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Apostila 3 - Jesus e o Espírito Santo - 1ª Edição

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Apostila III 
Jesus Cristo e o Espírito Santo 
 
Esta apostila é uma montagem do site Teologia Calvinista. Todos os estudos aqui são do acervo 
do site e nossa atenção aqui é voltada àqueles que se propuseram a iniciar os estudos das Escrituras 
e querem dar seus primeiros passos no estudo da Teologia Reformada Calvinista. Aqui 
selecionamos os autores e estudos cuidadosamente, para que se possa expor esta fé com conteúdo e 
simplicidades. Nesta apostila III vamos estudar sobre Jesus e o Espírito Santo. 
www.teologiacalvinista.v10.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição : 13 de Julho de 2007 
 2 
 
Índice 
 
Jesus Cristo 
 
A pessoa, natureza e encarnação de Jesus Cristo - 04 
J. I. Packer 
 
A Divindade de Cristo - 05 
R. C. Sproul 
 
A Humanidade de Cristo - 06 
R. C. Sproul 
 
As Duas Naturezas de Cristo - 07 
J. I. Packer 
 
A Necessidade das duas Naturezas de Cristo - 09 
Louis Berkhof 
 
A pessoa de Cristo em Quadros - 10 
H. Wayne House 
 
A pessoa de Cristo - Humanidade, Divindade e Unidade - 11 
Wayne Grudem 
 
A Obediência de Cristo - 26 
J. I. Packer 
 
A Subordinação de Cristo - 27 
R.C. Sproul 
 
A subordinação do Filho não significa que sua Divindade seja categoria inferior - 28 
João Calvino 
 
O Nascimento Virginal de Cristo - 29 
R. C. Sproul 
 
Nascimento virginal - 30 
Wayne Grudem 
 
O Verbo se fez Carne - 31 
Don Fortner 
 
Jesus Cristo como o Unigênito - 32 
R. C. Sproul 
 
A impecabilidade de Jesus - 33 
J. I. Packer 
 
Provas Bíblicas da Impecabilidade da Humanidade de Cristo - 34 
Dr. Louis Berkhof 
 
Jesus como Mediador - 35 
R. C. Sproul 
 
Sacrifício (Jesus Cristo fez-se Expiação por nosso pecado) - 36 
J. I. Packer 
 
 3 
Os Três Ofícios de Cristo - 37 
R. C. Sproul 
 
O nome Filho de Deus atribuído a Cristo - 38 
Herman Bavinck 
 
A Transfiguração de Cristo - 39 
J. I. Packer 
 
Ascensão (Jesus Cristo foi elavado ao Céu) - 39 
J. I. Packer 
 
Entronizando (Jesus Reina no Céu) - 40 
J. I. Packer 
 
Mestre (Jesus Cristo proclamou o Reino e a Família de Deus) - 41 
J. I. Packer 
 
Profecias, a Bíblia e Jesus - 42 
Desconhecido 
 
 
O Espírito Santo 
 
O Espírito Santo (Paráclito) - 47 
J. I. Packer 
 
A Dinvidade do Espírito Santo - 48 
R. C. Sproul 
 
A Personalidade do Espírito Santo - 49 
R. C. Sproul 
 
Divindade e Personalidade do Espírito – 50 
Louis Berkhof 
 
O testemunho Interior do Espírito Santo - 51 
R. C. Sproul 
 
Iluminação - O Espírito Santo dá Entendimento Espiritual - 52 
J. I. Packer 
 
O Espírito Santo como Santificador - 53 
R. C. Sproul 
 
Dons Espirituais - O Espírito Santo prepara a Igreja + 54 
J. I. Packer 
 
O Batismo do Espírito Santo - 55 
R. C. Sproul 
 
A obra do Espírito Santo - 56 
Bíblia de Estudo de Genebra 
 
A obra do Espírito Santo na Salvação - 57 
H. Wayne House 
 
Capítulo 2 a 5 da Confissão de Westminster - 51 
 
 4 
Jesus Cristo 
A pessoa, natureza e encarnação de Jesus Cristo 
Deus enviou seu filho para nos salvar 
"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do 
Pai, cheio de graça e de verdade."Jo 1.14 
A Trindade e a Encarnação são temas que se relacionam. A doutrina da trindade declara que o 
homem Jesus é verdadeiramente divino; a da Encarnação declara que o divino Jesus é 
verdadeiramente humano. Juntas, elas proclamam a plena realidade do Salvador que o Novo 
Testamento apresenta, o Filho que veio da parte do Pai, pela vontade do Pai, para tornar-se o 
substituto do pecador sobre cruz (Mt 20.28; 26.36-46; Jo 1.29; 3.13-17; Rm 5.8; 2 Co 5.19-21; 8.9; 
Fp 2.5-8). 
O momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu no Concílio de Nicéia (325 d.C.), 
quando a igreja rejeitou a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e 
afirmou que Ele era da mesma "substância" ou essência (isto é, a mesma entidade existente) do Pai. 
Assim, há somente um Deus, não dois; a distinção entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, 
e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma 
substância", e que o Filho é "gerado" ("único gerado, ou unigênito", Jo 1.14,18; 3.16,18, e notas ao 
texto da [Bíblia] NVI), mas "não feito", o Credo Nicéia inequivocamente reconhece a deidade do 
homem da Galiléia. 
Um evento para a confissão da doutrina da Encarnação aconteceu no Concílio de Calcedônia (451 
d. C.), quando a igreja rejeitou tanto nestoriana de que Jesus era duas personalidades - o Filho de 
deus e um homem - sob a mesma pele, como a idéia eutiquianista de que a divindade de Jesus 
tinha absorvido sua humanidade. Rejeitando ambos, o concílio afirmou que Jesus é uma pessoa 
divino-humana em duas naturezas (isto é, dois conjuntos de capacidades para a experiência, 
expressão, reação e ação); e que as duas naturezas são unidas em seu ser pessoal, sem mistura, 
confusão, separação ou divisão; e que cada natureza retém seus próprios atributos. Em outras 
palavras, todas qualidades e poderes que estão em Deus, estavam, estão e sempre estarão real e 
distintamente presente na pessoa do homem da Gáliléia. Assim, a fórmula calcedônia afirma, em 
termos categóricos, a plena humanidade do Senhor (nascido pela ação divina). 
A Encarnação, este milagre misterioso no coração do Cristianismo histórico, é ponto central do 
testemunho do Novo Testamento. È surpreendente que os judeus tenham chegado a aceitar tal 
crença. Oito dos nove escritores do Novo Testamento, como os discípulos originais de Jesus, eram 
judeus instruídos no axioma judaica de que há somente um Deus e nenhum homem é divino. 
Todos eles, no entanto, ensinam que Jesus é o Messias de Deus, o filho de Davi ungido pelo 
Espírito prometido no Velho Testamento ( por exemplo, Is 11.1-5; Christos, "Cristo", é a palavra 
grega para Messias). Todos eles o apresentam em um tríplice papel de mestre, portador de pecados 
(dos seres humanos) e governante - profeta, sacerdote e rei. E, em outras palavras, todos insistem 
que Jesus o Messias deve ser pessoalmente adorado e crido - o que significa dizer que Ele é Deus 
não menos do que é homem. Observe-se como os quatro mais habilitados teólogos do Novo 
Testamento (João, Paulo, o escritor de Hebreus e Pedro) falam sobre isto. 
O Evangelho de João emoldura as narrativas do testemunho visual do escritor (Jo 1.14; 19.35; 
21.24) com as declarações de seu prólogo (1.1-18): que Jesus é o eterno Logos (Palavra) divino, 
agente da Criação e fonte de toda vida e luz (vv.1-59), que de graça e verdade, naturalmente como 
"o unigênito de Deus" (vv. 14,18; notas de texto [da Bíblia] NVI). O evangelho é pródigo em 
declarações "Eu sou", que têm significado especial porque Eu sou (grego: ego eimi) foi usado para 
traduzir o nome de Deus na tradução grega e Êxodo 3.14; toda vez que João se refere a Jesus 
dizendo ego eimi, está implícita uma alegação de divindade. Exemplos disto são João 8.25,58, e as 
declarações de sua graça como (a) o Pão da Vida, dando alimento espiritual (Jo 6.35,48.510; (b) a 
Luz do Mundo, banindo a escuridão (Jo 8.12;9.5); (c) a porta das ovelhas, dando acesso a Deus (Jo 
10.7,9); (d) o bom Pastor, protegendo do perigo (Jo 10.11,14); (e) a Ressurreição e a Vida, 
 5 
dominando nossa morte (Jo 11.25); (f) o Caminho, a Verdade e a Vida, guiando à comunhão com o 
Pai (14.6); (g) a Videira verdadeira, nutrindo para a fertilidade (15.1,5). Tomé, com intensa emoção, 
adora a Jesus como "Senhor meu e Deus meu!" (Jo 20.28). Jesus então pronuncia uma bênção 
sobre todos os que compartilham a fé de Tomé, e João insta seus leitores a juntarem-se a eles (Jo 
20.29-31). 
Paulo cita o que parece ser um hino que declara a divindade pessoal de Jesus (Fp 2.6; declara que 
"nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Cl 2.9; cf. 1.19); aclama Jesus o Filho 
como a imagem doa Pai e sua agente na criação e manutenção de todas as coisas (Cl 1.15-17); 
declara ser Ele "Senhor" (um título de realeza, como nuanças divinas), a quem se deve rogar por 
salvação de acordo com a prescriçãopara invocar Yahweh em Joel 2.32 (Rm 10.9-13); chama-lhe 
"Deus sobre todos" (Rm 9.5) e "Deus e Salvador" (Tt 2.13); e faz preces diretamente a Ele (2 Co 
12.8,9), olhando para Ele como fonte da graça divina (2 Co 13.13). O testemunho de Jesus é 
explícito: a fé na divindade de Jesus fundamental para a teologia e religião de Paulo. 
O escritor da carta aos Hebreus, pretendendo expor a perfeição do sumo sacerdócio de Cristo, 
começa declarando a plena divindade e conseqüente e única dignidade do Filho de Deus (Hb 
1.3,6,8-12), cuja plena humanidade ele então celebra no capítulo 2. A perfeição, e certamente a 
própria possibilidade, do sumo sacerdócio que ele assinala cumprido por Cristo depende da união 
de uma vida divina infindável e infalível com uma experiência huma plena de tentação, aflição e 
sofrimento (Hb 2.14-17; 4.14-5.2; 7.12-28; 12.2,3). 
Não menos significativo é o uso que Pedro faz de Isaías 8.12,13 (1 Pe 3.14). Ele cita a versão grega 
(dos Setenta), estimulando as igrejas a não temerem o que ouros temem, mas a santificarem o 
Senhor. Onde, porém, o texto de Isaías diz "a Ele (Senhor dos Exércitos) santificai", Pedro escreve, 
"santificai a Cristo, como Senhor" (1 Pe 3.15). Pedro tributaria a adoração em temor devida ao 
Todo-Poderoso a Jesus de Nazaré, seu Mestre e Senhor. 
O Novo Testamento proíbe a adoração de anjos (Cl 2.18; Ap 22.8,9), mas ordena a adoração de 
Jesus e focaliza consistentemente objeto próprio da fé, esperança e amor, aqui e agora. A religião a 
que faltam estas ênfases não é Cristianismo. Que não haja nenhum engano sobre isto! 
Autor: J. I. Packer 
Fonte: Teologia Concisa, pg. 98, Ed. Cultura Crista. Compre este livro em http://www.cep.org.br 
 
A Divindade de Cristo 
Mc 2.28; Jo 1.1-14; Jo 8.58; Jo 20.28; Rm 9.5; Fp 2.9-11; Cl 1.19; 1 Jo 5.20 
"E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é 
verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o 
verdadeiro Deus e a vida eterna." (1 Jo 5.20) 
Para ser cristão, é indispensável ter fé na divindade de Cristo. Esta é uma parte essencial do 
Evangelho de Cristo no Novo Testamento. Mesmo assim, em todos os séculos, a Igreja tem sido 
obrigada a lidar com pessoas que alegam ser cristãs e ao mesmo tempo negam ou distorcem a 
divindade de Cristo. 
Na história da Igreja houve quatro séculos durantes os quais a confissão da divindade de Cristo foi 
uma questão crucial e polêmica dentro da Igreja. Foram os séculos IV, V, XIX e XX. Visto estarmos 
vivendo num século em que as heresias estão assaltando a Igreja, urge que a confissão da divindade 
de Cristo seja resguardada. 
No Concílio de Nicéia, no ano 325 d.C., a igreja, em oposição à heresias Ariana, declarou que Jesus 
é gerado e não criado, e que sua natureza divina é da mesma essência (homo ousios) que a do Pai. 
Essa afirmação declarou que a segunda pessoa da Trindade é uma em essência com Deus o Pai. 
Quer dizer, o "ser" de Cristo é o ser de Deus. Ele não é simplesmente à Deidade - ele é a Deidade. 
 6 
A confissão da divindade de Cristo é extraída do testemunho multiforme do Novo Testamento. 
Como o Verbo Encarnado, Cristo é revelado como sendo não só preexistente em relação à criação, 
mas também eterno. A Bíblia diz que ele estava no princípio com Deus e também que ele é Deus (Jo 
1.1-3). O fato de ele estar com Deus exige uma distinção pessoal na Deidade. O fato de ser Deus 
exige sua inclusão na Deidade. 
Em outros textos, o Novo Testamento atribui a Jesus termos e títulos claramente divinos. Deus 
concedeu-lhe o preeminente título de Senhor (Fp 2.9-11). Como o Filho do Homem, Jesus 
reivindica ser Senhor do sábado (Mc 2.28) e ter autoridade para perdoar pecados (Mc 2.1-12). Ele é 
chamado o "Senhor da glória" (Tg 2.1) e recebeu adoração de bom grado, quando Tomé confessou: 
"Senhor meu e Deus meu!" (Jo 20.28). 
Paulo declara que a plenitude da Deidade habita em Cristo corporalmente (Cl 1.19), e que Jesus é 
superior aos anjos,, tema este reiterado no livro de Hebreus. Adorar um anjo, ou qualquer criatura, 
não importa quão exaltada ela seja, é violar a proibição bíblica contra a idolatria. A expressão "Eu 
sou" repetida no Evangelho de João também testifica sobre a identificação de Jesus Cristo com a 
Deidade. 
No Século V, o Concílio de Calcedônia (451 d.C.) afirmou que Jesus era verdadeiramente homem e 
verdadeiramente Deus. O concílio declarou que as duas natureza de Jesus humana e divina, eram 
sem mistura, confusão, separação ou divisão. 
Sumário 
1. A divindade de Cristo é uma doutrina essencial do cristianismo. 
2. A Igreja enfrentou crise causadas por heresias concernentes à divindade de Cristo nos séculos IV. 
V, XIX e XX. 
3. O Concílio de Nicéia (325 d.C.) afirmou a divindade de Cristo, declarando que ele é da mesma 
substância ou essência que o Pai, q que ele não era um ser criado. 
4. O Novo Testamento afirma claramente a divindade de Cristo. 
5. O Concílio de Calcedônia (451 d.C.) declarou que Jesus era verdadeiramente Deus. 
 
Autor: R. C. Sproul 
Fonte: 1º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre 
este livro em http://www.cep.org.br 
 
A Humanidade de Cristo 
Jo 1.1-14; Gl 4.4; Fp 2.5-11; Hb 2.14-18; Hb 4.15 
"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós" Jo 1.14a 
Uma das doutrinas mais vitais do Cristianismo histórico é que o Deus Filho tomou uma verdadeira 
natureza humana. O grande Concílio de Calcedônia, no ano 451 da era cristã, afirmou que Jesus é 
verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, e que suas duas naturezas são assim unidas, 
sem mistura, confusão, separação ou divisão, cada natureza retendo seus próprios atributos. 
A humanidade de Jesus tem sido atacada principalmente em dois aspectos. A igreja primitiva teve 
de lutar contra a heresia do docetismo, a qual ensinava que Jesus não tinha um corpo físico real ou 
uma verdadeira natureza humana. Essa doutrina argumentava que Jesus apenas "parecia" ter um 
corpo, mas na realidade ele era uma espécie de ser fantasmagórico. Justamente contra isso, João 
declarou veementemente que aquele que negasse que Jesus realmente se manifestou na carne era 
do Anticristo. 
 7 
A outra grande heresia que a Igreja rejeitou foi a heresia do monofisismo, a qual argumentava que 
Jesus não tinha duas natureza, mas apenas uma. Essa natureza única não era totalmente divina 
nem totalmente humana, mas um misto de ambas. Essa natureza era chamada "teantrópica". A 
heresia do monofisismo defende uma natureza deificada ou uma natureza divina humanizada. 
Formas sutis de monofisismo têm ameaçado a Igreja em todas as gerações. A tendência segue na 
direção de permitir que a natureza humana seja engolfada pela natureza divina de tal maneira que 
as limitações reais da humanidade de Jesus são removidas. 
Temos de distinguir entre as duas naturezas de Jesus sem separá-las. Quando Jesus demonstra 
fome, por exemplo, vemos isso como uma manifestação da natureza humana, não da divina. O que 
se diz sobre a natureza divina ou da natureza humana pode ser afirmado com relação à pessoa. Na 
cruz, por exemplo, Cristo, o Deus-homem, morreu. Isso, entretanto, não que dizer que Deus 
morreu na cruz. Embora as duas naturezas permanecessem unidas depois da ascensão de Cristo, 
ainda temos de distinguir as naturezas, considerando o modo como ele está presente conosco. 
Entretanto, em sua natureza divina Cristo nunca está ausente de nós. 
A humanidade de Cristo é como a nossa. Ele tornou-se homem "por nossa causa", Ele entrou em 
nossa situação para agir como nosso Redentor. Tornou-se nosso substituto, tomando sobre si 
nossos pecados, a fim de sofrer em nosso lugar. Ele também tornou-se nosso campeão, cumprindo 
a Lei de Deus em nosso favor. 
Na redenção, existe uma dupla mudança. Nossos pecados são atribuídos a Jesus. Sua justiça é 
atribuída a nós. Ele recebe o castigo merecido pela nossa humanidade imperfeita, enquanto nós 
recebemos a bênção devidaà sua humanidade perfeita. Em sua humanidade, Jesus tinha as 
mesmas limitações comuns a todos os seres humanos, exceto que ele era sem pecado. Em sua 
natureza humana, ele não era onisciente. Seu conhecimento, embora fosse acurado e exato, não 
era infinito. Havia coisas que ele não sabia, como por exemplo, o dia e a hora de sua volta à Terra 
(). É claro que em sua natureza divina ele é onisciente e sua conhecimento é ilimitado. 
Como ser humano, Jesus estava restrito pelo tempo e espaço.Como todo ser humano, ele não podia 
estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. Ele suava. Sentia fome. Chorava. Sofria dores. Ele era 
mortal, capaz de sofre a morte. Em todos esses aspectos era como nós. 
Sumário 
1. Jesus tinha uma verdadeira natureza que estava perfeitamente unida à sua natureza divina. 
2. O docetismo dizia que Jesus não tinha um corpo físico real. 
3. A heresia do monofisismo envolve a deificação da natureza humana, de modo que a 
humanidade de Jesus é eclipsada pela sua divindade. 
4. A humanidade de Cristo é a base de sua identificação conosco; 
5. Jesus tomou nossos pecados sobre si e partilha conosco sua justiça. 
6. A natureza humana de Jesus tinha as limitações normais do ser humano, exceto que ele era sem 
pecado. 
Autor: R. C. Sproul 
Fonte: 1º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre 
este livro em http://www.cep.org.br . 
 
 
 8 
As Duas Naturezas de Crsito 
Jesus Cristo é inteiramente Humano 
"Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo 
veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo." 2 Jo 7 
Jesus foi um homem que convenceu os que estavam próximo dele de que Ele era também Deus; 
portanto, sua condição humana não está em dúvida. A condenação de João daqueles que negavam 
que "Jesus Cristo veio em carne" (1 Jo 4.2,3; 2 Jo 7) visava aos docetas(*), que substituíram a 
Encarnação pela idéia de que Jesus foi um visitante sobrenatural (não Deus), que parcialmente 
humano, mas era realmente uma espécie de fantasma, um mestre que, na realidade, não morre 
pelos pecados. 
Os evangelhos mostram Jesus experimentando as limitações humanas (fome, Mt 4.2; cansaço, Jo 
4.6; ignorância de um fato, Lc 8.45-47) e sofrimento humano (choro junto ao túmulo de Lazaro, Jo 
11.35,38; agonia no Getsêmani, Mc 14.32-42; cf. 12.50; Hb 5.7-10; e sofrimento na cruz). Hebreus 
enfatiza que, se Ele não tivesse experimentado as aflições humanas - fraqueza, tentação, sofrimento 
- Ele não estaria qualificado para ajudar-nos quando passarmos por essas coisas (Hb 2.17,18; 
4.15,16; 2.7-9). Nesta circunstâncias, sua experiência humana é de modo a garantir que, em 
qualquer momento de pretensão ou premência em nossa relação e caminhada com Deus, 
podemos ir a Ele confiantes de que de alguma maneira Ele esteve lá antes de nós sendo assim 
ajudador de que necessitamos. 
Os cristãos, focalizando a divindade de Jesus, têm as vezes pensado que minimizar sua 
humanidade é honrá-lo. A primitiva heresia do monofisismo ( a idéia de que Jesus tinha somente 
uma natureza) expressava esta suposição, como fazem as modernas deduções de que Ele apenas 
fingiu ser ignorante de fatos (na suposição de que Ele utilizava sua onisciência e, portanto, estava 
ciente de todas as coisas, e estar com fome e cansado (na suposição de que sua divindade 
sobrenaturalmente nutria de forças sua humanidade todos tempo, colocando-o acima das 
demandas da existência comum).. Mas a Encarnação significa, antes, que o Filho de Deus viveu sua 
vida divino-humana em e através de sua mente e corpo humanos em todos os aspectos, 
maximizando sua identificação e empatia com aqueles que Ele viera salvar, e lançando mão dos 
recursos divinos para transcender os limites humanos de conhecimento e energia somente quando 
exigência particulares da vontades do Pai assim o requeresse. 
A idéia de que as duas naturezas de Jesus eram como circuitos elétricos alternados, de sorte que 
algumas vezes Ele agia em sua humanidade e algumas vezes em sua divindade, e é também 
equivocada. Ele realizou e suportou todas as coisas, incluindo seus sofrimentos na cruz, na 
unidade de sua pessoa divino-humana (isto é, como Filho de Deus que sabia tomado para si todos 
os poderes humanos de agir, reagir e experimentar, em sua forma não decaída). Dizer isto não 
contradiz a impecabilidade divina, pois impassibilidade não significa que Deus nunca 
experimentou angústia, mas que o que ele experimentou, angústia inclusive, é experimentado por 
sua própria vontade e por sua própria decisão predeterminada. 
Jesus, sendo divino, era impecável (não podia pecar), mas isto não quer dizer que Ele não podia ser 
tentado. Satanás tentou-o a desobedecer ao Pai por autogratificação, autoexibição e 
autoglorificação (Mt 4.1-11), e a tentação para recuar da cruz foi constante (Lc 22.28; Mt 16.23; e a 
oração de Jesus no Getsêmani). Sendo humano não podia vencer a tentação sem luta, mas, sendo 
divino, era sua natureza fazer a vontade do Pai (Jo 5.19,30) e, portanto, resistir e lutar contra a 
tentação até vencê-la. Do Getsêmani podemos inferir que suas lutas foram bem mais agudas e 
agônicas do que qualquer outra que possamos imaginar. O final feliz resultante é que "naquilo que 
ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados" (Hb 2.18) 
* Partidários do docentismo, doutrina gnótica do segundo século desta era. 
Autor: J. I. Packer 
Fonte: Teologia Concisa, pg. 102, Ed. Cultura Crista. Compre este livro em http://www.cep.org.br 
 9 
 
A Necessidade das duas Naturezas de Cristo 
A necessidade das duas naturezas de Cristo decorre daquilo que é essencial à doutrina escriturística 
da expiação. 
Necessidade da Humanidade de Cristo. 
Desde que o homem pecou, era necessário que o homem sofresse a penalidade. Além disso, o 
pagamento da pena envolvia sofrimento de corpo e alma, sofrimento somente cabível ao homem, 
Jo 12.27; At 3.18; Hb 2.14; 9.22. Era necessário que Cristo assumisse a natureza humana, não 
somente com todas as suas propriedades essenciais, mas também com todas as debilidades a que 
está sujeita, depois da Queda, e, assim devia descer às profundezas da degradação em que o 
homem tinha caído, Hb 2.17,18. Ao mesmo tempo, era preciso que fosse um homem sem pecado, 
pois um homem que fosse, ele próprio, pecador e que estivesse privado da sua própria vida, 
certamente não poderia fazer expiação por outros, Hb 7.26. 
Unicamente um Mediador verdadeiramente humano assim, que tivesse conhecimento 
experimental das misérias da humanidade e se mantivesse acima de todas as tentações, poderia 
entrar empaticamente em todas as experiências, provações e tentações do homem, Hb 2.17,18; 
4.15-5.2; e ser um perfeito exemplo humano para os Seus seguidores, Mt 11.29; Mc 10.39; Jo 13.13-
15; Fp 2.5-8; Hb 12.2-4; 1 Pe 2.21. 
Necessidade da Divindade de Cristo 
No plano divino de salvação era absolutamente essencial que o Mediador fosse verdadeiramente 
Deus. Era necessário que (1) Ele pudesse apresentar um Sacrifício de valor infinito e prestar 
perfeita obediência à lei de Deus; (2) Ele pudesse sofrer a ira de Deus redentoramente, isto é, para 
livrar outros da maldição da lei; e (3) Ele pudesse aplicar os frutos da sua obra consumada aos que 
o aceitassem pela fé. 
O homem, com a sua vida arruinada, não pode nem cumprir a pena do pecado, nem prestar 
perfeita obediência a Deus. Ele pode sofrer a ira de Deus e, exceto pela graça redentora de Deus, 
terá que sofrê-la eternamente, mas não pode sofrê-la de molde a abrir um caminho de livramento, 
al 49.7-10; 130.3. 
Autor: Louis Berkhof 
Fonte: Teologia sistemática do autor, pág 318,319; Ed Cultura Cristã (CEP) 
 
A pessoa de Cristo em "Quadros" 
H. Wayne House 
Teologia Cristã em Quadros, p. 67, Ed Vida 
Pré-Encarnação 
Existiu Eternamente Antes da Criação 
 Desde o “o principio” ( Jo 1.1; 1 Jo 1.1) 
“Com Deus” (Jo 1.1-2) 
“Antes que houvesse mundo” (Jo 17.5) 
O Verbo“se carne” (implica em uma existência pré-
encarnada, Jo 1.14) 
 Participou da Criação 
“Façamos o homem” ( Gn 1.26) 
O “arquiteto” (Pv 8.30) 
Natureza Divina 
 Possui Atributos Divinos 
 Ele é eterno (Jo 1.1; 8.58;17.5) 
 Ele é Onipresente ( Mt 28.20;Ef 1.23) 
Ele é Onisciente (Jo 16.30; 21.17) 
Ele é Onipotente (Jo 5.19) 
Ele é Imutável ( Hb 1.12;13.8) 
Possui Ofícios Divinos 
Ele é criador (Jo 1.3; Cl 1.16) 
 10 
O “primogênito de toda a criação” (Cl 1.15) 
Todas as coisas foram criadas “por meio dele” (Jo 1.3; 
Cl 1.16) 
O mundo foi criado “por intermédio dele” (Jo 1.10; 1 
Co 8.6) 
Todas as coisas foram criadas “para ele” (Cl 1.16) 
Tudo subsiste “nele” (Cl 1.17) 
Manifestou-se Após a Criação 
(Antigo Testamento) 
Como “YHVH” (Iavé) 
 A Abraão (Gn 18) 
 Em julgamento (Gn 19) 
 Em promessa (Os 1.7) 
Como o “Anjo de YHWH (Iavé)” 
 A Hagar (Gn 16) 
 A Abraão (Gn 22) 
 A Jacó (Gn 31) 
 A Moisés (Êx 3.2) 
 A Israel (Êx 14.19) 
 A Balaão (Nm 22.22) 
 A Gedeão (Jz 6) 
Ele é sustentador (Cl 1.17) 
Possui Prerrogativas Divinas 
Perdoa nossos pecados ( Mt 9.2, Lc 7.47) 
Ressuscita os mortos (Jo5.25; 11.25) 
Executa julgamento (Jo 5.22) 
Ele é identificado como Iavé do Antigo 
Testamento 
“EU SOU” (Jo 8.58) 
Visto por Isaias (Jo 12.41; 8.24; 50-58) 
Possui nomes Divinos 
“Alfa e Omega” ( Ap 22.13) 
“EU SOU” (Jo 8.58) 
“Emanuel” ( Mt 1.22) 
“Filho do Homem” ( Mt (9.6; 12.8) 
“Senhor” (Mt 7.21; Lc 1.43) 
“Filho de Deus” (Jo 10.36) 
“Deus” (Jo 1.1; 2 Pe 1.1) 
Possui Relações Divinas 
E a Imagem Expressa de Deus 
(Cl 1.15;Hb 1.3). 
Ele é um com o Pai ( Jo 10.31). 
Aceita Adoração Divina 
(Mt 14.33;28.9;Jo 20.28-29). 
Reivindica ser Deus 
(Jo 8.58;10.30;17.5) 
Natureza Humana 
Teve um Nascimento Humano 
Nasceu de uma virgem (Mt .1.18-2.11; Lc 1.30-38) 
Teve um Desenvolvimento Humano 
Continuou a crescer e a fortalecer-se (Lc 2.50,52) 
Teve os Elementos Essenciais da Humana 
Corpo humano (Mt 26.12; Jo 2.21) 
Razão e vontade (Mt 26.38; Mc 2.8) 
Teve Nomes Humanos 
Jesus (Mt 1.21) 
Filho do Homem (Mt 8.20; 11.18) 
Filho de Abraão (Mt 1.1) 
Teve as Limitações da Natureza Humana, sem 
pecado, 
Ficou cansado (Jo 4.6) 
Sentiu fome (Mt 4.2; 21.18) 
Sentiu sede (Jo 19.28) 
Foi tentado (Mt 4; Hb 2.18) 
Foi Muitas Vezes Chamado de Homem 
União das Naturezas 
Teantrópica 
A pessoa de Cristo é 
teantrópica; ele tem duas 
naturezas (divina e humana 
 em uma só pessoa). 
Pessoal 
União hipostática, 
constituindo uma só 
substância pessoal; duas 
naturezas uma pessoa. 
Inclui Qualidades e Atos 
 Humanos e Divinos 
Tanto as qualidades e os 
atos divinos quanto 
humanos podem ser 
atribuídos a Jesus Cristo 
sob qualquer uma de suas 
naturezas. 
Presença Constante Tanto 
 da Humanidade Quanto 
 11 
 
A pessoa de Cristo 
 
• Como Jesus pode ser plenamente Deus e plenamente homem, sendo, todavia, uma só pessoa? 
NOTA: AT=Antigo Testamento; NT=Novo Testamento 
1. EXPLICAÇÃO E BASE BÍBLICA 
Podemos resumir o ensino bíblico a respeito da pessoa de Cristo da seguinte maneira: Jesus Cristo 
era plenamente Deus e plenamente homem em uma só pessoa, e assim será para sempre. 
O material escriturístico que dá suporte a essa definição é muito extenso. Discutiremos primeiro a 
humanidade de Cristo e depois sua divindade, e então tentaremos mostrar como a divindade e a 
humanidade de Jesus estão unidas em uma só pessoa. 
( Jo 1.30; 4.9; 10.38) da Divindade 
As suas naturezas não 
podem ser separadas. 
Caráter 
Absolutamente Santo 
A sua natureza humana foi 
criada santa (Lc 1.35) 
Ele não cometeu pecado 
 (1 Pe 2.22). 
Ele sempre agradou o Pai 
 (Jo 8.29) 
Possui Amor Genuíno 
Ele entregou a sua vida 
(Jo 15.13) 
O seu amor ultrapassa 
todo o conhecimento. 
Verdadeiramente 
Humilde 
Ele tomou a forma de 
servo (Fp 2.5-8). 
Inteiramente Manso 
(Mt 11.29) 
Perfeitamente 
Equilibrado 
Ele foi sério sem ser 
melancólico. 
Ele foi alegre sem ser 
frívolo. 
Teve uma vida de Oração 
(Mt 14.23; Lc 6.12) 
Trabalhador Incansável 
Realizou as obras do seu 
Pai (Jo 5.17; 9.4). 
 
 12 
A. A humanidade de Cristo 
1. Nascimento virginal. Quando falamos da humanidade de Cristo, convém começar pela 
consideração sobre o nascimento virginal de Cristo. A Escritura assevera claramente que Jesus foi 
concebido no ventre de sua mãe, Maria, por uma obra miraculosa do Espírito Santo, sem pai 
humano. 
“foi assim o nascimento de Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, 
mas, antes que se unissem, achou-se grávida pelo Espírito Santo” (Mt 1.18). Logo em seguida o anjo 
do Senhor disse a José, que era comprometido com Maria: “José, filho de Davi, não tema receber 
Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo” (Mt 1.20). Então, 
lemos: “Ao acordar, José fez o que o anjo do Senhor lhe tinha ordenado e recebeu Maria como sua 
esposa. Mas não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de 
Jesus” (Mt 1.24,25). 
O mesmo fato é afirmado no evangelho de Lucas, onde lemos a respeito da aparição do anjo 
Gabriel a Maria. Após o anjo ter-lhe dito que ela teria um filho, Maria disse: “Como acontecerá isso, 
se sou virgem?” O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a 
cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 
1. 34,35; cf. 3.23). 
Só essa afirmação da Escritura sobre o nascimento virginal de Cristo já nos dá a autorização 
suficiente para abraçar essa doutrina. Contudo, há também algumas implicações doutrinárias 
cruciais do nascimento virginal que ilustram sua importância. Podemos vê-las ao menos em três 
áreas: 
a. Ela mostra que em última instância a salvação vem do Senhor, O nascimento virginal de Cristo é 
o lembrete inconfundível do fato de que a salvação não pode nunca vir por intermédio do esforço 
humano, mas deve ser obra sobrenatural de Deus. Esse fato estava evidente já no começo da vida 
de Jesus: ‘Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, 
nascido debaixo da Lei [...] para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5). 
b. O nascimento virginal tornou possível a união da plena divindade com a plena humanidade em 
uma só pessoa. Esse foi o meio que Deus usou para enviar seu Filho (Jo 3.16; Gl 4.4) ao mundo 
como homem. Se pensarmos por um momento em outros modos possíveis pelos quais Cristo 
poderia ter vindo ao mundo, nenhum deles seria claramente a união entre divindade e humanidade 
em uma pessoa. Provavelmente teria sido possível Deus criar Jesus como ser humano completo no 
céu e enviá-lo do céu para a terra sem o concurso de qualquer progenitor humano. Mas assim seria 
muito difícil vermos como Jesus poderia ser plenamente humano como nós somos. Por outro lado, 
provavelmente também teria sido possível Deus enviar Jesus ao mundo com dois pais humanos, 
tanto o pai como a mãe, e fazer unir miraculosamente sua plena natureza divina à natureza 
humana em algum ponto, bem no começo de sua vida. Mas assim seria difícil entendermos como 
Jesus poderia ser plenamente Deus, já que sua origem seria igual a nossa em cada detalhe. Quando 
pensamos nessas duas outras possibilidades, isso nos ajuda a entender como Deus, em sua 
sabedoria, ordenou a combinação da influência humana e divina no nascimento de Cristo, de forma 
que sua plena humanidade seria evidente a partir de seu nascimento humano comum procedente 
de uma mãe humana, e a sua plena divindade seria evidente a partir do fato de sua concepção no 
ventre de Maria pela obra poderosa do Espírito Santo. 
c. O nascimento virginal também torna possível a verdadeira humanidade de Cristo sem o pecado 
herdado. Como já observamos no capítulo 14, todos os seres humanos herdaram do primeiro pai, 
Adão, a culpa legal e a corrupção da natureza moral. Mas o fato de que Jesus não teve um pai 
humano significa que a linha de descendência de Adão é parcialmente interrompida. Jesus não 
descendeude Adão exatamente da mesma forma que quaisquer outros seres humanos 
descenderam de Adão. Isso nos ajuda a entender por que a culpa legal e a corrupção moral que 
pertencem a todos os outros seres humanos não pertencem a Cristo. 
Mas por que Jesus não herdou a natureza pecaminosa de Maria? 
 13 
A Igreja Católica Romana responde a essa pergunta dizendo que a própria Maria foi livre do 
pecado, mas a Escritura em nenhum lugar ensina tal doutrina, que aliás não resolveria o problema 
de forma alguma (pois por que, então, Maria não teria herdado o pecado de sua mãe?). Uma 
solução melhor é dizer que a obra do Espírito Santo em Maria deve ter evitado não somente a 
transmissão do pecado de José (por Jesus não ter tido um pai humano), mas também, de modo 
miraculoso, a transmissão do pecado de Maria: “O Espírito Santo virá sobre você [...] Assim, aquele 
que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1.35). 
‘Essa tradução do texto grego (‘Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de 
Deus”) é melhor do que a feita pela ARC e pela RA (“por isso, também o ente santo que há de 
nascer será chamado Filho de Deus”). Ela é melhor porque outros exemplos da literatura antiga 
mostram que a expressão grega to gennōmenon deve ser entendida como “a criança por nascer” 
2.Fraqueza e limitações humanas. 
 
A. Jesus possuía corpo humano. O fato de Jesus possuir um corpo humano exatamente como o 
nosso corpo é claramente visto em muitas passagens da Escritura. Ele nasceu exatamente como 
todos os bebês humanos nascem (Lc 2.7). Cresceu da infância até a maturidade exatamente como 
as outras crianças crescem: “O menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça 
de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40). Além disso, Lucas nos diz que “Jesus ia crescendo em 
sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2.52). 
Jesus se cansava exatamente como nós nos cansamos, pois lemos que, junto a fonte de Jacó, em 
Samaria, “Jesus, cansado da viagem, sentou-se à beira do poço. Isso se deu por volta do meio-dia” 
(Jo 4.6). Ele teve sede, pois, quando estava na cruz, disse: “Tenho sede” (Jo 19.28). Após ter 
jejuado por quarenta dias no deserto, lemos que Jesus “teve fome” (Mt 4.2). Em certas ocasiões 
esteve fisicamente fraco, pois durante sua tentação no deserto jejuou quarenta dias (situação em 
que a força física de um ser humano se esvai quase totalmente, além do que pode ocorrer grande 
dano físico se o jejum continua). Naquela ocasião os “anjos vieram e o serviram” (Mt 4.11), 
certamente para cuidar dele e proporcionar alimento até que recobrasse suas forças para sair do 
deserto. O ponto máximo das limitações de Jesus em termos de seu corpo humano foi visto quando 
ele morreu na cruz (Lc 23.46). Seu corpo humano cessou de ter vida e de funcionar, exatamente 
como acontece com o corpo de qualquer pessoa quando morre. 
Jesus também ressuscitou dos mortos fisicamente, em corpo, embora tal corpo tenha se tornado 
perfeito e não mais fosse sujeito a fraquezas, doença ou morte. Ele demonstra repetidamente aos 
seus discípulos que, de fato, possuía um corpo físico real dizendo: “Vejam as minhas mãos e os 
meus pés. Sou eu mesmo! Toquem-me e vejam; um espírito não tem carne nem ossos, como vocês 
estão vendo que eu tenho” (Lc 24.39). Ele lhes estava mostrando e ensinando que era “carne e 
ossos” e não meramente um “espírito”, sem corpo. Outra evidência desse fato é que “deram-lhe um 
pedaço de peixe assado, e ele o comeu na presença deles” (Lc 24.42,43; cf. v. 30; Jo 20.17,20,27; 
21.9,13). 
Com esse mesmo corpo humano (embora ressurreto que foi tornado perfeito), Jesus também subiu 
ao céu. Ele disse antes de subir: [...] “agora deixo o mundo e volto para o Pai” (Jo 16.28; cf. 17.11). O 
modo pelo qual Jesus subiu para o céu foi estabelecido para demonstrar a continuidade entre sua 
existência com corpo físico aqui sobre a terra e sua existência contínua com esse corpo no céu. 
Exatamente poucos versículos após Jesus ter-lhes dito: “um espírito não tem carne nem ossos, 
como vocês estão vendo que eu tenho” (Lc 24.39), lemos no evangelho de Lucas que Jesus, “tendo-
os levado até as proximidades de Betânia [...] ergueu as mãos e os abençoou. Estando ainda a 
abençoá-los, ele os deixou e foi elevado ao céu” (Lc 24. 50,51). Semelhantemente, lemos em Atos 
que Jesus “foi elevado às alturas enquanto eles olhavam, e uma nuvem o encobriu da vista deles” 
(At 1.9). 
Todos esses versículos vistos juntos mostram que, no que diz respeito ao corpo humano de Jesus, 
ele era igual ao nosso em cada aspecto antes da ressurreição e após a ressurreição era ainda um 
corpo humano com “carne e ossos”, mas tornado perfeito, a espécie de corpo que teremos quando 
 14 
Cristo retornar e nós igualmente ressuscitarmos dos mortos. 
 
B. Jesus possuía mente humana. O fato de que Jesus “ia crescendo em sabedoria” (Lc 2.52) 
significa que ele passou pelo processo de aprendizado exatamente como todas as outras crianças 
passam — aprendeu a comer, a andar, a ler e a escrever, e a ser obediente aos seus pais (v. Hb 5.8). 
Esse processo regular de aprendizado fazia parte da genuína humanidade de Cristo. 
Também vemos que Jesus tinha uma mente humana igual à nossa quando ele fala sobre o dia do 
seu retorno à terra: “Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão 
somente o Pai” (Mc 13.32). 
C. Jesus possuía alma e emoções humanas. Vemos diversas indicações de que Jesus possuía uma 
alma (ou espírito) humano. Exatamente antes de sua crucificação, Jesus disse: “Agora, está 
angustiada a minha alma” (RA, Jo 12.27). João escreve um pouco mais tarde, dizendo que “Jesus 
perturbou-se em espírito” (Jo 13.21). Em ambos os versículos as palavras angústia e perturbação 
são traduções do termo grego tarassō, palavra bastante usada para referir-se a pessoas que estão 
ansiosas ou se sentem repentinamente confrontadas pelo perigo. Além disso, antes de sua 
crucificação, à medida que percebia o sofrimento que haveria de enfrentar, Jesus disse: “A minha 
alma está profundamente triste, numa tristeza mortal” (Mt 26.38). Tão grande era a tristeza que ele 
sentia que parecia estar tirando a sua vida. 
Jesus experimentou grande variedade de emoções humanas. Ele “admirou-se” da fé do centurião 
(Mt 8.10). Chorou de tristeza na morte de Lázaro (Jo 11.35). Orou com o coração cheio de emoção, 
pois “durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com 
lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua reverente submissão” 
(Hb 5.7). 
O autor de Hebreus também nos diz o seguinte: “Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por 
meio daquilo que sofreu; e, urna vez aperfeiçoado, tornou-se a fonte da salvação eterna para todos 
os que lhe obedecem” (Hb 5.8,9). Todavia, se Jesus nunca pecou, como poderia “aprender a 
obedecer”? Certamente, enquanto crescia para a maturidade, Jesus, igual a todas as outras 
crianças, foi capaz de aceitar mais e mais responsabilidade. Quanto mais ele crescia, mais 
exigências seus pais colocavam sobre os seus ombros em termos de obediência, e mais tarefas 
difíceis seu Pai celestial lhe atribuía para que desempenhasse segundo a força de sua natureza 
humana. Quanto mais uma tarefa se tornava difícil e quanto mais as circunstâncias se tornavam 
difíceis, mesmo quando envolviam algum sofrimento (como Hb 5.8 especifica), mais aumentava a 
capacidade moral de Jesus, como homem, para obedecer. Poderíamos dizer que a ”espinha dorsal 
do comportamento moral” de Jesus era fortalecida à medida que o exercício se tornava mais difícil. 
Todavia, em tudo isso ele nunca pecou. 
3. Impecabilidade. Embora o NT afirme com clareza que Jesus era plenamente homem exatamente 
como nós somos, também afirma que ele era diferente em um aspecto importante: Jesus era sem 
pecado, e nunca pecou durante toda a sua vida. Alguns têm contraposto que, se Jesus não pecou, 
então não era verdadeiramente humano, pois todosos seres humanos pecam. Mas essa objeção 
simplesmente falha em perceber que os seres humanos estão agora em uma situação anormal. 
Deus não nos criou com pecaminosidade, mas santos e retos. Adão e Eva no Jardim do Éden antes 
de pecarem eram verdadeiramente seres humanos, e nós agora, embora humanos, não 
correspondemos ao padrão que Deus pretende que tenhamos quando a nossa humanidade sem 
pecado for plenamente restaurada. 
A verdade de que Jesus não pecou é ensinada muitas vezes no NT. Vemos que Satanás foi incapaz 
de persuadir Jesus a pecar, após quarenta dias de tentação: “Tendo terminado todas essas 
tentações, o Diabo o deixou até ocasião oportuna” (Lc 4.13). Não vemos também nos evangelhos 
sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) qualquer evidência de algo errado feito por Jesus. Aos judeus 
que se lhe opunham, Jesus perguntou: “Qual de vocês pode me acusar de algum pecado?” (Jo 
8.46), e não obteve resposta alguma. 
 15 
As afirmações a respeito da impecabilidade de Jesus são mais explícitas no evangelho de João. 
Jesus fez a estonteante proclamação: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12) Se entendermos que a luz 
representa tanto a veracidade como a pureza moral, então Jesus está afirmando categoricamente 
aqui ser a fonte da verdade e a fonte da pureza moral e da santidade no mundo — uma afirmação 
assombrosa que poderia somente ser feita por alguém que era livre do pecado. Além disso, com 
respeito à obediência ao seu Pai no céu, ele disse: “pois sempre faço o que lhe agrada” (Jo 8.29; o 
tempo presente do verbo dá o sentido de atividade contínua, “eu sempre estou fazendo o que lhe é 
agradável”). No final de sua vida, Jesus foi capaz de dizer: “[...] tenho obedecido aos mandamentos 
de meu Pai e em seu amor permaneço” (Jo 15.10). É significativo que quando Jesus foi posto no 
julgamento perante Pilatos, a despeito da acusação dos judeus, Pilatos pode somente concluir: 
“Não acho nele motivo algum de acusação” (Jo 18.38). 
Quando Paulo fala de Jesus vindo para viver como um homem, ele tomou o cuidado de não dizer 
que Jesus se tornou um “homem pecador”, mas antes diz que Deus enviou o seu próprio Filho “à 
semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado” (Rm 8.3). E ele se refere a Jesus como 
“aquele que não tinha pecado” (2Co 5.2 1). O autor de Hebreus afirma que Jesus foi tentado, mas 
ao mesmo tempo insiste que ele não pecou: Jesus é aquele que foi passou por todo tipo de 
tentação,porém, sem pecado”(Hb 4.15). Ele é um sumo sacerdote que é “santo, inculpável, puro, 
separado dos pecadores, exaltado acima dos céus” (Hb 7.26). Pedro fala de Jesus como “um 
cordeiro sem defeito e sem defeito” (lPe 1.19), usando uma figura do AT para afirmar que ele era 
livre de qualquer corrupção moral. Pedro afirma diretamente que ele “não cometeu pecado algum, 
e nenhum engano foi encontrado em sua boca” (lPe 2.22). Quando Jesus morreu, foi “o justo pelos 
injustos, para conduzir-nos a Deus” (lPe 3.18). João, em sua primeira carta, chama Jesus Cristo de 
“o Justo” (lJo 2.1) e diz que “nele não há pecado” (lJo 3.5). É difícil negar, então, que a 
impecabilidade de Cristo seja ensinada claramente nas seções mais importantes do NT. Ele era 
verdadeiramente homem, todavia sem pecado. 
O fato de que Jesus passar “por todo tipo de tentação” (Hb 4.15) tem grande significação para a 
nossa vida. Não importa quão difícil seja para compreender isso, a Escritura afirma que nessas 
tentações Jesus adquiriu uma capacidade de entender-nos e ajudar-nos em nossas tentações. 
“Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles 
que também estão sendo tentados” (Hb 2.18). O autor continua a conectar a capacidade de Jesus de 
simpatizar-se com as nossas fraquezas ao fato de que ele foi tentado como nos o somos: “pois não 
temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém 
que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim, aproximemo-nos do 
trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que 
nos ajude no momento da necessidade” (Hb 4.15,16). 
Isso tem implicações práticas para nós: em cada situação em que estamos lutando com a tentação, 
devemos refletir sobre a vida de Cristo e perguntar se não houve situações semelhantes que ele 
enfrentou. Geralmente, após refletirmos por um pouco, seremos capazes de pensar a respeito de 
algumas circunstâncias na vida de Cristo nas quais ele enfrentou tentações que, embora não 
tenham sido iguais em cada detalhe, foram muito similares às situações que enfrentamos cada dia. 
4.Jesus poderia ter pecado? A pergunta por vezes proposta é: “Era possível Cristo ter pecado?”. 
Algumas pessoas argumentam pela impecabilidade de Cristo, com a palavra impecabilidade 
significando “incapacidade de pecar”. Outros contrapõem que, se Jesus não fosse capaz de pecar, 
suas tentações não poderiam ter sido reais, pois como pode a tentação ser real se a pessoa que é 
tentada não possui a capacidade de pecar? 
Para responder a essa pergunta, devemos distinguir o que a Escritura claramente afirma, de um 
lado, e, de outro, o que se relaciona mais com especulação de nossa parte. 1) A Escritura afirma 
claramente que Cristo na verdade nunca pecou (v. acima). Não deveria haver dúvida alguma em 
nossa mente sobre esse fato. 2) A Escritura também afirma claramente que Jesus foi tentado e que 
essas tentações foram tentações reais (Lc 4.2). Se cremos na Escritura, devemos insistir em que 
Cristo, “como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado” (Hb 4.15). 3) Também 
devemos afirmar com a Escritura que “Deus não pode ser tentado pelo mal” (Tg 1.13). Mas aqui a 
 16 
questão se torna difícil: Se Jesus era plenamente Deus assim como plenamente homem (e vamos 
argumentar a seguir que a Escritura clara e repetidamente ensina isso), não devemos então afirmar 
que (em algum sentido) Jesus também “não poderia ser tentado pelo mal”? 
Essas afirmações explícitas da Escritura apresentam-nos um dilema semelhante a outros dilemas 
doutrinários em que a Escritura parece ensinar coisas que são, se não diretamente contraditórias, 
ao menos muito difíceis de se encaixar em nosso entendimento. Nesse exemplo, realmente não 
temos uma contradição. A Escritura não nos diz que “Jesus foi tentado” e que “Jesus não foi 
tentado” (a contradição seria se “Jesus” e “tentado” fossem usados exatamente no mesmo sentido 
em ambas as frases).A Bíblia nos diz que “Jesus foi tentado”, que “era plenamente homem”, que 
“era plenamente Deus” e que “Deus não pode ser tentado”. Essa combinação de ensinos da 
Escritura deixa aberta a possibilidade de que, à medida que entendemos o modo pelo qual a 
natureza humana e a natureza divina de Jesus trabalham juntas, podemos entender um pouco mais 
sobre o modo pelo qual ele pôde ser tentado em um sentido e, todavia, em outro sentido, não pôde 
ser tentado. (Essa possibilidade será discutida mais adiante). 
Neste momento, então, vamos além das afirmações claras da Escritura e tentamos sugerir uma 
solução para o problema se Cristo poderia ter pecado. Mas é importante reconhecer que a solução a 
seguir está mais ligada a métodos de combinação de vários ensinos bíblicos e não é apoiada 
diretamente por afirmações explícitas da Escritura. Com isso em mente, é adequado dizer o 
seguinte: 1) Se a natureza humana de Jesus tivesse existido par si mesma, independentemente de 
sua natureza divina, então ela teria sido uma natureza humana exatamente igual àquela que Deus 
deu a Adão e Eva. Ela estaria livre de pecar, mas, apesar disso, seria capaz de pecar. 2) Mas a 
natureza humana de Jesus nunca existiu separadamente da união com a natureza divina. Desde o 
momento de sua concepção, ele existiu como verdadeiramente Deus assim como verdadeiramente 
homem. Tanto sua natureza humana quanto sua natureza divina estavam unidas em uma pessoa. 
3) Embora houvesse algumas coisas (como sentir fome, sede ou fraqueza) que Jesus experimentou 
somenteem sua natureza humana, coisas que não foram experimentadas com sua natureza divina 
(v. a seguir), contudo pecar teria sido um ato moral que certamente envolveria a pessoa total de 
Cristo. Portanto, se ele houvesse pecado, teria havido o envolvimento das duas naturezas, divina e 
humana. 4) Mas se Jesus como pessoa houvesse pecado, envolvendo ambas as naturezas em 
pecado, então o próprio Deus teria pecado e teria cessado de ser Deus. Todavia, isso é claramente 
impossível por causa da santidade infinita da natureza de Deus. 5) Portanto, parece que, se 
perguntarmos sobre a real possibilidade de Jesus ter pecado, devemos concluir que não seria 
possível. A união de suas naturezas, divina e humana, em uma pessoa impediu que isso 
acontecesse. 
Mas a questão ainda permanece: “Como poderiam então as tentações de Jesus ter sido reais?”. O 
exemplo da tentação de transformar as pedras e pães é útil nesse caso. Jesus tinha a capacidade, 
em virtude de sua natureza divina, de realizar tal milagre, mas, se ele o tivesse feito, não mais teria 
sido obediente a Deus Pai unicamente na força de sua natureza humana, mas teria falhado no teste 
em que Adão também falhou e não teria obtido a salvação para nós. Entretanto, Jesus recusou-se a 
contar com sua natureza divina para tornar a obediência mais fácil para ele. De igual modo, parece 
apropriado concluir que Jesus enfrentou cada tentação para pecar não por seu poder divino, mas 
unicamente na força de sua natureza humana (embora, naturalmente, seu lado humano não 
estivesse sozinho, porque Jesus, exercendo a espécie de fé que os seres humanos devem exercer, 
era perfeitamente dependente de Deus Pai e do Espírito Santo em cada momento).A força moral de 
sua natureza divina estava lá como uma espécie de “barreira” que evitava que ele pecasse (e, 
portanto, podemos dizer que não era possível ele pecar), mas ele não contou com a força de sua 
natureza divina para tornar mais fácil o processo de enfrentar as tentações, e sua recusa em 
transformar as pedras em pães no começo do seu ministério é uma indicação clara disso. 
As tentações foram então reais? Muitos teólogos têm salientado que somente quem resiste 
vitoriosamente à tentação até o fim sente plenamente a força dessa tentação. Exatamente como um 
halterofilista campeão que levanta sobre a cabeça o haltere mais pesado no campeonato consegue 
sentir a força dele mais plenamente que quem tenta levantá-lo e não consegue, assim qualquer 
 17 
cristão que enfrentou vitoriosamente uma tentação até o fim sabe que isso é muito mais difícil que 
simplesmente desistir de uma vez. Foi isso que aconteceu com Jesus: cada tentação que ele 
enfrentou, permaneceu firme até o fim e triunfou sobre ela. As tentações foram reais, muito 
embora ele não tenha cedido a elas — de fato, elas foram muitíssimo reais porque ele não cedeu a 
elas. 
5. Por que era necessária a plena humanidade de Jesus? Quando João escreveu sua primeira carta, 
um ensino herético estava circulando na igreja dizendo que Cristo não era um homem. Essa heresia 
ficou conhecida por docetismo, palavra que vem do verbo grego dokeō (“o que aparenta”, “o que 
parece ser”). Essa doutrina sustenta que Jesus não era realmente um homem, mas somente tinha a 
aparência de um homem. Essa negação da verdade sobre a humanidade de Jesus foi tão séria que 
João chegou a dizer que ela era uma doutrina do anticristo: 
“Vocês podem reconhecer o Espírito de Deus deste modo: todo espírito que confessa que Jesus 
Crista veio em carne procede de Deus; mas todo espírito que não confessa Jesus não procede de 
Deus. Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no 
mundo” (lJo 4.2,3). O apóstolo João entendeu que a negação da verdadeira humanidade de Jesus 
era a negação de algo que representava o âmago do cristianismo, de forma que alguém que negasse 
que Jesus havia vindo em carne poderia ser considerado como não procedente de Deus. 
À medida que percorremos o NT, podemos ver diversas razões pelas quais Jesus tinha de ser 
plenamente homem para exercer as suas funções messiânicas e merecer a nossa salvação. Duas das 
razões mais vitais são listadas a seguir: 
A. Para exercer a obediência representativa. Como observamos no capítulo sobre o pecado, Adão 
serviu como nosso representante no jardim do Éden e, mediante sua desobediência, Deus 
considerou-nos culpados também. De modo semelhante, Jesus foi nosso representante e obedeceu 
por nós onde Adão havia desobedecido e falhado. Vemos isso no paralelo entre a tentação de Jesus 
(Lc 4.1-13) e o tempo do teste de Adão e Eva no jardim (Gn 2.15—3.7). Isso também se reflete 
claramente na discussão de Paulo do paralelo entre Adão e Cristo: “Conseqüentemente, assim 
como uma só transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato 
de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens. Logo, assim como por meio da 
desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da 
obediência de um único homem muitos serão feitos justos” (Rm 5.18,19). 
Essa é a razão pela qual Paulo denomina Cristo “o último Adão” (1 Co 15.45), e também chama 
Adão “o primeiro homem” e Cristo “o segundo homem” (lCo 15.47). Jesus tinha de ser um homem 
a fim de ser nosso representante e obedecer em nosso lugar. 
B. Para oferecer o sacrifício substitutivo. Se Jesus não tivesse sido um homem, não poderia ter 
morrido em nosso lugar e não poderia ter pago a penalidade que nos era devida. O autor de 
Hebreus nos diz o seguinte: ”Pois é claro que não é a anjos que ele ajuda, mas aos descendentes de 
Abraão. Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os 
aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus, e fazer 
propiciação pelos pecados do povo” (Hb 2.16,17; cf v.14). Jesus tinha de se tornar um homem, não 
um anjo, porque Deus estava preocupado com a salvação de homens, não de anjos. Mas, para fazer 
isso, “era necessário” que ele fosse feito igual a nós “em todos os aspectos”, para que pudesse “fazer 
propiciação” por nós, o sacrifício que é a substituição aceitável a nosso favor. A menos que Cristo 
fosse plenamente homem, ele não poderia ter morrido para pagar a penalidade dos pecados do 
homem, nem poderia ter realizado a sacrifício substitutivo por nós. 
Há também outras razões para a necessidade da humanidade de Jesus. Jesus tinha de ser 
plenamente homem e plenamente Deus para cumprir o papel de mediador entre Deus e o homem 
(cf. lTm 2.5). O fato de que Jesus foi um homem e experimentou tentações capacitou-o a simpatizar 
mais plenamente conosco como nosso “sumo sacerdote” (Hb 2.18; cf. 4.15).A humanidade de Jesus 
proporciona exemplo e padrão para nossa vida (cf. lJo 2.6; lPe 2.21). Todas essas razões ressaltam 
 18 
a importância vital de afirmar que Jesus não era apenas plenamente Deus, mas também era 
plenamente homem e, assim, tornou-se capaz de assegurar plenamente nossa salvação. 
 
B. A divindade de Cristo 
Para completar o ensino bíblico sobre Jesus Cristo, devemos afirmar não somente que ele era 
plenamente homem, mas também que era plenamente divino. Embora a palavra não ocorra 
explicitamente na Escritura, a igreja tem usado o termo encarnação para referir-se ao fato de que 
Jesus era Deus vindo em carne. A encarnação foi o ato de Deus Filho pelo qual ele assumiu para si 
a natureza humana. A prova escriturística da divindade de Cristo é bastante ampla no NT. Nós a 
examinaremos sob diversas categorias. 
1. Declarações diretas da Escritura. Nesta seção vamos examinar as afirmações diretas da Escritura 
de que Jesus é Deus ou de que ele é divino. 
 
A. A Palavra Deus (theos) usada com relação a Cristo. Embora a palavra theos, “Deus”, seja 
regularmente reservada no NT para Deus Pai, há no entanto diversas passagens em que ela é usada 
também para referir-se a Jesus Cristo. Em todas essas passagens a palavra “Deus” é usada em um 
sentidoforte para referir-se àquele que é criador do céu e da terra, o governante sobre todas as 
coisas. Essas passagens incluem João 1.1; 1.18 (nos melhores e mais antigos manuscritos) ; 20.28; 
Romanos 9.5; Tito 2.13; Hebreus 1.8 (citando Sl 45.6); e 2Pedro 1.1. Como algumas passagens já 
foram discutidas em detalhes no capítulo sobre a Trindade, a discussão não será repetida aqui. É 
suficiente observar que há ao menos sete passagens claras no NT que se referem explicitamente a 
Jesus como Deus. 
Um exemplo do AT do nome Deus aplicado a Cristo é visto em uma passagem messiânica que nos é 
muito familiar: “Porque um menino nos nasceu, um filho nas foi dado, e o governo está sobre os 
seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso...” (Is 9.6). 
 
B. A palavra Senhor (kyrios) usada com relação a Cristo. Às vezes a palavra Senhor (gr., kyrios) é 
usada simplesmente como referência polida a um superior, que se aproxima do nosso tratamento 
respeitoso a uma pessoa mais velha ou em posição superior à nossa (v. Mt 13.27; 21.30; 27.63; Jo 
4.11). Em outras ocasiões essa palavra pode significar simplesmente o “senhor” de um servo ou 
escravo (Mt 6.24; 2 1.40). Todavia, a mesma palavra é também usada na Septuaginta (a tradução 
grega do AT, que era regularmente usada no tempo de Cristo) como uma tradução da palavra 
hebraica YHWH’, Iavé, ou “o SENHOR” (como é muitas vezes traduzida em muitas versões).A 
palavra kyrios é usada para traduzir o nome de Deus 6.814 vezes na versão grega do AT. Portanto, 
qualquer leitor de fala grega no tempo do NT que possuísse algum conhecimento de AT em grego 
teria reconhecido que, nos contextos onde fosse apropriado, a palavra Senhor era o nome do 
criador e sustentador dos céus e da terra, o Deus onipotente. 
Há muitos exemplos no NT em que a palavra “Senhor” em referência a Cristo pode ser entendida 
como possuindo o sentido forte que o AT lhe empresta, “o SENHOR”, que é lave ou o próprio Deus. 
Esse uso da palavra “Senhor” é muito impressionante na afirmação do anjo aos pastares de Belém: 
“Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11). Embora essas 
palavras nos sejam familiares pelo uso freqüente que fazemos delas no período do Natal, devemos 
perceber quão surpreendentes elas foram para o judeu do século I que as ouviu: um bebê sendo 
chamado “o Cristo” (ou “Messias”) e, além disso, esse Messias sendo também “o Senhor” — isto é, o 
próprio Senhor Deus! 
Vemos outro exemplo quando Mateus diz que João Batista é quem clama no deserto: “Preparem o 
caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele” (Mt 3.3). João está citando Isaías 40.3, que 
fala a respeito do próprio Senhor Deus manifesto entre seu povo. Mas o contexto aplica essa 
passagem ao papel de João de preparar o caminho para a chegada de Jesus. A conclusão é que, 
quando Jesus viesse, seria o próprio Senhor quem viria. 
 19 
Jesus também identifica-se como o Senhor soberano do AT quando pergunta aos fariseus, sobre 
Salmos 110.1: “‘O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus 
inimigos debaixo de teus pés”’(Mt 22.44). A força dessa afirmação é que “Deus Pai disse a Deus 
Filho (o Senhor de Davi): ‘Senta-te à minha direita...”’. Os fariseus sabiam que ele estava falando a 
respeito de si próprio e identificando- se como alguém digno do título Kyrios (“Senhor”), muito 
próprio do AT. 
Tal uso é muitas vezes visto nas Cartas, onde “o Senhor” é o nome comum para se referir a Cristo. 
Paulo diz: “para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem 
vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de 
quem vivemos” (lCo 8.6; cf. 12.3, e muitas outras passagens tanto nas cartas de Paulo como nas 
gerais). 
C. Outras declarações fortes da divindade de Cristo. Além do uso das palavras Deus e Senhor para 
se referir a Cristo, temos outras passagens que declaram fortemente a divindade de Cristo. Quando 
Jesus disse aos seus oponentes judeus que Abraão tinha visto o seu (de Cristo) dia, eles o 
desafiaram dizendo: “Você ainda não tem cinqüenta anos, e via Abraão?” (Jo 8.57). Aqui a resposta 
suficiente para provar a eternidade de Jesus teria sido: “Antes de Abraão existir, eu já existia”. Mas 
Jesus não disse isso. Ao contrário, ele fez uma afirmação ainda mais surpreendente: “Eu lhes 
afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!” (Jo 8.58). Jesus combinou duas asserções cuja 
seqüência parecia não fazer sentido: “Antes de alguma coisa ter acontecido no passado [Abraão 
era], alguma coisa no presente acontecia [Eu Sou]”. Os líderes judeus reconheceram de uma vez 
por todas que ele não estava falando por enigmas nem estava fazendo qualquer pronunciamento 
sem sentido. Quando ele disse “Eu Sou”, estava repetindo as verdadeiras palavras que Deus usou 
quando se identificou diante de Moisés como “Eu Sou o que Sou” (Ex 3.14). Jesus estava 
requerendo para si próprio o título “Eu Sou”, pelo qual Deus se autodesignou o eterno auto-
existente, o Deus que é a fonte da própria existência e que sempre tem sido e sempre será. Quando 
os judeus ouviram essa afirmação incomum, enfática e solene, sabiam que Jesus estava afirmando 
ser Deus. “Então eles apanharam pedras para apedrejá-lo, mas Jesus escondeu-se e saiu do 
templo” (Jo 8.59). 
Outra declaração vigorosa da divindade de Jesus é sua afirmação no final do Apocalipse: “Eu sou o 
Alfa e o Ômega,o Primeiro e o Ultimo, o Princípio e o Fim” (Ap 22.13).Quando combinada com a 
afirmação de Deus Pai em Apocalipse 1.8 (“Eu sou o Alfa e o Ômega”), ela também constitui forte 
declaração para mostrar divindade igual à de Deus Pai. Soberano sobre a totalidade da história e 
sobre toda a criação, Jesus é o Princípio e o Fim. 
Evidência adicional de afirmações da divindade pode ser encontrada no fato de que Jesus chama a 
si mesmo de “o Filho do homem”. Esse título é usado 84 vezes nos quatro evangelhos, mas somente 
por Jesus e somente para falar de si próprio (observe. Mt 16.13 com Lc 9.18). No restante do NT, a 
expressão “o Filho do homem” (com o artigo definido “o”) é usada somente uma vez, em Atos 7.56, 
quando Estevão se refere a Cristo como “o Filho do homem”. Esse termo singular tem seu pano de 
fundo na visão de Daniel 7, quando Daniel viu alguém semelhante a um “filho de homem” que “se 
aproximou do ancião” [“Ancião de Dias’, RA] e a quem foram dados “autoridade, glória e o reino; 
todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu domínio é um domínio 
eterno que não acabará, e seu reino jamais será destruído” (Dn 7.13,14). É admirável que esse “filho 
do homem” tenha vindo “com as nuvens dos céus” (Dn 7.13). Essa passagem fala claramente de 
alguém que possuía origem celestial e a quem foi dado domínio eterno sobre todos os povos. O 
sumo sacerdote entendeu muito bem quando Jesus disse: “Chegará o dia em que vereis o Filho do 
homem assentado à direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” (Mt 26.64). A referência a 
Daniel 7.13,14 é inconfundível, e o sumo sacerdote e seus companheiros sabiam que Jesus estava 
afirmando ser o eterno governante do inundo, de origem celestial, referido na visão de Daniel. 
Imediatamente eles disseram: “‘Blasfemou! [...] O que acham?”É réu de morte!’, responderam eles” 
(Mt 26.65,66). Aqui Jesus finalmente tornou explícita sua forte alegação de ser o eterno governante 
do mundo que ficara anteriormente subentendida pelo freqüente uso do título “o Filho do homem” 
aplicado a si próprio. 
 20 
Embora o título “Filho de Deus” possa algumas vezes ser usado simplesmente para referir-se a 
Israel (Mt 2.15), ou ao homem criado por Deus (Lc 2.38), ou ao homem redimido em geral (Rm 
8.14,19,23), há todavia exemplos em que a expressão “Filho de Deus” se refere a Jesus como o Filho 
eterno e celestial que é igual ao próprio Deus (v. Mt 11.25-30; 17.5; lCo 15.28; Hb 1.1-3,5,8). Isso é 
especialmente verdadeiro no evangelho de João, no qual Jesus é visto comoFilho singular do Pai 
(Jo 1.14,18,34,49) que revela plenamente o Pai (Jo 8.19; 14.9). Como Filho ele é tão grande que 
podemos confiar nele para a vida eterna (algo que não poderia ser dito de nenhum ser criado: Jo 
3.16,36: 20.3 1). Ele é também quem tem toda a autoridade do Pai para dar vida, pronunciar 
julgamento eterno e governar sobre tudo (Jo 3.36; 5.20-22,25; 10.17; 16.15). Como Filho ele foi 
enviado pelo Pai e, portanto, existia desde antes de vir ao mundo (Jo 3.37; 5.23; 10.36). 
Essas passagens combinam-se para indicar que o título “Filho de Deus” quando aplicado a Cristo 
afirma fortemente sua divindade como o Filho eterno na Trindade, igual a Deus Pai em todos os 
atributos. 
2. Evidência de que Jesus possuía atributos da divindade. Somando-se à afirmação específica da 
divindade de Jesus observada nas diversas passagens citadas anteriormente, vemos muitos 
exemplos das ações de Jesus no tempo em que viveu entre nós que demonstram seu caráter divino. 
a) Jesus demonstrou sua onipotência quando acalmou a tempestade no mar com apenas uma 
ordem (Mt 8.26,27), multiplicou pães e peixes (Mt 14.19) e transformou água em vinho (Jo 2.1-11). 
b) Jesus declarou sua eternidade quando disse: “Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu 
Sou!” (Jo 8.58,v. discussão anterior), ou quando disse: “Eu sou o Alfa e o Ômega” (Ap 22.13). 
c) A onisciência de Jesus é demonstrada pelo conhecimento do pensamento das pessoas (Mc 2.8) e 
por saber “desde o princípio quais deles não criam e quem o iria trair” (Jo 6.64). O conhecimento 
de Jesus era muito mais amplo que a revelação de informação que as pessoas poderiam receber por 
meio do ofício profético, porque ele mesmo conhecia a crença e a descrença que estava no coração 
de todas as pessoas (v. Jo 2.25; 16.30). 
d) O atributo da onipresença divina de Jesus não é afirmado diretamente durante seu ministério 
terreno. Contudo, enquanto olhava para o tempo em que a igreja seria estabelecida, Jesus pôde 
dizer: “Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles” (Mt 18.20). 
Além disso, antes de deixar este mundo, ele disse aos seus discípulos: “E eu estarei sempre com 
vocês, até o fim dos tempos” (Mt 28.20). 
e) A soberania divina, espécie de autoridade possuída por Deus somente, é vista no fato de que ele 
podia perdoar pecados (Mc 2.5-7). Diferentemente dos profetas do AT que declararam: 
“Assim diz O SENHOR”, ele pôde prefaciar suas afirmações com a frase “Mas eu lhes digo” (Mt 
5.22,28,32,34, 39,44) – alegação espantosa de sua autoridade. Ele pôde falar com autoridade do 
próprio Deus porque ele era plenamente Deus. 
f) Outra afirmação clara da divindade de Crista é o fato de ser contado digna de adoração, algo que 
não pertence a nenhuma outra criatura, incluindo anjos (v. Ap 19.10), mas somente a Deus. 
Todavia, a Escritura diz de Cristo que “Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está 
acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo 
da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp 2.9-11). 
Semelhantemente, Deus ordena aos anjos que adorem Cristo, pois lemos: “E ainda, quando Deus 
introduz o Primogênito no mundo, diz: ‘Todas os anjos de Deus o adorem”’ (Hb 1.6). 
3. Jesus abriu mão de alguns de seus atributos divinos enquanto viveu neste mundo (a teoria da 
kenosis)? Paulo escreve aos filipenses: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, 
embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus ra algo a que devia apegar-se; mas 
esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens” (Fp 2.5-7). 
Começando por esse texto, diversos teólogos do século XIX advogaram uma idéia inesperada da 
encarnação chamada “teoria da kenosis”, que sustenta que Cristo abriu mão de alguns de seus 
atributos divinos enquanto esteve neste mundo como homem. (A palavra kenosis é emprestada do 
 21 
verbo grego kenoō, que geralmente significa “esvaziar”, e é traduzido por “esvaziou-se” em Fp 2.7.) 
Segundo essa teoria, Cristo “esvaziou-se” de alguns de seus atributos divinos como onisciência, 
onipresença e onipotência enquanto esteve sobre a terra como homem. Isso foi visto como a 
autolimitação voluntária da parte de Cristo, que ele assumiu a fim de realizar a obra de redenção. 
Apos o exame mais preciso, podemos ver que Filipenses 2.7 não diz que Cristo “esvaziou-se de 
alguns poderes” ou que “esvaziou-se de atributos divinos”, ou coisa parecida. Antes o texto 
descreve o que Jesus fez nesse “esvaziamento”. Ele não se esvaziou por abrir mão de qualquer de 
seus atributos, mas por vir “a ser servo”, isto é, por passar a viver como homem e, a ser 
“encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, morte de 
cruz!” (Fp 2.8). Assim, o contexto interpreta o “esvaziamento” como equivalente a “humilhou-se a 
si mesmo”, assumindo uma posição ou condição mais baixa. O esvaziamento inclui o papel e a 
posição, não os atributos essenciais ou a natureza. Isso significa que ele assumiu uma condição 
humilde. 
O contexto mais amplo dessa passagem também torna essa interpretação clara. O propósito de 
Paulo era o de persuadir os filipenses de que eles não deveriam fazer nada “por ambição egoísta ou 
por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos” (Fp 2.3), e continua 
lhes dizendo: “Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos 
outros” (Fp 2.4). Para persuadi-los a ser humildes e a colocar os interesses dos outros em primeiro 
lugar, Paulo, então, aponta para Cristo como exemplo supremo de alguém que fez exatamente isso: 
ele colocou os interesses dos outros primeiro e desejou abrir mão de alguns privilégios e posição 
que eram seus como Deus. Paulo quer que os filipenses imitem Cristo. Mas certamente não está 
pedindo aos cristãos filipenses para “abrirem mão” ou “colocarem de lado” quaisquer de suas 
capacidades ou atributos que lhes eram essenciais! Ele não lhes pede que abrissem mão de sua 
inteligência ou força ou capacidade e que se tornassem uma versão diminuída do que realmente 
eram. Ao contrário, ele lhes pediu para colocar os interesses dos outros em primeiro lugar: ‘Cada 
um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros” (Fp 2.4). 
Portanto, o melhor entendimento desta passagem é que ela fala a respeito de Jesus abrindo mão da 
posição e do privilegio que foram seus no céu: Ele, “embora sendo Deus, não considerou que o ser 
igual a Deus era sigo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo” ou “humilhou-se”, e veio 
viver como homem. Jesus fala em outra passagem da “glória” que tinha como Pai “antes que o 
mundo existi-se” (Jo 17.5), glória da qual abriu mão e que haveria de receber de volta quando 
retornasse ao céu. E Paulo podia falar de Cristo que, “sendo rico, se fez pobre por amor de vocês” 
(2Co 8.9), discorrendo uma vez mais sobre o privilégio e honra que merecia, porém dos quais 
temporariamente abriu mão por nós. 
A “teoria da kenosis”, portanto, não é o entendimento correto de Filipenses 2.5-7. De fato, se a 
teoria da kenosis fosse verdadeira (e essa é a objeção fundamental contra ela), então não mais 
poderíamos afirmar que Jesus tenha sido plenamente Deus enquanto esteve aqui neste mundo.A 
teoria da kenosis definitivamente nega a plena divindade de Jesus Cristo e o faz algo menos que 
plenamente Deus. 
 
4. Conclusão: Cristo é plenamente divino. O NT afirma continuamente a plena e absoluta divindade 
de Jesus Cristo. Ele faz isso em centenas de versículos explícitos que chamam Jesus “Deus”, 
”Senhor” e “Filho de Deus”, assim como em muitos versículos que usam outros títulos da divindade 
para referir-se a ele e em uma série de passagens que lhe atribuem ações ou palavras que poderiam 
ser verdadeiras a respeito de Deus.”Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude” 
(Cl 1.19). “Pois em Crista habita corporalmente toda a plenitudeda divindade” (Cl 2.9). Em uma 
seção anterior argumentamos que Jesus é verdadeira e plenamente homem. Agora concluímos que 
é também verdadeira e plenamente Deus. Ele é chamado corretamente “Emanuel”, isto é, “Deus 
conosco” (Mt 1.23). 
5. Por que a divindade de Jesus era necessária? Na seção anterior, listamos diversas razões por que 
foi necessário Jesus ser plenamente homem a fim de obter a nossa redenção. Aqui é conveniente 
reconhecer que é crucialmente importante insistir também na plena divindade de Cristo, não 
 22 
apenas porque ela é claramente ensinada na Escritura, mas também porque: 1) somente o Deus 
infinito poderia suportar a plena penalidade de todos os pecados dos que haveriam de crer nele — 
qualquer criatura finita teria sido incapaz de suportar tal penalidade; 2) a salvação é do Senhor (Jn 
2.9), e a mensagem total da Escritura tem o propósito de mostrar que nenhum ser humano nem 
nenhuma criatura poderia salvar o homem — somente o próprio Deus; e 3) somente quem fosse 
plena e verdadeiramente Deus poderia ser o único mediador entre Deus e o homem (lTm 2.5), 
tanto para trazer-nos de volta a Deus como para revelar-nos Deus mais completamente (Jo 14.9). 
Assim, se Jesus não é plenamente Deus, não temos salvação e definitivamente nenhum 
cristianismo. Não é por acaso que no decorrer da história os grupos que abriram mão da crença na 
plena divindade de Cristo não permaneceram dentro da fé cristã, mas logo se apartaram para urna 
espécie de religião representada pela unitarismo nos Estados Unidos e em outras lugares. “‘Fado o 
que nega o Filho também não tem o Pai” (lJo 2.23).”Todo aquele que não permanece no ensino de 
Cristo, mas vai além dele, não tem Deus; quem permanece no ensino tema Pai e também o Filho” 
(2Jo 9). 
C. A encarnação: divindade e humanidade na pessoa única de Cristo 
O ensina bíblico a respeito da plena divindade e plena humanidade de Crista é tão amplo que 
ambas têm sido aceitas desde os tempos mais antigos da história da igreja. Mas o entendimento 
exato de como a plena divindade e plena humanidade poderiam ser combinadas em uma só pessoa 
foi formulado gradualmente na igreja e não alcançou a forma final senão na Definição de 
Calcedónia, em 451 d.C. Antes desse período, diversas posições inadequadas da pessoa de Cristo 
foram propostas e a seguir rejeitadas. Uma dessas visões, o arianismo, que sustentava que Jesus 
não era plenamente divino, foi discutida anteriormente no capítulo sobre a doutrina da Trindade. 
Mas três outras idéias que foram finalmente rejeitadas como heréticas devem ser mencionadas 
neste momento. 
 
1. Três idéias inadequadas da pessoa de Cristo. 
a. Apolinarismo. 
Apolinário, que tornou-se bispo de Laodicéia por volta de 361 d.C., ensinou que a pessoa única de 
Cristo possuía um corpo humano, mas não uma mente humana ou espírito humano, e que a mente 
e o espírito de Cristo provinham da natureza divina do Filho de Deus. 
Mas as idéias de Apolinário foram rejeitadas pelos líderes da igreja naquela época, que perceberam 
que não era somente o corpo humano que necessitava de salvação e de ser representado por Cristo 
na obra redentora, mas também a mente e o espírito (ou alma) humanos: Cristo tinha de ser plena 
e verdadeiramente homem se ele fosse nos salvar (He 2.17). O apolinarismo foi rejeitado por 
diversos concílios eclesiásticos, desde o Concílio de Alexandria em 362 d.C. ao Concílio de 
Constantinopla em 381 d.C. 
b. Nestorianismo. 
O nestorianismo é a doutrina que ensinava a existência de duas pessoas separadas em Cristo, uma 
humana e uma divina, ensino distinto da visão bíblica de que Jesus era somente uma pessoa. 
Nestório era um pregador popular em Antioquia que em 428 dC. tornou-se bispo de 
Constantinopla. Embora o próprio Nestório provavelmente nunca tenha ensinado essa posição 
herética que leva o seu nome (a idéia de que Cristo era duas pessoas em um corpo, e não uma só 
pessoa), por causa de uma combinação de diversos conflitos pessoais e de boa dose de política 
eclesiástica, ele foi deposto do seu ofício de bispo e seus ensinos foram condenados. 
É importante entender por que a igreja não pode aceitar a idéia de que em Cristo havia duas 
pessoas distintas. Em nenhum lugar da Escritura existe a indicação real de que a natureza humana 
de Cristo, por exemplo, é uma pessoa independente, decidindo fazer algo contrário à natureza 
divina de Cristo. Em nenhum lugar temos a indicação das naturezas humana e divina conversando 
 23 
uma com a outra, ou travando luta dentro de Cristo, ou fazendo outra coisa qualquer. Ao contrário, 
temos o quadro coerente de uma única pessoa agindo em sua totalidade e unidade. Jesus sempre 
fala como eu não como nós, embora possa referir-se a si mesmo e ao Pai como “nós” (Jo 14.23).A 
Bíblia sempre fala de Jesus como “ele”, não como “eles”. E, embora passamos algumas vezes 
distinguir ações de sua natureza divina e ações de sua natureza humana a fim de ajudar-nos a 
entender algumas das afirmações e ações registradas na Escritura, a Bíblia não diz que “por meio 
da natureza humana Jesus fez isto” ou que “por meio de sua natureza divina Jesus fez aquilo”, 
como se fossem duas pessoas separadas, mas sempre fala a respeito do que a pessoa de Cristo fez. 
Portanto, a igreja continuou a insistir no fato de que Jesus era uma só pessoa, embora possuísse 
tanto a natureza humana quanto a natureza divina. 
c. Monofisismo (eutiquismo) . 
A terceira idéia inadequada de Cristo é chamada monofisismo, a idéia de que Cristo possuía uma só 
natureza (gr., monos,”uma”, e physis,”natureza”). O primeiro defensor dessa idéia na igreja 
primitiva foi Êutico (378-454 d.C.), que era o líder de um monastério em Constantinopla. Êutico 
ensinava um erro aposto ao do nestorianismo, pois negava que a natureza humana e a natureza 
divina em Cristo tivessem permanecido plenamente humana e plenamente divina. Ele sustentava, 
antes, que a natureza humana de Cristo foi tomada e absorvida pela natureza divina, de modo que 
ambas as naturezas foram mudadas em algum grau, resultando em uma espécie de terceira 
natureza. Uma analogia ao eutiquismo pode ser vista se pingamos uma gota de tinta em um copo 
de água. A mistura resultante não é nem pura tinta nem pura água, mas uma espécie de terceira 
substância, a mistura das duas na qual tanto a tinta como a água são mudadas. Semelhantemente, 
Êutico ensinava que Jesus era a mistura de elementos divinos e humanos na qual ambas as 
naturezas foram em algum sentido modificadas para formar uma nova natureza. 
O monofisismo também causou grande preocupação na igreja, porque, segundo essa doutrina, 
Cristo não era nem verdadeiramente Deus nem verdadeiramente homem. Assim, ele não poderia 
verdadeiramente representar- nos como homem nem poderia ser verdadeiro Deus e capaz de obter 
nossa salvação. 
2. A solução para a controvérsia. A Definição de Calcedônia em 451 d.C. 
A fim de tentar resolver os problemas levantados pelas controvérsias sobre a pessoa de Cristo, um 
grande concilio eclesiástico foi convocado para se reunir na cidade de Calcedônia, próxima de 
Constantinopla (ou a moderna Istambul), de 8 de outubro a 10 de novembro, em 451 d.C. A 
afirmação resultante, chamada Definição de Calcedônia, posicionou-se contra o apolinarismo, o 
nestorianismo e o eutiquismo. Ela é considerada a definição padrão da ortodoxia do ensino bíblico 
sobre a pessoa de Cristo desde aquela época por todos os grandes ramos do cristianismo: o 
catolicismo, o protestantismo e a ortodoxia oriental. 
A afirmação não é longa, e podemos citá-la em sua totalidade: 
[Fiéis aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só 
e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade e perfeito quanto à 
humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de 
corpo; consubstancial [homoousios] ao Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a 
humanidade; “em todas as coisas semelhante

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