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MÓD 2 LOCOMOÇÃO E PREENSÃO 7ª FASE SP 04 DORT, LER

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MÓD 2 LOCOMOÇÃO E PREENSÃO 7ª FASE SP 04 – COMPENSAR CHEQUES COMPENSA?
Resumo do caso clínico:
Homem, > 40 anos, sedentário, acima do peso, desempregado, trabalhava em um banco a anos como digitador – várias horas, sentado e em posição inadequada além de estudar direito em outro período. Em certas épocas (provas), obtinha piora. Sentia-se tenso, dormia e alimentava-se mal. Formou-se e não conseguiu aprovação para advogar. Sentia-se frustrado. Com o decorrer do tempo, piorou, iniciando com dor nos antebraços e nos punhos bilateralmente, região torácica posterior e lombar – começou a ter menor produtividade. Melhora com AINE.
Atualmente em acompanhamento com reumatologista, fisioterapeutas e psicólogo, após a perda do emprego e decorrente das lesões decorridas do trabalho. Apresenta-se com sensação de fracasso. Esta atento as leis trabalhistas.
Objetivos:
1- Sobre Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT): Epidemiologia, Fisiopatologia, Manifestações Clínicas, Diagnóstico, Tratamento. 
José Tupinambá Sousa Vasconcelos ... [et al.]. Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. São Paulo: Editora Manole, 2019. 9788520462133. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520462133/. Acesso em: 14 Oct 2020
de, MMVG Princípios Ergonômicos . São Paulo : Editora Saraiva, 2014. 9788536518060. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536518060/. Acesso em: 18 de outubro de 2020
Dor relacionada ao trabalho: lesões por esforços repetitivos (LER) distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort). 2012. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dor_relacionada_trabalho_ler_dort.pdf>.
O distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT) é uma síndrome caracterizada pela ocorrência de vários sintomas, concomitantes ou não, como dor crônica, parestesia, sensação de peso e fadiga, de aparecimento insidioso, geralmente nos MS, mas podendo acometer MI. É resultado da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo para a sua recuperação. 
O termo lesão por esforço repetitivo (LER) refere-se a um conjunto de doenças que atingem principalmente os membros superiores, os músculos, os nervos, os tendões, as bursas e os ligamentos, provocando irritações e inflamações. A diferença entre os termos LER e DORT é que LER designa qualquer doença causada por esforço repetitivo, enquanto DORT designa as doenças causadas pelo trabalho.
Epidemiologia: DORT são as doenças que mais afetam os trabalhadores brasileiros - Segundo estudo Saúde Brasil 2018, do MS. Utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o levantamento aponta que, entre os anos de 2007 e 2016, 67.599 casos de LER/Dort foram notificados à pasta. Neste período, o total de registros cresceu 184%, passando de 3.212 casos, em 2007, para 9.122 em 2016.
Etiologia: A tendinopatia pode estar associada a uma variedade de fatores intrínsecos (idade, perfusão vascular, nutrição, variantes anatômicas, hipermobilidade, peso, doença sistêmica) e extrínsecos (atividades esportivas e ocupacionais com sobrecarga física, falta de técnica, equipamentos e calçados inadequados, condições do meio ambiente, medicamentos). A maioria das tendinopatias está raramente relacionada a um único fator.
Patogenia: A fisiopatogênese da tendinite é difícil de ser estudada, devido à dificuldade de se obter biópsias antes que um tendão esteja rompido. Não há evidência conclusiva de que a sobrecarga biomecânica seja o principal fator etiológico. A sobrecarga de tensão ocorre quando o nível de microtrauma repetitivo excede a capacidade de adaptação do tecido. No nível molecular, a falência do tendão ocorre pelo estiramento do colágeno, seu principal componente estrutural. As lesões por excesso de atrito tecidual afetam regiões em que os tendões deslizam em íntima proximidade com estruturas fixas, tais como nas proeminências ósseas. A frouxidão ligamentar, a hipermobilidade e a instabilidade articular são fatores predisponentes importantes para o desenvolvimento de tendinite, principalmente do tendão patelar e do manguito rotador. Muitas doenças sistêmicas estão associadas a defeito no metabolismo da matriz e da estrutura tendínea, que comprometem a sua força e elasticidade, resultando em inflamação do tendão ou de sua inserção. 
Quadro clínico: As manifestações clínicas são muito variadas e dependem do tecido afetado, segmento corporal envolvido e da intensidade da agressão. As queixas mais comuns são dor localizada, irradiada ou generalizada, desconforto, fadiga e sensação de peso. Muitos relatam formigamento, dormência, sensação de diminuição de força e fadiga, edema e enrijecimento muscular, choque e falta de firmeza nas mãos. Nos casos mais crônicos e graves, podem ocorrer sudorese excessiva nas mãos e alodínea (sensação de dor como resposta a estímulos não nocivos em pele normal). Geralmente os sintomas são de evolução insidiosa até que sejam claramente percebidos. Com frequência, são desencadeados ou agravados após períodos de maior quantidade de trabalho ou jornadas prolongadas e, em geral, o trabalhador busca formas de manter o desenvolvimento de seu trabalho, mesmo que às custas de dor. A diminuição da capacidade física passa a ser percebida no trabalho e fora dele, nas atividades cotidianas. Devem ser investigados o tempo de duração, a localização, a intensidade, o tipo ou o padrão, os momentos e as formas de instalação, os fatores de melhora e piora, bem como as variações no tempo.
Tendinite é a inflamação de um tendão, que frequentemente se desenvolve após degeneração (tendinopatia). 
Tenossinovites (CID 727.0/2) é a tendinite com inflamação do revestimento da bainha do tendão.
ABAIXO PRINCIPAIS AFECÇÕES.
- Tenossinovite dos extensores dos dedos: inflamação aguda ou crônica dos tendões e bainhas dos músculos extensores dos dedos. Caracterizada por crepitação, calor e rubor locais com dor e impotência funcional.
- Tenossinovite De DeQUERVAIN: Decorre de espessamento do ligamento anular do carpo, no primeiro compartimento dos extensores por onde trafegam dois tendões: o longo abdutor e o curto extensor do polegar. Evolui com processo inflamatório local que, com o tempo, atinge tecidos sinoviais peritendinosos e tecidos próprios dos tendões.
Quadro clínico: Dor localizada ao nível da apófise estilóide do rádio + fenômenos inflamatórios. Pode irradiar para o polegar e piora com os movimentos do mesmo. Início geralmente insidioso, com impotência funcional do polegar, ou até mesmo do punho, acompanhando-se, algumas vezes, de crepitação nos movimentos do polegar. A dor pode irradiar para o antebraço, cotovelo e ombro, podendo apresentar alterações de sensibilidade do território de inervação do ramo superficial do radial, por sua proximidade com o primeiro compartimento dos extensores, além de perda da força.
 Manobra de Finkelstein é considerada determinante do diagnóstico: segurar a mão do paciente pela face dorsal, leva-se o polegar de encontro à base do dedo mínimo e executa-se um movimento de adução do punho. Se positiva, o pcte refere dor intensa e localizada ao nível da apófise estilóide do rádio, pode haver irradiação no trajeto tendinoso.
Epicondilites (CID 726.3/0): provocadas por ruptura ou estiramento dos pontos de inserção dos músculos flexores (epicôndilo medial) ou extensores (epicôndilo lateral) do carpo no cotovelo, ocasionando processo inflamatório local que atinge tendões, fáscias musculares, músculos e tecidos sinoviais. Na E. medial pode haver comprometimento do nervo ulnar; na E. lateral pode haver comprometimento do nervo radial. 
Quadro clínico: Dor ao nível dos epicôndilos lateral ou medial, devido ao processo inflamatório local, próximo às inserções dos músculos extensores e flexores, respectivamente. Se a dor não for tratada, pode tornar-se difusa, irradiando-se tanto na direção dos ombros quanto das mãos.Pode ser desencadeada ou piorar com a movimentação das mãos e punhos e durante a pronação e supinação do antebraço, ou pela palpação da massa muscular adjacente.
 Teste de Cozen específico para a E. lateral, objetiva reproduzir a dor experimentada pelo paciente. É realizado com o cotovelo em 90º de flexão e com o antebraço em pronação.
Teste provocativo p/ E. medial: apoiar o antebraço sobre um mesa e a mão supinada, o pcte tenta flexionar o punho contra resistência. Positivo se dor no E. medial e nos tendões flexores.
Bursites (CID 727.2/9): Pode ocorrer em qualquer articulação, o + comum: ombros. São decorrentes de processo inflamatório que acomete as bursas (pequenas bolsas de paredes finas, constituídas de fibras colágenas e revestidas de membrana sinovial, encontradas em regiões onde os tecidos são submetidos a fricção - geralmente próximas a inserções tendinosas e articulações).
Quadro clínico: Ex: ombro - Dor principalmente para realizar movimentos como a abdução, RE e elevação do MS. Se não tratada, pode haver irradiação para região escapular ou braços, provocando incapacidade funcional e ombro congelado.
Tendinite do supra-espinhoso (SE) (CID 726.1/3) e Bicipital (CID 726.2/1 ou 727.8/8): 
A tendinite do SE parece ser causada por relações anatômicas desfavoráveis, levando a isquemia local e degeneração. Exercício muscular excessivo, traumas locais e atividades repetitivas do braço podem levar a QC de tendinite.
A tendinite bicipital pode ser encontrada como uma entidade isolada, mas, frequentemente, é secundária a lesões nas bainhas dos rotadores. A tendinite bicipital primária pode ser devida a traumas diretos e indiretos no ombro, exercícios excessivos e atividades repetitivas do braço.
Quadro clínico: desde sensações de peso até dor local. A dor pode ser muito incômoda e é exacerbada por movimentos. Podem ocorrer dor forte, impotência funcional da articulação. A dor localiza-se próxima à pequena tuberosidade do úmero e face anterior do braço, podendo, nos casos mais graves, irradiar-se para todo o membro superior. O Teste da Queda do Braço é um excelente modo de confirmação.
Cistos sinoviais (CID 727.4/5): São decorrentes de degeneração mixóide do tecido sinovial, podendo aparecer em articulações, tendões, polias e ligamentos. São tumorações císticas, circunscritas, únicas ou múltiplas, geralmente indolores, localizando-se frequentemente no dorso do punho. 
Dedo em Gatilho (CID 727.0/2): O paciente apresenta dificuldade de estender o dedo após realizar flexão máxima do mesmo. Na tentativa de estender o dedo, ele sente como se estivesse lutando contra um obstáculo inicialmente e ao forçar o movimento, com ou sem auxílio da outra mão, haverá a sensação de ter atravessado um ressalto, e só agora então o dedo poderá ser estendido novamente. Esse ressalto é decorrente de constrição da polia dos flexores, que dificulta a passagem desses tendões e aumenta o atrito entre polia e tendões, provocando reação inflamatória local. 
Contratura ou Moléstia de Dupuytren (CID 729.4/0): Fasciite palmar fibrosante que, com a evolução, forma verdadeiros cordões palmares em direção aos dedos, impedindo a extensão normal dos dedos acometidos. É mais freq. observada nos anulares, mínimos, médios, indicadores e, por último, polegares, nos trabalhadores braçais, sujeitos a microtraumas ou vibrações constantes. Com a evolução, pode provocar inflamações em tec. adjacentes.
Síndromes De compressão De nervos periféricos 
STC (CID 354.0/8): Decorre da compressão do nervo mediano ao nível do carpo, pelo ligamento anular do carpo, que se apresenta muito espessado e enrijecido por fasciite desse ligamento. Devido ao estreitamento do espaço ao nível do túnel do carpo, há maior resistência ao livre trânsito dos músculos flexores dos dedos que por ali trafegam, com consequente aumento do atrito entre tendões e ligamentos e desenvolvimento de tenossinovite e tendinite.
QC: Dor, parestesias e impotência funcional que atingem primordialmente a face palmar dos dedos e da região tenar, principalmente do oponente do polegar e da borda radial do IV dedo. 
EF: sinal Tinel (é + se dor a percussão e a compressão (1 min) sobre a região dos ligamentos carpal-volar, na base da mão, desencadeiam a dor, no trajeto inervado pelo nervo mediano) e manobra de Phalen (Quando se faz uma flexão máxima dos punhos e a mesma é mantida por no mínimo um minuto, muitas vezes desencadeiam-se os sintomas comuns da STC, como parestesia e dor. Phalen invertido – extensão dos punhos. O exame de ENM geralmente é +.
Síndrome cervicobraquial (CID 723.3/8): É devida à degeneração do disco cervical e se desenvolve a partir de uma combinação de hereditariedade constitucional e causas ambientais. As alterações do forâmen intervertebral ou do canal espinhal podem comprimir e irritar as raízes nervosas, a medula espinhal ou artérias vertebrais, ocasionando a sintomatologia clínica.
QC: Hipoestesia, fraqueza muscular (hipotrofia), limitação e dor à movimentação, hipotonia local, dor durante esforço e dor à compressão. Os distúrbios das raízes nervosas são os sintomas dominantes da síndrome cervical.
Para o diagnóstico de LER/DORT, são fundamentais a história clínica, o exame físico, as atividades ocupacionais pregressas do trabalhador e a investigação sobre suas atividades não ocupacionais, inclusive de lazer. “É importante lembrar que, não existindo nexo causal entre a atividade ocupacional do paciente e a patologia observada, não se pode denominar o quadro de DORT, pois, por definição, tal condição é ocupacional.
Para que as patologias do sistema osteomuscular e/ou do tecido conjuntivo sejam consideradas DORT, devem provocar lesões e/ou perturbação funcional (Lesão significa modificação estrutural de um órgão ou de uma parte do organismo vivo, em razão de alterações de origem interna ou externa. São fenômenos de natureza biológica, estrutural, morfológica. Sua presença somente se dá em razão de traumatismos, tumores, outras doenças de órgãos e sistemas ou envelhecimento biológico. Perturbação funcional ou distúrbio significa desarranjo, disfunção, alteração do funcionamento considerado normal, sem que necessariamente existam lesões. Trata-se de prejuízo ao adequado funcionamento de órgão ou sentido. Os distúrbios normalmente ocorrem quando há algum desequilíbrio entre as condições funcionais da pessoa e os fatores físicos, psicológicos e sociais que encontra no ambiente onde vive e trabalha. Como regra geral, os distúrbios tendem a desaparecer quando os fatores que os determinaram são identificados e eliminados ou minimizados. Distúrbios podem estar associados a lesões, mas com estas não se confundem.
Anamnese ocupacional: Atentar para que situações de sobrecarga do sistema musculoesquelético sejam identificadas. Os relatos dos pacientes costumam ser ricos em detalhes, propiciando a caracterização das condições de trabalho em boa parte dos casos. Devem chamar a atenção as atividades operacionais que envolvam movimentos repetitivos, jornadas prolongadas, ausência de pausas periódicas, exigência de posturas desconfortáveis por tempo prolongado, exigência de produtividade, exigência de força muscular, identificação de segmentos do corpo com sobrecarga e maior grau de exigência, ritmo intenso de trabalho, ambiente estressante de cobranças de metas e falta de reconhecimento profissional, além da constatação da existência de equipamentos e instrumentos de trabalho inadequados. Postos de trabalho ocupados anteriormente também devem ser considerados.
Exame Físico: 
Inspeção: Em fases avançadas de dor complexa regional, por exemplo, à simples inspeção é possível identificar alterações de cor da pele, sudorese excessiva e edema e, mais raramente, a assimetria no comprimento de pelos e unhas. 
Palpação: permite a identificação de alterações de consistência da pele e dos demais tecidos moles, em particulardos músculos. Podem ser encontradas nodulações (císticas ou não), zonas de contraturas em grupos musculares afetados, e o paciente pode referir sensibilidade dolorosa excessiva ao simples toque (alodínea). 
Manobras clínicas: testes específicos conforme a queixa.
Conclusão diagnóstica - 1ª hipótese: o paciente tem LER/DORT, apresentando determinadas formas clínicas. 2ª hipótese: o paciente tem LER/Dort e concomitantemente tem outro quadro clínico com sintomas musculoesqueléticos. 3ª hipótese: o paciente tem sintomas musculoesqueléticos não relacionados com o trabalho.
Exames complementares: Exames de imagem podem contribuir para o diagnóstico. Obs: ENM e USG são operador-dependente e criam resultados falso-positivos.
Diag. diferencial de DORT: principais condições a serem consideradas são a fibromialgia (dor difusa), síndrome miofascial (dor regional) e a dor psicogênica. São frequentes os quadros de somatização, histeria de conversão e simulação. 
O Tratamento da DORT depende da eliminação dos agentes causais e de adequada estratégia terapêutica medicamentosa, fisioterápica e cirúrgica (raro). O foco não deve ser limitado ao alívio da dor, mas abarcar também as convicções do paciente (seus pensamentos, crenças, atitudes e expectativas), sua resposta emocional, resiliência e enfrentamento. Os tratamentos podem estar dependentes de questões sociais, trabalhistas e previdenciárias.
Em média, o tratamento dura de 10 a 30 dias. Alguns tratamentos possíveis são listados a seguir.
» Exercícios físicos: são benéficos e incluem tanto exercícios aeróbicos como exercícios de alongamento.
» Fisioterapia: é empregada na redução da dor e na recuperação da função e dos movimentos do membro afetado.
» Medicamentos - AINE e analgésicos: são utilizados para o alívio da dor aguda e crônica da LER e do DORT. 
» Corticoides: alívio mais rápido do processo inflamatório, porém possuem mais efeitos colaterais.
» Medicamentos antidepressivos e outros agentes com ação no SNC: utilizados em quadros de dores crônicas ou quando associadas a variações de humor e/ou ansiedade.
» Métodos terapêuticos: uso de calor e frio. 
» Imobilização por talas: porém não por períodos prolongados, geralmente em torno de 10 a 15 dias.
» Bloqueio da cadeia simpática com anestésicos locais: depende do grau da doença e da intensidade da dor.
» Intervenção cirúrgica: indicada para casos associados a malformações e deformidades osteomusculares irreversíveis com tratamento medicamentoso.
» Apoio psicológico: torna-se necessário principalmente para aqueles que se apresentarem ansiosos e depressivos.
Prognóstico: O prognóstico é favorável na maioria dos casos de LER/DORT. Os pacientes deprimidos ou insatisfeitos com o trabalho, que acreditam ter adquirido lesões nas atividades laborais e que estão envolvidos em processos litigiosos, são mais propensos à sintomatologia persistente. A cura para tendinite causada por sobrecargas biomecânicas oscila, geralmente, entre 1 e 3 semanas. O tempo médio de afastamento do trabalho por LER/DORT é de 32 dias, segundo o órgão governamental americano NIOSH (National Institute of Occupational and Safety Health).
2- Identifique as profissões com as possíveis DORT relacionadas.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dor_relacionada_trabalho_ler_dort.pdf
3- Listar medidas de prevenção e amparo relacionado às DORT (ver sobre processos trabalhistas também)
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/ler-e-dort-sao-as-doencas-que-mais-acometem-os-trabalhadores-aponta-estudo 
http://www.usp.br/drh/novo/legislacao/dou2003/mpasin98.html 
de, MORAES, Márcia Vilma G. Princípios Ergonômicos. Editora Saraiva, 2014. [Minha Biblioteca].
A prevenção da LER e do DORT inicia-se pela criteriosa identificação dos FR presentes no trabalho. A NR 17 estabelece parâmetros para realizar uma análise ergonômica do trabalho. As medidas de controle envolvem:
» Dimensionamento adequado do posto de trabalho, equipamentos, condições ambientais e organização do trabalho;
» Implantação da ginástica laboral;
» Identificação de tarefas, ferramentas ou situações que causam dor ou desconforto no trabalhador;
» Implantação de revezamento nas tarefas, principalmente em linhas de produção, evitando movimentos repetitivos;
» Implantação de pausas de 10 min a cada 50 min trabalhados, evitando ultrapassar 6 horas de trabalho sem pausas;
» Identificação das posturas incorretas e forçadas realizadas pelo trabalhador durante sua jornada de trabalho;
» Orientação ao trabalhador a procurar ajuda médica diante dos sintomas de dor ou parestesia em regiões do corpo envolvidas na tarefa;
» Orientação ao trabalhador a não se automedicar diante de sintomas de dor envolvendo as regiões do corpo utilizadas na realização das tarefas;
» Realização de exames médicos ocupacionais conforme determinados no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO ) (NR7);
» Realização de treinamentos e capacitação dos trabalhadores para adotarem posturas corretas.
Amparo relacionados a DORT:
- DA NOTIFICAÇÃO: tem por objetivo o registro e a vigilância dos casos das LER/DORT, garantindo ao segurado os direitos previstos na legislação acidentária. Se houver suspeita deve ser emitida a Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT. A CAT deve ser emitida mesmo nos casos em que não acarrete incapacidade laborativa para fins de registro e não necessariamente para o afastamento do trabalho. Serve também para fins estatísticos (lei 8.213 de 1991).
E empresa emite a CAT em até 1 dia do acidente, se não o INSS o fará – cabe multa a empresa. O acidentado pode formalizar o pedido – sem data como previsto para empresas.
Recebendo a CAT, o Setor de Benefícios do INSS fará o seu registro com verificação do preenchimento de seus campos. Caso o preenchimento esteja incompleto, deverá ser encaminhado procedimento para completá-lo, sem prejuízo da conclusão posterior da Perícia Médica.
O acidente será caracterizado tecnicamente pela Perícia Médica do INSS (artigo 337 do Decreto nº 3.048/99), que fará o reconhecimento técnico do nexo causal entre:
I - o acidente e a lesão; II - a doença e o trabalho; III - a causa mortis e o acidente.
Caso haja recomendação de afastamento do trabalho por um período superior a quinze dias, a área de Benefícios do INSS encaminhará o segurado à Perícia Médica, para realização de exame pericial, a partir do 16º dia de afastamento.
Conclusão Médico Pericial - Situações Possíveis:
I - não se constatou incapacidade laborativa em nenhum momento, portanto configura-se caso de indeferimento do auxílio-doença acidentário requerido, independentemente do nexo causal;
II - existe incapacidade laborativa, porém o nexo causal não foi caracterizado, logo concede-se o auxílio-doença previdenciário (E31);
III - existe incapacidade laborativa com nexo causal caracterizado, tratando-se de caso de deferimento do auxílio doença acidentário como requerido (E-91);
IV vale ressaltar que com alguma frequência é dado ao Perito avaliar segurado desempregado e, neste caso, é necessário considerar que podem ocorrer as seguintes situações:
- O segurado pode ter tido início do quadro antes da demissão, tendo ocultado sua situação, por medo de discriminação e demissão;
- O segurado pode ter agravamento dos sintomas, independentemente de estar submetido aos fatores de risco para a ocorrência de LER/DORT, pois pode ter dor crônica. Assim, o fato de o segurado se encontrar desempregado não descarta em hipótese alguma que apresente incapacidade para o trabalho por existência de LER/DORT.
Constatada a remissão dos sinais e sintomas clínicos que fundamentaram a existência da incapacidade laborativa, a conclusão pericial será pela cessação do auxílio-doença, o que poderá ocorrer já no exame inicial, sem ou com sequelas permanentes que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
O retorno ao trabalho, com quadro estabilizado, deverá dar-se em ambiente e atividade/função adequados,sem risco de exposição, uma vez que a remissão dos sintomas não garante que o trabalhador esteja livre das complicações tardias que poderão advir, se voltar às mesmas condições de trabalho que geraram a incapacidade laborativa.
Em todos os casos de cessação do auxílio-doença acidentário, será necessária a emissão da Comunicação do Resultado de Exame Médico (CREM) ou da Comunicação de Resultado de Requerimento (CRER), que deverá ser entregue ao segurado pelo Médico Perito. 
Auxílio-acidente: será concedido, como indenização, ao segurado empregado, exceto o doméstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar sequela definitiva, conforme as situações discriminadas no anexo III, que implique em redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam (artigo regulamentado pelo Decreto nº 4.729, de 9 de junho de 2003). 
Aposentadoria acidentária: Será concedida somente para os casos irrecuperáveis e com incapacidade total e permanente para todas as profissões (omniprofissional) e insuscetível de reabilitação profissional, geralmente representados por casos gravíssimos e irreversíveis, com repercussão anatômica e funcional importante que se apresenta com atrofias musculares ou neuropatia periférica e com importante diminuição da força muscular ou perda do controle de movimentos no segmento afetado, o que caracteriza, sem dúvida, impotência funcional severa.
Programa de Reabilitação Profissional: Os segurados que apresentem quadro clínico estabilizado e necessitem de mudança de atividade ou função serão encaminhados ao Programa de Reabilitação Profissional – com análise caso a caso, analisando cuidadosamente os aspectos físicos e psicossociais do reabilitando, e as condições reais apresentadas pela empresa, para receber de volta o seu funcionário e efetivamente contribuir para a sua reabilitação profissional, sem discriminação.
Processos trabalhistas – em geral ficam relacionados ao descumprimento da NR 17.
A NR 17 estabelece parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Ou seja, são obrigações a serem observadas pelo empregador. O descumprimento das regras pode acarretar multas, indenizações e outras punições à empresa.
Após a injúria, o primeiro dever da empresa e o primeiro direito como trabalhador é comunicar à Previdência Social o acidente de trabalho. Feito isso, o INSS deverá conceder o benefício adequado ao caso, que pode ser a aposentadoria por invalidez, quando estiver total e definitivamente incapaz para o trabalho, o benefício de auxílio-doença, quando a incapacidade for suscetível de recuperação, ou o benefício de auxílio-acidente, quando a lesão for parcial e definitiva. Em qualquer dos casos, a lei garante ainda o direito à estabilidade de 12 meses contra demissão sem justa causa.
Se a empresa tiver contribuído de alguma forma para a ocorrência da doença ocupacional, deverá arcar também com os danos materiais, que são aqueles que podem ser contabilizados, como despesas para tratamento, dias sem trabalhar, perda de oportunidade de crescimento na carreira, dentre outros, bem como com os danos morais, que são aqueles impossíveis de serem contabilizados, como abalo moral, dor ou decorrentes de lesões subjetivas e de caráter psicológico. Caso contrário pode gerar processo trabalhista.
4- Identificar as implicações psicossociais do afastamento do trabalho
BENZONI, Paulo Eduardo; BRAGION, Amanda. Construção e Validação do Inventário de Percepção de Afastamento do Trabalho. Trabalho (En) Cena, v. 1, n. 2, p. 162-175, 2016.
A ausência ao trabalho por períodos superiores há 30 dias consecutivos é um problema enfrentado nos países desenvolvidos ou em processo de desenvolvimento, problema este que gera, não apenas custos para as empresas e governo, mas, principalmente problemas de ordem psicossocial ao trabalhador que se afasta e, neste sentido Boschco (2011) pontua que a situação do afastamento do trabalho por motivo de saúde implica em múltiplas repercussões psicossociais aos indivíduos envolvidos, visto que a doença traz consequências não somente em relação ao trabalho, mas também em aspectos do cotidiano, nas relações interpessoais, causando sentimentos de exclusão, insegurança e angústia. Para Ramos, Titoni e Nardi (2008) o trabalhador afastado carrega consigo um sentimento de ter falhado, sentindo-se frágil e inferior em comparação aos seus pares e superiores, por não conseguir responder adequadamente às exigências produtivas. 
Neste sentido, Benzoni (2012) relatando trabalhos de intervenção psicossocial junto a metalúrgicos afastados do trabalho por DORT aponta o medo e ansiedade que estes apresentam quando pensam em voltar ao trabalho, pois não se sentem mais em condições físicas de exercerem as atividades laborais inerentes à sua profissão, levando, inclusive a uma intensificação dos ganhos secundários da doença, de modo a garantir a condição de afastamento. Na mesma linha Souza e Faiman (2007) pontuam que o fato de estar impossibilitado de trabalhar é vivido pelo trabalhador como uma experiência de fracasso.

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