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Anestesia dissociativa INTRODUÇÃO Anestesia intramuscular (podem ser aqueles dardos tranquilizantes) Basicamente utilizada para conter animais muito agressivo/ariscos como animais selvagens que não permitem pegar a veia para realizar anestesia intravenosa. Ou para anestesias. Normalmente, quando se realiza um procedimento cirúrgico, se escolhe entre a anestesia inalatória ou dissociativa. Destinada a cirurgias rápidas e de baixa intensidade de dor. o Exceto quando se associa a anestesia local CONCEITO Esta anestesia provoca Catalepsia o O animal não consegue se mexer mesmo se estiver com dor o Ou seja, o animal pode estar com um grau de consciência e sentindo a maior parte da dor da cirurgia e mesmo assim não se mexer. o Por isso deve ser bem monitorada e não ser realizada em cirurgias que doem muito Analgesia somática superficial o Capaz de provocar analgesia em pele + osso + musculatura, mas não em vísceras. o A analgesia deve ser garantida com MPA Depressão de áreas específicas sem a certeza da perda total da consciência Manutenção dos reflexos oculopalpebrais e laringotraqueal o Mantem os reflexos protetores, o animal continua piscando e engolindo. COMO? Simula uma dissociação cortico-medular por interrupção de impulsos do SNC e depressão seletiva de várias áreas do córtex cerebral. Interfere nas informações entre o córtex e a medula. O animal não consegue se movimentar adequadamente, não possui consciência clara da dor (bloqueio limitado – se o estimulo de dor for muito alto, o animal sente). Entenda: Para gerar sensações como a da dor. Os estímulos partem do corpo em direção à medula e da medula partem até o córtex cerebral. No córtex cerebral, o estímulo é processado e promove uma resposta, como dor por exemplo. Isto faz com que o córtex gere uma ação voluntária, se movimentar por exemplo. A ação deste fármaco é inibir que o estímulo passe da medula para o córtex, deste modo o animal não é capaz de associar a dor ou promover uma ação. Porém, se esse estímulo for muito alto (uma dor muito intensa), passará da medula para o córtex do mesmo jeito, o animal terá sensação de dor, mas não conseguirá gerar uma ação. Se a dor for ainda maior, o animal conseguirá promover uma ação, como se contrair ou mover a pata etc. Normalmente, os veterinários que não possuem experiência, apenas neste momento que o animal se movimenta que eles percebem a dor. E com isto administram mais uma dose de anestésico. Porém, com esta segunda dose, o animal apenas não promove uma ação, mas ainda sim sente a dor. A solução para evitar esta dor no animal, seria administrar a uma anestesia local (epidural em uma castração, por exemplo). Porém, poucos veterinários possuem conhecimento de como se realiza estes procedimentos. Além de tudo isso, o nível de sensibilidade a ao anestésico se aplica a curva de gaus. ANESTÉSICOS QUETAMINA/CETAMINA É o mais utilizado à ANESTESIA PARA ANIMAIS SAUDÁVEIS EM PROCEDIMENTOS QUE DOEM POUCO FORMULAÇÃO: Existem dois isômeros deste medicamento que podem ser utilizados: o Forma racêmica Mistura das isoformas Cetamina S(+) e Cetamina R(-) Mais barata e Mais utilizada Possui mais efeitos colaterais o Dextrocetamina - Cetamina S(+) Mais potente sedativa, analgésica e menor agitação na recuperação. Mais cara Menos efeitos colaterais Melhor que a Cetamina Existem discussões no EUA se o efeito é realmente melhor do que a Racêmica VIAS DE ADMINISTRAÇÃO IV, IM, SC, VO, retal, nasal. Dor a aplicação intramuscular, mas sem edema ou necrose. Latência – decúbito lateral (quanto tempo o animal demora para deitar de lado) o IV: 30 a 90 segundos o IM: 2 a 5 minutos MECANISMO DE AÇÃO Não está completamente compreendida o Dissociação corticomedular Bloqueia receptores muscarínicos no SNC o Com isto, aumenta-se a atividade de duas áreas do cérebro à Hipocampo e depressão do tálamo-córtex. o Deprimir o hipocampo pode provocar convulsões Potencializa os receptores GABA Inibem a receptação de serotonina, dopamina e noradrenalina (simpatomimética) o Sensação de prazer e hipertonicidade muscular o O aumento de noradrenalina na fenda sináptica estimula o sistema nervoso simpático, realizando ação principalmente no sistema cardiovascular (aumento de FC e de PA) Provoca estabilidade cardiovascular importante (pois as maiorias dos anestésicos provocam uma hipotensão importante) Inibem os receptores NMDA (N-metil D-Aspartato) o NMDA = Canais de cálcio o Bloqueando estes canais, diminui a intensidade de dores crônicas (principalmente oncológicas) o A maioria dos anestésicos/analgésicos bloqueiam os canais AMPA (canais de sódio), que estão envolvidos na dor aguda o Quando houver dores crônicas que não são controladas com fármacos que bloqueiam AMPA (opióides, alpha 2 agonista, AINE...) à administrar uma dose baixa de quetamina para controle de dor crônica o Ou pacientes que possuem potencial para dores crônicas (problemas de coluna, grandes queimaduras, fraturas graves de quadril, por exemplo) à administrar Quetamina como método profilático. Agonistas de receptores opióides o Principalmente Sigma Disforia Dores crônicas Não há cura, apenas controle e prevenção e a Quetamina pode ser utilizada para este fim. Atualmente as principais causas de dores crônicas são alterações oncológicas e dores agudas não tratadas adequadamente. Os NMDA estão relacionados com dores crônicas. FARMACOCINÉTICA Metabolização Hepática: o Muito complexa – multifásica (Os metabólitos ficam presentes por vários dias após a sua utilização) Metabolismo oxidativo Produz muitos metabólitos ativos o Norcetamina (o metabólito mais importante) Efeito residual importante o Excita o paciente, acorda muito mal 1/3 a 1/5 da potência da Cetamina Produz muita depressão em fetos (não pode- se usar a fêmea e nem filhotes, só que se usa muito no Brasil) - os filhotes nascem com maior dificuldade respiratória. Aumenta mortalidade em filhotes o Neurotóxica Predispõe a convulsão e agrava lesão Não utilizar em casos de alterações neurológicas o Altamente Nefrotóxica A metabolização é pouco efetiva em gato o Aumenta os efeitos colaterais Excreção: o Renal Em gatos: 87% inalterada na urina. Ou seja, os metabólitos ativos vão causar um alto efeito nefrotóxico em gatos. Reabsorção de até 5% USO TERAPÊUTICO Contenção química de animais domésticos bravos Contenção química de animais selvagens Indução anestésica (fazer o paciente dormir) Raramente vale a pena para anestesia inalatória o Pode ser usado, por exemplo, para aumentar a frequência cardíaca em pacientes que possuem pressão muita baixa. o Na grande maioria das vezes, para anestesia inalatória se utiliza anestésico geral intravenoso. NUNCA UTILIZAR QUETAMINA SOZINHA o Sempre que possível devem ser associados a tranquilizantes, e nunca deve ser feita sem sedativos, Miorrelaxante e opióides (OBRIGATÓRIO) EFEITOS SISTÊMICOS Sistema Cardiovascular (ações do sistema nervoso simpático) o Taquicardia intensa o Aumento da contratilidade cardíaca o Aumento da PA o Aumento do DC o Cuidado: aumento consumo O2 miocárdio (se o animal estiver respirando mal à arritmias) Não pode ser utilizada em braquicefálicos Do ponto de vista respiratório e cardíaco (com animais que respiram bem); a Quetamina é segura. Porém, possuem diversos outros efeitos que faz com que haja a necessidade de ser administrada com outros fármacos. Sistema Respiratório o Depressão dose-dependente o Inspiração apnêustica O animal inspira profundamente e com o pulmão cheio de ar, para de respirar por até 1 minuto em alguns casos. Normalmente após este tempo, o animal volta a respirar sozinho. Ou ainda é possível apenas puxar a língua do animal para elevoltar a respirar. o Não deprime reflexo laringotraqueal O animal continua deglutindo Isto não permite intubação (associar a outro fármaco que relaxe este reflexo) Outros: o Analgesia somática (não tira dor visceral) o Hipertonicidade muscular (rigidez muscular) o Preservação dos reflexos protetores o Salivação (pois mantém reflexos) o Excitação (agitado na recuperação) o Redução do limiar convulsivo o Aumenta a PIC (pressão intracraniana) e a PIO (pressão intraocular) Não indicado em casos de pacientes que já possuem pressão intracraniana aumentada, como traumas na cabeça, hidrocefalia... Não é indicado para cirurgias oftálmicas o Atravessa a barreira hemato-encefálica e placentária ASSOCIAÇÕES DA QUETAMINA Problemas do ponto de vista anestésico que precisam ser solucionados com outros fármacos: o Efeito simpatomimético o Rigidez Muscular o Excitação o Analgesia Somática o Mantém reflexos Se for um procedimento cirúrgico o Sempre associa alpha 2 agonista o Efeito: o Parassimpatomimético o Relaxamento muscular o Sedativo o Analgesia visceral discreta o Reduz reflexo o Xilazina é o alpha 2 agonista mais utilizado Em alguns casos um medicamento pode prevalecer sobre o outro, ressaltando os efeitos deste fármaco. o Quando os efeitos de Xilazina se sobressaem, os índices de mortalidade aumentam. o Quando os efeitos de Quetamina sobressaem, os efeitos dela se sobressaem (menos conforto ao animal) o É necessário realizar uma escolha de qual efeito é preferível No caso, sempre é administrado uma dose maior de Quetamina, para evitar óbitos. Para evitar os efeitos da Quetamina se sobressaindo o Administra Benzodiazepínico Efeitos: Relaxamento muscular Boa sedação Reduz reflexos Mesmo com a associação de todos estes fármacos, o protocolo não garante boa analgesia o Associa com Opióide o Efeitos: Boa sedação Boa analgesia Baixa redução dos reflexos o O opióide utilizado deve ser fraco Tramadol ou Petidina Quando utilizar alpha 2 agonista (xilazina) em anestesia injetável à associar apenas com opióides fracos Não pode ser utilizado em procedimentos que causem muita dor Mesmo se utilizar opióide forte, deve ser em baixas doses Lembrando que os fármacos utilizados podem variar de acordo com as necessidades prévias do animal o Exemplo trocar o benzodiazepínico em casos de hepatopatas à de diazempam para midazolam se não for um procedimento cirúrgico o Coleta de exame, por exemplo: Quetamina + Benzodiazepínico o Só precisa dos 4 fármacos quando vai produzir dor Exemplo de associações que estava no slide: o Indução anestésica para anestesia inalatória Quetamina 5 mg/kg IV Diazepam 0,5 mg/kg IV Ou Quetamina 5 mg/kg IV Midazolam 0,5 mg/kg IV o Anestesia dissociativa injetável Quetamina 10 - 15 mg/kg IM Diazepam 0,5 mg/kg IM Xilazina 0,5 – 2 mg/kg IM Tramadol 2 mg/kg IM TILETAMINA FARMACOCINÉTICA Parecida com a Quetamina Mais potente que a Quetamina o Provoca muito mais rigidez muscular e mais convulsões Formulação o Exclusivamente associado ao Zolazepam Por questão de segurança, contra seus efeitos colaterais. Não vende pura, na formulação sempre vem associada a Zolazepam Zolazepam é absorvido mais rápido que a tiletamina, com isto consegue evitar seus efeitos colaterais rapidamente. Vias de administração o IV, IM, SC, VO, retal e nasal. Latência: o IV: 30 a 90 seg. o IM: 5 a 12 min Metabolização: o Hepática Metabólitos ativos Hepatotoxicidade Cães tendem a acordar muito mal com Tiletamina Dura mais tempo que o Zolazepam O animal acorda vomitando e se debatendo Gatos costumam acordar mais calmos O Zolazepam dura mais tempo que Tiletamina Por isso se utiliza mais em gatos Espécie Tiletamina Zolazepam Canina 1,2 h 1 h Felina 2,5 h 4,5 h Excreção: o Renal: 10% inalterado na urina Alta nefrotoxicidade (igual a quetamina) DIFERENÇAS DA CETAMINA: Mais potente Maior analgesia Em cães o Normalmente é necessário o uso de outros sedativos para reduzir excitação na recuperação anestésica Diazepam o Mas se evita utilizar PROTOCOLO ANESTÉSICO: Se for um procedimento cirúrgico: o Tiletamina o Alpha 2 agonista o Opióide fraco o Por um período máximo de 1 hora PARÂMETROS PARA AVALIAR SE O ANIMAL ESTÁ ANESTESIADO ADEQUADAMENTE Estes parâmetros servem apenas para este tipo de anestesia Resumindo: Não pode parar de piscar, não pode relaxar totalmente a mandíbula, não pode secar o olho e não pode fica bradicárdico ou bradipneico. Se houver estes sinais à anestesia aprofundou muito o Caso o animal se aprofunde muito na anestesia Fluidoterapia contínua Caso não recupere à óbito o Se o animal estiver apresentando dor à anestesia local o Como diferenciar se o animal está muito acordado ou anestesiado? Aferir FC e FR antes da cirurgia Se durante a cirurgia estes parâmetros subirem mais de 20% à animal com consciência da dor. Exemplo: o Início da cirurgia FC 100 bpm o Durante a cirurgia FC 120 bpm à consciência da dor No início deve haver um leve aumento
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