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Resumo de Direito Processual do Trabalho

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RESUMO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
SUMÁRIO
01. Meios de Solução dos Conflitos Trabalhistas. Autodefesa. Autocomposição. Heterocomposição. 
02. Jurisdição. Princípios da Jurisdição.
03. Conceito de Direito Processual do Trabalho.
04. Autonomia do Direito Processual do Trabalho.
05. Princípios do Direito Processual do Trabalho.
06. Relações do Direito Processual do Trabalho.
07. Fontes do Direito Processual do Trabalho.
08. Aplicação das Normas de Direito Processual do Trabalho. Eficácia das Leis no Tempo e no Espaço. Interpretação e Integração.
09. Órgãos da Justiça do Trabalho. Composição dos Tribunais. Ministério Público do Trabalho.
10. Competência da Justiça do Trabalho: Competência em Razão da Matéria, das Pessoas, Funcional e do Lugar. Cessação da Competência. Cláusula Contratual de Foro de Eleição. Incompetência da Justiça do Trabalho. Conflitos de Competência.
11. Atos, Termos e Prazos Processuais.
12. Nulidades. Preclusão. Perempção.
13. Partes. Procuradores e Terceiros. Jus Postulandi. Assistência Judiciária. Ética no Processo do Trabalho (Litigância de Má-Fé). Substituição Processual. Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros.
14. Dissídio Individual e Dissídio Coletivo. Distinções Fundamentais.
15. Reclamação Trabalhista. Petição Inicial. Requisitos. Tutela de Urgência e Tutela de Evidência. Comissão de Conciliação Prévia.
16. Audiência. Ordem dos Acontecimentos. Arquivamento. Revelia. Confissão. Conciliação. Resposta do Reclamado: Exceções. Preliminares. Contestação. Reconvenção. Compensação.
17. Procedimento Sumaríssimo.
18. Instrução Processual. Meios de Prova. Ônus da Prova. Presunções. Valoração da Prova.
19. Razões Finais. Sentença. Valor da Condenação. Custas e Despesas Processuais. Publicação. Trânsito em Julgado.
20. Procedimentos (Ritos): Ordinário, Sumário e Sumaríssimo. Inquérito Judicial Para Apuração de Falta Grave. Ação de Cumprimento. Mandado de Segurança. Habeas Corpus. Ação de Consignação em Pagamento. Prestação de Contas. Ações Possessórias. Habilitação Incidente. Restauração de Autos. Ação Civil Pública. Medidas Cautelares Nominadas e Inominadas. Ação Anulatória. Ação Rescisória. Ação Monitória.
21. Recursos. Generalidades. Efeitos: Suspensivo, Devolutivo Translativo, Substitutivo, Extensivo e Regressivo. Pressupostos. Espécies de Recursos Cabíveis no Processo do Trabalho.
22. Liquidação de Sentença. Execução. Procedimento. Embargos à Execução e Impugnação à Sentença de Liquidação. Defesa do Executado Sem Embargos (“Exceção ou Objeção de Pré-Executividade”). Alienação de Bens e Embargos. Suspensão e Extinção da Execução.
23. Dissídio Coletivo. Poder Normativo da Justiça do Trabalho. Dissídio Coletivo de Natureza Econômica e de Natureza Jurídica. Dissídio Coletivo de Greve. Sentença Normativa. Recurso.
OBSERVAÇÃO
COM A REFORMA TRABALHISTA (LEI Nº 13.467/2017) VÁRIOS DISPOSITIVOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO FORAM ALTERADOS NA CLT. IMPORTA MENCIONAR QUE AS REGRAS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO, QUANDO ENTRAM EM VIGOR, ATINGEM OS PROCESSOS EM CURSO, MAS SEMR RETROAGIR ÀQUELES ATOS PROCESSUAIS JÁ PRATICADOS. VIGORA, PORTANTO, A LEI VIGENTE NO TEMPO, NO CASO, A CLT ALTERADA EM RELAÇÃO ÀS REGRAS PROCESSUAIS. 
01. MEIOS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS. AUTODEFESA. AUTOCOMPOSIÇÃO. HETEROCOMPOSIÇÃO. 
Conflito – pode ser entendido como controvérsia ou dissídio.
Conflitos podem ser individuais ou coletivos.
Meios:
01.1 Autodefesa: as próprias partes procedem à defesa de seus interesses. A solução do conflito somente ocorre quando uma parte cede à outra. Ex: greve e lock-out.
a) greve: no Brasil é um direito.
b) Lock-out: proibido no Brasil.
01.2. Autocomposição: realizada pelas próprias partes, sem a intervenção de um terceiro. Ex: celebração de acordos coletivos de trabalho e de convenções coletivas de trabalho. 
a) acordos coletivos de trabalho: celebrados entre sindicato de empregados e uma ou mais empresas.
b) convenções coletivas de trabalho: celebradas entre sindicado de empregados e sindicato de empregadores.
Reforma Trabalhista:
1ª Observação: O artigo 614, parágrafo 3º, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017 consagrou ser vedada a ultratividade da norma coletiva, assim entendida como a continuidade da vigência da norma coletiva, mesmo após o seu termino, quando o sindicato patronal ou o empregador se negar a negociar novo instrumento coletivo.
2ª Observação: O artigo 620, caput, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017 prescreve que as condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. 
01.3 Heterocomposição: quando a solução dos conflitos trabalhistas é determinada por um terceiro. Ex: mediação, arbitragem e a jurisdição do Estado.
a) mediação: ocorre quando um terceiro, chamado pelas partes, propõe soluções às partes vindo estas a colocar termo ao litígio. Não há necessidade que o mediador tenha conhecimentos jurídicos. As partes não estão obrigadas a aceitar as propostas feitas pelo conciliador, razão pela qual este não pode coagi-las de forma alguma. O mediador não toma nenhuma decisão servindo apenas como intermediário entre as partes. Geralmente a mediação é extrajudicial, mas nada impede que seja judicial. 
A mediação é instituto aplicado largamente em outros países como França, Espanha, Argentina, Austrália, EUA, etc.
No Brasil foi editado o Decreto nº 1.572/95 de 28/07/1995 que estabelece regras sobre mediação na negociação coletiva. Pode o mediador ser escolhido livremente pelas partes e se não houve escolha, pode ser indicado o Ministério do Trabalho e Emprego. 
A Portaria nº 817/95 de 30/08/1995 do Ministério do Trabalho e Emprego especifica critérios para a participação do mediador nos conflitos de negociação coletiva de natureza trabalhista. 
b) arbitragem: é a forma de solução dos conflitos feita por um terceiro estranho em relação às partes, que é escolhido por estas, impondo a solução do litígio. É forma voluntária de terminar o conflito, ou seja, não é obrigatória. Largamente utilizada na Europa e EUA. 
No Brasil foi aprovada a Lei nº 9.307/96 de 23/09/1996, depois alterada pela Lei nº 13.129/2015 de 23/09/2015, que dispõe sobre referido diploma legal preconiza que esse instituto somente é aplicável se o litígio versar sobre direitos patrimoniais disponíveis sendo necessário que as partes estejam aptas a contratar. 
Convenção de arbitragem = cláusula compromissória + compromisso arbitral.
Cláusula compromissória – é a convenção através da qual as partes em um contrato de trabalho comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir relativamente a tal contrato – artigo 4º da Lei nº 9.307/96.
Explicar os riscos de inserção de cláusula compromissória nos contratos de trabalho.
Compromisso arbitral – é a convenção por meio da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. Artigo 9º da Lei nº 9.307/96.
Prazo para a solução do litígio – 6 (seis) meses podendo ser prorrogado a critério das partes envolvidas.
Decisão do árbitro deve ser escrita e conter relatório, fundamentos da decisão e dispositivo. 
A sentença arbitral é título executivo judicial segundo o artigo 515, inciso VII, do CPC de 2015, razão pela qual não necessita de homologação pelo Poder Judiciário e pode ser executada de imediato. 
Vantagens do procedimento arbitral – rapidez e segredo. 
Desvantagens do procedimento arbitral – alto custo em alguns casos sendo desaconselhável para solucionar conflitos que envolvem pequenas quantias. 
Nulidade da sentença arbitral – hipóteses: artigo 32 da Lei nº 9.307/96:
a) for nulo o compromisso.
b) emanou de quem não podia ser árbitro.
c) não contiver os requisitos do artigo 26 da Lei nº 9.307/96.
d) for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem.
e) não decidir todo o litígio submetido à arbitragem.
f) comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva.
g) proferidafora do prazo, respeitado o disposto no artigo 12, inciso III, da Lei nº 9.307/96.
h) forem desrespeitados os princípios de que trata o artigo 21, parágrafo 2º, da Lei nº 9.307/96.
Princípios da arbitragem: contraditório
 igualdade das partes
 imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento
Nulidade da sentença arbitral deve ser pleiteada junto ao Poder Judiciário competente devendo ser proposta no prazo de 90 (noventa) dias após o recebimento da notificação da mesma. Quando tal ocorrer a sentença de nulidade proferida pelo Poder Judiciário determinará que o árbitro profira nova sentença arbitral. 
Arbitragem – único dispositivo constitucional que trata da arbitragem está previsto no artigo 114, parágrafo 1º, da CF/88, in verbis: Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
Dissídio coletivo: indiscutível a possibilidade da arbitragem nos termos do artigo 114, parágrafo 1º, da Constituição Federal de 1988.
Dissídio individual: 
Reforma Trabalhista:
1ª Observação: A Lei nº 13.129/2015 alterou alguns dispositivos da Lei nº 9.307/1996, mas nada de modo efetivo relacionado ao direito processual do trabalho.
2ª Observação: Nada obstante sempre tenha havido questionamentos sobre a possibilidade de arbitragem no dissídio individual trabalhista é certo que no artigo 507-A da Lei nº 13.467/2017 prevê essa possibilidade quando o empregado quando a remuneração do empregado seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, situação em que será possível ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa. 
c) jurisdição do Estado: os conflitos solucionados pelo Poder Judiciário, seja em dissídios individuais, seja em dissídios coletivos. 
02. JURISDIÇÃO.
02.1. Conceito – é o poder de dizer o direito. É inerente a todos os juízes investidos nessa função pelo Estado.
02.2. Princípios Inerentes à Jurisdição – Segundo Antonio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco são princípios inerentes à jurisdição: investidura, aderência ao território, indelegabilidade, inevitabilidade, inafastabilidade, juiz natural e inércia. 
02.2.1. princípio da investidura: a jurisdição só será exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade de juiz. A jurisdição é um monopólio do Estado e este, que é uma pessoa jurídica, precisa exercê-la através de pessoas físicas que sejam seus órgãos ou agentes: essas pessoas físicas são os juízes. 
02.2..2. princípio da aderência ao território: manifesta-se, em primeiro lugar, a limitação da própria soberania nacional ao território do país. Além disso, como os juízes são muitos no mesmo país, distribuídos em comarcas ou seções judiciárias também se infere daí que cada juiz só exerce a sua autoridade nos limites do território sujeito por lei à sua jurisdição. Esse princípio estabelece limitações territoriais à autoridade dos juízes. 
02.2.3. princípio da indelegabilidade: é, em primeiro lugar, expresso através do princípio constitucional segundo o qual é vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições. A Constituição fixa o conteúdo das atribuições do Poder Judiciário e não pode a lei, nem pode muito menos alguma deliberação dos próprios membros deste, alterar a distribuição feita naquele nível jurídico-positivo superior. Além disso, no âmbito do próprio Poder Judiciário não pode juiz algum, segundo seu próprio critério e talvez atendendo à sua própria conveniência, delegar funções a outro órgão, na medida em que o magistrado exerce a jurisdição como agente do Estado e não em seu próprio nome.
02.2.4. princípio da inevitabilidade: significa que a autoridade dos órgãos jurisdicionais, sendo uma emanação do próprio poder estatal soberano, impõe-se por si mesma, independentemente da vontade das partes ou de eventual pacto para aceitarem os resultados do processo. 
02.2.5. princípio da inafastabilidade: (ou princípio do controle jurisdicional), garante a todos o acesso ao Poder Judiciário, o qual não pode deixar de atender a quem venha a juízo deduzir uma pretensão fundada no direito e pedir solução para ela (artigo 5º, inciso XXXV, da CF/88).
02.2.6. princípio do juiz natural: assegura que ninguém pode ser privado do julgamento por juiz independente e imparcial, indicado pelas normas constitucionais e legais. A Constituição proíbe os chamados tribunais de exceção, instituídos para o julgamento de determinadas pessoas ou crimes de determinada natureza, sem previsão constitucional (artigo 5º, inciso XXXVII da CF/88).
02.2.7. princípio da inércia: por sua própria natureza, os órgãos jurisdicionais são inertes, ou seja, só age mediante provocação das partes. Exceção que ocorre no processo do trabalho: artigo 878 da CLT, o qual preconiza que o juiz do trabalho pode impulsionar a fase executória de ofício. 
Reforma Trabalhista:
Observação: Com o advento da Lei nº 13.467/2017, o artigo 878 da CLT foi alterado para consagrar que a execução a ser impulsionada de ofício pelo juiz do trabalho tem limite apenas no caso das partes não estarem representados por advogado. Ou seja, apenas no caso de jus postulandi.
02.2.8. princípio da ampla defesa e do contraditório: é princípio previsto no artigo 5º, inciso LV, da Carta Constitucional de 1988.
Observação: o artigo 10 do CPC de 2015 apenas e tão somente repisa o princípio da ampla defesa e do contraditório. 
03. CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.
Cleber Lúcio de Almeida – direito processual do trabalho é o conjunto de normas e princípios que organizam e disciplinam a solução judicial dos conflitos de interesses de natureza trabalhista (entendendo-se como tais os que decorrem de uma relação de trabalho ou que sejam conexos à relação de emprego).
Renato Saraiva – direito processual do trabalho é o ramo da ciência jurídica, dotado de normas e princípios próprios para a atuação do direito do trabalho e que disciplina a atividade das partes, juízes e seus auxiliares, no processo individual e coletivo do trabalho. 
 Amauri Mascaro Nascimento - direito processual do trabalho é o ramo do direito processual destinado à solução judicial dos conflitos trabalhistas.
Sérgio Pinto Martins - direito processual do trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições destinado a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos dissídios, individuais ou coletivos, entre trabalhadores e empregadores. 
Observação: Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 é certo que a competência da Justiça do Trabalho foi significativamente ampliada, razão pela qual outros litígios que não apenas entre trabalhadores e empregadores são solucionados por esse ramo do Poder Judiciário. 
04. AUTONOMIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.
No dizer de Amauri Mascaro Nascimento o direito processual do trabalho, que nunca se separa do direito processual civil, tem os seguintes aspectos:
a) jurisdição especial destinada a julgar dissídios individuais.
b) dissídio coletivo econômico, jurídico e de greve como uma de suas peculiaridades.
c) existência de lei processual específica, embora com larga aplicação subsidiária do direito processual comum.
d) singularidade do tipo de contrato que interpreta - o vínculo de trabalho - que, diante da inafastabilidade entre o trabalho e a pessoa que o presta, difere dos contratos de direito civil, na medida em que em seu objeto está envolvida a pessoa que trabalha, seus direitos de personalidade e o poder de direção daquele que é beneficiado pelo trabalho, uma troca salário-trabalho, mas, também, diante das pessoas típicas que figuram como sujeitos do vínculo, o empregado e o empregador.
Dessa forma, diz o doutrinador, o direito do trabalho e o direito processual do trabalho são autônomos, porque o primeiro é ramo do direito material, e o segundo, do direito processual.
A CLT contémtanto normas de direito material, quanto normas de direito processual.
A maioria dos cursos de bacharelado tem a cadeira específica de direito processual do trabalho.
Por fim, a produção doutrinária de direito processual do trabalho em nosso País é uma das maiores entre todos os países esclarecendo o renomado doutrinador que há livros de curso, livros monográficos e de prática forense. 
5. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.
05.1. Conceito – José Cretella Junior – princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturações subsequentes. São os alicerces da ciência. 
05.2. Princípios Constitucionais do Direito Processual:
05.2.1. Acesso à justiça – direito de ação. Nenhuma lei pode contemplar vedação ao direito de cada um acionar o Poder Judiciário. Nesse sentido, incabível a possibilidade de discussão de qualquer litígio em instância administrativa, antes da propositura de ação judicial. A única exceção encontra-se prevista no artigo 217, parágrafo 1º, da Lei Magna que assim preconiza:
Art. 217 - ...
...
Parágrafo 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, reguladas em lei.
Sobreleva mencionar, portanto, a passagem por instância administrativa, nesse caso, somente tem cabimento quando o litígio for exclusivamente ligado às questões desportivas. Disso é forçoso concluir que quando se trate de questões trabalhistas ou desportivas e trabalhistas, simultaneamente, é permitido o ajuizamento de ações trabalhistas (grifei e negritei). 
 
 
 
05.2.2. Inafastabilidade da prestação jurisdicional – vivemos num Estado Democrático de Direito. Assim sendo em vista que não é possível fazer justiça com as próprias mãos é direito de cada um obter uma decisão judicial para o seu pleito.
05.2.3. Dever de fundamentar a decisão – tal encontra-se consagrado no artigo 93, inciso IX, da Carta Constitucional de 1988. Não é admissível que o juiz defira ou indefira pedidos sem dizer como e porque de sua decisão. 
05.3. Princípios Constitucionais do Direito Processual do Trabalho:
05.3.1. Competência conciliatória e decisória dos órgãos judiciais trabalhistas – no processo do trabalho a conciliação deve ser buscada à exaustão, na medida em que tal se presta como instrumento de pacificação social. No processo do trabalho pode-se tentar a conciliação a qualquer tempo, bem como em inúmeras vezes. Todavia, em duas oportunidades tal deve ser obrigatória em audiência, a saber: antes da apresentação da defesa e após as razões finais. 
05.3.2. Poder normativo para decidir conflitos coletivos de trabalho – a legislação processual trabalhista permite que se solucionem conflitos trabalhistas tanto de forma individual, como de forma coletiva. O litígio individual é a própria reclamação trabalhista ou ação trabalhista, no qual há solução do mesmo in concreto (sentença condenatória). Por outro lado, no litígio coletivo a solução se dá por meio de uma sentença normativa em que o Poder Judiciário tem a possibilidade de criar norma com a aprovação de cláusulas normativas, atuando em verdadeira função atípica, quando a solução do litígio ocorre in abstrato (sentença declaratória-constitutiva). 
05.3.3. Respeito, nos dissídios coletivos, às disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho – não é permitido ao Poder Judiciário proferir sentença normativa que viole acordos coletivos de trabalho ou convenções coletivas de trabalho que estejam em vigor e que tragam mais direitos aos trabalhadores e nem proferir sentença normativa que consagre direitos trabalhistas inferiores àqueles previstos na Constituição Federal de 1988 ou na Consolidação das Leis do Trabalho. 
05.4. Princípios específicos do Direito Processual do Trabalho:
05.4.1. Oralidade - prevalência da produção oral de provas reduzida a termo. Hodiernamente referido princípio tem sido mitigado pelos operadores do direito, na medida em que os litígios trabalhistas se tornam mais complexos. Contudo, referido princípio ainda remanesce, quando possível de aplicação. 
05.4.2. Concentração - prevalência da realização de todos os atos num só momento. Em regra a audiência trabalhista deve ser UNA. Entretanto, cabe ao juiz do trabalho decidir sobre a adoção dessa modalidade de audiência ou mesmo de audiência fracionada. Sustentamos a audiência UNA como regra justamente para conferir observância ao princípio sob estudo. Mas nem sempre é possível a realização de audiência UNA como, v.g., no caso de necessidade de realização de prova pericial ou no mesmo no caso de oitiva de testemunha por meio de carta precatória ou de carta rogatória. 
05.4.3. Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias - diferentemente do processo civil, o Agravo de Instrumento no processo do trabalho somente se presta a destrancar recurso cujo seguimento tenha sido denegado. Exceções: impugnação ao valor atribuído à causa (Lei nº 5.584/70 – artigo 2º, parágrafo 1º) e as matérias previstas na Súmula 214 do Tribunal Superior do Trabalho, a saber:
Súmula nº 214 do TST
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
 
05.4.4. Celeridade - o processo não é fim em si mesmo, mas apenas meio para obtenção do direito violado. Por isso a necessidade de uma solução rápida para o litígio que, lembre-se, tem natureza alimentar. Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 foi aprovado o inciso LXXVIII ao artigo 5º, in verbis:
Art. 5º ...
...
Inciso LXXVIII – a todos, no âmbito judicial ou administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
05.4.5. Identidade física do juiz – com o cancelamento da Súmula 136 do TST é de se concluir que no processo do trabalho, à semelhança do que ocorre no processo civil, há identidade física do juiz. Assim, o juiz do trabalho que instruir o feito deverá julgá-lo.
05.4.6 Impulso oficial na fase executória - o juiz pode impulsionar o processo de ofício quando o mesmo estiver na fase executória. É o que se depreende do disposto no artigo 878, caput, do Texto Consolidado, conforme abaixo:
Art. 878 – A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio, pelo próprio juiz ou presidente ou tribunal competente, nos termos do artigo anterior.
Reforma Trabalhista:
Observação: Com o advento da Lei nº 13.467/2017, o artigo 878 da CLT foi alterado para consagrar que a execução a ser impulsionada de ofício pelo juiz do trabalho tem limite apenas no caso das partes não estarem representados por advogado. Ou seja, apenas no caso de jus postulandi.
06. RELAÇÕES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.
Segundo Sérgio Pinto Martins, o direito processual do trabalho relaciona-se com outros ramos do direito, a saber:
a) Direito do Trabalho: os dispositivos processuais inseridos na CLT se prestam a concretizar o direito material do trabalho inserido no mesmo diploma legal.
b) Direito Processual: vários conceitos consagrados no direito processual como ação, autor, réu, exceção, reconvenção, recurso, etc são trazidos do direito processual.
c) Direito Administrativo: utilização de toda a organização da Justiça do Trabalho e o regime jurídico dos seus servidores públicos. 
d) Direito Penal: utilização dos conceitos caracterizadores da justa causa aplicada ao empregado, vez que são infrações que muito se assemelham com as infrações cometidas pelas pessoas e que estão previstas no CódigoPenal. Além disso, pode ocorrer o cometimento de crimes como falso testemunho, falsa perícia, fraude processual, coação no curso do processo, crimes de funcionários públicos da Justiça do Trabalho.
e) Direito Empresarial: utilização de regras contidas na lei de falências e de recuperação judicial no processo do trabalho.
f) Direito Civil: utilização de regras contidas no Código Civil como, por exemplo, habilitação de herdeiros, conceitos de parentesco para saber se a testemunha pode ou não depor, etc.
g) Direito Tributário: utilização subsidiária da Lei nº 6.830/80 (lei de execuções fiscais) na fase executória, por força do contido no artigo 889 da CLT. Também a incidência de imposto de renda, contribuição previdenciária e fundiária sobre verbas de natureza trabalhista apontam para o relacionamento do direito processual do trabalho com essa matéria. Por fim, a fixação de custas processuais, tributo da espécie taxa. 
07. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.
São classificadas em: fontes formais e fontes materiais.
07.1. Fontes materiais – Sérgio Pinto Martins - são o complexo de fatores que ocasionam o surgimento de normas, envolvendo fatos e valores. São analisados fatores sociais, psicológicos, econômicos, históricos, etc. São os fatores reais que irão influenciar na criação da norma jurídica.
07.2. Fontes formais – Sérgio Pinto Martins – são as formas de exteriorização do Direito. Exemplo: lei, costume, etc.
Fontes formais – são classificadas em heterônomas e autônomas.
07.2.1. Fontes heterônomas: são aquelas impostas por agente externo. Exemplo: constituição, lei, decreto, sentença normativa, regimento interno dos Tribunais.
07.2.2. Fontes autônomas: são aquelas elaboradas pelos próprios interessados. Exemplo: costume, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, regulamento de empresa, contrato de trabalho.
07.3. Fontes Formais Encontradas nas Normas Processuais Trabalhistas:
07.3.1. Na Constituição Federal de 1988 – artigo 111 e seguintes tratam de direito processual trabalhista sobre competência, organização e composição da Justiça do Trabalho. 
07.3.2. A lei como fonte formal de Direito Processual do Trabalho - Leis Ordinárias – CLT, CPC de 2015 (este último de forma subsidiária e supletiva por força do artigo 15), Decreto-Lei nº 779/69, Lei nº 5.584/70, Lei nº 6.830/80, Lei nº 7.701/88.
07.3.3. Decretos que regulamentam as leis.
07.3.4. Regimentos dos Tribunais.
07.3.5. O negócio jurídico como fonte formal do Direito Processual do Trabalho – Normalmente o negócio jurídico contempla normas de direito material trabalhista. Todavia, podem as convenções coletivas de trabalho e os acordos coletivos de trabalho trazer regras sobre mediação e arbitragem. 
07.3.6. Costumes – nem todos os doutrinadores entendem possível, pois, em regra, as normas são elaboradas pelo Estado. 
Observação: Direito Processual do Trabalho, em princípio, é exclusivamente estatal. Todavia, tratados internacionais podem conter normas processuais. Ex: Tratado de Itaipu, Tratado de Roma, Tratado de Assunção. 
07.3.7. Jurisprudência – Súmula: também pode versar sobre Direito Processual do Trabalho. Ex: quando tratam de prazo, quando tratam de cabimento de recursos, quando tratam de cabimento de ação rescisória, quando trata de mandado de segurança, quando trata de substituição processual, etc.
Reforma Trabalhista:
O artigo 702, aliena “f”, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017, preconiza como deverão ser os requisitos para a criação ou alteração de Súmulas, in verbis:
Art. 702...
...
f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços de seus membros, caso a mesma matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo, dois terços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo, ainda, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial;  
08. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. EFICÁCIA DAS LEIS NO TEMPO E NO ESPAÇO. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO. 
08.1. Eficácia, no entendimento de Sérgio Pinto Martins, significa a aplicação ou a execução da norma jurídica. É a produção de efeitos jurídicos concretos ao regular as relações.
Esclarece o doutrinador que a eficácia não se confunde com validade, que é a força imponível que a norma tem, isto é, a possibilidade de ser observada.
Esclarece o doutrinador, ainda, que a eficácia também não se confunde com a vigência da norma, que diz respeito ao seu tempo de atuação.
08.1.1. Eficácia das leis processuais trabalhistas no tempo: geralmente a lei entra em vigor na data de sua publicação. Se não existir disposição expressa a lei começa a vigorar 45 dias depois de oficialmente publicada (artigo 1º da Leis de Introdução ao Código Civil). Normalmente, a eficácia da lei processual trabalhista é imediata, razão pela qual se aplica aos processos em curso ficando resguardados os atos já praticados pelo direito adquirido e pelo ato jurídico perfeito. Contudo, o retromencionado legislador cita como exemplo a Lei nº 9.957/2000 que criou o procedimento sumaríssimo, a qual entrou em vigor 60 dias após sua publicação no Diário Oficial. Nesse mesmo sentido podemos citar a Lei nº 13.467/2017 que aprovou a Reforma Trabalhista, a qual entrou em vigor 120 dias após a sua publicação no Diário Oficial. 
08.1.2. Eficácia das leis processuais trabalhistas no espaço: diz respeito ao território em que vai ser aplicada a norma. A lei processual trabalhista se aplica no território brasileiro tanto para os trabalhadores nacionais, quanto para os trabalhadores estrangeiros que buscam a prestação jurisdicional em nosso País.
08.2. Interpretação das Normas Trabalhistas Processuais – para Sérgio Pinto Martins interpretar a norma é compreender o que o legislador quer dizer. Em suma: interpretar é buscar o verdadeiro sentido da norma.
Os recursos de interpretação podem ser classificados de diversas formas. Alguns critérios:
08.2.1. Com relação às fontes de interpretação:
a) autêntica – feita pelo autor da norma.
b) doutrinária – feita pelos doutrinadores: é a opinião dos doutos.
c) jurisprudencial – é a estabelecida pelos tribunais.
08.2.2. Com relação aos meios de interpretação:
a) gramatical ou literal - consiste em verificar qual o sentido do texto gramatical da norma jurídica, o alcance das palavras encerradas no texto da lei. É a mais pobre de todas as interpretações da lei.
b) lógica - em que se estabelece conexão entre vários textos legais a serem interpretados.
c) teleológica ou finalística - a interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo com o fim colimado pelo legislador.
d) sistemática - a interpretação será dada ao dispositivo legal conforme a análise do sistema no qual está inserido, sem se ater à interpretação isolada de um dispositivo, mas ao seu conjunto.
e) histórica - leva em conta o contexto histórico existente à época da edição da lei, sua exposição de motivos, mensagens, emendas, discussões parlamentares. 
f) sociológica - em que se verifica a realidade e a necessidade social na elaboração da lei e em sua aplicação. Diz a lei de introdução ao Código Civil que o juiz, ao aplicar a lei, deve ater-se aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
08.2.3. Com relação aos efeitos (resultado da interpretação):
a) taxativa – prevalece rigorosamente aquilo que foi previsto pelo legislador.
b) restritiva – a conclusão é no sentido de que o legislador quis incluir menos casos do que aqueles que, à primeira vista, estão incluídos na redação da norma.
c) extensiva ou ampliativa – a conclusão é no sentido de que o legislador quis aplicar a norma a casos aparentemente não previstos na redação da norma. 
08.3. Integração das Normas Processuais Trabalhistas - integrar é suprir lacunas do ordenamento jurídico. Mesmo com a enorme quantidade de normas que existeno ordenamento jurídico, e em especial no ordenamento jurídico trabalhista que conta com fontes específicas de produção de normas (acordo coletivo, convenção coletiva, sentença normativa), pode ocorrer de determinado problema concreto não encontrar preceito próprio que diga como as partes devem se comportar. Nessa hipótese, o intérprete e o operador do Direito (advogados, juízes, membros do Ministério Público) deverão apelar para critérios ou técnicas apropriadas para integrar o sistema jurídico, criando por esses meios a norma que falta. 
08.3.1. As técnicas de integração: o intérprete está autorizado a suprir lacunas existentes na norma jurídica por meio de utilização de técnicas jurídicas. O artigo 8º da Consolidação das Leis do Trabalho autoriza o juiz, na falta de disposição legal ou convencional, a utilizar a analogia e a equidade. Também podem ser usados a doutrina, os princípios e a jurisprudência. São elas:
a) analogia: consiste na utilização de uma regra semelhante para o caso em exame. Divide-se em analogia legis (aplicação de texto de lei que soluciona caso concreto a caso semelhante) ou analogia juris (aplicação de princípio).
b) equidade: tem dois significados. Pode ser chamado de equidade o processo de criação da norma jurídica para a sua integração no ordenamento jurídico, sendo, pois, por esse prisma, uma técnica de integração da norma. Tem também o significado de igualdade, de benignidade, de equilíbrio. Nesse último sentido, deve ser lembrado que em nosso sistema jurídico o juiz só pode julgar por equidade nas hipóteses expressamente autorizadas em lei (artigo 140, parágrafo único, do CPC de 2015). 
Observação: O TST houve por bem aprovar a Resolução nº 41 de 21/06/2018 acerca da aplicação das regras processuais aprovadas na Lei nº 13.467/2018, também denominada Reforma Trabalhista, in verbis:
Art. 1° A aplicação das normas processuais previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, alteradas pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, com eficácia a partir de 11 de novembro de 2017, é imediata, sem atingir, no entanto, situações pretéritas iniciadas ou consolidadas sob a égide da lei revogada. 
Art. 2° O fluxo da prescrição intercorrente conta-se a partir do descumprimento da determinação judicial a que alude o § 1º do art. 11-A da CLT, desde que feita após 11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017). 
Art. 3º A obrigação de formar o litisconsórcio necessário a que se refere o art. 611-A, § 5º, da CLT dar-se-á nos processos iniciados a partir de 11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017). 
Art. 4º O art. 789, caput, da CLT aplica-se nas decisões que fixem custas, proferidas a partir da entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017. 
Art. 5º O art. 790-B, caput e §§ 1º a 4º, da CLT, não se aplica aos processos iniciados antes de 11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017). 
Art. 6º Na Justiça do Trabalho, a condenação em honorários advocatícios sucumbenciais, prevista no art. 791-A, e parágrafos, da CLT, será aplicável apenas às ações propostas após 11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017). Nas ações propostas anteriormente, subsistem as diretrizes do art. 14 da Lei nº 5.584/1970 e das Súmulas nos 219 e 329 do TST. 
Art. 7º Os arts. 793-A, 793-B e 793-C, § 1º, da CLT têm aplicação autônoma e imediata. 
Art. 8º A condenação de que trata o art. 793-C, caput, da CLT, aplica-se apenas às ações ajuizadas a partir de 11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017). 
Art. 9º O art. 793-C, §§ 2º e 3º, da CLT tem aplicação apenas nas ações ajuizadas a partir de 11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017). 
Art. 10. O disposto no caput do art. 793-D será aplicável às ações ajuizadas a partir de 11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017). Parágrafo único. Após a colheita da prova oral, a aplicação de multa à testemunha dar-se-á na sentença e será precedida de instauração de incidente mediante o qual o juiz indicará o ponto ou os pontos controvertidos no depoimento, assegurados o contraditório, a defesa, com os meios a ela inerentes, além de possibilitar a retratação. 
Art. 11. A exceção de incompetência territorial, disciplinada no art. 800 da CLT, é imediatamente aplicável aos processos trabalhistas em curso, desde que o recebimento da notificação seja posterior a 11 de novembro de 2017 (Lei 13.467/2017). 
Art. 12. Os arts. 840 e 844, §§ 2º, 3º e 5º, da CLT, com as redações dadas pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, não retroagirão, aplicando-se, exclusivamente, às ações ajuizadas a partir de 11 de novembro de 2017. § 1º Aplica-se o disposto no art. 843, § 3º, da CLT somente às audiências trabalhistas realizadas após 11 de novembro de 2017. § 2º Para fim do que dispõe o art. 840, §§ 1º e 2º, da CLT, o valor da causa será estimado, observando-se, no que couber, o disposto nos arts. 291 a 293 do Código de Processo Civil. § 3º Nos termos do art. 843, § 3º, e do art. 844, § 5º, da CLT, não se admite a cumulação das condições de advogado e preposto. 
Art. 13. A partir da vigência da Lei nº 13.467/2017, a iniciativa do juiz na execução de que trata o art. 878 da CLT e no incidente de desconsideração da personalidade jurídica a que alude o art. 855-A da CLT ficará limitada aos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. 
Art. 14. A regra inscrita no art. 879, § 2º, da CLT, quanto ao dever de o juiz conceder prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada da conta de liquidação, não se aplica à liquidação de julgado iniciada antes de 11 de novembro de 2017. 
Art. 15. O prazo previsto no art. 883-A da CLT, para as medidas de execução indireta nele especificadas, aplica-se somente às execuções iniciadas a partir de 11 de novembro de 2017. 
Art. 16. O art. 884, § 6º, da CLT aplica-se às entidades filantrópicas e seus diretores, em processos com execuções iniciadas após 11 de novembro de 2017. 
Art. 17. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica, regulado pelo CPC (artigos 133 a 137), aplica-se ao processo do trabalho, com as inovações trazidas pela Lei nº 13.467/2017. 
Art. 18. O dever de os Tribunais Regionais do Trabalho uniformizarem a sua jurisprudência faz incidir, subsidiariamente ao processo do trabalho, o art. 926 do CPC, por meio do qual os Tribunais deverão manter sua jurisprudência íntegra, estável e coerente. § 1º Os incidentes de uniformização de jurisprudência suscitados ou iniciados antes da vigência da Lei nº 13.467/2017, no âmbito dos Tribunais Regionais do Trabalho ou por iniciativa de decisão do Tribunal Superior do Trabalho, deverão observar e serão concluídos sob a égide da legislação vigente ao tempo da interposição do recurso, segundo o disposto nos respectivos Regimentos Internos. § 2º Aos recursos de revista e de agravo de instrumento no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho, conclusos aos relatores e ainda não julgados até a edição da Lei nº 13.467/17, não se aplicam as disposições contidas nos §§ 3º a 6º do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. § 3º As teses jurídicas prevalecentes e os enunciados de Súmulas decorrentes do julgamento dos incidentes de uniformização de jurisprudência suscitados ou iniciados anteriormente à edição da Lei nº 13.467/2017, no âmbito dos Tribunais Regionais do Trabalho, conservam sua natureza vinculante à luz dos arts. 926, §§ 1º e 2º, e 927, III e V, do CPC. 
Art. 19. O exame da transcendência seguirá a regra estabelecida no art. 246 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho, incidindo apenas sobre os acórdãos proferidos pelos Tribunais Regionais do Trabalho publicados a partir de 11 de novembro de 2017, excluídas as decisões em embargos de declaração. 
Art. 20. As disposições contidas nos §§ 4º, 9º, 10 e 11 do artigo 899 da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017, serão observadas para os recursos interpostos contra as decisões proferidas a partir de 11 de novembro de 2017. 
Art. 21. Esta Instrução Normativa entrará em vigor na data da sua publicação. Ficam revogados os art. 2º, VIII, e 6º da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST. 
JOÃO BATISTABRITO PEREIRA 
Ministro Presidente do Tribunal Superior do Trabalho
09. ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS.
09.1. Poder Judiciário - ramos:
a) Poder Judiciário da União que se subdivide em:
Justiça Federal;
Justiça do Trabalho;
Justiça Eleitoral;
Justiça Militar.
b) Poder Judiciário dos Estados Membros.
Quanto à Justiça do Trabalho pode-se dizer o seguinte:
09.2. Constituição Federal de 1934 – artigo 122 – Justiça do Trabalho instituída para dirimir questões entre empregadores e empregados, não se aplicando aos juízes as garantias pertinentes aos juízes do Poder Judiciário. Isto porque nessa época a Justiça do Trabalho era órgão pertencente ao Poder Executivo. 
09.3. Constituição Federal de 1937 – artigo 139 – redação semelhante ao artigo 122 da Constituição Federal de 1934 mencionando que ficaria instituída a Justiça do Trabalho para dirimir os conflitos oriundos das relações entre empregadores e empregados, sendo regulada em lei e à qual não se aplicam as disposições constitucionais relativas à competência, ao recrutamento e às prerrogativas da justiça comum.
09.4. Decreto-Lei nº 1.237/39 de 05/05/39 regulamentado pelo Decreto nº 6.596/40 de 12/12/40 - organizou a Justiça do Trabalho. Era considerado órgão autônomo do Poder Executivo, mas ainda não pertencia ao Poder Judiciário.
09.5. Constituição Federal de 1946 – artigo 122 – inclusão da Justiça do Trabalho como órgão do Poder Judiciário. Passa também a ter uma organização estabelecida pela própria Constituição. O artigo 122 da referida norma consagrou o que foi repetido nas demais constituições: os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Juntas de Conciliação de Julgamento.
Também versam sobre o tema: artigo 133 da Constituição Federal de 1967.
 artigo 141 da Emenda Constitucional nº 1/69.
 artigos 111 a 116 da Constituição Federal de 1988. 
09.6. Peculiaridades da Justiça do Trabalho:
a) dá efetividade ao direito do trabalho.
b) não há divisão em entrâncias nas Varas.
c) não existem Varas especializadas.
d) os tribunais têm sido criados por regiões e não por Estados. Contudo, aos poucos essa realidade foi mudando e, hoje, a maioria dos Estados é contemplada com um Tribunal Regional do Trabalho, exceto nos seguintes casos: 8ª Região – Pará (abrange Pará e Amapá), 10ª Região (Brasília e Tocantins), 11ª Região – Amazonas (abrange Amazonas e Roraima) e 14ª Região – Rondônia (abrange Rondônia e Acre). Além disso, ao contrário do que acaba de ser dito, o único Estado que possui dois Tribunais Regionais do Trabalho é São Paulo (2ª Região que abrange a Capital, Grande São Paulo e parte da Baixada Santista e 15ª Região – Campinas que abrange todo o restante do Estado). 
09.7. Varas do Trabalho.
09.7.1. Decreto nº 22.132 de 1932: criou as Juntas de Conciliação e Julgamento - avocatória pelo Ministro do Trabalho de processos no prazo de seis meses, tanto a requerimento da parte, como se houvesse prova da parcialidade dos julgadores ou violação de direito. O trânsito em julgado das decisões das Juntas só se dava após esse prazo. Composição de um presidente e dois vogais.
09.7.2. Constituição Federal de 1946: Juntas de Conciliação e Julgamento passaram a fazer parte da Justiça do Trabalho como órgãos do Poder Judiciário. Onde não havia Junta de Conciliação e Julgamento havia atribuição aos juízes de direito. 
09.7.3. Emenda Constitucional nº 24/99: extinção da representação classista transformando Juntas de Conciliação e Julgamento em Varas do Trabalho.
09.7.4. Lei nº 6.947/81: critérios para criação de Varas do Trabalho:
a) o Tribunal Superior do Trabalho a cada dois anos analisa propostas de criação de novas Varas e encaminha projeto de lei ao governo.
b) é preciso que existam mais de 24.000 empregados na localidade ou que tenham sido ajuizadas 240 reclamações trabalhistas anuais, em média, nos últimos três anos.
c) nos locais onde já existam Varas só serão criadas outras quando o número de processos por ano for de 1.500 nas existentes.
d) a jurisdição de uma Vara é estendida aos Municípios próximos num raio máximo de 100 quilômetros da sede, desde que existam meios de acesso e de comunicação regulares com os referidos locais. 
09.7.5. Garantias do juiz – artigo 95 da CF/88:
a) vitaliciedade – um juiz de primeiro grau se torna vitalício após dois anos de efetivo exercício e somente poderá ser desligado do cargo por decisão judicial;
b) inamovibilidade – um juiz somente deixa uma Vara ou uma Comarca por interesse próprio (remoção a pedido) não podendo ser removido por interesses particulares, salvo por motivo de interesse público;
c) irredutibilidade de subsídio – o subsídio de um juiz não pode ser reduzido nominalmente. Esclareça-se que para o STF o fato de o juiz não receber ou receber parcialmente reajuste salarial decorrente de inflação não caracteriza redução salarial. 
09.8. Tribunais Regionais do Trabalho:
09.8.1. Decreto-Lei nº 1.237/39: Conselhos Regionais do Trabalho – um presidente e quatro vogais – mandato de dois anos.
09.8.2. Constituição Federal de 1946: criou os Tribunais Regionais do Trabalho
09.8.3. Nomeação dos juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho: Presidente da República. Feita entre juízes de carreira, advogados e membros do Ministério Público do Trabalho.
09.8.4. Composição: número de juízes integrantes do órgão.
09.8.5. Funcionamento: número de juízes necessário para serem feitos os julgamentos. 
09.8.6. Tribunais Regionais do Trabalho com + de 25 julgadores: poderá ser constituído de órgão especial (com 11 no mínimo e 25 no máximo) para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais da competência do Tribunal Pleno.
09.8.7. Tribunais Regionais do Trabalho com 7 julgadores: há o Presidente e o Vice-Presidente
09.8.8. Tribunais Regionais do Trabalho maiores: há Corregedor e Vice-Corregedor.
09.8.9. Tribunais Regionais do Trabalho (composição plena): deliberam com a presença de metade mais um do número de juízes.
09.8.10. Turmas: compostas de cinco juízes. Só podem funcionar estando três juízes. 
09.8.11. Presidente do Tribunal Regional do Trabalho: voto de desempate. Todavia, nas questões sobre a constitucionalidade de leis ou de atos do poder público e administrativas terá voto como qualquer outro juiz.
09.8.12. Turma ou Seção: não podem atuar parentes consanguíneo ou afins em linha reta, bem como em linha colateral até o terceiro grau. 
09.8.13. Emenda Constitucional nº 24/99: extinguiu a representação classista. 
09.9. Tribunal Superior do Trabalho:
09.9.1. Decreto nº 16.027/23: criou o Conselho Nacional do Trabalho no âmbito do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Era integrado por 12 membros e tinha como finalidade ser órgão consultivo do Ministério, de funcionar como instância recursal em matéria previdenciária e atuar como órgão autorizador de dispensas dos empregados que, no serviço público, gozavam de estabilidade. 
09.9.2. Constituição de 1934 e Decreto nº 24.784/34: órgão de cúpula da Justiça do Trabalho.
09.9.3. Decretos-leis nºs 1.237 e 1.346/39: passou a ter 19 membros.
09.9.4. Constituição Federal de 1946: criação do Tribunal Superior do Trabalho quando a Justiça do Trabalho passou a integrar o Poder Judiciário.
09.9.5. Decreto-Lei nº 9.797/46: reduziu o número de juízes do Tribunal Superior do Trabalho para 11.
09.9.6. Constituição Federal de 1967: número de 17 ministros. 11 togados e vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, 7 magistrados, 2 advogados e 2 membros do Ministério Público do Trabalho. 6 juízes classistas e temporários com representação paritária. 
09.9.7. Emenda Constitucional nº 1/69 repetiu a formação de 1967. 
09.9.8. Constituição Federal de 1988: número de 27 ministros. 17 togados e vitalícios (11 juízes escolhidos dos tribunais regionais, 3 advogados e 3 membros do MPT) e 10 classistas e temporários com representaçãoparitária. 
09.9.9. Emenda Constitucional nº 24/99: extinguiu a representação classista, o que implicou na redução de 27 para 17 ministros. 
09.9.10. Emenda Constitucional nº 45/2004: aumentou o número de ministros do Tribunal Superior do Trabalho para 27 (artigo 111-A da CF/88). 
09.9.11. Pleno do Tribunal Superior do Trabalho: funciona com, no mínimo, 11 ministros.
09.9.12. Tribunal Superior do Trabalho: 8 Turmas com 3 Ministros em cada Turma. Funcionamento: quorum integral.
SDI-I 14 ministros
 Funciona com 7 julgadores
 Composição:
 Presidente 
 Vice-Presidente
 Corregedor
 Presidentes de Turmas
 Alguns ministros de Turmas.
SDI-II 9 ministros
 Funciona com 5 julgadores
 Composição:
 Presidente
 Vice-Presidente
 Corregedor
 6 Ministros integrantes de Turmas. 
SDC 9 ministros
 Funciona com 6 ministros.
Órgão Especial - 14 ministros. 
Composição:
Presidente
Vice-Presidente
Corregedor
6 Ministros mais antigos do Tribunal. 
09.9.13. Presidente do Tribunal Superior do Trabalho: vota somente para desempatar, nas questões sobre inconstitucionalidade das leis ou de atos do poder público e em matéria administrativa. 
09.9.14. Competência do Tribunal Superior do Trabalho: encontra-se prevista na Lei nº 7.701/88. 
09.9.15. Órgãos Auxiliares da Justiça do Trabalho:
a) Secretaria;
b) Distribuidor;
c) Contadoria – nem todo Tribunal tem.
d) Oficial de Justiça – é cargo e não órgão. 
09.10. Ministério Público do Trabalho:
09.10.1. Aspectos gerais:
Até o advento da Constituição Federal de 1988 o Ministério Público era órgão vinculado ao Poder Executivo. 
Após a Constituição Federal de 1988 o Ministério Público é órgão extra-poderes não estando vinculado a nenhum dos poderes constituídos. É dotado de autonomia funcional e administrativa (artigo 127, parágrafo 2º, da Constituição Federal de 1988). 
Artigo 127, caput, da Constituição Federal de 1988 – O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Com o advento da Constituição Federal de 1988 o Ministério Público – também incluído o Ministério Público do Trabalho – ganhou destaque com atuação bem mais efetiva em prol da sociedade.
09.10.2. Ministério Público abrange:
a) Ministério Público da União Ministério Público Federal
 Ministério Público do Trabalho
 Ministério Público Militar
 Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
b) Ministério Público dos Estados
09.10.3. Garantias – artigo 128, parágrafo 5º, inciso I, da Constituição Federal de 1988:
a) vitaliciedade;
b) inamovibilidade;
c) irredutibilidade de subsídio. 
09.10.4. Atuação:
a) Órgão Agente: instauração de inquéritos civis públicos e propositura de Ações Civis Públicas.
b) Órgão Interveniente: emissão de pareceres circunstanciados e participação em sessões nos Tribunais Trabalhistas. 
09.10.5. Lei Complementar nº 75/93 – Lei Orgânica do Ministério Público da União.
09.10.6. Artigo 83 da Lei Complementar nº 75/93 – atribuições do Ministério Público do Trabalho:
I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis trabalhistas;
II - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a intervenção;
III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos;
IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores;
V - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho;
VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho;
VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e diligências que julgar convenientes;
VIII - instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse público assim o exigir;
IX - promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da paralisação de serviços de qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos, manifestando sua concordância ou discordância, em eventuais acordos firmados antes da homologação, resguardando o direito de recorrer em caso de violação à lei e à Constituição Federal;
X - promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho;
XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho;
XII - requerer as diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos processos e para a melhor solução das lides trabalhistas;
XIII - intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo e terceiro graus de jurisdição da Justiça do Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público, Estado estrangeiro ou organismo internacional.
09.10.7. Artigo 84 da Lei Complementar nº 75/93 - Outras atribuições do Ministério Público do Trabalho:
I – integrar os órgãos colegiados previstos no parágrafo 1º do artigo 6º, que lhes sejam pertinentes;
II – instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos, sempre que cabíveis, para assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores;
III – requisitar à autoridade administrativa federal competente, dos órgãos de proteção ao trabalho, a instauração de procedimentos administrativos, podendo acompanhá-los e produzir provas;
IV – ser cientificado pessoalmente das decisões proferidas pela Justiça do Trabalho, nas causas em que o órgão tenha intervido ou emitido parecer escrito;
V – exercer outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, desde que compatíveis com sua finalidade.
09.10.8. Artigo 85 da Lei Complementar nº 75/93 – Órgãos do Ministério Público do Trabalho: 
I – o Procurador-Geral do Trabalho;
II - o Colégio de Procuradores do Trabalho;
III – o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;
IV – a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;
V – a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho;
VI – os Subprocuradores-Gerais do Trabalho;
VII – os Procuradores Regionais do Trabalho;
VIII – os Procuradores do Trabalho.
9.11. Defensoria Pública:
A Lei Complementar nº 80/2014 de 04/06/2014 disciplina a atuação da Defensoria Pública conforme abaixo:
Art. 1º - Capítulo IV – Das Funções Essenciais à Justiça, do Título IV – Da Organização dos Poderes, passa a vigorar com as seguintes alterações:
A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
...
São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-setambém, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. 
10. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA, DA PESSOA, FUNCIONAL E DO LUGAR. CESSAÇÃO DA COMPETÊNCIA CLÁUSULA DE FORO DE ELEIÇÃO. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CONFLITOS DE COMPETÊNCIA.
10.1. Competência – é a medida da jurisdição; é o grau da jurisdição. Segundo a doutrina de Liebman é a quantidade de jurisdição concretamente conferida a cada órgão judicante, segundo alguns critérios predeterminados em lei. 
10.2. Competência da Justiça do Trabalho – artigo 114 da Constituição Federal de 1988: 
 Em razão da matéria 
 Competência absoluta: Em razão da pessoa improrrogável 
 Funcional
 Nas cidades com 
 mais de um fórum
Competência relativa: em razão do lugar prorrogável 
10.3. Competência em Razão da Matéria.
Uma das alterações mais importantes promovidas pelo Congresso Nacional quando da aprovação da Emenda Constitucional nº 45/2004 é que a partir de agora a Justiça do Trabalho não tem como competência apenas apreciar questões ligadas à relação de emprego, mas sim da relação de trabalho (artigo 114 da Constituição Federal de 1988). A questão não é de mera semântica, mas de alteração efetiva na medida em que relação de trabalho é gênero da qual é uma das espécies a relação de emprego. Também questões ligadas ao direito sindical foram transferidas para a Justiça do Trabalho. 
Assim, a partir da Emenda Constitucional nº 45/2004, questões que eram da competência da Justiça Comum Estadual teriam passado para a competência da Justiça do Trabalho. Exemplos:
a) trabalhadores autônomos ou representantes comerciais autônomos – Lei nº 4.886/1965 de 09/12/1965 (artigo 114, inciso I, da Constituição Federal de 1988).
Há doutrinadores que fazem uma distinção entre relação de trabalho e relação de consumo. Tal diferenciação, segundo esses doutrinadores, redundaria na competência da Justiça do Trabalho quando a prestação de serviços sem vínculo empregatício não tiver o tomador com destinatário final dos mesmos e da Justiça Comum Estadual quando o tomador dos serviços for o destinatário final destes. 
Quanto à competência supracitada, embora a nosso ver a alteração constitucional tenha efetivamente ocorrido, é certo que no tocante aos trabalhadores autônomos o deslocamento da competência tem se mostrado matéria discutível nos Tribunais Superiores. Exemplo disso é que mesmo após a Emenda Constitucional nº 45/2004 houve por bem o Superior Tribunal de Justiça aprovar a Súmula 363 que preconiza que a cobrança de honorários decorrentes de serviços prestados por profissionais liberais contra cliente é da Justiça Comum Estadual e não da Justiça do Trabalho. Sobre o tema, algumas turmas do Tribunal Superior do Trabalho divergiram, ora sustentando a competência da Justiça Especializada, ora sustentando a competência da Justiça Comum Estadual. 
b) trabalhadores eventuais – antes apenas os litígios decorrentes de contrato de empreitada em que o empreiteiro seja operário ou artífice conforme artigo 652, alínea “a”, III, da Consolidação das Leis do Trabalho eram da Justiça do Trabalho (artigo 114, inciso I, da Constituição Federal de 1988). 
Neste caso há necessidade de separar o grande do pequeno empreiteiro. A jurisprudência dos Tribunais do Trabalho é no sentido de que pequeno empreiteiro é aquele que trabalha sem o auxílio de empregados. Somente nesta hipótese é que a competência para julgar litígios é da Justiça do Trabalho. De se destacar que, nesse caso, o autor da ação perante a Justiça do Trabalho não postula reconhecimento do vínculo empregatício e verbas trabalhistas decorrentes do mesmo, mas sim o direito às importâncias decorrentes do contrato de empreitada inadimplido. 
c) parceiros, meeiros e arrendatários (artigo 114, inciso I, da Constituição Federal de 1988).
Nesse caso o questionamento é o mesmo feito na letra “a” acima. A Justiça do Trabalho por ora não tem sido chamada a decidir litígios decorrentes de contrato de parceria, meação e arrendamento. Todavia, se aplicável a jurisprudência dos Tribunais Superiores, por certo a competência para apreciar litígios continuará com a Justiça Comum Estadual, embora entendamos que o deslocamento da competência após a Emenda Constitucional nº 45/2004 é de clareza solar quando trata não mais de “relação de emprego”, mas sim de “relação de trabalho”. 
d) contribuição sindical (artigo 114, inciso III, da Constituição Federal de 1988).
Até o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 qualquer litígio decorrente de contribuição sindical era apreciado pela Justiça Comum Estadual. Esse entendimento se dava em razão de ser uma contribuição prevista em lei, ao contrário das contribuições assistenciais e confederativas, que são inseridas em normas coletivas. Contudo, a partir da citada emenda a competência para apreciar tal litígio foi deslocada para a Justiça do Trabalho.
e) disputa de representatividade sindical (artigo 114, inciso III, da Constituição Federal de 1988).
Da mesma forma que o legislador constituinte derivado houve por bem deslocar a competência da Justiça Comum Estadual para a Justiça do Trabalho no tocante aos litígios que envolvam contribuições sindicais, também o fez em relação às disputas de representatividade sindical. Nesse sentido, podemos dizer que ações entre sindicatos que lutam pela representatividade de uma categoria ou no caso de parte de uma categoria abrangente que possa ser desmembrada é de competência da Justiça do Trabalho. Também tivemos que apreciar litígio no qual um grupo de trabalhadores postulou a nulidade de uma eleição sindical, sob o argumento de que a chapa da situação teria fixado prazo exíguo para constituição de outras chapas de oposição. 
f) Contrato de empreitada: artigo 652, inciso III, da Consolidação das Leis do Trabalho – nos casos em que o empreiteiro seja operário ou artífice. Comentários encontram-se na letra “b”. 
g) Reforma Trabalhista: Com o advento da Lei nº 13.467/2017 houve por bem o legislador inserir a alínea “f” do artigo 652, da CLT, para contemplar a competência da Justiça do Trabalho para homologar acordo extrajudicial em matéria de competência da mesma. 
h) Competência normativa: artigo 114, parágrafo 2º, da Constituição Federal de 1988 – ação de cumprimento – com a nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004. 
i) Leis esparsas: Ex: Lei nº 8.984/95 de 07/02/1995 – dissídios que tenham origem no cumprimento de convenções coletivas de trabalho ou acordos coletivos de trabalho mesmo quando ocorram entre sindicatos ou entre sindicato de trabalhadores e empregador.
Alguns sindicatos têm ajuizado ações de cobrança de contribuições assistenciais e confederativas de empregadores que deixam de descontá-las dos empregados e repassá-las à entidade. Não obstante as discussões travadas perante o Poder Judiciário acerca da obrigatoriedade ou não dessas contribuições para trabalhadores não associados do sindicato (Súmula 666 do Supremo Tribunal Federal e Precedente Normativo 119 do Tribunal Superior do Trabalho), é certo que a competência para dirimir tais conflitos é da Justiça do Trabalho. Vejamos o conteúdo dessa Súmula e desse Precedente Normativo:
Súmula 666 do STF – CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA – ART. 8º, IV, DA CONSTITUIÇÃO - FILIADOS – EXIGÊNCIA.
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
A Súmula 666 foi transformada pelo próprio Supremo Tribunal Federal na Súmula Vinculante nº 40, cujo teor é o mesmo.
Precedente Normativo 119 do TST – CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS – INOBSERVÂNCIA DE PRECEITOS CONSTITUCIONAIS.
A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo,convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título d taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados. 
j) Contribuições previdenciárias: Emenda Constitucional nº 45/2004 – artigo 114, inciso VIII, da Constituição Federal de 1988.
Muitas foram as discussões acerca dessa alteração constitucional. Por primeiro merece relevo esclarecer que tal deslocamento deu-se já com o advento da Emenda Constitucional nº 20/1998 e confirmada pela Emenda Constitucional nº 45/2004.
É cediço que compete à Justiça Federal julgar litígios decorrentes do inadimplemento das contribuições previdenciárias por parte das empresas. Contudo, é certo que parte dessa competência foi deslocada para a Justiça do Trabalho. Contudo, a mudança é de pequena amplitude, embora o volume arrecadado seja significativo. 
O deslocamento da competência no tocante às contribuições previdenciárias para a Justiça do Trabalho limita-se apenas e tão-somente aos tributos devidos em decorrência das decisões condenatórias proferidas por esta última. Assim, permanece com a Justiça Federal a competência para apreciar ações de execução das contribuições previdenciárias não satisfeitas pelas empresas de forma integral, ou seja, não pagas em sua totalidade. A competência da Justiça do Trabalho limita-se a executar as contribuições previdenciárias decorrentes de verbas condenatórias de natureza salarial com trânsito em julgado e bem assim de verbas de natureza salarial pagas em acordos judiciais.
Houve um período após a Emenda Constitucional nº 45/2004 em que foi sustentada a competência da Justiça do Trabalho para executar contribuições previdenciárias não só decorrentes de verbas condenatórias, mas também no caso de sentenças declaratórias nas quais era reconhecido o vínculo empregatício. Contudo, não foi o que prevaleceu no Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário nº 569.056 e, por conta disso, foi aprovada a Súmula 368 pelo Tribunal Superior do Trabalho que trata da limitação da competência apenas em relação às verbas condenatórias em pecúnia. Dispõe a citada Súmula:
Súmula 368 – DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS – COMPETÊNCIA – REESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO – FORMA DE CÁLCULO.
I – A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quando à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição.
II – É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenação judicial, devendo incidir, em relação aos descontos fiscais, sobre o valor total da condenação, referente às parcelas tributáveis, calculado ao final, nos termos da Lei n. 8.541/1992, art. 46, e Provimento da CGJT n. 01/1996.
III – Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração encontra-se disciplinado no art. 276, § 4º, do Decreto n. 3.048/99, que regulamenta a Lei n. 8.212/91 e determina que a contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição. 
Como corolário disso, é o trabalhador que vai sofrer as consequências se não tiver seu contrato de trabalho assinado quando da contratação e que necessitará fazê-lo perante a Justiça do Trabalho e, depois disso, ajuizar outra ação perante a Justiça Federal com o intuito de obter o reconhecimento do tempo de serviço para fins de aposentadoria. 
Nesse sentido veja-se o contido na Súmula Vinculante nº 53 do Supremo Tribunal Federal: 
Súmula Vinculante nº 53 - A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados. (Divulgada no DJe do STF de 22/06/2015; publicada no DJe do STF de 23/06/2015)  
k) execução: tanto dos acordos celebrados e não cumpridos quanto das sentenças transitadas em julgado. Também quanto à execução dos acordos celebrados perante a Comissão de Conciliação Prévia quanto os Termos de Compromisso de Ajustamento de Conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho. 
Trata-se, o item acima, de rol taxativo e não exemplificativo. Isto porque o legislador ordinário preocupou-se em vedar qualquer possibilidade do empregador induzir o trabalhador menos esclarecido a assinar documentos que pudessem implicar no reconhecimento de dívidas com o primeiro. 
Quanto aos dois primeiros títulos executivos, estes são judiciais e não comportam qualquer dúvida. 
No que respeita aos dois títulos executivos restantes, estes são extrajudiciais. 
Com efeito, o Termo de Acordo firmado perante a Comissão de Conciliação Prévia não cumprido deve ser executado perante a Justiça do Trabalho. Note-se que, nesse caso, não haverá nenhuma discussão dos direitos trabalhistas como, por exemplo, aviso prévio, saldo salarial, 13º salário, férias com o terço constitucional, horas extras e reflexos, entre outros, mas sim apenas a execução do valor do acordo avençado e não cumprido. 
No que pertine ao Termo de Ajustamento de Conduta firmado perante o Ministério Público do Trabalho e não cumprido há que ser salientado que a redação do artigo 876 da Consolidação das Leis do Trabalho foi alterada com a edição da Lei nº 9.958/2000 com o intuito de incluí-lo no rol dos títulos executivos extrajudiciais. Até então o empregador que descumpria normas trabalhistas era investigado e, depois, chamado à Procuradoria do Trabalho para assinar o referido Termo, que não era cumprido sob a alegação de que sua executividade não estava prevista em lei. A controvérsia, portanto, resta superada. 
Além disso, por força do artigo 114, inciso VII, da Carta Magna de 1988, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, também é título executivo extrajudicial a Certidão de Dívida Ativa decorrente das multas aplicadas pelas autoridades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. Assim, ações de mandado de segurança, ações anulatórias de débito fiscal e ações de embargos à execução são de competência da Justiça do Trabalho. 
l) ações possessórias: se decorrente da relação de emprego. Ex 1: imóvel utilizado pelo empregado para o exercício do trabalho. Ex: zelador. Ex 2: ferramentas não devolvidas pelo empregado ou mostruários de vendas. Ex: no caso de greve quando houver necessidade do ajuizamento de ações de reintegração de posse ou de interdito proibitório. A propósito disso, com o advento da Súmula Vinculante nº 23 do Supremo Tribunal Federal ficou pacificado o entendimento de que a competência para apreciar ações possessórias decorrentes de greve é da Justiça do Trabalho. 
m) Programa de Integração Social – PIS – Programa de Integração Social: cadastramento – Súmula nº 300 do Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:
Súmula 300 – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO – CADASTRAMENTO NO PIS.
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de empregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS).
n) FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço: levantamento do saldo da conta vinculada - quando há dissídio entre empregado e empregador. 
o) complementação de aposentadoria: até 19/02/2013 era da Justiça do Trabalho. Contudo, conforme decisão do STF de 20/02/2013 a competência material para apreciar litígios decorrentes de complementação de aposentadoria em função do contratode trabalho é da Justiça Comum Estadual. 
Por outro lado, não é assim que estão entendendo os Tribunais Trabalhistas que pugnam pela competência material da Justiça do Trabalho nos casos em que a complementação de aposentadoria decorra de um contrato de trabalho.
A União Federal, não se conformando com as decisões dos Tribunais Trabalhistas que decidem pela competência material da Justiça do Trabalho, ajuizou a Reclamação Constitucional nº 26597 questionando justamente uma decisão do TRT da 2ª Região que reconheceu a competência material da Justiça do Trabalho para julgar pedido de complementação de aposentadoria. O ministro relator Edson Fachin lembrou que o Plenário do Supremo Tribunal Federal referendou liminar na ADI – Ação Declaratória de Inconstitucionalidade nº 3395 que suspendeu qualquer interpretação dada ao inciso I do artigo 114 da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional 45/2004, que inclua na competência da Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, de caráter jurídico-administrativo. 
p) indenização por danos morais: a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que se a causa de pedir decorre do contrato de trabalho a Justiça do Trabalho é competente para apreciar o litígio. O Tribunal Superior do Trabalho, seguindo orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal, aprovou a Orientação Jurisprudencial nº 327 da SDI-I do Tribunal Superior do Trabalho – Seção de Dissídios Individuais I do Tribunal Superior do Trabalho, depois convertida na Súmula 392. Entretanto, a decisão sob enfoque fala apenas “quando decorrer da relação de trabalho”, sem especificar se seria em quaisquer causas de pedir. Diz a Súmula 392:
Súmula 392 – DANO MORAL – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente do trabalho e doenças a ele equiparadas. 
Observação: Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 (artigo 114, inciso VI, da Constituição Federal de 1988) imaginou-se que a matéria teria sido pacificada com entendimento de que, qualquer que fosse a causa de pedir, a competência seria da Justiça do Trabalho, quando ajuizada ação em face do empregador. Contudo, em julgamento proferido no dia 09/03/2005 em sede de controle difuso o Supremo Tribunal Federal entendera, por 8 votos a 2, que quando a causa de pedir da indenização por danos morais ou materiais fosse decorrente de acidente do trabalho seria competente a Justiça Comum Estadual (Recurso Extraordinário nº 438.639). Também esse sempre foi o entendimento do Superior Tribunal de Justiça ao apreciar conflitos negativos de competência acerca dessa matéria. Todavia, em julgamento mais recente (junho/2005) o Supremo Tribunal Federal mudou o entendimento e, por unanimidade, conferiu competência à Justiça do Trabalho para apreciar pedido de indenização por danos morais e materiais, ainda que a causa de pedir seja decorrente de acidente do trabalho, em decisão proferida no Conflito de Competência nº 7.204-1 - MG. Com o advento da Súmula Vinculante nº 22 do Supremo Tribunal Federal ficou pacificado o entendimento no sentido de que a competência para apreciar pedidos de indenização por danos morais em razão de acidente do trabalho é da Justiça do Trabalho. 
q) greve: abusividade ou não - competência da Justiça do Trabalho – Súmula 189 do Tribunal Superior do Trabalho. Lei nº 7.783/89 de 28/06/1989 – artigo 8º.
Observação: Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 (artigo 114, inciso II, da Constituição Federal de 1988) todas as questões ligadas ao direito de greve são de competência da Justiça do Trabalho, inclusive aquelas que até então estavam a cargo da Justiça Comum Estadual (ex: ação de interdito proibitório quando os trabalhadores ameaçam invadir e tomar uma fábrica). Se se tratar de dissídio coletivo de greve a competência para apreciação é dos Tribunais Regionais do Trabalho ou do Tribunal Superior do Trabalho. Se se tratar, por exemplo, de ação de interdito proibitório ou de ação de reintegração de posse, a competência é do juiz do trabalho de 1º grau (titular ou substituto), como já dito no item de ações possessórias. 
r) meio ambiente do trabalho: atribuição do Ministério Público do Trabalho e/ou dos sindicatos de categoria profissional para propositura de Ação Civil Pública.
s) Habeas Corpus: quando decretada prisão civil no caso de depositário infiel de um bem garantidor da execução. Com o advento da Súmula Vinculante nº 25 do Supremo Tribunal Federal ficou pacificado o entendimento no sentido de que não é possível a prisão civil do depósito infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. Diz a referida Súmula:
Súmula Vinculante 25 do STF.
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
t) mandado de segurança: em decorrência de ato de abuso de autoridade em processo trabalhista. 
Observação: Até a Emenda Constitucional nº 45/2004 a competência para apreciação do mandado de segurança era funcional dos juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho (das decisões dos juízes de 1º grau) e do Tribunal Superior do Trabalho (dos juízes de 2º grau). Isto porque até então o juiz de 1º grau não tutelava nenhum ato de autoridade administrativa. Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 (artigo 114, inciso VII, da Constituição Federal de 1988) a Justiça do Trabalho passa a apreciar ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações do trabalho. Com isso, multas aplicadas pela DRTE – Delegacia Regional do Trabalho e Emprego poderão ser questionadas na Justiça do Trabalho - o que até então era de competência da Justiça Federal – e a competência para sua apreciação é do juiz do trabalho de 1º grau (titular ou substituto). 
10.4. Competência em Razão da Pessoa:
a) litígio entre trabalhador e empregador decorrente da relação de emprego: regime de contratação da Consolidação das Leis do Trabalho.
b) trabalhadores domésticos: Lei nº 5.859/72 de 11/12/1972 revogada pela Lei Complementar nº 150/2015.
c) trabalhadores temporários: Lei nº 6.019/74 de 03/01/1974.
d) trabalhadores portuários: Medida Provisória nº 2.164/41 de 24/08/2001 – DOU 27/08/2001.
e) trabalhadores rurais: Lei nº 5.889/1973 de 08/06/1973. 
f) empregados de empresas públicas e de sociedades de economia mista: regime da Consolidação das Leis do Trabalho de acordo com o artigo 173, parágrafo 1º, inciso II, da Constituição Federal de 1988.
g) funcionários públicos: desde que se trate de regime celetista. Se vinculado ao regime estatutário será competente a Justiça Federal (se funcionário público federal) ou a Justiça Estadual (se funcionário público estadual ou municipal). 
1ª Observação: O governo do Estado de São Paulo admite trabalhadores tanto no regime estatutário (regime de direito administrativo), como no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (regime celetista). Não satisfeito, o Poder Legislativo Estadual houve por bem aprovar a Lei Estadual nº 500/74 para contratação de servidores públicos estaduais. Referida lei contempla parte dos direitos dos servidores públicos estatutários e parte dos direitos dos servidores públicos celetistas. É o que se pode chamar de terceiro gênero. No tocante à competência para apreciar litígios desses servidores, o Supremo Tribunal Federal, no início da década de 2000, constatou que a prestação dos serviços dos admitidos pela Lei Estadual nº 500/74 mais se aproxima do regime administrativo do que do regime contratual, razão pela qual decidiu que a competência para apreciá-los é da Justiça Comum Estadual. 
2ª Observação: Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 sustentou-se a tese de que mesmo no caso dos funcionários públicos regidos pelo Estatuto (regime estatutário) a

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