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2 Introdução Quem é Aquiles Priester? O que é empreendedorismo musical? Os 6 maiores pecados de todo músico Palavras Finais SUMÁRIO 03 04 11 13 26 3 Aquiles Priester & Pablo Jamilk Olá, eu sou o Aquiles Priester! Sou baterista e empresário do ramo musical! Já viajei o mundo inteiro fazendo aquilo de que eu mais gosto: subir em um palco e mostrar a minha música para o público. Toquei com algumas das maiores bandas do cenário do rock e do metal no Brasil e no exterior. Eu resolvi escrever este pequeno e-book para dividir um pouco da minha experiência com você, que é meu seguidor e – como eu – deseja projetar seu nome no cenário difícil do mundo da música. 1. INTRODUÇÃO 4 Nascido na África do Sul, ainda criança Aquiles veio para o Brasil, passando a infância e parte da adolescência na cidade paranaense de Foz do Iguaçu. Em 1988, mudou-se para Porto Alegre e nove anos depois montou o grupo de heavy metal Hangar, no qual começou a desenvolver o estilo que o tornaria conhecido mundialmente. Com o Hangar, Aquiles lançou 8 CDs e 2 DVDs. O primeiro trabalho paralelo à banda Hangar foram alguns shows da banda Tritone em 1999, que era uma espécie de G3 brasileiro, formado por Edu Ardanuy, Frank Solari e Serj Buss. Logo em seguida, Aquiles Priester foi convidado para gravar e excursionar com o vocalista Paul Di'Anno, ex-Iron Maiden. O resultado foi o disco Nomad e uma turnê que passou por várias cidades brasileiras. Em 2001, entrou para a banda Angra e gravou o álbum Rebirth, que foi certificado Disco de Ouro no Brasil. Após seis anos de trabalho e três discos de estúdio, um EP e um CD/ DVD ao vivo, Aquiles desligou-se da banda. 2. QUEM É AQUILES PRIESTER? 5 A partir daí, não parou mais, lançando produtos direcionados ao mundo da bateria que se tornaram ‘best sellers’. Foram dois DVDs instrucionais, Inside My Drums (2004) e The Infallible Reason of My Freak Drumming (2010), sendo este último eleito o 3º melhor DVD instrucional do mundo pela revista americana Modern Drummer em 2011. Lançou também um livro didático sobre o estudo de dois bumbos, Inside My PsychoBook – 100 Double Bass Patterns (2007). Em 2013, foi a vez do lançamento mundial do aclamado DVD Aquiles Priester's Top 100 Drum Fills, que também foi indicado para votação na revista americana Modern Drummer, sendo eleito o Melhor DVD Instrucional do ano. Nos 37 anos de existência da revista mais conceituada do gênero, Aquiles colocou o Brasil em primeiro lugar do ranking mais cobiçado da bateria mundial, fato inédito para um baterista brasileiro até então. E finalmente, a pedido de muitos fãs, lançou seu primeiro livro de ‘play along’, intitulado PsychOctopus Play Along (2014). Paralelamente aos produtos instrucionais, em 2010 lançou também sua biografia Aquiles Polvo Priester – De Fã a Ídolo, que chegou à sua 2ª edição em 2013 e traz depoimentos de bateristas consagrados, como Kiko Freitas, Vera Figueiredo, Serginho Herval e João Barone. Em 2010, foi um dos sete bateristas escolhidos em todo o mundo para participar da audição para substituir Mike Portnoy na banda norte-americana Dream Theater – com Aquiles estavam Mike Mangini, Peter Wildoer, Marco Minnemann, Virgil Donati, Derek Roddy e Thomas Lang. 6 Após essa audição, foi indicado pelo próprio guitarrista do Dream Theater, John Petrucci, para o mundialmente conhecido guitarrista americano Tony MacAlpine, com quem acabou fazendo uma turnê no início de 2012. Em 2010 e 2013, Aquiles fez turnês com outro virtuoso da guitarra, o também americano Vinnie Moore. A Mapex, que fornece os instrumentos usados por ele, criou em 2006 a bateria Mapex Limited Edition Aquiles Priester e em 2013 lançou mundialmente a caixa signature Aquiles Priester's Psych Octopus Black Panther Snare. Por sua vez, a fabricante de pratos Paiste não ficou para trás, soltando para o mercado brasileiro, no início de 2009, o PST5 Limited Edition Aquiles Priester e, em julho de 2012, o ride signature 2002 Psych Octopus Giga Bell Ride 18" para todo o mundo. Com esses feitos, Aquiles se tornou o primeiro baterista brasileiro a ter modelos de produtos assinados e lançados mundialmente por marcas internacionais de bateria. 7 Também no ano de 2013, foi convidado pelo guitarrista Tony MacAlpine para gravar seu novo disco solo, Concrete Gardens, além de participar da gravação de um DVD ao vivo com o guitarrista no EMGtv em 2014. Aquiles participou ainda da gravação dos discos da banda brasileira Noturnall e do primeiro DVD do grupo, First Night Live. Em 2014, Aquiles lançou mais dois trabalhos: The Best of 15 Years, Based on a True Story... com o Hangar e seu primeiro disco instrumental com o guitarrista Gustavo Carmo, intitulado Our Lives, 13 Years Later... 8 No mesmo ano, voltou a excursionar com Tony MacAlpine pelos EUA e em abril de 2015 foi lançado o disco Concrete Gardens, que Aquiles gravou com o guitarrista. Ao lançamento seguiram-se uma turnê pelos EUA e outra pela Europa. Também em 2015, Aquiles foi anunciado como baterista da banda brasileira de metal alternativo About2Crash, que fez sua estreia no Rock in Rio daquele ano. Já 2016 foi um ano de intensas atividades para Aquiles. Além de ver seu vídeo Aquiles Priester's Top 100 Drum Fills ser lançado internacionalmente pela Mel Bay, editora especializada em obras direcionadas a músicos, a banda Hangar colocou dois novos produtos no mercado: o CD Stronger than Ever e o DVD Hangar Live in Brusque-SC. E para completar o ciclo de lançamentos, também saiu o DVD Our Lives, 15 Years Later... Live in Studio!, que traz, como o nome indica, Aquiles e Gustavo Carmo apresentando ao vivo e no estúdio o repertório do disco que ambos lançaram em 2014. 9 Para encerrar o ano, o baterista ficou na estrada entre outubro e novembro acompanhando Tony MacAlpine em turnê pela costa oeste americana em que o guitarrista abriu os shows de Steve Vai. Em 2017, morando em Los Angeles (EUA) com vistas a focar sua carreira principalmente no mercado internacional, Aquiles foi o baterista na turnê europeia do WASP, um dos principais nomes do heavy metal americano. A "Re-Idolized – The Crimson Idol 25th Anniversary World Tour" comemorava os 25 anos de lançamento de seu maior clássico, o álbum The Crimson Idol, e percorreu 21 países entre setembro e novembro. A turnê totalizou 54 shows, sendo 28 deles com lotação esgotada. Naturalmente, Aquiles acabou se tornando um dos destaques da tour. 10 Encerrada a tour com o WASP, Aquiles passou a se dedicar à “Rebirth of Shadows Tour”, na qual o vocalista Edu Falaschi apresenta músicas dos dois principais discos que gravou com o Angra, Rebirth e Book of Shadows. A turnê se mostrou um enorme sucesso e percorreu as cinco regiões do país em 40 shows entre o final de 2017 e início de 2018, muitas vezes com lotação esgotada. Nos meses de agosto, setembro e outubro, a banda realizou a primeira turnê internacional do projeto, passando por Colômbia, Espanha, Bélgica, Itália e Japão. Considerado por 18 anos o melhor baterista de heavy metal do Brasil pelas principais revistas e sites especializados, Aquiles Priester vem colecionando recordes e feitos inéditos ao longo de sua carreira. Aquiles Priester foi o único baterista da história do metal brasileiro a ganhar a votação na categoria dois bumbos em 50 anos da revista mais importante da bateria mundial, a Modern Drummer. Além disso, a mesma votação Aquiles ficou em segundo lugar na categoria Live Performace. Ele já realizou mais de 500 workshops em vários países e participou dos maiores festivais de bateria ao redor do globo, como Modern Drummer Festival (Estados Unidos), Montreal Drum Fest (Canadá), Batuka! International Drum Fest (Brasil), La Rioja Festival (Espanha), Laguna Drum Fest (México), London Drum Show (Inglaterra), Drummer Live (Inglaterra), Tam Tam Drum Fest (França), International Summer Drum Camp (France),October Drum Fest (Polônia), Thomas Lang’s Big DrumBonanza (Estados Unidos), Musikmesse Frankfurt (Alemanha) e Namm Show (Estados Unidos). Para o show da banda Dragonforce, Aquiles teve apenas 5 dias para aprender as músicas e um dia de ensaio, por isso o foco e a determinação são importantes. 11 Assim, Aquiles P riester vem consolidan do uma nova e importantíssima fase em sua carr eira, abrindo ainda m ais o leque de sua atu ação. Como tudo que Aquiles faz, certamente vem por aí mais uma história de suce sso. Em 2020, houve o Drumeo Festival (Canadá), o Festival do portal de bateria mais importante do mundo. Nele, Aquiles foi o único baterista de metal do mundo a representar o estilo. 12 Eu vou definir aqui algo que eu amo demais: o que é empreendedorismo musical. Na realidade, isso é uma derivação da noção de empreendedorismo, a qual eu apresento agora. Por definição, temos o seguinte: 1. disposição ou capacidade de idealizar, coordenar e realizar projetos, serviços, negócios. 2. inciativa de implementar novos negócios ou mudanças em empresas já existentes, geralmente com alterações que envolvem inovação e riscos. Você viu quais elementos estão envolvidos no conceito de empreender? Coordenar, realizar, negócios, mudanças, inovação, riscos. Todo mundo que se lança ao empreendedorismo entende que há riscos, que nada é seguro, mas também entende que há um mar de possibilidades pronto a ser navegado. 3. O QUE É EMPREENDEDORISMO MUSICAL? 13 Isso aplicado ao meio musical significa que há passos e ferramentas que você pode implementar a fim de gerir sua carreira como músico, de modo que consiga inovar, ganhar expressividade, e obter resultados positivos para a arte que você faz. Ainda há um pensamento muito antiquado de que não se deve pensar dessa forma quando o assunto é música; quem fala isso geralmente tem mente ultrapassada, um instrumento velho e acabado na garagem, que só sai de lá para ensaiar uma vez a cada vinte dias, carregando sonhos frustrados e mágoas escondidas. O empreendedorismo musical envolve planejamento de carreira, postura midiática, planejamento de composição e lançamento, gestão de carreira, gestão de crise, análise de mercado, estudo de avatar e nichamento, emprego das ferramentas disponíveis para divulgação, reconfiguração da imprensa musical entre outros elementos críticos para o músico que deseja viver efetivamente de música. Eu vou apresentar, neste e-book, seis dentre os maiores erros que todo músico comete por não ter as mínimas noções de como empreender dentro do meio musical. Boa leitura! 14 Eu vou listar para você aqui quais sãos os maiores pecados que todo músico comete ou já cometeu na vida, mesmo sem saber. Fique de olho e leia atentamente, para que você consiga fazer uma autoavaliação e uma crítica sobre como anda o seu comportamento profissional como músico. Vamos lá, então, para uma conversa franca sobre o assunto. 1º ERRO: NÃO TER FOCO E DISCIPLINA Quando o cara entra para o mundo da música, o que ele quer – na maioria dos casos – é um hobby para passar o tempo e se divertir com os amigos. Isso quando o objetivo do cidadão não é tentar chamar a atenção de algumas gatinhas. Não há problema em começar com esse pensamento, o problema surge no momento em que você cresce, mas não abandona essa mentalidade jovial. 4. OS 6 MAIORES PECADOS DE TODO MÚSICO 15 Eu passei incontáveis horas em minha bateria para poder desenvolver habilidade suficiente para eu mesmo crer que era habilidoso. Sim, existe talento, mas nem mesmo o talento mais destacado supera a disciplina e a DETERMINAÇÃO, e olha que eu já conheci muito cara talentoso que nunca conseguiu sair do seu quarto para mostrar a sua arte ao mundo. Hoje em dia, existem as redes sociais que aproximam e muito as pessoas e, dessa forma, todos podem ficar sabendo o que seus ídolos estão fazendo, mas não existe como mensurar as horas solitárias que os grandes instrumentistas e líderes se dedicam para serem diferenciados aos olhos dos outros. Isso somente cada um, dentro da sua perspectiva, pode mensurar. Já sabemos bem que isso aí é um sinal de falta de foco. Quando você quer ser grande, você precisa pensar de forma grande também. Além disso, precisa entender que a disciplina é parte essencial desse processo, porque ninguém se transforma no instrumentista ou no vocalista mais fantástico do mundo sem treinar exasperadamente aquilo a que se dedicou. 16 Você precisa definir uma meta e trabalhar para que ela chegue, não importa o tamanho dessa meta: tocar em um festival gigante, gravar um disco, compor uma música, tocar na festa dos seus amigos, executar aquela levada que você sempre curtiu. Sem ter um ponto de chegada, você nunca terá um ponto de partida e dessa forma não chegará a lugar algum. É duro ouvir algumas verdades, mas também é necessário. Por mais que pareça sem objetivo ou monótono, sem sempre será um mar de aventuras e possibilidades sua carreira como músico. Em diversas situações, você será obrigado a fazer escolhas que irão direcionar sua carreira, ou mesmo sua vida para algum caminho extremamente específico! SEJA DISCIPLINADO! Mantenha uma rotina de treinos para ficar ainda mais hábil naquilo que você faz, exercite-se, tenha uma dieta equilibrada, fuja dos vícios, não caia nas tentações da “diversão” fácil. Ser um músico virtuoso exige tempo e dedicação! Isso é uma realidade! 17 Aqui eu vou dar um exemplo muito prático para você: quando você está estudando o seu instrumento, há sempre algo que você gosta mais de executar e algo que você acha mais complexo. É normal que a complexidade faça você querer parar de tentar aquilo e ficar na sua zona de conforto, reputando ao que você já sabe fazer melhor qualidade ou maior interesse. Isso é um baita erro! Ainda que você tenha que ficar horas sentado e praticando a mesma coisa, faça isso! É esse o tipo de foco que fará de você um músico diferenciado dos demais que estão por aí! 18 2º ERRO: NÃO SABER O QUE ESTUDAR Esse tópico sobre estudo é algo muito importante mesmo! Tem tudo a ver com foco! Vou esclarecer a você: é preciso saber o que você deve estudar a fim de que você consiga se destacar naquele seu nicho a que você se dedica. Pense comigo: se você quiser ser um músico de orquestra, você precisará ter uma leitura musical muito apurada, porque é o que você irá fazer ao mesmo tempo em que executa o seu instrumento. Se você quiser fazer parte de uma banda, você não precisará ser o cara mais forte em teoria ou leitura musical, mas – provavelmente – será exigido de você que tenha habilidade para compor algumas faixas e que consiga executar algo com a “cara” de quem escreveu a canção. Isso quer dizer que você deverá saber ocupar o seu lugar na banda. 19 Se você quiser ser um músico de estúdio, que ganha para gravar os trabalhos que lhe passarem, será importante que você tenha uma execução muito forte do seu instrumento, além da capacidade de tirar um som muito bom toda vez que estiver gravando. Um exemplo do erro 2 que todos cometem: sempre que estão estudando alguma coisa nova e estão tendo dificuldades para realizar o exercício, intercalam o tempo de estudo tocando outra coisa que já sabem. Isso, numa carreira musical de 30 anos, acaba se tornando ineficiência de aproveitamento das horas de estudo. Preciso dizer que, às vezes, você deverá aprender a ignorar a sua intuição musical para seguir aquilo que os produtores irão exigir de você. Eu sei muito bem aquilo que eu toco: tudo que eu estudo ou realizo é – de alguma forma – aplicado ao heavy metal, porque eu decidi que minha vida seria voltada inteiramente para que eu me transformasse em um grande baterista de heavy metal. Ou seja: eu mirei no alvo e treinei infinitas horas, estudando corretamente aquilo quer seria necessário para eu chegar ao ponto a que queria.20 3º ERRO: NÃO SABER QUAL É O SEU NICHO DE MERCADO Todo mercado é nichado, ou seja, há uma parcela específica de pessoas com gostos e preferências específicos que povoam cada mercado. Eu costumo comparar isso com o cara que vai para a praia de terno, gravata e sapato. É ridículo imaginar a cena de um cara que tenta surfar de sapatos, não é? Pois é, isso é tão ridículo quanto tentar achar que você irá se encaixar em um nicho de mercado que não é o seu. O músico precisa entender que ser um side man é uma coisa; ser um freelancer é outra coisa; ser membro efetivo de uma banda também é algo diferente. Saber para quem você toca, o que você toca, qual será o seu público-alvo, o que esperam de você, o que você vinha entregando para ter chegado até ali são elementos a serem considerados seriamente. O caminho para o fracasso é tocar aquilo de que você não gosta ou aquilo que lhe causa repulsa. Com toda certeza, você poderá fazer isso por um tempo; mas – se insistir nisso – sua vida como músico será curta e frustrada. 21 Veja quem são seus influenciadores, veja que tipo de som você produz e veja – principalmente – quem está dizendo que gosta daquilo que você está fazendo. Assim, você começará a encontrar melhor o seu nicho de mercado e – certamente – terá mais sucesso. 4º ERRO: NÃO SABER QUE AS COISAS PRECISAM DE UM TEMPO PARA ACONTECER A sabedoria, assim como a maturidade, vem com o tempo. Um erro fatal de diversos músicos é não entender que muitas coisas precisam de um determinado tempo para acontecer. Apesar de estarmos vivendo em um tempo de Internet, com um turbilhão de informações por segundo chegando aos nossos celulares a cada segundo, leva tempo para que você consiga consolidar uma imagem, ou mesmo ser notado por quem irá ajudar você a dar o próximo passo em sua carreira. 22 Essa estrada é, às vezes, longa e solitária. Eu mesmo me vi diversas vezes pensando a respeito desses processos todos: se eu estava no caminho certo, se eu estava fazendo as escolhas certas. A despeito de todas as incertezas, eu sempre mantive firme a ideia de que eu estava trilhando o caminho que eu escolhi; que eu estava buscando um sonho. Aprendi, ao longo da minha carreira, que – com solidez e dedicação – o reconhecimento do trabalho irá ocorrer. No entanto, eu preciso dizer que isso não cai do céu. Ninguém vai te procurar dentro do seu quarto ou sala de estudo. Como alguém vai saber da sua existência e do o seu talento que está ali dentro escondido? Você também precisa buscar as formas corretas de mostrar ao mundo o que você sabe fazer. Ainda bem que a Internet está aí (também) para isso! Não cobre o resultado imediato de si. Cobre-se constância, porque é isso que fará seus resultados aparecerem de maneira verdadeira. Mantenha em sua mente que – se você estiver focado em seus resultados – você estará no caminho certo. Vou dar um exemplo triste e que vejo muito sobre não saber esperar as coisas acontecerem: já vi inúmeros músicos iniciantes, que ainda estão gravando o seu primeiro álbum, chegarem para mim e dizerem algo como “cara, como eu arrumo um patrocinador para mim?” 23 A resposta é simples: você nunca irá arrumar um patrocinador se você não for conhecido em seu nicho de mercado e for um influenciador. Nesse caso, o máximo que você vai conseguir será um apoio, o que na prática será um desconto para comprar o seu instrumento, o que na verdade é muito bom se você estiver comprando os equipamentos para exercer a sua função. Eu mesmo comecei dessa forma e conforme fui evoluindo, a própria marca fez questão de mudar o acordo por não se sentir à vontade de me ver pagando pelo equipamento. O patrocínio real só vai acontecer de verdade, se ele for melhor e mais vantajoso para o patrocinador do que para você. 5º ERRO: NÃO CUIDAR DA PRÓPRIA IMAGEM Existe uma aura mágica que envolve todo músico. Ela aparece em cima do palco, mas não pode sair de lá quando o cara desce. Eu quero dizer, com isso, que você deve se preocupar com a sua imagem, e aqui há dois aspectos importantes a considerar: o físico e o moral. 24 O cuidado com sua aparência envolve você saber qual é o seu estilo, se você tiver um estilo, é claro! Já reparou que – quando você está perto de um artista, ou mesmo quando vê uma figura assim – essa pessoa não se veste como você e também não se comporta como você. Há sempre algo que indica uma distinção, que manda a mensagem: eu sou o cara! Não se trata de ser esnobe ou algo do tipo, trata-se de indicar ao seu público o que faz de você alguém único, digno de ser notado. Suas roupas, seu corte de cabelo, seus instrumentos, tudo conta. O cuidado com sua “imagem” no aspecto moral envolve o seu comportamento. Ninguém quer ser notícia por causa de razões ruins. Você ainda é o músico daquela banda em qualquer lugar em que estiver, você ainda é o fulano ou a fulana que é representante daquela banda ou daquela “música famosa” em qualquer lugar. Busque ser profissional e não dar mole para não virar meme da galera. Saca só esse exemplo: em Los Angeles, há um lugar muito interessante para onde os músicos da região vão a fim de serem “encontrados” pelos olheiros do mercado. Lá, eles fazem jams, mostram o seu talento. Mas não é só isso, camarada! Os caras vão no traje, como se estivessem sobre o palco mesmo! Já ouviu falar em pose de rockstar? Pois é, o cara que nasceu para a coisa sabe que essa imagem pode vir antes mesmo de você executar a primeira nota. Muita gente já sabe disso fora do Brasil, agora você também já sabe. 25 6º ERRO: MISTURAR A VIDA PESSOAL COM A PROFISSIONAL Nunca se esqueça de que você – que quer ser ou já é músico profissional – usa a música como forma de ganhar a vida. Por isso, não confunda o seu trabalho com sua vida pessoal. Não decida que vai tocar com alguém ou em algum lugar apenas porque seu “amigo” pediu de forma gentil. A empresa de luz não cobra menos de você, porque você conhece o cara que faz a medição. O seu relacionamento com os fãs também é profissional, apesar de não ser assim que eles pensam. O fã deseja ser, antes de qualquer coisa, seu amigo; conversar com você como se fosse alguém de sua convivência. Você não pode destruir essa imagem dele, mas também precisa entender que há certo distanciamento profissional que você precisa manter, sob pena de não conseguir gerenciar as próprias demandas de sua carreira. 26 Também existem aqueles fãs que se tornam tão especiais devido ao contato diário através das mídias sociais, que viram praticamente amigos e acabam se tornando termômetro para você saber o que os fãs esperam dos seus próximos passos. Sempre entenda que essa pessoa te admira por você representar algo totalmente diferenciado para ela, portanto mantenha isso. Em 1995, eu comecei a trabalhar em uma grande empresa multinacional, e em 1997 eles perceberam a minha facilidade em me relacionar com pessoas e me transferiram para a área de marketing. Fui treinado para resolver problemas de qualquer natureza, em termos de relacionamento com clientes. Se nossa música é um produto que é consumido, temos clientes que consomem os nossos produtos. Deixe o romantismo de lado e entenda: se sua arte tem um código de barras, ela é um produto. Se é um produto, precisa ser consumido. Quem consome os seus produtos? Seus fãs que são seus fiéis seguidores. Vamos a um exemplo prático: se você tiver uma página do Instagram com 200 mil seguidores. Muito provavelmente 10% desse público irá mandar mensagens inbox para você. Você conseguiria responder a todos e ainda gerenciar a própria carreira, tocar, produzir conteúdo e ter uma família? Viu? A realidade é mais complexa do que parece. Não raro, alguém vai comentar em alguma rede que você é um ignorante ou coisa do tipo, porque não teve a atenção que acreditava merecer ter naquele momento. 27 Infelizmente isso acontece, porque ninguém consegue estar bem todosos dias ou mesmo dar a mesma atenção a todas as pessoas. Esforce-se, mas não se deixe consumir por isso. Sua música precisa de uma cabeça no lugar para acontecer! Eu falo abertamente sobre a necessidade de você aprender a fazer marketing, porque eu tive de aprender isso para alavancar a minha própria carreira. Em 2000, eu comecei a trabalhar em uma grande empresa, justamente na área de marketing. Lá, eu aprendi que – independentemente daquilo que você faça (médico, advogado, músico, professor etc.) – você SEMPRE está vendendo alguma coisa, ainda que seja a sua imagem. Pense nisso! 28 PALAVRAS FINAIS Gerenciar a própria carreira como músico é uma arte, que poucas pessoas dominam. Agora, você entende um pouco mais sobre como esse processo ocorre e quais são algumas das armadilhas que você pode encontrar pelo caminho. Para você saber mais ainda sobre isso e conseguir desenvolver o empreendedor musical que há em você, inscreva-se em minhas redes sociais e conheça o meu curso “Gestão de Carreira através do Marketing e do Music Business”.
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