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Plano de estudos - exec civil - 1 sem 2019 - aula 6

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Plano de estudos 
Aula 6
Suspensão e extinção da execução
A suspensão do procedimento consiste numa situação meramente instrumental, de transição ou passageira, destinada a permanecer durante um período mais ou menos largo, tendo referência ao processo em si mesmo, sem ocasionar sua extinção. As meras paralisações do procedimento não se confundem com as hipóteses de suspensão. O fato de o procedimento estar paralisado não quer dizer que esteja suspenso.
Havendo suspensão do procedimento, não se deve praticar atos processuais (art. 314), ressalvadas as hipóteses de urgência. O procedimento somente estará suspenso nas hipóteses previstas em lei. O art. 313[footnoteRef:0] do CPC relaciona algumas das principais hipóteses de suspensão, sendo parte delas decorrente de imposição legal, enquanto outra parte resulta de direitos ou conveniências das partes. [0: Art. 313. Suspende-se o processo: I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; II - pela convenção das partes; III - pela arguição de impedimento ou de suspeição; IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; V - quando a sentença de mérito: a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo; VI - por motivo de força maior; VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo; VIII - nos demais casos que este Código regula. IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo constituir a única patrona da causa; X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa e tornar-se pai. § 1o Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 689. § 2o Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz determinará a suspensão do processo e observará o seguinte: I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses; II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito. § 3o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste. § 4o O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II. § 5o O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgotados os prazos previstos no § 4o. § 6o No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. § 7o No caso do inciso X, o período de suspensão será de 8 (oito) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de suspeição. Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da existência de fato delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do processo até que se pronuncie a justiça criminal. § 1o Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado da intimação do ato de suspensão, cessará o efeito desse, incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente a questão prévia. § 2o Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de 1 (um) ano, ao final do qual aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1o. ] 
1. A suspensão da execução
A exemplo do que ocorre no processo de conhecimento, a execução também pode ser suspensa. Não são, porém, todos os casos relacionados no art. 313 do CPC que geram a suspensão da execução. A execução suspende-se nas hipóteses do art. 921 do CPC.[footnoteRef:1] [1: Art. 921. Suspende-se a execução: I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315, no que couber; II - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução; III - quando o executado não possuir bens penhoráveis; IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros bens penhoráveis; V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916. § 1o Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição. § 2o Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos. § 3o Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer tempo forem encontrados bens penhoráveis. § 4o Decorrido o prazo de que trata o § 1o sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente. § 5o O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4o e extinguir o processo. Art. 922. Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo exequente para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação. Parágrafo único. Findo o prazo sem cumprimento da obrigação, o processo retomará o seu curso. Art. 923. Suspensa a execução, não serão praticados atos processuais, podendo o juiz, entretanto, salvo no caso de arguição de impedimento ou de suspeição, ordenar providências urgentes.] 
Além das hipóteses relacionadas no art. 921 do CPC, há outras causas suspensivas da execução, previstas esparsamente, como, por exemplo, o recebimento dos embargos de terceiro (art. 678, CPC).[footnoteRef:2] [2: Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. (...) Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido. (...)] 
1.1. Hipóteses de suspensão da execução
1.1.1. As previsões dos artigos 313 e 315: o artigo 313 lista série de ocorrências que podem acarretar na suspensão do processo, ao passo que o 315 trata da suspensão decorrente da relação de prejudicialidade entre apuração de ilícito penal e o mérito da demanda.
Há discussão a respeito da antinomia aparente entre o disposto no 313, II e o 922. 
Isso porque a regra geral do artigo 313 prevê que a suspensão por acordo entre as partes teria como prazo máximo6 (seis) meses (art. 313, § 4º). De outro lado, o artigo 922 prevê possibilidade de suspensão da execução pelo “(...) prazo concedido pelo exequente para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação”, sem fixar prazo. Para Fredie Didier, este prazo poderia ser superior aquele previsto no artigo 313, § 4º.
1.1.2. Embargos à execução: Conforme já tivemos oportunidade de discutir, os embargos à execução, em regra, não tem o condão de suspender o curso do procedimento executivo. A exceção, prevista no art. 919, § 1º, ocorre quando há garantia do juízo e a presença dos requisitos para a concessão de tutela provisória.[footnoteRef:3] [3: Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. § 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. § 2o Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. § 3o Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. § 4o A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante. § 5o A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens.] 
Embora o art. 921 não mencione, também é hipótese de suspensão da execução a atribuição de efeito suspensivo à impugnação ao cumprimento da sentença (art. 525, § 6º, do CPC).[footnoteRef:4] [4: Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. (...) § 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.] 
1.1.3. Falta de bens penhoráveis: É o patrimônio do executado que se sujeita à execução, conforme já visto. Significa que, sem bens a serem penhorados, não há como dar prosseguimento à execução. Exatamente por isso, o art. 921, III, CPC, impõe a suspensão da execução, "quando o executado não possuir bens penhoráveis".[footnoteRef:5] [5: Nos Juizados Especiais Cíveis, na execução de título extrajudicial, não havendo bens, a execução deve ser extinta. Com efeito, dispõe o art. 53, § 4º da Lei no 9.099/1995, que, na execução de título extrajudicial, no valor de até 40 (quarenta) salários mínimos, "não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor".] 
Também será suspensa a execução quando, embora haja bens penhoráveis, esses tenham seu valor absorvido pelas custas da execução, nos termos do artigo 836 do CPC. 
Nessa hipótese, a suspensão da execução deverá ter prazo máximo de 1 (um) ano, durante o qual também será suspenso o curso do prazo prescricional. 
Ultrapassado o prazo de um ano de suspensão e não sendo encontrados bens do executado, os autos serão arquivados (921, § 2º), retomando-se a contagem do prazo prescricional.[footnoteRef:6] [6: Art. 206. Prescreve: (...) § 5o Em cinco anos: (...) I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;] 
Durante a suspensão ou o arquivamento, é possível retomar o curso da execução, desde que sejam achados bens penhoráveis (921, § 3º). Mas não basta desarquivar os autos para que o prazo de prescrição se interrompa; é preciso tomar atitudes que demonstrem a diligência do exequente.[footnoteRef:7] [7: O Enunciado 548 do FPPC: “O simples desarquivamento dos autos é insuficiente para interromper a prescrição”.] 
Na verdade, a paralisação da execução pela falta ou insuficiência de
bens penhoráveis constitui uma falsa suspensão, pois, durante esse período, não é vedado ao juiz nem ao exequente praticar atos no processo. Muito pelo contrário: deve o exequente prosseguir na busca de bens penhoráveis, requerendo, até mesmo, que o juiz requisite informações à Receita Federal, ao sistema bancário, à Junta Comercial, à Secretaria da Fazenda etc. Rigorosamente, o caso é de impedimento da execução. O procedimento deixa de prosseguir em direção aos atos de expropriação, em razão da impossibilidade de prática de um ato a ela indispensável que é a penhora.
Mas a discussão em torno do título executivo e da própria execução
pode continuar, pois não depende da penhora. Note, por exemplo, que o executado já poderá ter oferecido a impugnação ou os embargos à execução, que não pressupõem prévia penhora; assim, mesmo não sendo encontrados bens, vários atos processuais foram ou serão praticados, principalmente aqueles relacionados ao processamento da defesa do executado.
Não encontrados bens penhorados e ultrapassado o prazo de prescrição intercorrente, o processo de execução deve ser extinto (art. 924, V, CPC), reconhecendo-se, mesmo que de ofício (não sem antes ouvir as partes), a prescrição. 
1.1.4. Alienação sem licitantes: A execução suspende-se também quando a alienação judicial do bem penhorado frustrar-se por falta de licitantes e o exequente não tenha requerido a adjudicação do bem ou indicado outros bens a serem penhorados (art. 921, IV, CPC). Além dessas duas atitudes (requerer a adjudicação e indicar outros bens), o exequente pode praticar outros atos que impeçam a suspensão da execução, como o pedido de nova hasta pública do mesmo bem ou o pedido de satisfação do crédito pelo recebimento dos frutos ou rendimentos da coisa penhorada. A situação aqui é bem parecida com a do inciso III do art. 921 : a execução suspende-se pela frustração da atividade expropriatória.
1.1.5. Deferimento de parcelamento: O art. 916 do CPC consagra um direito do executado a pagar parceladamente o crédito executado, uma vez preenchidos alguns pressupostos. Concedido o parcelamento, a execução fica suspensa (art. 921, V, CPC).[footnoteRef:8] [8: Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. § 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias. § 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento. § 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos executivos. § 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em penhora. § 5o O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente: I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos executivos; II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não pagas. § 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos § 7o O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.] 
O dispositivo comentado estabelece o direito subjetivo de o executado pagar parceladamente a dívida, desde quea reconheça e preencha os requisitos legais estabelecidos no referido texto normativo. Em virtude do contraditório, o juiz poderá mandar ouvir o exequente que, contudo, não poderá opor-se ao parcelamento caso o executado preencha os pressupostos legais para seu deferimento. Uma vez feito o requerimento, o CPC exige que o executado aja mostrando sua disposição de cumprir a obrigação, realizando depósito de 30% do valor exequendo acrescido de custas e honorários advocatícios. O fato de o juiz não ter apreciado o requerimento não poderá servir como justificativa para não se efetuar os depósitos pertinentes. Caso a proposta não seja aceita, o que já tiver sido depositado será convertido em penhora ou permanecerá à disposição para que o exequente proceda ao levantamento, o que permitirá o abatimento de parte do valor da dívida.
Feito o depósito de 30% (trinta por cento) do valor da dívida e deferido o pedido do executado, ficará suspensa a execução e não poderão ser praticados atos executivos. O credor-exequente poderá levantar o valor do depósito. Na hipótese de o juiz indeferir o requerimento do executado, a execução prosseguirá normalmente, mantido o depósito, que não poderá ser levantado pelo depositante.
Sobrevindo o descumprimento do pagamento de qualquer das seis prestações, todas elas tornar-se-ão exigíveis por causa de seu vencimento antecipado, acrescendo-se à dívida a multa de 10% (dez por cento) sobre o valor total das parcelas que deixaram de ser pagas.
1.1.6. Falência e recuperação judicial: Sobrevindo a decretação da falência ou de recuperação judicial, estarão suspensas as execuções individuais propostas em face do devedor insolvente, inclusive as execuções propostas pelos credores particulares do sócio solidário (Lei no 11.101/2005, art. 6º). Terá prosseguimento no juízo no qual se estiver processando a ação que demandar quantia ilíquida (Lei no 11.101/2005, art. 6º, § 1º). Nesse caso, os credores devem habilitar-se na falência ou na recuperação judicial, a fim de receberem seus créditos. Somente não serão suspensas a ação que demanda quantia ilíquida, a ação trabalhista até a fixação do valor devido e a execução fiscal (Lei no 11.101/2005, art. 6º, § 1º, 2º e 7º, art. 52, IV, art. 99, V).
2. Extinção da execução[footnoteRef:9] [9: Art. 924. Extingue-se a execução quando: I - a petição inicial for indeferida; II - a obrigação for satisfeita; III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida; IV - o exequente renunciar ao crédito; V - ocorrer a prescrição intercorrente. Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença.] 
A extinção da execução somente produz efeito se reconhecida por
sentença, determina o art. 925 do CPC. Note, porém, que a execução pode processar-se em tribunal; nesse caso, a extinção da execução não será resultado de uma sentença, mas de um acórdão ou decisão de relator. Trata-se de informação relevante para a identificação do recurso cabível: apelação, se contra sentença; agravo interno, se contra decisão uni pessoal em tribunal; recurso especial ou extraordinário, se contra acórdão.
A execução pode ser extinta de oficio pelo órgão jurisdicional, como
é o caso da extinção em razão da inadmissibilidade do procedimento
executivo ou pelo reconhecimento da prescrição ou pagamento. Em todos esses casos, deve o órgão julgador observar o comando do art. 10 do CPC, que, ao vedar a decisão-surpresa, lhe impõe o dever de consultar as partes acerca da questão que pode levar à extinção do procedimento executivo. A execução pode também ser extinta pelo acolhimento da defesa do executado, seja ela oferecida por embargos à execução, impugnação ou por petição simples (art. 518, CPC, ou exceção de pré-executividade, para quem ainda a admite).
2.1. Hipóteses
2.1.1. Indeferimento da inicial: O inciso I do 924 do CPC autoriza a extinção da execução pelo indeferimento da petição inicial. A petição inicial da execução deve observar uma série de requisitos (arts. 798-800, CPC), examinados no capítulo sobre a formação do processo de execução, para onde se remete o leitor. Constatada a existência de algum defeito sanável, deve o órgão julgador intimar o exequente para corrigi-lo, em quinze dias, sob pena de indeferimento da petição inicial (art. 801, CPC). O indeferimento da petição inicial ou do requerimento inicial é causa, portanto, de extinção, respectivamente, da execução ou do cumprimento de sentença.
2.1.2. Satisfação da obrigação: O inciso II do 924 do CPC cuida da principal hipótese de extinção do procedimento executivo com exame do mérito: a satisfação da obrigação, voluntária ou forçada. 
Esse pagamento pode ser voluntário, como ocorre, por exemplo, nas
hipóteses i) do art. 826 do CPC (remição da execução), ii) dentro do prazo de três dias da citação, nos termos do art. 829 do CPC, ou iii) no prazo de 15 (quinze) dias para cumprimento espontâneo da sentença condenatória, nos termos do art. 523 do CPC. 
O pagamento pode resultar, porém, da execução forçada, com a entrega do dinheiro ao credor (resultante da expropriação judicial de bens do devedor) ou a adjudicação do bem penhorado pelo credor (art. 904 do CPC). A satisfação da obrigação pode ocorrer por ato de terceiro, responsável ou não pelo pagamento da dívida - também nesse caso, a execução pode extinguir-se.
Pode haver casos em que a obrigação seja satisfeita e a execução ainda assim prossiga. Isso acontece quando a satisfação da obrigação implicar sub-rogação (art. 778, § 1 º, IV, CPC). Caso um dos devedores solidários executados pague a dívida, poderá prosseguir na execução para buscar a quota-parte devida pelo outro devedor, por exemplo.
O reconhecimento da satisfação da obrigação pelo órgão jurisdicional autoriza a extinção do procedimento executivo (art. 925, CPC).
O STJ já decidiu que a extinção da execução com base no inciso I do
art. 794 do CPC-1973, que corresponde ao art. 924, II, CPC-2015, deve ser precedida de intimação pessoal do exequente, à semelhança do que já ocorre com a extinção do processo em razão do abandono. 
2.1.3. Outras formas de extinção da obrigação: O inciso III do art. 924 do CPC trata de hipótese de extinção da execução em razão de qualquer outra forma de extinção do vínculo obrigacional subjacente ao procedimento executivo, como, por exemplo, a transação. Também com base neste inciso, é possível extinguir a execução em razão da compensação (arts. 368-380, Código Civil), confusão (arts. 381-384, Código Civil), novação (arts. 360-367, Código Civil) etc., fatos extintivos do vínculo obrigacional que, se verificados, autorizam a extinção da execução com solução do mérito.
2.1.4. Renúncia ao crédito: O inciso IV do art. 924 do CPC é hipótese semelhante ao art. 487, III, "c", do mesmo CPC: extingue-se o procedimento em razão da renúncia ao direito objeto desse mesmo procedimento. Trata-se de negócio jurídico unilateral praticado pelo credor-exequente, que leva à extinção da execução com exame do mérito. A renúncia pode ser à totalidade ou à apenas parte do crédito. 
2.1.5. Prescrição: Também será possível extinguir a execução com exame do mérito em decorrência do reconhecimento da prescrição da pretensão executiva. O art. 924, V, do CPC menciona apenas a prescrição intercorrente. Mas também a prescrição que se aperfeiçoou antes do processo de execução pode levar à extinção da execução, obviamente. Especificamente em relação à prescrição intercorrente, é preciso observar o conjunto de regras decorrentes dos §§ do art. 921 do CPC. Prescrição intercorrente é aquela que ocorre durante a litispendência, o que inclui o período que separa as fases de conhecimento e de execução da decisão
2.1.6. A desistência do procedimento: A execução ainda pode ser extinta em razão da desistência pelo credor-exequente (art. 775 do CPC). Eis um caso de extinção do procedimento executivo em razão da revogação da demanda executiva. Aplica-se à desistência da execução o mesmo regramento previsto para a desistência da demanda de conhecimento, com as peculiaridades previstasno art. 775, relacionadas à existência ou não à existência de defesa de mérito oferecida pelo executado.
2.1.7. Juizados especiais: O legislador prevê, em certas hipóteses, a extinção da execução infrutífera, quando não houver bens penhoráveis, como é o caso do art. 53, § 4º, da Lei 9.099/1995 (Juizados Especiais Cíveis).[footnoteRef:10] Também é caso de extinção da execução sem solução de mérito. [10: Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta salários mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com as modificações introduzidas por esta Lei. § 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiência de conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente. § 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação do bem penhorado. § 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improcedentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do parágrafo anterior. § 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor. ] 
Araken de Assis denomina extinção normal da execução, quando se
atinge a satisfação do credor, e extinção anormal da execução, quando a satisfação do credor, por qualquer razão, não é alcançada.

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