.
Seções: há 3 seções especializadas – Administrativa; de Dissídios Coletivos; e de Dissídios Individuais – esta subdividida em Subseção I e Subseção II (SDI I e SDI II).
A seção administrativa é composta por 7 ministros, podendo funcionar com 5.
· A SDC é composta por 9 ministros, podendo funcionar com 5.
· A SDI I é composta por 9 ministros e funciona com 5.
· A SDI II é composta por 11 ministros e funciona com pelo menos 6 de seus membros.
O Órgão Especial foi extinto e substituído pelo Tribunal Pleno, que funciona com 12 de seus membros.
Junto ao TST funcionarão, ainda, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho e a Escola Nacional de Formação e de Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (art. 111-A, §2º, CF). Até que haja lei ordinária, o próprio TST regulará o funcionamento do Conselho por meio de resolução (EC n. 45/2004, art. 6º).
A Resolução Administrativa nº 1.140/2006 instituiu a ENAMAT como órgão autônomo, para promover a seleção, a formação e o aperfeiçoamento dos magistrados do trabalho (art. 1º).
COMPETÊNCIA.
Tribunal Pleno –
Decide arguição de inconstitucionalidade, aprova, modifica e revoga disposições integrantes da Súmula de Jurisprudência e Precedentes Normativos; julga os incidentes de uniformização da jurisprudência, os processos em que ocorra divergência entre as Subseções I e II de Dissídios Individuais, as reclamações sobre matéria de sua competência, os mandados de segurança contra atos do presidente ou de ministro do tribunal, os recursos em mandado de segurança e interesse de juízes e servidores da Justiça do Trabalho, os recursos em matéria de concurso para o ingresso na Magistratura do trabalho, os agravos regimentais contra decisões do corregedor-geral; delibera sobre todas as matérias jurisdicionais não incluídas na competência de outros órgãos do Tribunal.
Ainda, em matéria administrativa, elege o presidente, o vice-presidente e o corregedor-geral, aprova e emenda o Regimento Interno, opina sobre propostas de alteração legislativa em matéria trabalhista, decide sobre composição, competência, criação e extinção de órgãos do Tribunal, propõe criação, modificação e extinção de TRT e Varas do trabalho, bem como de cargos e fixação de vencimentos; escolhe membros de TRT para substituir ministros, escolhe entre nomes de listas para nomear ministros, aprova tabelas de custas e emolumentos, nomeia, promove, demite e aposenta servidores, aprova tabelas de gratificações; concede licenças, férias e outros afastamentos aos membros do Tribunal, fixa e revê diárias e ajudas de custo, designa comissões, baixa instruções de concurso pra provimento dos cargos de Juiz do Trabalho Substituto.
Seção Administrativa: julga recursos das decisões e atos do presidente do tribunal, recursos contra decisões dos TRT’s, em matéria administrativa; e delibera sobre matérias administrativas não incluídas na competência de outros órgãos do Tribunal.
SDC – julga originariamente os dissídios coletivos jurídicos e econômicos, as Ações Civis Públicas e as decorrentes de laudo arbitral que excedam a jurisdição dos TRT’s; estende e revê suas próprias sentenças normativas; homologa conciliações em dissídios coletivos; julga ações rescisórias de seus julgados, os mandados de segurança contra atos do presidente do TST ou de qualquer dos Ministros integrantes da SDC, e os conflitos de competência entre TRT’s, em processos coletivos; processa e julga as medidas cautelares incidentes nos processos de dissídio coletivo e as ações em matéria de greve excedente da jurisdição do TRT;
Julga em última instância: recursos ordinários interpostos em dissídios coletivos, em ações civis públicas e de laudo arbitral, em ações rescisórias e mandados de segurança pertinentes a dissídios coletivos e a direito sindical, bem como embargos infringentes de suas decisões originárias não unânimes, agravos regimentais e de instrumento relativos a processos de sua competência.
SDI I – julga embargos de divergência ou infringentes das decisões das Turmas e agravos regimentais contra decisões dos relatores em Embargos.
SDI II – julga originariamente as ações rescisórias contra suas próprias decisões e aquelas das turmas; mandado de segurança contra atos do presidente do TSTe dos ministros da SDI.
Em única Instância, julga agravos regimentais e conflitos de competência entre TRT’s, entre Varas do Trabalho e Juízos de Direito, interpostos e dissídios individuais.
Em última instância, julga os recursos ordinários nos dissídios individuais de competência originária dos TRT’s e os agravos de instrumento.
Cada Turma, presidida pelo ministro mais antigo, julga os recursos de revista, de agravo de instrumento e de agravo regimental contra despachos dos relatores.
Tribunais Regionais do Trabalho.
A CF (art. 112) estabelecia que cada Estado-membro e Distrito Federal deveria ter pelo menos um TRT. A EC 45/2004 estabelece em lugar disso a atuação descentralizada dos Tribunais, por meio de Câmaras regionais, e a função jurisdicional itinerante (art. 115, §§1º e 2º).
Composição (conforme EC nº 45/2004) –
Compostos por 7 desembargadores federais do trabalho, antes chamados “juízes do tribunal”, com idade entre 30 e 65 anos.
Há preferência para que os membros sejam recrutados na mesma região (art. 115, CF). Advogados e membros do MP do trabalho devem compor 1/5 do total de desembargadores.
Ainda há TRT’s com 8, 27 ou 64 membros (o da 2ª Região).
Juízes das varas são promovidos a desembargadores pelos critérios alternados de antiguidade e merecimento. Só maioria de 2/3 dos membros do TRT pode recusar o mais antigo, passando-se assim á votação do segundo mais antigo.
Na promoção por merecimento o Tribunal indica 3 juízes de varas. A nomeação é feita pelo Presidente da República, que escolhe livremente um dos componentes da lista – e não será promovido o juiz que injustificadamente retiver autos em seu poder além do prazo legal.
Para a nomeação dos juízes entre advogados e membros do Ministério Público é feita lista sêxtupla – o TRT escolhe 3 nomes. O Presidente escolhe um livremente e o nomeia.
Os integrantes do TRT elegem presidente, vice-presidente, corregedor e vice-corregedor (se existir previsão desses cargos), presidentes de Turmas e das Seções.
FUNCIONAMENTO
Se compostos com até 8 desembargadores, só funcionam com todos os membros. A composição plena só delibera com a presença da maioria absoluta dos desembargadores.
Se há mais desembargadores, há divisão em Turmas, cada uma com 3 membros. Para o funcionamento das Turmas, deve haver pelo menos 2 desembargadores.
Tribunais divididos em turmas dividem-se também em seções, uma para julgar dissídios coletivos (seção normativa). As seções só funcionam com maioria absoluta de seus membros.
O presidente do TRT só tem voto de desempate. Nas questões administrativas, vota normalmente, como qualquer outro desembargador, e ainda tem voto de desempate.
COMPETÊNCIA.
Pleno – competência originária: julgar dissídios coletivos, rever e estender suas decisões normativas, julgar mandados de segurança contra autoridades da própria Justiça do Trabalho, ações rescisórias e de habeas corpus.
Em último grau de jurisdição: julga recursos contra multas impostas pelas Turmas; julga conflitos de competência entre Turmas, entre Varas do Trabalho e entre Juízes de Direito investidos de jurisdição trabalhista.
Em único ou último grau de jurisdição: julga os processos administrativos referentes aos serviços auxiliares e seus servidores e as reclamações contra atos administrativos do presidente ou de qualquer outro membro do TRT, dos juízes das varas do trabalho, dos juízes substitutos e dos funcionários.
Nos TRT’s divididos em Seções, as seções ficam com a supra referida competência do pleno, conforme seu Regimento Interno, exceto para julgamento das questões administrativas, que continuam sendo do Tribunal Pleno.
Turmas: julgam recursos ordinários, agravos de petição e agravos de instrumento; recursos contra multas e outras penalidades impostas por juízes de primeiro grau. Não cabe da decisão da Turma recurso ao Tribunal Pleno ou às Seções, salvo se a Turma impôs multa.
· O Tribunal Pleno, Turmas e Seções julgam ainda exceções de suspeição opostas contra seus respectivos membros.
PRESIDENTE DO TRT: entre outras atribuições, dá férias, posse, licença aos juízes, remove os juízes, preside sessões do Tribunal, audiências de conciliação dos dissídios coletivos; convoca, quando for o caso, substitutos para os desembargadores do TRT e juízes das Varas do trabalho; despacha recursos, designa relatores, assina folhas de pagamento, exerce correição pelo menos uma vez por ano sobre as varas do trabalho (ou parcialmente, quando necessário); solicita correição ao Tribunal de Justiça em relação aos Juízes de Direito investidos na administração da Justiça do Trabalho – exceto nos TRT’s que contem com cargo específico de juiz corregedor, a quem cabe, então, exercer tais funções.
VARAS DO TRABALHO E JUÍZES DE DIREITO.
São órgãos de 1ª instância – 1º grau da Justiça do trabalho, que conhecem inicialmente dos litígios trabalhistas.
A EC n. 45/2004 ampliou a competência de tais órgãos.
Só os grandes centros têm varas do trabalho, já que os critérios para a sua criação consistem em número de empregados – 24 mil - ou quantidade de processos trabalhistas – média de 240 por ano nos últimos três anos. Se já há vara do trabalho na Comarca, para a criação de outra é preciso que a(s) já existente(s) tenham recebido mais de 1.500 reclamações por ano. É o que dispõe a Lei nº 6.947/81, nem sempre respeitada na prática.
Certas Comarcas são carentes de varas do trabalho, sobrecarregando as já existentes; e outras Comarcas têm muitas sem necessidade, por pressão política.
A EC n. 45/2004 estabelece que o número de juízes deve ser proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população.
Onde não há vara do trabalho os Juízes de Direito cuidam de dirimir os litígios trabalhistas – ficam assim investidos nas funções de Juiz do Trabalho.
Do ingresso na carreira:
O juiz do trabalho deve ser nomeado pelo TRT após aprovado em concurso de provas e títulos, ou compõe a vara do trabalho por remoção de outra Vara, ou por ser promovido de Juiz Substituto, por critérios alternados de antiguidade e merecimento, com as garantias constitucionais de inamovibilidade, vitaliciedade (após 2 anos de período probatório) e irredutibilidade de vencimentos.
O concurso vale por 2 anos, prorrogáveis por mais 2 anos. A Resolução Administrativa nº 1.140/2006, do TST, prevê unificação nacional do concurso, que é realizado conforme instruções do TST.
Para se inscrever, o bacharel deve comprovar atividade jurídica por no mínimo 3 anos, estar quite com as obrigações civis e militares, demonstrar bom conceito e idoneidade para o exercício das funções judicantes e juntar os títulos.
Se classificado, o magistrado ingressa na carreira como juiz substituto, auxiliando os juízes titulares dentro da Região designada pelo presidente do TRT. As promoções de juiz substituto para juiz titular, bem como deste a desembargador, são feitas por critérios alternados de antiguidade e merecimento.
ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS DO JUIZ DO TRABALHO.
Presidir audiências, executar decisões, despachar petições e recursos, proceder a jurisdição voluntária – homologar pedido de demissão, de recibo de quitação e de acordo para rescisão do contrato de trabalho de trabalhador estável.
O juiz deve manter perfeita conduta pública e privada, sem dar opinião sobre feitos que vai apreciar; despachar dentro do prazo legal e residir dentro dos limites do território sob sua jurisdição, não podendo dele se ausentar sem licença do TRT.
____________________//__________________________
FUNÇÕES ESSSENCIAIS À JUSTIÇA.
São exercidas por órgãos previstos pela Constituição Federal, não integrantes do Poder Judiciário, mas que atuam perante este:
- Ministério Público do Trabalho.
- Advocacia-Geral da União.
- Advocacia e Defensoria Pública.
1. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO.
O art. 127, da CF/88 eleva o Ministério Público à condição de instituição permanente, essencial à função jurisdicional, incumbida de defender a ordem pública, o regime democrático e os interesses indisponíveis da sociedade e dos indivíduos, sendo que seus membros têm as garantias dos magistrados:vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos (art. 128, §5º, I). As vedações são também semelhantes às da magistratura (art. 128, §5º, II).
O chefe é o Procurador-Geral da Justiça do Trabalho, nomeado pelo Procurador-Geral da República entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos de vida e mais de 5 (cinco) anos de carreira. Entre suas atribuições está a de designar, entre os procuradores regionais, o chefe da Procuradoria Regional, conforme Estatuto do Ministério Público da União (LC n. 75/93, art. 91, VI).
Trata-se de sub-ramo do Ministério Público da União, ao lado do MP Federal, do MP Militar e do MP do Distrito Federal e Territórios.
Das Atribuições da Procuradoria-Geral do Trabalho.
O MPT atua, apura, denuncia. Há discussões sobre as funções do MP. Para Pedro Paulo Teixeira Manus, é preferível fazer mais a fazer menos. É melhor ser atuante, até nas investigações.
Atua perante o TST, através do Procurador-Geral e dos Subprocuradores-Gerais.
Junto aos TRT’s funcionam as Procuradorias Regionais do Trabalho, compostas por procuradores regionais, nomeados por concurso público de provas e títulos.
O MPT zela pelos interesses da sociedade, promovendo as medidas necessárias ao desempenho de sua missão constitucional (art. 129, CF). Por exemplo investiga o trabalho escravo, inclusive no interior de São Paulo.
Propõe as ações previstas na CF e na lei trabalhista, zela por direitos de menores, incapazes e índios, atua nas sessões dos Tribunais, instaura processos coletivos em caso de greve, requer diligências, promove a cobrança de custas e multas, suscita conflitos de competência e recorre das decisões nos casos previstos em lei, entre outras funções.
A LC nº. 75/93 prevê a manifestação acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando houver interesse público[2] – não há mais obrigatoriedade de manifestação por escrito em todos os casos, como previam os art. 746 e 747 da CLT.
O MPT atua extrajudicialmente quando por exemplo inicia inquérito civil. Neste caso, em decorrência do inquérito civil, ou promove acordo entre empresa e empregado por Termo de Ajuste de Conduta (se não cumprido, é título executivo extrajudicial na Justiça do Trabalho); ou entende que não há irregularidade; ou a procuradoria se convence que a questão é judicial, movendo ação civil pública.
Todas as Procuradorias são auxiliadas por uma Secretaria.
1. Defensoria Pública:
Trata-se de instituição essencial à função jurisdicional do Estado, procedendo a orientação jurídica e defesa, em todos os graus, dos necessitados. Presta assistência jurídica integral e gratuita (art. 5º, LXXIV, CF).
O fato de os sindicatos (art. 514, b, CLT) prestarem assistência aos seus associados não exclui o dever constitucionalmente previsto da Defensoria Pública.
3. Advocacia da União.
Com previsão no art. 131 da CF, representa a União diretamente ou por órgão vinculado, judicial ou extrajudicialmente, cabendo-lhes as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. Tais atribuições incluem matéria trabalhista apresentada em face da União perante o Judiciário.
_____________________________//_______________
DAS SECRETARIAS (art. 710 a 712, CLT).
As Secretarias (órgãos auxiliares), com quadro de funcionários organizados segundo complexa estrutura, nos casos dos Tribunais, servem TST, TRT, Varas do Trabalho.
São distribuidores, protocolo, contador, serviço de dados. Devem guardar e executar medidas que deem andamento aos processos; fornecem informações e certidões, procedem a contagem das custas processuais, realizam penhora e as diligências e providências determinadas pelos juízes.
 
[1] O merecimento é apurado conforme critérios de presteza e segurança no exercício da jurisdição, frequência e aproveitamento em cursos reconhecidos de aperfeiçoamento. Consoante Amauri Mascaro Nascimento. “Curso de Direito Processual do Trabalho”. P. 146.
[2] Quando for parte pessoa jurídica de direito público, estado estrangeiro ou órgão internacional; é facultativa a manifestação quando solicitada pelo relator ou por iniciativa do próprio MPT (Resolução Administrativa nº. 31/93 do TST). O prazo para a emissão de parecer é sempre de 8 (oito) dias (Lei nº 5.584/1970).
Exercício 1:
Não pode ser considerado um dos princípios de organização da Justiça do Trabalho:
 
A)
 ingresso na carreira por concurso público de provas e títulos, com a participação da OAB em todas as fases, sendo que as nomeações ocorrem conforme a ordem de classificação e o cargo inicial é de juiz substituto.
B)
 promoção alternadamente por antiguidade e por merecimento.
C)
órgãos jurisdicionais com organização interna fundada apenas em lei, sem disposições regulamentares internas elaboradas por seus próprios membros.
D)
cursos oficiais de preparação e aperfeiçoamento de magistrados como requisitos para ingresso e promoção na carreira.
E)
vencimentos fixados com diferença não superior a 10% de uma para outra das categorias da carreira, sem exceder os vencimentos dos ministros do STF.
Comentários:
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Exercício 2:
Assinale a alternativa correta, quanto ao Tribunal Superior do Trabalho.
A)
 é o órgão máximo da Justiça do Trabalho, com sede em Brasília, por determinação infraconstitucional.
B)
 é composto por 27 ministros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação em concurso público.
C)
 todos os ministros são brasileiros, com mais de 30 e menos de 60 anos.
D)
 não é obrigatória a escolha de ministros entre membros do Ministério Público do Trabalho.
E)
 na escolha dos ministros, deve ocorrer a inclusão de membros da Advocacia e do Ministério Público.
Comentários:
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Exercício 3:
Não cabe ao Pleno do TST:
 
A)
decidir arguição de inconstitucionalidade, aprovar, modificar e revogar disposições integrantes da Súmula de Jurisprudência e Precedentes Normativos.
B)
julgar os incidentes de uniformização da jurisprudência, os processos em que ocorra divergência entre as Subseções I e II de Dissídios Individuais, as reclamações sobre matéria de sua competência, os mandados de segurança contra atos do presidente ou de ministro do tribunal, os recursos em mandado de segurança e interesse de juízes e servidores da Justiça do Trabalho, os recursos em matéria de concurso para o ingresso na Magistratura do Trabalho, os agravos regimentais contra decisões do corregedor-geral; deliberar sobre todas as matérias jurisdicionais não incluídas na competência de outros órgãos do Tribunal.
C)
opinar sobre propostas de alteração legislativa em matéria trabalhista.
D)
decidir sobre composição, competência, criação e extinção de órgãos do Tribunal.
E)
julgar originariamente os dissídios coletivos jurídicos e econômicos.
Comentários:
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Exercício 4:
Quanto à composição dos Tribunais Regionais do Trabalho, é possível afirmar que:
 
A)
em todas as regiões há o mesmo número de membros.
B)
advogados e membros do Ministério Público do Trabalho devem compor 1/5 do total de membros de cada TRT.
C)
juízes das varas são promovidos a desembargadores pelo critério apenas de antiguidade.
D)
para a nomeação dos juízes entre advogados e membros do Ministério Público é feita lista sêxtupla – o Presidente da República escolhe 3 nomes; e o TRT escolhe um livremente e o nomeia.
E)
o Presidente do TST elege presidente, vice-presidente, corregedor e vice-corregedor do TRT, bem como presidentes de Turmas e das Seções.
Comentários:
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Exercício 5:
O juiz do trabalho deve ser nomeado pelo TRT após aprovado em concurso de provas e títulos, ou compõe a vara do trabalho por remoção de outra vara, ou por ser promovido de Juiz Substituto, por critérios alternados de antiguidade e merecimento, com as garantias constitucionais de inamovibilidade, vitaliciedade (após 2 anos de período probatório) e irredutibilidade de vencimentos. Pode-se afirmar, quanto ao ingressona carreira e quanto às atribuições do juiz do trabalho, que:
 
A)
 o concurso vale por 2 anos, sem possibilidade de prorrogação.
B)
 para se inscrever, o bacharel deve comprovar atividade jurídica por no mínimo 1 ano, estar quite com as obrigações civis e militares, demonstrar bom conceito e idoneidade para o exercício das funções judicantes e juntar os títulos.
C)
 as promoções de juiz substituto para juiz titular, bem como deste a desembargador, são feitas apenas pelo critério de merecimento.
D)
 o juiz deve manter perfeita conduta pública e privada, sem dar opinião sobre feitos que vai apreciar; despachar dentro do prazo legal e residir dentro dos limites do território sob sua jurisdição, não podendo dele se ausentar sem licença do TRT.
E)
 o juiz pode antecipar publicamente a sua decisão, para tornar mais célere a Justiça.
Comentários:
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Exercício 6:
Não cabe ao Presidente do TRT:
A)
Conceder férias, posse e licença aos juízes.
B)
Remover os juízes, presidir sessões do Tribunal, audiências de conciliação dos dissídios coletivos.
C)
Convocar, quando for o caso, substitutos para os desembargadores do TRT e juízes das varas do trabalho.
D)
Despachar recursos, designar relatores, assinar folhas de pagamento, exercer correição pelo menos uma vez por ano sobre as varas do trabalho (ou parcialmente, quando necessário).
E)
Solicitar correição ao Tribunal de Justiça em relação aos Juízes de Direito investidos na administração da Justiça do Trabalho nos TRT’s que contem com cargo específico de juiz corregedor.
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Exercício 7:
Quanto à advocacia da união, examine as proposições seguintes e assinale a alternativa correta:
I. Encontra previsão na CF de 1988.
II. Representa a União diretamente ou por órgão vinculado.
III. Representa a União apenas judicialmente, cabendo-lhe as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
IV. Suas atribuições incluem matéria trabalhista apresentada em face da União perante o Judiciário.
Pode-se afirmar que:
 
A)
Todas são corretas.
B)
Somente I e II são corretas.
C)
Somente II, III e IV são corretas.
D)
Somente I, II e IV são corretas.
E)
Todas são incorretas.
Comentários:
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Exercício 8:
Quanto à defensoria pública, examine as afirmativas a seguir:
I. Trata-se de instituição essencial à função jurisdicional do Estado, procedendo a orientação jurídica e defesa, em todos os graus, dos necessitados.
II. Presta assistência jurídica integral e gratuita.
III. O fato de os sindicatos prestarem assistência aos seus associados não exclui o dever constitucionalmente previsto da Defensoria Pública.
Pode-se afirmar que:
 
A)
Todas são incorretas.
B)
Todas são corretas.
C)
Somente I e II são corretas.
D)
Somente I e III são corretas.
E)
Somente II e III são corretas.
Comentários:
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Exercício 9:
Quanto à organização da Justiça do Trabalho, assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela que não traz um dos seus princípios:
 
A)
Ingresso na carreira por concurso público de provas e títulos, com o cargo inicial de juiz substituto.
B)
Promoção alternadamente por antiguidade e por merecimento.
C)
Cursos oficiais de preparação e aperfeiçoamento de magistrados como requisitos para ingresso e promoção na carreira.
D)
Vencimentos fixados com diferença não superior a 10% de uma para outra das categorias da carreira, sem exceder os vencimentos dos ministros do STF.
E)
Ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria por interesse público, fundada em decisão unânime do respectivo tribunal, assegurada a ampla defesa.
Comentários:
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Exercício 10:
Considere as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
I. É obrigatória a residência do juiz do trabalho ou desembargador na localidade da Vara ou Tribunal.
II. Um dos princípios da organização da justiça do trabalho é a publicidade de todos os julgamentos.
III.Caso não haja fundamentação das decisões trabalhistas, a consequência será a nulidade.
 
É (são) correta(s):
 
A)
Somente I e II.
B)
Somente II e III.
C)
Somente I e III.
D)
Todas as proposições.
E)
Nenhuma das proposições.
Comentários:
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Exercício 11:
Assinale a alternativa incorreta:
A)
A lei pode, em certos atos, limitar a presença às partes e seus advogados, ou somente aos advogados, se o interesse público o exigir.
B)
Decisões administrativas dos tribunais devem ser também motivadas.
C)
Há possibilidade de criação, nos tribunais com mais de 25 julgadores, de órgão especial composto por 11 a 25 membros, para exercer atribuições administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno do Órgão Especial.
D)
Garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos são princípios da organização da justiça do trabalho.
E)
Juízes trabalhistas podem exercer outros cargos ou funções, ainda que não se trate de magistério.
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Exercício 12:
Quanto à composição dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT), analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
 
I. São compostos por no mínimo 7 (sete) desembargadores federais do trabalho, antes chamados “juízes do tribunal”, com idade entre 30 e 65 anos.
II. Há preferência para que os membros sejam recrutados na mesma região.
III. Juízes são promovidos a desembargadores pelos critérios alternados de antiguidade e merecimento.
IV. Na promoção por merecimento o Tribunal indica 3 juízes, e a nomeação é feita pelo Presidente da República, que escolhe livremente um dos componentes da lista – e não será promovido o juiz que injustificadamente retiver autos em seu poder além do prazo legal.
É (são) correta(s):
 
A)
 I, II e IV.
B)
 III e IV.
C)
I e II.
D)
Todas as proposições.
E)
Nenhuma das proposições.
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MÓDULO 4.
 
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA.
Abreviaturas utilizadas:
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade.
CF – Constituição Federal.
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.
CPC – Código de Processo Civil.
E.C. – Emenda Constitucional.
INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social.
LC – Lei Complementar.
MP – Ministério Público.
MPT – Ministério Público do Trabalho.
SDC – Seção de Dissídios Coletivos.
SDI – Seção de Dissídios Individuais.
TRT – Tribunal Regional do Trabalho
TST – Tribunal Superior do Trabalho.
Jurisdição e competência.
Jurisdição significa dizer o direito, papel do Estado exercido pelo juiz – o Estado deve dizer o direito em cada caso concreto submetido a juízo.
Antes a justiça era feita com a própria força, a justiça direta prevalecia. Com a evolução do direito, são raros os casos de justiça com esforço próprio – a civilização moderna atribui ao Estado a legitimação para distribuir a justiça. Assim, a pena perde o caráter exclusivo de vingança.
Ainda há casos de defesa direta dos direitos, como a legítima defesa no direito penal; a legítima defesa da posse no Direito Civil; o direito de retenção exercido pelo possuidor de boa-fé não indenizado das benfeitorias; a retenção de bens para o exercício do penhor legal (pouco utilizado na prática), entre outros casos.
A jurisdição exercida pelo Estado através do Judiciário é um poder repartido, conforme a matéria a ser decidida, o território etc. Assim, cada juiz tem uma parcela do poder jurisdicional – parcela esta denominada competência, para que haja possibilidade de dirimir conflitos.
A divisão da jurisdição levou ao surgimento de varas especializadas – varas do trabalho, Justiça Eleitoral, Militar etc. “A competência é uma parcela da jurisdição, dada a cada juiz. É a parte da jurisdição atribuída a cada juiz, ou seja, a área geográfica e o setor do Direito em que vai atuar, podendo emitir suas decisões”[1]. Trata-se dolimite, da quantidade, da medida da jurisdição[2].
A competência da Justiça do trabalho, poder de dirimir questões laborais, aumentou com a EC nº 45/2004 - agora engloba as relações de trabalho, não apenas relações de emprego.
Inclui pessoas jurídicas de direito público.
Quanto à competência para julgar causas envolvendo servidores, agentes públicos, ainda está em discussão no STF, sem solução até o presente momento.
Questões entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, greves, sindicatos e empregadores, mandado de segurança, habeas corpus, habeas data, dano moral ou patrimonial, conflito de competência, penalidades administrativas são da competência da Justiça do Trabalho.
______________________________.__________________
Da competência internacional.
Seria possível que a Justiça do Trabalho processasse dissídio individual contra ente de direito público externo, como prevê a CF/88, art. 114?
No direito internacional, os Estados têm soberania e, portanto, imunidade de jurisdição, ou seja: um Estado não pode subordinar outro ao seu poder, à sua jurisdição.
Como representantes do Estado, os agentes diplomáticos também têm, pela via indireta, imunidade por necessidade de exercício funcional, em decorrência de tratados internacionais[3].
Com exceção dos cônsules, que exercem função notarial e de caráter administrativo, daí se submeterem à jurisdição do país em que atuam.
Organizações Internacionais equiparam-se aos Estados soberanos, como pessoas jurídicas de direito público externo, gozando também de imunidade de jurisdição. Ex.: ONU – Organização das Nações Unidas, OIT – Organização Internacional do Trabalho, OMS – Organização Mundial da Saúde, FMI – Fundo Monetário Internacional, OEA – Organização dos Estados Americanos. Trata-se de organização de Estados soberanos com personalidade jurídica própria.
A renúncia à imunidade de jurisdição é possível e também decorre de tratados internacionais. Em regra é expressa, mas pode ser tácita quando, por exemplo, a pessoa jurídica de direito público externo propõe ação no Tribunal estrangeiro, ou apresenta reconvenção na ação proposta pelo Estado estrangeiro, por exemplo.
Organismos internacionais sem personalidade jurídica, como é o caso da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo, não têm imunidade de jurisdição.
Com a EC n. 45/2004, o art. 114 da CF passa a tratar da competência da Justiça do Trabalho para dirimir conflitos que envolvam entes de direito público externo. NÃO HÁ IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO PARA O ESTADO ESTRANGEIRO, EM CAUSAS DE NATUREZA TRABALHISTA, APÓS A CF/88.
Cabe à Justiça do trabalho a declaração de competência ou não para dirimir o conflito em tela.
Para que haja execução das decisões também é necessária a renúncia expressa da imunidade pela entidade estrangeira (a renúncia não se presume e não pode ser imposta por lei). Assim, não basta o reconhecimento do direito – é necessária a possibilidade de execução. Hoje é mais fácil, com a CF/88, art. 114, proceder a penhora de bens e desenvolver a execução em matéria trabalhista que envolva pessoa jurídica de direito público externo[4].
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DA COMPETÊNCIA PARA EXECUTAR CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS.
A lei n. 8.212, de 24.7.1991 determina o pagamento imediato das contribuições previdenciárias nos processos trabalhistas, o que poupa aumento do quadro de funcionários autárquicos do INSS para atuar junto à Justiça do Trabalho.
Na prática, os juízes comunicam ao INSS acerca da obrigação de pagar, por parte da reclamada, em decorrência de acordos ou decisões.
Com a EC n. 20/98 a Justiça do Trabalho passa a ter a atribuição de executar os títulos judiciais trabalhistas de dívida ativa (créditos) do INSS.
A EC n. 45/2004 estabelece no art. 114, VIII, da CF a autorização da execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, decorrentes das sentenças que proferir.
Obs.: ações de natureza previdenciária entre segurados (ou dependentes) e o INSS são decididas pela Justiça Federal, pois é ação contra autarquia federal (art. 109, I, §3?, CF). Se na comarca não houver Justiça Federal, cabe à Justiça Comum dirimir o conflito. Uma reclamação de complementação de aposentadoria, no entanto, uma vez que diz respeito às condições estabelecidas pelo contrato de trabalho, é de competência da Justiça do Trabalho[5].
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Competência em razão da matéria – ex ratione materiae.
A EC n. 45/2004 modificou e aumentou a competência da Justiça do Trabalho, como dito. Na competência em razão da matéria, examinamos quais os tipos de questões que podem ser suscitadas na Justiça Laboral.
Cabe à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho (art. 114, I da CF).
Enquanto alguns comemoraram a aplicação da competência, que valoriza a atuação da Justiça do Trabalho, outros criticaram o que será mais um fator de sobrepeso para tal Justiça, tornando os processos ainda mais demorados e praticamente inviabilizando o seu funcionamento[6].
RELAÇÃO DE TRABALHO.
A relação de trabalho é gênero do qual relação de emprego é apenas uma espécie.
É relação de trabalho o vínculo em que ocorre prestação pessoal de serviços em proveito de outrem, pessoa física ou jurídica, que os remunera.
São características o vínculo intuitu personae (personalíssimo) e a onerosidade.
As partes são capazes, o objeto lícito e não há forma solene. A vontade deve se manifestar de forma livre e consciente, sem vício. O trabalho do presidiário, por ser imposição, não caracteriza a relação de trabalho.
O trabalho de militares é assunto de competência da Justiça Militar. E o trabalho dos servidores públicos com vínculo estatutário ainda está sob julgamento – o STF dirá se é competência da Justiça do Trabalho.
Não inclui o gênero relação de trabalho o trabalho elaborado em benefício próprio do trabalhador, como o conserto do telhado de sua própria casa. Ou o trabalho gratuito ou voluntário.
Então, a competência da Justiça do Trabalho ora abarca os informais, os autônomos, os eventuais, os temporários, pequenos artesãos como os mecânicos, pintores, encanadores, eletricistas. Ainda inclui cooperados, empreiteiros[7] e estagiários.
Na petição inicial, é possível pleitear os direitos decorrentes da relação de emprego e, caso não comprovada esta, os direitos do trabalhador não subordinado.
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DA COMPETÊNCIA NORMATIVA NA JUSTIÇA DO TRABALHO.
Através da composição dos conflitos coletivos, os Tribunais Trabalhistas legislam.
A composição dos conflitos coletivos ocorre com a negociação coletiva, a arbitragem e o dissídio coletivo.
Conforme jurisprudência, para ter acesso ao Tribunal Trabalhista é preciso provar que houve tentativa de solução amigável. Mas a tentativa de arbitragem é apenas opção das partes.
A decisão judicial dos conflitos coletivos sofre crítica porque inibe a greve e desestimula a autocomposição, o entendimento entre patrões e empregados.
Ocorre que por outro lado possibilita, a decisão judicial em conflitos coletivos, a solução não violenta, civilizada, encerrando a greve que prejudica o desenvolvimento econômico. Além disso, evita críticas nas entidades de classe por um mau acordo.
A EC 45/2004 permite a solução jurisdicional (art. 114, CF) para o dissídio coletivo de natureza econômica proposto por ambas as partes em litígio ou pelo MPT em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão ao interesse público. Devem ser respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho e as convencionadas anteriormente. Assim, a nova decisão não poderá reduzir benefícios obtidos anteriormente pelos trabalhadores.
Nos dissídios coletivos de natureza jurídica, ou declaratórios, nada mudou com a EC n. 45/2004: os Tribunais Trabalhistas devem interpretar as normas coletivas, com esclarecimentos, eliminando incertezas e discussões (conforme a Lei n. 7.701/88).
________________________//_____________________
Acidentes do trabalho.
Desde a Constituição de 1946 são

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