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Andréia Ribeiro do Nascimento RESUMO EXPANDIDO BIOÉTICA TERESINA, 2022 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS UNIVERSITÁRIO MINISTRO PETRÔNIO PORTELA – CMPP CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇAO Bloco 13 Bairro Ininga - Teresina-Piauí CEP. 64.049-550 Contato: 86 3215-5863 Andréia Ribeiro do Nascimento RESUMO EXPANDIDO BIOÉTICA TERESINA, 2022 Trabalho apresentado a disciplina Ética, Bioética e Orientação Profissional do Curso de Bacharelado em Nutrição da Universidade Federal do Piauí (UFPI), requisito para aprovação na disciplina no período 2022-.1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 4 2. BIOÉTICA: ASPECTOS HISTÓRICOS E PRINCÍPIOS ....................................................... 5 2.1. PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS E MARCOS LEGAIS ............................................... 5 2.2 PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA .................................................................................................... 6 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 8 1. INTRODUÇÃO A bioética é a representação da ética direcionada às questões biológicas dos seres vivos. Corresponde, segundo Justi e Freire (2013) ao “estudo sistemático em ciências da vida e àquelas relacionada a atenção à saúde”. É uma disciplina que trata dos conflitos das interações humanas, entre si e o meio ambiente, sendo um ramo da ética aplicada às ciências da vida (SIEBERT, 2015). Representada como uma disciplina, a bioética é utilizada para os estudos e discussões sobre as questões da sociedade que envolvem a vida, saúde e aspectos ambientais, conduz as escolhas nesses âmbitos. Chamada para reflexão de temas na área da saúde como aspectos culturais, sociais, espirituais entres outros, que envolvem nos processos de tomadas de decisão (WETTSTEIN, 2010). De acordo com Goldim (2006) “bioética profunda é “a nova ciência ética”, que combina humildade, responsabilidade e uma competência interdisciplinar, intercultural, que potencializa o senso de humanidade”, é uma disciplina que envolve todas as áreas, e de extrema importância para formação ética nas diferentes profissões. É a bioética que promove os discursos do que é certo ou errado nos processos que envolvem tratamento, abordagens médicas, pesquisas com seres humanos e animais, bem como, o desenvolvimento tecnológico desse meio. Vem a ser uma resposta ética das situações da ciência, expressa pelo interesse em usar convenientemente da medicina para conseguir um atendimento conveniente dos problemas referentes à vida, saúde e morte do ser humano (CLOTET, 2009). Como ética aplicada, a bioética apresenta-se como uma busca por um padrão de ações responsáveis de parte das pessoas, profissionais, que decidem sobre os tipos de tratamentos de uma pesquisa que envolvem a humanidade (GARRAFA, 2005). Assim como ética e moral possuem uma relação, a bioética e moralidade estão ligadas de forma funcional (JUSTI; FREIRE, 2013). Nesse sentido, a bioética é de grande importância na formação profissional das diversas áreas, bem como na formação do profissional nutricionista. Esse profissional, deve atuar de acordo com os princípios éticos e bioéticos da sociedade, é dever do nutricionista atuar segundo tais princípios como rege o código de ética e conduta do nutricionista, que estabelece o compromisso de atuação, pautado nos princípios universais dos direitos humanos e da bioética (BRASIL, 2018). 2. BIOÉTICA: ASPECTOS HISTÓRICOS E PRINCÍPIOS A bioética é uma área de estudo das questões éticas relacionadas à pesquisa e ciências da saúde. Surgiu no século XX, o termo bioética foi descrito primeiramente em 1970, mas dizer quando e como se desenvolveu essa disciplina não é fácil (BOCCATTO, 2007). 2.1. PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS E MARCOS LEGAIS O desenvolvimento da bioética surgiu no contexto em que se buscava por definições de condutas adequadas para trabalhos de pesquisa em seres humanos, e dentre os documentos e acontecimentos relevantes é destacado o Código de Nuremberg (1947) que ficou conhecido como o marco inicial sobre a discussão da ética na pesquisa em seres humanos (BOCCATTO, 2007). Outros documentos também marcaram o início das discussões bioéticas como apresenta Boccatto (2007) “a Declaração de Genebra (1948), que representou uma atualização da ética hipocrática e a Declaração de Helsinque (1964), que na realidade foi uma revisão do Código de Nuremberg”. A bioética foi desenvolvida em meio a contextos em que eram necessários a imposição de princípios éticos pois no meio científico, por exemplo, a execução de pesquisas com pessoas que envolviam maus tratos, condutas inadequadas, não havia tratamento que assegurasse a vida e saúde dos participantes, não existiam confidencialidade nem privacidade nas pesquisas do meio científico. Essa disciplina se explana para tentar barrar o que era conflituoso no progresso biomédico e os direitos humanos (GARRAFA, 2005). Acontecimentos como o Ensaio clínico de Tuskegee, o caso das crianças deficientes mentais que foram infectadas com vírus da hepatite A com o intuito de se descobrir uma vacina em New York, o início das cirurgias de transplantes de órgãos, desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante e os estudos de engenharia e manipulação genética marcaram a necessidade da ética nas pesquisas (BOCCATTO, 2007). Segundo Garrafa (2005), a discussão bioética também passa pelas “questões relacionadas com a mercantilização de óvulos, esperma e úteros nas fecundações assistidas e a compra-venda de órgãos humanos em casos de transplantes”. 2.2 PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA A bioética possui quatro princípios básicos que são beneficência, não maleficência, autonomia e justiça. No Brasil, existe a Resolução nº 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que regulamenta as diretrizes e normas da pesquisa envolvendo seres humanos, visa assegurar os direitos e deveres da comunidade científica e compreende os quatros princípios supracitados (BOCCATTO, 2007). Clotet (2009) apresenta os que esses princípios determinam, assim: “O princípio da autonomia exige que aceitemos que elas se autogovernem, ou sejam autônomas, quer na sua escolha, quer nos seus atos. O princípio da autonomia requer que o médico respeite a vontade do paciente ou do seu representante, assim como seus valores morais e crenças. Reconhece o domínio do paciente sobre a própria vida e o respeito à sua intimidade.” O princípio da beneficência tem como base o fazer o bem significa fazer o bem, logo, é associado à excelência profissional, em que é preciso fazer o bem para benefício do outro; o princípio da não-maleficência, por sua vez, conduz que o profissional de saúde tem a obrigação de não causar mal ou danos a seu paciente, de forma intencional (RANGEL, 2016). Já o princípio da justiça, segundo Boccatto (2007) trata-se da “relevância social da pesquisa com vantagens significativas para os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis que garante a igual consideração dos interesses envolvidos”. Se tratando de bioética e nutrição, muitossão os aspectos discutidos, como as questões que envolvem as escolhas alimentares, ambiente cultural, religioso, social que vão influenciar na adesão ou não do tratamento nutricional pelos pacientes (WETTSTEIN, 2010). O acesso à alimentação saudável e segurança alimentar também é discutido. Outro ponto importante são os alimentos e produtos transgênicos que estão incluídos nas discussões sobre a preservação do meio ambiente, qualidade e quantidade dos alimentos produzidos e o combate à fome e diminuição dos custos de produção, que envolvem a ciências, ética e meio ambiente (RANGEL, 2016). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, identifica-se os conceitos de bioética e qual sua importância no meio social e biológico científico. Como os profissionais das diferentes áreas precisam tê-la como base em sua conduta, quais seus princípios e aplicações que se fazem necessários em todas as discussões e pesquisas científicas, para que sejam bioética e moralmente aceitas e que possuam um respaldo legal ético. REFERÊNCIAS BOCCATTO, M. A importância da bioética. Genética na escola, V. 2 nº 2, p. 11-14, 2007. BRASIL, Conselho Federal de Nutricionistas. Código de ética e de conduta do nutricionista. 2018. CLOTET, J. Por que bioética?. Revista bioética, v. 1, n. 1, 2009. GARRAFA, V. Introdução à bioética. Revista do hospital universitário UFMA, v. 6, n. 2, p. 9-13, 2005. GOLDIM, J. R. Bioética: origens e complexidade. Clinical & Biomedical Research, v. 26, n. 2, 2006. JUSTI, J.; FREIRE, H. B. G. Bioética e saúde. Revista Interdisciplinar de Estudos em Saúde, p. 88-101, 2013. RANGEL, T. L. V. Bioética, biossegurança e segurança alimentar e nutricional: Um exame tridimensional do direito humano à alimentação adequada. 2016. SIEBERT, P. R. Bioética para estudantes de ciências biológicas: investigação sobre os fundamentos que compõem ou deveriam compor a área. 2015. WETTSTEIN, M. F. Bioética e restrições alimentares por motivações religiosas: tomada de decisão em tratamentos de saúde. 2010.
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