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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIDANTE
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL - CONTRATOS -AV1
PROFESSORA:Ana Luisa de Moraes Vieira
ACADÊMICO: ROGÉRIO POSTAI
 MATRÍCULA- 2855780 TURMA: DIR 121
Rua Dr. Pedro Zimmermann - no 385 – Salto do Norte – 89065-000 – Blumenau/SC – Fone: (47) 3321-9000 Fax: (47) 321-9010
www.uniasselvi.com.br
BOA-FÉ OBJETIVA NOS CONTRATOS EMPRESARIAIS:
O CASO DA CIA NACIONAL DE TECIDOS JUTA
1- Companhia Nacional de Juta versus Companhia Paulista de Aniagens.
Trata-se de caso julgado pelo Supremo Tribunal Federal no ano de
1914, envolvendo a Companhia Nacional de Tecidos de Juta, a CNTJ e a
Companhia Paulista de Aliagens a CPA. Envolveu uma disputa entre Rui
Barbosa e Conde Alvares Penteado, com alienação da fábrica de juta e a
companhia nacional de tecidos de juta. O que ocorreu foi que em 11 de janeiro
de 1908, onde Alvares Penteado alienou a fábrica Santana a Sociedade
Anônima Companhia Nacional de Juta por 3.000,00 contos de reís. Após a
alienação onde estabeleceu-se novamente mediante a Cia Paulista de
Aniagens. Quando os clientes souberam que ele, e depois de sua morte seus
sucessores, operava o novo estabelecimento, deixaram de contratar com a
Companhia Nacional de Tecidos de Juta, e se tornaram clientes da Cia Paulista
de aliagem. A ré da ação, Cia Paulista de Aliagens contestou, contra
argumentou que a clientela não havia sido objeto do contrato, e portanto não
estava abrangida pelo valor deste. Alegou também a liberdade de comércio. A
ação foi julgada improcedente, em primeira instância, pelo juiz de São Paulo.
Segundo a sentença não havia cláusula contratual prevendo questão relativa à
clientela, bem como a instalação da indústria com o mesmo objeto e na mesma
área geográfica. Sendo assim, lícita, a conduta da ré. A Cia Nacional de Juta,
representada por Carvalho de Mendonça, representou no STF a ação por
perdas e danos, pelo desvio de clientela em face dos sucessores do Conde, os
quais se eram representados por Rui Barbosa. Esse caso tomou grandes
proporções a época, pois atuaram nele dois grandes advogados, Carvalho de
Mendonça em nome da Cia Nacional de Juta e do outro lado Rui Barbosa em
defesa do Conde Penteado e da Cia Paulista de Aniagem. No silêncio do
contrato do Conde Penteado era permitido a concorrência, para que isso fosse
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proibido deveria ter sido posto no contrato cláusulas de restrição de tempo
espaço e de objeto. Pois a renúncia deve ser expressa ou ao menos resultar de
modo inequívoco nos termos do contrato. Para que na solução dos conflitos
não prevaleça contra o princípio soberano da livre concorrência, faltou ao
Conde Alvares Penteado, razoabilidade e bom senso. 
2 - De acordo com os autores qual a origem, qual o conceito e qual o
alcance do princípio da boa-fé e dos deveres laterais de conduta, nas
relações civis, nas relações mercantis e nas relações consumeristas.
Pela evolução do conceito, a boa-fé, anteriormente somente
era relacionada com a intenção do sujeito de direito, estudada quando da
análise dos institutos possessórios, por exemplo. Nesse ponto era conceituada
como boa-fé subjetiva, eis que mantinha relação direta com a pessoa que
ignorava um vício relacionado com outra pessoa, bem ou negócio. 
Mas, desde os primórdios do Direito Romano, já se cogitava
uma outra boa-fé, aquela relacionada com a conduta das partes,
principalmente nas relações negociais e contratuais. No sistema romano, já se
reconhecia a importância dos “pactos adjetos aos atos de boa-fé”. Lembram
ALEXANDRE CORREIA e GAETANO SCIASCIA, antigos professores das Arcadas,
que “os pactos acrescentados aos atos de boa-fé tiveram uma função de
grande importância no desenvolvimento do sistema contratual, pois
contribuíram fortemente para a erosão do antigo princípio do direito civil que
não reconhecia nenhuma eficácia ao pacto puro e simples (nudum pactum),
despido de formalidades. Substancialmente, os pactos adjetos eram
convenções isentas de formas, e por isso ineficazes no ius civile. Dado porém
que se acrescentavam, como pactos acessórios, a contatos reconhecidos
civilmente, eram considerados parte integrante do principal, sendo portanto
protegidos pela mesma ação do contrato principal. O reconhecimento de tais
pactos não foi absoluto, a não ser no respeito às convenções limitativas do
conteúdo da obrigação principal, exigindo-se em qualquer outro caso fôsse ela
de boa fé e que o pacto acessório se acrescentasse desde o momento em que
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tal contrato se perfez. Assim, p. ex., se depois da conclusão duma stipulatio, o
credor aquiescia em não exigir do devedor a prestação (pactum de no
petendo), êste podia repelir a eventual pretensão do credor mediante a
exceptio pacti conventi, concedida pelo pretor para proteger as convenções
acrescentadas a obligationes civil; ao contrário se dava, mesmo mediante
ação, qualquer que fôsse o conteúdo do pacto acrescentado, se o contrato
principal era de boa fé e fosse concluído desde a constituição da relação. Por
isso se dizia pacta convena inesse bonae fidei iudicis”.
Desse modo, com o passar dos tempos, o conceito de boa-fé
sentiu diversas evoluções, passando a existir no plano objetivo, relacionada a
sua presença com as condutas dos envolvidos na relação jurídica obrigacional.
No plano contratual, passou a exercer influência considerável, sendo prevista
em todas as codificações importantes. Segundo o qual o devedor está obrigado
a cumprir a prestação de acordo com os requisitos da fidelidade e boa-fé,
levando em consideração os usos e bons costumes.
O sentido do princípio da boa-fé objetiva pode ser percebido
da análise do artigo 422 do Novo Código Civil, pelo qual “os contratantes são
obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução,
os princípios da probidade e da boa-fé”. Compartilhando do parecer de JuDITH
MARTINS-COSTA, entendemos que não resta dúvidas que a boa-fé objetiva
constitui um “princípio geral”, assim como defende FERNANDO NORONHA.
A primeira autora, uma das maiores especialistas do assunto
e das melhores intérpretes da nova codificação, conforme aduz o próprio
MIGUEL REALE, visando demonstrar a importância prática do instituto,
desenvolveu pesquisa profunda, sobre a sua visualização pelo Poder
Judiciário, que consta do seu artigo intitulado “A Boa-Fé Como Modelo (Uma
Aplicação da Teoria dos Modelos De Miguel Reale)”. 
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Então a boa-fé objetiva se os negócios jurídicos, boa-fé é uma
interpretação relacionada às cláusulas gerais que estão presentes nas relações
contratuais e também qualquer relação jurídica. Este princípio visa verificar a
intenção é o comportamento dos agentes da contratação agir de boa-fé, é agir
de forma correta leal justo de modo não de modo a não frustrar a confiança
depositada pela outra parte.
3 - A respeito da afirmação feita pelos autores no sentido de que cláusula
do não restabelecimento e da boa-fé contratual produzem efeitos mesmo
após a conclusão do contrato.
A cláusula de não-reestabelecimento e a culpa post facto finitum. A 
cláusula de não restabelecimento somado à boa fé, vai além dos efeitos do 
contrato criando assim uma pós eficácia, a culpa post facto finitum.. Mesmo 
que o contrato seja extinto, subsistem certos deveres para os contratantes. 
A função social do contrato conectado a boa fé, exige que certas 
obrigações sejam resguardadas, mesmo com a extinção do contrato. Por 
exemplo a proteção, as partes permanecem vinculados, proibidas de causar 
danos mútuos as pessoas e patrimônios uma da outra. 
Tem também a informação para que é obrigação de explicar o
funcionamento do produto que é vendido. Inclusive com avisos sobre
prevenção de perigos que o mesmo pode proporcionar. E também tem a
lealdade, que seria não provocar a frustração, diminuição das vantagens ou
mesmo causar danos ao outro contratante.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TARTUCE, Flávio. Direito civil: teoria geral dos contratos e contratos em 
espécie.4. ed. atual. e ampl. São Paulo: Método, 2009. 638 p, il. (Direito civil, 
v.3).
QUEIROZ, Mônica. Direito civil: parte geral do direito civil e teoria geral dos 
contratos. São Paulo : Atlas, 2010. xxii, 300 p, il.

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