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4
FACULDADE DOM LUIZ DE ORLEANS E BRAGANÇA 
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO III: GESTÃO E COORDENAÇÃO EM ESPAÇOS ESCOLARES
 
RIBEIRA DO POMBAL-BA
2016.1
LUZIA CARINE MOURA SANTOS
ESTÁGIO SUPERVISIONADO III: GESTÃO E COORDENAÇÃO EM ESPAÇOS ESCOLARES
Relatório, apresentado ao Curso de Licenciatura Pedagogia da Faculdade Dom Luiz de Orleans e Bragança, como requisito parcial para avaliação da disciplina: Estágio Supervisionado III: Gestão e Coordenação em Espaços Escolares. 
Orientadora: Tereza Cristiana Almeida B. da Silva
RIBEIRA DO POMBAL-BA
2016.1
Agradecimentos 
Agradeço primeiro a Deus por me dar força para seguir este caminho tão difícil de ser percorrido, em segundo minha família que me compreendem em momentos de dedicação exclusiva aos estudos e realizações de trabalhos acadêmicos. Também aos meus orientadores que são referências e que me fizeram acreditar muito mais na educação . Enfim, sou grata a todos que contribuíram para realização deste trabalho.
"A educação é o grande motor do desenvolvimento pessoal. É através dela que a filha de um camponês se torna médica, que o filho de um mineiro pode chegar a chefe de mina, que um filho de trabalhadores rurais pode chegar a presidente de uma grande nação." 
Nelson Mandela 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................06
CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO-----------------------------------------------------08
SINTESE DAS ENTREVISTAS----------------------------------------------------------------12
APRECIAÇÃO CRITICA DO ESTÁGIO -----------------------------------------------------22
CONSIDERAÇÕES FINAIS---------------------------------------------------------------------27
REFERÊNCIAS------------------------------------------------------------------------------------29
ANEXOS................................................................................................................32
APÊNDICE-------------------------------------------------------------------------------------------51
INTRODUÇÃO
O Estágio em Gestão Educacional, objeto deste relato, está voltado para o trabalho pedagógico no âmbito da gestão educacional nas instâncias normativas e administrativas dos sistemas de ensino da educação básica. O mesmo de acordo com a legislação vigente é parte do currículo da Faculdade Dom Luiz de Orleans e Bragança, assim como das demais IES do Brasil. De acordo com as expectativas criadas, o estágio tende a assumir um caráter investigatório e científico.
O estágio supervisionado é uma exigência da LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 nos cursos de formação de professores. 
 	Portanto, o resultado do Estágio Supervisionado III: gestão e coordenação em Espaços Escolares realizado pela acadêmica: Rosivânia Matos dos Santos será apresentado em forma de relatório como fator de contribuição para a qualidade do Curso de Pedagogia da Faculdade Dom Luiz de Orleans e Bragança.
	Antes de ser encaminhada a realizar o estágio a acadêmica foi orientada a elaborar o plano de ação, onde o mesmo teve como tema: Planejamento: um fio condutor da ação educativa. Portanto a escolha dessa temática se deu pela inquietação da acadêmica e pesquisadora que atua na área da educação e percebe através de discussões que alguns profissionais desta área que reconhecem a importância do planejamento, muitas vezes não executam sua construção com eficácia.
 A partir dessa visão, foi dada orientações para que a referida acadêmica desenvolvesse junto a Escola Municipal Professora Maria Menezes Cruz Conceição o Estágio Supervisionado III, onde o mesmo foi dividido em quatro etapas: Observação (40 h), Sistematização de informações para formação continuada (50 h), formação continuada(10 h) e relatório do estagio supervisionado(20 h) totalizando a carga horaria de 120 horas. 
 A Escola fica localizada na zona urbana periférica, porém atende alunos da zona rural e do próprio bairro Pombalzinho. Os educandos pertencem à faixa etária de 06 a 60 anos, necessitando assim, de vários recursos para atender melhor essa diversidade.	.
 O Estágio de Observação ocorreu no período de 07/04/14 a 11/04/14 com o objetivo de analisar a estrutura de funcionamento da instituição, a rotina da gestão e da coordenação, a realização dos planejamentos, a relação entre gestores e educadores, entre outros, conforme consta no relatório.
 A etapa seguinte foi a sistematização de informações para a formação continuada ocorrido no período de 06/05/14 a 20/05/14 com o objetivo de analisar informações coletadas na observação e estudos teóricos para elaboração da formação continuada com auxilio do orientador do estagio, elaboração do plano de ação que norteará as propostas de trabalho a serem realizadas na formação continuada, apresentação das propostas de trabalho ao grupo de estágio e retificação na proposta apresentada, cuja descrição também se encontra neste relatório.
 	A formação continuada para educadores aconteceu no dia 27/05/14 onde o coordenador, a orientadora e as acadêmicas proporcionaram uma formação continuada para gestores e educadores das escola estagiadas com o objetivo de desenvolver habilidades e competências, para mediar formações continuadas na área educacional, a partir de demandas diagnósticas. 
Dentro dessa perspectiva o Estágio Supervisionado III: Gestão e Coordenação em Espaços Escolares é uma atividade curricular obrigatória que constitui uma oportunidade de sistematização dos conhecimentos construídos e aprofundados na formação do estudante de Pedagogia, especialmente na prática docente, ampliando vivências e experiências profissionais.
CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO 
A Escola Municipal Professora Maria Menezes Cruz Conceição que fica localizada na BR 110, km 178, no Bairro Pombalzinho, Ribeira do Pombal –BA, telefone (75)3276-1102 e funciona neste local desde 1998. A mesma está situada na zona urbana periférica, porém atende alunos da zona rural e do próprio bairro. Os educandos pertencem à faixa etária de 06 a 60 anos, atende as modalidades de ensino fundamental I: anos iniciais; Fundamental II: anos finais e EJA. 
A instituição é composta por 13 salas de aulas, 3 banheiros adaptados, 1 direção, 1 coordenação, 1 secretária, 01 biblioteca, 01 almoxarifado, 01 sala para os professores com 02 banheiros, 01 cozinha e 01 anexo na fazenda Macambira. Os turnos de funcionamento são: matutino, vespertino e noturno.	A Divisão do nível escolar e por seriação e uma turma de multiseriado.
Quanto aos Recursos humanos tem em sua totalidade 33 educadores e 8 auxiliares divididos em três turnos tais como: 13 professores e 6 auxiliares de ensino turno matutino, onde 3 tem formação em magistério, 8 graduados em pedagogia, 5 graduado em letras e 3 cursando pedagogia; 16 professores e 2 auxiliares no turno vespertino, 4 com formação em magistério 3 graduados em historia, 7 graduados em letras, 1 graduado em matemática e 3 cursando pedagogia; no turno noturno tem 7 professores, com 1 cursando mestrado,3 cursando pedagogia, 3 graduados em letras .
	O Pessoal técnico pedagógico é formado por 1 diretora, 3 coordenadoras e 3 vice-diretoras. Já o Pessoal administrativo é composto por uma secretaria e duas agentes administrativos. A instituição também é composta pelo Pessoal de apoio que conta com 2 vigias noturno, 1 porteiro, 1 sensor e 5 agentes de serviços.
A Formação dos professores A formação continuada é uma proposta que foi inserida ao PPP da escola com data de execução a partir de 2014, mas ainda não é feita na escola. A proposta é definir quais as principais inquietações da sala de aula e buscar parcerias para desenvolver as formações. Ela devera acontecer uma vez por mês e terá o intuito de contribuir com o professor.
Diante destes aspectos, passa-se a perceber outras modalidades de formação de professores. Instâncias oficiais,por exemplo, afirmam:
O modelo de formação proposto baseia-se numa reflexão do professorado sobre a sua prática docente, que lhe permite repensar a sua teoria implícita do ensino, os seus esquemas básicos de funcionamento e as próprias atitudes (MEC apud GARCIA, 1999, p.53).
Nessa assertiva podemos perceber a configuração da formação na qual se destaca o valor da prática como componente de análise e reflexão do professor. 
Quanto as áreas do conhecimento a escola tem privilegiado todas associando-as a Educação Inclusiva, para formação dos referidos professores, pois, entende-se que os educadores precisam de formação na área de atendimento a surdos, mudos, deficientes visuais; entre outros, ou seja o professor precisa esta preparado para receber esta nova demanda de educandos que necessita de atenção e formação qualificada do educador. 
 	Os Documentos de Gestão Pedagógica existentes na escola são o Projeto Politico Pedagógico e o Regimento Escolar, onde todos os professores conhecem, ou seja, são familiarizados com esses documentos, pois, os professores contribuíram desde a sua construção e sempre que há necessidade de revisões o corpo docente contribui de forma significante, além de ter sido enviados por e-mail para todos facilitando assim o seu acesso. Para Veiga: 
 
O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. Na dimensão pedagógica reside à possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. ( VEIGA, 2004, p.13) 
 
Sendo assim, o político e o pedagógico são indissociáveis, de maneira que o Projeto Político Pedagógico deve ser considerado um processo constante de discussão e reflexão dos problemas vivenciados pelas instituições de ensino, além de possibilitar a busca de alternativas para efetivar a sua real intenção. 
Existem representações na comunidade escolar como o conselho escolar formado por professores, alunos e pais que se reúnem sempre que preciso para tomar decisões para o bom andamento das tarefas dentro da escola e para aquisição de equipamentos para a mesma. 
A escola estagiada dispõe de vários tipos de recursos que o professor utiliza para enriquecer suas aulas tais como: notebook, som, tv, dvd, caixa de som, microfone, computador, Datashow, também conta com uma biblioteca, onde contém um grande acervo literário. Rufino e Gomes comentam:
A literatura infantil tem um grande significado no desenvolvimento de crianças de diversas idades, onde se refletem situações emocionais, fantasias, curiosidades e enriquecimento do desenvolvimento perceptivo. Para ele a leitura de histórias influi em todos os aspectos da educação da criança: na afetividade: desperta a sensibilidade e o amor à leitura; na compreensão: desenvolve o automatismo da leitura rápida e a compreensão do texto; na inteligência: desenvolve a aprendizagem de termos e conceitos e a aprendizagem intelectual. (RUFINO E GOMES, 1999, p. 11)
A Escola atende 23 alunos com necessidades especiais, a mesma foi adaptada sua estrutura física para atender as crianças, foram construídas rampas, colocadas barras e os banheiros foram adaptados com portas largas e barras.
Durante este ano foram matriculados 714 alunos, tendo 30 a mais do que os do ano anterior, esta quantidade está distribuído em três turnos matutino, vespertino e noturno.
No ano 2012 a matrícula geral foi de 684, evadiram 12 e a repetência chegou 49 alunos nas mais diversa séries.
Acontece a interação da Escola com a Comunidade, pois, acontecem reuniões com pais, bimestrais. A participação da família é primordial ao avanço da criança, percebemos através dos alunos que acompanhamos que os pais que atuam como parceria o desenvolvimento desses são melhores. Quanto a comunidade ela ainda esta em processo de inserção com a escola.
Nesse sentido Antunes destaca que:
Ajudar a criança a construir um bom caráter é a mesma coisa que ajudá-la a desenvolver sua consciência do erro e do acerto. Caráter e consciência expressam a visão que ela possui de si mesma e aproxima-se muito do sentimento de auto-estima. É por essa razão que a educação do caráter é importante. ( ANTUNES, 2005, p. 53)
Desta forma, verifica-se a importância do envolvimento da família na própria ação pedagógica da escola. Os pais devem interagir-se com os professores não somente nas reuniões pedagógicas, mas em outros momentos como na construção do Projeto Político Pedagógico, na participação de uma aula, entre outros, como evidencia Vasconcelos (1989, p. 128): 
 	Participar da vida na escola (Conselho de escola, Associações de Pais e Mestres, reuniões, grupo de mães, grupos de reflexão, acompanhamento de alunos, reforço escolar, etc.). Os profissionais pais podem colocar suas especialidades a serviço da escola ex.; pais médicos, professores, pedreiros, marceneiros, esportistas, artistas, psicólogos, advogados, nutricionistas, dentistas, engenheiros, eletricistas, encanadores, pintores, etc.) 
Portanto, compartilhar da vida escolar da criança, além de fator importante para que o aluno se sinta valorizado e proficiente para o aprendizado, tal situação é possibilitada em inúmeros momentos e oportunidades que podem ser sugeridas pela escola a fim de que a família venha a se integrar no processo de aprendizagem da criança. 
SÍNTESE DAS ENTREVISTAS
Entrevista é uma técnica de pesquisa que visa obter informações de interesse a uma investigação, onde o pesquisador formula perguntas orientadas, com um objetivo definido. Porém é necessário ter um plano para a entrevista para que no momento em que ela esteja sendo realizada as informações necessárias não deixem de ser colhidas. As entrevistas podem ter o caráter exploratório ou ser de coleta de informações. Se a de caráter exploratório é relativamente estruturada, a de coleta de informações é altamente estruturada.
Para levantamento de dados pretende-se realizar entrevistas com a equipe gestora (coordenador e diretor) que de acordo Manzini:
A entrevista semi-estruturada está focalizada em um assunto sobre o qual confeccionamos um roteiro com perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias momentâneas à entrevista. Para o autor, esse tipo de entrevista pode fazer emergir informações de forma mais livre e as respostas não estão condicionadas a uma padronização de alternativas. (MANZINI, 1990/1991, p. 154)
A entrevista possibilita obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social; permite a obtenção de dados em profundidade acerca do comportamento humano; os dados obtidos podem ser classificados e quantificados. Ela deve ser encerrada em um clima de cordialidade.
Ao entrevistar a diretora da escola estagiada, Valdijane Santos Farias,
Licenciada em História, Formação para Gestão e Coordenação, foi necessário questionaá-la primeiro a respeito do que significava para ela assumir a gestão dessa escola. Contando um pouco desse processo: (Você foi indicada (o) ou participou de eleição?). Como foi recebida pela comunidade? A mesma relatou que assumir a gestão de uma escola seja qual for seu porte não é nada fácil, “aceitei o desafio e me comprometi com aquele que em mim confiaram essa tarefa. Acho que todos tinham um pé atrás comigo até pela maneira como cheguei a escola, cheguei para substituir um gestora que não se adaptou e isso causa uma certa resistência.”
É importante que a gestão escolar seja organizada, refletindo a intencionalidade da ação educativa individual e coletivados envolvidos. Em relação a isso, é relevante a participação da comunidade e existe a necessidade de superar limites e avançar nesta participação:
Mas a participação da comunidade na gestão da escola pública encontra um sem-número de obstáculos para concretizar-se, razão pela qual um dos requisitos básicos e preliminares para aquele que se disponha a promovê-la é estar convencido da relevância e da necessidade dessa participação, de modo a não desistir diante das primeiras dificuldades [...] (PARO, 2005, p. 16).
A construção e a conquista da autonomia serão possíveis com a democratização do poder, o que pressupõe uma necessidade de interação para participar e opinar sobre questões relativas à escola, ou seja, exige um aprendizado político e organizacional.
No momento seguinte foi solicitado que a gestora Comentasse um pouco sobre sua formação profissional e a relação desta com a área de gestão escolar. Ela ressaltou que participou de um curso promovido pelo estado em parceria com o município, o Progestão que veio para guiar os gestores municipais e estaduais. “A seleção se deu assim, cada escola tinha direito a duas vagas como eram duas coordenadoras na escola onde trabalha e uma vaga era da diretora acabei ficando de fora, mas por ironia do destino no primeiro encontro a coordenadora selecionada disse que não estava disposta a participar daquela formação, assim a vaga ficou para mim, e eu agarrei a oportunidade com unhas e dentes e aproveitei ao máximo todos os conhecimentos transmitidos pelos tutores.”
Falar em processo de construção coletiva, falar em perspectiva da gestão, é falar em:
 “Um processo de aprendizado e de luta política que não se circunscreve aos limites da prática educativa mas vislumbra, nas especificidades dessa prática social e de sua relativa autonomia, a possibilidade de criação de canais de efetiva participação e de aprendizado do “jogo” democrático e, conseqüentemente, do repensar das estruturas de poder autoritário que permeiam as relações sociais e, no seio dessas, as práticas educativas” (DOURADO apud FERREIRA, 2006, p. 79).
Sabe-se que são vários os fatores que podem interferir nos processos de decisões, e hoje, com tantos avanços, tantas mudanças e desafios, a escola pode ser considerada um dos espaços privilegiados para que essa transformação, essa construção de saberes, de respeito às diferenças, de consciência e de trabalho coletivo seja realizada.
Dando continuidade à entrevista a estagiaria perguntou sobre a participação da diretora na elaboração, no desenvolvimento e na avaliação do Projeto Político Pedagógico da Escola. A mesma respondeu que O projeto politico pedagógico é algo construído em conjunto, onde todos colaboram dando sua contribuição e o mais importante ouvindo todos os envolvidos. “No que desrespeito a gestão me coloco apresentando os dados estatísticos e gerenciando a viabilização dos recursos para que o plano de ação seja cumprido”.
A busca da gestão democrática inclui, necessariamente, a ampla participação dos representantes dos diferentes segmentos da escola nas decisões/ações administrativo-pedagógicas ali desenvolvidas. Nas palavras de Marques:
A participação ampla assegura a transparência das decisões, fortalece as pressões para que sejam legítimas, garante o controle sobre os acordos estabelecidos e, sobretudo, contribui para que sejam contempladas questões que de outra forma não entrariam em cogitação.( MARQUES, 1990, p.21)
Neste sentido, fica claro entender que a gestão democrática, no interior da escola, não é um princípio fácil de ser consolidado, pois se trata da participação crítica na construção do projeto político-pedagógico e na sua gestão.
 	Em sequência foi questionado a respeito do estilo de liderança que a gestora acredita ser adequado para a sua atuação nesta instituição escolar: autocrática ou democrática? De forma espontânea ela explicou que acredita que a gestão democrática é sem dúvida a melhor a ser exercida, onde precisa ter ao seu lado pessoas comprometidas e envolvidas com a instituição, assim juntos realizará um trabalho de parceria.
	Com diz Libâneo (2001), “a participação é fundamental por garantir a gestão democrática da escola”, pois é assim que todos os envolvidos no processo educacional da instituição estarão presentes, tanto nas decisões e construções de propostas (planos, programas, projetos, ações, eventos) como no processo de implementação, acompanhamento e avaliação.
Tendo como foco o papel do gestor foi solicitado que a diretora enumerasse os pontos mais fortes e os que ainda precisam melhorar no que se refere às três esferas: administrativa, financeira e pedagógica. Ela destacou primeiramente os Pontos fortes: Fiscalização e cumprimento de prazos para documentação; Responsabilidade e clareza em gerir os recursos e parceria com coordenação para chegar a um resultado significativo, em seguida os pontos a serem melhorados: Formação para funcionários do administrativo; Recurso que atendam a demanda do porte que se tem e espaço para melhor desenvolver a parte pedagógica.
A autora (LÜCK, 2002, p.18-19) acredita que algumas ações especiais deverão ser buscadas para a mudança das relações amplas vigentes na escola, na tentativa de se criar um ambiente estimulador de participações da comunidade escolar, tanto interna como externa. Essas ações são: Criar uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperativismo; Promover um clima de confiança; Valorizar as capacidades e aptidões dos participantes; Associar esforços, quebrar arestas, eliminar divisões e integrar esforços; Estabelecer demanda de trabalho centrada nas ideias e não em pessoas; e Desenvolver a prática de assumir responsabilidades em conjunto. 
Então, quem seria o responsável por essa palavra e ação de ordem na comunidade escolar? É recomendável que essa liderança seja exercida pelo diretor da escola.
Ao questionar a diretora sobre “ a contribuição da mesma para o trabalho do Coordenador Pedagógico, foi esclarecido que a contribuição com a coordenação é sem dúvida um abraço no que diz respeito a apoio, tenho sorte em ter coordenadoras sonhadoras, mas realistas e comprometidas, sei que nada é mirabolante então tudo que fazemos é de comum acordo.”
De acordo com Placco:
Urge também que o (a) coordenador (a) pedagógico educacional comprometa os educadores da escola- professores e funcionários- nos processos de análise e diagnóstico da realidade escolar, assim como no planejamento e na proposição de projetos para atender ás necessidades diagnosticadas e aos objetivos da escola, de modo que o objetivo político-pedagógico proponha ações de importância em torno das quais todos se empenhem..." (PLACCO, 2003, p.52).
Como foi citado anteriormente, o coordenador precisa ter um bom relacionamento com sua equipe, e ao mesmo tempo fazer com que todos o ajudem a colocar em prática suas ideias, projetos e propostas, observando, estimulando e capacitando todos os educadores da instituição.
Aproveitando o assunto também foi perguntado sobre a contribuição das Coordenadoras Pedagógicas para o trabalho da direção. Segundo a gestora, as coordenadoras da unidade escolar sabem a colocação de cada professor ou aluno, elas estão sempre a frente e sempre que solicitadas estão prontas para fazer suas intervenções, “confio totalmente no trabalho delas e me ausento para formações, reuniões ou trabalho ligado a escola mas fora da escola sem medo, pois sei que estou muito bem representada.”
Logo após foi solicitado que a entrevistada relatasse, Que expectativas você acha que pais e alunos têm quanto ao trabalho do (a) diretor (a)? “Temos hoje de modo geral pais cobradores e precisamos apresentar fatos e dados sempre que solicitado, acredito que os pais confiam em meu trabalho e para aqueles que ainda não estão seguros estou aberta para conversar e esclarecimentos. Meu trabalho é futurista penso que a sementinha plantada hoje nos alunos ira refletir na sociedade amanhã, assim como o acompanhamento familiar.”
Quanto maior for à parceria entre escola e família, maispositivos e significativos serão os resultados da aprendizagem da criança. A participação dos pais na educação dos filhos deve ser constante e consciente, de acordo com Parolin (2007, p. 36): “A qualidade do relacionamento que a família e a escola construírem será determinante para o bom andamento do processo de aprender e de ensinar do estudante e o seu bem viver em ambas as intuições”.
Ao questioná-la sobre os problemas que o (a) diretor (a) enfrenta na escola no dia a dia e de quem recebe ajuda para resolvê-los? Ela abordou que o maior problema é sem dúvida a indisciplina dos educando e junto a isso a falta de acompanhamento da família. A ajuda vem da secretaria de Ação Social, conselho tutelar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96) em seu artigo 12º abrange os deveres da família como uma das responsáveis pelo desenvolvimento educacional da criança, bem como a escola em criar processos de articulação com a família, além de mantê-la informada sobre sua proposta pedagógica e outras informações como frequência e rendimento do aluno. Mas também destaca alguns princípios necessários no processo educacional da criança: 
 
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (LDB, 1998, p.13) 
 
Desta forma, verifica-se que a educação pode ocorrer, tanto no lar como em outras instituições formais, como na escola e no trabalho. Além de esta ser uma obrigação tanto do Estado como também da família. Hoje, graças à legislação, as resistências estão sendo combatidas para que a família e escola venham a se unir nas decisões administrativas e pedagógicas, o que acaba favorecendo e facilitando a educação dos estudantes, principalmente daqueles que desafiam os docentes, exigindo deles maior dedicação e capacidade de confronto e resolução de conflitos. 
Para finalizar foi questionada sobre como ela avalia o relacionamento interpessoal dos membros desta equipe escolar? Em sua visão é excelente, pois, não deixa nada pairando, quando algo estiver errado procuramos o foco e tentamos resolver a situação.
Segundo Fritzen: “As relações interpessoais constituem a medula da vida. Elas formam e entretêm a nossa identidade pessoal. Em certo sentido, nós nos tornamos e ficamos aquilo que somos graças à atenção que nos é dispensada pelos outros”. (FRITZEN,1987, p. 73)
Quando o professor admira seu colega de trabalho, valorizando as atitudes tomadas por ele que demonstram o seu desenvolvimento e progresso, a barreira que existe nas relações interpessoais se quebra e a inferioridade, que em alguns casos ocorre no íntimo do individuo, deixa de existir. 
Dando continuidade as entrevistas, tendo como a segunda entrevistada a coordenadora do ensino fundamental I anos iniciais, Elisângela Matos do Santos, formada em Pedagogia foi obtido maiores informações a respeito do papel do coordenador.
Para iniciar foi perguntado para coordenadora: O que significa para você ser Coordenador Pedagógico? Ela abordou que é ser a peça fundamental no espaço escolar é buscar integrar todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem, desenvolvendo relações interpessoais saudáveis valorizando a formação do professor em sua totalidade, contribuindo para efetivação de uma educação de qualidade.
Sabe-se que o trabalho do coordenador pedagógico é complexo no ambiente escolar, e “mais do que resolver problemas de emergência e explicar as dificuldades de relacionamento ou aprendizagem dos alunos, seu papel é ajudar na formação dos professores” (AUGUSTO, 2006, p.1).
 	A seguir a questão foi a seguinte: Que contribuição à atuação do Coordenador Pedagógico tem para a educação do país? A mesma respondeu com firmeza que o coordenador Pedagógico é alma da escola, suas contribuições auxiliam diretamente no resultado em sala de aula é ele que reflete as melhores ações que possam colaborar a eficácia no processo ensino aprendizagem, ele nada mais é do que eu mediador entre professor- aluno.
Além de trabalhar em equipe, o coordenador pedagógico necessita ter parcerias, diálogo e comunicação dentro da escola, porém é essencial a participação e a colaboração de todos. Para Vasconcellos (2006, p. 100) “o diálogo deve ser franco, chegando a discutir abertamente” sobre seu trabalho escolar. Ele precisa também aceitar novas opiniões e avaliar sua prática e seu contexto.
Em sequência foi solicitado que a coordenadora citasse as diferenças e semelhanças entre a função de Coordenador Pedagógico e de professor? A coordenadora apresentou suas ideias relatando que: O coordenador Pedagógico é um professor, com atribuições um pouco diferente das que tem os professores em sala de aula. O coordenador Pedagógico é o orientador e o supervisor, é responsável pelas discursões pedagógicas ocorridas no âmbito escolar, inclusive pela elaboração da proposta curricular, pelo encaminhamento das alterações no Projeto Politico Pedagógico escolar. O professor ele é um mediador com os educandos nos espaços escolar. 
 Sabe-se que o trabalho do coordenador pedagógico é complexo no ambiente escolar, e “mais do que resolver problemas de emergência e explicar as dificuldades de relacionamento ou aprendizagem dos alunos, seu papel é ajudar na formação dos professores” (AUGUSTO, 2006, p.1).
Nessa perspectiva Vasconcelos revela que, 
Quem pratica quem gere a prática pedagógica de sala de aula é o professor, a coordenação, para ajudá-lo, deve estabelecer uma dinâmica de interação que facilite ao avanço: Acolher o professor em sua realidade, em suas angústias; dar “colo”: reconhecimento das necessidades e dificuldades. A atitude de acolhimento é fundamental também como uma aprendizagem do professor em relação ao trabalho que deve fazer com os alunos; Fazer a crítica dos acontecimentos, ajudando a compreender a própria participação do professor no problema, a perceber as suas contradições (e não acobertá-las); Trabalhar em cima de idéia de processo de transformação; Buscar caminhos alternativos, fornecer materiais, provocar para o avanço; Acompanhar a caminhada no seu conjunto, nas suas várias dimensões. (VASCONCELLOS, 2006, p. 89). 
Logo em seguida a questão foi: Em sua opinião, a função de Coordenador Pedagógico pode ser desenvolvida por qualquer pessoa que já deu aula? Imediatamente a coordenadora disse não, pois, o fato de ter ministrado aulas contribui para identificar os principais problemas enfrentados em sala de aula, mas a formação é primordial, pois era qualifica-lo como profissional e permite uma base de conhecimento mais ampla.
Compreende-se que o coordenador pedagógico além de fazer parte da gestão da escola deve desenvolver mecanismos que busque a participação de todos os professores e comunidade escolar. Além do mais, vejo que,
“A experiência não é nem formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar a produção do saber e a formação” com esse pensamento ainda é necessário destacar que o trabalho deve acontecer com a colaboração de todos, assim o coordenador deve estar preparado para mudanças e sempre pronto a motivar sua equipe. Dentro das diversas atribuições está o ato de acompanhar o trabalho docente, sendo responsável pelo elo de ligação entre os envolvidos na comunidade educacional. A questão do relacionamento entre o coordenador e o professor é um fator crucial para uma gestão democrática, para que isso aconteça com estratégias bem formuladas o coordenador não pode perder seu foco (NOGUEIRA, 2008, p.1).
Para tanto, a atuação do coordenador pedagógico como vemos, é ampla, pois se envolve com diversas questões, currículo, construção do conhecimento, aprendizagem, relações interpessoais, ética, disciplina, avaliação da aprendizagem, relacionamento com a comunidade, recursos didáticos entre outros assuntos.
Ao ser questionada sobre o que ela julga ser fundamental para um profissional ocupar essa função? Ela diz acreditarque a educação é o primeiro passo para transformar pessoas em cidadãos, valorizar cada profissional como ser humano, ou seja perceber que o professor é peça fundamental para que haja educação significativa.
Segundo Placco (2002), se recuarmos alguns anos atrás perceberemos que o trabalho desenvolvido hoje pelo coordenador pedagógico era exercício por mais de um profissional com terminologias diferentes no ambiente escolar. Antes havia dois profissionais no interior da escola, o orientador educacional e o supervisor escolar, sendo que o primeiro era responsável para cuidar dos alunos e último cuidava dos professores, acontecendo assim, uma divisão de papéis dentro de um mesmo ambiente educativo. Vale abordar, em muitas escolas acontece essa divisão de tarefas. Diante desse quadro, Placco faz alguns questionamentos que são essenciais para os pedagogos refletirem,
Como eram o ambiente e o trabalho da escola? Também fragmentados, também compartimentados, também com definições a priori do que é possível, necessário e desejável? Quem teria ou poderia ter a visão de conjunto da escola? Ou a visão das ações educacionais e pedagógicas que possibilitariam a formação daquele aluno, que deveria ser visto por inteiro?(2002, p. 96).
Infelizmente acontece a fragmentação do trabalho pedagógico nas escolas, sabemos que em muitas há dois profissionais trabalhando nesta função devido à demanda de alunos e professores, no entanto, percebe-se que ainda está enraizada a divisão de papéis nas práticas escalares. A maior preocupação é que não há um fortalecimento do trabalho, caso assim seja desenvolvido, deixando de lado a democratização do ensino.
Para finalizar a questão foi sobre a existência da formação continuada para professores, desenvolvida na escola? Quem se responsabiliza? Com qual frequência? Quais os resultados da formação no cotidiano dos professores? Ela relatou que a formação continuada é uma proposta que foi inserida ao PPP da escola com data de execução a partir de 2014, mas ainda não é feita na escola. A proposta é definir quais as principais inquietações da sala de aula e buscar parcerias para desenvolver as formações. Ela devera acontecer uma vez por mês e terá o intuito de contribuir com o professor.
A partir dessas reflexões, entramos em um ponto fundamental para o fortalecimento da educação, como está a formação dos profissionais da educação? E formação do coordenador pedagógico? Nota-se:
 A ausência, nos cursos de formação de professores, em todo o Brasil, de um direcionamento sistemático dessa formação para os aspectos éticos, psicológicos, sociais: não só o compromisso com a educação, a motivação e o interesse dos professores (ou futuros professores) não são postos em discussão, como também não o são a compreensão e a preparação para lidar com o outro, com conflitos e reações individuais e grupais, seja em sala de aula, seja com colegas e outros educadores da escola (sem falar nos pais dos alunos) [...] (PLACCO, 2002, p.98).
Isso nos conduz a pensar que os futuros coordenadores têm muitas dificuldades, principalmente em como lidar com conflitos com os outros, com colegas, pais e alunos, a coisa se complica ainda mais nos dias de hoje, onde os alunos não têm limite; como lidar com essa nova geração? (os quais têm respostas para tudo). Além do mais, não participam ativamente da escola, nem alunos, nem pais de alunos.
 APRECIAÇÃO CRÍTICA DO ESTÁGIO E DA FORMAÇÃO CONTINUADA
O Estágio Supervisionado III: Gestão e Coordenação em Espaços Escolares possibilita ao discente a participação em situações reais de ensino e aprendizagem visando o desenvolvimento de habilidades e competências pautadas no exercício do pensamento reflexivo e criativo, além de oportunizar ao estagiário o contato com a realidade educacional e com a organização e funcionamento de instituições escolares, Proporcionando ao acadêmico a consolidação dos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso, mediante a vivência da prática de ensino-aprendizagem em instituições de ensino. Conforme diz Kulcsar:
[...] o Estágio não pode ser encarado como uma tarefa burocrática a ser cumprida formalmente [...] Deve, sim, assumir a sua função prática, revisada numa dimensão mais dinâmica, profissional, produtora, de troca de serviços e de possibilidades de abertura para mudanças(KULCSAR, 1994, p. 65).
Porém entende-se que o estágio de observação oportuniza ao estudante uma reflexão teórica sobre a prática vivenciada, percebendo que a docência e a gestão têm como caminho de integração as dimensões da gestão democrática dos processos de ensino e de aprendizagem. Por isso, destacamos que este se constitui em um importante espaço para a formação de pedagogas, o que nos motiva compartilhar a experiência do Estágio Supervisionado. 
Sendo a observação uma técnica de coleta de dados que possibilita ao pesquisador aproximar-se da realidade pesquisada, não apenas para ver e ouvir, mas também examinar os fatos que deseja estudar, ela pode ser considerada como a forma mais adequada de apreensão dos fenômenos de estudo e análise no estágio supervisionado.
O plano de ação foi elaborado antes do acadêmico ir a campo, pois o mesmo é um plano do trabalho que se pretende realizar e nele procuramos responder a uma série de perguntas, tais como: o que iremos fazer, como, quando, onde, dentre outras perguntas. São as respostas a perguntas como essas que constituem os “ingredientes” básicos de um projeto. 
Portanto o plano de ação dar-se inicio a partir de uma necessidade, tendo que analisar o global, para então, delimitar o tema e estabelecer as estratégias que envolvam a resolução de problemas, numa perspectiva de contribuição para a aprendizagem dos educandos e efetivação da prática docente. 
Neste sentido Demo esclarece que:
“a pesquisa metodológica é um dos horizontes estratégicos da pesquisa como tal, que não se restringe a decorar estatística com seus testes áridos, mas alcança a capacidade de discutir criativamente caminhos alternativos para a ciência e mesmo cria-los”.(DEMO, 2003, p.22)
 A elaboração do plano de ação se deu com o intuito de investigar as práticas de planejamento na escola estagiada e como esta irá contribuir na melhoria do ensino. O tema deve ser do seu interesse, proporcionando-lhe uma experiência gratificante, além disso é claro de contribuir para o avanço do acadêmico. Segundo Piconez:
[...] a prática da reflexão sobre a prática, no curso de Pedagogia, tem favorecido as discussões sobre o processo pedagógico, suas multifaces e suas questões necessárias [...] indaga a respeito de quem toma as decisões sobre o rumo do processo pedagógico e quais os interesses dos que participam dessas decisões. (...) Todos têm voz e vez para interferir na direção que o projeto do curso vai assumindo”.(PICONEZ,1994,p. 28-29).
Entende-se que a escola é um local de interação social, onde se desenvolvem atividades coletivas. A dinâmica da instituição escolar, em especial os processos de gestão, é um rico espaço para a realização de observações com a finalidade de sistematização e elaboração de conhecimento. A observação refere-se, segundo Serva e Jaime Jr. (1995),
 
“A uma situação de pesquisa em que observador e observado encontram-se em uma relação face a face, e o processo de coleta de dados se dá no próprio ambiente natural de vida do observado, que passa a ver isto não mais como um objeto de pesquisa, mas como sujeito que interage em um dado projeto de estudo”.(SERVA E JAIME, 1995).
O estágio supervisionado deve instrumentalizar o estudante do curso de pedagogia para sua futura ação pedagógica, seja como docente, seja como gestor, contribuindo para um maior entendimento de sua profissão. Portanto, a atividade de estágio deve concretizar essa intencionalidade, para tanto, a prática de observação da gestão escolar necessita de planejamento e compreensão de sua proposta.
O estágio de observação teve inicio no dia 07/04/14 onde a estagiária entregou a carta de apresentação à diretora da escola, e a mesma arecebeu com satisfação acolhendo-a e fornecendo dados necessários para a estagiária conhecer a estrutura da instituição e entender como se dar o desenvolvimento das atividades na escola estagiada.
Sendo o estágio, de acordo com Pimenta e Lima (2004), “uma fase de aproximação e intervenção na realidade, a observação da gestão escolar servirá para o estagiário sentir de perto a estrutura, a organização e o funcionamento da unidade escolar; observando atentamente, por meio das ações da equipe gestora, seus hábitos, sua cultura e sua rotina”.
A observação de um processo tão dinâmico e envolvente como a gestão escolar impede que o observador assuma uma posição de distanciamento, pois a compreensão dos elementos que compõem a gestão nas instituições de ensino exige que o pesquisador se insira no grupo. Apenas é possível realizar a observação da gestão escolar se o pesquisador inserir-se na gestão escolar.
No dia 08/04/14 foi feita a análise do projeto politico pedagógico na busca por informações a respeito dos recursos humanos, pessoal técnico, pedagógico, administrativo; apoio e formação dos professores. A partir desta analise também se fez necessário observar se as informações registradas no PPP eram condizentes com a realidade.
Já que ao analisar as escolas como integrantes de um contexto social as estagiárias passam a compreender como e porque certas decisões tomadas pela equipe gestora expressam relações de poder, Para Pimenta e Lima:
O estudo realizado na passagem dos estagiários pelas instituições, departamentos e secretarias representantes do sistema de ensino constituirá um transitar entre o escrito e o vivido e terá por objetivo a busca de compreensão das influencias desses organismos no trabalho cotidiano nas escolas (PIMENTA; LIMA, 2004, p. 167)
Diante das afirmações dos autores, este tipo de estágio requer a articulação da prática pedagógica com a dinâmica que envolve a gestão escolar. Por isso, o estudo do planejamento constitui uma das atividades do estágio realizado na gestão e organização do trabalho educativo.
No terceiro dia 09/04/14 foi observado e registrado dados estatísticos da escola, PPP, interação da escola com a comunidade. É sabido que a escola necessita acordar para isso e lutar por sua própria autonomia. A esse respeito, Gadotti afirma o seguinte: 
“Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente” (GADOTTI, 2001, p. 37).
Por esse motivo o P.P.P. preocupa-se em propor uma forma de organizar o trabalho pedagógico visando uma superação dos conflitos, buscando rechaçar as relações competitivas, corporativas e autoritárias. Na tentativa, de acabar com a rotina do mundo interno da instituição. A maior obrigação da escola é educar e, por falar em educação, sabemos que ela é um dos fatores responsáveis pela transformação e evolução da sociedade. Portanto, precisa dar a sua contribuição.
No quarto dia 10/04/14 ocorreu o planejamento que acontece quinzenalmente entre educadores do 4º ano e 5º ano, pois aos educadores do 1º ano ao 3º ano realizam seus planejamentos em grupos relacionados ao ano/serie em um outro local, pois os mesmo participam de um programa denominado Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa que é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental.
No Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, quatro princípios centrais serão considerados ao longo do desenvolvimento do trabalho pedagógico:
1. O Sistema de Escrita Alfabética é complexo e exige um ensino sistemático e problematizador;
2. O desenvolvimento das capacidades de leitura e de produção de textos ocorre durante todo o processo de escolarização, mas deve ser iniciado logo no início da Educação Básica, garantindo acesso precoce a gêneros discursivos de circulação social e a situações de interação em que as crianças se reconheçam como protagonistas de suas próprias histórias;
3. Conhecimentos oriundos das diferentes áreas podem e devem ser apropriados pelas crianças, de modo que elas possam ouvir, falar, ler, escrever sobre temas diversos e agir na sociedade;
4. a ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas nos processos de ensino e de aprendizagem.
Dentro dessa visão, a alfabetização é, sem dúvida, uma das prioridades nacionais no contexto atual, pois o professor alfabetizador tem a função de auxiliar na formação para o bom exercício da cidadania. Para exercer sua função de forma plena é preciso ter clareza do que ensina e como ensina. Para isso, não basta ser um reprodutor de métodos que objetivem apenas o domínio de um código linguístico. É preciso ter clareza sobre qual concepção de alfabetização está subjacente à sua prática. Para Padilha:
Planejamento é o processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas. O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concentração de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações. (PADILHA, 2001, p. 30),
Qualquer que seja a instituição que trabalha com aspectos educacionais, é uma organização complexa, ou seja, atende alunos, funcionários, famílias e comunidade. O pedagogo precisa planejar que ações desenvolverá para trabalhar com todos esses elementos, trata-se de um processo de gestão. O planejamento possibilita uma organização na rotina de trabalho, trazendo inúmeras vantagens ao profissional na sua atuação.
	Então para finalizar o estágio de observação no dia 11/04/14 a estagiária realizou entrevista com a coordenadora e diretora da escola, abordando questões burocráticas; formação continuada; relação entre docentes, discentes e gestores; elaboração do PPP, papel da gestão e coordenação; problemas enfrentados pelo gestor na escola; relacionamento interpessoal dos membros da equipe escolar e principalmente o planejamento escolar. Para uma reflexão sobre gestão Libâneo, em seu livro O sistema de organização e de gestão da escola: teoria e prática, concebe a gestão como sendo: 
[...] o conjunto de todas as atividades de coordenação e de acompanhamento do trabalho das pessoas, envolvendo o cumprimento das atribuições de cada membro da equipe, a realização do trabalho em equipe, a manutenção do clima de trabalho, a avaliação de desempenho (LIBÂNEO, 2001, p. 349).
Como nos explica o autor, essa definição se aplica aos dirigentes escolares, mas é igualmente aplicável aos professores, seja em seu trabalho na sala de aula, seja quando são investidos de responsabilidades no âmbito da organização escolar.
Ao finalizar o estágio de observação ocorreu encontros entre acadêmicas e orientadora a fim de sistematizar e analisar informações coletadas para então dar-se inicio a elaboração do plano de ação, após estes momentos os grupos foram formado por temas como: Direção, Coordenação, PPP e Planejamento escolar,.
Conhecer a realidade possibilita adequar as ações ao contexto. “Toda intervenção que se proponha sobre uma situação deve estar baseada no conhecimento da mesma.” (LÜCK, 1991, p. 71). Ao conhecer e descrever a realidade é preciso pensar nos alunos, na escola e no clima educacional.
 Segundo Libâneo (1994), além de os objetivos direcionarem a ação, promovem a aprendizagem. Nesse momento, o professor transforma os tópicos das unidades em uma afirmação que expresse o resultado esperado, e que deve ser atingido por todos. Formular objetivos consiste emdescrever os conhecimentos a serem assimilados, as habilidades, os hábitos e atitudes a serem desenvolvidos. Esses devem ser redigidos com muita clareza, devem também ser realistas, isto é, expressar resultados que realmente possam ser alcançados.
Logo após foram apresentadas propostas ao grupo de estágio, retificação na proposta apresentada, construção do plano de intervenção e finalizou os trabalhos da disciplina com a formação continuada- Estágio Supervisionado III: Gestão e Coordenação em Espaços Escolares com o objetivo de disseminar conhecimentos relevantes acerca da gestão escolar, e contribuir com a qualificação do publico presente. 
Durante as apresentações foram abordados pontos essenciais para o bom desempenho de gestores e coordenadores, onde ambos devem adotar atitudes em que haja flexibilidade para promover mudanças, visão estratégica para analisar o futuro, e comprometimento para se engajar no proposito escolar. Há, de fato, uma separação entre o pensar e o fazer, a concepção e a execução, a teoria e a prática. As decisões sobre o que, como, para que e para quem fazer ficam vinculadas a um pequeno grupo, cuja função é pensar o que será executado pela maioria (MARTINS, 1989, p. 80).
Portanto conclui-se que a formação no curso de pedagogia já aponta para a participação do pedagogo nos processos de gestão, uma vez que prepara o egresso para as atividades de docência e também para as outras atividades inerentes ao trabalho pedagógico: planejamento, gestão e avaliação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término do Estágio, ficou a certeza da importância de unir a teoria e a prática. Esta experiência proporcionada pelo estágio amplia o significado da constituição de um profissional da área da educação, complementa a formação acadêmica e confere subsídios para uma atuação efetivamente democrática e transformadora. Diante de todo o contexto que permeia a nossa atuação profissional, esta vivência na escola mostrou-me a importância da formação continuada e do constante aprimoramento dos conhecimentos da área, das necessidades sociais, da investigação da própria prática e a busca de temas atuais.
Durante o período de estágio teve a oportunidade de observar a relação existente na práxis da Gestão Educacional, participando da realidade daquela instituição de ensino, percebendo sua dinâmica de funcionamento, o tipo de gestão que se procede quanto ao sistema organizacional da escola. Todo o processo permitiu sistematizar os conhecimentos adquiridos, além de aperfeiçoar os resultados deste processo de ensino aprendizagem.
O Estágio em Gestão Educacional contribuiu para compreender que a docência e a gestão se integram na dimensão da gestão democrática dos processos de ensino e de aprendizagem. Reafirmando a necessidade de o pedagogo gestor compreender a organização e funcionamento do sistema educacional, na dinâmica que envolve o chamado “regime de colaboração”, entre a União, os estados, os municípios e a instituição de ensino. 
Por fim, é possível destacar que as reflexões teóricas fortaleceram a compreensão das atividades práticas que nos fazem perceber a complexa rede de poder que envolve a democratização da educação. Entendemos que, para lutar em defesa de uma educação de qualidade, precisamos compreender as relações da qual a escola faz parte e entendê-la como constitutiva de um sistema mais amplo de interesses e lutas que abrange as diversas instâncias normativas, deliberativas e executivas.
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