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UNIDADE III TÓPICOS INTEGRADORES II - NUTRIÇÃO 2 Sumário Para início de converSa ..................................................................................... 3 PaToLoGiaS aSSociadaS ao TraTo diGeSTorio ............................................ 4 eSÔFaGo ........................................................................................................................ 4 acaLaSia ...................................................................................................................... 5 HÉrnia de HiaTo ......................................................................................................... 6 eSoFaGiTeS .................................................................................................................. 7 eSTÔmaGo .................................................................................................................... 8 GaSTriTeS..................................................................................................................... 9 ÚLceraS ........................................................................................................................ 10 inTeSTino deLGado e GroSSo .............................................................................. 12 ÚLcera PÉPTica duodenaiS .............................................................................................. 12 doenÇaS inFLamaTÓriaS inTeSTinaiS.............................................................. 13 doença de crohn ....................................................................................................................... 14 retocolite ulcerativa idiopática (rcui) ................................................................................. 14 megacólon ................................................................................................................................. 15 PÂncreaS ..................................................................................................................... 17 veSícuLa BiLiar ......................................................................................................... 19 colelitíase ................................................................................................................................... 19 PaToLoGiaS aSSociadaS ao SiSTema endocrino ....................................... 21 ParaTireoideS ............................................................................................................ 21 Hiperparatireoidismo ................................................................................................................ 22 Hipoparatireoidismo ................................................................................................................. 22 Tireoide ........................................................................................................................ 23 Hipotireoidismo .......................................................................................................................... 23 TeraPia nuTricionaL naS doenÇaS da Tireoide ..................................................... 24 iLHoTaS de LanGerHanS ..................................................................................................... 24 3 TÓPicoS inTeGradoS ii nuTriÇÃo unidade iii Para início de converSa Olá, caro (a) aluno (a)! Fico feliz por estarmos juntos neste nosso terceiro encontro desta disciplina. Nesta terceira unidade abordaremos o conteúdo de patologias do trato gastrointestinal e algumas patologias do sistema endócrino. Então, com esse Guia de Estudos você será capaz de conhecer as principais patologias que acometem o trato gastrointestinal e sistema endócrino e uma breve Dietoterapia como medida de intervenção nutricional. Preparado? Vamos então para nosso guia de estudo sobre as diversas patologias que podem atingir o trato digestório e algumas glândulas que fazem parte do sistema endócrino. Quero apenas lhe orientar que você terá atividades relacionadas a este material de estudo e caso você precise tirar alguma dúvida, sinalize o seu tutor, ele estará a sua disposição para lhe auxiliar no que for preciso. Bom estudo! orienTaÇõeS da diSciPLina Caro (a) estudante, vamos então iniciar o estudo sobre as principais patologias que acometem o trato digestório e sistema endócrino humano. Esse tema é de extrema importância para você compreender como o a nutrição pode agir nos casos de prevenção e tratamento de diversas patologias. Conteúdo essencial para vida prática do profissional nutricionista. Vamos dar continuidade. 4 PaToLoGiaS aSSociadaS ao TraTo diGeSTorio PaLavraS do ProFeSSor Prezado (a) estudante, como foi mostrado no GUIA II dessa disciplina, o sistema digestivo ou digestório possui uma estruturação bem complexa e importante. Esse sistema funciona como porta de entrada para todas as substâncias que irão nutrir o organismo, é capaz de digerir todos os alimentos consumidos, através das suas propriedades, processos, químicas (mastigação e a deglutição), reações físicas (como a ação das enzimas para a quebra das moléculas). Esse sistema também é responsável por manter o suprimento de água, nutrientes e eletrólitos no corpo, e tudo isso deve estar em um fluxo contínuo e de perfeito equilíbrio para o seu bom funcionamento. A falta de cuidados, maus hábitos de vida como alimentação errada, fumo, consumo exagerado de álcool, estresse, podem acarretar em doenças e/ou distúrbios em todo trato digestório, devido a sensibilidade de todos os componentes do sistema digestivo. Vamos conhecer agora as principais patologias relacionadas ao trato digestório de acordo com cada região. Vamos também abordar um pouco sobre a terapia nutricional. eSÔFaGo Prezado (a) estudante, agora você irá conhecer os principais sintomas dos distúrbios do esôfago. • Disfagia: É a dificuldade de deglutir, é observada quando a função motora esofagiana está alterada ou quando há doença em que produz estreitamento. • Azia: É uma dor do tipo queimação retrointestinal, sintoma relacionado a regurgitação do conteúdo gástrico para dentro do esôfago inferior constantemente. • Dor e hematêmese: São ocasionados pelas lesões associadas acarretando em inflamação da mu- cosa do esôfago. dica Para o diagnóstico clínico dos distúrbios do esôfago é necessário a realização de pro- cedimentos especializados, tais como esofagoscopia, estudos radiológicos com bário e manometria. 5 Principais patologias ESOFÁGICAS: Lesões associadas às disfunções motoras, alterações vasculares, esofagites e neoplasias. Lesões associadas às disfunções motoras acaLaSia Esta lesão se dar pela ausência de relaxamento com subsequente dilatação no esôfago, clinicamen- te se caracteriza por uma progressiva disfagia e regurgitação. Apresenta três grandes anormalidades: aperistalse (falta de peristaltismo), relaxamento parcial ou incompleto do esfíncter esofagiano inferior e aumento do tônus basal do mesmo. Pode ser dividida em dois tipos: Acalasia primária e Acalasia secundária, vou explica-las de forma bem simples para você. A Acalasia primária é de etiologia indefinida, pode estar ligada a alterações degenerativas nos nervos vagos extra esofágicos, no núcleo dorsal do vago e da inervação intrínseca do esôfago. Acalasia se- cundária: É comum ocorrer na doença de Chagas, pois o Trypanossoma Cruzi causa destruição do plexo mioentérico do esôfago consequentemente causando a dilatação deste. Fonte: http://sereduc.com/5GBcJ9 oBJeTivoS da TeraPia nuTricionaL ü Adaptar a dieta ao grau de disfagia (dificuldade de deglutir). ü Promover a recuperação nutricional. http://sereduc.com/5GBcJ9 6 TeraPia nuTricionaL ü Dieta hipercalórica e hiperproteica. ü Monitorar consistência da dieta por via oral. ü Indicar nutrição enteral. ü Aumentar a oferta proteica e energética das preparações. ü Evitar suco e frutas cítricas. Condimentos e especiarias picantes e irritantes. ü Evitartemperaturas elevadas. HÉrnia de HiaTo Esta Hérnia ocorre quando há a passagem de parte do conteúdo abdominal para a cavidade torácica através do hiato diafragmático. A idade é um fator importante para essa patologia, pois aumenta a pro- babilidade com a idade, sendo que 85% ocorrem após os 45 anos. Existem dois tipos de hérnia de hiato: A hérnia por deslizamento, que representa 95% dos casos, se forma uma protusão do estômago acima do diafragma. A hérnia paraesofágica que indica que uma porção separada do estômago penetra no tórax através do forame diafragmático alongado. Ambos os tipos podem ulcerar causando sangramento e perfuração. Uma situação de preocupação é quando as hérnias paraesofagianas sofrem estrangulamento ou obstrução. Fonte: http://sereduc.com/lcE2op Principais sintomas são o refluxo gastresofágico, regurgitação, disfagia que não é progressiva. A Etio- patogenia está dividida em fator primário e secundário. Fator primário: enfraquecimento dos músculos em torno do hiato diafragmático. Fator secundário: Pressão intra-abdominal como obesidade, tosse, vômitos, gravidez, ascite. oBJeTivoS da TeraPia nuTricionaL ü Reduzir o refluxo para o esôfago ü Atingir ou manter o estado nutricional ü Neutralizar a acidez gástrica quando possível http://sereduc.com/lcE2op 7 TeraPia nuTricionaL ü Durante os episódios agudos oferecer pequenas e frequentes refeições ü Evitar líquidos durante as refeições ü Não deitar após as refeições, manter a cabeceira da cama elevada ü Dieta hiperproteica promove a liberação da gastrina que ajuda na contração do esfíncter esofagiano inferior ü Dieta hipolipídica ü Evitar: chocolate, café. Hortelã, cebola, menta álcool e fumo ü Aumentar a oferta proteica e energética das preparações ü Evita condimentos e especiarias picantes e alimentos irritantes da mucosa. ü Caso paciente apresente excesso de peso, esse deve ser encorajado a manter peso ideal. eSoFaGiTeS Esofagite é a lesão da mucosa do esôfago com subsequente inflamação. Pode ter como origem a esofagi- te de refluxo que é o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago, ingestão de irritantes gástricos como: álcool, ácidos, álcalis corrosivos, líquidos quentes; intubação gástrica prolongada, uso de alguns medica- mentos pode ser dividida em esofagite aguda ou crônica. Esofagite aguda: Provocada por bactérias (estafilococos, estreptococos e salmonelas), vírus (influenza, herpes simples, citomegalovirus), fungos (cândida, aspergilus-esofagite por moniliase), por trauma (ali- mentos quentes ou irritantes, sondas nasogástricas, substâncias causticas). Esofagite crônica: Com o passar da idade a esofagite de refluxo aumenta, principalmente após os 40 anos já que é nessa faixa que mais ocorre hérnia de hiato, causando assim a esofagite, 50% dos casos estão na faixa dos 45 a 64 anos. As complicações são: Sangramento, constrição, e esôfago de Barrett, Metaplasia. O refluxo gastresofágico reincidivante e prolongado resulta em inflamação e eventual ulce- ração do revestimento epitelial escamoso. A cicatrização é a reepitelização e crescimento celular que se diferenciam (devido ao pH baixo) em epitélio tipo gástrico ou intestinal que é mais resistente a lesão. Fonte: http://sereduc.com/uE0DUn http://sereduc.com/uE0DUn 8 oBJeTivoS da TeraPia nuTricionaL ü Acelerar o trabalho gástrico, ofertar refeições pouco volumosas. ü Regularizar a função intestinal. ü Evitar alimentos que diminuam a pressão do esfíncter esofagiano inferior. ü Incentivar a mastigação completa e deglutição lenta dos alimentos. ü Evitar temperaturas extremas. ü Evitar líquidos durante as refeições. ü Promover peso ideal. TeraPia nuTricionaL: recomendações na esofagite características recomendações nutricionais Valor energético total Suficiente para manter peso ideal. Lipídeos Hipolipidica (<20% das calorias totais) Consistência da dieta Branda Fase aguda: líquida ou semi-liquida Fracionamento 6 a 8 refeições por dia Líquidos Entre as refeições Excluir Alimentos que diminuem a pressão do esfíncter esofagiano inferior Café, mate, chá preto, álcool, gordura. Recomendações gerais o Não comer antes de dormir o Come em posição ereta o Não deitar após as refeições o Manter horários regulares o Não usar roupas e acessórios apertados o Manter a cabeceira da cama elevada o Evitar tabagismo eSTÔmaGo Agora você irá compreender a estimulação da secreção ácida gástrica. Fase cefálica: Os sentidos da visão, paladar, cheiro, mastigação e deglutição de alimentos agradáveis permitem a estimulação vagal direta da liberação do hormônio gastrina. Fase gástrica: A distensão gástrica permite a estimulação de receptores mecânicos e a presença de proteínas digeridas e aminoácidos induzem a liberação do hormônio gastrina. 9 Fase intestinal: Ocorre quando o alimento contendo aminoácidos penetra no intestino delgado proximal, substâncias que estimulam a secreção ácida (histamina, gastrina e acetilcolina) que agem nos receptores parietais do corpo e fundo gástrico. Vamos dar continuidade ao nosso estudo conhecendo agora as principais Patologias que acometem o estômago, são elas: Gastrites e úlceras: Apresentam a mesma sintomatologia: Dor na região epigástrica, acidez e dificul- dade digestória. GaSTriTeS A gastrite é uma reação inflamatória na parede do estômago. Pode ser primária ou secundária. Quando ela se limita a mucosa é dita como primária. Quando se associa à doença inflamatória sistêmica é dita como secundária, podendo atingir outras camadas do estomago. Gastrite aguda: É resultado de um processo inflamatório da mucosa gástrica associado a causas endó- genas ou exógenas, normalmente tem curta duração. A inflamação pode ser acompanhada por hemorragia para dentro da mucosa ou por desprendimento da mucosa superficial que é a forma mais grave da doença. O consumo excessivo de álcool; infecções sistêmicas como salmonelose, fumo excessivo uso maciço de medicamentos antinflamatórios não esteroides (AINES) estresse intenso, traumas como queimaduras e cirurgias, são algumas das causas para o desenvolvimento de gastrite. Esses fatores levam a um aumento de secreção ácida, redução da produção de bicarbonato, lesão na barreira da mucosa gástrica. A gastrite aguda pode ser totalmente assintomática ou pode causar dor epigástrica, náuseas e vômitos, hematêmese e melena. Gastrite crônica: Reação inflamatória crônica que acaba resultando em atrofia da mucosa e metaplasia epitelial, habitualmente na ausência de erosões. As alterações epiteliais podem tornar-se displasias e em casos mais avançados evoluir para câncer. oBJeTivoS da TeraPia nuTricionaL ü Aliviar a dor ü Facilitar a digestão ü Recuperar e proteger a mucosa gastrointestinal ü Promover um bom estado nutricional TeraPia nuTricionaL Gastrite aguda: ü Jejum de 24 a 48 horas ou até 72 h de sangramento e dor. ü Lavagem nasogástrica / água gelada. ü Iniciar dieta líquida livre de acordo com a tolerância. 10 Gastrite crônica: ü Dieta adequada ü Branda ü Sem líquidos nas refeições Fica a dica Caro (a) aluno (a), o leite deve ser consumido como parte integrante da alimentação, na quantidade recomendada e não em quantidade abusiva com o objetivo de aliviar a dor ÚLceraS As úlceras são orifícios na mucosa do estomago que se estende através do tecido muscular da mucosa a submucosa ou mais profundamente. Apesar de poderem ocorrer em qualquer local, nenhuma delas é tão comum quanto às úlceras pépticas crônicas do estomago e duodeno. Úlcera gástrica aguda: Os defeitos focais de instalação aguda da mucosa gástrica, podem aparecer após um estresse grave. Em geral existem múltiplas lesões localizadas no estômago e duodeno que se diferenciam de acordo com a profundidade, pode ser desde uma simples descamação do epitélio super- ficial (lesão) até lesões mais profundas que acometem toda a camada mucosa (ulceração). As lesões superficiais representam um prolongamento da gastrite erosiva aguda. As erosões e úlceras de estresse são mais encontradasem pacientes em choque, grandes queimados, sepse ou traumatismo grave. A consequência dessas ulceras são a hemorragia digestiva alta (HDA), principalmente em pessoas que sofreram politraumatismo craniano. Úlcera péptica: É a lesão escavada geralmente isolada e crônica que se forma na mucosa do estômago e do trato gastrointestinal como consequência da digestão ácido-péptica dos tecidos. São lesões remi- tentes e recidivantes diagnosticadas com mais frequência em adultos de meia idade ou mais velhos. De 5 a 10% da população adulta da maioria dos países ocidentais é portador ou poderá vir a ser portador de úlcera duodenal em algum momento de vida. A morfologia da ulcera péptica se caracteriza por uma lesão única arredondada ou ovalada de 1 a 2 cm com fundo limpo. Podem cicatrizar com ou sem terapia. Até mesmo com a cicatrização e propensão para o suprimento de úlceras pépticas A consequência das ulceras pépticas são hemorragia que pode ser maciça quando há hematêmese ou melena devido a lesão dos vasos de maior calibre, ou pode ser pequena em consequência da destruição de pequenos vasos. 11 oBJeTivoS da TeraPia nuTricionaL ü Aliviar a dor. ü Redução e neutralização da secreção ácida do 5 estomago ü Recuperar e proteger a mucosa gastrointestinal. ü Exclusão dos alimentos que promovem sintomas. ü A dieta deve ser normal conforme aceitação. ü Manutenção do estado nutricional. Fique aTenTo! o É fundamental ser investigada a existência de deficiências nutricionais. o As deficiências mais comuns são de energia, proteína e ferro. o Na gastrite crônica é comum a deficiência de vitamina B12. TeraPia nuTricionaL Observe no quadro a seguir algumas recomendações para Gastrite E Ulceras Gástricas características recomendações nutricionais Valor energético total Suficiente para manter peso ideal Distribuição dos macros nutrientes Carboidratos 50-60% Proteínas 10 a 15% Lipídeos 25 a 30% Consistência da dieta Normal Fracionamento 6 a 8 refeições por dia Temperatura Evitar extremos de temperatura Alimentos com efeito positivo Ricos em fibra: age com tampão, diminuindo a concentração de ácidos no estomago. Excluir o Bebidas alcoólicas: são irritantes da mucosa o Café, excesso de leite e refrigerante: aumenta a pro- dução ácida o Pimenta: irritante gástrico Frutas ácidas o Respeitar a tolerância do paciente Ambientes durante a alimentação: o Tranquilo. Comendo devagar e mastigando bem os alimentos. 12 ??? inTeSTino deLGado e GroSSo ÚLcera PÉPTica duodenaiS Caro (a) estudante, a úlcera duodenal é mais frequente nos pacientes com cirrose alcoólica, DPOC, insu- ficiência renal crônica e hiperparatireoidismo. Podemos assinalar que a hipercalcemia, seja qual for sua causa, estimula a produção de gastrina e, portanto, secreção gástrica. Normalmente se localizam na primeira porção do duodeno. Podem ser classificadas como: Úlcera Superficial: quando atinge até a submucosa, é a mais comum. Úlcera Profunda: quando compromete a muscular própria, também comum. Úlcera Perfurante: quando atinge todas as camadas da parede e se abre na cavidade peritoneal, podendo levar a peritonite aguda. Úlcera Penetrante: quando ultrapassa todas as camadas, mas fica tamponado por um órgão vizinho como o pâncreas, o fígado. você SaBia? Você sabia que a Úlcera péptica duodenal apresenta níveis mais elevados de secreção ácida e de pepsinogênio do que os indivíduos normais? Pois é, apresentam secreção ácido-basal em níveis maiores; há presença de H. Pylori em quase 100% dos casos; esvaziamento gástrico mais rápido que o normal. oBJeTivoS da TeraPia nuTricionaL ü Aliviar a dor. ü Redução e neutralização da secreção ácida do estomago. ü Recuperar e proteger a mucosa gastrointestinal. ü Exclusão dos alimentos que promovem sintomas. ü A dieta deve ser normal conforme aceitação. ü Manutenção do estado nutricional. 13 TeraPia nuTricionaL Observe algumas recomendações ulceras duodenais características recomendações nutricionais Valor energético total Suficiente para manter peso ideal Distribuição dos macros nutrientes Carboidratos 50-60% Proteinas 10 a 15% Lipídeos 25 a 30% Consistência da dieta Normal Fracionamento 6 a 8 refeições por dia Temperatura Evitar extremos de temperatura Alimentos com efeito positivo Ricos em fibra: age com tampão, diminuindo a concentração de ácidos no estomago. Excluir o Bebidas alcoólicas: são irritantes da mucosa o Café, excesso de leite e refrigerante: aumenta a produ- ção ácida o Pimenta: irritante gástrico Frutas ácidas o Respeitar a tolerância do paciente Ambientes durante a alimentação: o Tranquilo. Comendo devagar e mastigando bem os ali- mentos. Fonte: Próprio autor. doenÇaS inFLamaTÓriaS inTeSTinaiS Sabemos que a Doença Inflamatória Intestinal (DII) está relacionada a uma série de condições que envol- ve a inflamação do sistema digestivo. Agora chegou o momento de você conhecer as principais doenças inflamatórias, fique atento! (Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa Idiopática) Fonte:http://sereduc.com/8RbIlsl http://www.mdsaude.com/2009/10/doenca-de-crohn-retocolite-ulcerativa.html 14 doença de crohn É caracterizada por um processo inflamatório com dano mucoso, acometimento delimitado e tipicamente transmural do intestino, há presença de granulomas sem caseose, por fissuras, formação de fístulas e por manifestações sistêmicas em alguns pacientes. Ocorre principalmente aos 20 e 30 anos com predomínio em mulheres e brancas. Clinicamente o paciente apresenta diarreia, cólica abdominal e febre (recorrentes ou exacerbados em períodos de estresse). As lesões podem aparecer da boca ao ânus, mas o principal local é o íleo terminal. É uma lesão segmentar, presente em vários segmentos do intestino. Guarde eSSa ideia! Pode aparecer também úlceras longas e lineares, aspecto de calçamento em pedras, depressões entre as úlceras com presença de fibrose. Presença de fístulas (que é uma comunicação de duas cavidades) e fissuras (adesões intestinais e serosite) devem ser verificados, assim como o espessamento da parede (obstrução), pois as úlceras são transmurais, acometem todas as camadas intestinais. As complicações mais comuns são a Estenose intestinal, fístulas entero-entéricas, entero-vesicais, entero-vaginais e entero-cutâneas. retocolite ulcerativa idiopática (rcui) É uma doença ulcero-inflamatória limitada ao cólon, e que afeta somente a mucosa e a submucosa, com exceção dos casos mais graves. Ela estende-se de uma maneira contínua no sentido proximal a partir do reto. Estão ausentes os granulomas bem formados. Tem início aos 20 e 25 anos e acomete mais frequen- temente mulheres e brancos. Clinicamente ocorre diarreia com muco sanguinolento recorrente. A retocolite é um processo inflamatório confinado a mucosa e submucosa, não apresenta fissura ou fístu- la, pois a ulceração não chega a atingir a camada serosa. Tem como característica uma inflamação aguda (microabcessos de cisto) que pode evoluir para um adenocarcinoma (câncer de colo retal), uma inflamação crônica ou para uma ulceração da mucosa. As complicações relacionadas a retocolite ulcerativa são a destruição do plexo mioentérico (megacolon toxico) esse megacólon é desencadeado pela evolução do processo inflamatório agudo à ulceração da mucosa., displasia da mucosa e câncer colorretal. oBJeTivoS da TeraPia nuTricionaL ü Manter o crescimento em crianças. ü Fornecer aporte adequado de nutrientes. ü Contribuir para alivio dos sintomas. ü Recuperação e/ou Manutenção do estado nutricional. 15 TeraPia nuTricionaL ü Dieta hipercalórica, hiperproteica e normoglicidica e hipolipídica. ü Fracionada 6 a 8 refeições dia. ü Suplemento de vitaminas e minerais. ü Pobre em alimentos formadores de gases. na Fase aguda ü Rica em fibras solúveis ü Reduzida em fibras insuliveis ü Isenta em lactose e sacarose na Fase de remissão ü Evoluir progressivamente o teor de fibras insolúveis, lactose e sacarose. vias de administração ü Fase de remissão: via oral ü Fase aguda:enteral ou parenteral megacólon Fonte: http://sereduc.com/2LMfXT É a dilatação permanente e difusa do cólon não provocada por obstrução mecânica, mas por uma falha no sistema nervoso autônomo intramural. O megacólon pode ser adquirido ou congênito. O adquirido pode ser causado por uma obstrução intestinal devido a um câncer, estreitamento inflamató- rio, ou por um megacólon tóxico proveniente de uma colite ulcerativa, ou da Doença de Crohn. O megacólon adquirido pode também ser desencadeado pela Doença de Chagas. O Tripanossoma Cru- zi apresenta afinidade pelas fibras musculares acarretando acúmulo de ninhos de amastigotas e assim leva destruição do plexo mioentérico por causa do processo inflamatório, perdendo a capacidade de contração. http://sereduc.com/2LMfXT 16 Meu caro (a), o congênito ou Doença de Hirschesprung resulta quando a migração da crista neural é interrompida em algum ponto antes de alcançar o ânus, assim resulta da ausência de migração das célu- las neurais para o sistema nervoso autônomo intramural do intestino. O megacólon tanto o congênito quanto o adquirido levam a uma hipertrofia do segmento anterior àquele que perde das células neurais, já que este perde a capacidade de contração, então o segmento anterior aumenta a sua atividade de contração. Fica a dica A complicação mais comum é a obstrução intestinal pela formação do Fecaloma. Fe- caloma é o acúmulo de bolo fecal sem presença de H2O porque esta foi reabsorvida pelo cólon. Outra complicação do megacólon é a torção ou volvo quando o segmento do cólon torce no seu eixo mesentérico acarretando necrose por isquemia. Pode ainda ocorrer perfuração, quando a dilatação é tão intensa que promove rompimento. oBJeTivoS da TeraPia nuTricionaL ü Evitar a constipação. TeraPia nuTricionaL ü Alimente-se em horários regulares; ü Mastigue bem os alimentos; ü Prefira refeições variadas, ricas em frutas, verduras e cereais; ü Reduza a quantidade de gordura ingerida; ü Evite bebidas alcoólicas; ü Evite alimentos que levem a produção excessiva de gases, como: brócolis, cebola, couve-flor, feijão; ü Pratique exercício físico regularmente; ü Beba bastante líquido, em torno de 2 litros por dia; ü Determine um horário específico para evacuar; ü Obedeça sempre que possível à vontade de evacuar; ü Evitar distrações durante a evacuação, como ler revistas, jornais, falar ao telefone; ü Não utilize laxantes por conta própria. Se você não consegue evacuar sem o uso desses medica- mentos procurar um médico. 17 PÂncreaS Fonte: http://sereduc.com/akUOdb Caro (a) aluno (a), a parte exócrina do pâncreas representa 80 a 85% do órgão e é constituído por nu- merosas e pequenas glândulas (ácinos). Pequenas microvilosidades projetam-se das superfícies apicais das células secretoras para dentro da luz. As células acinares são profundamente basófilas. O pâncreas libera cerca de 1,5 a 3 litros por dia de um líquido alcalino que contém enzimas e proenzimas. A secreção é ajustada à carga de trabalho que irá enfrentar, ou seja, depende da quantidade de conteúdo alimentar que chegue ao intestino. Para que essa secreção ocorra há a liberação dos hormônios secretina e colecis- tonina, produzidas no duodeno. A secretina estimula a secreção de água e bicarbonato e a colecistonina exacerba a descarga de proenzimas (zimógenos) pelas células acinares. Guarde eSSa ideia! O pâncreas apresenta ducto pancreático ou ducto de Wirseing, em algumas pessoas há a presença do ducto acessório de Sartorini. O ducto pancreático drena 2/3 dos casos para o ducto biliar comum e 1/3 diretamente para a papila duodenal. As células acinares ou acinosas possuem grânulos chamados zimó- genos. As enzimas que são produzidas por esses grânulos são: tripsina, quimotripsina, aminopeptidases, elastase, amilases, lípases e fosfolipases. Apenas as amilases e as lípases são liberadas na sua forma ativa. Pancreatite aguda: Pancreatite é o processo inflamatório que compromete o pâncreas, associado à lesão de células acinares lesão reversíveis por se tratar da forma aguda da doença. É definida como uma con- dição aguda, que se manifesta tipicamente com dor abdominal e que está associada com níveis elevados de enzimas pancreáticas no sangue ou na urina. As litíases (cálculos) é a causa mais comum onde há obstrução da ampola de Vater represando as enzi- mas pancreáticas; depois o alcoolismo devido à hipertrigliceridemia promovendo toxidade e alteração do metabolismo das enzimas digestivas; causa idiopática; isquemia; trauma (trombos / colangiopancretogra- fia); infecção viral; medicamentos como estrógenos, diuréticos tiazídico, furosemida (diurético de alça) e procarnamida. O produto final desse processo é a proteólise, lipólise, e hemorragia resultantes do efeito destrutivo das enzimas pancreáticas filtradas pelas células acinosas. http://sereduc.com/akUOdb 18 Então, é a tripsina que tem a função de ativar todas as enzimas; também converte a pré-calicreína em calicreína, ativando o sistema de cininas e assim o sistema de coagulação e do complemento de forma indireta. Isso contribui ainda mais para inflamação local, trombose, dano tecidual e hemorragia. Ocorre então a obstrução ductal levando ao edema intersticial posteriormente ao comprometimento do fluxo sanguíneo acarretando em isquemia e lesão de células acinares, promovendo assim a ativação de enzimas o que resulta pancreatite aguda. Guarde eSSa ideia! Para diagnosticar a pancreatite aguda é necessário a realização de exame de dosagem da lípase e amila- se, quando estão altas indicam pancreatite. Clinicamente a pessoa com pancreatite apresenta dor intensa no abdome superior, aumento dos níveis séricos de amilase dentro de 24 h e de lípase dentro de 48 a 72 horas. As complicações relacionadas a pancreatite aguda são a formação de necrose, abscesso pancreático, obstrução duodenal e choque (raro). Pancreatite crônica: Representa a destruição progressiva do pâncreas por exacerbações repetidas de uma pancreatite aguda muitas vezes silenciosa ou ligeiramente sintomática. As taxas alimentadas de cálcio e lipídios sanguíneos predispõe a pancreatite crônica. A causa mais comum é o alcoolismo (formação de tampões proteicos – fibrose); doenças do trato biliar; hipercalcemia; hiperlipidemia (efeito tóxico as células acinares); causa idiopática (fibrose cística, mutação gênica). A obstrução do ducto resulta em alterações induzidas pelo álcool nas secreções acinares e ductais e na biossíntese da litostotina (proteínas dos cálculos pancreáticos) é um dos fatores desencadeantes, assim como a necrose da gordura intersticial e hemorragia. Clinicamente os pacientes sentem dor, perda de peso (devido à má absorção), esteatorreia, icterícia (obstrução do ducto colédoco). O tumor da cabeça do pâncreas apresenta os mesmos sintomas da pancreatite crônica. As complicações comuns são a forma- ção de pseudocistos, diabetes mellitus secundário, pois a porção endócrina também reduz de tamanho; formação de cálculos e obstrução dos ductos biliares e do duodeno. oBJeTivoS da TeraPia nuTricionaL ü Alivio da dor. 19 TeraPia nuTricionaL Pancreatite aguda/leve ü Normalmente precisa de jejum de 2 a 5 dias, pois a alimentação estimula o pâncreas a trabalhar o que leva ao aumento da dor. ü Após esse período de jejum, a realimentação deve ser progressiva, iniciando com dieta rica em carboidratos, moderada em proteínas e pobre em gordura e progredir conforme aceitação até dieta normal. ü A nutrição enteral ou parenteral só é utilizada quando a via oral não for possível dento de 5 dias. Pancreatite Grave: ü Primeiro passo é o suporte nutricional precoce (enteral ou parenteral) de acordo com tolerância do paciente. ü Após esse período de jejum, a realimentação deve ser progressiva, iniciando com dieta rica em carboi- dratos, moderada em proteínas e pobre em gordura e progredir conforme aceitação até dieta normal. ü A nutrição enteral ou parenteral só é utilizada quando a via oral nãofor possível dento de 5 dias. veSícuLa BiLiar Fonte: http://sereduc.com/iwlatk colelitíase Corresponde aos cálculos biliares ou vesiculares. A composição da bile normal consiste em 67% sais biliares, 22% fosfolipídios, 4,5% proteína, 4% de colesterol e 0,3% bilirrubina. Os cálculos de colesterol: 80% dos casos. Os fatores de risco que estão associados no desenvolvimen- to dos cálculos são: idades avançadas, hormônios sexuais femininos anticoncepcionais orais, obesidade, perda rápida de peso, estase da bile no interior da vesícula e síndromes hiperlipidêmicas. Os cálculos de sais biliares ou cálculos de pigmentos: os fatores de risco associados são pacientes asiáticos, síndromes hemolíticas crônicas (mais importante), infecção biliar, patologia do trato gastrointestinal (fibrose cística com insuficiência pancreática). Derivados do bilirrubinato de cálcio.Quanto menor o cálculo maiores são as complicações que eles podem causar , pois facilmente podem bloquear a ampola de Vater. http://sereduc.com/iwlatk 20 ??? você SaBia? Os cálculos podem estar localizados na própria vesícula biliar que pode estar cheia de cálculos pequenos, com cálculos pequenos e grandes ou com um único cálculo grande. Podem se localizar ainda na Ampola de Vater; no ducto colédoco com alta probabilidade de desenvolver icterícia; assim como no ducto hepá- tico comum; ou no ducto cístico. Clinicamente 70 a 80% dos casos não apresentam sintomas, mas podem apresentar algumas dores do tipo cólica ou obstrução das vias biliares acarretando colestase (bile nos canais biliares) ou podem apre- sentar colecistite ou ainda pancreatite. A colecistite é a inflamação da vesícula biliar. Pode ser aguda calculosa ou não calculosa ou pode ser crônica. Colecistite aguda calculosa 90% dos casos ocorrem devido à obstrução do ducto cístico. Clinicamente o paciente apresenta dor no hipocôndrio direito, náuseas e vômitos, febre baixa e a maioria não apresenta icterícia. O cálculo obstrui o fluxo biliar promovendo estase biliar que induz a ação da fosfolipase, que hidrolisa a lecitina em lisolecitina, tóxica para a mucosa, desencadeando o processo inflamatório. As complicações encontradas podem ser a superinfecção bacteriana com colangite (inflamação da parede dos ductos) ou sepse, pode ainda ocorrer perfuração com formação de abcessos, peritonite com ruptura da vesícula e fístula entero-biliares. você SaBia? Você sabia que na Colecistite aguda não calculosa tem como principais fatores de risco os pós-operatórios, traumas, os grandes queimados, septicemia (infecção generalizada), falência de múltiplos órgãos e o uso de nutrição parenteral por um longo período? Pois é, pacientes confinados muito tempo no leito estão em risco, pois permitem que a bile da vesícula fique em estase, sendo ela o principal desencadeador da colecistite aguda não calculosa. Os sintomas clínicos são semelhantes aos da colecistite aguda calculosa, porém o início costuma ser mais insidioso. A estase vesicular promove comprometimento isquêmico da vesícula e não só a estase como também a desidratação e múltiplas transfusões de sangue, responsáveis por uma sobrecarga de pigmen- tos e a inflamação e edema na parede com comprometimento do fluxo sanguíneo. Na colecistite crônica mais de 90% dos casos estão associados à colelitíase. Pode ser resultado tam- bém de crises repetidas de coleciste aguda ou irritação crônica da mucosa pelos cálculos, levando a um processo inflamatório crônico discreto, clinicamente o paciente sente dor de baixa intensidade no hipocôndrio direito. ??? 21 oBJeTivoS da TeraPia nuTricionaL ü Alivio da dor. TeraPia nuTricionaL ü Não há nenhum tratamento dietético especifico para prevenir colelitiase em indivíduos suscetíveis. ü Fatores nutricionalmente relacionados incluem a obesidade e o jejum severo. ü Na colecistite envolve a prevenção da contração da vesícula biliar com uma dieta hipolipidica. ü Colecistite aguda: a alimentação oral pode ser interrompida. Quando recuperada é recomendada a dieta hipolipidica ü Colecistite crônica: pacientes com condições podem necessitar de dieta hipolipidica por longo período. PaToLoGiaS aSSociadaS ao SiSTema endocrino Caro (a) estudante, sabemos que o Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas responsáveis pela produção dos hormônios que são lançados no sangue e percorrem o corpo até chegar aos órgãos-alvo sobre os quais atuam. Nesse tópico vou abordar quais são as patologias associadas ao sistema endócrino. ParaTireoideS Fonte: http://sereduc.com/3twKPT Vamos relembrar um pouco da fisiopatologia das glândulas paratireoides: São em número de 4 pequenas glândulas, estão situadas no pescoço, embebidas na face posterior da glândula tireoide. O paratormônio, o hormônio secretado pelas glândulas paratireoides, esse hormônio tem a função de regular o metabolismo do fósforo e cálcio. Quando a paratireoide está secretando o hormônio de forma excessiva resulta em absorção aumentada de cálcio a partir pelo rim, intestino e ossos, elevando, consequentemente, os níveis de cálcio sérico. Na presença de vitamina D algumas ações desse hormônio são aumentadas, ele também tende a diminuir o fósforo sérico. Quando o produto de cálcio sérico e fósforo sérico aumentam, o fosfato de cálcio pode acumular-se em órgãos do corpo, levando a calcificação tecidual. http://sereduc.com/3twKPT 22 Hiperparatireoidismo O hiperparatireoidismo, que é ocasionado pela produção excessiva de hormônio paratireoideo pelas glândulas paratireoides, levando a descalcificação óssea e desenvolvimento de cálculos renais contendo cálcio. O hiperparatireoidismo primário é mais frequente em mulheres que nos homens e é principalmente em pacientes entre 60 e 70 anos de idade. A incidência da doença é rara em pessoas menores de 15 anos e 10 vezes entre 15 e 65 anos de idade. A maioria dos pacientes diagnosticados com hiperparatireoidismo não apresenta sintomas. Já o hiperparatireoidismo secundário, com manifestações parecidas, ocorre em pacientes com insuficiência renal, por causa da retenção de fósforo, estimulação aumentada das glândulas paratireoides e secreção aumentada do paratormônio. Normalmente os sinais e sintomas são em decorrência do envolvimento de vários sistemas orgânicos. Cansaço, apatia, fraqueza muscular, vômitos, náuseas, constipação, hipertensão e arritmias cardíacas podem acontecer – todos devido a uma concentração aumentada de cálcio no sangue. As manifestações psicológicas podem ocorrer desde a neurose até a psicose provocada pelo efeito direto do cálcio sobre o cérebro e sistema nervoso. Pode ocorrer a formação de cálculos renais, afetar também a formação óssea levando a desmineralização. Hipoparatireoidismo O hipoparatireoidismo é a secreção insuficiente de hormônio paratireoideo depois da interrupção do suprimento sanguíneo ou da retirada cirúrgica do tecido glandular paratireóideo decorrente da tireoidectomia, paratireoidectomia ou dissecção radical do pescoço. Os sintomas do hipoparatireoidismo são provocados por uma quantidade insuficiente de paratormônio que resulta em níveis de fósforo sérico aumentados (hiperfosfatemia) e de cálcio serico diminuídos conhecido como hipocalcemia. Na falta do paratormônio, existe absorção intestinal diminuída do cálcio da dieta e reabsorção diminuída do cálcio a partir do osso e através dos túbulos renais. A excreção renal diminuída de fosfato provoca a hipofosfatúria, com os níveis de cálcio baixos resultando em hipocalciúria. A hipocalcemia causa irritabilidade do sistema neuromuscular e contribui para o sintoma principal do hipoparatireoidismo, a TETANIA que é – uma hipertonia muscular generalizada, com tremor ou contrações espasmódicas ou descoordenadas que ocorrem com ou sem esforços para fazer movimentos voluntários. 23 Tireoide A glândula tireoide tem a função de produzir, armazenar e liberar hormônios tireoideanos no sangue. Estes hormônios, também conhecidos como T3 e T4, agem em quase todas as célulasdo organismo. Quando os níveis destes hormônios tireoideanos no sangue estão baixos, o corpo funciona mais lentamente. Esta condição se denomina hipotireoidismo. Se existe um aumento dos níveis dos hormônios tireoidianos no sangue, seu corpo trabalha mais rapidamente. Esta situação denomina-se hipertireoidismo. Fonte: http://sereduc.com/9lWQJM Hipotireoidismo É ocasionado pelas manifestações clínicas e bioquímicas devido à diminuição na produção ou ação dos hormônios tireoideos, levando a diminuição do metabolismo. Ele pode ser classificado como: Primário: Quando ocorre por diminuição do tecido tireoideo funcionante ou por defeito da biossíntese dos hormônios tireoideos (T3 e T4 baixo e TSH alto). Central: T3, T4, TSH baixo- secundário (defeito na hipófise) - terciário (defeito no hipotálamo). Hipotireoidismo subclínico: É quando há uma resistência periférica aos hormônios tireoideos. Sin- tomas: No hipotireoidismo, há uma diminuição no metabolismo geral, ocasionando processos físicos e mentais do indivíduo lentificados. Há um aumento no peso corporal e uma preferência por ambientes aquecidos (o indivíduo adquire sensibilidade ao frio. Ocorre também constipação intestinal e a taxa car- díaca é reduzida. A pele torna-se ressecada, fria de aspecto pálido, o cabelo fica ressecado, quebradiço, a língua aumenta (macroglossia) e a voz torna-se rouca, pode ocorrer também a diminuição da libido em ambos os sexos e a ausência de menstruação é comum nas mulheres. O hipotireoidismo congênito (creti- nismo) está associado ao retardo mental, à baixa estatura e ao inchaço de face e mãos característico.. O hipotireoidismo no adulto causa a síndrome conhecida como MIXEDEMA, cujo sintoma mais evidente é um edema localizado no rosto que não cede à pressão. Hipertireoidismo: Pode ser provocado por diversas patologias da tireoide, porém a mais comum é o bócio exoftálmico nesta doença, a função elevada é ocasionada por uma IgG anormal que se combina com receptores para TSH das células foliculares simulando os efeitos estimuladores deste hormônio. http://sereduc.com/9lWQJM 24 Bócio simples: É um aumento da glândula tireoide e não está associada com o hipertireoidismo, o hipotireoidismo, a tireoidite ou tumor. A causa mais comum é a deficiência de iodo, e a condição é mais comum em mulheres. A deficiência de TSH leva a um aumento da glândula. Sinais e sintomas do hipertireoidismo: O aumento da taxa metabólica é acompanhado por hiperati- vidade e subsequente cansaço, intolerância ao calor, perda de peso, pode promover também: Taquicardia, aumento do débito cardíaco, aumento da incidência de fibrilação atrial, nervosismo, ansiedade, fraqueza e atrofia muscular; aumento do apetite, hipermotilidade intestinal e diarreia; sudorese excessiva; osteoporose. O tratamento depende da causa e também da gravidade dos sintomas. O hipertireoidismo pode ser trata- do com medicamentos antitireoidianos, iodo radioativo ou cirurgia. TeraPia nuTricionaL naS doenÇaS da Tireoide O objetivo é evitar o emagrecimento (casos de hipertiroidismos) e ganho de peso (casos de hipotireoidismo). ü Evitar alimentos com excesso de sal (ideal seria consumir o sal sem iodo). ü Evitar alimentos industrializados. ü Consumir frutas, vegetais e grãos integrais visando melhor funcionamento intestinal. iLHoTaS de LanGerHanS Caro (a) aluno (a), podemos considerar as Ilhotas de Langerhnas como um grupo especial de células do pâncreas que produzem a insulina e glucagon são substâncias que agem como importantes reguladores do metabolismo de açúcar. Quando as das Ilhotas de Langerhans perdem sua capacidade de funcionar as células beta diminuem ou não secretam mais insulina, ou as células-alvo dos tecidos tornam-se menos sensíveis à insulina circu- lante, e se instala uma patologia conhecida como diabetes mellitus. No diabete tipo 1, ocorre uma diminuição da produção do hormônio – as células beta vão sendo destruídas; a causa permanece desco- nhecida, mas provavelmente ocorre a formação de anticorpos contra essas células. Porém no diabete tipo 2, em que a doença geralmente se inicia na vida adulta, os níveis circulantes de insulina podem ser normais ou abaixo do normal, o que ocorre é uma resistência tecidual à insulina, ou seja, ela não é funcio- nal. A etiologia exata do diabetes mellitus é desconhecida, porém, fatores genéticos, metabólicos e au- to-imunes, assim como infecção por vírus, possam ser a causa do início da doença em muitos pacientes. Pacientes portadores de diabetes mellitus, o nível de glicose sanguínea está acima do normal, levando a uma hiperglicemia. Quando o valor atinge certo valor limite, aproximadamente 180mg/dL, a glicose passa a ser eliminada pela urina, conhecida como glicosúria. Outros sintomas sentidos pelos pacientes com diabetes são: diurese excessiva, sede exacerbada. O nível anormalmente alto de glicose sanguínea leva da permeabilidade reduzida das membranas celulares à glicose provocada pela produção insuficiente de insulina ou pela insensibilidade das membranas celulares à insulina circulante. Como as células são inca- pazes de captar a glicose do sangue que serve de fonte de energia, elas passam a se utilizar das gorduras. Assim, a utilização dos triglicerídeos aumentam, liberando ácidos graxos e glicerol. O fígado transforma 25 os ácidos graxos em corpos cetônicos, como forma de transportar acetilas aos tecidos para a obtenção de energia. O problema dos corpos cetônicos é que eles têm um caráter ácido acentuado, e o excesso deste resulta em acidose. O indivíduo apresenta, então, hálito cetônico e respiração de Kusmaul (ofegante, pois o excesso de ácido estimula o centro respiratório). Complicações ocasionadas pelo diabetes melitus são: Vasculares: aterosclerose; Oculares: catara- ta e desenvolvimento de anormalidades nos vasos sanguíneos da retina. Renais: insuficiência renal. Ce- toacidose diabética: precedido por dores de cabeça, náuseas e vômitos. A respiração torna-se profunda, sendo a consciência perdida gradativamente. Fonte: http://sereduc.com/1zcrt9 TeraPia nuTricionaL Caro estudante, observe no quadro abaixo as recomendações nutricionais para o tratamento da diabetes: Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 http://sereduc.com/1zcrt9 26 PaLavraS FinaiS E então meu caro (a), o que achou? Já estamos quase concluindo a disciplina. Nesse Guia de Estudos você teve algumas das principais patologias que acometem o trato digestório e sistema endócrino e o papel da nutrição no tratamento delas. Não esqueça, é de grande importância a leitura da bibliografia recomendada, focar nos capítulos de fisiopatologia do trato gastrointestinal para aprofundar mais o assunto abordado nesse Guia. Lembre-se, o seu tutor aguarda sua sinalização para lhe ajudar no que for preciso. Até a próxima unidade e bons Estudos! reFerênciaS BiBLioGráFicaS -WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2009. -MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. 11ªed. Roca, 2011. _GoBack Para início de conversa PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO TRATO DIGESTORIO ESÔFAGO ACALASIA HÉRNIA DE HIATO ESOFAGITES ESTÔMAGO GASTRITES ÚLCERAS INTESTINO DELGADO E GROSSO ÚLCERA PÉPTICA DUODENAIS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS Doença de Crohn Retocolite Ulcerativa Idiopática (RCUI) Megacólon PÂNCREAS VESÍCULA BILIAR Colelitíase PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO SISTEMA ENDOCRINO PARATIREOIDES Hiperparatireoidismo Hipoparatireoidismo TIREOIDE Hipotireoidismo TERAPIA NUTRICIONAL NAS DOENÇAS DA TIREOIDE ILHOTAS DE LANGERHANS
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