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Monografia, Impactos de Actividades Antropogenicas sobre o ecossistema do Mangal, Monografia

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Prévia do material em texto

Neves Felisberto 
 
 
 
 
 
Impactos de actividades antropogénicas sobre o ecossistema do mangal da 
Praia Nova, cidade da Beira 
 
Licenciatura em ensino de Geografia com habilitações em Turismo 
 
 
 
 
 
 
Universidade Pedagógica 
Beira 
2015 
 
 
 
Neves Felisberto 
 
 
 
 
 
Impactos de actividades antropogénicas sobre o ecossistema do mangal da 
Praia Nova, cidade da Beira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Supervisor: 
 Msc. Mário Silva Uacane 
 Co-Supervisora: 
 dra. Telma Vasco Armando 
 
 
 
 
 
Universidade Pedagógica 
Beira 
2015 
 
 
Monografia científica apresentada ao Departamento 
de Ciências da Terra e Ambiente, Delegação da 
Beira, para obtenção do grau de licenciatura em 
ensino de Geografia com Habilitações em Turismo 
 
ii 
 
ÍNDICE 
 
Lista de tabelas .......................................................................................................... iv 
Lista de figuras ............................................................................................................ v 
Lista de gráficos ......................................................................................................... vi 
Lista de siglas e abreviaturas .................................................................................... vii 
Declaração de honra ................................................................................................ viii 
Dedicatória ................................................................................................................. ix 
Agradecimentos .......................................................................................................... x 
Resumo ...................................................................................................................... xi 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1 
CONSTRUÇÃO TEÓRICA DA PESQUISA ................................................................. 3 
0.1 Justificativa ........................................................................................................ 3 
0.2 Problematização ................................................................................................ 4 
0.3 Hipóteses ........................................................................................................... 4 
0.4 Objectivos .......................................................................................................... 5 
0.4.1 Objectivo geral ............................................................................................ 5 
0.4.2 Objectivos específicos ................................................................................. 5 
0.5 Delimitação da pesquisa .................................................................................... 5 
0.6 Procedimentos metodológicos ........................................................................... 6 
0.6.1 Método de abordagem ................................................................................ 6 
0.6.2.1 Fase de consulta bibliográfica .................................................................. 6 
0.6.2.2 Fase da Pesquisa de Campo ................................................................... 8 
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................... 10 
1.1 Impacto ambiental ........................................................................................... 10 
1.2 Conceito de ecossistema ................................................................................. 10 
1.3 Caracterização de actividade antropogénica ................................................... 11 
iii 
 
1.4 Conceito de ecossistema do mangal ............................................................... 11 
1.5 Características do ecossistema do mangal ..................................................... 12 
1.6 Importância do ecossistema do mangal ........................................................... 13 
1.7 Influência da actividade antropogénica sobre o ecossistema do mangal ........ 15 
1.8 Distribuição do mangal em Moçambique ......................................................... 16 
CAPÍTULO II – CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE ESTUDO ................................. 17 
2. Generalidades ................................................................................................... 17 
2.1 Enquadramento geográfico da área de estudo ................................................ 17 
2.2 Características físico-naturais .......................................................................... 19 
2.2.1 Aspectos pedológicos ............................................................................... 19 
2.2.2 Aspectos climáticos ................................................................................... 20 
2.2.3 Aspectos hidrográficos .............................................................................. 20 
2.2.4 Aspectos florísticos e faunísticos .............................................................. 21 
CAPÍTULO III – DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ............................................ 23 
3.1 Condições da habitação da comunidade da Praia Nova ................................. 24 
3.2 Material de construção mais usado entre as pessoas na Praia Nova ............. 25 
3.3 Causas da diminuição do mangal da Praia Nova ............................................ 26 
3.4 Principais usos do mangal na Praia Nova ....................................................... 26 
3.5 Evolução do mangal na Praia Nova nos últimos 5 anos .................................. 27 
3.6 Impactos resultantes do corte do mangal na zona da Praia Nova ................... 28 
3.7 Situação sobre a gestão dos usos do mangal ................................................. 29 
3.8 Medidas de preservação do mangal da Praia Nova ........................................ 29 
3.9 Factores da degradação do mangal da Praia Nova ......................................... 30 
3.10 Consequências da degradação do mangal da Praia Nova ............................ 30 
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 32 
SUGESTÕES ............................................................................................................ 33 
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 34 
 
iv 
 
Lista de tabelas 
 
Tabela 1 – Causas da diminuição do mangal da Praia Nova .................................... 26 
Tabela 2 – Principais usos do mangal na Praia Nova ............................................... 27 
Tabela 3 – Impactos resultantes do corte do mangal na zona da Praia Nova .......... 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
Lista de figuras 
 
Fig. 1 – Solos argilosos e hidromórficos escuro-cinzento da Praia Nova. ................. 19 
Fig. 2 – Área de inundação junto ao mangal na Praia Nova ..................................... 20 
Fig. 3 – Figura A ilustra as antigas áreas de mangal já devastadas e B corresponde 
as consequências da devastação do mangal (erosão). ............................................ 21 
Fig. 4 – A Imagem A ilustra algumas palhotas construídas de mangal e B 
correspondem as estacas usadas na construção das mesmas ................................ 22vi 
 
Lista de gráficos 
 
Gráfico 1 – Condições da habitação da comunidade da Praia Nova ........................ 25 
Gráfico 2 – Material de construção mais usado entre as pessoas na Praia Nova .... 25 
Gráfico 3 – Evolução do mangal na Praia Nova nos últimos 5 anos ......................... 28 
Gráfico 4 – Medidas de preservação do mangal da Praia Nova ............................... 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
Lista de siglas e abreviaturas 
 
CMB – Conselho Municipal da Beira 
DPCAAS – Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental de Sofala 
EIA – Estudos de Impactos Ambientais 
Fig – Figura 
ha – hectares 
m – metro 
MICOA – Ministério para Coordenação da Acção Ambiental 
SUSA – Serviços Urbanos e Salubridade Ambiental 
SPFFBS – Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia Sofala 
tab – tabela 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
Declaração de honra 
 
Declaro que esta monografia científica é resultado da minha investigação pessoal 
sob orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes 
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia 
final. 
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado, na sua essência, em nenhuma 
outra instituição para obtenção de qualquer grau académico. 
 
 
 
 
Beira, Agosto de 2015 
_________________________________ 
(Neves Felisberto) 
 
 
 
 
 
ix 
 
Dedicatória 
 
Dedico este trabalho à minha família, em especial aos meus pais, que têm me 
acompanhado espiritualmente durante esse tempo todo. Dedico também a todos 
aqueles que directa ou indirectamente deram o seu contributo na realização desta 
monografia científica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x 
 
Agradecimentos 
 
Ao meu supervisor, Msc. Mário Silva Uacane, pela orientação e correcção atenciosa 
para elaboração com sucesso desta monografia. 
A todos os docentes do curso de Geografia, na Universidade Pedagógica, 
Delegação da Beira, que ao longo dos anos deram o seu contributo durante a minha 
formação. 
Ao vereador dos Serviços Urbanos e Salubridade Ambiental (SUSA) do Concelho 
Municipal da Beira (CMB), pela prontidão em fornecer informações relevantes para a 
concretização desta monografia. 
Vão ainda aos meus colegas de GEO/11 e amigos que directa ou indirectamente 
contribuíram para a elaboração desta monografia científica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xi 
 
Resumo 
O ecossistema do mangal tem desempenhado um papel preponderante no 
desenvolvimento económico, na protecção dos ambientes e da biodiversidade 
natural nas regiões costeiras. Contudo, nos últimos anos, o mangal da Cidade da 
Beira e da Praia Nova em particular, reduziu significativamente. Segundo a 
comunidade local e evidências indicam que uma parte de residências foi devorada 
pelas águas do oceano, constituindo assim uma das consequências das actividades 
antropogénicas sobre ecossistema do mangal. A Praia Nova é zona habitacional que 
enfrenta muitos problemas por a maioria das casas estarem implantadas em áreas 
impróprias, designadamente marés, erosão costeira, ausência de drenagens pluvial, 
entre outros problemas ambientais. Porém a causa primária da perda de áreas de 
mangal nessa zona é atribuída à actividade humana como a construção de casas, 
combustível lenhoso para venda e sua subsistência. No entanto, várias alternativas 
foram avançadas com vista a mitigar o problema de modo a alcançar o 
desenvolvimento sustentável do mangal na área de estudo. 
Palavras-chave: Impacto ambiental, ecossistema, mangal, actividade 
antropogénica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
INTRODUÇÃO 
A presente monografia intitulada “Impactos de actividades antropogénicas sobre o 
ecossistema do mangal da Praia Nova, cidade da Beira”, será importante para se 
fazer uma abordagem atinente as acções antropogénicas que estão por detrás da 
degradação do mangal da área de estudo que deixa a própria área em risco no que 
concerne a erosão costeira. 
A destruição do mangal tem trazido consequências muito graves tais como: perda da 
biodiversidade das florestas, diminuição da qualidade do ambiente, aumento da 
erosão e a elevação do nível do mar. Contudo, tenta-se arranjar soluções 
mitigadoras para o melhoramento das acções destruidoras que deixam a Praia Nova 
despida de floresta de mangal. 
Esta monografia científica é destinada a obtenção do grau académico de licenciatura 
em ensino de Geografia com Habilitações em Turismo. Ela está estruturada em três 
(3) capítulos, exceptuando a introdução onde é apresentado o tema, a sua 
justificativa, a problematização, hipóteses bem como os objectivos a alcançar, a 
delimitação da pesquisa e a metodologia adoptada. Aos quais se acrescentam as 
conclusões, as referências bibliográficas, apêndices e os anexos. 
O primeiro capítulo corresponde a fundamentação teórica, onde são apresentados 
conceitos de impacto ambiental, ecossistema, caracterização de actividade 
antropogénica, conceito de ecossistema do mangal, características do ecossistema 
do mangal e a sua importância. 
O segundo capítulo diz respeito a caracterização físico-naturais onde são 
focalizados os aspectos pedológicos, climáticos, hidrográficos, florísticos e 
faunísticos. 
No terceiro capítulo são apresentados e analisados os principais dados colhidos na 
base de ferramentas como entrevista, inquérito e observação, na fase do trabalho de 
campo. Na sequência disso, são produzidos tabelas, gráficos e inseridas fotografias 
mais relevantes para o estudo. 
2 
 
As principais conclusões são ilustradas no quarto e último capítulo onde, igualmente, 
são apresentados os apêndices e anexos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
CONSTRUÇÃO TEÓRICA DA PESQUISA 
0.1 Justificativa 
A orla marítima da Praia Nova assume uma importância estratégica em termos 
ambientais, pelo que o aproveitamento das suas potencialidades responde as 
necessidades da comunidade local e desenvolvimento sustentável apoiada numa 
gestão integrada e coordenada dessa área. 
De acordo com UACANE (2014:216), ―a acção antropogénica é o maior catalisador 
da erosão na orla marítima da cidade da Beira particularmente na Praia Nova, 
devido sobretudo a destruição do revestimento vegetal natural (mangal) e, em 
particular pela ocupação de dunas para diversos usos sociais‖. 
A partir dessa ideia, pode-se concluir que há necessidade de proteger o ecossistema 
do mangal que serve para fixar os solos, impedindo a erosão e, ao mesmo tempo, 
estabilizando a linha da costa, uma vez que são perdidas importantes fracções 
ecológicas desempenhadas por esse ecossistema. 
Assim pretende-se com o facto de procurar compreender a importância deste tipo de 
ecossistema e das causas da sua degradação. 
Na tentativa de compreender os impactos de actividades antropogénicas sobre o 
ecossistema do mangal da Praia Nova, o autor escolheu o tema para a monografia 
científica, donde serão usados vários procedimentos metodológicos. 
Entretanto, devido a razões de índole económica e social em Moçambique e, na 
cidade da Beira em particular o ecossistema tem sido vítima da actividade 
antropogénica. 
O tema reveste-se de uma relevância científica, uma vez que é sabido de que todas 
as actividades que a humanidade executa com vista a alcançar o desenvolvimento 
geram impactos nocivos ao meio ambiente. Neste contexto, o autor considera que 
as várias áreas do saber (em particular nas ciências Geográficas) devem ter em 
consideração os aspectos relacionados com o meio ambiente nas suas abordagens 
científicas. 
4 
 
0.2 Problematização 
A faixa costeira da Praia Nova apresenta vários indicadores de destruição ou 
degradação do ecossistema do mangal, aumentando o risco de erosão na zona. 
De acordo com LUÍS (2011:48) até a década 80 grande parte das actuais áreas de 
cobertura do mangal era coberta por densas árvores de mangal contrariamente aoperíodo actual onde em alguns locais apenas se observam alguns vestígios da 
existência desse ecossistema. 
Os desequilíbrios ecológicos observados ao longo da Praia Nova, se relacionam 
com as diferentes formas de uso de terra, verificadas na praia, erosão costeira 
associada ao recuo de linha de costa já desnudada do seu revestimento vegetal. 
A falta de percepção dos impactos das formas de uso de terra e recursos locais tem 
contribuído sobremaneira nas formas de degradação do ecossistema do mangal 
local. 
A pesquisa do problema apresentado, objectiva contribuir na sensibilização aos 
intervenientes do ambiente costeiro da área de estudo para minimizar as suas 
acções que vêm dizimando o ecossistema do mangal e pondo em risco a zona 
contra a erosão costeira. 
Para melhor perceber este problema, levanta-se a seguinte pergunta de partida: 
 “Até que ponto as actividades antropogénicas podem influenciar na degradação do 
ecossistema do mangal na zona da Praia Nova, cidade da Beira?” 
0.3 Hipóteses 
 A remoção dos poucos vestígios de revestimentos vegetais em partes 
associadas ao ecossistema do mangal na orla marítima de Praia Nova, pode 
estar na origem da crescente degradação da linha da costa. 
 A construção de residências precárias ao longo das áreas do mangal pode 
influenciar na incessante interferência humana sobre o ecossistema local. 
5 
 
0.4 Objectivos 
Os objectivos definem as etapas traçadas que se pretendem alcançar na realização 
de um trabalho científico, onde determina tarefas ou trabalhos e que podem ser: 
0.4.1 Objectivo geral 
 Analisar os impactos de actividades antropogénicas sobre o ecossistema do 
mangal na Praia Nova, cidade da Beira. 
 
0.4.2 Objectivos específicos 
 Identificar a influência da actividade antropogénica sobre o ecossistema do 
mangal da Praia Nova; 
 Explicar os factores que influenciam na degradação do ecossistema do 
mangal da Praia Nova; 
 Sugerir alternativas para possíveis soluções dos impactos negativos de 
actividade antropogénica sobre o ecossistema do mangal na Praia Nova. 
 
0.5 Delimitação da pesquisa 
A presente pesquisa intitulada ―Impactos de actividades antropogénicas sobre o 
ecossistema do mangal da Praia Nova‖, pretende-se fazer uma reflexão sobre a 
relação entre a população e os recursos naturais, com enfoque específico no 
ecossistema do mangal e descrever algumas práticas da vida quotidiana que 
caracterizam a exploração do mangal na área de estudo; assim como sugerir 
alternativas para mitigar os impactos negativos da actuação desses habitantes sobre 
o ecossistema. 
A pesquisa vai tomar como referência as características da área de estudo 
nomeadamente a flora e fauna, solos, condições hidrográficas e sua evolução ao 
longo do tema em função da implantação de assentamentos humanos. 
6 
 
Desta feita, o autor fez uma análise das actividades humanas sobre a exploração do 
mangal nos últimos cinco anos, de forma a compreender a sua evolução temporal 
entre os anos de 2009 a 2014. 
0.6 Procedimentos metodológicos 
0.6.1 Método de abordagem 
0.6.1.1 Método indutivo 
Indução, é um raciocínio mental por intermédio do qual, partindo de dados 
particulares constatados, conclui-se uma verdade geral ou universal. 
Este método, parte do caso particular para o geral, deixando a generalização como 
um produto posterior da colecta de dados particulares, em número suficiente para 
cofirmarem a suposta realidade. 
Portanto, a partir de dados colhidos e observados no campo sobre a interferência 
humana associada a remoção do ecossistema do mangal da zona da Praia Nova, 
sobretudo a erosão costeira que se verifica naquela unidade territorial devido a este 
facto, fez-se a análise dos mesmos no sentido de se chegar a certas conclusões 
gerais. 
0.6.2 Métodos de procedimento 
A metodologia adoptada para a execução desse trabalho traduz a maneira como 
essa pesquisa foi desenvolvida. Para este trabalho o autor realizou a pesquisa nas 
componentes bibliográficas e de campo a decorrer nos moldes que a seguir passa a 
apresentar: 
0.6.2.1 Fase de consulta bibliográfica 
Esta fase consistiu na busca de informações inerentes ao tema a partir de livros, 
artigos científicos, trabalhos de conclusão de curso nomeadamente monografias, 
dissertações e teses em certos casos, documentos normativos existentes para o 
país sobre o ecossistema do mangal. 
7 
 
No decorrer desta pesquisa o autor fez consulta dos relatórios científicos elaborados 
sobre aspectos que fazem menção na área de estudo, como por exemplo relatórios 
de EIA sobre projectos de actividades económicas realizadas na área de estudo e 
que foram úteis para este estudo, nomeadamente a venda de estacas para 
construção de casas produto da floresta do mangal. 
Entre várias obras consultadas, aquelas que mais serviram para o embasamento 
teórico deste estudo destacam-se: 
NANNI (2005:7), no seu artigo “Preservação dos manguezais e seus reflexos” busca 
identificar e analisar a importância do mangal para o equilíbrio ambiental, explorando 
e privilegiando o entendimento analítico que o assunto proporciona, visto que os 
mangais são essenciais para a manutenção da vida marinha e terrestre, além de 
abrigar uma avifauna1 que utiliza o mangal como área de alimentação, reprodução, 
desenvolvimento e refúgio. 
Para o mangal da Beira, a capacidade de reciclar e reter nutrientes faz do mesmo, 
um ambiente de grande importância para a sobrevivência de milhares de espécies. 
PILIACKAS (2007:132), na sua obra “Breve histórico da acção antrópica sobre os 
ecossistemas costeiros do Brasil, com ênfase nos manguezais do estado de São 
Paulo” Está virado na actividade antropogénica, onde sustenta que além da acção 
humana directa sobre o meio natural, existe a presença dos chamados elementos 
antropogénicos, como construções e objectos humanos, que actuam como agentes 
de degradação e modificação do meio. 
Neste contexto, para o caso da Praia Nova, a comunidade local constrói em locais 
inadequados e cortam os poucos vestígios de revestimentos vegetais onde poderá 
provocar possíveis impactos irreversíveis. 
Este trabalho abre caminho para mais um subsídio de metodologia e análise de 
procedimentos de estudo dos factores antropogénicos da degradação do 
ecossistema do mangal, neste caso para a zona da Praia Nova. 
 
1
 O conjunto das aves de uma região; a fauna ornitológica regional. 
8 
 
A selecção de literatura para este trabalho foi baseada nos conteúdos pesquisados 
nessas obras e sua relação com este tema. Assim como as formas de abordagem 
dos conteúdos que de certo modo motivaram nesta pesquisa. 
0.6.2.2 Fase da Pesquisa de Campo 
Nesta fase, consistiu em actividades de recolha de dados quer pela observação in 
loco, quer por via de entrevistas e inquérito que foram aplicados às comunidades da 
zona da Praia Nova como detentoras dessa informação na base de um critério 
estabelecido para o efeito. 
Para esta fase de trabalho de campo, incluiu visitas de campo ao longo da faixa 
costeira para observação das áreas ocupadas pelas florestas do mangal na área 
abrangida pela pesquisa e verificar as acções antropogénicas locais e outras 
características relevantes para o estudo. 
Em seguida, o autor fez a recolha de imagens fotográficas de aspectos mais 
relevantes relacionados com a matéria de estudo como testemunhos de 
transformações da floresta dos mangais tanto de acções antropogénicas que 
eventualmente contribuem bastante nesse processo. 
Não obstante, o autor não se limitou de informações apenas de pessoas da área de 
estudo, mas também em algumas instituições detentoras de bases de dados que 
subsidiaram um conhecimento sobre os aspectos em estudo. 
Assim, no decurso de visitas de campo o autor privilegiou para observação os 
seguintes aspectos: 
a) Observação do ecossistema do mangal no sentidode caracterizar a actual 
floresta local; 
b) Identificação de possíveis impactos decorrentes da actividade antropogénica 
como forma de sobrevivência da comunidade local; 
c) Observação de obras humanas cuja construção usaram estacas do mangal 
incluindo actividades de venda de recursos do mangal para apurar dados 
sobre as possíveis soluções para o melhoramento; 
9 
 
Ainda no trabalho de campo, foi elaborado um guião de inquérito que constituiu um 
conjunto de questões pré-elaboradas com objectivo de colher informações inerentes 
às causas de exploração do mangal da área de estudo. 
O inquérito foi destinado à população residente na área abrangida pela pesquisa. O 
fundamento para escolha da amostra foi de 70 intervenientes num universo de 
14.349 habitantes2 para responder os objectivos traçados. 
Assim, no decurso do inquérito o autor focalizou: 
a) Condições de habitação da comunidade local; 
b) Material de construção mais usado entre as pessoas deste bairro; 
c) Degradação do mangal; 
d) Evolução do mangal local; 
e) Impactos do uso do mangal; 
f) Situação sobre a gestão do uso do mangal; 
g) Exploração do ecossistema do mangal; 
h) Motivo da dedicação à exploração do ecossistema do mangal; 
Contudo, por forma a compreender alguns aspectos não cobertos no inquérito e na 
observação foram realizadas entrevistas tendo em conta aspectos como: 
a) Percepção de riscos ambientais decorrentes da degradação do ecossistema 
do mangal; 
b) Factores da degradação do mangal na área de estudo; 
c) Consequências ecológicas que advêm da degradação do mangal. 
 
 
 
 
 
 
2
 PRPN, Plano de Reordenamento da Praia Nova, Diagnóstico de análise da situação actual 
existente, Vol.1, Beira, 2008, p. 35. 
10 
 
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
1.1 Impacto ambiental 
De acordo com SERRA (2007:39), ―impacto ambiental é qualquer mudança do 
ambiente, para melhor ou para pior, especialmente com efeitos no ar, na terra, na 
água, e na saúde das pessoas, resultante de actividades humanas‖. 
Desta feita, o impacto ambiental não é obviamente, só resultado de uma 
determinada acção humana realizada sobre o ambiente mas sim a relação de 
mudanças sociais e ecológicas em movimento, o conjunto de um processo que não 
finaliza mas se redirecciona com as acções mitigadoras. 
Por exemplo uma alteração de propriedades do meio ambiente, causada por 
actividades humanas que afectam a saúde, a segurança e o bem-estar da 
população, as actividades sociais, económicas e a qualidade dos recursos 
ambientais, que quando direccionadas às acções mitigadoras poderão minimizar os 
seus impactos para melhor. 
1.2 Conceito de ecossistema 
De acordo com SERRA (2007:19), ―ecossistema é um complexo dinâmico das 
comunidades vegetais, animais e de micro organismos e seu ambiente não vivo, que 
interagem como uma unidade funcional‖. 
CANAVILHAS (2006:89), ecossistema é o ―conjunto de comunidades 
interdependentes cujos organismos reciclam matéria enquanto a energia flui através 
deles‖. 
Analisando a ideia dos autores a cima citados, pode-se concluir que o ecossistema é 
a combinação funcional dos organismos com os factores ambientais, introduzindo 
assim dois tipos de componentes interactivas no ecossistema: a componente 
abiótica (relacionada com os ambientes) e a componente biótica (relacionada com 
os seres vivos). 
 
11 
 
1.3 Caracterização de actividade antropogénica 
Para SERRA (2007:18), ―actividade é qualquer acção de iniciativa pública ou 
privada, relacionada com a utilização ou exploração de componentes ambientais, a 
aplicação de tecnologias ou processos produtivos, planos, programas, actos 
legislativos ou regulamentares, que afecta ou pode afectar o ambiente‖. 
Analisando a ideia do autor acima citado, pode-se concluir que as interferências 
humanas podem afectar o ambiente ou a degradação do meio, na medida em que o 
êxodo rural motivado pela procura de melhores condições de vida, provoca um 
aumento da densidade populacional na cidade, pois a pressão que exerce sobre as 
infra-estruturas de protecção e sobre os sistemas de drenagem e a desflorestação a 
volta da zona é mais elevada. 
Segundo PILIACKAS, (2007:78), ―actividade antropogénica é qualquer acção 
humana que, de alguma forma, interfira nos mecanismos naturais de funcionamento 
de uma unidade ecológica ou ecossistema‖. Portanto, é uma acção que causa algum 
tipo de impacto no ambiente ou num ecossistema interferindo em seu funcionamento 
natural. 
Além da acção humana directa sobre o meio natural, existe a presença dos 
chamados elementos antropogénicos, como construções e objectos humanos, que 
actuam como agentes de degradação e modificação do meio. 
Em relação a área de estudo a actividade praticada pelo homem vem influenciando 
directamente naquilo que é a alteração do ambiente, visto que todo ser humano 
necessita de um ambiente sadio para a sua estadia. 
1.4 Conceito de ecossistema do mangal 
Segundo LEHNINGER (1977:11), ―o ecossistema do mangal é um tipo de formação 
vegetal constituída por plantas litorâneas que se desenvolvem num sistema 
regulado‖. 
LUÍS (2011:23) analisa a ideia de Kathiresan (2000), lembrando que o mangal é um 
grupo muito diverso de árvores não relacionadas umas com as outras, como as 
12 
 
palmeiras, arbustos, plantas trepadeiras ou rastejantes de caule delgado e fetos, que 
partilham a capacidade de viverem em solos alagadiços e salinos sujeitos a uma 
inundação regular. 
Fazendo análise das citações a cima, pode-se verificar que o ecossistema do 
mangal são plantas altamente especializadas que desenvolveram em adaptações 
excepcionais em relação às condições ambientais únicas e que suportam a elevada 
salinidade, nas quais podem ser encontradas na Praia Nova. 
O mangal é concebido como um ecossistema costeiro de transição entre os 
ambientes terrestres e marinhos, característicos de regiões tropicais e subtropicais, 
podendo ser encontrado em áreas intermediárias, geralmente entre terra seca e o 
mar (PEREIRA, 2005:18). 
Segundo LITULO at al (2008:36) ―refere-se ao mangal ou floresta de mangal como 
um termo para caracterizar uma variedade de comunidades costeiras da zona 
tropical e subtropicais dominadas por uma variedade de árvores e arbustos sempre 
verdes que crescem em regiões com água de elevada salinidade‖. 
Analisando a ideia dos autores acima citados, conclui-se que as florestas de mangal 
encontram-se em áreas relativamente protegidas, entre o continente e o mar, onde a 
energia das ondas do mar é reduzida, um exemplo concreto os mangais da zona da 
Praia Nova, desenvolvem-se melhor em áreas expostas a um abastecimento 
contínuo em água salgada, principalmente nos pântanos que se encontram ao longo 
da costa. 
1.5 Características do ecossistema do mangal 
Em relação às características do ecossistema do mangal PEREIRA (2005) defende 
que: 
Esse tipo de ecossistema apresenta característica importante por ser uma das 
poucas espécies vegetais que tolera a alta salinidade apresentada pelas águas e 
solos aluvionares
3
, intervindo no prolongamento da costa em relação ao mar, 
 
3
 Solos desenvolvidos a partir de materiais transportados e recentemente depositados pela corrente 
de água e caracterizados por uma fraca ou nenhuma alteração do material original pelos processos 
de formação de solos. (OMBE at al) 
13 
 
reduzindo a acção das correntes marítimas, contribuindo para a contenção do avanço 
da erosão costeira. (p. 55). 
No que se refere a área de estudo os mangais ocorrem em áreas sujeitas à acção 
de marés, havendo neles uma lama negra como substrato. Caracterizam-se como 
biomas4 de interface, e são compostos pelas misturas de águas de drenagem 
continentais e oceânicas. 
CANAVILHAS (2006:43), argumenta que o ecossistema dos mangais age como 
―construtorda terra‖, pois suas folhas ao se decomporem, transformam-se em 
detritos que criam uma forte actividade microbiana, constituindo-se base para cadeia 
alimentar e fonte de energia para os seres aquáticos. 
Para o caso da área de estudo, este ecossistema está entre os mais ameaçados de 
degradação e destruição, devido ao aumento exponencial da população na cidade 
da Beira que tem havido consequências como as moradias em locais inadequados, 
principalmente ao longo da zona costeira. 
1.6 Importância do ecossistema do mangal 
De acordo com SCHEPIS citado por LUÍS (2011:22),―o mangal desempenha um 
papel fundamental na sustentabilidade do meio ambiente natural e humano, 
podendo criar condições para o desenvolvimento de habitats favoráveis à fauna, 
contribuindo também para a manutenção da biodiversidade‖. 
De facto, o ecossistema do mangal contribui para a protecção das áreas costeiras 
contra a erosão e intrusão salina. Como estabilizador e protector da linha costeira 
contribui para a formação dos solos com a deposição e captura de sedimentos 
aluviais criam-se condições ecológicas que permitem o avanço dos solos do 
continente em direcção ao mar. 
Com relação à pesca, o mangal produz mais de 95% do alimento que o homem 
captura no mar. Por essa razão, a sua manutenção é vital para a subsistência das 
 
4
 Grande comunidade, ou conjunto de comunidades distribuída numa grande área geográfica, 
caracterizada por um tipo de vegetação dominante. 
14 
 
comunidades pesqueiras que vivem em seu entorno, como tem-se verificado na 
Praia Nova. 
Com relação à dinâmica dos solos, a vegetação dos mangais serve para fixar os 
solos, impedindo a erosão e, ao mesmo tempo, estabilizando a linha de costa. 
A destruição do mangal gera grandes prejuízos, inclusive para economia, directa ou 
indirectamente, uma vez que são perdidas importantes fracções ecológicas 
desempenhadas por esse ecossistema. 
No que concerne a importância do ecossistema do mangal BAIA (1998), relata 
dizendo que: 
O mangal constitui um recurso explorado pelas populações que vivem em áreas 
costeiras‖. Dos mangais obtém-se a madeira para a construção de habitações e 
barcos de pesca, para carvão vegetal (combustível lenhoso); capturam-se diversos 
crustáceos que servem para complementar a dieta alimentar. As árvores ainda 
podem ser usadas para extracção da tanina (corante), como plantas medicinais, 
assim como para a produção de mel. (p.13). 
Para o caso da Praia Nova, a exploração do ecossistema dos mangais, envolve 
diferentes grupos da população da cidade, e a actividade articula as necessidades 
das comunidades de pescadores, camponeses, lenhadores5, comerciantes formais e 
informais, artesãos e funcionários de serviços públicos. 
Em relação a urbanização no bairro é resultado do crescimento demográfico 
combinado com a expansão espacial através da construção em áreas anteriormente 
ocupadas por florestas (incluindo os mangais) no entorno da cidade. 
LUÍS (2011:23), analisa a ideia de KATHIRESAN (2000), onde fundamenta a 
importância do ecossistema do mangal em 2 vertentes sendo económica e 
ecológica. A económica verifica-se na obtenção da madeira para construção de 
habitações, barcos de pesca, para combustível lenhoso e carvão bem como para 
captura de diversos crustáceos para complementar a dieta6 alimentar das 
 
5
 Ideia do autor, o que quer dizer indivíduos cortadores ou rachadores de lenha. 
6
 Ingestão de alimentos habituais, ou aquela que se faz visando preencher as necessidades 
específicas de um indivíduo, incluindo ou excluindo certos itens de sua alimentação. 
15 
 
comunidades. Por outro lado a ecológica reside na sua contribuição para a 
estabilização e prevenção da erosão da linha costeira. 
Hoje em dia, tem crescido a consciência do importante papel que os mangais 
representam na vida social e cultural das comunidades locais e na economia a todos 
os níveis assim como na protecção ambiental em geral. 
O mangal é considerado um ecossistema de importância vital, tanto para a 
satisfação das necessidades humanas, como para a protecção do litoral contra a 
erosão, ou a conservação das espécies da fauna selvagem de forte valor patrimonial 
e cultural. 
O caso concreto na Praia Nova, a maior parte das actividades económicas provêm 
dos mangais. Se formos a ver, a maioria dos pescadores utilizam os mangais para 
fazer os seus barcos e habitações, sendo também apanham caranguejo, camarão e 
outros crustáceos nos próprios mangais apesar do abate excessivo que eles fazem 
correndo o risco da erosão costeira que se verifica naquela comunidade. 
1.7 Influência da actividade antropogénica sobre o ecossistema do mangal 
BAIA (1998:15), diz que ―o rápido crescimento da população ao longo da faixa 
costeira constitui uma ameaça continua sobre a utilização do mangal‖. 
De acordo com UACANE (2014:212), ―os principais factores responsáveis pela 
erosão costeira na Praia Nova, nomeadamente a dinâmica das águas marinhas 
sobre os inconsolidados e desprotegidos terrenos dunares e o consequente recuo 
da linha de costa são em parte motivados pela destruição do revestimento vegetal 
natural (mangal ou mesmo vegetação herbácea) pela acção antropogénicas‖. 
Assim, a fragilização dos terrenos dunares contíguos ao mar pela frequência 
humana quer para fins de pesca quer para construção de precárias infra-estruturas 
sociais, ou simplesmente, a ocupação do espaço dunar para diversos fins, sem 
devidas precauções, afiguram-se como catalisadores da erosão costeira7. 
Em torno das ideias dos diferentes autores acima citados, pode-se verificar que a 
destruição do revestimento vegetal associado ao ecossistema do mangal na Praia 
 
7
 Ibid., p. 213 
16 
 
Nova, pode constituir um dos problemas ambientais influenciado pela comunidade 
local. 
1.8 Distribuição do mangal em Moçambique 
De acordo com o SCHEPIS (1996:125), as florestas de mangal cobrem menos de 
0,1% da superfície terrestre global. Em Moçambique, o mangal ocupa uma vasta 
linha da costa, a qual se estende do Sul a Norte em 2.770 Km2, caracterizado por 
uma grande diversidade de ambientes favoráveis ao desenvolvimento do mangal, 
tais como estuários, baías, deltas e planícies de inundações. 
Segundo MICOA (2006:64), Moçambique possui cerca de 400.000ha de mangal que 
constitui a maior cobertura de mangais na África Oriental. Ao sul do rio Save o 
mangal ocorre extensivamente no estuário Morrumbene, baia de Inhambane, Baía 
de Maputo e Inhaca. A Baía de Maputo é uma das mais extensas áreas de mangal 
na região sul. 
Analisando a ideia dos autores a cima citados, pode-se concluir que as maiores 
florestas de mangal ocorrem no centro do país, principalmente devido as descargas 
de água doce incluindo os deltas do Zambeze, Púnguè, Save e Búzi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
CAPÍTULO II – CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE ESTUDO 
2. Generalidades 
Na década de 1980 altura do conflito armado muitos pescadores vindo sobretudo do 
distrito de Búzi afluíram a Praia Nova com as suas famílias a procura de segurança. 
Assim dado que estas famílias e em particular as mulheres não podiam dividir as 
mesmas habitações com os pescadores, houve a necessidade de fazer mais casas 
precárias na parte leste, separada da zona de acampamentos por riachos de marés. 
O crescimento da zona residencial da Praia Nova conhece uma aceleração como 
resultado da procura de espaços para edificação de habitações precárias. Deste 
modo parte desta população da Praia Nova residiu outrora em alguns edifícios 
degradados designadamente, o Grande Hotel8 entre outras infra-estruturas 
degradadas da Cidade da Beira. 
Trata-se de uma zona habitacional que enfrenta muitos problemas por maior das 
casas estarem implantadas em áreas impróprias,designadamente marés, erosão 
costeira, ausência de drenagens pluvial, entre outros problemas ambientais. 
Segundo a comunidade local e evidências indicam que uma parte de residências foi 
devorada pelas águas do oceano, constituindo assim uma das consequências das 
actividades antropogénicas do ecossistema do mangal. 
2.1 Enquadramento geográfico da área de estudo 
A zona da Praia Nova constitui uma zona suburbana encravada entre os bairros de 
cimentos de Chaimite e de Ponta-Gêa e o Estuário do Púnguè. A Praia Nova situa-
se a sudoeste da cidade da Beira e ocupa uma superfície de 75.7ha de terra, grande 
parte das quais é constituída por terreno de baixa topografia sem ocupação humana 
é colonizada por mangais. Vide o mapa 1. 
 
 
 
8
 Uma infra-estrutura muito antiga e degradada que se localiza no bairro da Ponta-Gêa, em que 
residiam na sua maioria a comunidade actualmente residente da Praia Nova. 
18 
 
Mapa 1 – Enquadramento geográfico da aérea de estudo 
 Fonte: Elaborado com base nos dados do CMB, 2015 
19 
 
Em termos geográficos a zona da Praia Nova delimita-se a Norte através da 
Muralha, a Nordeste pela Rua Governador Augusto Castilho, no troço entre a 
primeira esquadra e o prédio cooperativa, a Leste através da Rua que parte do 
restaurante Cem a Hora e palácio dos casamentos e a Este pelo oceano Índico. 
2.2 Características físico-naturais 
A área de estudo trata-se duma planície de idade recente. O geo-relevo e seus 
arredores são dominantes por uma extensa planície litoral cujas altitudes variam 
entre 6 a 20 m9. Resultante de sucessivas fases de acumulação de sedimentos que 
caracterizam a existência de vales fluviais derivadas de depósitos aluviais e material 
orgânico e sobreposto de sedimentos arenosos. 
2.2.1 Aspectos pedológicos 
De acordo com MICOA (2006:44), a parte mineral do solo da área do mangal é 
formada a partir dos produtos de decomposição de rochas associados aos restos de 
plantas e de animais, trazidos de fora do ambiente por ondas e ventos, possuindo 
elevado índice de sal e de coloração cinza escura. 
Entretanto, o solo que se encontra no interior do mangal da Praia Nova é argiloso e 
hidromórfico10 escuro-cinzento. Observa a Fig. 1. 
Fig. 1 – Solos argilosos e hidromórficos escuro-cinzento da Praia Nova. 
 
Fonte: Foto/autor/2015. 
 
9
 MUCHANGOS, Aniceto dos, Cidade da Beira, Aspectos Geográficos, Editora Escolar, Maputo, 
1994. 
10
 Solos que se desenvolvem sob a influência de um lençol freático, é vulgar nas regiões muito 
húmidas e nas áreas adjacentes aos lagos, rios, etc. É escuro quase negro. 
20 
 
2.2.2 Aspectos climáticos 
Segundo MUCHANGOS (1994:38),―a cidade da Beira localiza-se no limite meridional 
na zona sub equatorial, possui um clima de tipo tropical chuvoso de Inverno seco‖. 
Este facto, caracteriza a unidade territorial da Praia Nova como parte integrante da 
cidade da Beira. 
2.2.3 Aspectos hidrográficos 
A zona da Praia Nova é predominantemente por pântanos11 que no inverno se 
formam através das águas da chuva e marés altas, durante o escoamento 
superficial. Contudo, MUCHANGOS (1994:24), na sua obra ―Aspectos Geográficos 
da Cidade da Beira‖, aborda que ―os pântanos fluviais são as formas mais 
características de ambientes resultantes de acumulação decorrente de acção fluvial‖ 
neste caso o que caracteriza uma área coberta por mangal. 
Essas áreas de mangal são sujeitos a inundações periódicas e apresentam as 
melhores condições de solos e de disponibilidade hídrica onde a maior parte do 
ecossistema do mangal desenvolve suportando a alta salinidade das águas 
marinhas pela acção das marés. Vide a fig. 2. 
Fig. 2 – Área de inundação junto ao mangal na Praia Nova 
 
Fonte: Foto/autor/2015. 
 
11
 Regiões baixas ou inundadas por águas estagnadas. 
21 
 
2.2.4 Aspectos florísticos e faunísticos 
No passado, a zona da Praia Nova, nomeadamente junto a costa possuía uma 
vegetação exuberante do mangal onde as espécies marinhas com maior destaque o 
camarão multiplicavam-se, e por outro lado o mangal defendia a costa contra 
erosão. (MICOA, 2006:43). 
A partir da ideia acima citada, pode-se concluir que com a ocupação desordenada, o 
homem destruiu a vegetação que ali existia para o aproveitamento do combustível 
lenhoso e estacas para erguer a sua habitação e outros fins. Contudo a Praia Nova 
está despida da vegetação, salvo em lugares de difícil construção, apareceram 
alguns arbustos de mangal que também sofrem a pressão demográfica e a erosão 
contra a costa. Vide a figura 3. 
Fig. 3 – Figura A ilustra as antigas áreas de mangal já devastadas e B corresponde as 
consequências da devastação do mangal (erosão). 
 
 
Fonte: Foto/autor/2015. 
 
Como as imagens ilustram, pode-se dizer que o futuro do mangal da cidade da Beira 
e da Praia Nova em particular é ameaçador se não se efectuar actividades com a 
participação dos munícipes em geral, governantes, académicos, órgãos de 
informação social e outros na reversão do actual cenário. 
Vestígios de mangal 
cortado 
Erosão como consequência da 
interferência antropogénica na 
área de estudo. 
 A B 
22 
 
Essas, interpretam que a comunidade cortou o mangal que defendia a costa contra a 
erosão e actualmente a água do mar acabou devorando algumas residências, 
barracas e outras infra-estruturas sendo consequência da interferência da própria 
comunidade. 
De acordo com MICOA (2006:33), há cerca de 5 espécies de árvores de mangal na 
costa moçambicana, das quais podem ser encontradas na Praia Nova, 
nomeadamente Avicennia marina, Sonneratia alba, Hieritiera littoralis, Rhizophora 
mucronata e Lumnitzera racemosa. 
Essas espécies, as suas raízes são usadas como medicamento para diarreias e as 
estacas para construção de casas, lenha e madeira para construção de barcos. 
Como ilustra a fig. 4. 
Fig. 4 – A Imagem A ilustra algumas palhotas construídas de mangal e B correspondem as estacas 
usadas na construção das mesmas 
 
 
Fonte: Foto/autor/2015. 
 
 
 
 
 A B 
Estacas de mangal 
Casas da área de estudo 
23 
 
CAPÍTULO III – DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 
Para o desenvolvimento do presente capítulo, foi feito o trabalho de campo onde 
traçou-se técnicas de inquérito, entrevista e o método de observação com objectivo 
de recolher dados referente à actividade antropogénica sobre o ecossistema do 
mangal. 
Essas técnicas foram aplicadas na Praia Nova, na Direcção Provincial para 
Coordenação da Acção Ambiental de Sofala (DPCAAS) e no Conselho Municipal da 
Beira (CMB) onde o autor achou que eram sítios que detinham dados que 
subsidiariam o conhecimento sobre os aspectos em estudo (observa os anexos). 
Para a pesquisa do problema, foram cruzados métodos e técnicas de pesquisa entre 
os quais se destacam as técnicas de entrevista e inquérito e o método de 
observação directa, onde inicialmente foram traçados guiões para a efectivação das 
respectivas técnicas (observa os apêndices). 
No que concerne ao inquérito, referir que estava destinado aos intervenientes da 
actividade, neste caso a comunidade local, durante quatro dias onde visava recolher 
informações de base referentes a remoção de vestígios vegetais do mangal 
existentes, com vista a traçar estratégias adequadas para o seu melhoramento em 
benefício da comunidade. 
Por se tratar duma actividade ilegal, não existem dados estatísticos sobre o número 
total dos praticantes dessa actividade mas o autor inqueriu 70 habitantes. Assim 
96% dos inqueridos são do sexo masculino, 4% são do sexo feminino e cerca de 
60% possuem idade compreendida entre 19 a 30 anos, 35% para a faixa etária de 
32-37 e os restantes maiores que 38 anos. 
Em relaçãoà entrevista, referir que foi feita ao vereador de Serviços Urbanos e 
Salubridade Ambiental (SUSA) do Concelho Municipal da Beira e na Direcção 
Provincial para Coordenação da Acção Ambiental de Sofala em número de dois e 
pretendia identificar as actividades antropogénicas que influenciam na degradação 
do ecossistema do mangal e as consequências da sua degradação. 
24 
 
A observação directa foi feita na área abrangida pela pesquisa, que visava observar 
o ecossistema do mangal no sentido de caracterizar a actual floresta local e 
observar as construções feitas de produtos de mangal para apurar dados sobre as 
possíveis estratégias para o melhoramento. 
Portanto, a apresentação dos resultados da pesquisa efectuada, faz uma 
combinação dos dados adquiridos nas variadas técnicas e métodos de pesquisa. 
Assim, apresenta-se os seguintes resultados: 
Segundo dados obtidos a partir do inquérito, a maioria dos exploradores do mangal 
provêm do distrito do Búzi. Estes afluíram a Praia Nova com as suas famílias a 
procura de melhores condições de vida, o que deixa a zona numa situação de risco 
à erosão provocada pela procura de espaços para edificação de habitações 
precárias. 
3.1 Condições da habitação da comunidade da Praia Nova 
Segundo BAIA (2004:172), a urbanização é resultado do crescimento demográfico 
combinado com a expansão espacial através da construção de casas em áreas 
anteriormente ocupadas por florestas incluindo o mangal. 
Entorno da ideia acima citada, pode-se dizer que em relação às condições de 
habitação da área de estudo, a comunidade, possui na sua maioria habitações de 
produtos provenientes do mangal como por exemplo as estacas. 
Segundo dados obtidos a partir do inquérito indicam que 50% dos inquiridos habitam 
nas casas maticadas, 34% de madeira e zinco e 16% habitam nas casas de 
alvenaria o que constitui a minoria. E referir que o regime de propriedade a maioria 
vive nas casas próprias. Observa o gráfico 1. 
25 
 
Gráfico 1 – Condições da habitação da comunidade da Praia Nova 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2015. 
3.2 Material de construção mais usado entre as pessoas na Praia Nova 
De acordo com MICOA, (1996:30), o mangal constitui um recurso explorado pelas 
populações que vivem em áreas costeiras, isto é do mangal obtém-se a madeira 
para a construção de habitações e barcos de pesca. 
Segundo dados do inquérito, o material de construção mais usado entre as pessoas 
da Praia Nova são as estacas do mangal. Dos 70 inquiridos, 67% usam estacas do 
mangal para erguer as suas casas, 27% usam o material convencional e 6% 
disseram que usam outras estacas diferentes do mangal. Vide o gráfico 2. 
Gráfico 2 – Material de construção mais usado entre as pessoas na Praia Nova 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2015. 
Madeira e
Zinco
Alvenaria Maticada
Condições da habitação da
comunidade da Praia Nova
34% 16% 50%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
P
e
rc
e
n
ta
ge
m
 
Condições da habitação da comunidade da 
Praia Nova 
67% 
6% 
27% 
0% 
Material de construção mais usado entre 
as pessoas na Praia Nova 
Estacas do mangal
Outras estacas diferentes
de mangal
Material convencional
(comprado)
26 
 
3.3 Causas da diminuição do mangal da Praia Nova 
De acordo com MICOA (2006:38), o crescimento da população urbana, a falta de 
oportunidade de emprego no sector industrial contribui bastante para a alta pressão 
sobre a destruição do mangal. 
Segundo dados do inquérito o mangal da área de estudo tem diminuído destacando-
se a causa principal a actividade de corte e comercialização de estacas do mangal e 
o crescimento da cidade para áreas ocupadas pelo mangal, como a tabela 1 ilustra. 
Tabela 1 – Causas da diminuição do mangal da Praia Nova 
Causa da diminuição No de respostas Percentagem 
Actividades de corte e comercialização de 
estacas do mangal 
 
 29 
 
 41% 
Pesca 0 0% 
Crescimento da cidade para áreas ocupadas 
pelo mangal 
 27 39% 
Prática da agricultura junto às zonas do mangal 14 20% 
Processos de aquacultura 0 0% 
Produção de sal nas salinas 0 0% 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2015. 
A partir da tabela 1, há necessidade de concluir que o mangal é destruído através de 
algumas actividades como o corte e comercialização de estacas do mangal e o 
crescimento da cidade para áreas ocupadas do mangal, o que tem se verificado 
actualmente na Praia Nova. 
3.4 Principais usos do mangal na Praia Nova 
De acordo com SCHEPIS citado por LUÍS (2011:22),―o mangal desempenha um 
papel fundamental na sustentabilidade do meio ambiente natural e humano, 
podendo criar condições para o desenvolvimento de habitats favoráveis à fauna, 
contribuindo também para a manutenção da biodiversidade‖. 
Questionados se as famílias faziam o uso do mangal houve a necessidade de 
indicar as principais utilidades que fazem do mesmo, onde na sua maioria referiam-
27 
 
se da venda de estacas para o sustento familiar e da construção, sendo as principais 
utilidades do mangal da Praia Nova. Vide a tabela 2. 
Não obstante, a distância média das comunidades que normalmente utilizam o 
mangal fica próximo das suas casas mais ou menos uma média entre 300 a 400 
metros segundo dados do inquérito. 
Tabela 2 – Principais usos do mangal na Praia Nova 
Tipos de uso No de respostas Percentagem 
Venda de estacas 22 31% 
Construção 21 30% 
Captura de caranguejo e pesca 13 19% 
Lenha 12 17% 
Carvão 2 3% 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2015. 
Em relação à utilidade do mangal, pode-se concluir que na área de estudo 
predomina a venda de estacas e sem deixar de lado a crescente construção de 
residências na sua maioria como referimos no gráfico 1. 
3.5 Evolução do mangal na Praia Nova nos últimos 5 anos 
Questionados qual teria sido a evolução do mangal local nos últimos 5 anos, cerca 
de 93% disseram que tem diminuído por causa do corte e venda de estacas nesta 
zona. Em relação a acentuação desta actividade é de salientar que segundo os 
inqueridos já era assim antes de 2009. Observa o gráf. 3. 
28 
 
Gráfico 3 – Evolução do mangal na Praia Nova nos últimos 5 anos 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2015. 
No que concerne a evolução do mangal o gráfico ilustra que tem diminuído isso a 
partir dos anos 90, isto na época em que verificou-se um êxodo rural principalmente 
do distrito de Búzi como apontamos nos princípios desse capítulo. 
3.6 Impactos resultantes do corte do mangal na zona da Praia Nova 
LUÍS (2011:32), aponta que a destruição do mangal tem trazido consequências 
muito trágicas como a perda da biodiversidade das florestas, diminuição da 
qualidade do ambiente e aumento da erosão. 
Segundo os inqueridos, os impactos resultantes face ao corte do mangal a maior 
parte deles referiram-se do aumento da erosão, sendo o actual problema que se 
verifica na área de estudo. 
Quanto à escassez de estacas para a construção, alguns intervenientes referiram-se 
como um dos grandes problemas resultante do abate do mangal como Avicennia 
marina. No caso dos lenhadores disseram que um dos problemas que resultam da 
devastação do mangal é a falta de lenha e outros dizem que o mar invade facilmente 
o litoral tal como a tabela 3 ilustra. 
3% 
93%4% 
74% 
17% 
6% 3% 
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Tem aumentado/Já era
assim antes de 2009
Tem diminuido/A
partir dos anos 90
Mantem-se estavel/A
partir de 2011
Mais recentemente (a
partir de 2013)
Evolução do mangal Acentuação da evolução
29 
 
Tabela 3 – Impactos resultantes do corte do mangal na zona da Praia Nova 
Impacto do corte do mangal No de resposta Percentagem 
Aumenta a erosão na margem do mar 24 34% 
O mar já invade facilmente o litoral 19 27% 
Começa a escassear lenha 12 17% 
Começam a escassear as estacas para construção 9 13% 
Começa a escassear produtos marinhos 
(caranguejo) 
 6 9% 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2015. 
Com base na tabela 3, pode se verificar que o impacto mais notável da degradação 
do mangal é a crescente erosão registada que é comprovada pelas imagens (ver 
figura 3). Vê-se que a actividade das marés tem provocado a degradação das terras 
pelo mar e a alteração da linha da costa que começou a verificar-se momentos 
depois da destruição e extinção do mangal. 
A erosão está a proporcionar o desaparecimento de infra-estruturas como casas e 
barracas dos moradores e está a atingir locais que no passado eram difíceis de 
sofrerem a acção de marés. 
3.7 Situação sobre a gestão dos usos do mangal 
No que concerne a exploração, quase 100% dos inqueridos referiram que ninguém 
autoriza para cortar o mangal. As instituições que mais tutelam na gestão do mesmo 
são o CMB e a DPCAAS segundo dados do inquérito. De acordo com os inqueridos 
a maioria refere que não sabe se a comunidade local foi ouvida sobre a gestão do 
mangal. 
3.8 Medidas de preservação do mangal da Praia Nova 
De acordo com o MICOA (1996:26), uma das medidas da preservação do mangal é 
a fiscalização dos exploradores do mangal de modo a não permitir o corte 
indiscriminado que leva a degradação do ecossistema. 
Questionados que medidas de preservação do mangal deveriam ser adoptadas 50 
dos 70 inqueridos referiram-se do aumento e da promoção da fiscalização 
correspondente a 71% sendo uma percentagem mais notória. Apenas 2 inqueridos 
30 
 
optaram que houvesse um corte escalonado o que corresponde a 3% sendo a 
minoria. Como o gráfico 4 ilustra. 
Gráfico 4 – Medidas de preservação do mangal da Praia Nova 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2015. 
3.9 Factores da degradação do mangal da Praia Nova 
Os entrevistados dizem que o rápido crescimento da população urbana que se 
verifica na área de estudo pode contribuir bastante para a alta pressão sobre a 
degradação do mangal da Praia Nova como por exemplo o senhor José Manuel 
Domingos12. Na verdade a biodiversidade natural da área de estudo apresenta 
vestígios do revestimento vegetal associada à essa causa. 
3.10 Consequências da degradação do mangal da Praia Nova 
De acordo com os nossos entrevistados, o mangal desempenha um papel 
preponderante, não só na vida das populações como também evitam os efeitos 
ecológicos negativos. 
 
12
 Vereador de Serviços Urbanos e Salubridade Ambiental do Concelho Municipal da Beira. 
71% 
13% 
7% 
6% 
3% 0% 
Medidas de preservação do mangal da Praia Nova 
Aumentar ou promover a
fiscalização
Estabelecer regras acertadas
Proibir o corte
Introduzir cobrança de uma
taxa
Promover um corte escalonado
31 
 
Isso pode-se explicar doutra maneira, dizendo que refere-se da vida da população 
na medida em que ela mesma, vai usar para as suas necessidades queremos falar 
da vida social e económica. 
Quando se fala que o mangal evita os efeitos negativos, constitui uma verdade 
porque o estado actual da orla marítima da Praia Nova é ameaçador por 
consequência das actividades antropogénicas sobre o ecossistema do mangal. 
Portanto, a remoção do revestimento vegetal associado ao ecossistema do mangal 
da Praia Nova tem causado consequências eminentes que deixou a orla em risco 
devido a acção das ondas. Esse facto é comprovado pela figura 3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
CONCLUSÃO 
 
Chegado ao fim desta monografia, pode-se concluir que a influência da actividade 
antropogénica sobre o ecossistema do mangal da Praia Nova está associada à 
destruição do revestimento vegetal para fins de construções precárias sobre a linha 
da costa resultando na fácil destruição dessas infra-estruturas pelas águas e 
constituindo assim um dos problemas ambientais influenciado pela comunidade 
local. 
Portanto, é sabido que a degradação do mangal tem trazido efeitos muito graves tais 
como: a perda da biodiversidade natural local, diminuição da qualidade do ambiente 
e aumento da erosão costeira. 
Por conseguinte, por volta destas razões destacam-se dois fenómenos 
absolutamente incompatíveis do ponto de vista ecológico ambiental, nomeadamente, 
a intensificação desenfreada de diversas construções, na sua maioria precárias, 
junto as dunas que definem esta unidade territorial litorânea e intensificação da 
erosão costeira. 
A interferência antropogénica sobre o ecossistema do mangal tem facilitado na 
aceleração dos processos erosivos sobre os terrenos marginais contíguos à linha da 
costa da Praia Nova. Os motivos que levam aos intervenientes a remover os 
vestígios de revestimento vegetal do mangal nocivamente é a falta de emprego e 
sem deixar de lado os rendimentos elevados que esse ecossistema oferece, como 
referiram alguns inquiridos. 
Os factores que influenciam na degradação do ecossistema do mangal estão 
associados a ocupação de espaço de dunas, removendo o respectivo revestimento 
vegetal e ao problema aliado no desconhecimento da importância ecológica desse 
ecossistema. 
A degradação do ecossistema costeiro local, entre o mangal e outras componentes 
naturais condiciona problemas de erosão costeira influenciando na diminuição da 
linha da costa como referiram muitas vezes os nossos inquiridos. 
 
33 
 
SUGESTÕES 
A sugestão é de que instituições de direito, proporcionem momentos de 
sensibilização as comunidades locais no sentido de reverter a situação cada vez 
galopante sobre devastação das áreas do ecossistema do mangal. 
Que se façam mais estudos acerca desta temática, com vista a encontrar soluções 
mais fiáveis sobre as possibilidades de uso sustentável das áreas do mangal na 
Praia Nova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
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apropriação do espaço na cidade de Angoche, Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 15, 
2004. Disponível em: 
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de Dezembro de 2014 as 17:03h 
2. BAIA, Alexandre H. Monteiro, Uma análise da degradação da Floresta de Mangal 
- o caso de Nhangau. Tese de Licenciatura, UEM 1998. 
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Acessado em 23 de Janeiro de 2015 as 13:53h 
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Mangrove Ecosystems, in: Advances In Marine Biology Vol 40: 81-251 (2001), 
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Study in Marine Biology, Annamalai University (URL: disponível em: 
(http://ocw.unu.edu/international-network-on-water environment-and-health/unu-
inweh-course-1mangroves/Importance-of-mangroves.pdf). Acessadoem 08/11/2014 
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Edgard Blücher, São Paulo, 1977. Disponível em: 
(http://www.worldcat.org/title/bioquimica-replicacao-transcricao-e-traducao-da-
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7. LUÍS, António dos Anjos. Aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica e 
Detecção Remota no Monitoramento do Mangal, Dissertação sobre mangal na Beira, 
2011. 
http://www.geografia.fflch.usp.br/publicacoes/Geousp/.../Intercambio.pdf
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8. MICOA. UICN Moçambique Macro diagnóstico da Zona Costeira de Moçambique, 
1ª Ed., Imprensa Universitária - UEM, Maputo. 2006. 
9. MICOA, Programa Nacional de Gestão Ambiental, Maputo, 1996. Disponível em 
 (http://www.legisambiente.gov.mz/index.php?option=com_docman&task=doc_view&
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10. MUCHANGOS, Aniceto dos, Cidade da Beira, Aspectos Geográficos, Editora 
Escolar, Maputo, 1994. 
11. NANNI, Henrique César. Preservação dos manguezais e seus reflexos; Bauru, 
SP, Brasil, 2005. Em: 
(www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/c204694.pdf) Acessado em 
07/12/2014) pelas 19:50h. 
12. PEREIRA, Ana Ramos. Análise de ambiente físico: mangal – floresta de maré. 
2005. Em 
 http://aaf.weebly.com/uploads/5/3/1/3/531370/mangal_compatibility_mode.pdf. 
Acessado em 8/10/2014) as16:17h. 
13. PILIACKAS, José Maurício: Breve histórico da acção antrópica sobre os 
ecossistemas costeiros do Brasil, com ênfase nos manguezais do estado de São 
Paulo, 2007. Disponível em: (ftp://ftp.usjt.br/pub/revint/343_51.pdf ) Acessado em 
09/03/2015 pelas 12:12h. 
14. SCHEPIS, W.RODRIGUES, (s/d) A importância dos manguezais para o nosso 
planeta (URL: http://ecofaxina.blogspot.com/2008/10/importancia-dos-manguezais-
para-o-nosso.html,) Consultada em 19/11/2014 pelas 13:27h. 
15. SERRA, Carlos, Colectânea de Legislação do Ambiente: Ministério da Justiça 
Centro de Formação Jurídica e Judiciaria, 3ª edição, revista e aumentada, Maputo 
2007. 
16. UACANE, Mário Silva, Impactos ambientais decorrentes da erosão costeira na 
orla marítima da cidade da Beira. Disponível (www.educamazonia.cw7.inf: ano 7.vol 
XII, numero1, Janeiro-Junho, 2014). Acessado em 09/09/2014 pelas 15:10h. 
http://www.legisambiente.gov.mz/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=141
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http://ecofaxina.blogspot.com/2008/10/importancia-dos-manguezais-para-o-nosso.html
http://www.educamazonia.cw7.inf/
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICES 
 
 
 
 
 
 
37 
 
APÊNDICE I: INQUÉRITO ÀS COMUNIDADES DA ZONA COSTEIRA DA 
PRAIA NOVA, CIDADE DA BEIRA 
 
 
Este questionário faz parte de uma investigação intitulada “Impacto das 
actividades antropogénicas sobre o ecossistema do mangal da Praia Nova, 
cidade da Beira” que pretende conhecer as mudanças ocorridas no mangal nos 
últimos 5 anos. 
O questionário é anónimo e destina-se unicamente para fins académicos. 
Agradecemos a sua colaboração conscientes que todas as informações irão ser 
muito úteis para o nosso estudo. Basta responder com sinceridade e rigor, com um 
(X) à maior parte das perguntas. Se achar importante pode usar a parte de trás da 
folha para escrever algum comentário que pretende deixar-nos. 
 
Número do Inquérito:__________ Data do inquérito: _____/_____/________ 
Local da realização do inquérito: _____________________________________ 
Nome do inquiridor: ______________________________________________ 
 
O quadro que se segue deve ser preenchido em todos os espaços sem excepção 
nenhuma no 1.1 e assinalar com um X para cada ponto a seguir. 
 
1.0 CARACTERIZAÇÃO DO INDIVIDUO INQUIRIDO 
1.1 Identificação 
Idade 
Sexo 
Estado civil 
Nacionalidade (País) 
Naturalidade (Distrito) 
Há quantos anos vive neste local? 
1.2 Habilitações Escolares 
Sabe ler e escrever 
Ensino Primário 1 (até à 5ª classe) 
Ensino Primário 2 (6ª e 7ª classe) 
Ensino Secundário Básico 
Ensino Pré-Universitário 
Formação superior 
1.3 Situação sócio-profissional 
Activa(o) com profissão 
Desempregada(o) 
Doméstica(o) 
Reformada(o) 
Estudante 
Outra (especifique) 
1.4 Situação profissional 
Assalariado 
Trabalhador por conta própria 
Trabalhador familiar não remunerado 
Patrão 
Desempregado 
38 
 
Outra (especificar) 
1.5 Trabalha numa instituição 
Pública 
Privada 
Por conta própria 
1.6 Local de trabalho (indicar o Bairro) 
1.7 Local de residência (indicar o local por Bairros) 
 
2.0 CONDIÇÕES DA HABITAÇÃO 
2.1. A casa onde habita é construída em: 
Madeira e Zinco ( ) 
Alvenaria ( ) 
Maticada ( ) 
 
2.2. Regime de propriedade, (a sua casa é): 
Própria (comprada ou construída por si) ( ) 
Casa alugada ( ) 
Quarto ou parte de casa alugada ( ) 
 
 
3. MATERIAL DE CONSTRUÇÃO MAIS USADO ENTRE AS PESSOAS DESTE 
BAIRRO 
3.1 Estacas do mangal ( ) 
3.2 Outras estacas diferentes do mangal ( ) 
3.3 Material convencional (comprado) ( ) 
 
4.0 DEGRADAÇÃO DO MANGAL 
4.1 A área do mangal tem diminuído? 
Sim ( ) 
Não ( ) (passe à questão 5.0) 
 
4.2 Se sim, quais são as causas prováveis para essa diminuição? 
Coloca 1,2,3,4,5,6 ou 7 conforme o peso ou importância de cada factor, sendo 1 o 
mais valor baixo e 7, o mais alto. 
4.2.1 Crescimento da cidade para áreas ocupadas pelo mangal ( ) 
4.2.2 Produção de sal nas salinas ( ) 
4.2.3 Prática da agricultura junto as zonas do mangal ( ) 
4.2.4 Processos de aquacultura ( ) 
4.2.5 Actividades de corte e comercialização de estacas do mangal ( ) 
4.2.6 Pesca ( ) 
4.2.7 Outros (especifique) ______________________________________ ( ) 
 
5. Entre os seguintes fenómenos quais deles também criam problemas de 
alteração do mangal local? 
5.1 Ciclones ( ) 
5.2 Inundações ( ) 
5.3 Erosão costeira ( ) 
5.4 Seca ( ) 
5.5. Outros de origem ambiental, quais?____________________________ ( ) 
 
39 
 
6. A sua família faz uso do mangal? 
6.1 Sim ( ) 
6.2 Não ( ) 
 
7. Indique os principaisusos que faz do mangal 
Coloca 1,2,3,4,5 conforme o peso ou importância de cada factor, sendo 1 o valor mais 
baixo e 5, o mais alto 
7.1 Lenha ( ) 
7.2 Construção ( ) 
7.3 Carvão ( ) 
7.4 Venda de estacas ( ) 
7.5 Captura de caranguejo e pesca ( ) 
7.6 outros, (especifique) ______________ ( ) 
 
8. A que distância média ficam as comunidades que normalmente utilizam o 
mangal? 
8.1 Próximo de casa _____ metros ou km 
8.2 Muito longe de casa______km 
 
9. Quem mais explora o mangal local? 
Coloca 1,2,3,4,5 conforme o peso ou importância de cada factor, sendo 1ovalor mais 
baixo e 5, o mais alto 
9.1 A comunidade local individualmente ( ) 
9.2 Associações comunitárias locais ( ) 
9.3 Empresas públicas ( ) 
9.4 Empresas privadas ( ) 
9.5 Outras Pessoas (quem?) ( ) 
 
EVOLUÇÃO DO MANGAL 
10. Na sua opinião qual tem sido a evolução do mangal local nos últimos 5 
anos? 
10.1 Tem aumentado ( ) 
10.2 Tem diminuído ( ) 
10.3 Mantém-se estável ( ) 
 
11. Quando é que (aproximadamente) essa evolução se acentuou? 
11.1 Já era assim antes de 2009 ( ) 
11.2 A partir dos anos 90 ( ) 
11.3 A partir de 2011 ( ) 
11.4 Mais recentemente (a partir de 2013) ( ) 
 
12. Há corte e venda de estacas do mangal nesta zona? 
12.1 Sim ( ) 
12.2 Não ( ) 
 
Se sim 
13. O corte de mangal tem: 
13.1 Aumentado ( ) 
13.2 Diminuído ( ) 
13.3 Mantém-se estável ( ) 
40 
 
 
14. Se o corte de estacas do mangal aumentou, a partir de que ano se 
intensificou essa prática aqui? 
14.1 Era assim antes de 2009 ( ) (passe para a questão 16) 
14.2 De 2009 a 2010 ( ) 
14.3 De 2010 a 2012 ( ) 
14.4 De 2012 a 2014 ( ) 
 
15. Se diminuiu, a partir de que ano decresceu essa prática aqui? 
15.1 Vinha decrescendo/diminuindo antes de 2009 ( ) 
15.2 De 2009 a 2010 ( ) 
15.3 De 2010 a 2012 ( ) 
15.4 De 2012 a 2014 ( ) 
 
16. Admitindo que o crescimento da cidade influencia a alteração do mangal na 
Beira, em sua opinião, quais são as principais causas? 
Coloca 1,2,3,4,5 conforme o peso ou importância de cada factor, sendo 1ovalor mais 
baixo e 5, o mais alto 
16.1 Construção de vias de acesso na zona do mangal ( ) 
16.2 Construção de casas e outras obras na zona do mangal ( ) 
16.3 Construção desordenada de infra-estruturas urbanas junto do mangal ( ) 
16.4 Corte de certas plantas para construção de instrumentos de pesca ( ) 
16.5 Outros [especificar] ________________________________________ ( ) 
 
IMPACTOS DO USO DO MANGAL 
17. Quais são os principais impactos do uso do mangal nesta zona 
Coloca 1,2,3,4,5 conforme o peso ou importância de cada factor, sendo 1ovalor mais 
baixo e 6 o mais alto 
17.1 Começa a escassear produtos marinhos como caranguejo ( ) 
17.2 Começa a escassear lenha ( ) 
17.3 Começam a escassearas estaca para construção ( ) 
17. 4 Aumenta a erosão na margem dos estuários e do mar ( ) 
17.5 O mar já invade facilmente o litoral ___________________________ ( ) 
17.6 Outros (quais?) __________________________________________ ( ) 
SITUAÇÃO SOBRE A GESTÃO DOS USOS DO MANGAL 
18. Quem autoriza a exploração? 
18.1 Régulo ( ) 
18.2 Administração ( ) 
18.3 Ninguém ( ) 
18.4 Fiscais da Floresta e Fauna Bravia ( ) 
18.5 Outros (especificar) ________________________________________ 
 
19. Existe alguma instituição que tutela a gestão do mangal? 
19.1 Sim ( ) Qual/Quais?__________________________ 
19.2 Não ( ) 
19.4 Não sei ( ) 
20. A comunidade local foi ouvida sobre a gestão do mangal? 
20.1 Sim ( ) 
20.2 Não ( ) 
20.3 Não sei ( ) 
41 
 
21.O que acha que deve ser feito para preservar o mangal? Responda por ordem 
de prioridade (1º, 2º, 3º….) 
21.1 Proibir o corte ( ) 
21.2 Aumentar ou promover a fiscalização ( ) 
21.3 Introduzir cobrança de uma taxa ( ) 
21.4 Promover um corte escalonado ( ) 
21.5Estabelecer regras acertadas entre as comunidades locais e as autoridades ( ) 
21.6 Outras medidas (quais?)________________________________ ( ) 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
 
MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO DISPENSADA E COLABORAÇÃO 
PRESTADA À NOSSA PESQUISA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
APÊNDICE II: GUIÃO DE ENTREVISTA PARA O CONSELHO MUNICIPAL DA 
BEIRA 
Objectivo geral da entrevista 
 Conhecer os factores da destruição do ecossistema do mangal na Praia 
Nova. 
Local de entrevista 
Província — Sofala 
Cidade — Beira 
Bairro – Chaimite 
Identificação do entrevistado 
Nome_____________________________________________ 
Idade_______ 
Sexo________ 
Questionário 
1. Quais são os factores da destruição do mangal da Praia Nova? 
R:__________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
2. Quais são as consequências socioeconómicas e ecológicas da destruição

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