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Processos Organizacionais Curso: Administração 4º Semestre 3 horas/aula semana 3as feiras Prof. Fernando Grobman APRESENTAÇÕES INTRODUÇÃO Prof. Fernando Grobman Ementa Esta disciplina trata do que são os processos organizacionais e das: • modelagem, • análise, • desenho, e • gerenciamento dos processos. Trata, também, das sistemáticas de melhoria e permite uma visão das principais normas relacionadas à gestão por processos e sua aplicação nas organizações, bem como as novas visões de processos para as empresas no mundo atual. Prof. Fernando Grobman Objetivos Gerais Contribuir para o desenvolvimento das competências requeridas dos alunos, conforme definidas no Projeto Pedagógico do Curso/PPC, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais relacionadas. Prof. Fernando Grobman Objetivo Específico Saber visualizar as organizações como um conjunto de processos inter-relacionados, relacionar com a normalização aplicável e saber como avaliar e melhorar esses processos. Prof. Fernando Grobman Competências • Senso crítico e capacidade de contextualização • Visão estratégica • Pensamento sistêmico • Orientação para processos • Orientação para as necessidades do cliente • Orientação para resultados • Consciência ética e social • Solução de problemas • Trabalho em equipe • Comunicação e expressão • Desenvolvimento pessoal • Influenciar pessoas Prof. Fernando Grobman PO PO PO PO PO PO PO Conteúdo Programático Prof. Fernando Grobman 1 – Organizações como conjunto de processos 2 - Identificação dos processos organizacionais 3 - Modelagem e Análise de processos 4 – Desenho de Processos 5 – Gerenciamento e Padronização de Processos 6 – Normatização de Processos e Ferramentas da Qualidade 7 – Indicadores de Melhoria de Processos 8 – Novas visões de processos para a realidade atual Avaliação Provas UNIP Notas conforme critérios da UNIP Prof. Fernando Grobman Bibliografia BÁSICA • ALVES FILHO, BARTOLOMEU F. Processos Organizacionais: simplificação e racionalização. São Paulo: Atlas, 2011. • BALDAM, R., VALLE, R., & ROZENFELD, H. Gerenciamento de processos de negócio - BPM: uma referência para implantação prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014 • VALLE, ROGÉRIO & OLIVEIRA, SAULO B. Análise e Modelagem de Processos de Negócio. São Paulo: Atlas, 2010. VIRTUAL • BOOG, Gustavo; BOOG, Magdalena. Manual de treinamento e desenvolvimento de processos e operações. São Paulo: Pearson. (ISBN 9788576050773) • HALL, RICCHARD H. Organizações: Estruturas, processos e resultados. São Paulo: Prentice Hall, 2004 • Llatas, Maria V. Organização, sistemas e métodos: uma visão contemporânea. Academia Pearson. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. COMPLEMENTAR • PAVANI JUNIOR, O ; SCUCUGLIA, R. Mapeamento e gestão por processos - BPM (business process management) : gestão orientada a entrega por meio de objetos. São Paulo: M Books 2011 • ARAÚJO, LUIS CESAR G. Gestão de Processos: Melhores resultados e Excelência Organizacional. São Paulo: Atlas, 2011. • CRUZ, T. BPM & BPMS: business process management & business process management systems. São Paulo: Brasport, 2008. • CRUZ, TADEU. Sistemas, métodos e processos: administrando organizações por meio dos processos de negócios. São Paulo: Atlas, 2009 (reimpressão). • SCHWAB, KLAUS A Quarta Revolução Industrial São Paulo: Edipro, 2016 Prof. Fernando Grobman COMBINAÇÕES e ALINHAMENTOS EXPECTATIVAS dos ALUNOS Prof. Fernando Grobman Uma visão útil para o estudo... Prof. Fernando Grobman Outra visão útil para o estudo... Prof. Fernando Grobman Pirâmide do Aprendizado William Glasser TEMA 1 Organizações como conjunto de processos Prof. Fernando Grobman Introdução ▪ Dois temas importantes e fundamentais são tratados na nossa disciplina de Processos Organizacionais: ✓As Organizações; e ✓Os Processos. ▪ E não devemos esquecer que um bom elemento de junção entre as Organizações e seus Processos é o que chamamos de Gestão. Prof. Fernando Grobman Gestão Começando pela Gestão, que é papel dos Administradores: “Gestão pode ser definida como uma ação ou uma omissão relativa à interferência humana nos processos de uma organização com vistas ao alcance dos objetivos ainda não conquistados ou reversão de tendências negativas observadas por métricas previamente estabelecidas e disponíveis aos tomadores de decisão” (PAVANI JUNIOR; SCUCUGLIA, 2011). Prof. Fernando Grobman As Organizações Prof. Fernando Grobman Inicialmente, quando analisamos a palavra organizações, podemos extrair alguns significados, por exemplo: ✓Associação de pessoas com a finalidade de realizar propósitos específicos; ✓Modo como algo foi estruturado; ✓Arranjo lógico de objetos e informações. Para o estudo da Administração, ambos os sentidos, apesar de distintos, estão inter-relacionados e são relevantes. A Administração e as Organizações ▪Duplo sentido da palavra organização: Prof. Fernando Grobman Organização Organização como entidade social Organização como função da administração Grupo estruturado de pessoas que atuam em conjunto para alcançar objetivos comuns Função do processo de administração responsável pela distribuição do trabalho, recursos e autoridade pelos membros da organização Organização como Entidade Social Prof. Fernando Grobman Maximiano (1993): “Uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis individualmente.” Sobral e Peci (2008): “As organizações são grupos estruturados de pessoas que se juntam para alcançar objetivos comuns. Surgem como resposta à necessidade dos indivíduos de alcançar metas que, isoladamente, não conseguiriam atingir, em virtude da complexidade e da variedade das tarefas inerentes ao trabalho a se efetuar.” Prof. Fernando Grobman Organizar é dispor um conjunto de recursos humanos e materiais em uma estrutura, isto é, em dada ordem; É a função da administração que distribui tarefas e recursos pelos membros da empresa (ou organização como entidade social), que determina quem tem autoridade sobre quem, e quando e onde se devem tomar decisões; É a etapa do processo de administração que agrupa e estrutura os recursos organizacionais e estabelece os mecanismos de comunicação e coordenação entre seus membros de forma a permitir que se alcancem os objetivos estabelecidos de modo eficiente. Organização como Função da Administração No contexto das Organizações como Entidade Social Encontramos organizações de diversos tipos: ✓Empresas; ✓Associações, cooperativas; ✓Órgãos do governo; ✓Terceiro setor. Dentre as empresas, encontramos diversas naturezas: ✓Comerciais; ✓Industriais; ✓Prestadoras de serviços Prof. Fernando Grobman As Organizações têm origem nas necessidades humanas e devem ter como propósito gerar valor para a Sociedade Prof. Fernando Grobman Necessidades Humanas Q u al id ad e d e V id a Trabalho em grupo, racional e coordenado produzido nas Organizações Bens e Serviços Satisfação das necessidades humanas Evo lu ção Tecn o ló gica Provocam Produzem Para Normalmente esse ciclo é crescente e contínuo As Organizações - Dinâmica Para sentirmos a importância das Organizações na vida atual, Pessoas, Sociedade, Economia, vamos fazer a seguinte dinâmica simples: Pense em todas as atividades que participamos durante um dia; Quais entre elas, se é que existe alguma, não são influenciadas, de uma maneira ou de outra, por uma organização? Fonte: Hall, Richard H. Organizações: Estruturas, processos e resultados. 2004 Prof. Fernando Grobman Organizações Tradicionais Na opinião de Dreyfus (1995), ―as empresas tradicionais tendem a fragmentar o trabalho em atividades especializadas, encerradas dentro de unidades organizacionais delimitadas e estáticas,cada uma comandada por ―um chefe, que controla as tarefas de seus subordinados. Nesse tipo de organização as atenções estão voltadas para dentro de cada célula organizacional e não para a cadeia de atividades, que cria os bens e serviços para os seus clientes, sejam eles externos ou internos. Chamamos esse modelo tradicional de Organização com Visão Departamental, por Funções. Prof. Fernando Grobman Organizações na Visão Departamental Tradicionalmente prevalecia nas Organizações o que é chamado de Visão Departamental, na qual as pessoas eram agrupadas por semelhança de funções: ✓Departamento de RH; ✓Departamento de Compras; ✓Departamento Financeiro; ✓Departamento de Produção; e etc. Nessa visão as pessoas de maneira geral tendem a entender suas tarefas como independentes; “é um pouco do sentimento do eu fiz a minha parte...” Departamentalização é uma visão de “especialização” do trabalho. Prof. Fernando Grobman Vamos lembrar nossas definições de Departamentalização Prof. Fernando Grobman ▪ A Departamentalização é o processo de diferenciação horizontal das atividades, de forma racional para o melhor desempenho e resultado; ▪ Um departamento (área, setor, gerência, etc.) é uma unidade de trabalho que agrega um conjunto de tarefas semelhantes ou coerentes entre si sob a gestão de um mesmo administrador; ▪ Tipos de Departamentalização: ✓ Funcional; ✓ Por produto; ✓ Por cliente; ✓ Geográfica ou Territorial; ✓ Por processo; e outras Vários tipos de estruturas e/ou vetores para departamentalização Prof. Fernando Grobman 1. Por funções: unidades organizacionais que executam funções assemelhadas ou afins; 2. Por produtos ou serviços: unidades organizacionais consolidam atividades relacionadas aos produtos ou serviços da empresa; 3. Territorial: agrupamento das unidades organizacionais pela lógica territorial ou geográfica; 4. Por cliente: foco nas necessidades específicas dos clientes; grandes magazines são normalmente departamentalizados por tipo de cliente (masculino, feminino, infanto-juvenil, esportes, etc.); 5. Por processo: seções fabris típicas, como estamparia, usinagem, montagem, controle de qualidade e outros; 6. Por projeto: caracterizada por atribuições temporárias, pois a principal característica de um projeto é ter começo, meio e fim, assim como prazo planejado para execução; 7. Matricial: neste sistema há um cruzamento de linhas de autoridade entre o funcional e o local, ou processo, sendo necessário definir quem tem ascendência sobre quem (linhas cheias e pontilhadas). Características Fundamentais da Visão Departamental Prof. Fernando Grobman ▪ Tarefas bem definidas; ▪ Facilidade de Controle; ▪ Pleno conhecimento da tarefa pelo executante (especialização e repetição); ▪ Resistência a mudanças; ▪ Subordinação direta a um único chefe: ✓ Processo decisório moroso pela centralização; ✓ Comunicação truncada entre departamentos; ✓ Possibilidade de erros em decorrência da má comunicação; ✓ Regras e controles diferentes entre as áreas; ✓ Foco na visão do chefe e não na visão do cliente; ▪ Como a visão preponderante não é focada no cliente, cada área pode incorrer no erro de desenvolver objetivos descolados dos objetivos organizacionais. Prof. Fernando Grobman Gente Operações Finanças Relações Mercado Supply Chain CEO Assistência Técnica Pesquisa Mercado Marketing Comercial Facilities Desenvolvimento Organizacional Seleção Talentos Adm. Pessoal Qualidade Manutenção Planejamento Operacional Produção Investidores Adm. Financeira Contabilidade Controladoria COMEX Logística Adm. Material Compras Pricing Segurança P&D Compliance Especificação de Material Assessoria Econômica Assessoria Juridica Como citado, o exemplo por excelência de Departamentalização é o tipo Funcional E os Pros e Cons da Departamentalização Funcional Prof. Fernando Grobman Departamentalização Funcional Pros Cons ✓ Melhor coordenação intradepartamental – especialização do conhecimento técnico; ✓ Incentiva a especialização técnica dos colaboradores; ✓ Eficiência em custos pois evita redundâncias – utilização intensiva dos recursos. ✓ Incentiva isolamento de cada unidade; ✓ Dificulta adaptação e flexibilidade a mudanças externas pois o foco funcional é mais eficiência interna e menos os objetivos da organização; ✓ Provável maior burocratização e níveis hierárquicos. Quando vimos os 5 Mecanismos de Coordenação de Mintzberg, observamos que a Supervisão Direta, fortemente relacionada com departamentalização, geralmente ocorre até um determinado estágio de crescimento organizacional, sob o olhar do dono: Prof. Fernando Grobman Configuração Estrutural Principais Mecanismos de Coordenação Estrutura Simples Supervisão Direta Burocracia Mecanizada Padronização do trabalho (ou dos processos) Burocracia Profissional Padronização das habilidades Forma Divisionada Padronização dos Resultados (outputs) Adhocracia Ajustamento Mútuo Quando vimos os modelos de gestão das Organizações observamos a dicotomia entre: Prof. Fernando Grobman Modelos Organizacionais Mecanicista Orgânico ✓Hierarquia; Cadeia de Comando; ✓Baixa comunicação espontânea entre os membros e autonomia; ✓Tendência a relações formais; ✓Informação circula na vertical (hierarquizada); ✓Autoridade formal decorrente da posição ocupada; ✓Impessoalidade, rigidez, alto nível de regulamentação; ✓Valorização da obediência e lealdade; ✓Normalmente adota visão departamentalizada. ✓Incentivo às competências dos colaboradores: CHA; ✓Criatividade individual; ✓Livre manifestação dos colaboradores, iniciativas e “acabativas”; ✓Comunicação menos formal; ✓Gestão orientada para processos (menos departamental e funcional); ✓Gestão participativa; ✓O poder é mais baseado na autoridade pessoal (competência) do que na posição formal. Prof. Fernando Grobman As Organizações com Visão Departamental encontram analogia com a definição do Modelo Mecanicista. O Modelo Orgânico se reflete de forma mais aderente ao que chamamos de Visão Organizacional na ótica de Processos. Prof. Fernando Grobman A Visão Organizacional na Ótica dos Processos A Organização Tradicional, orientada por Funções e Departamentalizada já não mais atende as demandas dos modernos ambientes competitivos de negócio. As novas Organizações tendem a se orientar de forma mais simples e dinâmica, em função dos seus processos. Definições de Processo “Processo é qualquer atividade que recebe uma entrada (input), agrega- lhe valor e gera uma saída (output) para um cliente interno ou externo. Os processos fazem uso dos recursos da organização para gerar resultados concretos.” (Harrington, 1993) “Processo é um grupo de atividades realizadas numa sequência lógica com o objetivo de produzir um bem, ou um serviço que tem valor para um grupo específico de clientes.” (Hammer e Champy, 1994) Prof. Fernando Grobman Davenport (1994) conceitua um processo como “uma ordenação específica das atividades de trabalho no tempo e no espaço, com um começo, um fim, inputs e outputs claramente identificados”. Segundo o autor, tais atividades são estruturadas com a finalidade de agregar valor aos inputs, resultando em um produto para um cliente. A visão de Porter (1992) enfatiza que, em uma organização, sua cadeia de valores é importante para a criação de vantagem competitiva. A cadeia de valores é definida como o conjunto de ―atividades física e tecnologicamente distintas através das quais uma empresa cria um produto valioso para os seus compradores. E que a cadeia de valores da organização se integra com as cadeias de valores dos fornecedores e dos canais de distribuição. Prof. Fernando Grobman Definições de Processo A visão de Gonçalves, autor do artigo “As empresas são grandes coleções de processos” Gonçalves (2000) define processo como qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma um input,adiciona valor a ele e fornece um output a um cliente específico. O autor destaca também a característica de interfuncionalidade dos processos, ou seja, a maioria dos processos empresariais, especialmente os processos chave ou primários, atravessa as fronteiras das áreas funcionais da organização, podendo envolver não só aspectos intraorganizacionais (interação entre os processos internos da empresa), mas também interorganizacionais (interação com os processos de outras organizações). Prof. Fernando Grobman Segundo Gonçalves ... A ênfase – anteriormente dada aos departamentos, à estrutura e às tarefas isoladas – migrou para um modelo organizacional mais simples e dinâmico: a visão centrada em processos. A orientação para os processos do negócio possibilita que a organização seja vista, não como um conjunto de departamentos estanques mas, sim, como um fluxo contínuo de atividades encadeadas que começam e terminam no cliente. Entender como os processos funcionam e quais são os tipos de processos existentes em uma organização é importante para determinar como eles devem ser gerenciados para a obtenção do máximo resultado. Prof. Fernando Grobman Outras citações relacionadas aos processos Segundo Graham e LeBaron (1994), todo trabalho importante realizado nas empresas faz parte de algum processo. Não existe um produto ou um serviço oferecido por uma empresa sem um processo empresarial. Da mesma forma, não faz sentido existir um processo empresarial que não ofereça um produto ou um serviço para um cliente, seja ele interno ou externo à empresa. Segundo Davenport (1994), grande parte do sucesso das empresas japonesas nas décadas de 80 e 90 decorreu da implementação da visão de processos, o que resultou em processos mais rápidos em áreas importantes como inovação de produtos, logística e vendas. Prof. Fernando Grobman Segundo Kaplan e Norton (1997) as organizações modernas operam com processos de negócio interfuncionais e enfatizam a melhoria contínua dos produtos e processos visando garantir o sucesso organizacional. Hammer (1997) enfatiza que "a essência do gerenciamento de um negócio é o gerenciamento de seus processos: garantindo que seu desempenho esteja de acordo com seu potencial, procurando oportunidades de aperfeiçoá-los e traduzindo tais oportunidades em realidade". Prof. Fernando Grobman Outras citações relacionadas aos processos Os Processos Prof. Fernando Grobman Um processo é uma sequência de atividades realizadas, muitas vezes de forma cíclica, com uma finalidade específica. É importante que possa ser replicável, mensurável (KPI’s – key performance indicators) e passível de melhorias. ProcessamentoInputs InputsInputs Inputs Inputs InputsInputs OutputsThroughputs Entradas O processo Saídas Os Processos Prof. Fernando Grobman Solicitações de Clientes Materiais Serviços Contratados etc ProcessamentoInputs InputsInputs Inputs Inputs InputsInputs OutputsThroughputs Entradas O processo Saídas Processamento Transformação Fabricação etc Produto Resultados Financeiros Propósito Social etc Retroalimentação ou Feedback Modelo Genérico de Funcionamento de um Processo nas Organizações Prof. Fernando Grobman TRANSFORMAÇÃO A1 A3 ENTRADAS SAÍDAS FEEDBACK MEDIR AVALIAR PADRÕES CORRIGIR A2 CLIENTE Sumário das Organizações orientadas por Processos Entradas: insumos que o processo transforma em resultados; Processamento ou transformação: as atividades interdependentes que transformam os insumos em resultados; Saídas: os resultados do processo, geralmente produtos ou serviços; Objetivos: razão de ser do processo, ou seja atender uma necessidade, regularmente do que denominamos cliente; Retroalimentação (Feedback): visa manter controle e ações corretivas; Interfuncionalidade: relativa ao cruzamento de fronteiras funcionais (departamentais) na empresa: ✓Interna: entre funções da empresas, como Comprar, Produzir, Expedir; e ✓Externa: entre agentes no mercado, como Fornecedores, Empresa e Clientes. Proprietário do Processo: responsável pela respectiva gestão, envolvendo: ✓Avaliar desempenho; ✓Manter desempenho de acordo com padrões, especificações, benchmarking; ✓Aperfeiçoar, buscar melhoria contínua, inovar. Prof. Fernando Grobman Os Processos Alguns processos são bastante relacionados à concepção técnica de processo como um fluxo de trabalho, onde há inputs (entradas), ocorre um processamento (throughput) e obtém-se um output (saídas). Essa visão física de um processo na área fabril ou logística, com começo, meio e fim, é muito difundida e razoavelmente fácil de ser visualizada – é atrelada à processos produtivos, por exemplo. E é muito útil a trabalhos de otimização ou melhoria em atividades. Mas também chamamos de processos nas organizações algumas sequências mais abstratas e com contornos de tempo menos rígidos. Vamos lembrar que chamamos processo de gestão e processo de orçamento, por exemplo. Todo trabalho importante realizado nas empresas faz parte de algum processo. Não existe um produto ou um serviço oferecido por uma empresa sem um processo empresarial. Prof. Fernando Grobman Sequência básica de um Processo na Organização Prof. Fernando Grobman O Processo de Atendimento de um Pedido do Cliente, em uma empresa produtiva, por exemplo, obedece ao seguinte fluxo: Produção Obtenção Recursos Pedido do Cliente Entrega ao Cliente Tipos de Processos nas Organizações Prof. Fernando Grobman Processos de Negócio (ou de cliente ou produtivo) Caracterizam a atuação da Organização ✓Vendas; ✓Desenvolvimento de Produtos; ✓Distribuição; ✓Cobrança; ✓Atendimento de Pedidos; ✓Atendimento ao Cliente; ✓Produção; ✓Manutenção; etc ✓Planejamento Estratégico; ✓Planejamento Operacional (SOP); ✓Orçamento; ✓Recrutamento e Seleção; ✓Compras; etc Processos Organizacionais Promovem a integração das atividades da Organização Processos Gerenciais Ações de monitoramento e controle de desempenho organizacional ✓Estabelecimento de Metas; ✓Gestão Integrada; ✓Destinação de Recursos; ✓Gestão Integrada; etc Prof. Fernando Grobman Essa visão por processos tem se mostrado de compreensão mais natural, intuitiva e integradora (intra e interorganizações) propiciando concentrar os esforços na busca de vantagens competitivas mais sólidas ou duradouras ou em valor! A Orientação por Processos viabiliza... Prof. Fernando Grobman ▪ entender como a organização funciona - e assim identificar potencial de melhoria; ▪ identificar os fornecedores e clientes, internos e externos; ▪ identificar quais são os processos mais relevantes para o negócio; ▪ que a organização entregue maior valor para seus clientes – mediante o aperfeiçoamento dos processos chave; ▪maior flexibilidade para a organização em termos de adaptação à mudanças; ▪ criar vantagem competitiva sustentável (*). Nota (*) segundo RBV, modelo VRIO, vantagem competitiva sustentável poderia ser considerada uma situação em que uma empresa tem um recurso (neste caso um processo) valioso, raro, difícil de imitar e bem explorado gerencialmente. Evidentemente no mundo de ciclos rápidos de negócio essa sustentabilidade é um desafio e muitos modelos de negócio inovadores tem estratégias mais dinâmicas e baseadas na mudança, ao invés da manutenção do status-quo) ✓Organização direcionada aos clientes; ✓Melhor coordenação e integração entre as atividades e os colaboradores; ✓Encurtamento do tempo das respostas (internas e ao cliente); ✓Melhor antecipação e monitoramento das demandas de mercado; ✓Gestão integrada dos relacionamentos (intra e interorganizacionais); ✓Visão sistêmica das atividades da organização; ✓Melhor gestão dos riscos e erros; ✓Sistema de avaliação de desempenho integrado, focado nos objetivos organizacionais e equalizando as métricas; ✓Maior satisfação dos colaboradores; ✓Etc. Prof. Fernando Grobman Vantagens da Visão por Processos FatoresCríticos de Sucesso na Orientação para Processos Prof. Fernando Grobman Orientar-se pelo Cliente Adotar o modelo horizontal baseado em processos Aprimorar interfaces (intra e interorganizacionais) Designar o proprietário de cada processo Definir indicadores de desempenho dos processos Utilizar equipes multidisciplinares e autogeridas Estimular a aprendizagem e a comunicação interpessoal Obter de todos o comprometimento com resultados Recompensar o desempenho Comparativo Organização Tradicional x Organização Orientada para Processos Prof. Fernando Grobman Elementos de um Processo / Características de Processos bem definidos Prof. Fernando Grobman ▪Em um ambiente de gestão orientado para processos surge a questão: este é um processo bem definido? ▪Muitas pessoas tem expectativas sobre a definição do processo como um caminho seguro para assegurar resultados e a oportunidade de melhoria; ▪ Já vimos que alguns processos estão suficientemente bem mapeados para propiciar essa visão; ▪Outros são complexos, sem conotação de começo e fim, sem visibilidade por conta de fluxo físico; sem delimitação clara do responsável. Elementos de um Processo / Características de Processos bem definidos Prof. Fernando Grobman Caracterizar que um processo está bem definido e pode ser clara e objetivamente gerenciado está normalmente ligado a: ✓alguém ser responsável pelo processo (responde por seus resultados); ✓o início e o fim do processo estão bem definidos (fronteiras bem delineadas); ✓relações internas e o sistema de autoridade e responsabilidade são bem definidos; ✓procedimentos, tarefas e especificações de treinamento bem entendidos e, preferencialmente, bem documentados; ✓sistemas de controle e realimentação próximos de onde a atividade é executada, orientados para atender as necessidades dos clientes; ✓prazos de execução consensuais entre as partes envolvidas; ✓cultura da melhoria contínua. Prof. Fernando Grobman As características de um processo bem definido podem ser avaliadas mediante a utilização da ferramenta 5W2H WHAT? (O quê?) WHY? (Por que?) WHO? (Quem?) WHERE? (Onde?) WHEN? (Quando?) HOW? (Como?) HOW MUCH? (Quanto?) O que deve ser feito? 1.) Por que o processo é necessário? 2.) Quais os objetivos do processo? Quem participa do processo, com que autoridade e com que responsabilidade Onde o processo é realizado? Quando o processo acontece? Como o processo acontece? Quanto custa o processo? Exemplo: O que deve ser considerado para execução do processo de Compras? Exemplos: 1.) Por que o processo de Compras é necessário? 2.) Qual o objetivo do processo de Compras? Exemplo: Quem participa do processo de Compras, incluindo fornecedores, usuários, decisores e clientes? Exemplo: Onde ocorre o processo de Compras? Exemplo: Quando o processo de compras se inicia e quando termina? Exemplo: Detalhar como o processo de compras se desenvolve. Exemplo: Levantar o custo do processo de compras TABELA 5W2H DINÂMICA LEITURA E DEBATE DO ARTIGO Prof. Fernando Grobman GONÇALVES, JOSÉ E. LIMA. As empresas são grandes coleções de processos. São Paulo: Revista de Administração de Empresas, Jan./Mar. 2000, v. 40, p. 6-19. Resumo - Abstract Prof. Fernando Grobman A ideia de processo tem estado presente nos textos e nas discussões sobre Administração de Empresas nos últimos anos. É praticamente impossível evitar temas como redesenho de processos, organização por processos e gestão por processos. Essa ideia, no entanto, não é nova e tem raízes na tradição da engenharia industrial e no estudo dos sistemas sociotécnicos. Embora muito presente, o conceito de processo não tem uma interpretação única, e a variedade de significados encontrados tem gerado inúmeros mal-entendidos. Este artigo propõe-se a facilitar a compreensão do assunto, oferecendo um quadro organizado de definições e aplicações para o conceito de processo empresarial. (GONÇALVES, JOSÉ E. LIMA; 2000) Sistema Sociotécnico - significado Prof. Fernando Grobman Sistema Sociotécnico no desenvolvimento organizacional é uma abordagem do projeto de trabalho organizacional complexo que reconhece a interação entre as pessoas e a tecnologia nos locais de trabalho. O termo também se refere à interação entre as complexas infraestruturas da sociedade e ao comportamento humano. 3 Elementos Relevantes na definição de um Processo Prof. Fernando Grobman EFICÁCIA FLEXIBILIDADE EFICIÊNCIA Vamos primeiramente revisitar os conceitos de Eficiência e Eficácia! Vamos relembrar Eficiência e Eficácia Prof. Fernando Grobman Eficiência é uma ideia sempre atrelada ao fazer algo da maneira mais correta possível, muitas vezes relacionada em Administração com fazer ao melhor custo ou menor tempo. Eficácia é uma ideia que evoca a busca por fazer a coisa mais correta ou adequada a um determinado propósito. Muitas vezes a solução mais eficaz para um problema nem apresenta o menor custo, nem o menor prazo de implementação e menos ainda o caminho mais simples e fácil a se percorrer. É comum em Administração considerar que a soma de Eficácia com Eficiência corresponde a Efetividade Prof. Fernando Grobman Eficiência Eficácia Efetividade+ => Sobrevivemos Evoluímos No Mundo VUCA: A frase emblemática de Peter Drucker abaixo contrapõe as questões de eficiência e eficácia com as palavras gestão e liderança: Prof. Fernando Grobman Eficiência x Eficácia nos Negócios Prof. Fernando Grobman ▪Não há como dissociar o aperfeiçoamento dos processos da busca de sua Eficiência. Aliás quando acompanhamos um processo de melhoria a percepção é de forte foco em resultados cujos indicadores são custo, prazo, desperdício, etc. – logo ligados à ideia da Eficiência; ▪ Mas para que esses resultados sejam efetivos deve ter ocorrido uma etapa preliminar, no planejamento, em que a Eficácia foi o foco. Não adianta ser o melhor e mais eficiente produtor do mundo de algo que não tem aplicabilidade e por falta de clientes irá abarrotar as prateleiras de estoque; ▪ A conclusão é que o aprimoramento dos processos de negócio das empresas deve assegurar a busca primordial da eficácia e depois a eficiência. Processos de aperfeiçoamento sem esse foco são erros graves de modelagem dos negócios. Prof. Fernando Grobman Dinâmica em Classe: A Eficácia antes da Eficiência Vamos construir um galinheiro encostado numa parede pré-existente com 80 m de tela. 350 m2 600 m2 750 m2 5 70 10 60 15 50 Alternativas M el h o ra d a Á re a Todas as alternativas são EFICIENTES em termos de utilização de recursos. A busca da maximização da área construída utilizando toda a tela disponível é uma busca da EFETIVIDADE, pois significa não desperdiçar recursos e ao mesmo tempo maximizar a EFICÁCIA construindo o maior galinheiro possível. 800 m2 20 40 0 4020 Exemplo de trade-off entre Eficiência e Eficácia Prof. Fernando Grobman Alto Baixo Alto Baixa R e sp o n si vi d ad e Fronteira eficiente de custo x responsividade Altamente Responsiva Altamente Eficiente Custo Capacidade Uma empresa é tanto mais eficiente quanto menor o seu custo de produzir e entregar um produto ou serviço ao cliente final. Responsividade é a característica desenvolvida por uma empresa de satisfazer as necessidades dos clientes de forma precisa, rápida e sem alterações do nível de qualidade do produto e dos serviços. Dilema: Excesso exclusivo de responsividade pode acarretar empresa com cliente satisfeito mas pouco competitiva em custo; Excesso de competitividade em custo pode remover capacidades de atendimento na qualidade e prazo que o cliente precisa e acarretar perda de pedidos. Oportunidade melhoria contínua Mudança de Patamar O caminho da Resiliência nas Cadeias de Suprimentos em tempos de Covid-19 Prof. Fernando Grobman AltoBaixo Alto Baixa Resilience C o st - Effe ct iv e n e ss Resilience = f (resistance; recovery) Apresentação Prof Martin Christopher/Cranfield Oportunidade melhoria contínua Mudança de Patamar 3 Elementos Relevantes na definição de um Processo Prof. Fernando Grobman EFICÁCIA Grau com que as necessidades dos clientes são atendidas. Obter os resultados desejados e atender o que o cliente solicitou. FLEXIBILIDADE Grau de adaptabilidade dos processos para atender solicitações especiais e customizadas dos clientes. Indicadores: Tmédio atendimento solicit especial em relação ao T atendimento padrão; %Solicit especiais atendidas; %Solicit especiais declinadas; %Solicit especiais que precisam autorização superior. Indicadores: Produto adequado; Serviço adequado; Aparência; pontualidade entrega; exatidão; desempenho; confiabilidade; utilidade; durabilidade EFICIÊNCIA Grau de Aproveitamento dos Recursos para obter os resultados desejados. Racionalizar os processos e ter método na execução. Indicadores: Custo Recursos gastos por unidade produzida; Tempo de ciclo de processo; Desperdício ou refugo. Desdobramento de Processos Prof. Fernando Grobman Para bem representar um processo podem ser recomendáveis diferentes graus de detalhamento. Esta é uma configuração de hierarquia usual em processos. Desdobramento de Processos Prof. Fernando Grobman ▪macroprocesso: envolve mais de uma função da estrutura organizacional e envolve um conjunto de processos cuja operação tem impacto significativo na organização; ▪ processos: divisões do macroprocesso com objetivos específicos organizados seguindo muitas vezes linhas funcionais. Os processos recebem entradas e geram suas saídas, que se iniciam e terminam com o cliente externo; ▪ subprocessos: é uma maneira de encapsular um grupo de atividades de um processo; ▪ atividades: trabalho tipicamente executado por um departamento ou pessoa relacionada ao nível “o que” fazer no ambiente organizacional; ▪ tarefas: trabalho tipicamente executado por um departamento ou pessoa, porém em nível maior de detalhamento, o “como fazer”. Nota: autores podem divergir nessas delimitações; no caso de atividades e tarefas adotamos especificamente a definição do livro Mapeamento e Gestão por Processos de Orlando Pavani Jr e Rafael Scucuglia. Desdobramento de Processos Prof. Fernando Grobman Processo I Subprocesso 1 Subprocesso 2 Subprocesso 3 Processo II Processo III Subprocesso 1 Subprocesso 2 Subprocesso 3 Atividade 1 Atividade 3 Atividade 1 Tarefa 1 Tarefa 2 Tarefa 3 Tarefa 4 Atividade 2 Vantagens do Desdobramento de Processos Prof. Fernando Grobman Como resultado do desdobramento dos processos podemos: Entender o funcionamento detalhado do processo e suas inter-relações Identificar as causas (no nível das tarefas) do mau desempenho do processo (e implementar melhorias) Mapear o processo (elaborar fluxograma) Uma visão comparativa gráfica entre orientação departamental e orientação para processos Prof. Fernando Grobman A estrutura departamental na maioria das vezes não coincide com os efetivos processos empresariais que ocorrem na sua operação Área 2 Área 3 Área 4Área 1 Área 5 CEO Processo Empresarial 1 Processo Empresarial 2 Processo Empresarial 3 Processo Empresarial n ... Cadeia de Comando (típica visão departamental) x Gestão por Processos (transversalidade) Prof. Fernando Grobman Cadeia de Comando Processo de Negócio A autoridade e a comunicação na empresa seguem os canais formais se reportando sempre ao superior. A autoridade e a comunicação na empresa se dão ao longo de trajetórias alinhadas com o processo de negócio e não com a hierarquia formal da empresa. Dessa forma podem seguir vários trajetos ao longo da estrutura. A Cadeia de Valor de Porter (uma representação de processo intraorganizacional) Prof. Fernando Grobman Fluxo contínuo da esquerda para direita dos processos que contribuem para produzir valor aos clientes. Embora as empresas na mesma indústria possam ter cadeias similares, as cadeias de valor dos concorrentes frequentemente diferem (Porter, 1996) A mesma visão de processos pode ser estendida para cadeias de suprimentos .... Prof. Fernando Grobman Adaptado de Lambert & Cooper, 2000
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