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•4/6/2012 •1 DIREITO EMPRESARIAL Professor Giulliano Rodrigo Gonçalves e Silva Mestre em Direito Empresarial I - Teoria geral do direito societário 1. Elementos: pluralidade de pessoas; patrimônio próprio, com a contribuição de todos ou de alguns sócios; empresarialidade. 2. Terminologia: associação - entidade de fim não-econômico; sociedade - entidade com objetivos econômicos; companhia - menção à “sociedade anônima”; empresa - organismo econômico que combina os fatores natureza, capital e trabalho, para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Nota: “É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas” (CC, art. 1008). 3. Personalidade jurídica: a) capacidade patrimonial; b) capacidade de atuar na ordem jurídica; c) capacidade judiciária ativa e passiva. 4. Desconsideração da personalidade jurídica: - CC, art. 50; CDC, art. 28; Lei Antitruste, art. 18; CTN, art. 135; Jurisprudência trabalhista; Lei 8.620/93 – do INSS –, art. 13; Lei n.º 9.605/98 - de proteção do meio ambiente -, art. 4º; dentre outros. 5. Fim da personalidade jurídica (fases): 1ª dissolução; 2ª liquidação; 3ª partilha •4/6/2012 •2 6. Classificação das sociedades empresárias: segundo a responsabilidade dos sócios: - sociedades de responsabilidade limitada - sociedades de responsabilidade ilimitada - sociedades de responsabilidade mista. segundo a personificação: - sociedades personificadas - sociedades não- personificadas segundo a forma do capital: - fixo - variável segundo o regime de constituição e dissolução: - sociedade contratual - sociedade institucional segundo a estrutura econômica: - sociedade de pessoas - sociedade de capital. II - Sociedade em Comum (CC, arts. 986/990) é sociedade não personificada mas possui indícios de personificação patrimônio em comum de todos administração – no silêncio compete a todos os sócios; responsabilidade - todos os sócios são solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações sociais, excluída a subsidiariedade (CC, art. 1.024) em relação àquele que contratou pela sociedade. III - Sociedade em Conta de Participação (CC, arts. 991/996) não é pessoa jurídica (mesmo se registrada), não tem sede ou nome empresarial; é sociedade ad intra, com patrimônio especial (conta) para execução do objeto; sócio oculto – mero prestador de capital; sócio ostensivo – em nome de quem se realiza o objeto e único passível de falência por isso. •4/6/2012 •3 IV - Sociedade Simples (CC, arts. 997/1.038) 1. Importância: substituta da sociedade civil e fonte subsidiária das demais. 2. Atos constitutivos: contrato social, por instrumento público ou particular. 3. Sócios: pessoas naturais ou jurídicas, admitindo-se o sócio de serviço. 4. Objeto social: qualquer atividade descrita no parágrafo único do art. 966, além da atividade rural. 5. Denominação social: é vedado uso de firma. 6. Capital: integralizado em dinheiro ou bens. 7. Responsabilidade social: no silêncio do contrato, é ilimitada. 8. Deliberações sociais: regra pela maioria absoluta, sem o sócio de serviço, salvo alterações contratuais básicas (art. 997), dependentes de consentimento unânime. 9. Administração social: no silêncio, compete a todos os sócios pessoas naturais. 10. Cessão de cotas: somente com a anuência dos demais, tanto inter vivos como causa mortis. 11. Sócio remisso: indenização, redução do capital ou dissolução parcial. 12. Exclusão de sócio: afora a remissão, depende de decisão judicial em ação promovida pela maioria dos demais. 13. Redução do quadro social a um único sócio: sobrevida de 180 dias. 14. Dissolução da sociedade: CC, art. 1.033. V - Sociedade em Nome Coletivo (CC, arts. 1.039 a 1.044) é composta exclusivamente de pessoas naturais; todos podem ser gestores e possuem responsabilidade solidária e ilimitada; aplicação subsidiária das normas próprias da sociedade simples. •4/6/2012 •4 VI - Sociedade em Comandita Simples (CC, arts. 1.045 a 1.051) sócios comanditados – pessoas naturais, solidária e ilimitadamente responsáveis; sócios comanditários – pessoas naturais ou jurídicas, responsáveis limitadamente; administração, nome na firma e uso da mesma – exclusividade do comanditado; transmissão das cotas – aplicação das normas da SS, salvo na morte de comanditário, quando é admitida a sucessão. dissolução – CC, arts. 1.033 e 1.044 e não recomposição da duplicidade de categorias de sócios em 180 dias. VII - Sociedade Limitada (arts. 1.052 a 1.092) aplicação subsidiária das normas da sociedade simples (art. 1.053), facultada a regência supletiva pelas anônimas; responsabilidade – limitada ao valor da cota mas solidária pelo total integralizado; expressão LTDA – sua omissão no nome causa responsabilidade solidária e ilimitada dos que o empregarem; nome empresarial – pode fazer ter firma ou denominação; cessão das cotas – permitida, salvo oposição de 1/4 do capital social (CC, art. 1.057); novidade – não mais podem as quotas ser adquiridas pela própria sociedade. menor cotista – admitido, com capital integralizado e sem poder de gestão; sociedade entre marido e mulher – só pode no regime de comunhão parcial de bens; administração – apenas pessoas naturais, pode ser sócio ou não, competindo a todos no silêncio; gerente-delegado – figura extinta, substituída pela outora de procuração com poderes especiais; dissidência –se exime de responsabilidade se sair em 30 dias (CC, art. 1.077); exclusão extrajudicial por justa causa – somente se prevista no contrato (a judicial cabe sempre). •4/6/2012 •5 VIII - EIRELI (art. 980-A) Nova forma de pessoa jurídica; Capital social mínimo superior a 100 salários mínimos e totalmente integralizado; Único sócio titular de todo o capital; Responsabilidade limitada ao valor do capital; Opera sob firma ou denominação, integrada pela expressão final “EIRELI”; Aplicação subsidiária das normas da Sociedade Limitada. IX - Sociedades Cooperativas (CC, arts. 1.093 a 1.096) pode ou não ter capital social; seu capital é sempre variável e representado por quotas-partes; pode adotar qualquer tipo de responsabilidade para os seus associados; é regida, subsidiariamente pela legislação das sociedades simples (CC, art. 1.096); possui forma jurídica própria e natureza civil (simples), não sendo, por isso, sujeita à falência (art. 4º da Lei nº 5.764/71); atos cooperativos não serão tributáveis – somente o serão os não cooperativados (arts. 85 a 88, da Lei nº 5.764/71; e art. 12 e §§, do Dec. nº 76.186/75 - IR); quantidade de sócios – número mínimo de sócios necessários a compor a administração da sociedade e sem número máximo; limitação à participação do sócio no capital social; singularidade de voto; inacessibilidade das quotas-partes a terceiros, inclusive causa mortis; quorum para o funcionamento e deliberação da Assembléia Geral, baseado no número de associados e não no capital; retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associadol; indivisibilidade do FR e do FATES; prestação de assistência aos associados e, quando previsto, aos empregados da cooperativa. •4/6/2012 •6 X - Sociedades por ações (Lei n.º 6.404/76, com as alterações impostas pelas Leis n.º 9.457/97 e 10.303/01) responsabilidade limitada – pelo valor das ações. natureza capitalista – irrelevância do sócio, titular de ações livremente negociáveis; pluralidade societária – não se exige mais o número mínimo de sete sócios. empresarialidade legal. identificação exclusiva por denominação orientação legislativa pela: proteção dos acionistas minoritários; responsabilização do acionista controlador; ampla diversificação dos instrumentos postos na lei, à disposição dos acionistas, para serem, ou não, adotados pela sociedade; diferenciação entre companhia aberta e fechada; definição dos interesses fundamentais que a sociedade anônima representa (função social); 1. Espécies 1.1. Companhia fechada - suas ações não são negociados em Bolsa ou fora dela. 1.2. Companhia aberta - seu capital pode ser disseminado pelo público, depois de registro na CVM. 2. Constituição 2.1. Subscrição pública - quando há apelo ao público investidor. Possui uma série de atos e formalidades para a sua efetivação: 1ª. Pre-constituição; 2ª. Registro na CVM; 3ª. Subscrição do capital social; 4ª. Assembléia de fundação; 5º. Personificação da companhia. 2.2. Subscrição particular - reúne num só ato a constituição da companhia e pode ser feita: por assembléia - observação às regras da constituição sucessiva; por escritura pública - assinada por todos os subscritores. •4/6/2012 •7 3. Órgãos sociais: Assembléia Geral Ordinária - obrigatoriedade, periodicidade, objeto definido em lei, quorum inicial mínimo de 1/4 do capital social; Assembléia Geral Extraordinária - convocada sempre que necessário; Conselho de Administração - mínimo de três, por prazo não superior a três anos, permitida a reeleição; Diretoria - mínimo de dois, podendo ser do Conselho no máximo 1/3, e acionistas ou não, por três anos; Conselho Fiscal - se não for permanente, só funcionará a pedido de acionistas que representem, no mínimo, 1/10 das ações com direito a voto ou 5 % das ações sem direito a voto. Pode ser eleito o diplomado em curso superior ou que tenha prática mínima de três anos como administrador de empresa ou conselheiro fiscal. 4. Subsidiária integral – unipessoalidade originária. 5. Comandita por ações • não pode possuir Conselho de Administração; • diretor – responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; • não comporta administração de quem não seja acionista. 6. Valores mobiliários 6.1. Ação ações ordinárias – conferem a seus possuidores a plenitude dos direitos sociais; ações preferenciais –conferem privilégios ou vantagens (prioridade na distribuição de dividendos fixos ou mínimos e/ou no reembolso do capital); ações de gozo ou fruição –ex.: titular de ação ordinária que recebe antecipadamente o valor de reembolso e continua usufruindo dos demais direitos inerentes às ações ordinárias; debêntures - títulos nominativos representativos de empréstimo público a juros fixos ou variáveis; partes beneficiárias - títulos negociáveis, sem valor nominal e alheios ao capital social, que garantem a seus titulares direito de participação eventual não superior a 1/10 dos lucros anuais da companhia. •4/6/2012 •8 XI - Extinção das sociedades comerciais: dissolução; liquidação; transformação; fusão; incorporação; cisão. 1. Dissolução – total ou parcial (art. 206). 2.Transformação – mudança de tipo (art. 220). 3. Liquidação – fase final da extinção, resolve o passivo com o ativo (arts; 207 e ss. e 219, I). 4. Fusão, incorporação, cisão: podem causar a extinção da sociedade (arts. 219, II, e 227/229).
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