Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
www.residenciassaude.com.br VIGILÂNCIA EM SAÚDE E SEUS COMPONENTES. VIGILÂNCIA EM SAÚDE E SEUS COMPONENTES. Aula: Vigilância em Saúde e seus componentes 1. Teoria em tópicos + esquemas; 2. Questões comentadas ao longo do texto; 3. Lista das questões gabaritadas; 4. Referênciasbibliográficas. Prof. Natale Souza Natale Oliveira de Souza, enfermeira,Mestre em Saúde Coletiva. Graduada pela UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana – em 1999, pós- graduada em Saúde Coletiva pela UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz – em 2001, em Direito Sanitário pela FIOCRUZ em 2004. Atualmente sou funcionária pública da Prefeitura Municipal de Salvador e atuo há 14 anos na docência em cursos de pós-graduação e preparatórios de concursos, ministrando as disciplinas: Legislação do SUS, Políticas de Saúde, Programas de Saúde Pública e Específicas de Enfermagem. Sou autora de 05 livros na área de concursos públicos. www.residenciassaude.com.br VIGILÂNCIA EM SAÚDE E SEUS COMPONENTES. VIGILÂNCIA SANITÁRIA 1.1 Vigilância em Saúde e seus componentes A concepção "restrita" entende por Vigilância à Saúde, um conjunto de ações voltadas para o conhecimento, previsão, prevenção e enfrentamento continuado de problemas de saúde, selecionados e relativos aos fatores e condições de risco, atuais e potenciais, e aos acidentes, incapacidades, doenças- incluindo as zoonoses, e outros agravos à saúde de uma população num território determinado, significando, portanto, uma ampliação da vigilância epidemiológica, com incorporação da vigilância sanitária, sem, entretanto, prever a reorganização do conjunto das ações e serviços de atenção à saúde, aí incluídas a intervenção sobre determinantes sociais, de um lado, e a assistência médico-hospitalar, de outro (TEIXEIRA,1998). Ainda de acordo com a autora supracitada, a concepção ampliada fundamenta-se no resgate do desenvolvimento conceitual e metodológico que se vem verificando a partir de uma visão ampliada de Saúde e da formulação de modelos de interpretação dos determinantes, riscos, agravos e danos, à luz da moderna Epidemiologia, articulando-os em um esquema operacional que resgata e amplia o modelo clássico da História Natural das Doenças, incorporando desde as ações sociais organizadas pelos distintos atores até as ações específicas de prevenção de riscos e agravos, bem como as de recuperação e reabilitação de doentes. Podemos afirmar que o modelo assistencial de Vigilância da saúde é o preconizado, atualmente, pelo ministério da saúde. Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br A Vigilância da Saúde apresenta algumas vertentes, que poderiam ser sintetizadas como segue: a) Vigilância da Saúde equivalendo a Análise de Situações de Saúde. Ainda que ampliando e redefinindo o objeto de análise - situações de saúde de grupos populacionais definidos em função de suas condições de vida, esta acepção restringe o alcance da proposta ao monitoramento da situação de saúde, não incorporando as ações voltadas ao enfrentamento dos problemas. b) Vigilância da Saúde como proposta de integração institucional entre a Vigilância epidemiológica e a Vigilância sanitária, inicialmente no âmbito do processo de descentralização das ações para os órgãos estaduais (SES) e, atualmente, inserindo-se no processo de municipalização. c) Vigilância da Saúde como uma proposta de redefinição das práticas sanitárias, havendo duas concepções, que, embora não sejam divergentes, enfatizam aspectos distintos: uma, que privilegia a dimensão técnica, ao conceber a vigilância à saúde enquanto um modelo assistencial alternativo conformado por um conjunto de práticas sanitárias que encerram combinações tecnológicas distintas, destinadas a controlar determinantes, riscos e danos; outra que privilegia a dimensão gerencial da noção de vigilância à saúde, caracterizando-a como uma prática que organiza processos de trabalho em saúde sob a forma de operações, para confrontar problemas de enfrentamento contínuo, num território delimitado (...) através de operações montadas sobre os problemas em seus diferentes períodos do processo saúde-doença. Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br A Vigilância da Saúde e suas vertentes Comparando esta concepção de Vigilância da Saúde com os modelos assistenciais vigentes (médico- assistencial e sanitarista, hegemônicos) constatam-se as diferenças com relação aos sujeitos, objeto, métodos e forma de organização dos processos de trabalho. Enquanto o modelo médico assistencial privilegia o médico, tomando como objeto a doença, em sua expressão individualizada e utiliza como meios de trabalho os conhecimentos e tecnologias que permitem o diagnóstico e a terapêutica das diversas patologias, o modelo sanitarista tem como sujeitos os sanitaristas, cujo trabalho toma por objeto os modos de transmissão e fatores de risco das diversas doenças em uma perspectiva epidemiológica, utilizando um conjunto de meios que compõem a tecnologia sanitária (educação em saúde, saneamento, controle de vetores, imunização, etc.) A Vigilância da Saúde, todavia, propõe a incorporação de novos sujeitos, extrapolando o conjunto de profissionais e trabalhadores de saúde ao envolver a população organizada, o que corresponde à ampliação do objeto, que abarca, além das determinações clínico epidemiológicas no âmbito individual e coletivo, as determinações sociais que afetam os distintos grupos populacionais em função de suas condições de vida. Nessa perspectiva, a intervenção também extrapola o uso dos conhecimentos e tecnologias médico-sanitárias e inclui tecnologias de comunicação social que estimulam a mobilização, organização e atuação dos diversos grupos na promoção e na defesa das condições de vida e saúde (TEIXEIRA,1998) Vigilância da Saúde equivalendo a Análise de Situações de Saúde Vigilância da Saúde como proposta de integração institucional entre a Vigilância epidemiológica e a Vigilância sanitária Vigilância da Saúde como uma proposta de redefinição das práticas sanitárias Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br Segundo Paim (1998), A Vigilância da Saúde corresponderia, assim, a um modelo assistencial que incorpora e supera os modelos vigentes, implicando a redefinição do objeto, dos meios de trabalho, das atividades, das relações técnicas e sociais, bem como das organizações de saúde e da cultura sanitária. Nessa perspectiva, aponta na direção da superação da dicotomia entre as chamadas práticas coletivas (vigilância epidemiológica e sanitária) e as práticas individuais (assistência ambulatorial e hospitalar) através da incorporação das contribuições da nova geografia, do planejamento urbano, da epidemiologia, da administração estratégica e das ciências sociais em saúde, tendo como suporte político-institucional o processo de descentralização e de reorganização dos serviços e das práticas de saúde ao nível local. Na perspectiva técnica da implementação da vigilância da saúde, metodologia do planejamento e programação poderia ser aplicada em distintos momentos com a seguinte sequência lógica: Sequência lógica: Análise da situação de saúde Desenho de situação-objetivo; Desenho das estratégias; Programação, acompanhamento e avaliação Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br 1.2 Vigilância em saúde: vigilância epidemiológica, vigilância sanitária e vigilância ambiental Neste item não aprofundarei os subcomponentes da Vigilância em Saúde, pois teremos aulas específicas do cada tema.O termo “Vigilância” surgiu no contexto da saúde pública no final de século XIX, com o desenvolvimento da microbiologia e de saberes sobre a transmissão das doenças infecciosas, e está historicamente relacionado aos conceitos de saúde e doença vigentes em cada época e lugar, às práticas de atenção aos enfermos e aos mecanismos adotados para impedir a disseminação das doenças. Observação contínua Coleta sistemática Vigilância Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br Evolução do conceito de vigilância em saúde “Observação contínua da distribuição e tendências da incidência de doenças mediante a coleta sistemática, consolidação e avaliação de informes de morbidade e mortalidade, assim como de outros dados relevantes e a regular disseminação dessas informações a todos que necessitam conhecê-la.” (Langmuir, 1963) “O estudo epidemiológico de uma enfermidade, considerada como um processo dinâmico que abrange a ecologia dos agentes infecciosos, o hospedeiro, os reservatórios e vetores, assim como os complexos mecanismos que intervêm na propagação da infecção e a extensão com que essa disseminação ocorre” (Raska, 1966) Evolução dos Conceitos e Marcos Legais da Vigilância em Saúde no Brasil 1975 (Lei 6.529 de 1976): Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica: “Art. 2º: A ação de vigilância epidemiológica compreende as informações, investigações e levantamentos necessários à programação e à avaliação das medidas de controle de doenças e de situações de agravos à saúde. § 1º Compete ao Ministério da Saúde definir, em Regulamento, a organização e as atribuições dos serviços incumbidos da ação de Vigilância Epidemiológica, promover a sua implantação e coordenação. § 2º A ação de Vigilância Epidemiológica será efetuada pelo conjunto dos serviços de saúde, públicos e privados, devidamente habilitados para tal fim. ” Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica: Condução do Ministério da Saúde; www.residenciassaude.com.br Integrada somente pelos estados, executam ações definidas pela União; Restrita ao controle de doenças transmissíveis; Ações de vigilância ambiental praticamente inexistentes no âmbito do sistema público de saúde. Situação semelhante no desenvolvimento das ações de vigilância sanitária; 1961: Código Nacional de Saúde 1973 a 1977 - Leis 5991/73; 6360/76; 6368/76: Medicamentos/ Lei 6437/77: Alimentos. 1976 – Decreto 79.506 – Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária: Promover, elaborar, controlar aplicação e fiscalizar “normas e padrões de interesse sanitários” Portos, aeroportos e fronteiras; Produtos e exercício profissional relacionados à saúde. Constituição de 1988: “Art. 200”. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: ... II. Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador (...)” Lei 8080, 1990: “Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br “Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I. o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II. o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. ” 1.3 Vigilância em saúde: do que estamos falando? A vigilância em saúde tem por objetivo a observação e análise permanentes da situação de saúde da população, articulando-se em um conjunto de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo-se a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde. Quais são os componentes da vigilância em saúde? São as ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e agravos à saúde, devendo-se constituir em espaço de articulação de conhecimentos e técnicas. O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária. Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br 1.(2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH) São os componentes da vigilância em saúde, EXCETO: a) ações de vigilância. b) hierarquização das ações. c) controle de agravos à saúde. d) promoção à saúde. e) prevenção de doenças. Resposta Correta: b) hierarquização das ações. Comentário: O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária. 2. (2016/SEGPLAN-GO/SEAP-GO) Sobre a Vigilância em Saúde é correto afirmar: a) abrange somente o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendida todas as etapas e processos, da produção ao consumo; b) abrange a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária. c) é um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, situado no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltado para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, tratamento e a reabilitação d) é um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, situado nos níveis secundário e terciário de atenção dos sistemas de saúde, voltado para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, tratamento e a reabilitação. e) nenhuma das alternativas está correta. Resposta Correta: b) abrange a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária. www.residenciassaude.com.br Comentário: O conceito O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária. Onde devem ser desenvolvidas as ações da vigilância em saúde? A vigilância em saúde deve estar cotidianamente inserida em todos os níveis de atenção da saúde. A partir de suas específicas ferramentas as equipes de saúde da atenção primária podem desenvolver habilidades de programação e planejamento, de maneira a organizar os serviços com ações programadas de atenção à saúde das pessoas, aumentando-se o acesso da população a diferentes atividades e ações de saúde. Como buscamos a integralidade da vigilância com a atenção à saúde? A Vigilância em Saúde, visando a integralidade do cuidado, deve inserir-se na construçãodas redes de atenção à saúde, coordenadas pela Atenção Primária à Saúde. A integração entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Primária à Saúde é condição obrigatória para a construção da integralidade na atenção e para o alcance dos resultados, com desenvolvimento de um processo de trabalho condizente com a realidade local, que preserve as especificidades dos setores e compartilhe suas tecnologias, tendo por diretrizes: www.residenciassaude.com.br Diretrizes: As ações de Vigilância em Saúde, incluindo-se a promoção da saúde, devem estar inseridas no cotidiano das equipes de Atenção Primária – Saúde da Família, com atribuições e responsabilidades definidas em território único de atuação, integrando os processos de trabalho, planejamento, monitoramento e avaliação dessas ações. I – Compatibilização dos territórios de atuação das equipes, com a gradativa inserção das ações de vigilância em saúde nas práticas das equipes da Saúde da Família; II – Planejamento e programação integrados das ações individuais e coletivas; III – Monitoramento e avaliação integrada; IV – Reestruturação dos processos de trabalho com a utilização de dispositivos e metodologias que favoreçam a integração da vigilância, prevenção, proteção, promoção e atenção à saúde, tais como linhas de cuidado, clinica ampliada, apoio matricial, projetos terapêuticos e protocolos, entre outros; V – Educação permanente dos profissionais de saúde, com abordagem integrada nos eixos da clínica, vigilância, promoção e gestão. www.residenciassaude.com.br 3.(2012/FEMPERJ/TCE-RJ) O principal desafio da Vigilância em Saúde hoje é: a) definir a demanda de incorporação tecnológica; b) formular diretrizes clínicas; c) sua implantação na Atenção Básica; d) sua integração continental para conter pandemias; e) a formação de recursos humanos em nível terciário. Resposta Correta: c) sua implantação na Atenção Básica; Comentário: As ações de Vigilância em Saúde, incluindo-se a promoção da saúde, devem estar inseridas no cotidiano das equipes de Atenção Primária – Saúde da Família, com atribuições e responsabilidades definidas em território único de atuação, integrando os processos de trabalho, planejamento, monitoramento e avaliação dessas ações. 1.4 Quais são as ações de cada componente da vigilância em saúde? A vigilância epidemiológica é um “conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de se recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. Seu propósito é fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos. www.residenciassaude.com.br FUNÇÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA A vigilância da situação de saúde desenvolve ações de monitoramento contínuo do país/estado/região/município/território, por meio de estudos e análises que revelem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente. A vigilância em saúde ambiental visa ao conhecimento e à detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do ambiente que interferiram na saúde humana; recomendar e adotar medidas de prevenção e controle dos fatores de risco, relacionados às doenças e outros agravos à saúde, prioritariamente a vigilância da qualidade da água para consumo humano, are solo; desastres de origem natural, substâncias químicas, acidentes com produtos perigosos, fatores físicos, e ambiente de trabalho. A vigilância em saúde do trabalhador caracteriza-se por ser um conjunto de atividades destinadas à promoção e proteção, recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. Coleta e processamento de dados Análise e interpretação dos dados processados Divulgação das informações Investigação epidemiológica de casos e surtos Análise dos resultados obtidos e Recomendações e promoção das medidas de controle indicadas. www.residenciassaude.com.br A vigilância sanitária é entendida como um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, na produção e circulação de bens e na prestação de serviços de interesse da saúde. Abrange o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que, direta ou indiretamente, se relacionam com a saúde. O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária é coordenado pela Anvisa no âmbito nacional e integrado pela Anvisa, Vigilâncias Sanitárias Estaduais, Vigilâncias Sanitárias Municipais, Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, no aspecto pertinente à vigilância sanitária; e sistemas de informação de vigilância sanitária. Outro aspecto fundamental da vigilância em saúde é o cuidado integral com a saúde das pessoas por meio da promoção da saúde. Essa política objetiva a promover a qualidade de vida, empoderando a população para reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura e acesso a bens e serviços essenciais. As ações específicas são voltadas para: alimentação saudável, prática corporal/atividade física, prevenção e controle do tabagismo, redução da morbimortalidade em decorrência do uso de álcool e outras drogas, redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito, prevenção da violência e estímulo à cultura da paz, além da promoção do desenvolvimento sustentável. www.residenciassaude.com.br 4.(FUNCAB/SESACRE/2013) “O monitoramento contínuo do país, estado, município, região e/ou território por meio de estudos e análises que revelem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente” faz parte das ações desenvolvidas pela: a) vigilância epidemiológica. b) vigilância sanitária. c) vigilância em saúde ambiental. d) vigilância da situação de saúde. e) vigilância em saúde do trabalhador. Resposta Correta: d) vigilância da situação de saúde. Comentário: A vigilância da situação de saúde desenvolve ações de monitoramento contínuo do país/estado/região/município/território, por meio de estudos e análises que revelem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente 5.(EDUCA/Prefeitura de Maturéia – PB/2016). Marque a alternativa CORRETA que corresponde ao significado conceitual de Vigilância: “desenvolve ações de monitoramento contínuo do país/estado/região/município/território, por meio de estudos e análises que revelem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente. ” a) Vigilância Epidemiológica. b) Vigilância Sanitária. c) Vigilância Ambiental. d) Vigilância da Situação de Saúde. e) Vigilância em Saúde. Resposta Correta: d) vigilância da situação de saúde. Comentário: A vigilância da situação de saúde desenvolve ações de monitoramento contínuo do país/estado/região/município/território, por meio de estudos e análises que revelem o comportamentodos principais indicadores de saúde, priorizando questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente. Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br 6.(CONSULPLAN/CBTU/2014) A Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) é um dos componentes do (a) a) Vigilância Epidemiológica. b) Vigilância em Saúde Ambiental. c) Vigilância da Situação de Saúde. d) Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Resposta Correta: d) Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Comentário: O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária. 1.5 A vigilância em saúde e o planejamento A vigilância em saúde detém conhecimentos e metodologias que auxiliam a gestão para o conhecimento da realidade, identificação de problemas, estabelecimento de prioridades de atuação e melhor utilização dos recursos em busca de resultados efetivos, fundamentais para a elaboração do planejamento. A análise da situação de saúde permite a identificação, descrição, priorização e explicação dos problemas de saúde da população, por intermédio da: caracterização da população: variáveis demográficas (número de habitantes com distribuição por sexo, idade, local de residência, fluxos de migração, etc.); variáveis socioeconômicas (renda, inserção no mercado de trabalho, ocupação, condições de vida, etc.); variáveis culturais (grau de instrução, hábitos, comportamentos, etc.); Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br caracterização das condições de vida: ambientais (abastecimento de água, coleta de lixo e dejetos, esgotamento sanitário, condições de habitação, acesso a transporte, segurança e lazer); características dos sujeitos (nível educacional, inserção no mercado de trabalho, tipo de ocupação, nível de renda, formas de organização social, religiosa e política); caracterização do perfil epidemiológico: indicadores de morbidade; indicadores de mortalidade; descrição dos problemas: O quê? (Problema); Quando? (Atual ou potencial); Onde? (Territorialização); Quem? (Que indivíduos ou grupos sociais). A vigilância em saúde está alinhada aos DETERMINANTES SOCIAIS EM SAÚDE – DSS, ou seja – quanto as ações são estruturadas no modelo de VS, podemos identificar os fatores que determinam e condicionam a saúde e intervir de forma precoce! Recomenda-se, para análise da situação de saúde, utilizar os sistemas de informação disponíveis, indicadores de saúde, fontes diversas de dados, processamento estatístico, construção de séries temporais, desagregação por grupos e distribuição territorial, considerando valores e culturas locais. Sistema Nacional de Vigilância em Saúde O Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS) é coordenado pela SVS/MS no âmbito nacional e é integrado pelos seguintes subsistemas: 1. Subsistema nacional de vigilância epidemiológica, de doenças transmissíveis e de agravos e doenças não transmissíveis; 2. E subsistema nacional de vigilância em saúde ambiental, incluindo ambiente de trabalho. Além disso, são integrantes do SNVS o Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, nos aspectos pertinentes à vigilância epidemiológica e saúde ambiental; os sistemas de informações de vigilância em saúde; programas de Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br prevenção e controle de doenças de relevância em saúde pública, incluindo o Programa Nacional de Imunizações, e ainda a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e Política Nacional de Promoção da Saúde. 1.6 Vigilância Sanitária Neste item aprofundaremos o componente Vigilância Sanitária, que de acordo com a Lei Orgânica da Saúde 8.080/90: Vigilância Sanitária de acordo com a Lei Orgânica da Saúde 8.080/90: “É um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I. o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II. o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. ” O controle de bens de consumo O controle da prestação de serviços Vigilância Sanitária Que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br 1.6.1 Componente - Vigilância Sanitária Originou-se na Europa dos séculos XVII e XVIII e no Brasil dos séculos XVIII e XIX, com o aparecimento da noção de “polícia sanitária”, que tinha como finalidade regulamentar o exercício da profissão, combater o charlatanismo e exercer o saneamento da cidade, fiscalizar as embarcações, os cemitérios e o comércio de alimentos, com o objetivo de vigiar a cidade para evitar a propagação das doenças. No Brasil, a polícia sanitária, que é a prática mais antiga da saúde pública, aparece na época em que vigorava a “teoria dos miasmas”. Ela se rearticula e se modifica, pelo menos na forma de interpretar os eventos, ao incorporar as várias novas noções que vão surgindo, como aquelas originadas na era bacteriológica, no período da introdução da terapêutica; mais tarde, com as teorias sistêmicas e do planejamento, configuram-se os sistemas de vigilância à saúde, até a incorporação em sua função de controle do conceito de defesa da cidadania, do direito do consumidor. Até 1988, o Ministério da Saúde definia a Vigilância Sanitária como -"um conjunto de medidas que visam elaborar, controlar a aplicação e fiscalizar o cumprimento de normas e padrões de interesse sanitário relativo a portos, aeroportos e fronteiras, medicamentos, cosméticos, alimentos, saneantes e bens, respeitada a legislação pertinente, bem como o exercício profissional relacionado com a saúde”. A Constituição Federal de 1988, afirmou ser a saúde um direito de todos e destacou as atribuições da Vigilância Sanitária como obrigação do Estado, produziu-se intensa atividade regulatória. Sendo um dever do Estado, compete a este implementar políticas públicas capazes de garantir à população brasileira o acesso universal a ações e serviços públicos de saúde. Além de ações e serviços de saúde, conforme dispõe o caput do art. 196, o Estado deve atuar no sentido de reduzir os riscos de doenças e agravos à saúde pública; ou seja, deve adotar medidas capazes de garantir a segurança sanitária www.residenciassaude.com.br da população, evitando a disseminação de doenças e eliminando riscos à saúde existentes no ambiente social, em concordância com o conceito de saúde. A descrição de vigilância sanitária, conhecida por todos pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, passa a ser, nesse contexto, de acordo com o artigo 6º, parágrafo 1º, a seguinte: “Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; II - O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Essa definição amplia o seu campo de atuação, pois,ao ganhar a condição de prática capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, torna-se uma prática com poder de interferir em toda a reprodução das condições econômico-sociais e de vida, isto é, em todos os fatores determinantes do processo saúde–doença. A Constituição elevou a saúde à categoria de direito social, estabeleceu os fundamentos e fixou os princípios norteadores da política de saúde brasileira; desenhou o marco institucional encarregado de executar essa política na forma do Sistema Único de Saúde e incorporou uma definição de saúde abrangente e progressista, em sintonia com o padrão normativo internacional. O texto constitucional art. 200 confere ao SUS um conjunto extenso e variado de atribuições (BRASIL,1988), dentre elas, as de: www.residenciassaude.com.br Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; Ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde; Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. Em consonância com o processo de reforma do Estado, na década de 1990, foi Instituída pela Lei 9782/99 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), criada para: [...] promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e fronteiras. (BRASIL, 1999). 7. (COMPERVE/UFRN/2016) "O poder de polícia administrativa é uma atividade exclusiva da Administração Pública. Representa não só uma capacidade, mas também um dever de restringir ou condicionar as liberdades ou a propriedade individual, ajustando-as aos interesses da coletividade. Seu princípio básico é a supremacia do interesse público sobre o individual. No setor de saúde, esse poder incide apenas sobre estabelecimentos (pessoas jurídicas)." (DE SETA, REIS, 2009) A vigilância que detém o poder de polícia administrativa é a www.residenciassaude.com.br A) Vigilância Sanitária. B) Vigilância Epidemiológica. C) Vigilância Ambiental. D) Vigilância do trabalhador. Resposta Correta: A) Vigilância Sanitária. Comentário: A Vigilância Sanitária no Brasil tem características de polícia sanitária, que é a prática mais antiga da saúde pública, aparece na época em que vigorava a “teoria dos miasmas”. Ela se rearticula e se modifica, pelo menos na forma de interpretar os eventos, ao incorporar as várias novas noções que vão surgindo, como aquelas originadas na era bacteriológica, no período da introdução da terapêutica; mais tarde, com as teorias sistêmicas e do planejamento, configuram-se os sistemas de vigilância à saúde, até a incorporação em sua função de controle do conceito de defesa da cidadania, do direito do consumidor. 8.(MÁXIMA/Prefeitura de Fronteira – MG/2016) Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse à saúde constitui o conceito de: a) Vigilância em saúde; b) Vigilância epidemiológica; c) Vigilância ambiental; d) Vigilância sanitária. Resposta Correta: d) Vigilância sanitária. Comentário: De acordo com a artigo 6º da LOS 8.080/90, entende-se por Vigilância Sanitária: conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; II - O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 9. (2016/IF-ES/IF-ES) “Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao www.residenciassaude.com.br consumo e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.” A afirmativa anterior se refere a: a) Saúde Pública. b) Vigilância Sanitária. c) Vigilância Epidemiológica. d) Vigilância da Saúde do Trabalhador. e) Vigilância Ambiental em Saúde. Resposta Correta: b) Vigilância Sanitária. Comentário: De acordo com a artigo 6º da LOS 8.080/90, entende-se por Vigilância Sanitária: conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; II - O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 10.(CONSULPAM/Prefeitura de Tarrafas – CE/2015 ) Entende-se por vigilância sanitária: a) Um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. b) Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. c) Um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. d) Apenas o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Resposta Correta: a) Um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. www.residenciassaude.com.br Comentário: De acordo com a artigo 6º da LOS 8.080/90, entende-se por Vigilância Sanitária: conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - O controle de bens de consumoque, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; II - O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 11. (EBSERH – AOCP- 2015) Historicamente, tinha como função exercer o saneamento da cidade, fiscalizar as embarcações, os cemitérios e o comércio de alimentos, com o objetivo de vigiar a cidade para evitar a propagação das doenças. O enunciado refere- se: (A) a agentes comunitários de saúde. (B) à polícia sanitária. (C) a agentes de endemias. (D) à reforma sanitária. (E) à liga médica de higiene Resposta Correta: (B) à polícia sanitária. Comentário: A Vigilância Sanitária no Brasil tem características de polícia sanitária, que é a prática mais antiga da saúde pública, aparece na época em que vigorava a “teoria dos miasmas”. Ela se rearticula e se modifica, pelo menos na forma de interpretar os eventos, ao incorporar as várias novas noções que vão surgindo, como aquelas originadas na era bacteriológica, no período da introdução da terapêutica; mais tarde, com as teorias sistêmicas e do planejamento, configuram-se os sistemas de vigilância à saúde, até a incorporação em sua função de controle do conceito de defesa da cidadania, do direito do consumidor. 12. (COMPROV/UFCG - 2014 - Pref. Pedra Lavrada/PB) Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, EXCETO: a) O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. b) Programas de conscientização da população, através de publicidade, panfletagem, palestras e outros meios. www.residenciassaude.com.br c) Ações de prevenção, devendo servir para eliminar, diminuir ou prevenir os riscos à saúde, devendo haver intervenção do Estado para a garantia da saúde da população. d) O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo. e) Todas as alternativas estão corretas. Resposta Correta: b) Programas de conscientização da população, através de publicidade, panfletagem, palestras e outros meios. Comentário: De acordo com a artigo 6º da LOS 8.080/90, entende-se por Vigilância Sanitária: conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; II - O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Destacam-se, entre as principais atribuições da ANVISA, as competências para estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes e as ações de vigilância sanitária e para aplicar as penalidades aos infratores da legislação sanitária, sendo-lhe atribuída a coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. A diversificação de atribuições evidencia que a ANVISA dispõe de amplo poder de polícia para autorizar ou interditar o funcionamento de empresas e estabelecimentos de saúde, registrar ou recusar o registro de produtos de interesse da saúde, monitorar a evolução dos preços de medicamentos, possuindo inclusive poderes normativos, especialmente em áreas técnicas que exigem conhecimento especializado, como por exemplo, o estabelecimento de padrões sobre limites de contaminantes, resíduos tóxicos, desinfetantes, metais pesados etc. Os demais serviços de vigilância sanitária integrantes do SNVS, distribuídos nas esferas estadual e municipal de gestão, também dispõem de poder de polícia no âmbito de suas competências (COSTA, 2009). Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br O poder de polícia, necessário para coibir as transgressões que se fazem frequentemente contra a saúde da população, deve ser exercido de forma tecnicamente competente e de acordo com o preceitos éticos. É importante lembrar – que a vigilância sanitária está incluída no conceito de vigilância da saúde. A vigilância da saúde é uma forma de organização das práticas de saúde que contempla a articulação das ações de promoção da saúde, prevenção e controle de riscos, assistência e reabilitação, de maneira a se desenvolver uma atenção integral a problemas de saúde e seus determinantes, a necessidade e demandas da população em territórios específicos. São características da Vigilância Sanitária as atividades educativas e repressivas, em relação ao seu objeto de ação, isto é, em relação aos prestadores ou produtores. Atividade educativa - deve ser exercida não apenas por meio das fiscalizações que podem ter inicialmente o caráter orientador, mas também por intermédio da promoção de reuniões e seminários com os responsáveis pelos estabelecimentos em que sejam discutidos os problemas e transmitidas as exigências técnicas legais e a necessidade da melhoria dos serviços, em busca da conscientização da promoção comum da saúde do município. Atividade repressiva - inerente ao seu poder de polícia, deve ser exercida durante as fiscalizações quando forem constatadas irregularidades que possam gerar danos à saúde dos indivíduos ou da comunidade. A autoridade sanitária, em exercício de suas funções, não poderá se omitir ao constatar que uma determinada situação, procedimento ou condição estejam em desacordo com a legislação. As ações de vigilância sanitária portam certas especificidades: São ações de saúde dirigidas, fundamentalmente, ao controle de riscos reais e potenciais, ou seja, têm natureza essencialmente preventiva, não só de danos, mas dos próprios riscos. Desse modo, permeiam todas as práticas médico- Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br sanitárias: da promoção à proteção, recuperação e reabilitação da saúde. Nas diversas atividades relacionadas com a saúde faz-se necessária alguma ação de vigilância sanitária, também exercidas sobre o meio ambiente e o ambiente de trabalho. Em sua grande maioria as ações são exercidas sobre coisas, produtos, tecnologias, processos, estabelecimentos, meios de transportes e ambientes e uma fração menor, mas igualmente importante, sobre pessoas, principalmente os viajantes, incluindo os trabalhadores dos meios de transporte sob vigilância sanitária. Outra característica é a distribuição de competências com outros setores institucionais, o que amplifica a complexidade e implica em vigoroso esforço de construção da intersetorialidade, dado que as racionalidades de outros setores não são idênticas às da saúde. Os alimentos, por exemplo, são objetos de competências do setor saúde e da agricultura. Através da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS. São oficializados mecanismos importantes de participação da população no controle de qualidade dos serviços de saúde, através de conselhos. O usuário, objeto de proteção da Vigilância Sanitária, passa a ser um aliado importante, um “vigilante voluntário”, da transformação das condições de saúde, reforçando o papel educativo e conscientizador da Vigilância Sanitária. Destacam-se quatro dimensões inerentes à prática de vigilância sanitária: A dimensão política - como uma prática de saúde coletiva, de vigilância da saúde, instrumento de defesa do cidadão, no bojodo Estado e voltada para responder por problemas, situa-se em campo de conflito de interesses, pois prevenir ou eliminar riscos significa interferir no modo de produção econômico-social. Essa é sua dimensão política, relacionada ao propósito de transformação ou mudança desses processos em benefício, a priori, da população. Contudo, os entraves serão maiores ou menores www.residenciassaude.com.br dependendo, de um lado, do grau de desenvolvimento tecnológico dos setores produtores e prestadores, de suas consciências sanitárias ou mercantilistas, e, de outro, da concreta atuação e consciência dos consumidores. A dimensão ideológica - que significa que a vigilância deverá responder às necessidades determinadas pela população, mas enfrenta os atores sociais com diferentes projetos e interesses. A dimensão tecnológica - referente à necessidade de suporte de várias áreas do conhecimento científico, métodos, técnicas, que requerem uma clara fundamentação epidemiológica para seu exercício. Nessa dimensão está incluída sua função de avaliadora de processos, de situações, de eventos ou agravos, expressa através de julgamentos a partir da observação ou cumprimento de normas e padrões técnicos e de uma conseqüente tomada de decisão. A dimensão jurídica - que a distingue das demais práticas coletivas de saúde, conferindo-lhe importantes prerrogativas expressas pelo seu papel de polícia e pela sua função normatizadora. A atuação da Vigilância Sanitária tem implicações legais na proteção à saúde da população, desde sua ação educativa e normativa, estabelecendo obrigatoriedades ou recomendações, até seu papel de polícia, na aplicação de medidas que podem representar algum tipo de punição. Assentada no Direito Sanitário, sua atuação se faz no plano do jurídico, o que significa que qualquer tomada de decisão afeta esse plano. Para isso suas ações devem estar corretamente embasadas em leis. Torna-se imprescindível para aquele que exerce a ação o conhecimento dos instrumentos processuais, das atribuições legais e responsabilidades. Dentro dos preceitos do SUS, que privilegia o município como o espaço de ação das práticas de saúde, a Vigilância Sanitária deve ser descentralizada e municipalizada. Ao Estado compete o papel de articular os municípios e regiões para garantir a uniformidade mínima das ações de todo o município, a www.residenciassaude.com.br hierarquização da prestação de serviços que, por suas características e complexidade, tenham abrangência intermunicipal, e a viabilização das práticas de supervisão e controle de qualidade dos serviços de saúde. A municipalização da Vigilância Sanitária, como uma etapa do processo de descentralização das ações de saúde, representará a concretização da municipalização da saúde e constitui subsídio importante para o planejamento, gerenciamento e qualidade dos serviços de assistência médica, para a garantia da saúde ambiental e ocupacional e para o controle de qualidade de produtos e serviços de saúde e da vida da população. Municipalizar as ações de vigilância sanitária significa adotar uma política específica com a finalidade de operacionalizá-la recorrendo-se a novas bases de financiamento, criação de equipes e demais infraestruturas. Segundo COSTA (2009), a partir da interpretação da Constituição Federal de 88 e Lei Orgânica da Saúde 8.080, art. 18, depreende-se que é dada ao município a competência para a execução de todas as ações de vigilância sanitária. Essa ação deverá ser embasada em leis federais e estaduais, mas o município pode legislar complementarmente o que não lhe for constitucionalmente vedado. As ações de vigilância poderão ser exercidas pelo município independentemente de qualquer delegação de competência ou de convênios formais, em todos os locais ou situações, seja qual for a complexidade das ações. Contudo, o trabalho integrado, a definição harmônica das competências entre os vários níveis do SUS, a cooperação técnica entre eles, só beneficiarão e garantirão a saúde do município. Desse modo, cabe ao nível municipal executar e implementar ações de vigilância sanitária, obtendo para isso a cooperação técnica e financeira da União e do Estado. Em relação aos níveis de competência, a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde assume o papel de coordenação, com o objetivo de regulamentar e executar as ações com abrangência nacional. Em nível estadual estão os órgãos de coordenação central, regionais e municipais, seguindo estruturas de organização que variam nas diferentes unidades da www.residenciassaude.com.br federação. É importante ressaltar que todos esses órgãos têm atribuições de normatizar e fiscalizar, em caráter complementar e harmônico, dentro dos princípios da hierarquização e descentralização das ações, seguindo o modelo de organização proposto para o SUS. O campo de abrangência da vigilância sanitária Bens e serviços de saúde Meio ambiente O enfoque de atuação O enfoque epidemiológico - Todo o instrumental epidemiológico deverá ser assumido pela Vigilância Sanitária, visto que o enfoque de risco é parte de sua própria definição. O instrumental epidemiológico é essencial para a definição de prioridades em face da realidade em que atua a Vigilância Sanitária, a construção do quadro sanitário, o conhecimento dos problemas e como subsídio às suas providências. O enfoque do planejamento e da atuação programática - É atribuição da Vigilância Sanitária detectar riscos e tomar medidas que eliminem, previnam ou minimizem esses riscos. Para isso deverá planejar as suas ações de forma a organizar a atuação sobre os problemas sanitários e as práticas de avaliação. A identificação de problemas sanitários deverá ser uma atividade de planejamento das ações de vigilância sanitária, a ser incorporada de forma sistemática. O enfoque da avaliação de qualidade - Perdura ainda hoje a ideia de que vigilância sanitária é uma prática de fiscalização restrita às instalações físicas, à emissão de licenças ou alvarás, à verificação das habilitações profissionais e a outros fatores mais ligados a uma avaliação de estrutura, pejorativamente conhecida como “vigilância de piso e parede” ou “prática burocrática e cartorial”. Os instrumentos operacionais para a fiscalização e avaliação www.residenciassaude.com.br Executada as fases de planejamento e estabelecido os programas prioritários e metas, é preciso que os instrumentos operacionais estejam também disponíveis para a realização das ações em vigilância sanitária, a saber: Formulários e credenciais Formulários para aplicação legal de medidas, com timbre do município e identificação do órgão de vigilância sanitária, devidamente numerado e controlado para evitar fraudes, com cópias carbonadas, para início e instrução dos processos administrativos gerados nas inspeções sanitárias. Credenciais dos profissionais da equipe, expedida e assinada pela autoridade sanitária do município, com formalização em Diário Oficial. Cadastro e roteiro de inspeção para cada programa estabelecido. O cadastramento dos estabelecimentos e locais sob vigilância sanitária é essencial para o conhecimento do perfil do município, para dimensionamento dos recursos humanos, cronograma de trabalho e controle das atividades realizadas. O “roteiro de inspeção” tem várias funções: estabelecer os passos principais como subsídio às vistorias; padronizar as condutas principais para permitir as comparações; permitir a avaliação de cada estabelecimento e o quadro epidemiológico-sanitário do município. Esses instrumentos automatizados podem permitir a construção de vários indicadores de avaliação, conforme comentado em seções anteriorese nas sugestões práticas de roteiros. Folhas de informação - memorandos, ofícios, capas para processos e outros documentos para instrução e montagem dos processos administrativos. www.residenciassaude.com.br (COMPERVE/UFRN/Pref. Tangará/RN/2014) As atividades de vigilância sanitária são desencadeadas a partir de uma programação e, para o desenvolvimento das ações de campo, é necessária a disponibilização de instrumentos operacionais. Nesse contexto, considere as afirmativas a seguir. I Os formulários utilizados não precisam ser numerados. II Há a necessidade do uso de credencial para identificar o agente. III O roteiro de inspeção é útil para padronizar a conduta dos agentes. IV Na inutilização de um produto, é dispensável a lavratura do auto de infração. Considerando os instrumentos de apoio operacional para execução da vigilância sanitária, estão corretas as afirmativas A) I e IV. B) I e II. C) III e IV. D) II e III. Resposta Correta: D) II e III. Comentário: Os instrumentos de atuação devem seguir -Formulários para aplicação legal de medidas, com timbre do município e identificação do órgão de vigilância sanitária, devidamente numerado; - Credenciais dos profissionais da equipe; - Cadastro e roteiro de inspeção para cada programa estabelecido; - Na inutilização de um produto, é indispensável a lavratura do auto de infração www.residenciassaude.com.br Sistemas de informação Organização das informações de vigilância sanitária provenientes de cadastros, roteiros de inspeção, laudos de análises laboratoriais e outros, relatórios de produção dos estabelecimentos, relatórios de morbimortalidade, produção de atividades, etc. Organização de outras fontes de informações como estatísticas, epidemiológicas, etc., para avaliação. Organização do banco de dados sobre legislação sanitária e bibliografia técnica para a consulta frequente da equipe, capacitação, grupos de estudos, grupos de trabalho, acesso a bibliotecas, etc. Organização do protocolo e expediente para entrada e saída de documentos, processos administrativos, boletins de informação, etc. Em síntese pode-se dizer que Vigilância Sanitária é um conjunto de ações no âmbito das práticas de saúde coletiva, assentadas em várias áreas do conhecimento técnico-científico e em bases jurídicas que lhe conferem o poder de normatização, educação, avaliação e de intervenção, e que têm por objetivo controlar e garantir a qualidade dos processos tecnológicos utilizados na produção e reprodução das condições de vida, trabalho e saúde dos cidadãos. 14. (COMPROV/UFCG - 2014 - Pref. Pedra Lavrada/PB)A vigilância sanitária é um dos braços executivos que estruturam e operacionalizam o SUS na busca da concretização do direito social à saúde, por meio de sua função principal de eliminar ou minimizar o risco sanitário envolvido na produção, circulação e no consumo de certos produtos, processos e serviços. Em síntese, a vigilância sanitária tem um papel importante para a estruturação do SUS, principalmente devido à: I - Ação normativa e fiscaliza tória sobre os serviços prestados, produtos e insumos terapêuticos de interesse para a saúde; II - Permanente avaliação da necessidade de prevenção do risco; III - Possibilidade de interação constante com a sociedade, em termos de promoção da saúde, da ética e dos direitos de cidadania. IV - Explorar e utilizar tais atributos e possibilidades da vigilância sanitária constitui um dos maiores desafios para os gestores da saúde – federais, estaduais e municipais – tendo em vista a necessidade de desenvolver e qualificar as possibilidades de intervenção preventiva no campo da saúde. Estão corretas apenas: www.residenciassaude.com.br a) I, II, III e IV b) I, II e III c) I, III e IV; d) I, II e IV. e) II e III Resposta Correta: a) I, II, III e IV Comentário: todas as assertivas trazem ações ligadas à operacionalização da Vigilância Sanitária, em todas as suas dimensões. 2. PORTARIA Nº 1.378, DE 9 DE JULHO DE 2013 Regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências; Considerando a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde; Considerando a Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, que define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); Considerando a Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, que regulamenta o § 3º do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; Considerando o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências; e Considerando a Portaria nº 204/GM/MS, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle, resolve: CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS GERAIS Art. 1º Esta Portaria regulamenta as responsabilidades e define as diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Art. 2º A Vigilância em Saúde constitui um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde, visando o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública para a proteção da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde. Art. 3º As ações de Vigilância em Saúde são coordenadas com as demais ações e serviços desenvolvidos e ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir a integralidade da atenção à saúde da população. Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br Art. 4º As ações de Vigilância em Saúde abrangem toda a população brasileira e envolvem práticas e processos de trabalho voltados para: I - A vigilância da situação de saúde da população, com a produção de análises que subsidiem o planejamento, estabelecimento de prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das ações de saúde pública; II - A detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta às emergências de saúde pública; III - a vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis; IV - A vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes e violências;V - A vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde; VI - A vigilância da saúde do trabalhador; VII - vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos, serviços e tecnologias de interesse a saúde; e VIII - outras ações de vigilância que, de maneira rotineira e sistemática, podem ser desenvolvidas em serviços de saúde públicos e privados nos vários níveis de atenção, laboratórios, ambientes de estudo e trabalho e na própria comunidade. CAPÍTULO II DAS COMPETÊNCIAS Seção I Da União Art. 5º Compete ao Ministério da Saúde a gestão das ações de vigilância em saúde no âmbito da União, cabendo: I - à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) a coordenação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde; e II - à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br Art. 6º Compete à SVS/MS: I - Ações de vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis, a vigilância e prevenção das doenças e agravos não transmissíveis e dos seus fatores de risco, a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde, gestão de sistemas de informação de vigilância em saúde de âmbito nacional e que possibilitam análises de situação de saúde, as ações de vigilância da saúde do trabalhador e ações de promoção em saúde; II - Participação na formulação de políticas, diretrizes e prioridades em Vigilância em Saúde no âmbito nacional; III - coordenação nacional das ações de Vigilância em Saúde, com ênfase naquelas que exigem simultaneidade nacional ou regional; IV - Apoio e cooperação técnica junto aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios para o fortalecimento da gestão da Vigilância em Saúde; V - Execução das ações de Vigilância em Saúde de forma complementar à atuação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos casos previstos em lei; VI - participação no financiamento das ações de Vigilância em Saúde; VII - normalização técnica; VIII - coordenação dos sistemas nacionais de informação de interesse da Vigilância em Saúde, incluindo: a) estabelecimento de diretrizes, fluxos e prazos, a partir de negociação tripartite, para o envio dos dados para o nível nacional; b) estabelecimento e divulgação de normas técnicas, rotinas e procedimentos de gerenciamento dos sistemas nacionais; e c) retroalimentação dos dados para as Secretarias Estaduais de Saúde; IX - coordenação da preparação e resposta das ações de vigilância em saúde, nas emergências de saúde pública de importância nacional e internacional, bem Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br como cooperação com Estados, Distrito Federal e Municípios em emergências de saúde pública, quando indicado; X - coordenação, monitoramento e avaliação da estratégia de Vigilância em Saúde sentinela em âmbito hospitalar, em articulação com os Estados e Distrito Federal; XI - monitoramento e avaliação das ações de Vigilância em Saúde; XII - desenvolvimento de estratégias e implementação de ações de educação, comunicação e mobilização social referentes à Vigilância em Saúde; XIII - realização de campanhas publicitárias em âmbito nacional e/ou regional na Vigilância em Saúde; XIV - participação ou execução da educação permanente em Vigilância em Saúde; XV - promoção e implementação do desenvolvimento de estudos, pesquisas e transferência de tecnologias que contribuam para o aperfeiçoamento das ações e incorporação de inovações na área de Vigilância em Saúde; XVI - promoção e fomento à participação social nas ações de Vigilância em Saúde; XVII - promoção da cooperação e do intercâmbio técnico cientifico com organismos governamentais e não governamentais, de âmbito nacional e internacional, na área de Vigilância em Saúde; XVIII - gestão dos estoques nacionais de insumos estratégicos, de interesse da Vigilância em Saúde, inclusive o monitoramento dos estoques e a solicitação da distribuição aos Estados e Distrito Federal de acordo com as normas vigentes; XIX - provimento dos seguintes insumos estratégicos: a) imunobiológicos definidos pelo Programa Nacional de Imunizações; b) seringas e agulhas para campanhas de vacinação que não fazem parte daquelas já estabelecidas ou quando solicitadas por um Estado; c) medicamentos específicos para agravos e doenças de interesse da Vigilância em Saúde, conforme termos pactuados na Comissão Intergestores Tripartite (CIT); d) reagentes específicos e insumos estratégicos para as ações laboratoriais de Vigilância em Saúde, nos termos pactuados na CIT; Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br e) insumos destinados ao controle de doenças transmitidas por vetores, compreendendo: praguicidas, inseticidas, larvicidas e moluscocidas - indicados pelos programas; f) equipamentos de proteção individual (EPI) para as ações de Vigilância em Saúde sob sua responsabilidade direta, que assim o exigirem; g) insumos de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, indicados pelos programas, nos termos pactuados na CIT; e h) formulários das Declarações de Nascidos Vivos (DNV) e de óbitos (DO); XX - coordenação e normalização técnica das ações de laboratório necessárias para a Vigilância em Saúde, bem como estabelecimento de fluxos técnico operacionais, habilitação, supervisão e avaliação das unidades partícipes; XXI - coordenação do Programa Nacional de Imunizações, incluindo a definição das vacinas componentes do calendário nacional, as estratégias e normalizações técnicas sobre sua utilização, com destino adequado dos insumos vencidos ou obsoletos, de acordo com as normas técnicas vigentes; XXII - participação no processo de implementação do Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, no âmbito da Vigilância em Saúde; e XXIII - estabelecimento de incentivos que contribuam para o aperfeiçoamento e melhoria da qualidade das ações de Vigilância em Saúde. Art. 7º Compete à ANVISA I - Participação na formulação de políticas e diretrizes em Vigilância Sanitária no âmbito nacional; II - regulação, controle E fiscalização de procedimentos, produtos, substâncias e serviços de saúde e de interesse para a saúde; III - execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo essa atribuição ser supletivamente exercida pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, mediante pactuação na CIT; IV - proposição de critérios, parâmetros e métodos para a execução das ações estaduais, distritais e municipais de vigilância sanitária; Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br V - monitoramento da execução das ações descentralizadas no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; VI- promoção da harmonização dos procedimentos sanitários no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; VII - apoio e cooperação técnica junto aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o fortalecimento da gestão da Vigilância Sanitária; VIII - participação no financiamento das ações de Vigilância Sanitária; IX - coordenação do Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (LACEN), nos aspectos relativos à Vigilância Sanitária, com estabelecimentos de normas técnicas e gerenciais; X - assessoria, complementar ou suplementar, das ações de vigilância sanitária dos Estados, Distrito Federal e Municípios para o exercício do controlesanitário; XI - adoção das medidas para assegurar o fluxo, o acesso e a disseminação das informações de vigilância sanitária para o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; XII - coordenação das ações de monitoramento da qualidade e segurança dos bens, produtos e serviços sujeitos à Vigilância Sanitária; XIII - participação na formulação, implementação, acompanhamento e avaliação dos processos de gestão da educação e do conhecimento no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; XIV - promoção, implementação e apoio, no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, de estudos, pesquisas e ferramentas que contribuam para o aperfeiçoamento das ações e incorporação de inovações na área de Vigilância Sanitária; XV - promoção da cooperação e do intercâmbio técnico científico com organismos governamentais e não governamentais, de âmbito nacional e internacional, na área de Vigilância Sanitária; XVI - promoção e desenvolvimento de ações e estratégias que contribuam para a participação e o controle social em Vigilância Sanitária; e XVII - participação no processo de implementação do Decreto nº 7.508/2011, no âmbito da Vigilância Sanitária. Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br 15. (METTA /Pref. Logradouro/PB/2010) Vigilância Sanitária integra a afirmação de valores éticos e solidários, de saúde pública e na proteção e regulação sanitária. Segundo estudiosos “a saúde é, hoje, mais que nunca, fruto e condição para o desenvolvimento e a justiça social”. No que diz respeito a noções básicas de saúde coletiva e de vigilância sanitária, defina a alternativa correta. A) A coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária é exercida, no Brasil, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), vinculada ao Ministério da Saúde; B) A atuação da vigilância sanitária estende-se por todo o território nacional, exceto nas áreas de portos, aeroportos e fronteiras, considerados espaços de jurisdição internacional; C) Como não há leis específicas que disponham sobre a emissão de alvarás e o fechamento de estabelecimentos irregulares pela vigilância sanitária, os profissionais da vigilância devem estar acompanhados de policiais para realizarem essas ações; D) É de responsabilidade exclusiva da União, por meio da vigilância sanitária, a fiscalização de estabelecimentos de saúde em todo o território nacional; E) A vigilância sanitária de Estados e Municípios é responsável apenas pelas ações educativas, relacionadas a práticas adequadas dos estabelecimentos de saúde, não tendo, portanto, responsabilidade nas ações de cadastramento, licenciamento e fiscalização desses estabelecimentos. Resposta Correta: A) A coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária é exercida, no Brasil, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), vinculada ao Ministério da Saúde; Comentário: De acordo com o art. 5º da Portaria 1378/13: Compete ao Ministério da Saúde a gestão das ações de vigilância em saúde no âmbito da União, cabendo: I - à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) a coordenação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde; e II - à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Art. 8º As proposições de alteração de estratégias ou atribuições que gerem impacto financeiro adicional ou modificações na organização dos serviços serão pactuadas na CIT. Parágrafo único. Em situações especiais e de emergência em saúde pública, a União adotará as medidas de saúde pública necessárias para o seu enfrentamento, que serão posteriormente comunicadas à CIT. Tainá Highlight www.residenciassaude.com.br Seção II Dos Estados Art. 9º Compete às Secretarias Estaduais de Saúde a coordenação do componente estadual dos Sistemas Nacionais de Vigilância em Saúde e de Vigilância Sanitária, no âmbito de seus limites territoriais e de acordo com as políticas, diretrizes e prioridades estabelecidas, compreendendo: I - ações de vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis, a vigilância e prevenção das doenças e agravos não transmissíveis e dos seus fatores de risco, a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde, gestão de sistemas de informação de vigilância de âmbito estadual que possibilitam análises de situação de saúde, as ações de vigilância da saúde do trabalhador, ações de promoção em saúde e o controle dos riscos inerentes aos produtos e serviços de interesse a saúde; II - Implementação das políticas, diretrizes e prioridades na área de vigilância, no âmbito de seus limites territoriais; III - coordenação das ações com ênfase naquelas que exigem simultaneidade estadual, regional e municipal; IV - apoio e cooperação técnica junto aos Municípios no fortalecimento da gestão das ações de Vigilância; V - execução das ações de Vigilância de forma complementar à atuação dos Municípios; VI - participação no financiamento das ações de Vigilância; VII - normalização técnica complementar à disciplina nacional; VIII - coordenação e alimentação, quando couber, dos sistemas de informação de interesse da vigilância em seu âmbito territorial, incluindo: a) estabelecimento de diretrizes, fluxos e prazos para o envio dos dados pelos Municípios e/ou unidades regionais definidas pelo Estado, respeitando os prazos estabelecidos no âmbito nacional; www.residenciassaude.com.br b) estabelecimento e divulgação de normas técnicas, rotinas e procedimentos de gerenciamento dos sistemas, em caráter complementar à atuação da esfera federal; e c) retroalimentação dos dados às Secretarias Municipais de Saúde; IX - coordenação da preparação e resposta das ações de vigilância, nas emergências de saúde pública de importância estadual, bem como cooperação com Municípios em emergências de saúde pública de importância municipal, quando indicado; X - coordenação, monitoramento e avaliação da estratégia de Vigilância em Saúde sentinela em âmbito hospitalar, em articulação com os Municípios; XI - desenvolvimento de estratégias e implementação de ações de educação, comunicação e mobilização social; XII - monitoramento e avaliação das ações de Vigilância em seu âmbito territorial; XIII - realização de campanhas publicitárias de interesse da vigilância, em âmbito estadual; XIV - fomento e execução da educação permanente em seu âmbito de atuação; XV - promoção da cooperação e do intercâmbio técnico científico com organismos governamentais e não governamentais, de âmbito estadual, nacional e internacional; XVI - promoção e fomento à participação social nas ações de vigilância; XVII - gestão dos estoques estaduais de insumos estratégicos de interesse da Vigilância em Saúde, inclusive o armazenamento e o abastecimento aos Municípios, de acordo com as normas vigentes; XVIII - provimento dos seguintes insumos estratégicos: a) seringas e agulhas, sendo facultada ao Estado a solicitação da aquisição pela União; b) medicamentos específicos, para agravos e doenças de interesse da Vigilância em Saúde, nos termos pactuados na CIT; c) meios de diagnóstico laboratorial para as ações de Vigilância em Saúde, nos termos pactuados na Comissão Intergestores Bipartite (CIB); www.residenciassaude.com.br d) insumos de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, indicados pelos programas, nos termos pactuados na CIB; e) equipamentos de aspersão de inseticidas; f) EPI para todas as atividades de Vigilância em Saúde que assim o exigirem, em seu âmbito de atuação, incluindo: 1. máscaras faciais completas para nebulização de inseticidas a Ultra Baixo Volume para o combate a vetores; e 2. máscaras semifaciais para a aplicação de inseticidas em
Compartilhar