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ABITEP – SAÚDE COLETIVA/SUS/LEGISLAÇÃO_ 
www.ConcursosDeOdontologia.com.br saudecoletiva@abitep.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE COLETIVA 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar 
Prof. Dr. Michael Arsenian 
 
 
 
ABITEP – SAÚDE COLETIVA/SUS/LEGISLAÇÃO_ 
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ABITEP – SAÚDE COLETIVA/SUS/LEGISLAÇÃO_ 
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3 
Odontologia em Saúde Coletiva 
 
 
Definições: 
 
Saúde 
 
“Estado de completo bem estar físico, mental e social do indivíduo e não apenas ausência de doença” 
OMS 
 
“Em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, 
meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. 
É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes 
desigualdades nos níveis de vida” 
8º CNS - Conferência Nacional de Saúde 
 
Saúde Pública 
 
“É a ciência e a arte de promover, proteger e recuperar a saúde, através de medidas de alcance coletivo e de motivação 
da população” 
 
“Atividade social destinada a promover e preservar a saúde da população” 
 
Como avaliar se um problema é de Saúde Pública: 
Critérios de Sinai 
 
- Constitui causa comum de morbidade ou mortalidade; 
- Existem métodos eficazes de prevenção e controle; 
- Tais métodos não estão sendo utilizados de modo adequado pela comunidade. 
 
 
Prioridades 
 
“Prioridade não significa exclusividade e sim ênfase, pressupondo que o grupo ou dano que ficou em posição 
secundária vá ser contemplado com um menor volume de recursos ou de tempo e não ser esquecido.” 
Vitor Gomes Pinto 
 
 
Principais critérios para estabelecer prioridades em odontologia 
 
1º número de pessoas atingidas 
2º seriedade do dano causado 
3º possibilidade de ação eficiente 
4º custo per capita 
5º grau de interesse da comunidade 
 
 
- Classicamente os principais problemas, segundo o dano, em odontologia são: 
 
1º- cárie dentária; 
2º- doenças periodontais; 
3º- maloclusões; 
4º- câncer bucal; 
5º- fluorose; 
6º- lábio leporino e fendas palatinas. 
 
Contudo, esta seqüência pode ser modificada até mesmo de maneira radical ao serem consideradas outras faixas 
etárias ou agrupamentos humanos que tenham características distintas - Conhecimento da realidade na comunidade. 
 
Cárie 
 
Cárie (sinal) 
Doença multifatorial (transmissível) caracterizada por desmineralização das estruturas dentárias 
 
 
 
 
 
 
 
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Etiologia da Cárie 
Fatores primários, determinantes, causadores 
 
- Dente (hospedeiro) suscetível 
- Dieta cariogênica 
- Bactérias específicas 
- Tempo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores Secundários,Modificadores, Mascaradores 
 
nível sócio econômico 
comportamento 
atitudes 
hábitos 
cultura 
 
Microbiota específica 
 
Fase inicial 
streptococcus mutans 
Streptococcus sobrinus 
 
Fase avançada 
Lactobacillus 
 
 
Esmalte dental 
 
Composição: 
–inorgânica: 96% sais de cálcio e fósforo 
apatita Ca10(PO4)6 
hidroxiapatita Ca10(PO4)6(OH)2 
 
–orgânica: 4%, e desta, 90% é representada por água, assim a fração proteica é representada por 0,4%. 
 
História Natural 
 
É o desenvolvimento de uma doença sem que haja interferência externa, no sentido de coibí-la. 
 
História Natural da Cárie: 
Ácidos bacterianos = queda do pH = dissolução dos minerais = Desmineralização sub-superficial 
 
Mancha Branca 
Cavidade em esmalte 
Cavidade em dentina 
Contaminação pulpar 
Grande perda estrutural, envolvimento do periodonto 
Perda do elemento 
 
 
 
 
 
 
1962
KEYES
NEWBRUN
1988MICRORGANISMOSMICRORGANISMOS
HOSPEDEIRO
E
DENTES
HOSPEDEIRO
E
DENTES
SUBSTRATO
- DIETA -
SUBSTRATO
- DIETA -
CÁRIECÁRIE
TEMPOTEMPO
 
ABITEP – SAÚDE COLETIVA/SUS/LEGISLAÇÃO_ 
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5 
Prevenção 
 
Interpor barreiras na história natural da doença 
 
Níveis de Prevenção (N.P.) 
Leavell e Clark 
 
1º Promoção da Saúde 
 
2º Proteção Específica 
 
3º Diagnóstico Precoce e 
 Tratamento Imediato 
 
4º Limitação do Dano 
 
5º Reabilitação 
 
 
Níveis de Aplicação (N.A.) de métodos preventivos 
Mário Chaves 
 
1º Ação Governamental Ampla 
 
2º Ação Governamental Restrita 
 
3º Relação Paciente-Profissional 
 
4º Relação Paciente-Pessoal Auxiliar 
 
5º Ação Individual 
 
 
Epidemiologia 
 
Antigamente, a epidemiologia era direcionada ao estudos das epidemias de doenças transmissíveis. 
Hoje, a epidemiologia procura estudar praticamente todos os eventos relacionados com a saúde das populações. 
 
Etimologicamente, epidemiologia significa: 
Estudo (=logos) sobre (=epi) população(=demos) 
 
A epidemiologia estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os 
fatores determinantes de doenças, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva propondo, de um lado, 
medidas específicas de prevenção, de controle e erradicação de doenças e, de outro, fornecendo indicadores que 
sirvam de suporte ao planejamento, à administração e à avaliação das ações de saúde. 
 
 
Epidemia: Surgimento de uma doença infecciosa ou distúrbio que ataca muitas pessoas ao mesmo tempo e na “mesma 
área geográfica”. 
Dicionário Médico enciclopédico Taber - 17ºed. 
 
Epidemia: É a manifestação, em uma coletividade ou região, de um grupo de casos de alguma enfermidade que excede 
claramente a incidência prevista. O número de casos que indica a existência de uma epidemia varia com o agente 
infeccioso, o tamanho e as características da população exposta, sua experiência prévia ou falta de exposição à 
enfermidade e o local e a época do ano em que ocorre. 
Saúde e Cidadania – Glossário 
 
Endemia: É a presença contínua de uma enfermidade ou de um agente infeccioso dentro de uma zona geográfica 
determinada; pode também expressar a prevalência usual de uma doença particular numa zona geográfica. 
Saúde e Cidadania – Glossário 
 
Endêmico: Doença que ocorre continuamente em determinada população, mas com baixa taxa de mortalidade, como o 
Sarampo. 
Dicionário Médico enciclopédico Taber - 17ºed. 
 
A própria etimologia da palavra endemia denota este atributo. Endemos, em grego clássico, significa "originário de um 
país, indígena", "referente a um país", "encontrado entre os habitantes de um mesmo país". 
Dicionário etimológico e circunstanciado de biologia, de J. L. Soares: "doença habitualmente comum entre pessoas de 
uma região, cuja incidência se prende à ocorrência de determinados fatores locais". 
 
 
 
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Pandemia: Epidemia que afeta a principal parte da população de uma região. 
Dicionário Médico enciclopédico Taber - 17ºed. 
 
Pandemia: Epidemia de uma doença que afeta pessoas em muitos países e continentes. 
Saúde e Cidadania - Glossário 
 
O conceito moderno de pandemiaé o de uma epidemia de grandes proporções, que se espalha a vários países e a 
mais de um continente. Exemplo tantas vezes citado é o da chamada "gripe espanhola", que se seguiu à la. Guerra 
Mundial, nos anos de 1918-1919, e que causou a morte de cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo. 
 
 
Surto: Aumento súbito na incidência de uma doença ou distúrbio, numa área específica. 
Dicionário Médico enciclopédico Taber - 17ºed. 
 
Surto epidêmico: Ocorrência de dois ou mais casos epidemiologicamente relacionados. 
Saúde e Cidadania – Glossário 
 
 
Tipos de estudos epidemiológicos 
 
Descritivos 
 
A investigação é do tipo descritiva quando é planejada para colher dados sem o propósito de estabelecer alguma 
relação entre eles ou responder a uma determinada questão. 
Entre os estudos descritivos destaca-se os Levantamentos Epidemiológicos, nesses estudos os dados são colhidos em 
um determinado momento. 
 
Analíticos 
 
Estudos analíticos podem ser produzidos a partir de vários estudos descritivos realizados sob as mesmas condições 
durante um determinado intervalo de tempo. A comparação de levantamentos epidemiológicos de cárie pode ser um 
estudo descritivo, mas pode ser também analítico no qual pode se verificada a influência de certas variáveis no 
fenômeno, alimentação, fluoretação, etc... 
 
 
Epidemiologia em Saúde Bucal 
 
• Início da década de 30 a odontologia começa a entrar no campo científico; 
• Criação do índice CPO; 
• Correlação entre teor de flúor na água e os valores de prevalência de cárie e de fluorose dentária; 
• A fluorose dentária, antes da cárie dentária, foi o primeiro problema de saúde bucal a ser coletivamente controlado por 
meio de medidas sanitárias. 
• Estudos Açúcar-Cárie; 
• A maioria dos trabalhos de epidemiologia em saúde bucal refere-se a estudos de prevalência. A doença mais 
estudada até hoje é a cárie dentária. 
• Mais recentemente, o interesse tem-se deslocado para o estudo de outras enfermidades como as doenças 
periodontais, a má-oclusão, o câncer bucal e a fluorose. 
• As doenças bucais variam de região para região e, em cada uma delas, às vezes, pode ser observada diferenças 
intra-regionais significativas. 
 
 
Fatores Epidemiológicos 
 
• Idade 
• Sexo 
• Cor da pele / Etnia 
• Acesso à informação/educação 
• Nível sócio econômico 
• Área geográfica 
 
Epidemiologia da Cárie 
Idade 
 
Períodos de Exacerbação da Doença: 
• Dos 4 aos 8 anos. 
• Dos 11 aos 18 anos. 
• Dos 55 aos 65 anos. 
 
 
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Sexo 
 
• Existe maior prevalência de cárie no sexo feminino???. 
• Possíveis explicações: 
• Erupção mais cedo 
• Diferenças hormônais 
• No Brasil: diferenças estatísticas relacionadas ao acesso à informação 
Cor de pele / Etnia 
 
Povos tradicionalmente com baixos índices, quando expostos à uma dieta industrializada têm os índices elevados. 
Acesso à Informação / Educação 
 
• Relação acesso à informação com baixo índice de cárie. 
• Não depende do nível sócio econômico, pessoas de diferentes níveis expostos ao mesmo acesso à informação tem os 
mesmos índices da doença. 
 
Nível sócio econômico 
 
• Por sí só esse fator não exerce influência sobre a prevalência ou incidência de cárie. 
• Poderoso catalizador da inexistência de cuidados de saúde bucal e geral nas comunidades de baixa renda. 
Situação geográfica 
 
• Alemanha: 2º guerra 
• País / cultura / alimentação 
• Brasil: diferenças estatísticas relacionadas ao acesso à informação 
 
 
Índices de Cárie 
 
“Índice da saúde dental e das cáries com base no número de dentes ou superfícies dentais – índice CPO” 
Dicionário Médico Enciclopédico Taber 
 
Instrumento de medida para determinada doença, no caso a doença cárie. 
 
 
Tipos de Índice 
 
CPO (ou CPOD) 
Dentição permanente 
Unidade Dente 
Componentes : C P(E + Ei) O 
Klein & Palmer 1937 
 
CPOS 
Dentição permanente 
Unidade Superfície 
Componentes : C P(E + Ei) O 
Adaptação do CPOD 
 
ceo 
Dentição temporária 
Unidade dente 
Componentes : c ei o 
 
ceos 
Dentição temporária 
Unidade superfície 
Componentes : c ei o 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Índice CPO-D 
 
1. Conceituação 
- Número médio de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados, aos 12 anos de idade, em determinado 
espaço geográfico, no ano considerado. A cárie dental corresponde ao código K02 da CID-10. 
 
2. Interpretação 
- Estima a experiência presente e passada do ataque da cárie dental à dentição permanente. A idade de 12 
anos é adotada internacionalmente como parâmetro básico para uso do indicador. 
- Os valores do índice correspondem aos seguintes graus de severidade: muito baixo (0,0 a 1,1), baixo (1,2 
a 2,6), moderado (2,7 a 4,4), alto (4,5 a 6,5) e muito alto (6,6 e mais). 
- Valores elevados indicam más condições de saúde bucal da população, freqüentemente associadas a condições 
socioeconômicas desfavoráveis, a dificuldade de acesso aos serviços e a hábitos deletérios, como 
alto consumo de açúcares. Também pode indicar limitado acesso ao flúor. 
 
3. Usos 
- Analisar variações populacionais, geográficas e temporais na distribuição do índice CPO-D, identificando 
situações de desigualdade e tendências que demandem ações e estudos específicos. 
- Contribuir para a avaliação das ações de prevenção da cárie dental. 
- Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações voltadas à melhoria da saúde 
bucal. 
 
4. Limitações 
- Informa sobre o ataque da cárie, não retratando perdas significativas por doença periodontal, motivos 
protéticos e, ainda, razões ortodônticas. 
- Apresenta possibilidade de interpretações distintas dos estágios iniciais da cárie, por parte dos examinadores. 
Ocorre ainda subestimação do índice quando cáries de esmalte deixam de ser consideradas. 
- É obtido mediante exame restrito à coroa do dente, que não permite identificar as cáries radiculares. 
- Depende da realização de estudos amostrais de base populacional, que têm elevado custo financeiro e 
apresentam dificuldades de operacionalização. Usualmente, o inquérito abrange apenas a população escolarizada. 
 
5. Fonte 
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde (SAS): estudos amostrais realizados em colaboração com 
a Associação Brasileira de Odontologia, o Conselho Federal de Odontologia e as Secretarias Estaduais e Municipais 
de Saúde3, com base em metodologia recomendada pela Organização Mundial da Saúde. 
 
6. Método de cálculo 
 
 
7. Categorias sugeridas para análise 
- Unidade geográfica: 
Brasil, grandes regiões e municípios das capitais 
 
8. Dados estatísticos e comentários 
 
 
 
Fonte: Ministério da Saúde: 
Notas: 1. Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal: Brasil, zona urbana – 1986. A amostra 
refere-se a escolares de 16 capitais. 
2. Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal: Cárie Dental – 1996. A amostra refere-se 
a escolares das capitais dos estados e do Distrito Federal. 
3. Levantamento das Condições de Saúde Bucal da População Brasileira (SB Brasil) – 
2002/2003. A amostra refere-se a escolares de 250 municípios (50 por região). 
 
 
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Comparando os dados de 2003 com os de 1996, no qual foram examinados somente escolares das capitais brasileiras, 
observa-se uma ligeira queda do índice CPO nas crianças de 12 anos de idade, de 3,1 em 1996 para 2,8 em 2003. A 
meta da OMS estabelecida para o ano 2000para o índice CPO-D aos 12 anos foi de no máximo 3. Segundo esse 
critério, a prevalência de cárie nas crianças de 12 anos no Brasil é considerada moderada, tendo sido atingida a meta 
estabelecida para o ano 2000 em nível nacional. Ainda assim, a cárie nesta idade representa um grave problema de 
saúde pública, merecendo a atenção dos gerentes da área da saúde, uma vez que cerca de três quintos dos dentes 
atingidos pela doença se encontram sem tratamento. 
 
A análise dos resultados por região aponta grandes diferenças entre os índices observados nas regiões Norte, Nordeste 
e Centro-Oeste em relação aos índices das regiões Sul e Sudeste. Além dos maiores valores de ataque de cárie, as 
primeiras apresentaram também as maiores proporções de dentes cariados não tratados. 
 
Levantamentos ou Estudos Epidemiológicos 
 
- Fornecem um quadro com informações apuradas das condições de saúde bucal e das necessidades de tratamento de 
uma população e podem propiciar condições para controlar as mudanças nos níveis ou padrões da doença. 
- Pode-se aferir a média de cárie por pessoa na país e com isto avaliar a eficácia dos programas governamentais de 
prevenção em saúde bucal e planejar outras ações. 
 
Calibração: 
 
Para realização de um exame e para que os resultados sejam confiáveis, com frequencia, em levantamentos 
epidemiológicos são utilizados recursos para garantir a diminuição de erros e dúvidas que possam surgir no momento 
do exame. 
Os erros entre examinadores buscam diminuir as dúvidas entre 2 ou mais examinadores envolvidos com o 
Levantamento das doenças. 
O erro intra examinador visa diminuir o vício de diagnóstico e de conhecimento de um índice que por ventura um 
examinador possa ter. 
 
 
Fluorterapia 
 
Características do Flúor 
Flúor elemento mais eletronegativo 
Só encontrado na forma de compostos 
 
Fonte de obtenção: 
Solos, minerais, água e erupções vulcânicas 
 
Meios Naturais 
 
Alimentos e Água 
 
O limite ótimo para a ingestão diária de fluoreto – o nível que maximiza a proteção contra a cárie dentária, mas minimiza 
outros riscos – geralmente é considerado entre 0,05 e 0,07 mg por cada kg do peso do corpo. 
 
O consumo de alimentos e bebidas com grandes quantidades de fluoreto pode determinar uma dieta muito acima desse 
limite. A lista a seguir mostra alguns níveis típicos de fluoretos, medidos em parte por milhão (ppm), descobertos nos 
alimentos e bebidas testadas na Faculdade de Odontologia da University of Iowa. 
 
Exemplos: 
3,73 ppm Chá preto 
2,34 ppm Uva-passa 
2,02 ppm Vinho branco 
1,09 ppm Suco de maçã aromatizado 
0,91 ppm Café coado 
0,71 ppm Água de torneira (média nos Estados Unidos) 
0,61 ppm Caldo de galinha 
0,60 ppm Coca-cola diet (média nos Estados Unidos) 
0,48 ppm Cachorro-quente 
0,46 ppm Suco de grapefruit (toranja) 
0,45 ppm Cerveja 
0,45 ppm Batata-roxa assada 
0,35 ppm Queijo tipo cheddar 
0,33 ppm Farinha para tortillas 
0,32 ppm Creme de milho (alimento para crianças) 
0,23 ppm Sorvete de chocolate 
0,13 ppm Chá de camomila 
0,03 ppm Leite (2% de gordura) 
 
 
 
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10 
SISTÊMICO X TÓPICO 
 
A associação dos métodos irá depender do critério do 
Risco = chance de ter cárie 
 
SISTÊMICO 
 
INGERIDO ou inalado 
(meios naturais) 
INGERIDO 
(métodos) 
 
 
TÓPICO 
APLICADO SOBRE O DENTE 
 
 
 
METABOLISMO DO FLÚOR 
 
 
 
 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
 
 
Durante muitos anos, desde que se descobriu o efeito preventivo do flúor, acreditou-se que sua eficácia 
preventiva decorria da capacidade que o íon teria de formar fluorapatita ao invés de hidroxiapatita, no processo de 
formação dos prismas do esmalte dentário (Chaves, 1977). Disso decorria a aceitação de que, uma vez exposto ao flúor 
no período de formação dos dentes, o benefício preventivo seria perene para o indivíduo (Viegas 1989). Sabe-se 
presentemente que tal não ocorre. Apesar de formar uma certa quantidade de apatita fluoretada no processo de 
mineralização, o mecanismo pelo qual o flúor confere maior resistência ao esmalte dentário ocorre na superfície dessa 
estrutura, ao longo de toda a vida, através de sucessivos episódios de desmineralização e remineralização superficial, 
desencadeados pela queda de pH decorrentes da produção de ácidos a partir de carbo-hidratos. A presença contínua, 
ao longo de toda a vida do indivíduo, de pequenas quantidades de flúor no meio bucal é, portanto, indispensável para 
que o efeito preventivo se manifeste, com a formação de fluoreto de cálcio na etapa de remineralização (Cury, 1992). 
Admite-se que essa nova superfície, contendo flúor, é muito menos solúvel em ácidos que a superfície de esmalte 
original (Featherstone, 1999). Para Shellis & Duckworth (1994), o flúor disponível topicamente é absorvido pelo 
microorganismo e, no seu interior, interfere na atividade enzimática e no controle do pH intracelular, reduzindo a 
produção de ácidos. Newbrun (1989b) constatou que a fluoretação da água reduz de 20 a 40% a prevalência da cárie 
em adultos. A interrupção da fluoretação faz cessar o efeito preventivo. 
Narvai P.C. Cárie dentária e flúor: uma relação do século XX. Ciênc. saúde coletiva v.5 n.2 Rio de Janeiro, 2000. 
 
 
 
 
FLÚOR 
CAVIDADE 
 BUCAL 
ESTÔMAGO 
INTESTINO 
FEZES 
CORRENTE SANGÜÍNEA 
PULMÃO 
VIAS 
AÉREAS 
 SUP. 
DENTES 
OSSOS 
 
SUOR/SALIVA 
LÁGRIMA 
LEITE MATERNO RINS URINA 
 
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11 
Métodos Tópicos: 
 
• Flúor atuará diretamente sobre o dente 
• Flúor (F -) ligação química com Cálcio (Ca++) 
• formação de fluoreto de cálcio (CaF2) 
 “reservatório de flúor” 
• Incorporação de flúor pelo esmalte 
• Formação de cristais de apatita fluoretada 
 
 
Métodos Preventivos 
Flúor Sistêmico 
 
• FLUORETAÇÃO DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO 
• fluoretação escolar 
• fluoretação do sal 
• fluoretação do leite 
• fluoretação do açúcar 
• comprimidos / gotas 
• gomas de mascar 
 
 
Fluoretação da água de abastecimento público 
 
“Um dos mais importantes meios de saúde pública, sendo considerado o método de prevenção de cárie mais efetivo em 
termos de abrangência coletiva” 
 
Nível de prevenção de Leavell e Clark - 2º nível: proteção específica 
Nível de aplicação de Mário Chaves - 2º nível: ação governamental restrita 
 
Histórico 
 
1888 - Kuhns descreveu alterações morfológicas do esmalte 
(esmalte mosqueado). Durango, no México. 
 
1901 - Eager verificou em Nápoles, na Itália as mesmas características de dentes mosqueados em pessoas na região, 
geograficamente rica em vulcões. 
 
1911 - McKay em Colorado Springs, EUA, descreveu a presença de dentes mosqueados, em crianças da área urbana, 
fato que não ocorria nas que habitavam a zona rural. Em 1916, juntamente com Black eles relataram que as manchas 
estavam relacionadas com alguma substância encontrada na água de abastecimento e relacionadas com o período de 
formação dentária. 
 
1928 - Kempf e McKay realizaram estudo em crianças e jovens com idades de 5 a 18 anos após solicitação do Serviço 
Publico de Saúde e concluíram haver prevalência muito grande de esmalte mosqueado na região. 
 
1931 - Churchill, analisando quimicamente a água, encontrou concentrações de flúor na ordem de 13,7 ppm, 
relacionando esse elemento como agente etiológico das alterações no esmalte. 
 
Tal confirmação ocorreu 10 anos após a mudança de captação de água, portanto em 1938, quando Dean, McKay e 
Elvove, ao examinarem as crianças da cidade, costataram a diminuição da prevalência de manchas do esmalte. 
 
1942 - Estudos para buscar qualconcentração de flúor na água provocaria manchamento, ao mesmo tempo em que 
buscava descobrir concentrações capazes de uma ação preventiva na redução da cárie dentária. 
“Estudo das 21 cidades” 
 
1943 - Dean e Arnold chamaram as Manchas de Fluorose dentária. 
 
1945 - Estudos para descobrir níveis de fluoretação artificial das águas de abastecimento público, estudos em torno de 
1ppm. 
 
 
Concentração ideal de Flúor 
 
Dosagem ótima: 0,7 a 1,2 mg F-/litro ou partes por milhão de flúor (ppm) 
 
A quantidade de Flúor adicionada depende: 
 
• do nível de flúor natural das águas. 
 
• da temperatura média anual e umidade relativa do ar. 
 
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Fluoretação no Brasil 
 
1953 - Baixo Guandu, no Espirito Santo, experimentando desde esta data até 1967 uma redução de 65,4% de cárie 
dentária em crianças de 6 a 12 anos. 
 
1958 - Curitiba, primeira capital 
 
31 de outubro de 1985, teve inicio oficialmente a fluoretação na capital de São Paulo. 
 
 
Poder Preventivo 
 
- Redução de cárie em 50 % a 60 % após 10 anos utilizando o método 
 
Legislação Brasileira 
 
• Lei federal 6050, de 24 de maio de 1974 - Dispõe sobre a fluoretação da água em sistemas públicos de 
abastecimento, sendo devidamente regulamentada pelo decreto federal 76872 de 22/12/1975. 
 
• Portaria do Ministério da Saúde 635/Bsb, 26/12/1975, aprova e determina normas e padrões a serem seguidos para 
correta fluoretação das águas, concentração, médias de temperaturas anuais e compostos recomendados. 
 
• Portarias do Ministério da Saúde 3313 janeiro de 1998 e 1469 dezembro de 2000, estabelecem os procedimentos e 
responsabilidades relativas ao controle e à vigilância da qualidade da água para consumo humano. 
 
 
Requisitos para implantar o método 
 
• Sistema de tratamento de água. 
• Levantamento epidemiológico de cárie e fluorose. 
• Conhecer o teor natural de flúor na água. 
• Implantação de um sistema de vigilância sanitária. 
 
 
Produtos Recomendados 
 
• H2SiF6 Ácido Fluossilícico 
 
Subproduto da indústria fertilizante, baixo custo, forma líquida, dosificador simples e barato, manejo altamente facilitado 
do material. 
 
• NaSiF6 Fluossilicato de SódioPó, requer espaço para armazenamento, produz soluções corrosivas, requer cuidados 
no manuseio. 
• CaF2 Fluoreto de CálcioPó, aplicação juntamente com sulfato de alumínio, baixo custo, cuidados com poeira e 
respingos. 
• NaF Fluoreto de SódioPó ou cristal, manuseio requer pesagem, mistura e medição, custo alto. 
 
Vantagens 
 
• Baixo custo R$ 0,50 a R$ 2,00 per capita (US$0,51). 
• Eficiência comprovada. 
• Segurança. 
• Não exige esforço na cooperação dos indivíduos que dela se beneficiam. 
 
Desvantagens 
 
• Abrange apenas zonas com condições adequadas de saneamento 
• Desperdício. 
 
 
Água mineral 
 
Atenção!!! Lembrar: é um meio natural! Já tem certa quantidade de flúor na composição, não é adicionado flúor. 
Deve mostrar a quantidade de Flúor na embalagem (composição química). 
Variação na concentração de flúor. 
 
Fluoretação da água de escolas 
 
Medida para uso em locais sem fluoretação da água de abastecimento. 
Como o tempo de permanência da criança é menor a concentração de flúor é maior, merecendo cuidados. 
 
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Crianças começam a frequentar a escola e ingerir a água após 6 anos de idade. O melhor benefício é quando a água é 
consumida desde o nascimento. 
Proteção não contínua em períodos de férias e quando a criança deixa a escola. 
 
Fluoretação do Sal 
 
• Início em 1955 na Suíça. 
• Opção para forma sistêmica, para locais onde não foi implantado o sistema de fluoretação das águas. 
• Adição do flúor no sal em torno de US$ 0,03 (fluoreto de sódio) e US$ 0,01 (fluoreto de cálcio) per capita. 
• Semelhante ao flúor na água, apresenta efetividade na prevenção. 
• Permite livre escolha. 
• Principal dificuldade no controle da dosagem, variação regional do uso do sal, problemas de hipertensão. 
• É preciso conhecer se a população possui flúor natural na água. 
• Fluoreto de sódio é o mais utilizado, concentração de 250 ppm. 
• Ex: Colômbia, México, Espanha, Alemanha e França. 
 
Fluoretação do Sal: No Brasil 
 
• Ao final de 1990, houve uma tentativa, de adicionar flúor no Sal de cozinha das regiões, Norte, Nordeste e parte da 
Centro-Oeste (Portaria 1437 do Ministério da Saúde).• OMS reconhece o método como viável, prático, seguro e 
eficiente, porém, em termos nacionais, não ocorreu efetivamente um controle adequado do teor de flúor, somado à 
suspensão da água fluoretada em municípios onde aconteceu a tentativa de implantar esse novo sistema.•Em 1992, a 
Portaria Ministerial 851, revogou definitivamente a fluoretação de Sal no Brasil. 
 
• Lembrar que a iodatação do sal é obrigatória desde 1953, prevenção do bócio endêmico. 
 
Fluoretação do Leite 
 
• O flúor no leite é incompletamente ionizado, provocando efeitos pós-eruptivos inferiores ao método de fluoretação da 
água. 
• Direito individual da livre escolha. 
• Em alguns países como: Bulgária, China, Reino Unido, Chile, 5mg de flúor são adicionados para cada litro de leite, 
sendo que cada criança recebe 200 ml a cada dia letivo. 
• Redução do consumo de leite com o crescimento das crianças e diversidade de consumos entre diferentes pessoas. 
• Estudos ainda não consistentes, e existem outros métodos mais práticos e mais efetivos. 
 
Fluoretação do Açúcar 
 
• Pesquisas na Finlândia. 
• Indicado para grupos alto risco de cárie. 
• A partir de 1 ppm de flúor há redução do poder desmineralizante da sacarose. 
• Estimulo a utilização do açúcar, prejudicial para cárie. 
• Estudos da OMS considerando implicações de ordem econômica, política e de saúde geral, sugerem a realização de 
mais estudos . 
 
Comprimidos e gotas 
 
• Em documento sobre as “Recomendações sobre o uso de produtos fluoretados no âmbito do SUS/SP em função do 
risco de cárie”, encontramos que: 
 
 O uso pré-natal de medicamentos fluoretados (ex: complementos vitamínicos) não se justifica por não causar 
nenhum benefício. O uso pós-natal, mesmo em regiões sem água fluoretada, não é recomendado em saúde pública se 
a população infantil tem acesso a dentifrícios fluoretados. É uma tendência mundial a afirmação de que experiências em 
saúde pública com uso pós-natal de soluções e comprimidos diários não têm mostrado resultados positivos. Mesmo do 
ponto de vista individual, sua prescrição seria extremamente limitada. 
 
Gomas de mascar 
 
Flúor: O poder preventivo depende, além da concentração de flúor, da sua efetiva liberação durante a mastigação que 
deve ser lenta e metódica, do uso regular, ademais de estar condicionado à capacidade de compra e compreensão do 
cliente. Necessita cuidados !!! Atenção a super dosagem de flúor, quando já se utilizam outros métodos. 
 
Controle de cárie pode ser realizado em parte mediante a goma de mascar sem açúcar, ação de limpeza e melhora do 
fluxo salivar. 
Utilizar gomas de mascar sem sacarose, gomas com adoçantes não cariogênicos. Ex: xilitol, sorbitol 
 
• INDICAÇÃO COMO MEDICAÇÃO: 
Aumento do fluxo salivar 
alternativa para pacientes com alto risco de cárie. 
pacientes com xerostomia. 
níveis muito elevados de streptococcus mutans. 
 
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Flúor Tópico 
 
• Dentifrício 
• Bochecho 
• Verniz 
• ATFP gel 
 
 
Dentifrícios 
 
- 1988- foi adicionado flúor no Kolynos Super Branco (hoje-Sorriso). Aproximadamente 50% do mercado de venda. 
- 1989- foi fluoretado o Close-up. Aproximadamente 9% de venda. 
- Portaria nº22 de 20/12/1989 regulamenta incorporação de flúor nos dentifrícios (sem obrigatoriedade).“flúor solúvel ou 
ionizável; mínimo de 1000ppm e máximo 1500ppm. Mínimo de 600ppm após 1 ano e mínimo de 450ppm no restante da 
validade.” 
- Portaria SNVS nº71, de 29/05/1996 - que teve alguns anexos revogadas pela Resolução nº79, de 28/08/2000 “não há 
obrigatoriedade de os dentifrícios comercializados conterem flúor mas, se tiverem, devem obedecer às recomendações 
em relação ao tipo e características do composto de flúor.” 
 
Os dentifrícios também são utilizados nas ações coletivas como veículo para flúor tópico durante a escovação 
supervisionada. Esta atividade deve ser realizada no mínimo trimestralmente, em todas as pessoas, seja qual for o 
grupo de risco em que estejam incluídas. 
 
“Seu uso diário é um dos maiores responsáveis pela redução dos níveis de cárie dentária, devido à ação tópica do flúor 
na cavidade bucal.” 
 
 
Componentes (Composição Básica) 
 
• “auxilia a remoção da placa” 
• sabor agradável 
• máxima ação de limpeza com o mínimo de abrasão 
• benefício terapêutico 
 
• Abrasivo=20-50% 
• Umectante=20-40% 
• Água=20-35% 
• Ligante=1-2% 
• Detergente =1-3% 
• Flavolizante=1-2% 
• Conservante=0,05-0,5% 
• Preventivo/Terapêuticos=0,4-1% 
 
 
Componentes - Agentes terapêuticos: 
 
Anticárie 
Antiplaca (antisséptico) 
Antitártaro (quelantes) 
Antinflamatório 
Anti-sensibilidade dentinária 
Clareadores dentais 
 
 
Compostos: Flúor = Prevenção da Cárie 
 
 
MFP - monofluorfosfato de sódio (Na2FPO3) 
mais utilizado 
compatibilidade com abrasivo, carbonato de cálcio, 
menor custo e facilmente encontrado no Brasil. 
 
 
Fluoreto de sódio (NaF) 
não compatível com abrasivo à base de carbonato, 
é utilizado abrasivo pirofosfato ou sílica gel, maior custo. 
 
 
 
 
 
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Concentrações de Flúor 
 
Hoje estão disponíveis no mercado dentifrícios: 
 
sem Flúor 
com 500 ppm 
com 1100 ppm 
com 1500 ppm 
com 5000 ppm (com prescrição) 
 
 
Deglutição 
 
Crianças de 2 a 4 anos deglutem, em média, 50% do dentifrício utilizado na escovação. 
Para crianças de 5 a 7 anos, esse percentual é inferior a 25%. 
“Isto é um comprovado fator de risco para fluorose dentária.” 
 
Técnicas 
 
Técnica Transversal: 
Consiste em, com o tubo do dentifrício em posição perpendicular ao longo eixo da escova, dispensar no centro da ponta 
ativa do instrumento, uma quantidade de dentifrício correspondente a metade da sua largura da ponta ativa. 
( crianças 5..., adolescentes e adultos) 
 
Técnica da Tampa: 
Consiste em, com a bisnaga fechada, pressionar levemente o tubo de modo a que fique retida, na parte interna da 
tampa, uma pequena quantidade de pasta. Então abre-se o tubo e pressiona-se a ponta ativa da escova contra a parte 
interna da tampa. 
( primeiros anos até 4 anos) 
 
 
Poder Preventivo 
 
Redução do CPO-S : 20% à 35% 
( média: 25% de redução ) 
período em torno de 3 anos 
 
Níveis de Prevenção e Níveis de Aplicação 
 
N.P. 
2º nível: Proteção Específica 
 
N.A. 
2º nível: ação governamental restrita 
3º nível: profissional/paciente 
4º nível: pessoal auxiliar/paciente 
5º nível: ação individual 
 
 
Bochechos 
 
Indicações 
 
• Crianças e adultos que vivem em comunidades deficientes ou sem fluoretação na água; 
• Pacientes com dificuldades motoras para escovação; 
• Portadores de aparelhos ortodônticos; 
• Função salivar reduzida; 
• Pacientes com alto risco de cárie; 
• Em Saúde Coletiva, essa indicação deve estar de acordo com o risco/atividade de cárie da população beneficiada. 
 
Contra - Indicações 
 
• Pacientes menores de 6 anos de idade; 
• Pacientes impossibilitados de executar o bochecho. 
 
Vantagens 
 
• Poder preventivo comprovado; 
• Facilidade de aplicação; 
• Custo reduzido; 
• Pequena interferência na rotina escolar; 
 
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• Aplicação fora do ambiente clínico. 
 
Desvantagens 
 
• Preparação na hora - instável; 
• Adição de conservantes; 
• Requer continuidade (Desvantagens: Greves, desinteresse dos Professores, férias escolares); 
• Restrições a crianças de 6 anos. 
 
 
Deglutição 
 
As crianças entre 3 e 5 anos de idade ingerem de 10% a 20% da solução de bochecho. 
Na faixa etária de 6 anos ou mais, a porcentagem de ingestão é, no máximo, de 10%. 
Portanto, estes devem ser feitos apenas após cuidadosa avaliação profissional da necessidade e NÃO são indicados 
para crianças menores de 6 anos ou para aquelas que não têm controle de seus reflexos. 
 
Cuidados: 
• 6 e 7 anos = utilizar 5 ml 
• maiores de 7 anos = utilizar 10ml 
 
Principais Compostos 
 
• Soluções neutras de Fluoreto de Sódio - NaF 
diário 0,05% 225 ppm F- 
semanal 0,2% 900 ppm F- 
 
Poder Preventivo – Benefício 
 
Redução do índice de cárie em torno de 40% (média de 25 aplicações por ano) 
Diário (0,05%) 50% 
Semanal (0,2%) 30% 
 
Níveis de Prevenção e Níveis de Aplicação 
 
N.P. 
2º nível: Proteção Específica 
 
N.A. 
2º nível: ação governamental restrita 
3º nível: profissional/paciente 
4º nível: pessoal auxiliar/paciente 
5º nível: ação individual 
 
 
Verniz Fluoretado 
 
Inicialmente empregados na Alemanha em programas preventivos de atenção a escolares. 
Hoje - Utilizado tanto em clínica particular quanto em saúde pública. 
 
Material viscoso e aderente aplicado à superfície dental, onde permanece por algum tempo, promovendo uma liberação 
lenta e gradativa de flúor. 
 
Indicações 
 
- aplicação tópica - prevenção; 
- remineralizações de cáries 
- incipientes (manchas brancas); 
- sensibilidade dentinária ou de colo dentinário; 
- dentes pós erupcionados. 
 
Prevenção - redução do índice de cárie. 
 
OMS: sugere aplicações com intervalos de 03 a 06 meses.A FREQÜÊNCIA DE APLICAÇÃO 
DEPENDE DO RISCO DE CÁRIE DO PACIENTE. 
 
Poder Preventivo 
 
Cerca de 40% de redução na prevalência de cáries, com duas aplicações anuais. 
 
 
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Composição 
 
• Fluoreto de Sódio - NaF - 5% 1 ml de verniz contém - 50 mg de NaF - 22,6 mg de flúor ou 2,26% 
22,6 mg F- / ml - 22600 mg F- / L - 22600 ppm 
 
Aplicação dos vernizes 
 
Profilaxia; 
Lavar e sugar; 
Isolamento relativo; 
Secagem dos dentes com ar; 
Aplicação do verniz (cotonete, pincel ou escovas pequenas); 
Gotejar água. 
 
Recomendações: 
 
Alimentação sólida após 2 horas. 
Escovação após 12 horas. 
 
Vantagens 
 
não necessita de campo totalmente seco para aplicação, facilitando o uso em crianças e pacientes com necessidades 
especiais; 
alta concentração em pequena quantidade de material; 
utilização de pessoal auxiliar e ambiente não clínico. 
 
Desvantagens 
 
hipersensibilidade ao produto; 
coloração antiestética; 
custo. 
 
Níveis de Prevenção e Níveis de Aplicação 
 
N.P. 
2º nível: Proteção Específica 
3º nível: Diagnóstico Precoce e Tratamento Imediato (Mancha Branca) 
 
N.A. 
3º nível: profissional/paciente 
4º nível: pessoal auxiliar/paciente 
 
 
ATFP – gel 
 
Indicações 
 
• Prevenção de cárie 
• Indivíduos que apresentam grande atividade de cárie 
• Dentes em erupção 
• Indivíduos que apresentam deficiência salivar 
• Pacientes especiais 
• Pacientescom aparelhos ortodônticos 
• Em Saúde Coletiva, essa indicação deve estar de acordo com o risco/atividade de cárie da população beneficiada. 
 
 
Principais Compostos 
 
Fluoreto de Sódio Neutro 2% 
Flúor Fosfato Acidulado (FFA) 1,23% 
 
Poder Preventivo – Benefício 
 
Redução no índice de cárie em torno de 30 % após aplicações semestrais. 
 
Níveis de Prevenção e Níveis de Aplicação 
 
N.P. 
2º nível: Proteção Específica 
 
 
 
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N.A. 
3º nível: profissional/paciente 
4º nível: pessoal auxiliar/paciente 
 
 
Técnicas de Aplicação 
 
- Moldeiras pré-fabricadas ou de cera 
- Pincel ou Bolinha de algodão 
- Técnica da escova (Ações Coletivas) 
 
Técnica de Aplicação 
 
Moldeiras pré-fabricadas ou de cera 
 
 - Profilaxia 
 - Posicionamento do paciente 
 - Seleção da moldeira 
 - Preenchimento da moldeira 
 - Secagem com jato de ar 
 - Moldeira em posição 
 - Sugador 
 - Espera 1 a 4 minutos 
 - Retira a moldeira 
 - Paciente deve cuspir todo excesso 
 
Recomendações: 
30 minutos sem beber e comer 
 
Técnica de Aplicação 
Pincel ou Bolinha de algodão 
 
 - Profilaxia 
 - Posicionamento do paciente 
 - Isolamento relativo 
 - Secagem com jato de ar 
 - Sugador 
 - Aplicação 
 - Espera 1 a 4 minutos 
 - Paciente deve cuspir todo excesso 
 - Recomendações 
 
Técnica de Aplicação 
Técnica da escova (Ações Coletivas) 
 
- Pequena quantidade na escova (menos que 0,5g) 
- Friccionar todo arco totalizando 2 minutos 
- Cuspir, supervisão e cuidados para não ingerir 
 
Neste momento o objetivo é a aplicação de flúor e não a escovação, portanto, quem aplica o flúor é o agente de ação e 
NÃO a criança. 
 
 
 
Efeitos Tóxicos do Flúor 
 
Intoxicação Aguda 
 
INGESTÃO DE ALTA DOSE em um CURTO ESPAÇO DE TEMPO 
(dose única) 
 
 
TOXICIDADE AGUDA 
 
Dose Certamente Letal (DCL) : 32 - 64mgF/Kg 
Dose Seguramente Tolerada (DST) : 8 - 16mgF/Kg 
Dose Provavelmente Tóxica (DPT) : 5mgF/Kg 
 
 
 
 
 
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Exemplo em uma criança de 10 Kg 
MÉTODO DPT 
Água Fluoretada (0,7 ppm) 71 lt 
Sal fluoretado (350 mg/Kg) 143 gr. 
Bochecho NaF- 0,05 % 215 ml 
Bochecho NaF- 0,2 % 55 ml 
Dentifrício - MFP 1000 ppm 50 gr. 
FFA gel (ATF profissional) 4 ml 
comprimidos 1 mgF 50 compr. 
 
 
Dose Provavelmente Tóxica (DPT) 
5 mg de F- / kg de peso corporal 
Dose Provavelmente Tóxica (DPT) = mal estar gastro intestinal e náuseas 
 
 
 
Principais Sinais e Sintomas da Intoxicação Aguda por Fluoretos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamentos de Emergência para diferentes níveis de ingestão excessiva de Fluoretos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Adaptado de Bayles & Tinanoff, 1985) 
 
 
(NEWBRUN, 1987) 
Gastrointestinal 
 
Náusea, Vômito, Diarréia, Dor abdominal, cólicas, Úlcera péptica
 
Neurológico 
Cardiovascular 
Sangue 
Parestesia, tetania, Depressão do SNC, coma 
 
Pulsação fraca, hipotensão, choque, arritmias cardíacas, falência cardíaca 
 
Acidose, hipocalcemia, hipomagnesemia, hipercalemia 
SISTEMA ACOMETIDO SINTOMAS 
 
• Cálcio (leite) via oral e observar por algumas horas 
• Induzir vômito, se necessário 
Abaixo de 5 mg/Kg 
 
• Esvaziar o estômago induzindo o vômito 
• Cálcio solúvel (glucamato de cálcio 5%) via 
oral 
• Observar paciente em ambiente hospitalar 
Acima de 5 mg/Kg e abaixo de 15 mg/Kg 
Acima de 15 mg/Kg 
 
• Esvaziar o estômago induzindo o vômito e levar o paciente para o hospital imediatamente 
• Monitorar batimento cardíaco e observar freqüência cardíaca 
• Administrar lentamente (via intravenosa) 10ml de glucamato de cálcio 10%. Doses adicionais são 
necessárias quando os sinais de tetania persistem. Diuréticos podem ser administrados 
 
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Intoxicação Crônica 
 
INGESTÃO DE PEQUENAS DOSES DURANTE LONGO PERÍODO 
 (período de formação dentária) 
 
DOSE ÓTIMA DIÁRIA 
0,05-0,07 mg F-/kg de. peso corp. 
 
 
 
 
FLUOROSE DENTÁRIA 
 
Fluorose Dentária: distúrbio de natureza sistêmica devido a ingestão crônica de flúor em excesso durante a formação 
dental. 
 
Excesso de flúor durante o período de formação dos dentes 
 
Alteração estrutural do esmalte (hipocalcificação) 
Variam de linhas opacas brancas e finas cruzando a superfície dentária até perda de estrutura de esmalte 
 
Severidade depende da dose, duração da exposição, estágio da atividade do ameloblasto, idade do indivíduo e 
suscetibilidade individual. 
 
 
Índices de Fluorose 
 
DEAN (0-5) 
 
0-NORMAL: esmalte translúcido, semi-vítreo, liso, lustroso, branco cremoso pálido 
1-QUESTIONÁVEL: esmalte com alterações na translucidez 
2-MUITO LEVE: pequenas áreas brancas opacas, envolvendo menos que 25% da superfície 
3-LEVE: áreas brancas opacas mais extensas, envolvendo até 50% da superfície 
4-MODERADA: todas as superfícies afetadas, com desgaste, aparecendo mancha castanha 
5-GRAVE: todas superfícies afetadas, hipoplasia marcante. Manchas castanhas espalhadas, aparência de corrosão 
 
 
T-F (0-9) 
 
0- translucidez normal do esmalte 
1- linhas brancas estreitas 
2- linhas mais pronunciadas de opacidade 
3- áreas de opacidade fundidas e irregulares 
4- opacidade marcada, ou parece branco-calcário 
5- marcada opacidade e perda do esmalte < 2mm em profundidade, depressões 
6- depressões em faixas horizontais < 2mm em extensão vertical 
7- perda de esmalte envolvendo menos da metade da superfície 
8- perda de esmalte envolvendo mais da metade da superfície 
9- perda do esmalte com mudança da anatomia dentária 
 
 
TRATAMENTO DA FLUOROSE DENTÁRIA 
 
TÉCNICA: microabrasão, restauração, faceta... 
 
• relacionado à profundidade do esmalte manchado 
• manchas superficiais = melhores resultados 
• manchas mais profundas = confecção de facetas 
 
 
O flúor do dentifrício é fundamental para o controle da cárie, no entanto há maior risco de fluorose onde a água é 
fluoretada, assim recomenda-se: 
 
- Escovação por crianças pequenas deve ser supervisionada. 
- O dentifrício não deve ficar ao alcance de crianças de pequena idade. 
- A criança deve ser estimulada a cuspir para adquirir este reflexo o mais cedo possível. 
- Os pais ou responsáveis devem ser orientados da importância de usar uma pequena quantidade de dentifrício. 
 
 
Classificação do risco de cárie e inclusão do indivíduo segundo o risco 
 
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Documento: 
“Recomendações sobre o uso de produtos fluoretados no âmbito do SUS/SP em função do risco de cárie” 
 
 
PRINCÍPIOS PARA AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO RISCO DE CÁRIE DENTÁRIA 
 
Saúde e doença são determinadas por fatores sociais, econômicos e psicológicos. Mais importante é a incorporação 
das preocupações com a saúde nas discussões e implementações de políticas públicas baseadas num modelo 
socioeconômico, objetivando o desenvolvimento de estilos de vida saudáveis. 
Nesse sentido, admite-se que a promoção da saúde bucal é o processo social de produção de condições gerais de vida 
e de trabalho favoráveis a um desenvolvimento sadio da boca, compreendida em sua integralidade biológica e social. 
Portanto, e conforme a 2a Conferência Nacional de Saúde Bucal, (Brasília, 25 a 27de setembro, 1993) "(...) a saúde 
bucal é parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo e está relacionada diretamente com as condições de 
saneamento, alimentação, moradia, trabalho, educação, renda, transporte, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, 
aos serviços de saúde e à informação". 
Nestas “Recomendações” admite-se que, para uma avaliação sumária do risco de cárie, são necessárias informações 
adicionais às relacionadas às características biológicas individuais e que, em relação a estas, algumas são suficientes 
para caracterizar o risco individual. Esta opção visa apenas à simplificação operacional de procedimentos e não significa 
que, com outras finalidades, informações adicionais não sejam necessárias. 
Uma das características epidemiológicas da cárie dentária é o fenômeno da polarização. Observa-se que, em situações 
de baixa prevalência de cárie dentária, cerca de um quarto da população concentra aproximadamente 75% das 
necessidades de tratamento decorrentes de cárie. Esta distribuição não uniforme da doença entre os indivíduos faz com 
que seja necessário diferenciar as medidas preventivas a serem desenvolvidas junto aos diferentes grupos 
populacionais. É indispensável, entretanto, sublinhar que ações preventivas são imprescindíveis para todos e devem ser 
realizadas segundo o princípio da universalidade. Reitera-se, portanto, que a polarização não é razão para descontinuar 
medidas preventivas dirigidas a toda população, mas justifica a ênfase que deve ser dada às ações direcionadas aos 
grupos mais vulneráveis. 
Com tal finalidade – avaliação do risco de cárie –, o exame pode ser realizado tanto no ambiente clínico, como em 
outros espaços coletivos. Neste caso, o exame será feito com o auxílio de espátula de madeira, consistindo na inspeção 
visual dos arcos dentários, sob luz ambiente natural ou artificial, sem secagem dos dentes, a fim de verificar o número e 
localização das superfícies dentárias afetadas pela doença cárie – incluindo mancha branca – e placa bacteriana. 
 
 
a) Fatores de risco 
 
Alguns fatores têm sido identificados nas pesquisas científicas que abordam o risco de cárie dentária. Eles estão 
identificados no Quadro 1. 
 
 
QUADRO 1 – Fatores associados ao risco de cárie dentária. 
 
FATORES CARACTERIZAÇÃO DO ALTO RISCO DE CÁRIE 
Aspectos socioculturais • Baixa renda média familiar 
• Desemprego 
• Maior concentração populacional nos domicílios 
• Menor grau de escolaridade materna 
• Crianças que moram com um dos pais 
Idade • Maior risco entre 2 e 16 anos 
Experiência prévia de cárie 
 
• Alta prevalência de cárie nos anteriores superiores aos 3 anos 
• Mais de 3 cavidades em superfícies proximais de decíduos 
• 8 ou mais superfícies com cárie aos 7 anos 
• Cárie em 1 dente anterior aos 11 anos 
• Valores do índice CPO-D e CPO-S acima da média apresentada 
pelo respectivo grupo 
Localização da lesão • Cárie em superfície proximal de incisivo ou 1o molar aos 9-10 
anos 
• Lesões em superfícies lisas, principalmente na bateria labial 
inferior 
• Duas ou mais cavidades cariadas em superfícies interproximais 
Atividade de cárie • Presença de superfícies cariadas e de manchas brancas 
• Lesões incipientes em superfícies lisas 
Hábitos • Baixa freqüência de escovação 
• Idade no início de escovação 
Placa bacteriana • Grande quantidade de placa visível nos dentes 16, 11, 32 e 36 
 
Na possibilidade de investigar aspectos socioculturais e hábitos do indivíduo, estes podem esclarecer a conduta e a 
conseqüente condição de saúde bucal encontrada. Isso deve, inclusive, favorecer a orientação para uma mudança nos 
hábitos, tentando reverter um quadro desfavorável. 
A experiência prévia de cárie é identificada pelos dentes restaurados, cariados e perdidos por cárie. 
 
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Quanto à localização da lesão, esta pode indicar uma alta atividade de cárie dentária e com isso, orientar a conduta 
terapêutica mais adequada ao paciente, individualmente. No entanto, em ações coletivas, o fato de alguém apresentar 
uma lesão de cárie, independentemente de sua localização, já é um indicativo de risco e este deve receber tratamento. 
Tendo em vista a relação existente entre os fatores de risco apresentados no Quadro 1, busca-se uma classificação 
clínica que também seja compatível com a operacionalização das ações coletivas em saúde bucal, onde o exame 
clínico e a anamnese não são viáveis. 
 
b) Classificação do risco e inclusão do indivíduo segundo o risco 
 
Com base nos fatores de risco expostos no Quadro 1, cada indivíduo pode ser classificado num dos 3 grupos de risco 
apresentados no Quadro 2. Deve-se esclarecer que esta proposta da SES-SP é baseada em várias experiências 
municipais realizadas no Estado e, certamente, não é a única forma de classificar os indivíduos com relação ao risco de 
cárie. 
 
QUADRO 2 – Classes de risco de cárie dentária e critérios para inclusão segundo a situação individual. 
 
CLASSIFICAÇÃO GRUPO SITUAÇÃO INDIVIDUAL 
Baixo risco A Ausência de lesão de cárie, sem placa, sem gengivite e/ou sem mancha branca ativa 
 
Risco 
B História de dente restaurado, sem placa, sem gengivite e/ou sem mancha branca ativa 
Moderado C Uma ou mais cavidades em situação de lesão de cárie crônica, mas sem placa, sem 
gengivite e/ou sem mancha branca ativa 
Alto risco D Ausência de lesão de cárie e/ou dente restaurado, mas com presença de placa, de 
gengivite e/ou de mancha branca ativa 
 E Uma ou mais cavidades em situação de lesão de cárie aguda 
 F Presença de dor e/ou abscesso 
 
A divisão em grupos (A, B, C, D, E, F) é proposta para facilitar a referência dos indivíduos que necessitem de tratamento 
odontológico, segundo suas necessidades mais imediatas, para as Unidades Básicas de Saúde, no caso de ações 
coletivas. Naqueles que já estão em tratamento na Unidade de Saúde, essa classificação pode orientar um 
agendamento mais propício para cada caso, em que os que apresentam um quadro mais grave devem ser atendidos 
com maior freqüência. 
 
c) Exposição a produtos fluorados segundo o grupo de risco 
 
A possibilidade de acesso à água de abastecimento público fluoretada deve ser universal. Entretanto, há situações em 
que isto não acontece, seja em comunidades rurais ou mesmo em alguns núcleos urbanos. No Quadro 3 são 
apresentadas recomendações para exposição dos indivíduos a diferentes combinações de produtos fluorados, segundo 
o grupo de risco, considerando-se a condição de acesso à água fluoretada. 
A escolha do produto fluorado dependerá, entre outros aspectos, dos recursos disponíveis, da facilidade de aplicação 
da técnica e do grupo populacional – alvo da ação programática. 
 
Quadro 3 – Exposição individual a produtos fluorados segundo o grupo de risco e o acesso à água fluoretada. 
 
GRUPO ACESSO À ÁGUA FLUORETADA 
 Sim Não 
A 
 
• Dentifrícios 
 
• Dentifrícios 
• Bochechos 
 
B, C, D, E, F 
• Dentifrícios 
• Géis/Vernizes 
• Dentifrícios 
• Bochechos* 
• Géis/Vernizes 
 
Nota: Embora esta classificação se refira a indivíduos, sua finalidade é auxiliar na tomada de decisão sobre ações 
coletivas. Assim, para facilitar a operacionalização das ações, recomenda-se levar em consideração a situação 
epidemiológica em cada local onde a ação coletiva será realizada. Dessa forma, a situação epidemiológica deve ser a 
base para a tomada de decisão. Por exemplo: mesmo em indivíduos com acesso à água fluoretada, bochechos 
fluorados* (desde que realizados semanalmente, totalizando, no mínimo, 25 aplicações durante um ano) podem estar 
indicados quando o valor do Índice CPO-D for maior que 3 aos 12 anos; ou se a proporção de indivíduos de 12 anos 
com índice CPO-D igual a zero for menor doque 30%. 
 
d) Freqüência do uso de produtos fluorados 
 
A aplicação do flúor pode ser realizada em espaços coletivos ou nas Unidades Básicas de Saúde, de acordo com o 
risco apresentado pelo paciente. O Quadro 4 refere-se à freqüência de aplicação dos diferentes produtos fluorados, 
considerando-se a condição de acesso à água fluoretada. 
 
 
 
 
 
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Quadro 4 – Freqüência da aplicação de produtos fluorados segundo o acesso à água fluoretada. 
 
PRODUTO ACESSO À ÁGUA FLUORETADA 
 Sim Não 
DENTIFRÍCIOS Diário Diário 
BOCHECHOS 
FLUORADOS 
 
_ 
Diário na concentração de 0,05% ou 
semanal na concentração 
de 0,2% 
GÉIS/VERNIZES 
FLUORADOS 
Fluorterapia intensiva, enquanto 
condições de alto risco forem 
detectadas 
Fluorterapia intensiva, 
enquanto condições de alto risco 
forem detectadas 
 
Nota: Há várias estratégias e controvérsias em relação à freqüência da fluorterapia intensiva. Levando-se em 
consideração a possível influência da ação educativa, medidas intensivas de aplicação de flúor conduzidas durante 4 
(quatro) semanas consecutivas são recomendadas, sendo reduzidas gradativamente para 2 (duas) no mês seguinte e 
finalmente para 1 (uma) semana no terceiro mês. Flexibilizações nessa freqüência são possíveis em função da 
reclassificação do risco do indivíduo. Nesse sentido, a avaliação de sangramento gengival e o índice de placa são 
aspectos que podem ser considerados. A ausência de resultados positivos pode estar relacionada a indivíduos que 
mereçam avaliação clínica e microbiológica mais detalhada. 
 
Estas recomendações estão baseadas em minuciosa revisão da literatura científica e expressam uma (mas não a única) 
possibilidade de consenso sobre o assunto. Dadas as características da produção científica, prevê-se a edição de novas 
“Recomendações” no futuro, sendo fundamentais nesse processo dinâmico de aperfeiçoamento, as contribuições 
decorrentes das experiências daqueles que estão à frente dos serviços. 
 
O texto de apoio para a elaboração destas Recomendações poderá ser consultado no site www.saude.sp.gov.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS 
 
Promoção da Saúde 
 
Conferência - Internacional sobre Atenção Primária de Saúde (1978) – Declaração de Alma Ata 
 
 
Oito elementos essenciais para alcançar saúde para todos: 
• educação dos problemas de saúde prevalentes; prevenção e controle. 
• promoção do suprimento de alimentos e nutrição adequada. 
• abastecimento de água e saneamento básico apropriados. 
• atenção materno-infantil, incluindo o planejamento familiar. 
• imunizações contra as principais doenças infecciosas. 
• prevenção e controle de doenças endêmicas. 
• tratamento apropriado das doenças comuns e dos acidentes. 
• distribuição de medicamentos básicos. 
 
 
 
 
1986 – Carta de Ottawa sobre Promoção da Saúde 
I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Canadá) 
 
1988 – Declaração de Adelaide sobre Políticas Públicas Saudáveis 
II Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Austrália) 
 
1991 – Declaração de Sundsval sobre Ambientes Favoráveis a Saúde 
Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Suécia) 
 
1993 – Carta do Caribe para a Promoção da Saúde 
I Conferência de Promoção da Saúde do Caribe (Trinidad y Tobago) 
 
1997 – Declaração de Jakarta sobre Promoção da Saúde no Século 
XXI em diante – IV Conferência Internacional sobre Promoção 
da saúde (Jakarta) 
 
2000 – V Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (México) 
 
 
 
O Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira 
 
• Organizado solidamente desde meados dos anos 70 
• Inspirado na Reforma Sanitária Italiana 
• Participação de intelectuais, profissionais dos sistemas de saúde e organizações populares e sindicais 
• Objetivo: construção de política de saúde efetivamente democrática = reformar o setor 
 
Luta pela garantia do direito universal à saúde e construção de um sistema único e estatal de serviços 
 
8a Conferência Nacional de Saúde - 1986 
 
• Marco do Movimento Sanitário Brasileiro 
• Reuniu mais de 5.000 pessoas na maior participação popular da história dos movimentos sociais 
• Definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988 
 
• Conceito ampliado da saúde 
• Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado 
• Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde 
 
 
Constituição Federal de 1988 
 
Título VIII – DA ORDEM SOCIAL 
Capítulo II 
 
Seção II - Da Saúde 
 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação. 
 
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Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, 
sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros 
e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. 
 
Art. 198. (*) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um 
sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
Parágrafo único. O Sistema Único de Saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da 
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. 
(*) Emenda Constitucional nº 29, de 2000. 
 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
§ 1 º . As instituições privadas poderão participar de forma complementar do Sistema Único de Saúde, segundo 
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem 
fins lucrativos. 
§ 2 º . É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos. 
§ 3 º . É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, 
salvo nos casos previstos em lei. 
§ 4 º . A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias 
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e 
seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. 
 
Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de 
medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; 
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; 
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimentocientífico e tecnológico; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para 
consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos 
psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
 
 
Regulamentação do S.U.S. 
(Lei Orgânica da Saúde – L.O.S.) 
 
LEI 8.080, de 19 de setembro de 1990: (anexo - texto completo da lei) 
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos 
serviços correspondentes e dá outras providências. 
Brasília: Ministério da Saúde. Diário Oficial da União, 20/09/90. Brasília: Imprensa Nacional. 
 
Lei 8.142, de 29 de dezembro de 1990: (anexo - texto completo da lei) 
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde – SUS – e sobre as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde e outras providências. 
Brasília: Ministério da Saúde. Diário Oficial da União, 30/12/90. Brasília: Imprensa Nacional. 
 
 
Conselhos de Saúde 
 
• Usuários acompanham e fiscalizam a execução da política de saúde e participam da formulação das estratégias do 
SUS. 
• Participação da comunidade: Garantida a partir da Lei 8142/90 
• Instituiu os Conselhos e as Conferências de Saúde como instância de controle social do SUS nas três esferas de 
governo. 
 
• 50% da composição das conselhos é formada por representantes de usuários do SUS, 25% por trabalhadores de 
saúde e 25% por prestadores e gestores. 
 
• Os conselhos de saúde, nacional, estadual ou municipal têm garantido por lei a paridade entre os usuários do SUS 
(50%) e os prestadores de serviços, profissionais de saúde e gestor/governo (50%), independente do número de 
conselheiros. 
 
A comunidade, não apenas o governo, deve participar das decisões, propor ações e programas para resolução de seus 
problemas de saúde e, principalmente, controlar a qualidade e o modo como está sendo desenvolvida a oferta de 
atenção. Deve ainda fiscalizar a aplicação dos recursos públicos destinados à saúde. 
 
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Princípios do SUS 
 
Baseado nos preceitos constinucionais, a construção do SUS norteia-se pelos seguintes princípios doutrinários: 
 
• UNIVERSALIDADE 
• EQUIDADE 
• INTEGRALIDADE 
 
Os princípios que regem a organização do SUS são: 
 
• REGIONALIZAÇÃO ou HIERARQUIZAÇÃO 
• DESCENTRALIZAÇÃO ou MUNICIPALIZAÇÃO 
• PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS 
 
 
UNIVERSALIDADE 
 
• Todos as pessoas tem direito ao atendimento independentemente de cor, raça, religião, local de moradia, situação de 
emprego, renda, etc 
• A saúde é direito de cidadania e dever dos governos municipal, estadual e federal 
 
EQUIDADE 
 
• Todo cidadão é igual perante ao SUS e será atendido conforme suas necessidades 
• Deve-se considerar que em cada população existem grupos que vivem de forma diferente, os serviços de saúde 
devem trabalhar de acordo com cada necessidade. 
• O SUS deve tratar desigualmente os desiguais 
 
INTEGRALIDADE 
 
• As ações devem ser combinadas e voltadas, ao mesmo tempo, para a prevenção e a cura 
• O atendimento deve ser feito para a saúde e não somente para a doença 
• É preciso garantir acesso as ações de: 
- Promoção 
- Proteção 
- Recuperação 
 
• Promoção: 
Envolve ações também em outras áreas, como habitação, meio ambiente, educação. 
• Proteção: 
Saneamento básico, imunizações, ações coletivas e preventivas, vigilância à saúde e sanitária, etc... 
• Recuperação: 
Atendimento médico, odontológico, tratamento e reabilitação para os doentes. 
 
REGIONALIZAÇÃO ou HIERARQUIZAÇÃO 
 
• Território como unidade de trabalho 
• O acesso deve dar-se por intermédio dos serviços do nível primário de atenção, este deve resolver os principais 
problemas de demanda 
• Os problemas mais complexos devem ser referenciados 
 
 
DESCENTRALIZAÇÃO 
 
• Redistribuição de responsabilidades pelas ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo 
• Quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto 
• MUNICIPALIZAÇÃO 
• Ao município cabe a maior responsabilidade na implementação das ações de saúde, diretamente voltadas para os 
seus cidadãos 
 
PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS 
 
• Garantia constitucional de que a população poderá participar do processo de formulação das políticas de saúde e de 
controle de sua execução em todos os níveis, desde o federal até o local 
• Essa participação deve dar-se nos conselhos de saúde 
 
Normas Operacionais Básicas(N.O.B.) 
 
• Normatização do S.U.S. 
• “refletem a intenção do Estado em cumprir a Constituição” (Romano, 1998) 
 
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• Detalhamento maior da Lei Orgânica 
 
• NOB 01/91 – pagamento por produção = repasse da verba de acordo com os procedimentos realizados no município 
 
• NOB 01/93, portaria 545 – discute teses da descentralização 
-gestão municipal incipiente 
-gestão municipal parcial 
-gestão municipal semi-plena 
(de acordo com a capacidade do município) 
 
• NOB 01/96: 
• Criação do PAB – valor per capita 
• Repasse fundo a fundo (Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Municipais de Saúde) 
• Dois tipos de gestão municipal: 
-plena da atenção básica 
-plena do sistema 
 
 
Conferência Nacional de Saúde 
 
Ano Temas/principais assuntos abordados: 
 
1ª CNS 1941 Situação sanitária e assistencial dos estados 
2ª CNS 1950 Legislação referente à higiene e segurança do trabalho 
3ª CNS 1963 Descentralização na área de saúde 
4ª CNS 1967 Recursos humanos para as atividades em saúde 
5ª CNS 1975 I. Implementação do Sistema Nacional de Saúde; II. Programa de saúde materno-infantil; III. Sistema 
Nacional de Vigilância Epidemiológica; IV. Programa de controle das grandes endemias e V. Programa de extensão das 
ações de saúde às populações rurais 
6ª CNS 1977 I. Situação atual do controle das grandes endemias; II. Operacionalização dos novos diplomas legais 
básicos, aprovados pelo governo federal em matéria de saúde; III. Interiorização dos serviços de saúde e IV. Política 
Nacional de Saúde 
7ª CNS 1980 Extensão das ações de saúde através dos serviços básicos 
8ª CNS 1986 I. Saúde como Direito; II. Reformulação do Sistema Nacional de Saúde e III. Financiamento Setorial 
9ª CNS 1992 Municipalização é o caminho 
10ª CNS 1996 I. Saúde, cidadania e políticas públicas; II. Gestão e organização dos serviços de saúde; III. Controle 
social na saúde; IV. Financiamento da saúde; V. Recursos humanos para a saúde e VI. Atenção integral à saúde 
11ª CNS 2000 Efetivando o SUS: acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle social 
12ª CNS 2003 Saúde um direito de todo e um dever do Estado. A saúde que temos, o SUS que queremos 
 
 
 
11º Conferência Nacional de Saúde 
 
16 a 19 de dezembro de 2000 
 
RELATÓRIO FINAL 
Efetivando o SUS: 
Acesso, Qualidade e Humanização na Atenção à Saúde, com Controle Social 
 
Os participantes da XI CNS entendem que a assistência a saúde bucal é insuficiente e restrita a poucos procedimentos, 
ofertados a determinados grupos , o que não contempla as reais necessidades de promoção da saúde bucal da 
população brasileira. 
 
Desta forma propõem: 
a) Implementar no SUS um programa de saúde bucal; 
b) Garantir o atendimento médico/odontológico para pacientes especiais; 
c) Promover e fiscalizar a fluoretação da água de todos os sistemas de abastecimento e das pastas de dente 
comercializadas no país; 
d) Criar incentivos paraa implementação de serviço de saúde bucal (prevenção e tratamento integral) para os 
municípios, garantindo a referência e contra-referência no atendimento odontológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12º Conferência Nacional de Saúde 
 
07 a 11 de dezembro de 2003 
 
Saúde Bucal: Ampliar e assegurar o acesso às ações integrais de saúde bucal em todo o SUS, estendendo-as a todas 
as faixas etárias, segundo a recomendação da OMS, incluindo: 
 
I. atendimento básico, prótese, endodontia, tratamentos correlatos de reabilitação, atenção a pessoas com 
necessidades especiais, e outras especialidades; 
II. promoção e prevenção à saúde bucal em todas as faixas etárias mediante a orientação para a escovação e para 
limpeza da cavidade bucal dos recém-nascidos após a mamada; 
III. a ênfase para as crianças e outros grupos de maior risco; 
IV. a distribuição trimestral gratuita de escova e creme dental fluoretado em todas as escolas públicas desde a creche 
até a oitava série do ensino fundamental; 
V. as equipes de saúde bucal, que devem incluir um dentista, um técnico em higiene dental (THD) e um atendente de 
consultório dentário (ACD), com trabalho em tempo integral, com isonomia salarial, em conformidade com a Norma 
Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH/SUS) e realização de concurso público para seleção e contratação 
dos profissionais; 
VI. a garantia de fornecimento trimestral de kits de higiene bucal para o desenvolvimento de atividades educativas nos 
municípios; 
VII. a exigência de “escovatórios” próximos aos refeitórios das creches, das escolas de ensino fundamental e nas 
unidades básicas; 
VIII. o fornecimento de orientação alimentar nas creches e escolas, com vistas a uma merenda mais saudável e menos 
cariogênica, com recomendação do consumo de alimentos prescritos por nutricionistas e prevenção de doces e 
refrigerantes nas cantinas escolares; 
IX. a formação de agentes promotores de saúde bucal e educação nutricional nos currículos das 7ª e 8ª séries das 
escolas de ensino fundamental para garantir os programas de promoção e prevenção em saúde bucal das crianças na 
faixa etária entre 2 e 14 anos; 
X. a garantia de aumento do volume de recursos destinados a essas 
ações e o incentivo financeiro em todas as esferas de governo destinado às equipes de saúde bucal; 
XI. o incentivo à implantação de referência de especialidades definindo no Plano Diretor Regional as responsabilidades 
dos gestores que o integram. 
 
 
13º Conferência Nacional de Saúde 
 
14 a 18 de novembro de 2007 
 
“É chegada a hora do momento mais esperado pelos conselheiros de saúde de todo o País, a Conferência Nacional de 
Saúde. Após quatro anos da realização da 12ª Conferência Nacional de Saúde, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e 
o Poder Executivo irão convocar a 13ª Conferência Nacional para os dias 14 a 18 de novembro de 2007, em Brasília - 
DF.” 
O tema da Conferência será: Saúde e qualidade de vida: Política de estado e desenvolvimento, esse será o tema da 13ª 
Conferência Nacional de Saúde que foi aprovada na reunião ordinária do CNS, nos dia 12 e 13 de fevereiro de 2007. 
 
Calendário da 13ª Conferência Nacional de Saúde 
Etapa Municipal – 1ª de abril a 5 de agosto de 2007; 
Etapa Estadual – 15 de agosto a 15 de outubro de 2007; 
Etapa Nacional – 14 a 18 de novembro de 2007. 
 
 
14º Conferência Nacional de Saúde 
 
30 de novembro a 04 de dezembro de 2011 
 
Tema: Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro. 
 
Eixo: 
"Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS" 
- Política de saúde na seguridade social, segundo os princípios da integralidade, universalidade e equidade; 
- Participação da comunidade e controle social; 
- Gestão do SUS (Financiamento; Pacto pela Saúde e Relação Público x Privado; Gestão do Sistema, do Trabalho e da 
Educação em Saúde). 
 
Calendário da 14ª Conferência Nacional de Saúde 
Etapa Municipal – 1ª de abril a 15 de julho de 2011; 
Etapa Estadual – 16 de julho a 31 de outubro de 2011; 
Etapa Nacional – 30 de novembro a 04 de dezembro de 2011. 
 
 
 
 
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Saúde da Família - PSF 
 
Em 1991 é lançado o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) – Família como unidade de ação 
programática. 
 
Com os bons resultados do PACS, principalmente na redução dos índices de mortalidade infantil, buscou-se uma 
ampliação e maior resolutividade das ações e, a partir de 1994, começaram a ser formadas as primeiras equipes de 
Saúde da Família. 
 
Programa Saúde da Família foi introduzido, pelo Ministério da Saúde em 1994. 
 
Princípios da Estratégia Saúde da Família 
 
ADSCRIÇÃO DE CLIENTELA 
Definição precisa do território de atuação 
 
TERRITORIALIZAÇÃO 
Mapeamento da área, compreendendo segmento populacional determinado 
 
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO 
Cadastramento das famílias e dos indivíduos, gerando dados que possibilitem a análise da situação de saúde do 
território 
 
PLANEJAMENTO BASEADO NA REALIDADE LOCAL 
Programação das atividades segundo critérios de risco à saúde, priorizando solução dos problemas 
 
INTERDISCIPLINARIDADE 
Trabalho interdisciplinar, integrando áreas técnicas 
e profissionais de diferentes formações 
 
VINCULAÇÃO 
Participação na dinâmica social das famílias assistidas 
e da própria comunidade 
 
COMPETÊNCIA CULTURAL 
Valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva de uma abordagem integral e resolutiva, possibilitando a 
criação de vínculos de confiança com ética, compromisso e respeito 
 
INTEGRALIDADE 
Assistência integral, continua e organizada, à população adscrita, com garantia de acesso a recursos complementares 
 
PARTICIPAÇÃO SOCIAL 
Participação da comunidade no planejamento, execução 
e avaliação das ações 
 
INTERSETORIALIDADE 
Trabalho intersetorial, integrando projetos sociais e setores afins, voltados para a promoção da saúde 
 
FORTALECIMENTO DA GESTÃO LOCAL 
Apoio a estratégias de fortalecimento da gestão local. 
 
 
• De acordo com o documento oficial do Ministério da Saúde, no qual estão explicitados os princípios do PSF, a 
estratégia de Saúde da Família “reafirma e incorpora os princípios básicos do SUS”. 
 
A base operacional desse novo sistema é a Unidade de Saúde da Família (USF), que tem como princípios: 
- Caráter substitutivo 
- Integralidade e hierarquização 
- Territorialização e adscrição da clientela 
- Equipe multiprofissional 
 
Caráter substitutivo: 
 Não significa a criação de novas estruturas de serviços, exceto em áreas desprovidas, e sim a substituição das 
práticas convencionais de assistência por um novo processo de trabalho, cujo eixo está centrado na vigilância à saúde; 
 
Integralidade e hierarquização: 
 A USF está inserida no primeiro nível de ações e serviços do sistema local de saúde, denominado atenção 
básica. Deve estar vinculada à rede de serviços de forma que se garanta atenção integral aos indivíduos e famílias e 
seja assegurado a referência e contra-referência para os diversos níveis do sistema, sempre que for requerido maior 
complexidade tecnológica para a resolução dos problemas identificados na atenção básica; 
 
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Territorialização e adscrição da clientela: 
 Trabalha com território de abrangência definido e é responsável pelo cadastramento e acompanhamento da 
população adscrita a esta área. Recomenda-se queuma equipe seja responsável pelo acompanhamento de, no 
máximo, 4.500 pessoas; 
 
Equipe multiprofissional: 
 A ESF é composta minimamente por 1 médico generalista ou médico de família, 1 enfermeiro, 1 auxiliar em 
enfermagem e de 4 a 6 ACS. O número de ACS varia de acordo com o número de pessoas sob a responsabilidade da 
equipe – numa proporção média de um agente para 500 pessoas acompanhadas. 
 
 
A Saúde da Família constitui uma estratégia para a organização e fortalecimento da Atenção Básica como o primeiro 
nível de atenção à saúde no SUS 
Procura o fortalecimento da atenção por meio da ampliação do acesso, a qualificação e reorientação das práticas de 
saúde embasadas na Promoção da Saúde 
 
 
Responsabilidades da equipe do PSF 
 
- Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis e identificar os problemas de saúde mais comuns e 
situações de risco aos quais a população está exposta; 
- Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de vigilância à saúde e de vigilância 
epidemiológica, nos diversos ciclos da vida; 
- Garantir a continuidade do tratamento, pela adequada referência do caso; 
- Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda, buscando contactos com 
indivíduos sadios ou doentes, visando promover a saúde por meio da educação sanitária; 
- Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais existentes na comunidade para o 
enfrentamento conjunto dos problemas; 
- Discutir, de forma permanente, junto à equipe e à comunidade, o conceito de cidadania, enfatizando os direitos de 
saúde e as bases legais que os legitimam; 
- Incentivar a formação e/ou participação ativa nos conselhos locais de saúde e no Conselho Municipal de Saúde. 
 
 
“A noção de consulta é superada por outra ação de maior amplitude, que passa a ser concebida como cuidado, uma 
nova atitude frente aos processos de saúde-doença da comunidade” 
 
 
Saúde da Família 
Equipe de Saúde Bucal 
 
•Portaria-MS 1.444 (28/12/2000) 
 
- modalidade I: CD, ACD 
- modalidade II: CD, THD e ACD 
 
 
Composição Básica: 
 
• Médico 
• Enfermeiro 
• Auxiliares de enfermagem 
• Agentes comunitários de saúde 
 
• Cirurgião-Dentista 
• Auxiliar de consultório dentário e/ou 
• Técnico de higiene dental 
 
 
De acordo com a Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006: 
 
Competências do Cirurgião Dentista: 
 
• I – Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a programação em 
saúde bucal 
• II – Realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências e 
pequenas cirurgias ambulatoriais. 
• III – Realizar a atenção integral em saúde bucal (proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, 
reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva, a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de 
acordo com o planejamento local, com resolubilidade. 
• IV – Encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a outros níveis de assistência, mantendo sua 
responsabilidade pelo acompanhamento do usuário e o segmento do tratamento. 
 
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• V – Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais. 
• VI – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe 
Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar. 
• VII – Contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do THD, ACD e ESF. 
• VIII – Realizar supervisão técnica do THD e ACD. 
• IX – Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. 
 
Competências do Técnico em Saúde Bucal: 
 
• I – Realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção, prevenção, assistência e reabilitação) individual e coletiva a 
todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, segundo programação e de acordo com suas competências 
técnicas e legais. 
• II – Coordenar e realizar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos. 
• III – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe 
Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar. 
• IV – Apoiar as atividades dos ACD e ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal. 
• V – Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. 
 
Competências do Auxiliar de Saúde Bucal: 
 
• I – Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante 
planejamento local e protocolos de atenção à saúde. 
• II – Proceder à desinfecção e à esterilização de materiais e instrumentos utilizados. 
• III – Preparar e organizar instrumental e materiais necessários. 
• IV – Instrumentalizar e auxiliar o cirurgião dentista e/ou o THD nos procedimentos clínicos. 
• V – Cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos. 
• VI – Organizar a agenda clínica. 
• VII – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe 
Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar. 
• VIII - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. 
 
 
 
NASF - Núcleo de Apoio à Saúde da Família 
 
§ Médicos (ginecologistas, pediatras e psiquiatras) 
§ Profissionais de Educação Física 
§ Nutricionistas 
§ Acupunturistas 
§ Homeopatas 
§ Farmacêuticos 
§ Assistentes sociais 
§ Fisioterapeutas 
§ Fonoaudiólogos 
§ Pscólogos 
§ Terapeutas ocupacionais 
Estes profissionais atuam em parceria com as equipes do Saúde da Família. 
 
 
 
PORTARIA Nº 154, DE 24 DE JANEIRO DE 2008. 
Cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF. 
Orientações para a implantação dos núcleos. 
 
 
 Destacam-se os principais pontos da Portaria com o objetivo de orientar os gestores municipais na 
implantação e no funcionamento dos NASF. 
 
1. São criados dois tipos de NASF: 
 
NASF 1: deverá ser composto por, no mínimo, cinco profissionais de nível superior de ocupações não coincidentes, 
entre as seguintes: Assistente Social; Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; 
Médico Acupunturista; Médico Ginecologista; Médico Homeopata; Médico Pediatra; Médico Psiquiatra; Nutricionista; 
Psicólogo e Terapeuta Ocupacional. 
 Deverá realizar as suas atividades vinculado a, no mínimo, 8 (oito) Equipes de Saúde da Família, e a, no 
máximo, 20 (vinte) Equipes de Saúde da Família. 
 
 
NASF 2: deverá ser composto por, no mínimo, três profissionais de nível superior de ocupações não coincidentes, entre 
as seguintes: Assistente Social; Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; 
Nutricionista; Psicólogo e Terapeuta Ocupacional. 
 
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 Deverá realizar as atividades vinculado, no mínimo a 3 (três) Equipes de Saúde da Família. 
 Somente os municípios que tenham densidade populacional abaixo de 10 habitantes por quilômetro 
quadrado, de acordo com dados da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, ano base 2007, 
poderão implantar o NASF 2. A SES está providenciando os dados da densidade populacional dos municípios e os 
disponibilizará no portal da SES na internet. 
 
Obs: - a composição de cada um dos NASF será definida pelos gestores municipais,seguindo os critérios de prioridade 
identificados a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes 
ocupações. 
 - tendo em vista a magnitude epidemiológica dos transtornos mentais, recomenda-se que cada Núcleo de Apoio a 
Saúde da Família conte com pelo menos 1 (um) profissional da área de saúde mental. 
 
2. Jornada de trabalho: 
 
Os NASF devem funcionar em horário de trabalho coincidente com o das equipes de Saúde da Família, 
 
A carga horária dos profissionais do NASF deve ser de 40 horas semanais, observando o seguinte - para os 
profissionais médicos, em substituição a um profissional de 40 (quarenta) horas semanais, podem ser registrados 2 
(dois) profissionais que cumpram um mínimo de 20 (vinte) horas semanais cada um. 
 
3. Formação dos núcleos: 
 
Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em uma única unidade de saúde, localizada preferencialmente 
dentro do território de atuação das equipes de Saúde da Família às quais está vinculado. 
 
O cadastramento do núcleo depende de uma alteração no SCNES. Quando esta alteração estiver pronta, será 
emitida nova Portaria orientando o processo de cadastramento dos profissionais. 
 
As ações de responsabilidade de todos os profissionais que compõem os NASF, a serem desenvolvidas em conjunto 
com as equipes de SF, estão descritas no Anexo I desta Portaria. 
 
Número máximo de NASF 1: número de ESF do município /8. 
Número máximo de NASF 2: 1 (um) 
 
4. Competências das SES e das SMS 
 
 Estão definidas nos artigos 7 e 8 
 
5. Processo de Implantação dos NASF 
 Artigo 9: - a implantação dos NASF está vinculado à Estratégia Saúde da Família; 
 - deve obedecer aos mecanismos de adesão e ao fluxo de credenciamento, implantação e expansão 
definidos no Anexo II a esta Portaria, podendo ser utilizados os quadros do Anexo III desta Portaria; 
- ter aprovação da Comissão Intergestores Bipartite de cada Estado. 
 
6. Financiamento 
 
NASF 1: implantação R$ 20.000,00, em duas parcelas 
 Custeio R$ 20.000,00/ mensal 
 
NASF 1: implantação R$ 6.000,00 
 Custeio R$ 6.000,00/ mensal 
 
- Os valores dos incentivos financeiros para os NASF implantados serão transferidos a cada mês, tendo como base o 
número de NASF cadastrados no SCNES. 
- O envio da base de dados do SCNES pelas Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde para o banco nacional 
deverá estar de acordo com a Portaria nº 74/SAS/MS, de 6 de fevereiro de 2007. 
- O registro de procedimentos referentes à produção de serviços realizada pelos profissionais cadastrados nos NASF 
deverão ser registrados no SIA/SUS mas não gerarão créditos financeiros. 
 
- Os recursos orçamentários de que trata esta Portaria façam parte da fração variável do Piso de Atenção Básica (PAB 
variável) e componham o Bloco Financeiro de Atenção Básica. 
- Incidem nos fluxos e requisitos mínimos para manutenção da transferência e solicitação de crédito retroativo os 
requisitos definidos pela Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESPONSABILIDADES DAS ESFERAS GESTORAS EM ATENÇÃO BÁSICA 
 
Federal 
 
Elaborar as diretrizes da política nacional de atenção básica 
Co-financiar o sistema de atenção básica 
Ordenar a formação de recursos humanos 
Propor mecanismos para a programação, controle, regulação e avaliação da atenção básica 
Manter as bases de dados nacionais 
 
Estadual 
 
Acompanhar a implantação e execução das ações de atenção básica em seu território 
Regular as relações intermunicipais 
Coordenar a execução das políticas de qualificação de recursos humanos em seu território 
Co-financiar as ações de atenção básica 
Auxiliar na execução das estratégias de avaliação da atenção básica em seu território. 
 
Municipal 
Definir e implantar o modelo de atenção básica em seu território 
Contratualizar o trabalho em atenção básica 
Manter a rede de unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e gerência) 
Co-financiar as ações de atenção básica 
Alimentar os sistemas de informação 
Avaliar o desempenho das equipes de atenção básica sob sua supervisão. 
 
 
 
Condições da Saúde Bucal da População Brasileira - SB Brasil 
 
• Exames realizados entre maio de 2002 e outubro de 2003, 
(estudo publicado em 2004). 
• Equipes com um CD e um auxiliar (anotador). 
• Populações urbanas e rurais. 
• 250 municípios das 5 regiões do país. 
• 108.921 pessoas. 
• Faixas etárias 
18 a 36 meses / 5 anos / 12 anos / 15 a 19 anos / 35 a 44 anos / 65 a 74 anos. 
 
Foram obtidos dados relativos à: 
 Cárie Dentária 
 Doença Periodontal 
 Edentulismo 
 Anormalidades dentofaciais 
 Fluorose 
 Caracterização Socioeconômica 
 Acesso a Serviços Odontológicos 
 Autopercepção em Saúde Bucal 
 
Cárie 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Doença Periodontal 
 
Menos de 22% da população adulta e menos de 8% dos idosos apresentam gengivas sadias 
 
• A percentagem de pessoas sem nenhum problema periodontal nas faixas etárias de: 
15 a 19 = 46,2% 
35 a 44 = 21,9% 
65 a 74 = 7,9% 
 
• Quanto a doença periodontal severa (bolsas periodontais), a percentagem de pessoas com bolsas periodontais 
maiores que 4mm foi de: 
15 a 19 = 1,3% 
35 a 44 = 9,9% 
65 a 74 = 6,3% 
 
 Uma pior condição foi encontrada na Região Sudeste na faixa de 35 a 44 anos e na Região Norte na faixa de 65 a 74 
anos. 
 
• Chama atenção o grande número de sextantes excluídos, este fato acaba gerando baixa prevalência de doença 
periodontal severa, por exemplo na faixa etária 65 a 74 anos, onde 80% dos sextantes examinados foram excluídos. 
 
Edentulismo 
 
• Diferenças regionais são marcantes no uso e na necessidade de prótese dentária. 
• Quanto ao uso, adolescentes das regiões Norte e Nordeste possuem as percentagens maiores de uso de algum tipo 
de prótese dentária. 
• Para adultos e idosos, um maior uso foi constatado na região Sul. 
• As regiões Norte e Nordeste possuem uma maior necessidade de algum tipo de prótese dentária. Estas regiões 
também Apresentavam uma maior percentagem de pessoas com necessidade de próteses totais. 
 
Anormalidades Dentofaciais 
 
• Na idade 5 anos, observa-se que a prevalência de problemas oclusais moderador ou severos foi de 14,5% no Brasil, 
variando de um mínimo 5,6% na Região Norte e 19,4% na Região Sul. 
• A prevalência da condição oclusal muito severa ou incapacitante foi cerca de 21% nas crianças de 12 anos e cerca de 
19% em adolescentes de 15 a 19 anos. 
 
Fluorose 
 
• A prevalência de Fluorose foi cerca de 9% em crianças de 12 anos e de 5% em adolescentes de 15 a 19 anos no 
Brasil. 
• Para idade de 12 anos, os maiores índices foram encontrados nas regiões Sudeste e Sul (em torno de 12%) enquanto 
que os menores nas regiões Centro-Oeste e Nordeste (cerca de 4%). 
 
 
Caracterização Socioeconômica 
 
•Foram elaboradas perguntas como: Tipo de escola, Moradia, Posse de automóvel. 
• Cerca de 74% dos adolescentes examinados frequentavam escola. 
• Aproximadamente 93% escolas públicas, pouco mais de 6% escolas privadas.• Quanto à posse de automóvel, um 
indicador direto de renda, cerca de 27% dos examinados na faixa etária de 35 a 44 anos possui um ou mais 
automóveis. 
• Cerca de 80% do total tem moradia própria. 
 
Acesso a Serviços Odontológicos 
 
•14 % de adolescentes nunca foram ao dentista. 
- Existem diferenças regionais marcantes, menos de 6% dos adolescentes da região Sul relatam nunca ter ido aodentista, enquanto na região Nordeste este número chega a quase 22%. 
• 3 % de adultos nunca foram ao dentista. 
• 6 % de idosos nunca foram ao dentista. 
• O Nordeste apresenta os piores índices. 
• O Sul apresenta os melhores índices. 
• Incidência de cárie é 49 % maior em regiões sem fluoretação na água. 
• Somente 70 milhões são abastecidos por água fluoretada. 
 
Auto percepção em Saúde Bucal 
 
• A percentagem de pessoas relatando uma situação de saúde bucal péssima, ruim ou regular foi de: 
15 a 19 anos = 44,7% 
35 a 44 anos = 59,2% 
 
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65 a 74 anos = 43,6% 
• A dificuldade mastigatória (regular/ruim/péssima) foi: 
15 a 19 anos = 22,8% 
35 a 44 anos = 43,8% 
65 a 74 anos = 47,8% 
• A prevalência da dor dentária (pouca/média/alta) nos últimos seis meses foi de 35,7% em adolescentes, 34,8% em 
adultos e 22,2% em idosos. 
 
 
Programa Brasil Sorridente 
 
No dia 17 de março de 2004 foi lançado em Sobral, no Ceará, o primeiro programa criado pelo governo federal voltado 
para o setor odontológico. 
 
Principais pontos do Programa: 
 
- Distribuição kits de saúde bucal para alunos da rede pública 
- Criação de milhares de empregos diretos para profissionais que trabalharão nos centros odontológicos. 
- Construção de centros odontológicos com laboratórios de próteses, em municípios estratégicos, que servirão de 
referência para suas regiões. 
-Entrega de consultórios odontológicos para equipes de Saúde Bucal do Programa Saúde da Família (PSF). 
- Crescimento do número de equipes de Saúde Bucal que atuam no PSF. 
- Aumento da verba para custeio de ações em saúde bucal. 
- Implantação da fluoretação em municípios que têm estações de tratamento e distribuição de água. 
- Produção de próteses dentárias 
- Inclusão de insumos odontológicos na Farmácia do Programa Saúde da Família 
- Reorganização da Atenção Básica e Saúde Bucal da Família, implantação de uma política de rede, levantamento das 
condições de saúde bucal da população brasileira. 
- Formação dos trabalhadores em saúde bucal, parceria com o Ministério da Educação, Plano Nacional de Saúde no 
sistema penitenciário, geração de empregos. 
 
CEO – Centro de Especialidade Odontológica 
 
Os Centros de especialidades Odontológicas estão preparados para oferecer à população, no mínimo, os seguintes 
serviços: 
 
- Diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca. 
- Periodontia especializada- Cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros 
- Endodontia 
- Atendimento a portadores de necessidades especiais 
• Centros com Prótese e Ortodontia 
 
 
 
 
 
O tratamento oferecido no CEO é uma continuidade do trabalho realizado pela rede de atenção básica e no caso dos 
municípios que estão na Estratégia Saúde da Família, pelas equipes de saúde bucal. 
 
Os profissionais da atenção básica são responsáveis pelo primeiro atendimento ao paciente e pelo encaminhamento 
aos centros especializados apenas casos mais complexos. 
 
 
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Para viabilizar a instalação dos CEOs, os incentivos financeiros dependem do tamanho das unidades. Os centros são 
organizados conforme três modelos de consultório: 
 
• Tipo I, que possui três cadeiras odontológicas, recebe R$ 40 mil para a aquisição de equipamentos e reforma ou 
ampliação. Para a manutenção das atividades, os CEOs Tipo I recebem, mensalmente, um incentivo de R$ 6,6 mil; 
• Tipo II possuem, no mínimo, quatro cadeiras odontológicas e recebem até R$ 50 mil. Mensalmente, um incentivo de 
R$ 8,8 mil; 
• Tipo III apresentam sete ou mais cadeiras e recebem até R$ 80mil reais. Mensalmente, um incentivo de R$ 15 mil. 
 
Além da implantação de CEOs , há também a implantação de Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD) que 
são unidades próprias do município ou unidades terceirizadas credenciadas para confecção de próteses totais ou 
próteses parciais removíveis. 
 
 
Fases de um Planejamento 
 
• Conhecimento da realidade 
• Conhecimento epidemiológico 
• Hierarquização dos problemas 
• Definição de prioridades 
• Elaboração 
• Execução 
• Avaliação 
 
 
Doenças de Notificação Compulsória DNC no Estado de São Paulo 
 
GABINETE DO SECRETÁRIO 
Resolução SS-20, de 22-02-2006 
 
Atualiza a Lista das Doenças de Notificação Compulsória - DNC no Estado de São Paulo 
e dá outras providências 
O Secretário da Saúde, considerando que a Lei Federal 6.259, de 30/10/75 determina 
como sendo de notificação compulsória as doenças constantes de relação elaborada pelo 
Ministério da Saúde e atualizada periodicamente; 
considerando a publicação da Portaria 33 de 14/07/2005, do Ministério da Saúde, 
atualizando a listagem de DNC para todo o território nacional; 
considerando que a relação de Doenças de Notificação Compulsória (DNC) para o Estado 
de São Paulo se encontra desatualizada; 
considerando a prerrogativa dos gestores estaduais de incluírem outras doenças e 
agravos no elenco acima mencionado, de acordo com o quadro epidemiológico, resolve: 
 
Artigo 1° - Os casos suspeitos ou confirmados das doenças a seguir relacionadas serão 
de Notificação Compulsória no Estado de São Paulo: 
 
Acidentes por Animal Peçonhento 
Botulismo (*) 
Carbúnculo ou “antrax” (*) 
Cólera (*) 
Coqueluche 
Dengue 
Difteria (*) 
Doença de Chagas (casos agudos) (*) 
Doença de Creutzfeldt-Jacob e outras Doenças Priônicas 
Doença Meningocócica (*) / Meningite por Haemophilus 
Influenzae (*) / Outras Meningites 
Esquistossomose (**) 
Eventos adversos pós-vacinação (***) 
Febre Amarela (*) 
Febre do Nilo Ocidental(*) 
Febre Maculosa 
Febre Tifóide (*) 
Hanseníase (**) 
Hantavirose (*) 
Hepatites virais 
Hipertemia Maligna (*) 
Influenza Humana (****) 
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em gestantes e crianças expostas 
ao risco de transmissão vertical 
Intoxicação por Agrotóxicos 
Leishmaniose Tegumentar Americana 
 
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Leishmaniose Visceral 
Leptospirose 
Malária 
Peste (*) 
Poliomielite (*) / Paralisia flácida aguda (*) 
Raiva Humana (*) 
Rubéola 
Sarampo (*) 
Sífilis Congênita 
Sífilis em Gestante 
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) (**) 
Síndrome da Rubéola Congênita 
Síndrome Febril Ictero-hemorrágica Aguda (*) 
Síndrome Respiratória Aguda Grave (*) 
Tétano Acidental 
Tétano neonatal (*) 
Tracoma (**) 
Tularemia (*) 
Tuberculose (**) 
Varíola (*) 
 
Agravos inusitados 
(*) - Notificação imediata 
(**) - Notificar apenas casos confirmados 
(***) - Aguardar nota da Imunização 
(****) - Influenza Humana - surtos ou agregação de casos ou agregação de óbitos ou 
resultados laboratoriais que devem ser notificados pelos Laboratórios de Referência 
Nacional ou Regional. 
 
Artigo 2º - A ocorrência de agravo inusitado, independentemente de constar na lista de 
doenças de notificação compulsória e de todo e qualquer surto ou epidemia, deve ser 
notificada imediatamente; o mesmo se aplica às doenças assinaladas 
com (*) na lista acima. 
 
Artigo 3º - A definição de casos, o fluxo, a periodicidade e os instrumentos utilizados para 
a notificação estão definidos nas normas do Centro de Vigilância Epidemiológica - 
CVE/SES, em consonância com as da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da 
Saúde - SVS/MS. 
 
Artigo 4º - Os gestores municipais do SUS poderão incluir outras doenças e agravos no 
elenco das DNC, em seu município, de acordo com o quadro epidemiológico local, 
comunicandoo fato ao gestor estadual. 
 
Artigo 5º - Fica revogada Resolução SS - 59, de 22 de julho de 2004. 
 
Artigo 6º - Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as 
disposições em contrário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Assunto: Legislação do SUS 
 
Lei 8.080/90 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono 
a seguinte lei: 
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR 
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou 
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. 
 
TÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu 
pleno exercício. 
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que 
visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso 
universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. 
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da 
sociedade. 
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o 
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e 
serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. 
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a 
garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. 
 
TÍTULO II 
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR 
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e 
municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único 
de Saúde (SUS). 
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de 
qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos 
para saúde. 
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar. 
 
CAPÍTULO I 
Dos Objetivos e Atribuições 
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: 
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; 
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto 
no § 1º do art. 2º desta lei; 
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a 
realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. 
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): 
I - a execução de ações: 
a) de vigilância sanitária; 
b) de vigilância epidemiológica; 
c) de saúde do trabalhador; e 
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; 
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; 
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; 
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; 
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros 
insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; 
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; 
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; 
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos 
psicoativos, tóxicos e radioativos; 
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; 
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. 
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e 
de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de 
serviços de interesse da saúde, abrangendo: 
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a 
saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e 
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o 
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e 
 
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condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e 
controle das doenças ou agravos. 
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das 
ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim 
como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das 
condições de trabalho, abrangendo: 
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; 
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e 
controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; 
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle 
das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de 
produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; 
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; 
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de 
trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames 
de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; 
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e 
empresas públicas e privadas; 
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a 
colaboração das entidades sindicais; e 
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de 
serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos 
trabalhadores. 
 
CAPÍTULO II 
Dos Princípios e Diretrizes 
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o 
Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição 
Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: 
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; 
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações 
e serviços preventivos e curativos, individuaise coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade 
do sistema; 
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; 
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; 
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; 
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; 
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação 
programática; 
VIII - participação da comunidade; 
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: 
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; 
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; 
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; 
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população; 
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e 
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos. 
 
CAPÍTULO III 
Da Organização, da Direção e da Gestão 
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante 
participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de 
complexidade crescente. 
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição 
Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos: 
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; 
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e 
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. 
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que 
lhes correspondam. 
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos 
constitutivos disporão sobre sua observância. 
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e 
articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde. 
Art. 11. (Vetado). 
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, 
integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil. 
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a 
saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
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Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as 
seguintes atividades: 
I - alimentação e nutrição; 
II - saneamento e meio ambiente; 
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; 
IV - recursos humanos; 
V - ciência e tecnologia; e 
VI - saúde do trabalhador. 
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de 
ensino profissional e superior. 
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a 
formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente, 
assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições. 
 
CAPÍTULO IV 
Da Competência e das Atribuições 
Seção I 
Das Atribuições Comuns 
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes 
atribuições: 
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde; 
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde; 
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condições ambientais; 
IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde; 
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e parâmetros de custos que 
caracterizam a assistência à saúde; 
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para promoção da saúde do 
trabalhador; 
VII - participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento básico e colaboração na proteção 
e recuperação do meio ambiente; 
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde; 
IX - participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento de recursos humanos para a 
saúde; 
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde; 
XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância 
pública; 
XII - realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal; 
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, 
de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente 
poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa 
indenização; 
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados; 
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais relativos à saúde, saneamento e meio 
ambiente; 
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da saúde; 
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras entidades representativas 
da sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde; 
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde; 
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; 
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária; 
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento 
emergencial. 
Seção II 
Da Competência 
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete: 
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição; 
II - participar na formulação e na implementação das políticas: 
a) de controle das agressões ao meio ambiente; 
b) de saneamento básico; e 
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; 
III - definir e coordenar os sistemas: 
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade; 
b) de rede de laboratórios de saúde pública; 
c) de vigilância epidemiológica; e 
d) vigilância sanitária; 
IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou 
dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana; 
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e 
coordenar a política de saúde do trabalhador; 
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica; 
 
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VII - estabelecernormas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser 
complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; 
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e 
serviços de consumo e uso humano; 
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício profissional, bem como com 
entidades representativas de formação de recursos humanos na área de saúde; 
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção de insumos e 
equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais; 
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de 
assistência à saúde; 
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde; 
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento 
da sua atuação institucional; 
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados 
contratados de assistência à saúde; 
XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, 
respectivamente, de abrangência estadual e municipal; 
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados; 
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais e 
municipais; 
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, 
Municípios e Distrito Federal; 
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o 
Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de 
1995) 
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, 
como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema 
Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional. 
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete: 
I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde; 
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS); 
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e serviços de saúde; 
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços: 
a) de vigilância epidemiológica; 
b) de vigilância sanitária; 
c) de alimentação e nutrição; e 
d) de saúde do trabalhador; 
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde 
humana; 
VI - participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico; 
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho; 
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a 
saúde; 
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência 
estadual e regional; 
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam 
em sua organização administrativa; 
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde; 
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para 
produtos e substâncias de consumo humano; 
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; 
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade 
federada. 
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete: 
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de 
saúde; 
II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de 
Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual; 
III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho; 
IV - executar serviços: 
a) de vigilância epidemiológica; 
b) vigilância sanitária; 
c) de alimentação e nutrição; 
d) de saneamento básico; e 
e) de saúde do trabalhador; 
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde; 
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, 
junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las; 
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais; 
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; 
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; 
 
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X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços 
privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução; 
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde; 
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação. 
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios. 
 
CAPÍTULO V 
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indígenas, em todo o território 
nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, 
criado e definido por esta Lei, e pela L ei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita 
integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído 
pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela 
Política Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e nãogovernamentais poderão atuar 
complementarmente no custeio e execução das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a realidade local e as especificidades da cultura dos 
povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem 
diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio 
ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e 
regionalizado.(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. 
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, 
ocorrer adaptações na estrutura eorganização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas, para 
propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações. (Incluído pela Lei nº 
9.836, de 1999) 
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros 
especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde. 
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organismos colegiados de formulação, 
acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos 
Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
 
CAPÍTULO VI 
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR 
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) 
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. 
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) 
§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-se, principalmente, os 
procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros 
necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) 
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis 
da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) 
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação médica, com expressa 
concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) 
 
CAPÍTULO VII 
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O 
TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO 
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) 
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a 
permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e 
pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) 
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente. 
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) 
§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo constarão do regulamento da 
lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) 
 
TÍTULO III 
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE 
CAPÍTULO I 
Do Funcionamento 
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de 
profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção e 
recuperação da saúde. 
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
 
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Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os princípios éticos e as normas 
expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento. 
Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde, 
salvo através de doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de entidades de 
cooperação técnica e de financiamento e empréstimos. 
§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), 
submetendo-se a seu controle as atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos que forem firmados. 
§ 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde mantidos, em finalidade lucrativa, por empresas, para 
atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social. 
 
CAPÍTULO II 
Da Participação Complementar 
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma 
determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. 
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio, 
observadas, a respeito, as normas de direito público. 
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para 
participar do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão 
estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde 
(SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde. 
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a 
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-
financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços contratados. 
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do 
Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. 
§ 3° (Vetado). 
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo de 
chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
TÍTULO IV 
DOS RECURSOS HUMANOS 
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formalizada e executada, articuladamente, pelas 
diferentes esferas de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos: 
I - organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-
graduação, além da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal; 
II - (Vetado) 
III - (Vetado) 
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para 
ensino e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema educacional. 
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só 
poderão ser exercidas em regime de tempo integral. 
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos poderão exercer suas atividades em mais de 
um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). 
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em regime de tempo integral, com exceção dos 
ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento. 
Art. 29. (Vetado). 
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob supervisão serão regulamentadas por Comissão 
Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das entidades profissionais 
correspondentes. 
 
TÍTULO V 
DO FINANCIAMENTO 
CAPÍTULO I 
Dos Recursos 
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita 
estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção 
nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e 
prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de: 
I - (Vetado) 
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde; 
III - ajuda, contribuições, doações e donativos; 
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; 
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbitodo Sistema Único de Saúde (SUS); e 
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. 
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada 
mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados. 
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas 
especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas. 
 
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§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão 
financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, 
do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). 
§ 4º (Vetado). 
§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema 
Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições de fomento e 
financiamento ou de origem externa e receita própria das instituições executoras. 
§ 6º (Vetado). 
 
CAPÍTULO II 
Da Gestão Financeira 
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada 
esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde. 
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos 
da União, além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde. 
§ 2º (Vetado). 
§ 3º (Vetado). 
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de auditoria, a conformidade à programação 
aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não 
aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei. 
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetivamente arrecadada transferirão automaticamente 
ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros 
correspondentes às dotações consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem 
executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade Social será observada a mesma proporção da 
despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social. 
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a 
combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos: 
I - perfil demográfico da região; 
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; 
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área; 
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; 
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais; 
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede; 
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo. 
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios será distribuída segundo o quociente de sua divisão pelo 
número de habitantes, independentemente de qualquer procedimento prévio. 
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de migração, os critérios demográficos 
mencionados nesta lei serão ponderados por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o número de 
eleitores registrados. 
§ 3º (Vetado). 
§ 4º (Vetado). 
§ 5º (Vetado). 
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem a 
aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas na gestão dos recursos transferidos. 
 
CAPÍTULO III 
Do Planejamento e do Orçamento 
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até 
o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a 
disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União. 
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de direção do Sistema Único de 
Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária. 
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em 
situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde. 
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de 
saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdição administrativa. 
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde com 
finalidade lucrativa. 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 
Art. 39. (Vetado). 
§ 1º (Vetado). 
§ 2º (Vetado). 
§ 3º (Vetado). 
§ 4º (Vetado). 
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) 
será feita de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social. 
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos e 
outros 
§ 7º (Vetado). 
 
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§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do 
Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos 
congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada das contas e a 
disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares. 
Art. 40. (Vetado) 
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, 
supervisionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial de prestação 
de serviços, formação de recursos humanos e para transferência de tecnologia. 
Art. 42. (Vetado). 
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se 
as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos com as entidades privadas. 
Art. 44. (Vetado). 
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), 
mediante convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos humanos e 
financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que estejam vinculados. 
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de previdência social deverão integrar-se à direção 
correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como quaisquer outros 
órgãos e serviços de saúde. 
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao 
Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado. 
Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos de incentivos à participação do setor privado no 
investimento em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia das universidades e institutos de 
pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais. 
Art.47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), 
organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em todo o território 
nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de prestação de serviços. 
Art. 48. (Vetado). 
Art. 49. (Vetado). 
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas Unificados 
e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sistema Único 
de Saúde (SUS). 
Art. 51. (Vetado). 
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas 
(Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades diversas 
das previstas nesta lei. 
Art. 53. (Vetado). 
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais 
disposições em contrário. Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República. FERNANDO 
COLLOR Alceni Guerra 
 
 
Lei nº 8.142-90 
 
Participação da comunidade na gestão do SUS 
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: 
 
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada 
esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: 
I - a Conferência de Saúde; e 
II - o Conselho de Saúde. 
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para 
avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, 
convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. 
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do 
governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da 
execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas 
decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. 
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de 
Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde. 
§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos 
demais segmentos. 
§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas 
em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho. 
Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como: 
I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta; 
II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional; 
III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério da Saúde; 
IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. 
 
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Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à 
cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde. 
Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão repassados de forma regular e automática para os 
Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de 
setembro de 1990. 
§ 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro 
de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1° do mesmo artigo. 
§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o 
restante aos Estados. 
§ 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, 
parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta lei. 
Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal 
deverão contar com: 
I - Fundo de Saúde; 
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990; 
III - plano de saúde; 
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 
1990; 
V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; 
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua 
implantação. 
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos 
estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos 
Estados ou pela União. 
Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Estado, autorizado a estabelecer condições para 
aplicação desta lei. 
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Independência e 102° da República. 
FERNANDO COLLOR Alceni Guerra 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 31.12.1990

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