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Malformações Congênitas INTRODUÇÃO - defeitos ou malformações congênitas: distúrbios do desenvolvimento presentes ao nascimento, mas não necessariamente diagnosticados ao nascimento → algumas malformações serão detectadas no decorrer do crescimento da criança quando aí serão manifestados os sintomas - principal causa de mortalidade infantil (principalmente a mortalidade fetal) - 8 milhões de crianças no mundo são afetadas por defeitos congênitos graves - causa 20-25% das mortes dos lactentes - podem ser de vários tipos → estruturais, funcionais, metabólicos, hereditários, comportamentais - as malformações congênitas podem ter diferentes níveis de comprometimento na vida do indivíduo - simples e leves: sem restrição à vida normal; facilmente corrigidas → ex: polidactilia - graves: sérias limitações à vida normal → ex: meningomielocele - incompatíveis com a vida → ex: anencefalia, agenesia renal bilateral - fatores que influenciam na gravidade e aparecimento das malformações congênitas: idade dos pais, local de residência, período do ano, ancestralidade (?), histórico familiar - relacionado à idade materna: síndrome de Down (trissomia do 21) - relacionado à idade paterna: acondroplasia e síndrome de Apert - relacionado ao local de residência: radiação, contaminação de metais pesados, inverno rigoroso que pode gerar restrições alimentares/diminuição da ingesta de ácido fólico - relacionado ao ambiente: formação das bandas amnióticas e o aprisionamento de partes do corpo do feto; oligoidrâmnio (pouco líquido amniótico que pode prejudicar o movimento do feto e fazer com que ele nasça com atrofia de membros) - ancestralidade: asiáticos apresentar 2x mais incidência de fenda palatina que brancos e brancos apresentam a 2x mais a incidência de fenda palatina que pretos - existem defeitos que são encontrados isoladamente (únicos) e defeitos que são encontrados em conjunto (múltiplos) - defeitos isolados: 14% dos RN - importância clínica: 3% dos RN apresentam defeitos clinicamente significativos; defeitos múltiplos de importância clínica: 0,7% e normalmente causam morte - 90% das crianças com três ou mais defeitos menores apresentam pelo menos um defeito de grande importância clínica associado FATORES GENÉTICOS - 50 a 60% dos abortos espotâneos qu ocorrem nos estágios iniciais do desenvolvimento embrionário apresentam aberrações cromossômica - EUA: 1:120 RN apresenta uma anormalidade cromossômica - as alterações cromossômicas podem ser de número ou estruturais, ou oriundas de mutações gênicas → podem envolver cromossomos sexuais e cromossomos autossomos ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS NUMÉRICAS 1. Síndrome de Turner (45, X): - 1:8000 nascidos vivos do sexo feminino - 1% de sobrevivência - 75% dos casos tem como causa a não disjunção do gameta paterno - manifestações clínicas: fenótipo feminino, disgenesia gonadal, 90% dos casos apresentam ausência de características sexuais secundárias e necessitam de reposição hormonal, baixa estatura, pescoço alado, mamilos separados 2. Síndrome de Klinefelter (47, XXY): exemplo de trissomia de cromossomos sexuais (1:1000 RN - detectado somente na puberdade) - manifestações clínicas: testículos pequenos, infertilidade devido aos baixos níveis de testosterona, ginecomastia (40%), comprometimento intelectual 3. Trissomia do 21 (Síndrome de Down): trissomias dos autossomos são mais comuns de números de cromossomos - manifestações clínicas da SD: face alargada, ponte nasal achatada, pregas palmares características, déficit intelectual, malformações cardíacas e intestinais 4. Trissomia do 18 (Síndrome de Edwards) : 1:8000 e Trissomia do 13 (Síndrome de Patau): 1:12000 - crianças com estas síndromes dificilmente sobrevivem além dos 6 meses de idade - manifestações clínicas: déficit intelectual, fenda palatina e lábio leporino, alterações em membros 5. Triploidia (poliploidia): - 69 cromossomos - causas: defeitos no bloqueio à poliespermia; não separação do corpo polar na meiose - 20% dos abortos espontâneos relacionados com anormalidades cromossômicas - restrição de crescimento intrauterino - não sobrevivem por muito tempo ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS ESTRUTURAIS: trocas devido a ruptura de cromossomos, perdas de regiões específicas, duplicações de regiões específicas, etc - essas alterações podem ser induzidas por fatores ambientais: radiação ionizante, infecções virais, drogas, compostos químicos 1. Síndrome do miado de gato (Cri Du Chat): - acomete 1:375 RN - deleção terminal parcial do braço curto do cromossomo 5 - manifestações clínicas: choro fraco, microcefalia, déficit intelectual, problemas cardíacos MUTAÇÕES GÊNICAS 1. Acondroplasia: cromossomo 4p - FGF3R (herança autossômica dominante) 2. Polidactilia, mãos e pés de garra de lagosta: herança autossômica dominante 3. Hiperplasia congênita da adrenal: herança autossômica recessiva 4. Síndrome do X frágil: 1:200 meninos/1:4000 meninas - manifestações clínicas: déficit intelectual variável, distúrbios de comportamento, TEA TERATÓGENOS - qualquer agente que produz um defeito congênito (anomalia congênita) ou aumenta a incidência de um defeito na população - órgãos diferentes possuem diferentes períodos de susceptibilidade → maior susceptibilidade para o SNC pois apresenta um período de desenvolvimento longo (desde o início do período embrionário até mesmo depois do nascimento) Conceitos fundamentais da Teratologia: - alguns estágios do desenvolvimento embrionário são mais vulneráveis a perturbações quando comparados a outros - a malformação depende da dose do medicamento ou do composto químico - a malformação depende do genótipo do embrião (susceptibilidade genética do embrião ao teratógeno ao qual ele foi exposto) FÁRMACOS TERATOGÊNICOS - uso de medicamentos sem prescrição durante a gravidez aumenta de 40 a 90% a chance de malformações congênitas - evitar uso de medicamentos durante o primeiro trimestre (custo x benefício) - fármacos são categorizados de acordo com o risco de serem administrados durante a gravidez
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