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Bioética Brasil

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A estruturação da Bioética Brasileira surgiu a partir de 
dois momentos muito importantes:
1. A criação da Sociedade Brasileira de Bioética: permitiu 
agrupar todos os pesquisadores e principalmente difundir a 
Bioética no Brasil.
2. Publicação da Resolução 196/1996, publicada pelo 
Conselho Nacional de Saúde. Essa resolução determina como 
funciona a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) 
que regulamenta os Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs). Vale 
lembrar que os CEPs são locais e a CONEP é nacional.
Os CEPs tem os princípios precípuos de avaliar as pesquisas 
envolvendo os seres humanos. Enquanto que a CONEP faz uma 
avaliação no que tange aos conflitos envolvendo os CEPs locais 
e também envolvendo pesquisas multicêntricas no Brasil.
A resolução que norteia as pesquisas com seres humanos 
é a Resolução 466/2012.
Anos 90. Os pesquisadores que estavam ávidos com 
essa ciência nova, perceberam que a Teoria Principialista 
não se encaixava tão bem no Brasil. 
expectativas morais e éticas que são diferentes das dos EUA.
 Principalismo
1. Autonomia: respeito a pessoa pela sua capacidade de 
decisão. As pessoas tem o direito de decidir sobre as 
questões relacionadas ao seu corpo e à sua vida. 
Quaisquer atos médicos devem ser autorizadas pelos 
pacientes.
2. Beneficência: refere-se à obrigação ética de maximizar 
o benefício e minimizar os prejuízos. Ação que faz o bem.
3. Não maleficência: a ação médica sempre deve causar o 
menor prejuízo ou agravos à saúde do paciente (ação que 
não faz o mal). Forma de destacar o princípio da 
beneficência.
4. Justiça: estabelece como condição fundamental a 
equidade, obrigação ética de tratar cada individuo 
conforme o que é moralmente correto e adequado.
Bioética levar em consideração em pelo menos 03 vetores 
da saúde:
1. Prática terapêutica
2. Oferta de serviços de saúde
3. Pesquisa médico biológica
Os autores propõe que seja feita uma combinação entre os 
ideais coletivos com os interesses individuais, a tolerância 
com o pluralismo e a solidariedade com a privacidade.
Uma das críticas do Principalismo é justo essa 
característica de querer combinar por exemplo os ideais 
coletivos como os individuais.
Características da bioética brasileira:
Diferente da bioética internacional, é mais crítica e 
ligada à saúde pública. 
Surge no cenário de redemocratização (pós ditadura militar).
Caráter crítico - forte vínculo com movimentos sociais em 
defesa da democracia, dos direitos sociais e civis, e da grande 
parcela da população socialmente desfavorecida. 
Rompe com a ideia de bioética ser exclusivamente médica .
O desafio de ultrapassar fronteiras:
Variedade de interesses de europeus, norte-americanos e 
latino-americanos devido as diferenças socioculturais e de 
desenvolvimento econômico e a questões relativas à 
produção do conhecimento bioético, historicamente 
posterior nos países periféricos.
Os estudos brasileiros ainda não circulam globalmente. 
Outra fronteira para a expansão da bioética brasileira são os limites de 
suas discussões, que ocorrem em espaços restritos, como 
universidades e organizações da área da saúde e pesquisa- O desafio 
agora é extrapolar os limites acadêmicos e atingir outros espaços da 
sociedade.
A bioética assume forte caráter social por propiciar possibilidades 
de intervenção com os cidadãos. Um possível instrumento de 
socialização das discussões da bioética são os meios de 
comunicação- falta de visibilidade está também relacionada com a 
incompreensão da imprensa brasileira com a bioética.
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 “Bioetizar” a política :
Não se trata de politizar o discurso bioético, mas de 
inseri-lo nas pautas da agenda política.
Para isso seria necessário criar o Conselho Nacional de Bioética, ou 
a Comissão Nacional de Bioética, instituição que definiria diretrizes 
para temas essencialmente de cunho éticos/bioéticos, ampliando as 
perspectivas para além dos fundamentos jurídicos, econômicos ou 
médico-científicos.
Importância de consolidar como espaços legítimos de deliberação os 
comitês e centros regionais de bioética em diferentes áreas de interesse.
As primeiras comissões foram implantadas somente a partir dos anos 
1990- não há legislação que regulamente a criação e as atividades dos 
comitês de ética .
Há ainda outro desafio: a evolução da bioética hospitalar para uma 
bioética social.
Desafios acadêmicos para a bioética brasileira:
Desafio de ampliar a oferta de cursos de pós-graduação, 
especialmente stricto sensu.
A trajetória da bioética no país é solidária às expectativas 
sociais, e os constantes desafios relacionam-se à 
dificuldade de efetivamente atender aos interesses coletivos, 
criando práxis inserida no combate às desigualdades, em 
busca de legitimidade democrática. Para superar esses 
obstáculos são necessários mecanismos de inclusão das 
discussões bioéticas nos espaços em que são definidos os 
rumos das políticas públicas. Além disso, somente ampliando 
esses espaços para intervenções concretas será possível 
transformar a realidade dos cidadãos e solucionar conflitos 
éticos ligados à saúde e a situações adversas decorrentes 
do avanço tecnológico, lançando luz sobre temáticas 
emergentes em países periféricos e centrais.
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O inquestionável progresso das 
ciências biológicas e biomédicas que 
altera os processos da medicina 
tradicional. 
Certamente o aperfeiçoamento das biociências implica na renovação das formas 
costumeiras de agir e decidir dos envolvidos no mundo da medicina.
A socialização do atendimento médico.
O reconhecimento e o exercício do direito de todo cidadão a ser atendido na sua saúde, multiplica e 
generaliza o relacionamento entre pacientes e profissionais da saúde, exigindo o reconhecimento dos 
direitos e deveres de ambas as partes. Novos padrões de conduta presidem as relações e decisões na 
medicina contemporânea, Essa democratização da medicina deve concretizar-se na hora da fixação do 
percentual a ser destinado à saúde nos orçamentos municipais, estaduais ou federais.
A progressiva medicalização da vida.
A freqüente presença do médico na vida de cada pessoa implica em uma maior aproximação da sociedade 
com o mundo da medicina da qual pode decorrer uma série de problemas. Essa multiplicidade da oferta de 
serviços médicos requer o estabelecimento das prioridades a serem atendidas.
A emancipação do paciente.
O reconhecimento do paciente como pessoa, com valores fundamentais e determinados. Expressões como: 
consentimento informado , princípios de independência ou de respeito à autonomia do paciente , são novos 
na ética médica.
A criação e funcionamento dos 
comitês de ética hospitalar e dos 
comitês de ética para pesquisa em 
seres humanos. 
Função primária desses organismos é proteger e orientar.
A necessidade de um padrão moral 
que possa ser compartilhado por 
pessoas de moralidades diferentes.
Nossa época se caracteriza pela apatia e fragmentação moral, em grande parte devido ao caráter 
pluralista de nossa sociedade.Um desafio à moral contemporânea o estabelecimento de alguns 
princípios comuns para que se resolvam problemas também comuns, decorrentes do progresso das 
ciências biomédicas e da tecnologia científica aplicada à saúde.
O crescente interesse da ética 
filosófica e da ética teológica.
Nos temas que se referem à vida, reprodução e morte do ser humano. Os problemas da ética médica são 
problemas tão característicos da moralidade que a filosofia moral, ao que se presume, será capaz de ajudar 
a sua solução. Um fracasso nesse campo seria, não apenas um sinal da inutilidade da disciplina, mas 
também da incompetência de quem a utiliza- Bioética constitui o novo semblante da ética científica.
Conclusão 
Depois desta exposição, resulta óbvia a conveniência de uma revista dedicada à Bioética, haja vista que a
nossa
sociedade precisa de:
1. Um meio eficiente para a formação continuada dos profissionais da saúde nessa área.
2. Um instrumento de ajuda e atualização para osConselhos de Medicina e outros Conselhos da área
de saúde.
3. Um estímulo para a criação da cadeira de Bioética nas Faculdades de Medicina do pais e a
preparação conveniente dos respectivos professores e alunos.
4. Um lugar destacado para o diálogo interdisciplinar que deverá ter como protagonistas: médicos,
especialistas em ética e bioética, advogados, políticos, sociólogos e representantes das diversas
religiões.
5. Um foro no qual se discutam, com antecedência à sua aprovação pelo Congresso Nacional, as
futuras leis sobre: reprodução assistida, uso de embriões e fetos humanos para fins diagnósticos, terapêuticos e científicos, transplantes de órgãos, rejeição do tratamento em pacientes terminais, criação do comitê 
nacional de bioética e outros tópicos que a sociedade julgar pertinentes, ou seja, uma tribuna cultural, profissional e política que enriqueça o país e o aproxime das nações que já a possuem. São esses alguns dos espaços 
que esta revista se propõe preencher.
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