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EMERGENCIAS OBSTÉTRICAS E GENITURINÁRIA parte 2 Docente : Enfa Ana Claudia Lima Enfermeira Obstetra, atuante na Saúde da Família do Município de Salvador Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) Definida como uma alteração no metabolismo dos carboidratos, resultando em hiperglicemia de intensidade variável, que é diagnosticada pela primeira vez ou se inicia durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto. (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2004; WHO, 2006). DMG Problema metabólico mais comum na gestação e tem prevalência entre 3% e 13% das gestações. A prevalência estimada de DMG no Brasil é de 7,6% entre as gestantes com mais de 20 anos (REICHELT, 1998). Fora do período gestacional, estas pacientes, são classificadas com tolerância diminuída à glicose. DMG Na mãe, a hiperglicemia pode aumentar a incidência de pré-eclâmpsia na gravidez atual, além de aumentar a chance de desenvolver diabetes e tolerância diminuída a carboidratos no futuro. No feto, a DMG está associada às possíveis morbidades decorrentes da macrossomia (como a ocorrência de distócia durante o parto) e, no bebê, está associada à hipoglicemia, à icterícia, ao sofrimento respiratório, à policitemia e à hipocalcemia Fatores de risco Idade igual ou superior a 35 anos; Índice de massa corporal (IMC) >25kg/m2 (sobrepeso e obesidade); Antecedente pessoal de diabetes gestacional; Antecedente familiar de diabetes mellitus (parentes de primeiro grau); Macrossomia ou polihidrâmnio em gestação anterior; Óbito fetal sem causa aparente em gestação anterior; Malformação fetal em gestação anterior; Uso de drogas hiperglicemiantes (corticoides, diuréticos tiazídicos); Síndrome dos ovários policísticos; Hipertensão arterial crônica SINAIS E SINTOMAS Os sinais e sintomas característicos que levantam a suspeita de diabetes são os “quatro P’s”: Poliúria, Polidipsia, Polifagia , Perda inexplicada de peso DIAGNÓSTICO Gestante apresenta, na primeira consulta de pré-natal, critérios de diagnóstico iguais àqueles pre-determinados para o diagnóstico de diabetes fora da gestação: Hemoglobina glicada ≥ 6,5%; Glicemia de jejum ≥ 126mg/dL; Glicemia em qualquer momento ≥ 200mg/dL, CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO Diagnóstico do DMG seja firmado quando: Glicemia de jejum for ≥ 92mg/ dL e ≤ 125mg/dL Pelo menos um dos valores do TOTG com 75g, realizado entre 24 e 28 semanas de idade gestacional, for ≥ a 92mg/dL no jejum; ≥ a 180mg/dL na primeira hora; ≥ a 153mg/dL e <199mg/dL na segunda hora. DMG NO PUERPÉRIO Ainda que a tolerância à glicose se normalize rapidamente após o parto na maioria das mulheres que desenvolveram DMG, o risco de desenvolvimento de DM do tipo 2 ou de intolerância à glicose é significativo. DMG – Riscos Fetais Abortamentos espontâneos Hiperglicemia Doença vascular materna Insuficiência útero-placentária Fatores imunológicos Alterações do desenvolvimento fetal MACROSSOMIA FETAL DMG- MACROSSOMIA FETAL Peso > 4 ou 4,5kg ou > percentil 90 para IG ↑ risco de distocia de ombro=> paralisia do plexo braquial ↑ risco cesárea DISTÓCIA DE OMBRO Reconhecer os fatores de risco para a distocia de ombro Uso de abordagem sistemática na condução da distocia de ombro Demonstrar as manobras adequadas para reduzir a distocia de ombro usando o mnemônico ALEERTA FATORES DE RISCO Distocia de ombro anterior Diabetes gestacional Macrossomia Baixa estatura da mãe Sobrepeso pré- gestacional e ganho de peso gestacional Anatomia pélvica anômala Parto vaginal assistido por instrumentos COMPLICAÇÕES Neonatais - Paralisia do plexo braquial - Fratura de clavícula - Fratura de úmero - Acidose fetal - Trauma cerebral hipóxico PREVENÇÃO Cesárea eletiva NÃO é indicada Controle glicêmico Controle de peso Pré- gestacional e durante gestação Parto em posições alternativas ou McRoberts Liberar o ombro anterior no movimento da liberação do pólo cefálico ALEERTA mnemônico A= Alerta, Ajuda (solicite assistência extra) L= Levantar as pernas (Manobras de McRoberts) E= considerar a Episiotomia E= Externa, pressão externa Suprapúbica R= Retirar o braço posterior T=Toque – manobras internas A= Alterar a posição da paciente, apoio nos braços e nas pernas PREMATURIDADE DEFINIÇÃO Nascimento de RN vivo com idade gestacional inferior a 37 semanas completas de gestação (<259 dias) CLASSIFICAÇÃO DO PARTO DE ACORDO COM A IG Prematuridade extrema, < 28 semanas (5%) Prematuridade grave, 28-30 semanas (15%) Prematuridade moderada, 31-33 semanas (20%) Prematuridade quase-termo, 34-36 semanas (60%). As categorias para baixo peso ao nascimento são: Baixo peso (< 2.500 g) Muito baixo peso (< 1.500 g) Baixo peso extremo (< 1.000 g) PRINCIPAIS INTERCORRÊNCIAS NEONATAIS Prematuros tardios vs RN termo: 7X mais intercorrências neonatais! (22% vs 3%) • Instabilidade térmica • Hipoglicemia • Síndrome do desconforto respiratório • Apnéia (4-7% vs <1%) • Icterícia • Imaturidade sistema imunológico • Tempo de internação UCI e UTI • Mortalidade neonatal TRABALHO DE PARTO PREMATURO PODE SER DESENCADEADO Ruptura prematura das membranas Corioamnionite (infecção intra-amniótica) Outra infecção uterina ascendente (geralmente devido a estreptococos do grupo B) Gestação multifetal Anormalidades fetais ou placentárias Alterações uterinas Pielonefrite Algumas doenças sexualmente transmissíveis (ISTs) CORIAMNIONITE Corioamnionite é uma inflamação das membranas fetais (âmnio e córion), do liquido amniótico, placenta e/ou decíduas devido a uma infecção bacteriana. CORIAMNIONITE Infecções não genitais Diversas infecções maternas não genitais, como pielonefrite, pneumonia, apendicite e doença periodontal, podem estar associadas ao parto pré-termo. x Infecções genitais Vaginose bacteriana Estreptococos do grupo B ISTs EXISTE OUTRAS CAUSAS COMO A Incompetência istmo-cervical Ações para prevenir TPP Identificar e tratar as ITU precocemente; Identificar e tratar as infecções no trato Aéreo inferior; Ter acompanhamento com odontólogo para o não desenvolvimento de doença periodontal; Identificar e tratar precocemente a Vaginose ; Identificar e tratar precocemente as ISTs; Cerclagem cervical É uma sutura cirúrgica em bolsa, realizada sob anestesia, geralmente indicada logo após o terceiro mês de gestação com objetivo de manter o colo uterino fechado até o final da gravidez. Os pontos são retirados com cerca de 37 semanas para que o parto possa ocorrer normalmente CORTICOTERAPIA OBJETIVO PRIMÁRIO: ACELERAÇÃO DA MATURIDADE PULMONAR FETAL ESQUEMAS PROPOSTOS BETAMETASONA – 12mg IM – REPETIR COM 24 HORAS DEXAMETASONA – 4mg IM 8/8 HORAS ITU/ PIELONEFRITE ITU/ PIELONEFRITE Infecção em alguma parte do sistema urinário, nos rins, na bexiga ou na uretra. As infecções do trato urinário são mais comuns em mulheres. Geralmente, ocorrem na bexiga ou na uretra, mas as infecções mais graves envolvem o rim. A infecção na bexiga pode causar dor pélvica, aumento da vontade de urinar, dor ao urinar e sangramento na urina. A infecção nos rins pode causar dor nas costas, náuseas, vômitos e febre. O tratamento comum é feito com antibióticos. EM GESTANTES É IMPORTANTE QUE SEJA TRATADA MAIS RÁPIDO POSSÍVEL Estreptococo do grupo B Cultura para SGB “Swab”retal e vaginal entre 35-37 semanas História de prematuro anterior 7 dias antes da idade gestacional do parto anterior Fatores de risco Parto prematuro <37 semanas Rotura das membranas ovulares >18 horas Febre intraparto > 37o C Bacteriúria pelo SBG na gestação atual História de infecção neonatal precoce Parto prematuro: Assistência ao parto Ligadura do cordão. Imediatamente após o parto (American Heart Association [AHA], 2015). Índice de Apgar. Na população de recém-nascido pré-termo, em face de sua imaturidade fisiológica, o índice de Apgar não tem importância clínica (ACOG, 2006). Aquecimento. Não deve ser utilizado o ar-condicionado quando do nascimento do pré-termo, que será imediatamenteaquecido e colocado em incubadora à temperatura de 30°C. Reanimação. É indicada para neonatos deprimidos. REFERÊNCIAS American College of Obstetricians and Gynecologists. Management of preterm labor. AOCG Practice Bulletin Nº 155. Obstet Gynecol 2016a. American College of Obstetricians and Gynecologists. Periviable birth. ACOG Obstetric Care Consensus No 4. Obstet Gynecol 2016b http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/neonatologia/infeccao_neonatal_pelo_estreptococo_do_grupo_b.pdf https://www.uninter.com/revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/view/611
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