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introdução ao serviço social aula 3

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História do Serviço Social no Brasil
Em São Paulo, o quadro se agravava, pois além das disputas entre os tenentistas e os setores políticos mais tradicionais, havia o medo da infiltração das ideias comunistas e ainda, para aumentar-lhes a preocupação, um distanciamento do governo central que vinha marginalizando a burguesia paulista. Assim, para ela, o curso chegava em um momento crucial, razão pela qual houve grande incentivo das famílias para que suas filhas jovens, solteiras, ou mesmo esposas, em minoria, dele participassem. De certa forma, através desse curso, abria-se a possibilidade de a mulher paulista marcar sua presença no processo político que se desenrolava em seu próprio Estado. Embora dirigido como primeira iniciativa a um grupo pequeno e selecionado, dele se esperava um grande efeito multiplicador aliado a uma ampliação de seus resultados pelo próprio Centro de Estudos de Ação Social de São Paulo.
Para passearmos pela história do Serviço Social no Brasil, em suas origens, torna-se essencial trazer à tona as ações da Igreja Católica com as suas obras caridosas.
Iamamoto (2000) comenta que a participação do clero na precária infraestrutura hospitalar e assistencial, bem como no controle do operariado industrial tem suas bases no século XVIII, com as primeiras grandes unidades industriais.
Martinelli (2001, p.121) observa que: O surgimento do Serviço Social remonta aos primeiros anos da década de 30, como fruto da iniciativa particular de vários setores da burguesia, fortemente respaldados pela Igreja Católica e tendo como referencial o Serviço Social europeu. Evidentemente, não pode ser entendido como uma simples transposição de modelos ou mera importação de ideias, pois suas origens estão profundamente relacionadas com o complexo quadro histórico-conjuntural que caracterizava o país naquele momento. A acumulação capitalista deixava de se fazer através das atividades agrárias e de exportação, centrando-se no amadurecimento do mercado de trabalho, na consolidação da economia ao mercado mundial. O processo revolucionário em curso no Brasil, desde a segunda metade da década de 20, vinha exigindo uma rápida recomposição do quadro político, social e econômico nacional. A repressão policial, típica da Primeira República, através da qual a burguesia desejava conter o avanço do movimento operário, já não se mostrava mais eficaz.
Primeira Guerra Mundial
As protoformas do Serviço Social remontam o fim da Primeira Guerra Mundial, com a primeira nação socialista e a mobilização do movimento operário em toda a Europa, cabendo menção ao Tratado de Versailles, que, na leitura de Iamamoto e Carvalho “procura estatuir internacionalmente uma nova política social mais compreensiva relativamente à classe operária. É também o momento em que surge e esse multiplica  na Europa as escolas de Serviço Social” (2000, p.170).
Vamos às protaformas do Serviço Social, pois conforme Iamamoto e Carvalho:
“A importância dessas instituições e obras, e de sua centralização, a partir da cúpula da hierarquia, não pode ser subestimada na análise da gênese do Serviço Social no Brasil” (2000, p.170). Se sua ação concreta é extremamente limitada, se seu conteúdo é assistencial e paternalista, será a partir de seu lento desenvolvimento que se criarão as bases materiais e organizacionais, e principalmente humanas, que a partir da década seguinte permitirão a expansão da ação social e o surgimento das primeiras escolas de Serviço Social.
AS INSTITUIÇÕES ASSISTENCIAIS QUE MERECEM DESTAQUE
É no contexto de reação católica, no sentido de divulgar o pensamento social da Igreja e da formação das bases organizacionais e doutrinárias do apostolado laico. De acordo com Iamamoto e Carvalho (2000):
1920: Associação das Senhoras Brasileiras – Rio de Janeiro
1922: Confederação Católica, instrumento prático para o fortalecimento eclesiástico
1923: Liga das Senhoras Católicas – São Paulo
A Ação Social Católica ganha dimensão a partir do desenvolvimento do Movimento Laico, ampliando-se com a Juventude Operária Católica – JOC, estendendo-se  através da Juventude Estudantil Católica, Juventude Independente Católica, Juventude Universitária Católica e Juventude Feminina Católica.
A CRIAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO CENTRO DE ESTUDOS E AÇÃO SOCIAL DE SÃO PAULO – CEAS
Em São Paulo, numa conjugação de esforços da nascente burguesia e de setores da própria Igreja Católica havia sido criado, na esteira do movimento constitucionalista de 1932, o Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo – CEAS, que desempenhou um importante papel no sentido de qualificar os agentes para a realização da prática social. Nesse Centro, como fruto da iniciativa das cônegas de Santo Agostinho, no Brasil, realizou-se o primeiro curso de preparo para o exercício da ação social que, sob a denominação de Curso Intensivo de Formação Social para moças, foi ministrado pela assistente social belga Adèle de Loneux, da Escola Católica de Serviço Social de Bruxelas (MARTINELLI, 2001, p. 123) O CEAS foi considerado como o vestíbulo da profissionalização do Serviço Social no Brasil – e aqui também, como no caso chileno, o trabalho de organização e preparação dos leigos se apoia numa base social feminina de origem burguesa respaldada por assistentes sociais belgas que ofereceram a sua experiência para possibilitar a fundação da primeira escola católica de Serviço Social (CASTRO, 2010, p. 103).
*1932: Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo – CEAS – como forte propósito de tornar mais efetiva as ações desenvolvidas pela burguesia paulista, custeadas pela Igreja no sentido de promover a formação de seus membros para divulgar a filantropia e propagar a doutrina social da Igreja. Até dezembro de 1932, o CEAS fundou quatro Centros operários.  
Iamamoto e Carvalho (2000) comentam que tais Centros eram, ao mesmo tempo, campos de observação e de prática para a trabalhadora social, centros de educação familiar, objetivando estimular  jovens operárias ao amor ao lar e formação de elites para agir ideologicamente na massa operária.
*1935: Lei nº 2497, de 24/12/1935, criado o Departamento de Assistência Social do Estado. Primeira iniciativa desse gênero no Brasil que tinha como propósitos: superintender o serviço de assistência e proteção social; harmonizar a ação social do Estado com a privadas; distribuir subvenções e cadastras as instituições privadas.
* 1937: o CEAS atua no Serviço de Proteção aos Migrantes;
 * 1938: organizada a Seção de Assistência Social, objetivando “realizar o conjunto de trabalhos necessários ao reajustamento de certos indivíduos às condições normais de vida”, organizando para tanto o Serviço Social de Casos Individuais, a Orientação Técnica das Obras Sociais, o Setor de Investigação  e Estatística e o Fichário Central de Obras e Necessitados.
* 1939: convênio firmado entre o CEAS e o Departamento de Serviço Social do Estado para a organização de Centros Familiares.
 * 1940: criação do Instituto de Serviço Social como desmembramento da Escola de Serviço Social, com a finalidade de formação de trabalhadores sociais especializados para o Serviço Social do Trabalho.
Helena Iraci Junqueira
Paraninfa da Turma de 1953 da Escola Profissional Leão XIII 
Uma das pioneiras da profissão de Serviço Social. Participou do primeiro curso Ação Social em 1932 e que em 1936 se constituirá como o primeiro curso de Serviço Social no Brasil de influência belga por conta das irmãs Cônegas de Santo Agostinho.
A FUNDAÇÃO DAS ESCOLAS PIONEIRAS DE SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
Como foi possível observar, a Igreja Católica teve participação decisiva na fundação das Escolas de Serviço Social da América Latina e do Brasil.
No Brasil, como ocorreu no  Chile, é ao longo dos anos 20 que a Igreja Católica revigorou a sua ação para responder aos efeitos de uma crescente perda de hegemonia na sociedade civil e no Estado, promovendo um vasto movimento de cariz espiritual que procurava lançar profundas raízes na política e na economia.
A estruturação de uma complexa política de ação para encaminhar este propósitose deu num cenário histórico concreto em que a religião Católica, através da sua hierarquia, seus intelectuais orgânicos e seus fiéis, operava no jogo fluído das contradições de classe (CASTRO, 2010, p. 100).
1936: fundação da Escola de Serviço Social de São Paulo, inspirada pela Ação Católica e Ação Social. 
A prática da assistência social, nesse momento, inaugura uma nova orientação, com uma maior exigência sobre a qualificação acadêmica, religiosa e técnica.
1937: ainda, sob a inspiração da Igreja Católica, cria-se a primeira escola de Serviço Social do Rio de Janeiro. Também surge o Instituto de Educação Familiar e Social, constituído das escolas de Serviço Social e de Educação Familiar.
1938: criação da Escola Técnica de Serviço Social, por iniciativa do Juizado de Menores.
 
1938: após dois anos de curso, ocorre a formatura da primeira turma de assistentes sociais da Escola de Serviço Social de São Paulo. Um fato que merece ser ressaltado é que no mesmo ano houve a abertura de uma classe masculina para o mesmo curso.
1940: o Curso de Preparação ao Serviço Social incorporava-se à Escola de Enfermagem Ana Nery.

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