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17 CRIMES CONTRA A HONRA E LIBERDADE INDIVIDUAL

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DIREITO PENAL 
PARTE ESPECIAL – CRIMES CONTRA A HONRA E 
LIBERDADE INDIVIDUAL 
 
 
 
 
2 
 
Sumário 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4 
1.1 FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL ................................................................................................. 5 
1.2 CONCEITO DE HONRA .................................................................................................................. 5 
1.3 ESPÉCIES DE HONRA .................................................................................................................... 5 
2 CALÚNIA .................................................................................................................................. 6 
2.1 OBJETIVIDADE JURÍDICA .............................................................................................................. 7 
2.2 SUJEITO PASSIVO ......................................................................................................................... 8 
2.3 FORMAS DE CALÚNIA .................................................................................................................. 8 
2.4 CONSUMAÇÃO ............................................................................................................................ 8 
2.5 SUBTIPOS .................................................................................................................................... 9 
2.6 EXCEÇÃO DA VERDADE ................................................................................................................ 9 
3 DIFAMAÇÃO .......................................................................................................................... 11 
3.1 OBJETIVIDADE JURÍDICA ............................................................................................................. 12 
3.2 NÚCLEO DO TIPO ........................................................................................................................ 12 
3.3 CONSUMAÇÃO ........................................................................................................................... 12 
3.4 EXCEÇÃO DA VERDADE? .............................................................................................................. 13 
4 INJÚRIA ................................................................................................................................. 14 
4.1 OBJETIVIDADE JURÍDICA ............................................................................................................. 14 
4.2 NÚCLEO DO TIPO ........................................................................................................................ 16 
4.3 CONSUMAÇÃO ........................................................................................................................... 17 
4.4 EXCEÇÃO DA VERDADE? .............................................................................................................. 17 
4.5 PERDÃO JUDICIAL ....................................................................................................................... 17 
4.6 INJÚRIA JUDICIAL (#CAIMUITO) ................................................................................................... 18 
4.7 INJÚRIA QUALIFICADA “RACIAL” ................................................................................................. 19 
4.8 INJÚRIA CONTRA FUNCIONÁRIO PÚBLICO X DESACATO ............................................................... 20 
4.9 INJÚRIA PRATICADA NAS REDES SOCIAIS E COMPETÊNCIA ........................................................... 21 
5 OBSERVAÇÕES COMUNS – CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA ................................................. 22 
5.1 SÃO CRIMES DE DANO ................................................................................................................ 22 
5.2 CRIMES DE CONSUMAÇÃO ANTECIPADA OU DE RESULTADO CORTADO OU FORMAL ................... 22 
5.3 SUJEITO ATIVO ........................................................................................................................... 23 
5.4 SUJEITO PASSIVO ........................................................................................................................ 23 
5.5 ELEMENTO SUBJETIVO ................................................................................................................ 25 
5.6 AUMENTO DE PENA .................................................................................................................... 25 
5.7 EXCLUSÃO DO CRIME – EXCLUDENTE DE ILICITUDE ...................................................................... 27 
5.8 RETRATAÇÃO – EXCLUDENTE DE PUNIBILIDADE ........................................................................... 28 
5.9 PEDIDO DE EXPLICAÇÕES ............................................................................................................ 30 
5.10 AÇÃO PENAL - #CAIMUITO .......................................................................................................... 31 
6 CONSTRANGIMENTO ILEGAL .................................................................................................. 33 
7 AMEAÇA ................................................................................................................................ 35 
8 SEQUESTRO E CARCERE PRIVADO .......................................................................................... 36 
9 *REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO ............................................................... 38 
3 
 
10 DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO .................................................. 40 
11 DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA ..................................... 42 
12 OUTROS CRIMES ................................................................................................................ 44 
12.1 DIVULGAÇÃO DE SEGREDO ......................................................................................................... 44 
12.2 CRIMES DE IMPRENSA ................................................................................................................ 45 
13 DISPOSITIVOS PARA LEGISLAÇÃO ....................................................................................... 45 
14 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ................................................................................................... 46 
 
 
4 
 
ATUALIZADO EM 21/12/20181 
CRIMES CONTRA A HONRA 
1 INTRODUÇÃO 
 
Pertencem ao bloco dos crimes contra a pessoa. Estão no título I. São três: 
 Calúnia 
 Difamação 
 Injúria 
Também existem leis especiais prevendo esses crimes (Código Penal Militar, Lei de Segurança 
Nacional, Código Eleitoral). 
E os crimes contra a honra na Lei de Imprensa (Lei nº 5.250/67)? Essa lei não foi recepcionada pela 
Constituição Federal de 1988 (ADPF 130). Isso significa que no âmbito das relações de imprensa não existe 
mais os crimes contra a honra? Não, aplicam-se os crimes do Código Penal. 
Houve abollitio criminis com a revogação da Lei de Imprensa? Não, segundo o princípio da 
continuidade normativa típica. A conduta não deixou de ser considerada crime; simplesmente migrou de um 
dispositivo para outro. Foi tudo para o Código Penal. 
Os tipos previstos no Código Penal têm natureza subsidiária ou residual, pois serão aplicados sempre 
que não incidir alguma lei especial. 
CÓDIGO BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÕES (Lei 4.117) 
Art. 53. Constitui abuso, no exercício de liberdade da radiodifusão, o emprego desse meio de comunicação 
para a prática de crime ou contravenção prevista na legislação em vigor no País, inclusive: 
 
 
 
1
 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto dediálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, 
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do 
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas 
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos 
eventos anteriormente citados. 
5 
 
i) Caluniar, injuriar ou difamar os poderes legislativos, executivo ou judiciário ou os respectivos 
membros; 
 Código Eleitoral (os crimes são de ação penal publica incondicionada) 
 Código Penal Militar (Art. 214, 215 e 216) 
 Lei de Segurança Nacional 
1.1 FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL 
Um crime só é legítimo quando tutela valores consagrados na Constituição Federal. O fundamento 
constitucional está no art. 5º, X, CF. A honra é um direito fundamental do ser humano. 
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
1.2 CONCEITO DE HONRA 
Honra é o conjunto de qualidades físicas, morais e intelectuais de uma pessoa, que tornam a pessoa 
merecedora de respeito na sociedade e que promove a sua autoestima. 
1.3 ESPÉCIES DE HONRA 
a) Honra objetiva: é a visão que os demais membros de uma sociedade têm de uma pessoa. Ofendem a honra 
objetiva: calúnia e difamação. Por isso para a sua consumação exigem a imputação de um fato e o 
conhecimento desse fato a terceiro. 
b) Honra subjetiva: é o que cada um pensa de si próprio. Essa honra subjetiva se divide em honra dignidade e 
honra decoro. Na injúria não há imputação de fato, bastando a atribuição de uma qualidade negativa. O crime 
se consuma no momento em que a ofensa chega ao conhecimento da vítima. 
 Honra dignidade diz respeito às qualidades morais da pessoa. Ex. mau caráter, caloteiro. 
 Honra decoro diz respeito às qualidades físicas e intelectuais das pessoas. 
c) Honra comum: é aquela que ofende a pessoa enquanto ser humano, ou seja, independe das atividades que 
ela exerce. 
d) Honra especial/profissional: depende da atividade que a vítima exerce. Chamar médico de açougueiro. 
#QUADRORESUMO: 
HONRA OBJETIVA: HONRA SUBJETIVA: 
Conceito que a sociedade possui a respeito do 
indivíduo. 
Conceito que o indivíduo tem de si próprio. 
- Dignidade / Decoro / Autoestima 
6 
 
Reputação pessoal perante 3ºs. É o que a vítima pensa dela mesma. 
Crimes tutelados: calúnia, difamação Crimes tutelados: injúria 
Pessoa Jurídica: somente pode ser vítima de calúnia e 
difamação – Tem só honra objetiva. (há divergência) 
 
A pessoa jurídica pode ser vítima de calúnia (imputar 
crime) desde que a falsa imputação se refira a fato 
definido como crime ambiental. (que é a única 
previsão de imputação de crime a pessoa jurídica) 
Inimputável pode ser vítima de injúria? 
Sim, dede que possua capacidade de 
compreender a ofensa. Ex. Ofender uma criança 
Pessoa jurídica pode ser vítima de difamação. 
CONSUMAÇÃO: (calúnia/ difamação) CONSUMAÇÃO: (Injúria) 
Consuma-se quando um 3º toma ciência da 
imputação. 
Consuma-se quando a ofensa chega ao 
conhecimento do ofendido. 
CABE RETRATAÇÃO 
#Cuidado com a difamação, pois no caso específico é 
mais restrita – funcionário público. 
NÃO CABE RETRATAÇÃO 
 
 
CALÚNIA DIFAMAÇÃO INJÚRIA 
Art. 138 CP Art. 139 Art. 140 
Imputa-se fato definido como 
crime determinado sabidamente 
falso. 
Imputa-se fato desonroso 
determinado em regra não 
importando se verdadeiro ou falso. 
Atribui-se qualidade negativa 
FATO 
DETERMINADO 
CRIMINOSO. 
SABIDAMENTE FALSO. 
FATO 
DETERMINADO 
DESONROSO. 
 
QUALIDADE 
NEGATIVA 
HONRA OBJETIVA HONRA OBJETIVA HONRA SUBJETIVA 
 
2 CALÚNIA 
É um crime de menor potencial ofensivo. 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
#OBS.: MENOR DE 18 ANOS PODE SER AUTOR DE CALÚNIA? (INIMPUTÁVEIS) SIM, apesar do menor não 
praticar crime, ele pratica fato definido como crime (ato infracional). 
7 
 
#OBS.: RECEBE-SE OU REJEITA-SE A QUEIXA? Vítima descrevendo uma difamação, mas capitula como calúnia-
Juiz recebe a queixa e no momento da sentença aplica a emendatio libeli. 
2.1 OBJETIVIDADE JURÍDICA 
Ofende a honra objetiva. O núcleo do tipo não é caluniar. A expressão ‘caluniar alguém’ era 
desnecessária. O núcleo do tipo é imputar. O que é imputar? Atribuir à alguém a prática de um fato. 
O fato imputado tem que ser definido como crime, qualquer que seja a sua espécie (doloso, culposo, 
etc.). Esse crime pode ser inclusive uma calúnia. O agente diz que a vítima praticou uma calúnia. Também é 
conhecida como difamação qualificada. 
O fato tem que ser determinado e verossímil, ou seja, que pode ser verídico. Revestido de 
veracidade. 
Deve ser imputado a uma pessoa certa e determinada. Ex. um professor da LFG roubou minha casa – 
não é calúnia. Ou ainda que pode ser determinada, pelas características dadas. 
E se for contravenção penal? Não é crime de calúnia. É mero caso de difamação. 
A imputação tem que ser falsa. Se a imputação é verdadeira, paciência. O tipo penal serve para 
proteger a honra das pessoas de bem e não para acobertar criminosos. 
Imputa-se fato definido como crime determinado sabidamente falso. 
Essa falsidade pode recair na existência do fato ou no envolvimento da vítima no fato. A falsidade é 
elemento normativo do tipo. 
#ATENÇÃO: ADVOGADO NÃO TEM IMUNIDADE PROFISSIONAL PARA CALÚNIA 
#OBS.: É CRIME A AUTO-CALÚNIA? SIM, É UM CRIME, MAS NÃO CONTRA HONRA, apesar de não punir a 
autolesão da honra, É CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA. AUTO-ACUSAÇÃO FALSA 
#OBS.: CRIME CONTRA HONRA (calúnia/difamação) DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA PODE CONFIGURAR CRIME 
CONTRA A SEGURANÇA NACIONAL. 
(#Q): A HONRA É BEM DISPONÍVEL OU INDISPONÍVEL? Vítima que consente em ser caluniada haverá o crime? 
Hoje é pacífico que a honra é bem disponível, se a vítima consentir para a calúnia não haverá crime. 
 
8 
 
2.2 SUJEITO PASSIVO 
Qualquer pessoa pode ser vítima de calúnia, mesmo o desonrado. Jurisprudência: prostituta pode 
ser vítima de calúnia. 
#POLÊMICA - MENORES/LOUCO PODEM SER VÍTIMAS DE CALÚNIA? 
1ª CORRENTE 2ª CORRENTE 
Menor e louco não praticam crimes. Logo não 
podem ser vítimas de calúnia, mas sim vítima de 
difamação. 
 A lei exige imputação de fato definido como 
crime, isto é fato típico. Logo sabendo que o 
menor e o louco praticam fato típico podem 
ser vítimas de calúnia. - PREVALECE. - STJ 
 
2.3 FORMAS DE CALÚNIA 
 Inequívoca ou explícita: A ofensa é direta. Ela é clara. Não deixa dúvida alguma. 
 Equívoca ou implícita: A ofensa é velada. O sujeito dá a entender que a vítima cometeu o crime. ex. se eu 
tivesse julgado aquele caso eu também estaria de carro novo. 
 Calúnia reflexa: o agente ao atribuir um crime a determinada pessoa, acaba por também a imputar um 
crime a pessoa diversa. ex. aquele policial é corrupto porque recebeu x reais de Cléber Masson. A calúnia 
contra Cléber é reflexa. 
2.4 CONSUMAÇÃO 
Atinge a honra objetiva e, por isso, se consuma quando a ofensa chega ao conhecimento de terceiro. 
Basta que chegue ao conhecimento de uma única pessoa. Pouco importa se a vítima teve ou não 
conhecimento da ofensa. Independentemente do efetivo dano a reputação da vítima. CRIME FORMAL. 
Cabe tentativa? Na calúnia oral não cabe (ou fala ou não fala). Doutrina majoritária. Se for escrita 
cabe tentativa – e-mail extraviado. Ex. carta caluniadora interceptada pela própria vítima. 
A calúnia por telegrama consuma-se no local de sua expedição, quando a imputação falsa chega ao 
conhecimento deoutrem. Embora obrigado ao sigilo profissional, o funcionário do telégrafo teve 
conhecimento do fato delituoso que aí, pois, se consumou (STF). 
A calúnia é crime formal. Com efeito, o delito pressupõe que o agente queira afetar o bom nome da 
vítima, mas se consuma quando a imputação chega ao conhecimento de terceiro, ainda que a reputação da 
vítima não seja efetivamente abalada. 
9 
 
2.5 SUBTIPOS 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 
É o tipo da fofoca. Propalar é relatar verbalmente e divulgar é a transmissão por qualquer outro 
meio. Basta que a calúnia seja transmitida para uma única pessoa. 
Admite apenas o dolo direto “sabendo falsa a imputação” – revela um juízo de certeza. Não pode ser 
dolo eventual. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
Quem é a vítima desse crime? Os familiares do falecido, que tem o interesse em preservar a sua 
memória. 
(#Q): Qual a diferença entre calúnia e denunciação caluniosa? 
CALÚNIA DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA 
Honra Administração de Justiça 
Regra: Ação privada Ação pública incondicionada 
Imputação falsa de crime Pode ocorrer imputação falsa de crime ou de 
contravenção penal 
Imputação falsa de crime se esgota em si mesma. O 
agente se contenta em macular a honra objetiva da 
vítima. 
 Ofende a honra para movimentar a maquina 
estatal. Há uma ação penal em curso 
 
“A calúnia, como crime menor, é abrangida pela denunciação caluniosa, crime maior, quando ambos 
os delitos estiverem fundados em um mesmo fato”. 
2.6 EXCEÇÃO DA VERDADE 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I - Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença 
irrecorrível; 
II - Se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; 
III - Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
Exceção significa defesa. 
10 
 
A procedência da exceção da verdade acarreta a absolvição. Qual o fundamento da absolvição? 
Desaparece elementar do tipo, estamos diante de uma causa de atipicidade. 
Toda imputação criminosa é presumidamente falsa. Mas essa presunção é relativa (iuris tantum), 
admitindo prova em sentido contrário. 
O acusado poderá então se defender por meio da exceção da verdade, provando que imputação era 
verdadeira. 
A exceção é um incidente processual (só ocorre na fase judicial. Nunca na fase investigatória) e 
prejudicial (impede a análise do mérito). 
É uma medida facultativa de defesa indireta. O réu não é obrigado a utilizar a exceção da verdade. 
Defesa direta – negativa de autoria. 
Se a vítima da calúnia tem foro especial, a exceção da verdade vai ser processada nesse foro. 
Somente a exceção é processada no foro especial. 
#CAIUEMPROVA - Essa temática foi objeto de questionamento na prova do TRF4/2016, sendo considerada 
correta a seguinte alternativa: “A exceção da verdade, quando deduzida nos crimes contra a honra que 
autorizam a sua oposição, deve ser admitida, processada e julgada, ordinariamente, pelo juízo 
competente para apreciar a ação penal condenatória. Tratando-se, no entanto, de exceptio veritati 
deduzida contra pessoa que dispõe, ratione muneris, de prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal 
Federal (Constituição Federal, art. 102, I, b e c), a atribuição da Suprema Corte restringir-se-á, unicamente, 
ao julgamento da referida exceção, NÃO assistindo a esse Tribunal competência para admiti-la, para 
processá-la ou, sequer, para instruí-la, razão pela qual os atos de dilação probatória pertinentes a esse 
procedimento incidental deverão ser promovidos na instância ordinária competente para apreciar a causa 
principal (ação penal condenatória).” 
Súmula 396 STF - Para a ação penal por ofensa à honra, sendo admissível a exceção da verdade quanto ao 
desempenho de função pública, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que já 
tenha cessado o exercício funcional do ofendido. Superada. 
A regra é o cabimento da exceção da verdade, pois a falsidade é elemento do tipo. Há três exceções: 
1. Se o crime imputado é de ação privada, salvo se o ofendido já foi condenado por tal crime. Streptus foro – 
escândalo do processo. Há crimes que muito transgridem a intimidade da vítima. Ex. crime de injúria. 
Chamou a mulher de puta. A mulher não quis entrar com ação para não se expor. Ai vem uma pessoa e 
diz que aquilo ocorreu. Não pode. 
11 
 
2. Se a ofensa for contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro. Chefe de Governo 
estrangeiro é imune à legislação brasileira. Ex. não posso provar que Obama realmente estuprou. 
Presidente da República – não cabe exceção da verdade diante de toda sistemática da Constituição 
Federal para processar e julgar os crimes praticados contra o Presidente da República (tem que ter 
autorização da Câmara dos Deputados, tem que ser ação movida pelo PGR no STF, etc.) 
3. Qualquer que seja o crime, se o ofendido já foi absolvido por sentença irrecorrível. O fundamento é a 
coisa julgada. 
 
#OBS.: Qual o efeito do não cabimento da exceção da verdade? Existe calúnia na imputação verdadeira de 
crime? SIM, quando não cabe a exceção da verdade. 
#OBS.: Para Vicente Greco Filho essas hipóteses em que não se admite a exceção da verdade são 
inconstitucionais por ofender o princípio da ampla defesa. Ele está errado. Por quê? 1. É um meio facultativo. 
2. A própria CF admite essa vedação. 
3 DIFAMAÇÃO 
Difamação 
Art. 139 – Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: 
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Exceção da verdade 
Parágrafo único – A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é 
relativa ao exercício de suas funções 
É uma infração de menor potencial ofensivo (competência dos Juizados Especiais Criminais). É 
imputar à alguém fato ofensivo à sua reputação. O tipo foi redundante ao usar a expressão “difamar” como 
núcleo. 
(#Q): PESSOA JURÍDICA PODE SER VÍTIMA? 
1ª CORRENTE: 2ª CORRENTE: 
Pessoa jurídica tem honra objetiva, tem reputação 
a ser preservada, logo pode ser vítima de 
difamação. (MAJORITÁRIA) 
Os crimes contra a honra somente protegem a 
honra da pessoa física, jamais da pessoa jurídica. 
(Mirabeti). 
 
12 
 
(#Q): MORTO PODE SER VÍTIMA DE DIFAMAÇÃO? Morto não pode ser vítima de nenhum crime. É PUNÍVEL A 
DIFAMAÇÃO CONTRA OS MORTOS? Não é punível a difamação contra os mortos, existia previsão legal na lei 
de imprensa, mas tal lei não foi recepcionada pela CRFB/88. 
Como só existe regra expressa prevendo possibilidade de punição para a calúnia (art. 138, §2º do 
CP), a doutrina firmou entendimento de que não é punível a difamação contra pessoas mortas. 
3.1 OBJETIVIDADE JURÍDICA 
É um crime que atinge a honra objetiva, reclamando a imputação de um fato certo e determinado. É 
preciso que a imputação contenha circunstâncias descritivas do fato (tempo, local, pessoas envolvidas). 
3.2 NÚCLEO DO TIPO 
Difamar é desacreditar publicamente uma pessoa, mediante a imputação de um fato ofensivo à 
reputação. O agente vai macular a honra da vítima. Na difamação o tipo penal não contém a elementar 
“falsamente”. Essa imputação pode ser verdadeira ou falsa. O sentido da norma é o de que ninguém deve 
fazer comentários depreciativos sobre a vida alheia, ainda que verdadeiros. Basta um fato ofensivo à 
reputação da vítima, capaz de macular, ofender, desacreditar publicamente a vítima. 
OFENSA DIRETAMENTE A VÍTIMA: Se o agente dirige a difamação diretamente à vítima não sendo 
espalhado para 3ºs não configura difamação, podendo configurar injúria, pois atinge a honra subjetiva. 
VÍTIMA QUE CONTA OS FATOS A TERCEIRA PESSOA: Se a vítima contar para terceira pessoa não 
caracteriza a difamação, mas tão somente, como afirma Rogério Greco, o delito de injúria, de menor 
gravidade,comparativamente ao crime de difamação. 
A prática de uma contravenção penal é um fato ofensivo à reputação, caracterizando a difamação. 
(#Q): O ARTIGO 138 PUNIA NÃO SÓ O CRIADOR DA CALÚNIA, COMO AQUELE QUE PROPALAVA OU 
DIVULGAVA, O FOFOQUEIRO. O ARTIGO 139 PUNE ALGUÉM MAIS QUE O CRIADOR? NÃO, pois não existe 
previsão expressa para isto. ENTRETANTO: Entende a maioria da doutrina que PROPALAR E DIVULGAR não 
deixa de ser uma forma de difamar. 
3.3 CONSUMAÇÃO 
No momento em que um terceiro toma conhecimento da ofensa, já que atinge a honra objetiva, 
mesmo que a vítima não saiba da ofensa. 
É possível a tentativa? Depende do meio de execução. Se for praticada verbalmente não cabe, mas 
por escrito sim (exemplo: carta que se extravia). Crítica – mesmo quando é verbal a tentativa é possível. 
13 
 
3.4 EXCEÇÃO DA VERDADE? 
Não se admite. Afinal, a falsidade da imputação aqui não é elemento do tipo. 
Há uma única exceção, em que cabe a exceção da verdade – quando o ofendido é funcionário 
público + ofensa relativa ao exercício se suas funções. Não basta ser funcionário público. São dois requisitos 
cumulativos. 
Art. 139, Parágrafo único – A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a 
ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 
O fundamento é o interesse público na fiscalização das atividades dos agentes públicos. 
E se o ofendido deixou de ser funcionário público? 
 1ª posição (Magalhães Noronha e Heleno Cláudio Fragoso): se não for mais agente público não cabe 
exceção da verdade, por falta e previsão legal. 
 2ª posição (Bento de Faria): mesmo não sendo funcionário público, cabe a exceção da verdade desde que 
a ofensa seja relativa a um fato praticado quando ele era funcionário público. Defende o princípio da 
contemporaneidade, bastando que a ofensa seja contemporânea ao período em que era funcionário 
público. 
 
Súmula 396 STF – Para a ação penal por ofensa à honra, sendo admissível a exceção da verdade quanto ao 
desempenho de função pública, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que já 
tenha cessado o exercício funcional do ofendido. Superada. 
CALÚNIA DIFAMAÇÃO 
Procedência da exceção: 
FUNDAMENTO: 
Absolvição - Atipicidade. 
A falsidade é elementar do tipo. 
Procedência da exceção: 
FUNDAMENTO 
Absolvição - Excludente especial da ilicitude. 
É uma modalidade especial de exercício regular de 
direito. 
 
CALÚNIA DIFAMAÇÃO 
1. O fato imputado deve ser definido como 
crime; 
2. A imputação deve ser falsa 
3. É punível contra os mortos 
1. O fato imputado deve ser desonrosos, mas 
nunca definido como crime 
2. Não é necessário que a imputação seja falsa 
3. Não é possível contra os mortos 
14 
 
4. Admite, em regra, a exceção da verdade 
5. Possui subtipo 
4. Não admite, em regra, exceção da verdade 
5. Não possui subtipo 
 
* #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Configura, em tese, difamação a conduta do agente que publica vídeo de um 
discurso no qual a frase completa do orador é editada, transmitindo a falsa ideia de que ele estava falando mal 
de negros e pobres. A edição de um vídeo ou áudio tem como objetivo guiar o espectador e, quando feita com 
o objetivo de difamar a honra de uma pessoa, configura dolo da prática criminosa. Vale ressaltar que esta 
conduta do agente, ainda que praticada por Deputado Federal, não estará protegida pela imunidade 
parlamentar. STF. 1ª Turma. Pet 5705/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/9/2017 (Info 876). 
 
4 INJÚRIA 
Injúria 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
II - No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se 
considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
 § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a 
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) 
4.1 OBJETIVIDADE JURÍDICA 
Atinge a honra subjetiva, que se divide em dignidade de decoro. Se atinge a honra subjetiva, não há 
imputação de fato. Basta o xingamento ou a atribuição de uma qualidade negativa. É um crime de atinge a 
autoestima da vítima. 
 
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF - O Deputado Federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou que a também 
Deputada Federal Maria do Rosário (PT-RS), “não merece ser estuprada por ser muito ruim, muito feia, não faz 
meu gênero”. E acrescentou que, se fosse estuprador, "não iria estuprá-la porque ela não merece". O STF 
entendeu que a conduta do parlamentar configura, em tese, para fins de recebimento de denúncia, o crime de 
15 
 
injúria: "Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis 
meses, ou multa." 
As declarações do Deputado atingiram a honra subjetiva da Deputada porque rebaixaram sua dignidade moral, 
expondo sua imagem à humilhação pública, além de associar as características da mulher à possibilidade de 
ser vítima de estupro. STF. 1a Turma. Inq 3932/DF e Pet 5243/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 21/6/2016 
(Info 831). 
O Deputado Federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou que a também Deputada Federal, Maria do Rosário (PT-
RS), “não merece ser estuprada por ser muito ruim, muito feia, não faz meu gênero”. E acrescentou que, se 
fosse estuprador, "não iria estuprá-la porque ela não merece". O STF entendeu que a conduta do parlamentar 
configura, em tese, para fins de recebimento de denúncia, o delito do art. 286 do CP (incitação ao crime): "Art. 
286. Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa." 
A manifestação do Deputado tem o potencial de incitar outros homens a expor as mulheres à fragilidade e à 
violência física, sexual, psicológica e moral, considerando que foi proferida por um parlamentar, que não pode 
desconhecer os tipos penais. 
O crime de estupro tem consequências graves, e sua ameaça constante mantém todas as mulheres em 
situação de subordinação. Portanto, discursos que relativizam essa gravidade e a abjeção do delito contribuem 
para agravar a vitimização secundária produzida pelo estupro. 
O parlamentar, ao utilizar o vocábulo “merece” transformou o estupro em algo como se fosse um prêmio, um 
favor, uma benesse à mulher. Além disso, transmitiu a ideia de que as vítimas podem merecer os sofrimentos 
a elas infligidos pelo estupro. Essa fala reflete os valores de uma sociedade desigual, que ainda tolera e até 
incentiva a prática de atitudes machistas e defende a naturalidade de uma posição superior do homem, nas 
mais diversas atividades. 
Para que se consuma o tipo penal do art. 286 do CP, não é necessário que o agente incentive, verbal e 
literalmente, a prática de determinado crime. Este delito pode ser praticado por meio de qualquer conduta 
que seja apta a provocar ou a reforçar em terceiros a intenção da prática criminosa. 
produção de resultado. Além disso, não exige o fim especial de agir, mas apenas o "dolo genérico", consistente 
na consciência de que o comportamento do agente instigará outros a praticar crimes. 
No caso, a frase do parlamentar tem potencial para estimular a perspectiva da superioridade masculina e a 
intimidação da mulher pela ameaça de uso da violência. Assim, a afirmação pública do Deputado tem, em 
tese, o potencial de reforçar a ideia eventualmente existente em outros homens de praticarem violência 
contra a mulher. STF. 1a Turma. Inq 3932/DF e Pet 5243/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 21/6/2016 (Info 
831). 
 
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA- Determinado Governador afirmou, em rede social, que certo Deputado 
Federal estava financiando, com a utilização de “dinheiro sujo”, a produção de injúrias contra ele e que o 
16 
 
parlamentar estava sendo processado pelos crimes de tortura, corrupção e estupro. No dia seguinte, o 
Deputado, em resposta, afirmou, também em uma rede social, que o Governador era acusado de corrupção 
eleitoral, que tinha como costume fazer acusações falsas para tentar incriminar seus desafetos políticos, que 
costumava espancar seu pai e que era desequilibrado mental. O STF entendeu que o Deputado Federal 
praticou fato típico, antijurídico e culpável, mas que não deveria ser punido, com base no art. 140, § 1º, II, do 
CP. O Deputado postou as mensagens ofensivas menos de 24 horas depois de o Governador publicar a 
manifestação também injuriosa. Dessa forma, as mensagens do parlamentar foram imediatamente posteriores 
às veiculadas pelo ofendido e elaboradas em resposta a elas. Ao publicá-las, o acusado citou parte do 
conteúdo da mensagem postada pelo ofendido, comprovando o nexo de pertinência entre as condutas. Dessa 
maneira, o ofendido não só, de forma reprovável, provocou a injúria, como também, em tese, praticou o 
mesmo delito, o que gerou a retorsão imediata do acusado. Logo, o STF entendeu que não havia razão moral 
para o Estado punir o Deputado. STF. 1ª Turma. AP 926/AC, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 6/9/2016 (Info 
838). 
A petição inicial da ação penal, seja de uma queixa crime, seja de uma denúncia, deve indicar 
detalhadamente todas as palavras proferidas contra a vítima, ainda que de baixo calão, sob pena de inépcia. 
MP/SP – Na peça tinha que escrever expressamente “filho da puta”. Se na oral o examinador perguntar, diga. 
INJÚRIA ABSOLUTA INJÚRIA RELATIVA 
Existe quando a expressão tem por si mesma e para 
outrem um significado ofensivo constante e 
unívoco. 
Existe quando a expressão assume caráter 
ofensivo se proferida em determinada 
circunstancias ou condições de forma, tom, 
modo, lugar, etc. 
 
4.2 NÚCLEO DO TIPO 
Injuriar. O tipo foi repetitivo, mais uma vez. Injuriar é ofender, insultar, menosprezar alguém, de 
forma a diminuir o conceito que a vítima tem de si própria. Não há a imputação de fato algum. Ex. você é feio, 
igual a um cachorro. 
A injúria é praticada por meio de ação, em regra. Também é possível praticar uma injúria por 
omissão. Ex. cumprimentou todo mundo, menos uma. 
O que se entende por injúria indireta ou reflexa? Para ofender uma pessoa, reflexamente o agente 
atine pessoa diversa. Ex. você é feio, igualzinho a Regina Casé; chamar o homem casado de corno. 
17 
 
4.3 CONSUMAÇÃO 
Quando a vítima toma conhecimento da ofensa, por ser crime contra a honra subjetiva. A consumação 
pode ser mediata e imediata. 
Se a ofensa é feita em sua presença, a consumação é imediata. Se é feita em sua ausência, o 
aperfeiçoamento só se dará quando derem ciência à vítima do que foi dito. 
Cabe tentativa? É possível diante da injúria praticada por escrito. Cabe a mesma crítica. 
4.4 EXCEÇÃO DA VERDADE? 
Nunca se admite a exceção da verdade. É meio lógico – teria que provar se a pessoa é realmente feia, 
por exemplo. Fundamentos: falta de previsão legal + não há fato a se provar (não há imputação de fato) + 
incompatível com a própria finalidade do instituto (a exceção traria mais danos que a própria injúria). 
4.5 PERDÃO JUDICIAL 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
II - No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
O perdão judicial é causa de extinção da punibilidade. Art. 107, IX. Ele só é admitido nas hipóteses 
expressamente previstas em lei. 
De acordo com a Súmula 18 do STJ a sentença que concede o perdão judicial, não é nem condenatória 
nem absolutória. É declaratória da extinção da punibilidade. 
A regra no Brasil é perdão judicial para crime culposo. Aqui é uma exceção. A injúria é um crime doloso 
em que cabe perdão judicial. 
Hipóteses: 
I. O ofendido provocou diretamente a injúria, de forma reprovável. 
#CUIDADO: diretamente – as pessoas devem estar frente a frente. Reprovável – é um elemento normativo do 
tipo e tem que ser avaliado no caso concreto. Ex. homem que chama mulher de gostosa e é xingado. 
II. Retorsão imediata que consista em outra injúria 
É o revide instantâneo. 
18 
 
#CUIDADO – É possível inclusive na injúria por escrito. A provocação é outra injúria. O perdão é cabível para 
quem revidou, mas não para quem injuriou primeiro. ATENÇÃO: TRF/LIVRO – perdoar as duas injúrias. Apesar 
de ser hipótese de perdão judicial, que exclui a punibilidade, o STJ disse que ela nada mais é senão uma 
modalidade anômala de legítima defesa da honra (não naquele sentido do passado do homem traído que 
podia matar a mulher). Informativo 443. 
#ATENÇÃO: VEDAÇÃO AO PERDÃO JUDICIAL AO §3º. 
Não se aplica o perdão judicial do § 1º quando a injúria for qualificada pelo preconceito. Não 
bastasse a posição topográfica do perdão judicial (indicando aplicar-se somente a forma simples), o 
preconceito manifestado viola de forma séria a honra da vítima e uma das metas fundamentais do estado 
democrático de direito que é erradicar qualquer forma de preconceito. 
4.6 INJÚRIA REAL (#CAIMUITO) 
Art. 180, § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio 
empregado, se considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
É a modalidade de injúria em que o sujeito emprega como meio de execução uma agressão física 
capaz de humilhar a vítima. Essa agressão não busca atingir a integridade física. Ex. tapa na cara, cuspida. 
Essa agressão pode ocorrer com: 
 Violência – aqui é sinônimo de lesão corporal. #DICA – sempre que o CP utiliza a palavra violência ele o 
faz como sinônimo de lesão corporal. O tipo penal prevê o concurso penal obrigatório entre a injúria 
real e o crime resultante da violência. “Detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência.”. Há aqui uma regra geral de intepretação do direito penal - Sempre que 
um crime tenha a violência como forma de execução (extorsão, roubo, injúria real), a lesão leve dele 
decorrente fica absorvida, salvo quando a lei previr o concurso material obrigatório entre o crime 
praticado e o crime produto da violência. Aqui o agente responde pela lesão leve e pela injúria. 
 
 Vias de fato – agressão física sem a intenção de lesionar – é contravenção penal. Se ele tinha a intenção 
de lesionar e não conseguiu é tentativa de lesão corporal e não vias de fato. As vias de fato são 
absorvidas pela injúria real. Só há concurso material obrigatório na violência. A propósito: “Tosagem de 
cabelo de mulher, pelo marido, em um ímpeto de ciúme, configura injúria real, constituindo o ato 
material do corte de cabelo a contravenção de vias de fato, com o objeto manifesto de injuriar a vítima. 
19 
 
Se ocorre apenas vias de fato, a contravenção é absorvida pelo delito”. Tacrim – SP. Rel. Chiaradia 
Netto. 
#OBS.: Não é qualquer violência ou vias de fato – tem que ser aviltantes – sinônimo de humilhante. Seja em 
razão: 
o Da natureza do ato: rasgar a saia da vítima. 
o Meio empregado: atirar fezes na vítima. 
4.7 INJÚRIA QUALIFICADA “RACIAL” 
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a 
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - 
reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) 
É mais adequado falar qualificada, pois a raça é uma das possibilidades. A pena aqui é bem maior. O 
STF no HC 109.676 (Informativo 710) disse que essa pena é constitucional, pois ela se justifica em proteção da 
dignidade da pessoa humana. Isso afeta a condição humana.#OBS.: Racismo x Injúria qualificada racial. 
INJÚRIA QUALIFICADA RACIAL RACISMO 
Afiançável Inafiançável 
Prescritível Imprescritível 
Ação penal pública condicionada à representação Ação Pública Incondicionada 
DOUTRINA: 
RACISMO IMPRÓPRIO 
DOUTRINA: 
RACISMO PRÓPRIO 
 
Na injúria qualificada racial – ele utiliza um elemento de raça com o intuito de humilhar. Ex. jogador 
chamado de macaco. 
Racismo – são ofensas generalizadas em razão da raça ou age segregando alguém em razão da 
origem. Ex. não ofende o sujeito em si. Os negros são... é um crime de intolerância, preconceito, 
discriminação. 
*ATENÇÃO! #DIVERGÊNCIA: no AREsp 686.965/DF, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que a injúria racial 
deve ser considerada imprescritível, o que tem gerado diversas críticas por parte da doutrina. O fundamento 
foi o de que “a questão da imprescritibilidade do delito de injúria racial foi reconhecida [pelo tribunal] ao 
entendimento de que esse crime, por também traduzir preconceito de cor, atitude que conspira no sentido da 
segregação, veio a somar-se àqueles outros, definidos na Lei 7.716/89, cujo rol não é taxativo”. Esse 
20 
 
entendimento foi pontual e foi baseado no entendimento doutrinário de Guilherme de Souza Nucci. “De 
acordo com o magistério de Nucci, com o advento da Lei 9.459/97, introduzindo a denominada injúria racial, 
criou-se mais um delito no cenário do racismo, portanto, imprescritível, inafiançável e sujeito à pena de 
reclusão.”. (EDcl no AgRg nº 686.965 – DF, 6ª T., rel. Ericson Maranho desembargador convocado do TJ/SP, 
13/10/2015, v.u.). 
*#CAIUEMPROVA #DEFENSORIA - A banca CESPE, na DPE-AC, 2017, considerou correta a seguinte alternativa, 
com relação ao entendimento dos Tribunais Superiores: A injúria racial é um delito inserido no panorama 
constitucional do crime de racismo, sendo considerado imprescritível, inafiançável e sujeito à pena de 
reclusão. 
 
4.8 INJÚRIA CONTRA FUNCIONÁRIO PÚBLICO X DESACATO 
Quem é este funcionário público? 
É cada vez mais crescente a doutrina que aplica a majorante somente para o caput do artigo 327, não 
abrangendo o §1º do artigo 327, ou seja, não considera o funcionário público por equiparação - SOMENTE O 
CAPUT DO ART. 327. 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os 
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou 
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou 
função pública. 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público 
quem exerce cargo, emprego ou função em 
entidade paraestatal, e quem trabalha para 
empresa prestadora de serviço contratada 
ou conveniada para a execução de atividade 
típica da Administração Pública. 
 
Quando o funcionário público sofre ofensa em razão do exercício de suas funções, o crime pode ser: 
INJÚRIA CONTRA FUNCIONÁRIO PÚBLICO DESACATO 
Pode ser praticada na presença ou na ausência da 
vítima 
Tem que ser praticado na presença do ofendido 
Ação pública condicionada Ação pública incondicionada 
Crime contra a honra Crime contra a Administração Pública 
 
*#CAIUEMPROVA #DEFENSORIA - A banca FCC, na prova da DPE-BA, considerou correta a seguinte 
alternativa: “A Relatoria para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos já 
21 
 
concluiu que as leis nacionais que estabelecem crimes de desacato são contrárias ao artigo 13 da Convenção 
Americana de Direitos Humanos, que prevê a liberdade de pensamento e de expressão.” 
Ex. pessoa entre no gabinete do juiz e diz que ele é corrupto – o crime é de desacato, pois foi na presença 
dele. Na presença não tem que ser olho no olho. O juiz poderia estar no gabinete e o agente na sala de 
audiência. 
Ex: passa de carro na frente da casa do juiz e grita que ele é corrupto – o crime é de injúria. 
#ATENÇÃO – Desacato tem que ser em relação às suas funções. Ex. chamo o juiz de corno – injúria normal. 
*#OLHAOGANCHO: Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser 
crime, conforme previsto no art. 331 do Código Penal. STJ. 3ª Seção. HC 379.269-MS, Rel. Min. Reynaldo 
Soares da Fonseca, Rel. para acórdão Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 24/5/2017 (Info 607). 
 
*#STF #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #DIZERODIREITO: O crime de desacato é compatível com a Constituição 
Federal e com o Pacto de São José da Costa Rica. A figura penal do desacato não tolhe o direito à liberdade de 
expressão, não retirando da cidadania o direito à livre manifestação, desde que exercida nos limites de 
marcos civilizatórios bem definidos, punindo-se os excessos. STF. 2ª Turma. HC 141949/DF, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 13/3/2018 (Info 894). 
Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser crime, conforme 
previsto no art. 331 do Código Penal. STJ. 3ª Seção. HC 379.269-MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Rel. 
para acórdão Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 24/5/2017 (Info 607). 
 
4.9 INJÚRIA PRATICADA NAS REDES SOCIAIS E COMPETÊNCIA 
A injúria é, em regra, crime de competência na Justiça Estadual, mesmo quando praticada em redes 
sociais sediadas no exterior. STJ - Informativo 495. O STJ tem seis turmas. A 5ª e a 6ª têm natureza criminal. A 
3ª Seção é a junção da 5ª e 6ª Turmas. 
 
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #IMPORTANTE - Compete à Justiça Estadual processar e julgar crime de 
incitação à discriminação cometido via internet, quando praticado contra pessoas determinadas e que não 
tenha ultrapassado as fronteiras territoriais brasileiras. STF. 1a turma. HC 121283/DF, Rel. Min. Roberto 
Barroso, j. em 29/4/2014. 
22 
 
INJÚRIA CALÚNIA/DIFAMAÇÃO 
1. Atinge a honra subjetiva 
2. Consuma-se quando a vítima toma 
conhecimento da ofensa 
3. Admite perdão judicial em certas hipóteses 
4. Não admite exceção da verdade 
5. A retratação não gera nenhum efeito 
1. Atinge a honra objetiva 
2. Consumam-se quando terceira pessoa toma 
conhecimento da imputação 
3. Nunca admitem perdão judicial 
4. A calúnia admite exceção da verdade como 
regra e a difamação quando for contra 
funcionário público em razão da função 
5. A retratação, se cabal e antes da sentença, 
extingue a punibilidade 
 
5 OBSERVAÇÕES COMUNS – CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA 
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA - É possível que se impute, de forma concomitante, a prática dos crimes de 
calúnia, de difamação e de injúria ao agente que divulga, em uma única carta, dizeres aptos a configurar os 
referidos delitos, sobretudo no caso em que os trechos utilizados para caracterizar o crime de calúnia forem 
diversos dos empregados para demonstrar a prática do crime de difamação. Ex: João, síndico do prédio, 
brigou com Pedro em virtude de desavenças quanto à prestação de contas. Pedro escreveu, então, uma carta, 
distribuída a todos os demais condôminos, na qual dizia que João, no mês de 09/2014, desviou R$ 10 mil da 
conta do condomínio em proveito próprio (calúnia); que, no dia da assembleia ocorrida em 22/10/2014, 
estava tão bêbado que não conseguia parar em pé (difamação) e que ele era um gordo, feioso e burro 
(injúria). STJ. 5ª Turma. RHC 41.527-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 3/3/2015 (Info 557). 
5.1 SÃO CRIMES DE DANO 
Também chamados de crimes de lesão. O sujeito quer efetivamente lesar o bem jurídico. É diferente 
do crime de perigo. 
(#Q): CRIMES CONTRA HONRA SÃO CRIMES DE DANO OU PERIGO? Prevalece na doutrina que se trata de 
CRIME DE DANO. Doutrina diz que é um CRIME DE DANO QUE DISPENSA O RESULTADO NATURALÍSTICO, é um 
crime formal. Age-se com o dolo de dano, mas para a consumação dispensa-se o resultado naturalístico. 
5.2 CRIMES DE CONSUMAÇÃO ANTECIPADA OU DE RESULTADO CORTADO OU FORMAL 
Ele quer abalar a honra da vítima, mas isso não precisa ocorrer. Basta a potencialidade de ofender a 
honra da vítima. 
23 
 
5.3 SUJEITO ATIVO 
Comuns ou gerais – podem ser praticados por qualquer pessoa. Algumas pessoas têm, no entanto, 
imunidade. 
Imunidades parlamentares: Deputadose Senadores – art. 53, caput. No recinto do CN ou fora dele. 
Essas imunidades são relativas, ou seja, devem guardar nexo com a atividade do parlamentar. Julgado clássico 
o STF – AI 473.092. 
 Deputados estaduais – art. 27, §1º aplicam-se as regras de imunidade as Deputados Estaduais. Princípio 
da Simetria. No recinto ou fora dele 
 Vereadores – art. 29, VIII CF. Sim, desde que na circunscrição do Município. 
 
 Advogado – Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB) – art. 7º, §2º - INJÚRIA E DIFAMAÇÃO. 
 Não tem imunidade para calúnia. 
 Não tem imunidade para desacato – STF disse que é inconstitucional. Mas continua a imunidade para 
injúria e difamação contra o juiz, desde que haja relação com a causa. 
 Em juízo ou fora dele. 
 Também é relativa – STF HC 84446 – tem que ter relação com a causa. 
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis 
qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das 
sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 1.127-8) 
5.4 SUJEITO PASSIVO 
Qualquer pessoa física, desde que certa e determinada ou determinável. São crimes bicomuns, 
portanto. 
#OBS.: Os desonrados podem ser vítimas de crimes contra a honra. Qualquer pessoa tem um mínimo de honra 
e nessa parte ela pode ser atingida. Não existe pessoa completamente desonrada. 
 Doentes mentais e menores de 18 anos. 
 Calúnia – SIM. O fato de eles poderem ser vítimas de calúnia é um argumento forte para quem adota 
um conceito bipartido de crime (fato típico e ilícito). Eles são inimputáveis e não tem culpabilidade e, 
mesmo assim podem ser vítimas de calúnia. 
24 
 
 Difamação - SIM. Os menores de 18 anos e doentes mentais podem ser vítimas de difamação, pois 
tem um nome e uma honra a zelar. 
 Injúria – DEPENDE. Também podem ser vítimas de injúria, desde que eles tenham capacidade para 
entender a ofensa. 
 Pessoas jurídicas 
 Calúnia – SIM, desde que seja em relação a um crime ambiental. 
 Difamação – SIM. Ela tem honra objetiva a zelar. 
 Injúria - NÃO. Ela não tem honra subjetiva. Ela não pensa nada de si própria. 
#Advertência: Magalhaes Noronha (minoria) dizia que não era possível ter pessoa jurídica como sujeito 
passivo, pois estão inseridos no título dos crimes contra a pessoa e, em sua visão, somente física. 
#OBS.: Índios – competência da JF. Informativo 527 - Conflito de competência STJ 123.016. 
#OBS.: Caluniar ou difamar Presidente da República, do Senado, da Câmara ou do STF - Crime contra 
Segurança Nacional. #ATENÇÃO – se for injúria (o mais leve) aplica o CP. 
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA Não compete à Justiça Federal julgar queixa-crime proposta por particular 
contra outro particular pelo simples fato de as declarações do querelado terem sido prestadas na Procuradoria 
do Trabalho. A competência será da Justiça Estadual. Caso concreto: o querelante entendeu que as 
declarações prestadas pelo querelado no MPT ofenderam a sua honra e que o depoente praticou calúnia e 
difamação. Importante: se o MP entendesse que havia indícios de que o depoente praticou falso testemunho, 
a competência para apurar este delito (art. 342 do CP) seria da Justiça Federal, nos termos da Súmula 165-STJ 
("Compete a justiça federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista"). 
STJ. 3ª Seção. CC 148.350-PI, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 9/11/2016 (Info 593). 
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: A esposa tem legitimidade para propor queixa-crime contra autor de 
mensagem que insinua que o seu marido tem uma relação extraconjugal com outro homem. Se alguém alega 
que um indivíduo casado mantém relação homossexual extraconjugal com outro homem, a esposa deste 
indivíduo tem legitimidade para ajuizar queixa-crime por injúria, alegando que também é ofendida. Caso 
concreto: Roberto insinuou que Weverton teria um relacionamento homossexual extraconjugal com outro 
homem. A mulher de Weverton tem legitimidade para ajuizar queixa-crime contra Roberto pela prática do 
crime de injúria. STF. 1ª Turma. Pet 7417 AgR/DF, Rel. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado 
em 9/10/2018 (Info 919). 
25 
 
5.5 ELEMENTO SUBJETIVO 
Dolo direto ou eventual. 
#OBS.: no tipo do fofoqueiro só cabe dolo direto “sabendo falsa a imputação”: 
Art. 138 § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 
Além do dolo, também se reclama um elemento subjetivo específico (finalidade), consistente na 
seriedade da conduta, no sentido de que o agente tenha intenção de macular a honra alheia. Essa seriedade é 
o animus injuriandi vel diffamandi. 
Não há crime contra a honra no animus jocandi, que é a mera intenção de brincar, nem no animus 
narrandi que é a intenção de narrar objetivamente o fato. ex. testemunha. É por isso que o CPP proíbe a 
valoração subjetiva da testemunha. 
Também não há crime contra a honra no animus corrigendi, que é a intenção de corrigir – exercício 
legal de um direito. 
No animus defendend temos uma legítima defesa, com objetivo de se defender e não caracteriza 
crime contra a honra. 
No animus consulend verifica-se a intenção de aconselhar. 
A honra é um bem jurídico disponível. Então, o consentimento do ofendido exclui o crime - ilicitude. 
Porém, se o crime foi praticado contra menor ou incapaz, o consentimento do representante legal não tem 
validade. Ninguém pode dispor daquilo que não lhe pertence. 
5.6 AUMENTO DE PENA 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: 
I - Contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; 
II - Contra funcionário público, em razão de suas funções; 
III - Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da 
injúria. 
IV – Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de 
injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) 
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em 
dobro. 
26 
 
São aplicáveis às três espécies. (Terceira fase da dosimetria da pena). 
 Contra Presidente da República (se for calúnia ou difamação com motivação política aplicar a LSN) ou 
Chefe de Governo Estrangeiro. 
Fundamento? A conduta atinge os interesses da nação. 
Para o chefe de governo estrangeiro sempre será aplicado o CP. se for calúnia ou difamação contra o 
Presidente, com motivação política, aplicar a LSN. 
 Funcionário público. 
Tem que ser funcionário e a ofensa tem que ser relacionada ao exercício da função. Tem que haver 
uma relação de causalidade. O fundamento é a supremacia do interesse público. 
DESACATO CONTRA FUNCIONÁRIO CRIMES CONTRA HONRA DE FUNCIONÁRIO 
Pressupõe presença do funcionário público, 
vendo ou ouvindo. (toma conhecimento 
diretamente) 
Ausência do servidor, o fato chega a 
conhecimento dele por intermédio de 3ºs ou 
por escrito. 
 
* #OLHAOGANCHO: Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser 
crime, conforme previsto no art. 331 do Código Penal. STJ. 3ª Seção. HC 379.269-MS, Rel. Min. Reynaldo 
Soares da Fonseca, Rel. para acórdão Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 24/5/2017 (Info 607). 
 Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite (ex. internet) a divulgação da calúnia, da 
difamação ou da injúria. 
Fundamento: o meio de execução é capaz de causar um maior prejuízo à honra da vítima. 
(#Q): “Várias pessoas”? Quantas? Sempre que o CP se contenta com 2 pessoas ou exige 4 ele o faz 
expressamente. Ex, antigo crime de quadrilha, constrangimento ilegal. Aqui ele não fez. Quanto ele não fala 
são três. Ex. crime de rixa, grupo de extermínio, milícia privada – ele não diz – pelo menos três. 
#OBS.: essas três pessoas não contando com as que não têm capacidade de entendera ofensa ex. bebês, nem 
a vítima e nem o agressor. 
A expressão “na presença”, inserida no CP quando não existiam certas tecnologias, não afasta o 
aumento quando a ofensa é feita em conversas na internet em chats que envolvam número mínimo de 
pessoas exigidos pelo texto legal. 
(#Q): O QUE SE ENTENDE POR VÁRIAS PESSOAS? 
27 
 
1ª Corrente: 
(Bento de Faria) 
2ª Corrente: 
(Nelson Hungria) 
Exige pelo menos 2 pessoas presente na ofensa. 
MINORITÁRIA 
Exige pelo menos 3 pessoas presente na 
ofensa para configuração de várias pessoas. 
MAJORITÁRIA 
 
#ATENÇÃO: Não se computa à CO-AUTORES, PARTICIPES E A PRÓPRIA VÍTIMA. 
 Maior de 60 anos ou portadora de deficiência, exceto no caso da injúria – cai em prova. 
Foi incluído pelo Estatuto do Idoso. Na injúria o crime cometido contra pessoa idosa ou pessoa com 
deficiência já é qualificadora, não podendo ser também causa de aumento da pena. O aumento existe ainda 
que a ofensa não seja referente a essas condições pessoais, pois a lei não faz exigência em sentido contrário 
como ocorre na injúria. 
 Mediante paga ou promessa de recompensa - DOBRO 
Concurso necessário. Proveito econômico. Vide parte de homicídio. É igual. 
5.7 EXCLUSÃO DO CRIME – EXCLUDENTE DE ILICITUDE 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
I - A ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; 
II - A opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de 
injuriar ou difamar; 
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no 
cumprimento de dever do ofício. 
Parágrafo único - Nos casos dos inc. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. 
São causas especiais de excludentes de ilicitude. 
#OBS: Adotando-se a tipicidade conglobante, o artigo 142 irá excluir a própria tipicidade. 
Não se aplicam à calúnia, por expressa previsão legal. Já que na calúnia existe interesse público na 
apuração do crime imputado. 
a. A ofensa irrogada em juízo na discussão da causa pela parte ou por seu procurador 
28 
 
Tem que haver uma ação judicial em curso. Abrange as ofensas verbais, numa audiência, por exemplo, 
como as escritas, petições. 
Hoje ele tem uma aplicação muito reduzida, pois não se aplica aos advogados, membros do MP e da 
Defensoria Pública. Só se aplica agora para as partes. ATEÇÃO: advogados se aplica o Estatuto da OAB, para os 
membros do MP se aplica a lei específica da carreira e para os Defensores também. 
Partes – relação com a causa e em juízo. 
#OBS.: a excludente alcança as partes propriamente ditas (autor e réu), bem com assistentes, litisconsortes, 
terceiros intervenientes, inventariantes, etc. 
E o juiz? Ele não é parte. Então essa imunidade para ofendê-lo não está abarcada nesse inciso. Como 
ele não é parte não pode ofender ninguém. 
b. Opinião literária, artística e científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar. 
Protege a crítica sincera, não com a intenção de difamar ou injuriar. O art. 5º, IV, da CRFB, protege a 
liberdade de expressão. 
#OBS.: IMUNIDADE LITERÁRIA / ARTÍSTICA / CIENTÍFICA: NÃO SÃO PERSONALÍSSIMAS. 
c. O conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no 
cumprimento de dever do ofício. 
IMUNIDADE FUNCIONAL: MESMO nesta imunidade não pode haver propósito de ofender. 
Forma específica do estrito cumprimento do dever legal. Ex. juiz na sentença diz que o réu é um 
homicida frio e calculista. 
O parágrafo único indica que nos casos do inciso I (ofensa irrogada em juízo) e III (conceito 
desfavorável emitido por funcionário público), responde pela injúria e pela difamação quem lhe dá 
publicidade. Isso denota o tom sigiloso das atividades tipificadas. 
5.8 RETRATAÇÃO – EXCLUDENTE DE PUNIBILIDADE 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento 
de pena. 
Retirar do mundo o que se afirmou. 
29 
 
Natureza jurídica – é uma causa extintiva da punibilidade da calúnia e da difamação. Por que ela 
extingue a punibilidade? Nelson Hungria – para a vítima a retratação é melhor que a punição do agente, pois 
ela pode apagar aquilo que foi dito. O alcance é maior que a pena. 
*#OUSESABER: Retratar significa assumir que errou ao fazer uma determinada imputação. Nos termos do 
art.107, VI, do Código Penal a retratação é causa extintiva da punibilidade, e não causa de extinção da 
tipicidade, pois o fato, ainda que seja retratado, continua sendo típico, apenas não podendo ser mais 
punido. Por fim, urge salientar que a retratação, para produzir efeitos jurídicos, precisa ser total e 
incondicional, sendo uma circunstância de caráter pessoal, logo não se comunica aos demais coautores. 
(#Q). E a injúria? Não. Por que não extingue na injúria? Por expressa previsão legal e porque na injúria 
(xingamento, imputação de qualidade negativa) não há imputação de fato. A retratação diz respeito a um fato. 
Ex. na injúria a retratação pode fazer estrago ainda maior – você é uma mostra de tão feia. Vou dizer agora 
que e bonita? Que hipocrisia. 
#OBS.: Só extingue a punibilidade quando for de ação privada. O artigo fala de querelado. 
Tem um limite temporal – até a sentença. Nos crimes de competência originária dos tribunais tem 
que ser anterior ao acórdão. - NÃO EXISTE RETRATAÇÃO COM CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EM 
GRAU RECURSAL. 
A retratação tem natureza subjetiva e só favorece o agente que se retratou – não se comunica. 
Caráter subjetivo não se estende aos querelados que não se retrataram. 
Só atinge o crime em que o agente se retratou. Ex. pratiquei dois crimes de calúnia – só extingue da 
que me retratei. No entanto, a retratação tem que ser cabal - total. Deve englobar tudo o que foi dito. 
A retratação não se confunde com a confissão HC 107.206 – Informativo 657. Retratar é mostrar 
arrependimento. Eu vi, mas eu não deveria ter falado. 
É ato unilateral – independe da concordância da vítima. 
Não obsta ação civil. 
(#Q). A RETRATAÇÃO É CAUSA DE EXTINTIVA DE PUNIBILIDADE COMUNICA-SE? 
1ª CORRENTE: 
PERSONALÍSSIMA 
2ª CORRENTE: 
INCOMUNICÁVEL 
PERSONALÍSSIMA: 
À CRIMES CONTRA HONRA - 
INCOMUNICÁVEL 
Querelado fica isento de pena. 
30 
 
SUBJETIVA 
 
NÃO PERSONALÍSSIMO 
À FALSA TESTEMUNHO / FALSA PERÍCIA. 
COMUNICÁVEL 
- Fato deixa de ser punível. 
- OBJETIVA. 
 
5.9 PEDIDO DE EXPLICAÇÕES 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido 
pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, 
responde pela ofensa. (Essa segunda parte é inconstitucional – fere contraditório e ampla defesa. O juiz não 
julga o pedido de explicações). 
Só cabe o pedido de explicações quando houver ofensa equívoca, ambígua, obscura. É medida 
facultativa. Aquele que se sentiu ofendido pode utilizar ou ajuizar ação penal diretamente. Só pode ser usada 
antes da ação penal. Não suspende nem interrompe a prescrição ou decadência. Contudo, previne o juízo. 
É medida preparatória e facultativa para o oferecimento da queixa quando, em virtude dos termos 
empregados ou do verdadeiro sentido das frases, não se mostra evidente a intenção de caluniar, difamar, ou 
injuriar (honra alheia), causando dúvida quanto ao significado da manifestação do autor. O pedido não 
interrompe e nem suspende o prazo decadência, pois é facultativo. 
A partir do momento que é feito o pedido de explicações, é obrigado a responder as explicações? 
Não, a resposta é facultativa. Há direito ao silêncio. 
Não há rito específico para o pedido de explicações. Então, segue o rito das notificações avulsas. 
Antes da Lei de Imprensa ser declarada não recepcionada pelo STF, aplicava-se o artigo 25 dela. 
Ler: STF Pet. AgR 4444. 
O juiz não julgao pedido de explicações. Se, posteriormente, for proposta queixa-crime, será neste 
momento que o juiz analisará as explicações dadas, para verificar se recebe ou rejeita a queixa. A parte final do 
art. 144 diz que aquele que se recusa a dar as explicações ou as dá de forma insatisfatória responde pela 
ofensa. Isso não significa, todavia, que o juiz estará obrigado a condenar o ofensor, já que, após o recebimento 
da queixa, o querelado terá todas as oportunidades de defesa admitidas em lei. 
31 
 
5.10 AÇÃO PENAL - #CAIMUITO 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do 
art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 
141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no 
caso do § 3o do art. 140 deste Código. 
A regra geral é a de ação penal privada. Contudo, existem três exceções à regra: 
 Injúria real cometida com violência (lesão corporal) – Ação pública incondicionada. Existem alguns 
doutrinadores que afirmam que se a lesão corporal for leve a ação penal será pública condicionada a 
representação. OBS: A injúria real com vias de fato é Ação penal privada. REGRA. 
Os dois delitos: injúria real e lesões corporais. Assim, ainda que a lesão fosse leve, ambos os delitos 
deveriam ser apurados mediante ação pública incondicionada, na medida em que, por ocasião da aprovação 
do dispositivo em análise, esta era a modalidade de ação penal prevista para o crime de lesão leve. Após o 
advento da Lei n. 9.099/95. Para que o objetivo da lei seja preservado. É necessário que se faça a seguinte 
adequação, com o intuito de a espécie de ação ser a mesma: se a injúria real provocar lesão leve, ambos os 
delitos dependem de representação do ofendido; se causar lesão grave ou gravíssima, a ação penal erá 
incondicionada. 
 Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça no caso de crime contra a honra 
do Presidente da República ou de chefe de governo estrangeiro. 
 Ação pública condicionada à representação do ofendido na injúria racial e no crime contra a honra de 
funcionário público. 
Súmula 714 do STF: A legitimidade concorrente do ofendido mediante queixa e do Ministério Público. A opção 
do funcionário gera a preclusão da outra via. A legitimidade é concorrente e disjuntiva. 
*#ALERTA #AGU/2016 #DOUTRINA Foi cobrada na 2ª fase da AGU/2016 esta Súmula 714 do STF. No 
entanto, para acertar, integralmente, a questão da banca CESPE, o candidato deveria saber a crítica 
doutrinária a respeito desse entendimento do STF. O espelho foi enfático ao exigir a seguinte resposta: 
“Embora o STF afirme tratar-se de legitimação concorrente, a doutrina tem entendido que a hipótese 
aventada na súmula é de legitimação alternativa. Essa conclusão é retirada de entendimento da própria Corte 
Suprema, que entende que, “se o funcionário público ofendido em sua honra apresenta representação, estaria 
preclusa a instauração penal de iniciativa privada, já que, em tal hipótese, o Ministério Público estaria 
definitivamente investido na legitimação para a causa”. (STF, Pleno, Inq. 1.939/BA, rel. min. Sepúlveda 
32 
 
Pertence, j. 3/3/2004.) Ensina Oliveira (2009, p. 127) que, se o próprio Supremo entende que, uma vez 
oferecida a representação pelo ofendido, autorizando o Ministério Público a agir, não será mais possível o 
oferecimento da queixa-crime, forçoso é concluir que a legitimação, nesse caso, da Súmula n.º 714, não é 
concorrente, mas sim alternativa. Na verdade, sendo condicionada à representação, o Ministério Público 
jamais estaria legitimado a agir de ofício; caberia, portanto, ao ofendido fazer a opção entre a representação, 
escolhendo a via da ação penal pública, ou oferecer queixa-crime, optando pela ação penal de iniciativa 
privada. Para que fosse efetivamente concorrente, o ofendido deveria poder discordar da manifestação do 
Ministério Público — no sentido de arquivamento — e ingressar com a ação privada”. 
Legitimidade Extraordinária 
(#Q): A OPÇÃO POR UM CAMINHO GERA A PRECLUSÃO PARA O OUTRO? A opção do funcionário gera a 
preclusão da outra via. 
CONSEQUÊNCIAS DA SUMULA 714: Crime contra honra de servidor em razão de suas funções. 
QUEIXA CRIME REPRESENTAÇÃO 
Possível perdão do ofendido. 
Possível retratação extintiva da punibilidade. 
Possibilidade de perempção. 
Não existe perdão do ofendido; 
Não há retratação com extinção da 
punibilidade; 
Não há perempção para o MP; 
(Todos são exclusivos da ação privada) 
 
#OBS. QUANTO A LEI DE IMPRENSA 
OFENSA A HONRA: 
C.P. 
Tutela crimes. 
C.C. 
Tutela atos ilícitos 
Dto Administrativo 
Atos ilícitos 
Tudo isto cedia espaço para a lei especial que era a lei de imprensa tutelava em sua as previsões 
acima diretamente nela. 
LEI DE IMPRENSA - NÃO RECEPCIONADA 
COMO FICAM OS CRIMES NA LEI DE IMPRENSA? 
 Se existir infração com tipo correspondente no CP ou em alguma outra norma geral penal, será 
aplicada. Caso não haja a previsão em outra norma geral, será caso de atipicidade. O juiz não pode 
trabalhar com analogia. 
COMO FICAM ATOS ILÍCITOS CIVIS? 
33 
 
 Aplica-se o CC. Cabe analogia, e princípios gerais de direito. 
COMO FICAM ATOS ILÍCITOS ADMINISTRATIVO? 
 Aplicam-se as leis especiais e até mesmo a CF. 
 
Como fica a situação do prazo decadencial de 3 meses que existia na lei de imprensa para calúnia / 
difamação / injuria? - A regra agora é 6 meses. 
 Lei de imprensa - 3 meses 
 CP - 6 Meses. 
(#Q): O PRAZO DECADENCIAL PODE SER SUSPENSO? Existia a possibilidade na lei de imprensa. HOJE NÃO 
EXISTE MAIS A SUSPENSÃO. 
DIREITO DE RESPOSTA NA LEI DE IMPRENSA - Impetrado o direito de resposta havia o impedimento 
da ação penal, a ação de reparação de danos. - Também não corria o prazo decadencial. Hoje pode ingressar 
com o direito de resposta, com a queixa crime e com a ação de reparação de danos - Uma não é mais 
prejudicial da outra. 
CRIMES x A LIBERDADE INDIVIDUAL - CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL. 
SÃO CRIMES SUBSIDIÁRIOS. Somente são usados caso não configurem lesões mais graves. Posição 
doutrinária. 
6 CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por 
qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não 
manda: 
Pena - DETENÇÃO, de três meses a um ano, ou multa. 
 SUJEITO ATIVO / SUJEITO PASSIVO: Crime comum em ambos os casos. 
 
 OBJETO MATERIAL / BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO: Liberdade Física / Psíquica. Pessoa que em razão 
dos meios utilizados pelo agente é obrigado a não fazer o que a lei permite ou fazer o que ela não manda. 
 
 CONSUMAÇÃO: Quando a vítima deixa de fazer o que a lei permite ou faz aquilo que ela não manda. 
Exige-se a produção do resultado naturalístico para que se consume o crime. 
 
34 
 
 TENTATIVA: Possível pois é crime plurissubsistente. Ex. Vítima que é intimada pelo agente, não deixa de 
fazer aquilo que a lei permite, ou deixa de fazer aquilo que ela não manda. 
 
 CONDUTAS: COMISSIVA REGRA. VIOLÊNCIA / GRAVE AMEAÇA / OUTROS MEIOS CAPAZES DE REDUZIR A 
RESISTÊNCIA DA VÍTIMA. OMISSIVA. Somente quando tiver status de garantidor. 
VIOLÊNCIA: AMEAÇA: QUALQUER 
 Efetivo exercício de forca física 
ou mecânica sobre a vítima ou 
terceira pessoa que desde que, 
nesse caso, atinja indiretamente 
o individuo coagido. 
Violência moral é o ultimato, a 
manifestação do propósito de 
causar a alguém, direta ou 
indiretamente, atual ou iminente, 
um mal injusto e grave, ainda que 
o seu autor de fato não tenha 
intenção de realizá-lo. 
OUTRO MEIO QUE 
REDUZA A CAPACIDADE DE 
RESISTÊNCIA DA VÍTIMA 
 
VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA 
 
 TIPO SUBJETIVO: SOMENTE DOLO, VONTADE CONSCIENTE DE COAGIR A VÍTIMA.NÃO IMPORTA O 
MOTIVO QUE LEVOU O AGENTE A REALIZAR O CRIME. 
 
 AUMENTO DE PENA: § 1º - as penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução 
do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. 
 
 CONCURSO DE CRIMES: § 2º - além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. 
A lei penal pune de forma distinta, a violência neste crime, muito embora ela seja uma elementar 
integrante do tipo penal. Desta forma, as penas correspondentes a uma lesão corporal qualquer que seja a 
natureza deverão ser aplicadas cumulativamente com a pena do crime de constrangimento ilegal. 
o HIPÓTESE DE CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO. Porque mediante uma só ação ele constrange a 
vítima e produz lesões corporais nela. 
§ 3º - não se compreendem na disposição deste artigo: hipóteses que conduzem a atipicidade do fato 
praticado pelo agente 
i - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se 
justificada por iminente perigo de vida; 
ii - a coação exercida para impedir suicídio. 
35 
 
Pode ser tanto exclusão da tipicidade ou exclusão da ilicitude. 
 CONSENTIMENTO DO OFENDIDO: anterioridade ou simultaneidade, disponibilidade do bem e 
capacidade para consentir. 
 
 VIAS DE FATO EM CONCURSO COM CONSTRANGIMENTO ILEGAL: Vias de fato fica absorvida. A 
previsão do §2º abrange tão somente a lesão corporal. 
 
 CONSTRANGIMENTO EXERCIDO PARA IMPEDIR A PRATICA DE UM CRIME. Não configura 
constrangimento ilegal, razão da possibilidade de qualquer um do povo poder prender em flagrante. 
 
 CONSTRANGIMENTO ILEGAL X EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES. Não configura 
constrangimento ilegal, mas sim o delito do 345. 
 
 CONSTRANGIMENTO ILEGAL X TORTURA: A tortura traz um fim específico, que é causar sofrimento 
físico e mental, com o fim de obter informações, declarações ou confissão da vítima ou de terceira 
pessoa para provocar a ação ou omissão de natureza criminosa ou em razão de discriminação racial ou 
religiosa. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. 
7 AMEAÇA 
Art. 147 - ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal 
injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - somente se procede mediante representação. 
 SUJEITO ATIVO / PASSIVO 
#REGRA - CRIME COMUM: 
SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO: 
 Se for Funcionário público no exercício das funções: 
Crime de abuso de autoridade e a ameaça é 
elemento integrante da figura típica. 
 Deve ter capacidade de discernir a promessa de mal 
injusto que é proferida contra a sua pessoa. 
 
 
#OBS.: INDISPENSÁVEL QUE A AMEAÇA SEJA CONTRA PESSOA DETERMINADA. 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: CRIME FORMAL 
36 
 
Consuma-se ainda que concretamente a vítima não tenha se intimidado ou mesmo ficado receosa do 
cumprimento da promessa do mal injusto e grave. 
 Basta que a ameaça tenha capacidade de influir temor em um homem comum. Dispensável a 
presença da pessoa ameaçada. 
o TENTATIVA: Discussão doutrinária. Os que admitem a tentativa falam ser possível no caso da 
ameaça via carta. 
 
 ELEMENTO SUBJETIVO: DOLO DIRETO / DOLO EVENTUAL. Indispensável que a vontade do agente seja 
dirigida finalisticamente a perturbar a tranquilidade psíquica da vítima. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL AMEAÇA 
Mal grave. 
Tenciona-se conduta positiva ou negativa da vítima 
Mal injusto e grave. 
O agente pretende atemorizar o sujeito passivo. 
 
8 SEQUESTRO E CARCERE PRIVADO 
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de UM a 
TRÊS anos. 
 BEM JURÍDICO TUTELADO: LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. 
 
 SUJEITO ATIVO: Crime comum. Podendo ser praticado por qualquer pessoa. 
 
 SUJEITO PASSIVO: Crime comum. Doutrina majoritária. Quando o crime for praticado por funcionário 
público podemos estar diante do abuso de autoridade. 
SEQUESTRO CÁRCERE PRIVADO 
Privação sem confinamento da vítima. Privação com confinamento da vítima 
Vítima fica privada em um sítio, chácara. Vítima privada da liberdade em um quarto, 
cômodo. 
Gênero Espécie 
- O cárcere privado justifica uma pena base 
mais severa do que o sequestro, pois traz 
consequências maiores para a vítima. 
 
37 
 
#OBS: Há doutrina minoritária que dize que é a mesma coisa, entretanto a previsão expressa é que são crimes 
diferentes. Doutrina costuma dizer que sequestro é gênero do qual o cárcere é espécie. 
 CRIME PODE SER PRATICADO POR AÇÃO OU OMISSÃO. 
#ATENÇÃO: Não se exige o deslocamento da vítima de um local para o outro 
o CONDUTA OMISSIVA: Médico que não concede alta para paciente já curado. 
 
 ELEMENTO SUBJETIVO: CRIME PUNIDO A TÍTULO DE DOLO, SEM FINALIDADE ESPECIAL. 
§ 1º - a pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
I - Se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) 
anos; 
II - Se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; 
III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias. 
IV - Se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 
V - Se o crime é praticado com fins libidinosos. (incluído pela lei nº 11.106, de 2005): pena 2 a 5 anos. 
Lei 11.106/2005 ANTES Lei 11.106/2005 DEPOIS 
SEQÜESTRAR + FINS LIBIDINOSOS 
Art. 219 - Rapto violento 
Ou 
Art. 220 Rapto consensual 
SEQÜESTRAR + FINS LIBIDINOSOS 
Art. 219 - transforma-se 
Art. 148 §1º V 
(Princípio da continuidade normativo-típica) 
Art. 220 ABOLITO (abolitio criminis) 
 
ABOLITIO CRIMINIS 
PRINCIPIO DA CONTINUIDADE 
NORMATIVA TÍPICA. 
Revogação formal 
A intenção do legislador é não mais 
considerar o fato criminoso. 
 
Revogação material 
Revogação material 
A intenção é manter o caráter criminoso do 
fato. 
 
Manutenção substancial 
Ex. Sedução, Adultério. Ex. Tráfico de drogas. 
 
38 
 
Repercussão prática: 
ANTES DA LEI 11.106/2005 DEPOIS DA LEI 11.106/2005 
Art. 219 CP. 
Pena de 2 a 4 anos. 
Art. 148 §1º V 
Pena de 2 a 5 anos. 
Ação penal de iniciativa privada. Ação penal de iniciativa pública incondicionada. 
 
9 *REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a 
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer 
meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: 
Pena - reclusão, de DOIS a OITO anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Redação dada pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
§ 1o NAS MESMAS PENAS INCORRE QUEM: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de 
trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
II - Mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do 
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
#OBS.: Doutrina chama este crime de plágio: sujeição de uma pessoa a outra. 
 BEM JURÍDICO TUTELADO: 
QUAL O BEM JURÍDICO PROTEGIDO? 
1ª CORRENTE: 2ª CORRENTE: 
Liberdade individual 
(status libertatis) 
Organização do trabalho (Primário) 
Liberdade individual (secundário) – crime 
pluriofensivo 
Argumentos: 
Posição topográfica do artigo 149, está no capítulo 
dos crimes contra a liberdade individual. 
A exposição de motivos do CP diz que é crime 
contra a liberdade individual. 
Argumentos: 
O tipo está equivocadamente introduzido no 
CP. 
 
 COMPETÊNCIA JUSTIÇA FEDERAL – 
39 
 
atualmente é o que prevalece. No passado 
se entendia que era competência da justiça 
estadual (CC 62156/STJ). 
 
 SUJEITO ATIVO: Crime comum. 
 
 SUJEITO PASSIVO: Crime comum. Greco discorda, para ele a relação de trabalho entre os sujeitos torna 
o crime próprio.

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