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principios do processo penal -2

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Conceito de princípio: 
 
 Princípios são preceitos, leis ou 
pressupostos considerados universais que 
definem as regras pela qual uma sociedade 
civilizada deve se orientar. 
 
Princípios mais importantes do Processo 
Penal: 
 
• Princípio da dignidade da pessoa 
humana (art.1º inciso III da CF) 
Princípio constitucional, acima de 
todos os outros princípios. 
• Princípio do Devido processo legal 
(art.5º inciso LIV da CF) 
 Ele deve ser aplicado sem hesitar 
no processo judicial, ou seja, 
devemos seguir e respeitar com 
precisão o processo legal que 
representa o cumprimento de todos 
os princípios processuais penais e 
penais. Todas as regras, deveres e 
responsabilidades previstas no CPP 
e no CP quando estivermos falando 
de um procedimento judicial já 
instaurado. 
 
Princípios constitucionais processuais 
expressos de maneira explícita na CF: 
 
• Concernente ao indivíduo:aqueles 
que estão diretamente relacionados 
ao cidadão, que são: 
a. O princípio da presunção da 
inocência (art. 5º inciso 
LVII da CF), Tal princípio 
significa que todos deverão 
ser considerados inocentes , 
até que sobrevenha sentença 
penal condenatória transitada 
em julgado. É uma forma de 
garantia individual face a 
figura d o Estado- 
acusação.Garante que o ônus 
da prova cabe a acusação, que 
deverá produzir provas 
suficientes a fim de 
comprovar a culpabilidade do 
acusado, e assim, 
consequentemente, sua 
condenação frente o Estado-
juiz. Esta conectado a 
prevalência do interesse do 
réu ,da imunidade e auto 
acusação. O principio, 
ainda, demonstra a 
excepcionalidade das medidas 
cautelares de prisão, como a 
prisão temporária e a prisão 
preventiva, que somente 
poderão ser decretadas , 
quando cumpridos os 
requisitos previstos em 
Lei. 
O mesmo ocorre com outras 
medidas constritivas de 
direitos, como a quebra de 
sigilos fiscais, bancários e 
telefônicos, que somente 
serão decretadas quando 
 
 
indispensáveis à instrução 
criminal. 
Desta forma, verifica-se que 
o princípio visa proteger a 
integridade do acusado 
frente ao Estado-acusação, 
evitando restringir eventuais 
erros e possíveis 
arbitrariedades. 
 
b. O princípio da ampla defesa 
(art.5º inciso LV da CF). 
 
 Trata-se de uma garantia tanto 
para o acusado quanto para 
defesa. Trata-se do direito de 
o cidadão acusado introduzir no 
processo, diretamente ou 
mediante atuação do seu 
procurador, todos os argumentos 
ou teses definitivas bem como 
os meios de prova admissíveis e 
uteis a defesa. 
Há duas formas através das 
quais a garantia da ampla 
defesa pode se expressar no 
processo penal. 
 
Autodefesa 
É aquela realizada diretamente 
pelo acusado e que consiste na 
possibilidade de o réu praticar 
alguns atos defensivos em seu 
favor. 
• Presença das formações 
da prova (audiência e 
atos processuais). 
• Apelação (possibilidade 
de interposição de 
alguns recursos). 
• Direito de silencio 
A autodefesa é uma garantia 
disponível, ou seja, seu 
exercício deve ser garantido 
pelo poder judiciário, porem 
o acuado não é obrigado a 
concretizar a autodefesa, o 
exercício da auto defesa é 
uma faculdade do acusado. 
 
Defesa técnica 
É aquela desempenhada nos 
autos do processo por um 
procurador devidamente 
habilitado, que pode ser um 
defensor público ou um 
advogado. 
No processo penal a defesa 
técnica é uma garanta 
indisponível, ou seja, nenhum 
processo penal deverá 
tramitar sem a presença de um 
defensor, conforme disposto 
nos 
artigos 261 e 263 do Código 
de Processo Penal. 
A ausência formal ou material 
(ausência material é quando 
deixa de se manifestar) de 
defesa técnica configura 
hipótese de cerceamento de 
defesa o que gera nulidade 
absoluta do processo conforme 
a sumula 523 do supremo 
tribunal federal. 
 
Habeas corpus e ampla defesa 
Com relação ao habeas corpus, 
pode ser ele manifestação da 
autodefesa (caso seja 
apresentado pelo próprio 
acusado), da defesa técnica 
(caso seja apresentado pelo 
advogado) ou ainda pode 
configurar manifestação geral 
defensiva tendo-se em vista 
que a legitimidade ativa 
desse instrumento é mais 
ampla possível (qualquer um 
pode apresentar em favor de 
terceiro). 
É possível que a autodefesa e 
a defesa técnica se 
concentrem na figura do 
acusado nas hipóteses em que 
seja ele advogado. 
 
Ampla defesa em fase de 
investigação preliminar 
Na fase de investigação 
preliminar não há observância 
da garantia da ampla defesa 
em uma máxima extensão. Isso 
no significa, porém que o 
cidadão investigado não possa 
ter acesso aos atos 
investigativos não sigilosos 
e que eventualmente possa 
durante a investigação 
praticar alguns atos 
defensivos. 
• Ser acompanhado por 
advogado em 
interrogatório. 
• Juntar documentos em um 
inquérito. 
• Requerer diligências 
A possibilidade da prática de 
alguns atos defensivos na 
investigação vem prevista no 
enunciado da sumula 
vinculante n.º 14. 
 
 
 
c. O principio da plenitude 
de defesa (art.5º inciso 
XXXVIII da CF) 
 A plenitude de defesa é 
exercida no Tribunal do 
Júri, onde poderão ser 
usados todos os meios de 
defesa possíveis para 
convencer os jurados, 
inclusive argumentos não 
jurídicos, tais como: 
sociológicos, políticos, 
religiosos, morais etc. 
Destarte, em respeito a 
este princípio, também 
será possível saber mais 
sobre a vida dos jurados, 
sua profissão, grau de 
escolaridade etc.; 
inquirir testemunhas em 
plenário, dentre outros. 
 Já no Tribunal do Júri o 
desfecho do processo se dá 
pelos jurados populares, 
que são juízes leigos e, 
por isso, a defesa do réu 
deve se aproximar da 
perfeição, para o 
convencimento deles. Vale 
lembrar que no 
Tribunal Popular a decisão 
não é fundamentada, vez 
que os jurados apenas 
votam, condenando ou 
absolvendo o 
acusado. Ademais, como o 
Tribunal do Júri é 
soberano, suas decisões 
não são passíveis de 
revista, quanto ao mérito, 
por tribunais togados. 
 
• Concernente a relação processual 
 a.Contraditório(art.5º 
inciso LV da CF) 
 
Representa uma garantia 
conferida às partes de que 
elas efetivamente 
participarão da formação da 
convicção do juiz. De certa 
forma, pode ser dito, como 
bem lembra a melhor doutrina, 
que encontra-se inserido no 
conjunto das garantias que 
constituem o princípio do 
devido processo 
legal. (Bonfim, 2009. 4. ed.) 
Em linhas gerais, pode ser 
dito que o princípio do 
contraditório significa que 
cada ato praticado durante o 
processo seja resultante da 
participação ativa das 
partes. Surge como uma 
garantia de justiça para as 
partes e tem, como ponto de 
partida, o brocardo 
romano audiatur et altera 
pars – a parte contrária 
também deve ser ouvida. É de 
suma importância que o juiz, 
antes de proferir cada 
decisão, proceda a devida 
oitiva das partes, 
proporcionando-lhes a igual 
oportunidade para que, na 
forma devida, se manifestem 
com os devidos argumentos e 
contra-argumentos. Também, 
não pode deixar de ser 
lembrado que o juiz, ao 
prolatar a sentença, deve 
oferecer, aos litigantes, a 
oportunidade para que 
busquem, pela via da correta 
argumentação, ou em conjunto 
com os elementos de prova 
colhidos, se assim for o 
caso, influenciar na formação 
de sua convicção. (Bonfim, 
2009. 4. ed.) 
Em resumo, pode ser dito que o 
princípio do contraditório é 
constituído por dois elementos, 
a saber: informação e 
possibilidade de reação. Também, 
cabe enfatizar que nossa 
Constituição de 1988 autorizou o 
entendimento de que os 
princípios do contraditório e da 
ampla defesa sejam garantidos no 
processo administrativo, 
inclusive não punitivos, em que 
não existem acusados, mas 
litigantes, ou seja, titulares 
de interesses 
conflitantes. (Manzano, 2012. 2. 
ed.) 
 
• Concernente a atuação do Estado 
a) Juiz natural e imparcial 
(art 5ºinciso LIII e 
XXXVII da CF) – (vedação 
ao juízo ou tribunal de 
exceção)-(conectado à 
iniciativa das partes). 
 Não posso ter um juiz ou 
um tribunal de exceção, 
então precisarei ter um 
órgão constituído(dentro 
da CF , de uma lei, para 
julgar determinado réu), 
então não posso ter um 
juízo de exceção ou um 
órgão constituído após a 
pratica do crime pra 
justamente julgar aquele 
determinado réu e o juiz 
precisa ser previamente 
estipulado por leis (é o 
que chamamos de juiz 
natural). 
 
Por que o juiz natural? 
 Porque lá no CPP tem 
competência pra processar 
e julgar certas causas 
 
O que é juiz natural? 
 É não possuir juízo ou 
tribunal de exceção nem 
antes e depois ser 
constituído para julgar 
uma determinada conduta 
criminosa de um estipulado 
réu, mas é um juiz natural 
pois a lei já trás que 
requisitos ou normas pelas 
quais aquele magistrado 
passou no concurso 
(concursado, tem 
estabilidade e de acordo 
com as competências dentro 
da jurisdição processual e 
que esta prevista no CPP, 
ele vai poder ou não poder 
julgar aquela pessoa em 
relação de uma tal conduta 
já praticada. 
 
O que o imparcial? 
 É aquele que não tem 
vinculo algum com as 
partes (não tem vinculo 
profissional ,nem pessoal) 
, que não tem motivos de 
prejudicar ou beneficiar 
uma das partes envolvidas. 
 
 A imparcialidade é muito 
importante não só no 
âmbito processo penal, 
sendo também utilizado no 
processo civil e no poder 
judiciário com um todo. 
 
 Caso esse juiz tenha 
algum tipo de relação com 
alguma das partes, ela 
precisa se declarar 
impedida ou suspeita, para 
que não perca a 
imparcialidade na hora do 
processo. 
 
Essa imparcialidade também 
pode ser em determinado 
caso em específico, por 
exemplo: 
 
A juíza Alessandra não 
teria condições de julgar 
casos que envolvessem 
estupro de menores, não se 
pode escolher os casos que 
irão ser julgados. Mas a 
juíza pode se declarar por 
foro íntimo* nessa 
situação o caso passará 
para o juiz substituto 
dentro da cadeia prevista 
na estatuto da 
magistratura. 
 
A utilização desse recurso 
(foro íntimo) não pode ser 
usado de forma recorrente. 
 
*Seu foro íntimo é o tribunal 
da sua consciência, que não 
se confunde com o da lei nem 
com o da opinião pública.* 
 
 
b) Publicidade (art 5º inciso 
XXXVIII e LX e no art 93º 
inciso IX da CF). 
 Para Nucci: quer dizer que 
os atos processuais devem ser 
realizados publicamente, à 
vista de quem queira 
acompanhá-los, sem segredos e 
sem sigilo. É justamente o 
que permite o controle social 
dos atos e decisões do Poder 
judiciário. “Trata-se de 
garantia relevante e que 
assegura a transparência da 
atividade jurisdicional, 
permitindo ser fiscalizada 
pelas partes e ela própria 
comunidade.com ela são 
evitados excessos ou 
arbitrariedades no desenrolar 
da causa agindo, por isso, a 
garantia como reação aos 
processos secretos, 
proporcionando aos cidadãos a 
oportunidade de fiscalizar a 
distribuição da justiça”. 
 Ocorre que, em algumas 
situações excepcionais, a. 
Própria CF ressalva a 
possibilidades se 
restringir. Quando houver 
interesse publico ou a 
intimidade o exigir, o 
juiz pode limitar o acesso 
à prática dos atos 
processuais, ou mesmos os 
autos do processo, apenas 
às partes envolvidas. 
Conforme o caso, ate mesmo 
o réu pode ser afastado da 
sala, permanecendo o seu 
advogado. Note-se, no 
entanto, que jamais haverá 
sigilo total, fazendo co 
que o magistrado conduza o 
processo sem o acesso do 
órgãos de acusação e 
defesa, bem como jamais 
realizara o ato processual 
válido sem presença do 
promotor e do defensor. 
 
 A partir da ementa 
45/2004, modificou-se a 
redação do art.93. IX, 
mencionando-se ser a 
publicidade ser a 
publicidade a regra e o 
sigilo a exceção, neste 
caso ando houver interesse 
relacionado à intimidade 
de alguém, sem que haja 
prejuízo ao interesse 
público à informação. 
Aparentando contradição, a 
referida norma assegura a 
publicidade, garante 
sigilo para preservar a 
intimidade, mas faz a 
ressalva de que, acima de 
tudo, estaria o direito da 
informação. Por outro 
lado, o art5º, LX, 
enaltece a publicidade, 
mas fixa com exceções a 
preservação da intimidade 
e a exigência do interesse 
social. 
 Continua em vigor a 
garantia fundamental da 
publicidade, com as 
exceções do art 5º, LX, 
questão a preservação da 
intimidade e o interesse 
social. O art 93, IX, 
passa a referir-se 
expressamente à 
preservação das 
intimidade, ressalvando 
interesse público à 
informação, entendendo-se 
Apenas que o juiz não deve 
exagerar na dose de 
interpretação do que vem 
ser intimidade para não 
prejudicar o direito da 
sociedade de acompanhar o 
que passa no processo. 
 
Exemplo de caso: Nos casos 
contra dignidade sexual, 
crimes de estupro (art. 
213 do CP, a regra é que 
todos os casos de estupro 
devem seguir sob sigilo de 
justiça. Só pode ter 
contato com o processo: 
promotor, juiz, cartório, 
o réu e o advogado 
constituído. 
 
c) Vedação de provas 
ilícitas (art 5º, LVI, da 
CF) 
prevê que são 
inadmissíveis no processo 
as provas ilicitamente 
obtidas. Em outros termos 
pode-se afirmar que os 
meios de provas produzidos 
com violação direta 
a constituição, a partir 
do momento em que 
reconhecida a ilicitude 
não possuem eficácia 
probatória. 
 
-jurisprudência 
O supremo tribunal federal a 
vários anos incorporou em sua 
jurisprudência a teoria da 
ilicitude por derivação ou 
teoria dos frutos da arvora 
envenenada, as provas 
decorrentes ou derivadas 
ilícitas ainda que obtidas em 
procedimentos adequados são 
contaminadas pela ilicitude 
originaria e portanto também 
são consideradas 
inadmissíveis. 
 
-vedação de provas ilícitas 
em defesa ao acusado 
Tem-se admitido na doutrina e 
na jurisprudência uma exceção 
ao princípio constitucional 
da vedação de provas 
ilícitas. Trata-se da prova 
ilícita favorável ao acusado 
de forma que ainda que 
reconhecida a ilicitude, a 
prova é considerada 
admissível. A execução é 
justificável, pois este 
princípio constitucional 
representa garantia 
individual do cidadão no 
intuito de conter abusos de 
poder estatal e, portanto, 
seria paradoxal que a 
garantia individual fosse 
utilizada contra o próprio 
cidadão. 
 
d) Economia processual (art 
5º inciso LXXVIII, da CF) 
 Dispõe que o processo 
precisa obter o máximo 
resultado com o mínimo 
emprego de atividades 
judiciais, devendo 
propiciar às partes uma 
justiça barata e rápida. 
 
Como ela esta conectada à 
duração razoável do 
processo e à duração 
razoável da prisão 
cautelar? 
 
Porque quanto mais tempo o 
processo demora, mais 
tempo custa pro Estado. 
 
O processo tem custo? 
 
Sim, custo de pagamento de 
juiz, de promotor, de 
oficial de justiça, água, 
luz, ocupação no cartório. 
Também custa a sala de 
audiência, o deslocamento 
do preso/réu, escolta da 
polícia militar ou dos 
agentes penitenciários... 
 
 Outro tópico da economia 
processual: diminuição do 
tempo pelo qual esse 
processo esta caminhando. 
 Então ao invés dele 
demorar 10 anos, será que 
ele não pode demorar 1 
ano... 
 
No âmbito criminal 
precisamos ter uma certa 
cautela para aplicarmos 
esse principio, que busca 
uma celeridades tramitação 
e na razoável duração do 
processo ,pois se nos 
temos uma justiça rápida 
será consagrada de maneira 
rápida uma ação punitiva 
do Estado, conseguindo 
também evitar uma 
restrição. Por outro lado 
podemos acabar 
comprometendo a ampla 
defesa do réu. 
 
É importante se ter uma 
economia processual? 
 
Sim, mas precisa ter uma 
certa preocupação que uma 
justiça rápida tem uma 
eficiência punitiva do 
Estado, mas podendo 
comprometer a ampla defesa 
que é um principio muito 
importante. 
 
 
f) Regentes do tribunal júri 
1. Sigilo das votações 
(art 5º, XXXVIII b 
da CF) 
sigilo visa assegurar 
que os jurados possam 
proferir seu veredicto 
de forma livre e isenta 
para, assim, atender ao 
interesse público e 
promover a justiça. 
Ademais, o julgamento 
não pode ser 
considerado secreto, 
uma vez que é 
conduzido pelo 
magistrado e 
acompanhado pelo 
Promotor de Justiça, 
pelo assistente de 
acusação, se houver, 
pelo defensor do réu, 
bem como pelos 
funcionários do 
JudiciárioAssim, explica Nucci, 
citando Hermínio 
Alberto Marques Porto, 
que "tais cautelas da 
lei visam a assegurar 
aos jurados a livre 
formação de sua 
convicção e a livre 
manifestação de suas 
conclusões, afastando-
se quaisquer 
circunstâncias que 
possam ser entendidas, 
pelos julgadores 
leigos, como fontes de 
constrangimento. 
Relevante é o interesse 
em resguardar a 
formação e a 
exteriorização da 
decisão. 
Vale destacar ainda que a 
Lei nº 11.689/08, que 
reformou o Código de 
Processo Penal Brasileiro, 
consagrando o princípio do 
sigilo da votação, 
introduziu norma que impõe 
a apuração dos votos por 
maioria, sem que seja 
divulgado o quorum total. 
 
 
2. Soberania dos 
veredictos (art 5º, 
XXXVIII c da CF) 
como princípio 
primordial que visa 
garantir aos jurados 
autonomia, 
independência e 
imparcialidade para 
decidir o caso sem a 
interferência de 
qualquer autoridade do 
Poder Judiciário, 
inclusive do magistrado 
que preside a sessão 
periódica, porque eles 
representam a vontade 
popular. 
No entanto, conforme 
preleciona Nucci em sua 
obra Princípios 
Constitucionais Penais e 
Processuais Penais: 
A soberania dos veredictos 
é a alma do Tribunal 
Popular, assegurando-lhe o 
efetivo poder 
jurisdicional e não 
somente a prolação de um 
parecer, passível de 
rejeição por qualquer 
magistrado togado. Ser 
soberano significa atingir 
a supremacia, o mais alto 
grau de uma escala, o 
poder absoluto, acima do 
qual inexiste outro. 
Traduzindo-se esse valor 
para o contexto do 
veredicto popular, quer-se 
assegurar seja esta a 
última voz a decidir o 
caso, quando apresentado a 
julgamento no Tribunal do 
Júri 
 
3. Competência para 
julgamento dos crimes 
dolosos contra vida 
(art 5º XXXVIII d) 
 
e)legalidade estrita da 
prisão cautelar (ART 5º 
LXI,LXII, LXIII, LXIV, LXV, 
LXVI, LVIII da CF) 
 
Essa competência ditada pela 
Lei Maior, qual seja, para 
julgar os crimes dolosos 
contra a vida, é considerada 
mínima porque ela não pode 
ser suprimida. Ou seja, 
somente o Tribunal do Júri 
pode julgar crimes desta 
natureza. Mas essa 
competência é mínima também 
porque ela pode ser 
estendida. 
 
Portanto, que o Tribunal do 
Júri, minimamente, deve 
julgar o crime doloso contra 
a vida, mas lhe incumbe 
também o julgamento dos 
crimes que forem conexos aos 
dolosos contra a vida. 
 
Mas alerte-se: essa regra 
comporta exceções. 
 
O Tribunal do Júri será 
competente para julgar crimes 
conexos, desde que não sejam 
crimes eleitorais, juízo de 
menores (Vara da Infância e 
Juventude) ou sujeitos à 
Justiça Militar. 
 
Princípio da obrigatoriedade e princípio 
da indisponibilidade da ação penal 
 
Partilham da mesma ideia, o MP ele vai 
ser o titular da ação penal, somente ele 
pode propor a ação em âmbito criminal, 
ou pelo menos na sua regra. Desde que 
haja justa causa, um fato típico, anti-
jurídico e culpável. Contanto que haja 
legitimidade de parte e causa de pedido, 
e se há justa causa pra procuração penal 
e ele propõem a ação penal, ele não 
poderá desistir da ação. Então vários 
dispositivos no CPP eles vão fazer valer 
entes princípios, algumas normas que vão 
também abrandar esse princípios que por 
exemplo: tem a possibilidade da 
transação penal, em casos de crimes de 
menor potencial ofensivo, onde o 
promotor deixa de propor a ação penal 
fazendo um acordo criminal. 
 Mas em regra uma vez que o promotor 
esta ali e recebe a notitia criminis, 
que advém de uma investigação criminal e 
verifica que o fato típico, anti-
jurídico e culpável, ele tem a obrigação 
de propor a ação penal e não pode dispor 
dela. 
 
Uma vez que propôs não pode desistir da 
ação, precisa ir ate o fim. 
 
Ele pode pedir absolvição? 
 
Ele deve pedir se ele entender que não 
há provas suficientes ou que não foi o 
réu que fez... 
 
Princípio da oficialidade 
Demonstra que o Estado é o detentor do 
monopólio punitivo (Estado jus puniende) 
 
Princípio da intranscendência 
Significa que não é viável ajuizar a ação 
para uma pessoa que não tenha 
efetivamente praticado o delito. 
 
(Ligado com o principio da culpabilidade 
e da responsabilidade penal- princípios 
do DP) 
Portanto não é possível apresentar uma 
acusação que é genérica, tem que 
apresentar uma acusação com todos os 
elementos necessários para indicar quais 
são os autores do fato, o que cada um 
fez, qual a participação de cada um. 
 
Todos os acusados precisam ser nomeados e 
deve haver uma descrição pormenorizada de 
tosas as condutas que cada um deles 
agiram para participarem da ação 
delituosa. 
 
Princípio da Vedação da dupla punição (Ne 
bis in idem) 
 Não é possível que acabe punindo duas 
vezes pelo mesmo fato, o princípio diz 
que pelo mesmo fato o réu não pode ser 
punido 2x, não permite que o réu seja 
processado novamente, por exemplo: um 
processo que lê já tenha respondido 
anteriormente e ele tenha ido absolvido. 
 
É possível em algumas hipóteses em caso 
de absolvição ter a propositura de uma 
outra ação (ação de revisão criminal) 
somente na absolvição por falta de 
provas. 
 
Princípios meramente processuais 
 
• Concernentes à relação processual 
1) Busca da verdade real ou 
material (CPP) 
No processo Penal, a verdade 
real busca a apuração de 
fatos, que mais se 
correlacionam com algum 
ocorrido. Para a aplicação 
desse princípio, é 
necessário que se utilize 
todos os mecanismos de 
provas para a compilação 
idêntica dos fatos. 
Tal princípio traz como um 
norte aos juristas, quanto 
da aplicação da pena e da 
apuração dos fatos, ou seja, 
deve existir o sentimento de 
busca do julgador, e cabe ao 
magistrado buscar outras 
fontes de prova, somente a 
verdade real seja em sua 
essência atingida. 
 
Segundo Fernando Tourinho, 
para que o juiz possa melhor 
formar suas convicções a 
respeito da matéria do 
processo, ele deve 
reproduzir por meio de 
provas os fatos que mais se 
aproximam com a realidade, 
ou seja, ele deve saber quem 
cometeu a infração, onde 
cometeu, quem foi a vítima, 
porque cometeu, de que forma 
cometeu, podendo assim, quem 
sabe, descrever 
minuciosamente o ocorrido, 
garantindo um julgamento 
justo para as partes. 
 
 
2) Oralidade (conectado à 
concentração, imediatidade e 
identidade física do juiz) 
 Busca o privilégio da 
palavra oral sempre sobre a 
palavra escrita. 
 Até a reforma de 2009, o 
processo penal tinha sua 
maior parte dos seus atos de 
forma escrita, a partir da 
reforma foi transformado o 
processo penal quase em um 
processo trabalhista, ou seja 
, na sua oralidade. 
 Antes nós tínhamos 
improcedente penal que a 
audiência e julgamento eram 
divididos em várias fases, 
primeiro se ouvia o réu no 
interrogatório, depois outra 
audiência para a testemunha 
de acusação, outra para 
testemunha de defesa, depois 
abria prazo para 
requerimentos escritos, outro 
prazo para memoriais 
escritos, para depois dar a 
sentença. 
 Após a reforma se entendeu 
que deveria se concentrar 
tudo numa única audiência, 
todos esses atos em somente 
uma audiência de maneira que 
fosse privilegiada a 
oralidade. 
 
3) Indivisibilidade da Ação 
privada 
Consiste na necessidade de o 
querelante (autor da queixa-
crime) oferecer queixa 
contra todos os autores do 
fato, sob pena de extinção 
de punibilidade se houver 
renúncia com relação a algum 
deles. O aludido princípio 
conjuga-se com o princípio 
da oportunidade, que em sede 
de ação penal privada se 
contrapõe ao da 
obrigatoriedade, que vigora 
na ação penal pública. Dessa 
forma, se cabe ao querelante 
escolher processar ou não o 
autor do fato, e se o fizer, 
terá que oferecer queixa 
contra todos os envolvidos. 
 
 
4) Comunhão da prova 
A prova ela deve ser a prova 
o processo, ela só vai ser 
produzida ou pedida por uma 
das partes. Mas a prova pode 
ser usada pelas partes, 
podendo ser utilizada por 
qualquer uma das partes. 
 
• Concernentes à atuação do Estado 
A. Impulso oficial 
O estado não se contenta com 
a inércia das partes, então 
uma vez ajuizada a ação penal 
o magistrado deve impulsionara ação penal até chegar ao 
seu fim, com uma decisão de 
mérito. Inexiste a 
possiblidade de extinção, se 
alguma das partes ficou 
inerte. 
 
 
B. Persuasão racional 
Onde o julgador ele vai 
formar a sua livre convicção, 
avaliando as provas 
constantes nos autos, mas que 
deve fundamentar sua decisão, 
não temos provas que tem mais 
valor que outra, ou seja, as 
provas serão vistas como um 
todo. 
 
C. Colegialidade 
Esse recurso so vai ser 
somente exigido em segundo 
grau de jurisdição, quando 
estivermos falando em sede de 
recurso, pois as decisões de 
primeiro grau sempre são com 
exceção do tribunal do júri, 
sempre são dadas por um júri 
só. 
 Em segundo grau quando são 
dadas as decisões de recurso, 
ela são tomadas por grupo ou 
por turma de magistrados. 
 
As decisões de recurso são 
decisões de Colegiado, de 
grupo, de turma e de seção, 
mas é possível em algumas 
hipóteses de acordo com a 
previsão dos regulamentos 
internos dos tribunais terem 
decisões monocráticas (um 
juiz, um desembargador), que 
podem então terminar o 
processo em segunda instância 
sem que haja uma decisão de 
colegiado. 
 
Princípio Nemo Tenetur se Detegere 
Trata-se do direito ao silêncio, do 
direito de não criar provas contra si 
mesmo. 
Consiste na proibição de uso de qualquer 
medida de coerção ou intimação ao 
investigado 
(acusado) para obtenção de uma confissão 
ou que colabore em atos que possam 
ocasionar sua 
condenação. 
Na CF/88 temos este princípio expresso no 
Art. 5o, inciso LXIII. 
“O preso será informado de seus direitos, 
entre os quais de permanecer calado, 
sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de 
advogado.” 
Quer dizer que ninguém é obrigado a se 
auto-incriminar ou produzir provas contra 
si mesmo. Assim dizendo nenhum 
indivíduo pode ser coagido, por qualquer 
autoridade ou mesmo por uma pessoa 
específica, a dar qualquer tipo de 
informação involuntariamente ou 
declaração, prova, ou objeto que 
diretamente ou de forma indireta 
o incrimine.

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